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Prévia do material em texto

MINISTÉRIO DA SAÚDE 
CONSELHO NACIONAL DE SECRETARIAS MUNICIPAIS DE SAÚDE 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL 
Brasília - DF 
2025
COMPREENDENDO OS 
CONCEITOS DE EQUIDADE EM 
SEXUALIDADE E GÊNERO PARA O 
TRABALHO DO AGENTE DE SAÚDE 
MINISTÉRIO DA SAÚDE 
CONSELHO NACIONAL DE SECRETARIAS MUNICIPAIS DE SAÚDE 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL 
COMPREENDENDO OS 
CONCEITOS DE EQUIDADE EM 
SEXUALIDADE E GÊNERO PARA O 
TRABALHO DO AGENTE DE SAÚDE 
Brasília - DF 
2025
Brasil. Ministério da Saúde.
Compreendendo os conceitos de equidade em sexualidade e gênero para o trabalho do Agente de Saúde [recurso eletrônico] / 
Ministério da Saúde, Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde, Universidade Federal do Rio Grande do Sul. – Brasília: 
Ministério da Saúde, 2025.
 xxxx p. : il. – (Programa Mais Saúde com Agente; E-book 10).
Modo de acesso: World Wide Web:
Incluir link
ISBN xxxxxxxxxxxx
1. Conceitos de Gênero e Sexualidade. 2. Gênero e Saúde. 3. Políticas Públicas. I. Conselho Nacional de Secretarias Municipais de 
Saúde. II. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. III. Título.
CDU xxx
2025 Ministério da Saúde. Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde. Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Esta obra é disponibilizada nos termos da Licença Creative Commons – Atribuição – Não Comercial – 
Compartilhamento pela mesma licença 4.0 Internacional. É permitida a reprodução parcial ou total desta 
obra, desde que citada a fonte.
A coleção institucional do Programa Mais Saúde com Agente pode ser acessada, na íntegra, na Biblioteca Virtual em Saúde do 
Ministério da Saúde: http://bvsms.saude.gov.br
Tiragem: 2ª edição – 2025 – versão 
eletrônica
Elaboração, distribuição e informações:
MINISTÉRIO DA SAÚDE
Secretaria de Gestão do Trabalho e da 
Educação na Saúde
Departamento de Gestão da Educação 
na Saúde
Coordenação-Geral de Ações 
Estratégicas de Educação na Saúde
Esplanada dos Ministérios Bloco O, 9º 
andar
CEP: 70052-900 – Brasília/DF
Tel.: (61) 3315-2596
E-mail: sgtes@saude.gov.br 
Secretaria de Atenção Primária à Saúde
Departamento de Saúde da Família
Esplanada dos Ministérios Bloco G, 7º 
andar
CEP: 70058-90 – Brasília/DF
Tel.: (61) 3315-9044/9096
E-mail: aps@saude.gov.br 
Secretaria de Vigilância em Saúde e 
Ambiente (SVSA)
SRTVN 701, Via W5 Norte, lote D,
Edifício PO 700, 7º andar
CEP: 70719-040 – Brasília/DF
Tel.: (61) 3315.3874
E-mail: svsa@saude.gov.br 
CONSELHO NACIONAL DE SECRETARIAS 
MUNICIPAIS DE SAÚDE – CONASEMS
Esplanada dos Ministérios, Bloco G, Anexo 
B, Sala 144
Zona Cívico-Administrativo
CEP: 70058-900 – Brasília/DF
Tel.: (61) 3022-8900 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO 
SUL
Av. Paulo Gama, 110 – Bairro Farroupilha
CEP: 90040-060 – Porto Alegre/RS
Tel.: (51) 3308-6000
Coordenação-geral:
Cristiane Martins Pantaleão – 
CONASEMS
Hisham Mohamad Hamida – 
CONASEMS
Isabela Cardoso de Matos Pinto – 
SGTES/MS
Leandro Raizer – UFRGS
Lívia Milena Barbosa de Deus e Méllo – 
SGTES/MS 
Luciana Barcellos Teixeira – UFRGS
Érika Rodrigues de Almeida - 
SGTES/MS
Organização:
Núcleo Pedagógico do Conasems 
Coordenação técnica e pedagógica:
Andréa Fachel Leal – UFRGS
Carmen Lucia Mottin Duro – UFRGS
Diogo Pilger – UFRGS
Diego Gnatta – UFRGS
Fabiana Schneider Pires – UFRGS
Kelly Cristina Santana – CONASEMS
Marta de Sousa Lima – CONASEMS
Luis Carlos Nunes Vieira de Vieira – 
SGTES/MS
Marilise Oliveira Mesquita – UFRGS
Patricia da Silva Campos – 
CONASEMS
Valdívia França Marçal – CONASEMS 
Elaboração de conteúdo - 1ª edição: 
Daniela Riva Knauth
Revisão técnica:
Andréa Fachel Leal – UFRGS
Diogo Pilger – UFRGS
Luis Carlos Nunes Vieira de Vieira - 
SGTES/MS
Michelle Leite da Silva – SAPS/MS
Patrícia da Silva Campos – 
CONASEMS
Ranieri Flávio Viana de Sousa – 
SVSA-MS
Designer educacional:
Alexandra da Silva Gusmão – CONASEMS
Gustavo Henrique Faria Barra – CONASEMS
Jacqueline Cristina dos Santos – CONASEMS
Lidiane Cristina Porfírio – CONASEMS
Colaboração:
Daniela Riva Knauth - UFRGS
Darwin Renne Florencio Cardoso - SVSA
Diego Gnatta – UFRGS
Eliane Ignotti - SVSA
Kauara Brito Campos - SVSA
Rosângela Treichel S. Surita – CONASEMS 
Assessoria executiva:
Conexões Consultoria em Saúde LTDA 
Coordenação de desenvolvimento gráfico:
Cristina Perrone – CONASEMS 
Diagramação e projeto gráfico:
Aidan Bruno – CONASEMS
Alexandre Itabayana – CONASEMS
Caroline Boaventura – CONASEMS
Icaro Duarte – CONASEMS
Lucas Mendonça – CONASEMS
Ygor Baeta Lourenço – CONASEMS
Wellington Tadeu Aparecido Silva – 
CONASEMS
Revisão linguística:
Aline Ferreira de Almeida – CONASEMS
Camila Miranda Evangelista - CONASEMS
Fotografias e ilustrações:
Biblioteca do Banco de Imagens do 
Conasems
Imagens:
Freepik
Normalização:
Luciana Cerqueira Brito - Editora MS/CGDI
Valéria Gameleira da Mota – Editora MS/CGDI
Ficha Catalográfica
Catalogação na fonte – Coordenação-Geral de Documentação e Informação – Editora MS – OS xxxxxxxxx
Título para indexação:
Título em inglês
4
QR CODE
COMO NAVEGAR 
NESTE E-BOOK 
Antes de iniciar a leitura do material, veja, aqui, algumas 
dicas para aproveitar ao máximo os recursos disponíveis. 
SUMÁRIO: uma forma rápida de acessar, 
facilmente, os capítulos. 
Quer retornar à lista do sumário?
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celular para acessar o 
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pode clicar sobre ele com o 
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BEM-VINDO(A)! 
Este é o seu e-book da disciplina “Compreendendo os conceitos de 
equidade em sexualidade e gênero para o trabalho do(a) Agente de 
Saúde”.
Neste material, você irá conhecer e refletir sobre dois aspectos que estão 
presentes no nosso cotidiano, tanto na nossa vida pessoal, quanto na 
nossa atuação profissional: gênero e sexualidade. 
Destacamos sobre como o gênero e a sexualidade têm implicações 
diretas sobre a saúde das pessoas, sendo fatores que podem explicar as 
diferenças entre as doenças mais frequentes entre homens e mulheres, 
por exemplo.
Leia o material com atenção e consulte-o sempre que necessário! 
Lembre-se de acompanhar também as informações apresentadas na 
aula interativa e de realizar as atividades propostas para verificar o que 
conseguiu assimilar das informações apresentadas.
Bons estudos!
LISTA DE SIGLAS E 
ABREVIATURAS
AIDS | Síndrome da Imunodeficiência Adquirida
CIPD | Conferência Internacional sobre População e 
Desenvolvimento 
HIV | Vírus da Imunodeficiência Humana
HSM | Homens que Fazem Sexo com Homens
IBGE | Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
LGBTQIAPN+ | Lésbicas, Gays, Bissexuais, 
Transexuais, Queer, Intersexuais, Assexuais, 
Pansexuais, Não-Binárie e Outras 
MSM | Mulheres que Fazem Sexo com Mulheres
OMS | Organização Mundial da Saúde
ONGs | Organizações Não Governamentais
PNAISH | Política Nacional de Atenção Integral à 
Saúde do Homem
PNAISM | Política Nacional de Atenção Integral à 
Saúde da Mulher 
SU
M
ÁR
IO
CONCEITOS: GÊNERO, IDENTIDADE DE 
GÊNERO, SEXUALIDADE, ORIENTAÇÃO 
SEXUAL E INTERSECCIONALIDADE
01
07
GÊNERO, SEXUALIDADE E SAÚDE
02
30
POLÍTICAS PÚBLICAS PARA O 
ENFRENTAMENTO DAS INIQUIDADES
03
37
RETROSPECTIVA
04
48
REFERÊNCIAS
05
51
capa capítulo
01
CONCEITOS: GÊNERO, 
IDENTIDADE DE GÊNERO, 
SEXUALIDADE, 
ORIENTAÇÃO SEXUAL E 
INTERSECCIONALIDADE
8
Os conceitos são como lentes que nos ajudam a ver com maior 
precisão uma determinada situação social. Eles nos auxiliam a 
compreender aspectos que muitas vezes estão na base de certos 
comportamentos, ou que estão na origem de algumas situações. 
Quando entendemos um conceito e olhamos uma realidade com as 
lentes deste conceito, somos capazes de perceber várias coisas que 
antes não conseguíamos identificar ou que não dávamos 
importância. Assim, embora pareça que os conceitos são só teorias, 
compreender estes conceitos nos ajuda a compreender melhor uma 
determinada situação e também nos orienta em como devemos 
intervirnaquela situação de forma a garantir uma melhor condição 
de saúde e qualidade de vida para os envolvidos. 
Muito se fala sobre conceitos a 
serem estudados, mas você sabe a 
importância deles?
Convidamos você, Agente, a ler com muita 
atenção os conceitos que serão explorados 
neste material.
Eles são fundamentais para você 
compreender relações e comportamentos 
que se desenvolvem na esfera familiar e 
nos relacionamentos em sociedade.
9
Muitas vezes confundido com o sexo (homem/mulher), o conceito de 
gênero é bem mais abrangente. Quando falamos de sexo, estamos 
nos referindo às características biológicas que diferenciam homens e 
mulheres, como os órgãos sexuais e reprodutivos, a capacidade de 
gestação e amamentação, por exemplo. Assim, são classificadas 
como pertencentes ao sexo feminino as pessoas que possuem útero, 
ovários, vagina. 
Já as pessoas que têm pênis, testículos e próstata são tidas como 
pertencentes ao sexo masculino. Contudo, apenas as características 
biológicas não dão conta de explicar os comportamentos dos 
homens e das mulheres, que são variáveis ao longo do tempo e 
também nas diferentes culturas.
Gênero
Por exemplo: foi só na década de 1960 que as mulheres 
passaram a usar de forma mais frequente calças 
compridas, pois até então era mais comum que elas 
usassem saias e vestidos. 
10
Da mesma forma, podemos observar comportamentos que em 
algumas sociedades são considerados adequados para o masculino 
enquanto em outras, não. Um exemplo é o beijo no rosto entre homens, 
que na sociedade brasileira não é comum, mas em outros países, como 
na Argentina, é uma prática cotidiana. 
O conceito de gênero busca justamente dar conta da dimensão social e 
cultural que determina o que é considerado como feminino e masculino 
em determinada sociedade ou período histórico. O gênero é, assim, 
uma construção social, ou seja, é criado e produzido pela sociedade. A 
partir desta definição do que é feminino e masculino, a sociedade 
atribui papéis e comportamentos específicos para homens e mulheres. 
Este processo já se inicia na infância quando, por exemplo, 
determinamos que rosa é a cor do feminino e azul, do masculino; 
bonecas são para meninas e carrinhos, para meninos; quando 
estimulamos brincadeiras de luta entre meninos, e de “casinha”, entre 
as meninas. Em outras palavras, nós todos aprendemos desde cedo 
como devemos nos vestir, falar e nos comportar de acordo com o 
gênero. Os comportamentos que fogem deste padrão são 
estigmatizados, desvalorizados. 
Um outro ponto central do conceito de gênero é que ele traz consigo relações de 
poder, ou seja, de busca de dominação de um gênero pelo outro. Historicamente, 
temos que o polo dominante das relações de gênero é o masculino. Foi justamente 
buscando chamar a atenção para as desigualdades entre homens e mulheres que 
o conceito de gênero foi forjado no interior do movimento de mulheres como 
instrumento para denunciar as diferenças entre os direitos das mulheres e os 
direitos dos homens.
O conceito de gênero é, desta forma, um instrumento para identificar e para dar 
visibilidade aos padrões impostos pela sociedade aos homens e às mulheres. Estes 
padrões definem posições, espaços e papéis sociais que, quando privilegiam um 
dos gêneros (em geral o masculino), produzem desigualdades sociais. É assim que, 
como mostram os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as 
mulheres gastam muito mais horas com afazeres domésticos e cuidando de 
pessoas do que os homens.
É importante compreender que, como o gênero é uma 
construção da sociedade, ele não é uma característica 
inata e nem tampouco imutável. Por isso ele deve ser 
compreendido sempre no contexto no qual se insere.
Da mesma forma, o rendimento 
dos homens foi, em média, 21% 
maior do que o rendimento das 
mulheres. Clique aqui ou aponte 
a câmera do seu celular para o 
QR CODE.
11
Você sabia que, enquanto as mulheres gastam 
cerca de 21,3 horas semanais com essas 
atividades, os homens gastam 11,7 horas?
https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-noticias/2012-agencia-de-noticias/noticias/39358-mulheres-pretas-ou-pardas-gastam-mais-tempo-em-tarefas-domesticas-participam-menos-do-mercado-de-trabalho-e-sao-mais-afetadas-pela-pobreza
https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-noticias/2012-agencia-de-noticias/noticias/39358-mulheres-pretas-ou-pardas-gastam-mais-tempo-em-tarefas-domesticas-participam-menos-do-mercado-de-trabalho-e-sao-mais-afetadas-pela-pobreza
Identidade de gênero
Este termo nos auxilia a compreender a diversidade que existe na nossa sociedade no 
que diz respeito às combinações de sexo e gênero. Destas combinações derivam um 
conjunto de termos:
Se considerarmos que o gênero não é um 
atributo natural, mas uma construção da 
sociedade, não há uma correspondência 
obrigatória entre o sexo biológico de uma 
pessoa e o gênero com o qual esta pessoa 
se identifica. A forma como a pessoa se 
identifica e expressa o gênero é chamada 
de “identidade de gênero”. 
São as pessoas cujo sexo biológico 
corresponde ao gênero – homens 
cis possuem sexo biológico 
masculino e se identificam com o 
gênero masculino; mulheres cis 
possuem sexo biológico feminino e 
se identificam com o gênero 
feminino.
São as pessoas que não se 
identificam com o gênero atribuído 
ao seu sexo biológico – mulheres 
trans foram designadas ao nascer 
como pertencendo ao sexo 
masculino, mas se identificam com 
o gênero feminino; homens trans 
são as pessoas que foram 
designadas ao nascer como do 
sexo feminino e se identificam com 
o gênero masculino.
CISGÊNERO TRANSGÊNERO
12
Agora que você já conhece o conceito de identidade de gênero, 
você estará mais atento(a) à diversidade de gênero presente em 
seu território de atuação e será um(a) agente de multiplicação 
deste conhecimento na comunidade.
Vamos abordar agora sobre a 
Sexualidade!
Apesar de ser um tema que ainda é um tabu na 
nossa sociedade, precisamos reconhecer que a 
sexualidade é uma dimensão importante da vida 
de todos nós. 
13
Isso mesmo, Sebastião! A Organização Mundial da Saúde (OMS) 
reconhece a importância da sexualidade para a saúde e considera 
que a sexualidade não se reduz ao ato sexual (coito), mas engloba 
também as expressões de gênero, orientação sexual, prazer, erotismo, 
intimidade e reprodução.
Neste sentido…
Fatores biológicos, psicológicos, culturais e sociais (como questões 
econômicas, jurídicas, religiosas), interferem na vivência e na expressão 
da sexualidade. 
Assim, podemos compreender que, quando falamos de sexualidade, 
estamos tratando de um conjunto de normas, expressões, sentimentos e 
comportamentos que orientam e, muitas vezes, limitam as experiências 
no nível individual. 
14
Já as meninas são reprimidas quando falam sobre sexo, não são estimuladas a ver e 
tocar na sua genitália, fazendo com que muitas mulheres não conheçam seu corpo 
e tenham dificuldades em sentir prazer. 
Um exemplo é a determinação de gênero na nossa 
sociedade que atribui aos homens a ideia de 
“necessidade” sexual, ao passo que as mulheres são 
tidas apenas sob a perspectiva da reprodução, como se 
as mulheres não “precisassem” ou mesmo não 
gostassem de sexo. 
15
Esta associação faz com que os meninos sejam estimulados, desde cedo, a falarem 
sobre sexo, a se masturbarem e a terem experiências sexuais. 
Tradicionalmente, o termo “orientação 
sexual” tem sido utilizado para designar a 
direção do desejo sexual de um indivíduo.
16
Orientação sexual
#
17
do mesmo sexo 
(homossexuais);
do sexo oposto 
(heterossexuais);
de ambos os sexos 
(bissexuais); 
que não sentem 
desejo por ninguém 
(assexuais). 
que têm atração 
afetivo-sexual por 
pessoas – não 
importando a 
identidade de gênero 
ou sexo biológico 
(pansexuais); 
Nesta perspectiva, os indivíduos podem se sentir atraídos sexualmente 
por pessoas:
Surgem assim novas terminologiasque buscam distinguir as práticas sexuais, 
focando nos sexos biológicos: Homens que fazem Sexo com Homens (HSM), 
Mulheres que fazem Sexo com Mulheres (MSM) e homens e mulheres que fazem 
sexo com ambos os sexos. Aqui estamos na esfera das práticas sexuais.
O termo “orientação sexual” não se limita ao sexo biológico, mas descreve o 
sentido da atração sexual, afetiva ou emocional do indivíduo, considerando sua 
identidade de gênero e a identidade de gênero dos(a)s parceiros(as) sexuais. Ele 
permanece vinculado à esfera do desejo e atração sexual, mas esta forma de 
compreensão permite entender que há uma maior variabilidade do que as três 
categorias nas quais as pessoas eram classificadas. 
A epidemia de HIV/Aids trouxe o 
questionamento destas 
classificações, destacando que é 
necessário separar as práticas 
sexuais dos indivíduos e sua 
identidade sexual. 
A sigla utilizada para designar as identidades sexuais e a 
orientação sexual é exemplar destas transformações, pois 
visa incluir as diferentes possibilidades, agregando ao longo 
do tempo novas identidades sexuais que reivindicam seus 
direitos. Hoje, para designar a variabilidade das identidades 
sexuais que divergem da identidade hegemônica, que é a 
heterossexual, temos a sigla LGBTQIAPN+. Inicialmente 
composta apenas por três letras GLT, esta sigla foi 
acrescentando novas letras, a fim de incluir outras 
identidades sexuais. 
18
Você pode estar se 
perguntando, com razão, o que 
estas letras LGBTQIAPN+ 
significam e que grupos elas 
contemplam. 
Então vamos lá!
Mulheres que se atraem 
sexualmente por 
pessoas do mesmo 
gênero (cis ou trans). 
 Homens que se atraem 
sexualmente por 
pessoas do mesmo 
gênero (cis ou trans).
Pessoas que se sentem 
atraídos por mais de 
um gênero (feminino e 
masculino).
Inclui as pessoas que se 
identificam como 
travestis e transsexuais, 
ou seja, pessoas cuja 
identidade de gênero 
difere do sexo biológico 
atribuído no 
nascimento.
Pessoas que não se 
enquadram nas 
normas tradicionais de 
gênero e/ou 
sexualidade, isto é, que 
transitam entre os 
gêneros e identidades 
sexuais.
Pessoas que nasceram 
com características 
biológicas (como 
cromossomos, genitália, 
órgãos reprodutivos, 
hormônios) tanto do 
sexo feminino quanto do 
sexo masculino. 
19
Lésbicas
L
Gays
G
Bissexuais
B
Transexuais
T
Queer
Q
Intersexuais
I
É importante destacar que a visibilidade 
dos grupos incluídos na sigla que 
acabamos de conhecer é resultado de 
um longo processo de luta dos 
movimentos sociais organizados 
(movimento gay, movimento feminista, 
movimento travesti e de pessoas trans) 
pelo reconhecimento de seus direitos, 
seja na sociedade como um todo, seja 
na área da saúde.
E para finalizar:
Pessoas que se 
identificam por não 
sentir atração sexual, ou 
por se atraírem 
sexualmente apenas 
sob condições 
específicas.
Pessoas que se atraem 
sexualmente por 
indivíduos de todos os 
gêneros e identidades 
de gênero.
+: a inclusão do "+" busca contemplar outras possíveis identidades e 
orientações sexuais que não se identificam com as situações definidas 
pelas outras letras da sigla. Reconhece a diversidade das identidades 
e experiências sexuais.
20
Assexuais
A
Pansexuais
P
Não-Binárie
N
Engloba as identidades 
e expressões de gênero 
que fogem ao 
binarismo, como por 
exemplo agênero, 
gênero fluido, entre 
outros.
O conceito de saúde sexual destaca a expressão da sexualidade como uma fonte 
de bem-estar físico, emocional e social. Isso significa que a sexualidade é 
considerada uma dimensão importante da saúde e da qualidade de vida das 
pessoas. Cabe à sociedade proporcionar e garantir que as experiências e práticas 
sexuais possam ser realizadas de forma segura e prazerosa, evitando doenças, 
disfunções, violência e discriminação.
Saúde sexual
21
Destaca-se aqui que o exercício da sexualidade deve ser tratado na sua 
dimensão positiva, de proporcionar bem-estar e qualidade de vida às 
pessoas, isto é, na perspectiva da promoção da saúde. As políticas e 
os(as) profissionais de saúde devem trabalhar no sentido de orientar e 
fornecer insumos para que a sexualidade seja vivenciada sem os riscos 
de infecções sexualmente transmissíveis, gestações não desejadas, 
coerção, violência e discriminação. 
Trazendo este conceito para o cotidiano, o Caderno de Atenção 
Básica sobre Saúde Sexual e Reprodutiva do Ministério da Saúde 
destaca que:
“A saúde sexual requer abordagem positiva e 
respeitosa da sexualidade, das relações sexuais, 
tanto quanto a possibilidade de ter experiências 
prazerosas e sexo seguro, livre de coerção, 
discriminação e violência. Para se alcançar e 
manter a saúde sexual, os direitos sexuais de todas 
as pessoas devem ser respeitados, protegidos e 
satisfeitos (Brasil, 2013, p. 49)”.
Assim, quando falamos de saúde sexual, 
também estamos falando de direitos e, 
mais diretamente, dos direitos sexuais e 
reprodutivos, como veremos a seguir. 
22
Direitos sexuais e reprodutivos
Além da Declaração Universal dos Direitos Humanos, de 1948, marcos 
importantes para os direitos sexuais e reprodutivos são a Conferência 
Internacional sobre População e Desenvolvimento (CIPD), realizada no Cairo, em 
1994, e a IV Conferência Mundial sobre a Mulher, realizada em Pequim, em 1995. A 
Conferência de Pequim reafirmou os acordos estabelecidos no Cairo e ainda 
avançou na definição dos direitos sexuais e direitos reprodutivos como Direitos 
Humanos.
A Conferência Internacional sobre População e Desenvolvimento, do Cairo, foi 
fundamental para colocar as desigualdades de gênero como elemento central 
das políticas de saúde e a relação entre saúde e direitos humanos. É a partir 
desta Conferência que se considera que é um direito das pessoas a tomada de 
decisões relativas à reprodução, cabendo aos Estados promover o acesso às 
informações, insumos e serviços para a garantia da saúde reprodutiva. Na 
Conferência do Cairo, foi incluído no documento final o conceito de “saúde 
sexual” como parte integrante da saúde reprodutiva. 
Assim, a partir da articulação entre movimento social (especialmente o 
movimento feminista), especialistas e representantes governamentais de 
diferentes países, consolida-se em tratados internacionais que se entende que a 
sexualidade e a reprodução integram o direito básico à saúde. Como direito, as 
pessoas têm autonomia para o exercício e a expressão da sexualidade e para a 
tomada de decisões reprodutivas, livres de qualquer forma de coerção, sanção 
ou discriminação. Aos Estados compete garantir, através de leis e políticas 
públicas, os direitos sexuais e reprodutivos.
O que hoje conhecemos como direitos sexuais e reprodutivos 
são o resultado de uma série de tratados internacionais, isto é, 
de documentos através dos quais os países que assinam se 
comprometem a implementar leis e políticas para garantir 
estes direitos. 
23
A partir dos princípios de saúde sexual e reprodutiva, bem como de autonomia 
na tomada de decisões, podemos citar, entre os direitos reprodutivos: 
o direito ao acompanhamento pré-natal e assistência obstétrica no 
parto e puerpério de qualidade.
o direito de decidir, de forma livre e responsável, se quer ou não ter 
filhos, quantos deseja ter, o espaçamento entre os filhos e em que 
momento da vida deseja tê-los;
o direito de acesso a informações, meios, métodos e técnicas de 
contracepção que sejam adequadas a cada pessoa e fase de vida; 
o direito a ter sua autonomia pessoal, privacidade e integridade 
corporal respeitada;
o direito de ter relação sexual independente da reprodução;
24
Entre os direitos sexuais,
podemos citar:
25
● o direito de viver e expressar livremente a sexualidade sem violência, 
discriminações e imposições;
● o direito de escolher o(a) parceiro(a) sexual;
● o direito de viver plenamente a sexualidade sem medo, vergonha, culpa e 
falsas crenças;
●o direito de viver a sexualidade, independentemente de estado civil, idade ou 
condição física;
● o direito de escolher se quer ou não quer ter relação sexual. 
● o direito de expressar livremente sua orientação sexual;
● o direito ao sexo seguro para prevenção da gravidez e de infecções 
sexualmente transmissíveis;
● o direito a serviços de saúde que garantam privacidade, sigilo e um 
atendimento de qualidade, sem discriminação;
● o direito à informação e à educação sexual e reprodutiva;
● o direito de decidir se quer ter uma vida sexual ativa e quando quer dar início.
Ao ler esses direitos, você, com certeza, identifica alguns deles que não são, ou 
não foram, respeitados entre as pessoas que você conhece ou que ainda são 
sistematicamente violados no território em que você atua. São exemplos 
frequentes de violações dos direitos sexuais e reprodutivos a discriminação em 
relação às pessoas transexuais na família ou na comunidade, a falta de 
informações de qualidade sobre a saúde sexual e reprodutiva, a não 
disponibilização de métodos contraceptivos adequados às adolescentes, entre 
outros.
Como você pode constatar, não estamos falando aqui só de coisas teóricas, mas 
sim de políticas e de comportamentos que afetam diretamente a vida de 
todos(as) nós. Estes direitos, apesar de estarem definidos nos tratados 
internacionais que mencionamos e em políticas de saúde, como veremos ao 
longo desta disciplina, precisam também estar presentes e garantidos nos 
diferentes espaços e instituições nos quais as pessoas convivem, como a família, 
a escola, o trabalho, o serviço de saúde e os locais de lazer e sociabilidade.
É hora de refletir!
Pensando nestes exemplos, 
reflita sobre quais outras 
violações dos direitos sexuais 
e reprodutivos você identifica 
na sua comunidade.
O serviço de saúde no 
qual você atua como 
profissional promove 
os direitos sexuais e 
reprodutivos? Se sim, 
de que forma?
26
Confira aqui a Cartilha elaborada 
pela Defensoria Pública da União 
sobre os direitos sexuais e 
reprodutivos das mulheres, ou 
escaneie o QR CODE ao lado.
27
Amplie seu conhecimento!
https://direitoshumanos.dpu.def.br/wp-content/uploads/2021/07/cartilha_defesa_direitos_sexuais_reprodutivos-2021.pdf
https://direitoshumanos.dpu.def.br/wp-content/uploads/2021/07/cartilha_defesa_direitos_sexuais_reprodutivos-2021.pdf
https://direitoshumanos.dpu.def.br/wp-content/uploads/2021/07/cartilha_defesa_direitos_sexuais_reprodutivos-2021.pdf
Interseccionalidade
Para completar esta nossa incursão pelos conceitos, vamos falar um 
pouco sobre um outro termo que nos ajuda a compreender como que, na 
vida real, gênero, identidade de gênero e orientação sexual agem em 
conjunto com outras características dos indivíduos. 
Trata-se do conceito de interseccionalidade, que destaca que as 
diferentes identidades e pertencimentos sociais dos indivíduos não 
podem ser vistos de forma separada, pois é justamente a interação 
destes fatores que colocam os indivíduos em diferentes posições na 
sociedade. A combinação de características e identidades socialmente 
desvalorizadas agem no sentido de aumentar as desigualdades sociais. 
Por exemplo, se o gênero coloca as mulheres em uma posição de 
desvantagem social, as mulheres negras estão em posição de maior 
desvantagem, e se esta for uma mulher transsexual negra estará, 
possivelmente, em uma posição de maior vulnerabilidade social.
O conceito de interseccionalidade é, como destaca a pesquisadora Carla 
Akotirene (2019), um instrumento que nos auxilia a perceber que o 
racismo, a misoginia (discriminação contra mulheres), a homofobia 
(aversão a homossexuais), a transfobia (aversão a pessoas transexuais) 
são inseparáveis e agem no sentido de colocar em posição de 
desigualdade social pessoas negras, mulheres, homossexuais, 
transexuais, entre outras identidades discriminadas socialmente.
28
Podemos identificar a interseccionalidade, por exemplo, nos dados divulgados pelo 
IBGE que revelam que as mulheres pretas e pardas, quando comparadas às 
mulheres brancas, gastam 1,6 hora a mais por semana em tarefas domésticas, são 
metade a completar o ensino superior e representam o dobro na situação abaixo 
da linha de pobreza. Como vemos, as mulheres negras (pretas e pardas) estão em 
situação de maior desvantagem quando comparadas às mulheres brancas. Esta 
desvantagem tende aumentar se estas mulheres se identificarem como pessoas 
LGBTQIAPN+.
Clique aqui para saber mais sobre os 
dados de desigualdade de gênero e raça, 
ou aponte a câmera do seu celular para o 
QR CODE ao lado. 
E, no seu território de atuação, você consegue 
identificar a interseccionalidade? 
29
https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-noticias/2012-agencia-de-noticias/noticias/39358-mulheres-pretas-ou-pardas-gastam-mais-tempo-em-tarefas-domesticas-participam-menos-do-mercado-de-trabalho-e-sao-mais-afetadas-pela-pobreza#:~:text=Em%202022%2C%20enquanto%20as%20mulheres,tarefas%20do%20que%20as%20brancas.
https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-noticias/2012-agencia-de-noticias/noticias/39358-mulheres-pretas-ou-pardas-gastam-mais-tempo-em-tarefas-domesticas-participam-menos-do-mercado-de-trabalho-e-sao-mais-afetadas-pela-pobreza#:~:text=Em%202022%2C%20enquanto%20as%20mulheres,tarefas%20do%20que%20as%20brancas.
capa capítulo
02
GÊNERO, SEXUALIDADE 
E SAÚDE
Se você refletir, irá perceber que os padrões de gênero e sexualidade nos quais nós 
somos socializados(as) e que são reafirmados pelas instituições sociais (escola, 
religião, família, serviços de saúde etc.), orientam em grande parte nosso 
comportamento. Assim, podemos pensar que o gênero e a sexualidade podem agir 
tanto no sentido de proteção, quanto no sentido de fatores de risco para 
determinadas doenças e agravos de saúde.
Podemos identificar a influência dos padrões 
de gênero sobre a saúde e a doença a partir 
dos comportamentos, da oferta de serviços e 
cuidados em saúde e da distribuição das 
doenças na população. 
31
Você deve estar se 
perguntando: mas afinal, o 
que todos estes conceitos 
que acabamos de estudar 
têm a ver com a saúde? 
Vejamos como o gênero se manifesta 
nestas diferentes situações:
Os padrões de gênero interferem diretamente na forma como percebemos e 
interpretamos o corpo e suas alterações. Por exemplo, a dor, bem como sua 
expressão e publicização, é distinta para homens e mulheres. Na nossa cultura, 
os homens são, em geral, socializados para serem mais resistentes à dor, bem 
como a não manifestá-la publicamente. Já as mulheres podem expressar mais 
livremente a dor, bem como buscar ajuda para resolver este problema. Por outro 
lado, existem tipos de dor que são consideradas como naturais ao feminino e 
que, portanto, não requerem maiores cuidados, como a dor de cólica menstrual 
ou a dor do parto. 
1- Na percepção e expressão de 
sintomas e sensações corporais
32
A percepção dos sinais corporais e de sua 
associação à doença também é 
determinada pelo gênero. Os homens 
tendem a negligenciar por maior tempo um 
conjunto de sintomas, antes de buscar 
auxílio. Só o fazem quando estes sintomas os 
impedem de trabalhar. Já as mulheres 
tendem a buscar algum recurso de forma 
mais precoce, quando da identificação dos 
primeiros sintomas. Há ainda a associação 
de algumas doenças com o gênero, como a 
Ansiedade e Depressão, associadas mais ao 
feminino, e o Alcoolismo ou as doenças 
cardiovasculares, ao masculino.
As mulheres, na nossa sociedade, acabam tendo uma maior familiaridade com os 
serviços de saúde, pois são responsabilizadas pelo cuidado da família. 
Frequentam mais os serviços de saúde, especialmente os da Atenção Básica, 
levando os filhos, realizando pré-natal, fazendo exames preventivos. Já os homens 
tendem a adiar a procura de serviços de saúde, o que faz com que, muitas vezes, 
tenham que recorrer a serviços de pronto atendimento ou emergência. Estes 
comportamentos têm relação diretacom o diagnóstico oportuno ou tardio de 
determinada doença, por exemplo, a Aids. 
2- Na busca de serviços de 
saúde
Uma parcela importante das mulheres vivendo com HIV/Aids conhece seu 
diagnóstico no pré-natal e fazem o tratamento adequado, enquanto que os 
homens têm o diagnóstico mais tardiamente, quando muitas vezes já estão com 
o seu sistema imunológico bastante comprometido pela doença e com 
manifestações de doenças oportunistas, dificultando o tratamento. 
33
Os padrões de gênero, por orientarem os comportamentos apropriados a 
cada gênero, podem expor as pessoas a determinadas situações que 
interferem na saúde. Por exemplo, a vinculação da masculinidade com a 
violência faz com esta seja uma das principais causas de morte de 
homens. O estímulo social de que os homens tenham várias parceiras(os) 
sexuais os expõe a uma maior prevalência de infecções sexualmente 
transmissíveis. 
No caso das mulheres, a cobrança de ideais de beleza faz com que 
adotem dietas de perda de peso que fazem mal para a saúde, 
desenvolvam transtornos alimentares (como a Bulimia e a Anorexia) e se 
submetam a procedimentos invasivos (cirurgias, como lipoaspiração) em 
busca do corpo desejável. 
33- Na associação de alguns 
comportamentos e valores 
a um determinado gênero
4- No acesso a serviços e políticas 
públicas.
Não podemos também nos esquecer de que o próprio sistema de saúde 
privilegia o gênero feminino e em uma perspectiva que associa a mulher à 
maternidade. As unidades de saúde são organizadas para acolher 
especialmente as mães e seus filhos. A saúde sexual das mulheres, dos homens 
e dos jovens tem pouco espaço nos serviços de saúde. Da mesma forma, as 
pessoas transexuais e as que se identificam no grupo LGBTQIAPN+ não se 
sentem acolhidas nos serviços. O horário de funcionamento das unidades de 
saúde é um outro fator que limita a participação masculina, visto que estes, 
muitas vezes, têm horários de trabalhos menos flexíveis que as mulheres, tendo 
dificuldade em comparecer aos atendimentos. 
34
Uma parte importante dos agravos e doenças que acometem 
diferentemente homens e mulheres podem ser explicadas pelos papéis e 
expectativas de gênero que recaem sobre estes em cada contexto social. 
Tomemos o exemplo da mortalidade por causas externas (onde se 
incluem as mortes decorrentes de violência e acidentes de trânsito), que 
tradicionalmente são maiores nos homens do que nas mulheres. Não são 
mortes relacionadas ao sexo, mas sim aos padrões de gênero, pois os 
homens, na nossa sociedade, são mais estimulados a resolverem os 
conflitos pelo uso da violência, dirigirem em maior velocidade e se 
exporem mais ao risco. 
Por outro lado, se pensarmos em distúrbios do comportamento alimentar, 
como a Anorexia e a Bulimia, vemos que estes acometem especialmente 
mulheres adolescentes, que são as que socialmente são mais cobradas 
em relação aos padrões corporais.
35
5- Na distribuição epidemiológica 
das doenças
O estigma e a discriminação direcionado especialmente às pessoas 
transexuais têm consequências importantes sobre a saúde mental, que se 
manifesta em altas taxas de depressão e suicídio.
Outro importante agravo de saúde 
diretamente relacionado aos padrões de 
gênero e à identidade sexual é a violência 
doméstica e a violência sexual. 
As mulheres, assim como as pessoas 
transexuais, homossexuais e lésbicas, são 
as maiores vítimas. 
Clique no link, ou aponte a câmera de seu celular 
e escaneie o QR CODE e leia na íntegra o 
documento da Organização Mundial da Saúde 
(OMS) intitulado Saúde Sexual, Direitos 
Humanos e a Lei. O material contempla temas 
como violência sexual, abuso sexual de crianças, 
LGBTfobia e discriminação em serviços de saúde 
que afetam a saúde sexual e a sexualidade. 
A forma diferente de tratar meninos e meninas pode também estar na 
raiz de uma série de situações e problemas de saúde. Por exemplo, a falta 
de diálogo sobre sexualidade com as jovens mulheres pode expor estas à 
gravidez precoce e a infecções sexualmente transmissíveis. Da mesma 
forma que a cobrança, em termos da heterossexualidade, pode gerar 
sofrimento mental em jovens gays, lésbicas ou transexuais.
36
https://iris.who.int/bitstream/handle/10665/175556/9786586232363-por.pdf?sequence=8&isAllowed=y
https://iris.who.int/bitstream/handle/10665/175556/9786586232363-por.pdf?sequence=8&isAllowed=y
https://iris.who.int/bitstream/handle/10665/175556/9786586232363-por.pdf?sequence=8&isAllowed=y
capa capítulo
03
POLÍTICAS 
PÚBLICAS PARA O 
ENFRENTAMENTO 
DAS INIQUIDADES 
DE GÊNERO E 
SEXUALIDADE
Todos os agravos e problemas de saúde gerados pelos padrões de 
gênero e sexualidade são evitáveis, ou seja, podem ser evitados se 
nossa sociedade respeitar os direitos de todos(as), independente do 
gênero e da orientação sexual. Assim, não estamos tratando de um 
problema apenas biológico, mas essencialmente de um problema 
social, político e cultural. Para enfrentar este problema, faz-se 
necessário que ocorra a implementação de políticas públicas visando 
à garantia de tratamento respeitoso, adequado às necessidades e de 
qualidade a todas as pessoas, sejam estas cis ou transgênero, 
homens ou mulheres, heterossexual, bissexual, homossexual, lésbica, 
transexual, pansexual ou pertencente a qualquer outra identidade 
sexual.
As principais políticas vigentes no país são as voltadas 
para a saúde integral das mulheres, dos homens e de 
lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais. 
Primeiro é preciso reconhecer que nossa sociedade 
trata de forma desigual as mulheres, as pessoas 
transexuais e grupos com prática sexual que diverge da 
heterossexual. Neste sentido, políticas que visem 
promover a equidade de gênero e de sexualidade são 
fundamentais. 
Na área da saúde, estas políticas orientam o tratamento 
que deve ser dispensado, buscando contemplar as 
especificidades de cada grupo no sentido da promoção 
da saúde, prevenção de doenças e agravos e assistência 
dispensadas.
38
A Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher (PNAISM), 
elaborada em 2004, e que é a consolidação do Programa de Assistência 
Integral à Saúde da Mulher de 1984, tem por objetivos promover a melhoria 
das condições de saúde, reduzir a morbidade e a mortalidade e ampliar, 
qualificar e prestar atenção humanizada e integral à saúde das mulheres 
no Sistema Único de Saúde (SUS). 
Esta política busca promover e garantir os direitos sexuais e reprodutivos 
das mulheres, oferecendo atenção pré-natal e obstétrica humanizada e de 
qualidade, planejamento reprodutivo, atenção aos casos de violência 
doméstica e sexual.
Vamos agora falar sobre 
as políticas públicas?
De acordo com as orientações da PNAISM, os serviços 
de saúde devem considerar as diferenças de fase de 
vida das mulheres, bem como suas especificidades 
culturais. Assim, devem incluir ações direcionadas para 
as adolescentes, mulheres adultas e idosas; 
contemplar as especificidades das mulheres negras, 
indígenas, quilombolas, do campo e também em 
situação de encarceramento. Ou seja, os serviços de 
saúde não devem se dedicar apenas às gestantes, 
mas atender também às necessidades das outras 
fases da vida das mulheres, como o climatério, ou 
ainda, incluir mulheres que não desejam ter filhos ou 
que já estão fora do período reprodutivo. Além da 
reprodução, os serviços de saúde, em seus diferentes 
níveis de atenção (primária, secundária e terciária), 
devem oferecer atenção às situações de violência 
doméstica e sexual, prevenção de infecções 
sexualmente transmissíveis, câncer, doenças crônicas 
e saúde mental.
39
Claro, Gerusa. Vamos lá!
Você também, por conhecer bem as instituições de ensino, associações 
comunitárias, ONGs, praças, centros culturais e esportivos e instituições 
religiosas, pode propor parcerias, pois a promoção da equidade de gênero 
e dos direitos sexuais e reprodutivos não é uma tarefa apenas da saúde, 
mas deve envolver os diferentes segmentosda comunidade.
Os serviços e profissionais da Atenção 
Básica à Saúde são fundamentais na 
implementação da política, pois estão 
mais habilitados a identificar as 
demandas específicas das mulheres 
de seu território. Como Agente de 
Saúde, você, com certeza, conhece as 
adolescentes de sua região de 
atuação, sabe quem são as gestantes 
e puérperas, tem contato com as 
mulheres mais velhas.
Você pode ajudar o serviço de saúde a 
identificar as principais demandas 
destas diferentes mulheres e contribuir 
para o desenvolvimento de estratégias 
para promover a informação e o 
acesso aos cuidados de saúde sexual 
e reprodutiva.
O Caderno de Atenção Básica sobre Saúde Sexual e 
Reprodutiva traz uma série de orientações sobre atividades 
que podem ser desenvolvidas pelos serviços e profissionais 
da saúde no território. Leia e pense em como você, como 
Agente de Saúde, e o serviço no qual você atua, podem ser 
agentes promotores(as) da saúde integral das mulheres!
40
Para acessar o Caderno de Atenção Básica sobre Saúde Sexual 
e Reprodutiva, você pode clicar aqui ou apontar a câmera do 
seu celular para o QR CODE abaixo. Aproveite a leitura!
Você também pode ler na íntegra a proposta da Política Nacional de 
Atenção Integral à Saúde da Mulher. Clique aqui ou aponte a câmera de 
seu celular e escaneie o QR CODE e se informe!
41
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude_sexual_saude_reprodutiva.pdf
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude_sexual_saude_reprodutiva.pdf
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_nac_atencao_mulher.pdf
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_nac_atencao_mulher.pdf
Um dos pontos importantes desta política é chamar a atenção dos serviços de 
saúde para a necessidade de se adaptarem às demandas masculinas, 
inclusive aquelas relacionadas ao horário de funcionamento, de forma a 
possibilitar o acesso ao público masculino, particularmente aos homens que 
trabalham. Destaca ainda a importância de engajar os homens no cuidado 
com a sua saúde e com a saúde de sua família.
Como vimos, gênero não se 
refere apenas às mulheres. Os 
comportamentos masculinos 
também são determinados 
pelos padrões de gênero da 
nossa sociedade.
Pensando nos homens, que na saúde tendem 
a serem vistos apenas sob a perspectiva das 
doenças associadas ao trabalho, o Ministério 
da Saúde elaborou uma política voltada às 
especificidades da saúde, doenças e agravos 
da população masculina.
A Política Nacional de Atenção Integral à 
Saúde do Homem (PNAISH), lançada em 
2008, tem por objetivo promover ações com 
a perspectiva da humanização e da 
integralidade, voltadas à saúde dos homens. 
42
A partir de dados científicos, a política 
destaca algumas situações que 
merecem atenção em relação à saúde 
masculina: a violência onde o homem 
é mais vulnerável, seja como ator ou 
como vítima; o uso abusivo de álcool, 
tabaco e drogas ilícitas; infecções 
sexualmente transmissíveis; alguns 
tipos de tumores que acometem mais 
a população masculina, como o do 
aparelho digestivo, do pulmão e da 
próstata. 
A fim de garantir a integralidade e humanização do cuidado, a política 
preconiza o acesso a serviços de diferentes níveis de atenção, buscando a 
resolutividade e o acompanhamento do usuário; atuação junto aos 
diferentes setores da sociedade visando à promoção da saúde e qualidade 
de vida; acesso à informação sobre prevenção, ao diagnóstico oportuno e 
ao tratamento de agravos e doenças. O texto da política ressalta os 
diferentes públicos masculinos que devem ser contemplados nas ações, 
como os jovens e adolescentes, as pessoas privadas de liberdade, com 
deficiência, idosos, entre outros.
Abordar a saúde masculina em 
uma perspectiva de gênero 
implica em um trabalho 
multisetorial, onde a família, a 
escola, o trabalho e demais 
instituições devem atuar no 
sentido de promover a equidade 
de gênero e, ao mesmo tempo, 
coibir atitudes e comportamentos 
discriminatórios contra mulheres, 
transexuais, homossexuais ou 
qualquer outro grupo.
Implica ainda em promover ambientes não violentos, onde todas as pessoas, 
independente do sexo, gênero ou orientação sexual, possam se expressar e 
serem respeitadas.
43
A Política Nacional de Saúde Integral de Lésbicas, Gays, Bissexuais, 
Travestis e Transexuais (Política Nacional de Saúde Integral LGBT), foi 
lançada em 2011 e é um importante marco na promoção da equidade de 
gênero e de identidade sexual no setor saúde. Busca contemplar as 
especificidades da população LGBTQIAPN+, bem como promover ações, a 
fim de evitar o preconceito e discriminação nos serviços de saúde. 
Através da Política Nacional de Saúde Integral LGBT, o Estado brasileiro 
pretende ampliar e qualificar o acesso deste grupo populacional nos 
diferentes níveis de assistência. Intenta ainda contemplar as necessidades 
específicas deste grupo, como é o caso, por exemplo, do uso de hormônios 
e das cirurgias de transgenitalização para as pessoas transexuais, de 
forma a garantir os direitos sexuais e reprodutivos da população 
LGBTQIAPN+ no âmbito do SUS. 
Para conhecer melhor a Política Nacional de 
Atenção Integral à Saúde do Homem, acesse o 
link ou aponte a câmera do seu celular para o QR 
CODE, ao lado, e faça o download.
44
E você, Agente de Saúde, tem dificuldade em abordar os 
homens? Você consegue identificar as demandas 
específicas dos jovens, dos homens adultos e idosos de 
sua comunidade? Estes homens frequentam o serviço de 
saúde? 
E quanto à saúde sexual e reprodutiva, há 
espaço para atividades educativas e de 
prevenção? Quais os espaços da 
comunidade que você considera 
adequados para abordar os adolescentes 
e jovens, os homens que trabalham 
durante o dia, os idosos? 
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_nacional_atencao_saude_homem.pdf
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_nacional_atencao_saude_homem.pdf
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_nacional_atencao_saude_homem.pdf
A implementação desta política nos estados e municípios implica em ações 
intersetoriais visando reduzir o preconceito e a discriminação de que este 
grupo é alvo na nossa sociedade. Portanto, é fundamental a articulação dos 
serviços de saúde com outras instituições sociais na promoção de ações 
educativas e de prevenção. O estigma e a discriminação estão diretamente 
relacionados aos altos índices de problemas de saúde mental, uso de álcool 
e drogas deste segmento da população.
Os serviços de saúde têm sido, frequentemente, espaços de discriminação 
em relação às pessoas LGBTQIAPN+. Além de não terem suas demandas 
específicas acolhidas, as pessoas identificadas enquanto LGBTQIAPN+ são 
expostas a uma série de violências dentro dos serviços. Podemos citar, como 
exemplo, os olhares recebidos pelos profissionais ou ainda a referência ao 
nome civil, que muitas vezes não correspondem mais à identidade de gênero 
da pessoa.
Chamar um homem transexual pelo nome civil feminino, ou uma mulher 
transexual pelo nome civil masculino, é uma grande violência. Para evitar 
isso, precisamos saber que a Portaria nº 1.820, de 13 de agosto de 2009, do 
Ministério da Saúde, que trata dos direitos e deveres dos usuários da Saúde 
no art. 4º, em seu parágrafo único, afirma que: “É direito da pessoa, na rede 
de serviços de saúde, ter atendimento humanizado, acolhedor, livre de 
qualquer discriminação, restrição ou negação em virtude de idade, raça, cor, 
etnia, religião, orientação sexual, identidade de gênero, condições 
econômicas ou sociais, estado de saúde, de anomalia, patologia ou 
deficiência”.
 
Implementação da Política Nacional de Saúde Integral LGBT
45
Este simples gesto já é uma forma de acolhimento e 
sinaliza para a pessoa que você está sensível às 
questões de gênero e identidade sexual. E, ao contrário 
do que você poderia pensar, a maioria das pessoas não 
se sente ofendida quando questionada sobre a forma 
como prefere ser chamada.Leia a Portaria nº 1.820, de 13 
de agosto de 2009, em sua íntegra, clicando aqui ou 
aponte a câmera de seu celular e escaneie o QR CODE.
A mesma Portaria orienta que os documentos utilizados nos serviços de 
saúde devem ter um espaço destinado ao registro do nome social, 
“independente do registro civil sendo assegurado o uso do nome de 
preferência, não podendo ser identificado por número, nome ou código da 
doença ou outras formas desrespeitosas ou preconceituosas”. 
Sim, Gerusa! Assim, a atitude mais 
correta e simples é sempre perguntar 
para a pessoa como ela prefere ser 
chamada, ou seja, que nome ela gostaria 
que fosse utilizado e quais os pronomes 
que devem ser utilizados: o/a, ele/ela.
Para conhecer mais profundamente as especificidades 
e necessidades de saúde das pessoas transexuais, leia 
a publicação elaborada pelo Ministério da Saúde 
voltada a estas questões na esfera da Atenção Básica 
à Saúde. Clique aqui ou aponte a câmera do seu 
celular para o QR CODE ao lado.
Você sabia que o cartão SUS 
pode ser feito com o nome 
social do(a) usuário(a)?
46
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2009/prt1820_13_08_2009.html
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/transexualidade_travestilidade_saude.pdf
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2009/prt1820_13_08_2009.html
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/transexualidade_travestilidade_saude.pdf
Agora que você conhece mais sobre a política voltada à população 
LGBTQIAPN+, ou seja, que você já tem instrumentos para identificar as 
situações de preconceito e discriminação, reflita:
Você já se deparou com situações de preconceito e 
discriminação de usuários(as) do serviço em função de sua 
identidade de gênero e/ou orientação sexual? Se sim, pense em 
como você pode contribuir para que estas situações não se 
repitam. Se não, identifique como o serviço acolhe os(as) 
usuários(as) deste grupo, de forma a garantir seus direitos.
Por que devemos pensar em políticas de saúde em 
uma perspectiva de gênero? 
Clique aqui para assistir ao vídeo e aprender mais 
sobre o assunto ou aponte a câmera do seu celular 
para o QR CODE ao lado.
47
https://youtu.be/PoFcit60XR4?si=HahxpTLpUAZiwzLL
https://youtu.be/PoFcit60XR4?si=HahxpTLpUAZiwzLL
RETROSPECTIVA
Como você pôde ver, grande parte dos problemas de saúde relacionados ao 
gênero e à sexualidade podem ser evitados, pois são produzidos pela forma 
como nossa sociedade atribui padrões e papéis sociais para homens e mulheres 
e para os relacionamentos afetivo e sexuais. Desta forma, a melhora da 
qualidade de vida e de saúde de homens, mulheres, sejam estes cisgênero ou 
transgênero, e das pessoas LGBTQIAPN+, implica em ações entre diferentes 
setores da sociedade, como saúde, educação, trabalho, justiça, entre outros. 
E é justamente aí que você, Agente de Saúde, tem 
um papel importante! 
Você, pela proximidade que tem com sua comunidade, pode articular estes 
diferentes setores no sentido da promoção de ações educativas continuadas, 
visando combater o preconceito e a discriminação, bem como promover a 
equidade de gênero. E não se esqueça do conceito de interseccionalidade, que 
nos orienta a olhar para as diferentes identidades que, juntas, podem colocar 
determinados grupos em situação de maior vulnerabilidade. Assim, quando 
pensar nestas ações, não deixe de considerar as pessoas negras, os(as) jovens, 
os(as) idosos(as), os(as) portadoras de deficiência e qualquer outro atributo 
que, na sua comunidade, seja um fator de exclusão social.
Nesta disciplina, visitamos vários conceitos com o objetivo 
de identificar, compreender e desenvolver estratégias 
para promover a equidade de gênero e combater o 
estigma, o preconceito e a discriminação relacionados à 
orientação sexual, identidade de gênero e sexual.
Conhecer estes conceitos e entender como eles afetam a 
saúde física e mental das pessoas é um passo importante 
para você ser não apenas um(a) Agente de Saúde, mas 
um(a) agente de mudança!
49
Pode ser você que, em uma visita domiciliar, ou nas andanças pelo território, 
identifique e acolha as necessidades das adolescentes, das mulheres, das 
pessoas LGBTQIAPN+. Se você estiver sensível a estas questões, será um elo 
importante para o acesso qualificado e humanizado de gênero e sexualidade 
em sua unidade de saúde e fará toda a diferença na vida das pessoas. 
Lembre-se das políticas públicas que 
estudamos, pois elas são o guia para orientar o 
caminho a ser adotado nos serviços de saúde. 
Aproprie-se destas 
políticas e seja um(a) 
agente que irá ajudar 
na implementação 
delas no seu 
território! 
Seja o protagonista da mudança 
que você quer ver!
Até a próxima!
50
REFERÊNCIAS
AKOTIRENE, C. Interseccionalidades. São Paulo: Sueli Carneiro: Pólen, 2019.
BARATA, R. B. Relações de gênero e saúde: Desigualdade ou Discriminação? In: 
BARATA, R. B. Como e por que as desigualdades fazem mal à saúde. 2. reimpr. Rio 
de Janeiro: Fiocruz, 2016. ISBN: 978-85-7541-184-1. Disponível em: 
http://www.livrosinterativoseditora.fiocruz.br/desigualdades/. Acesso em: 11 dez. 
2024.
BRASIL. Ministério da Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. 
Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher. Brasília: Ministério da 
Saúde, 2004.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de 
Ações Programáticas Estratégicas. Política Nacional de Atenção Integral à 
Saúde do Homem. Brasília: Ministério da Saúde, 2008.
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de 
Atenção Básica. Saúde sexual e saúde reprodutiva. 1. ed. 1. reimpr. Brasília: 
Ministério da Saúde, 2013. 300 p. (Cadernos de Atenção Básica, n. 26). ISBN: 
978-85-334-1698-7. 
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa. 
Departamento de Apoio à Gestão Participativa. Política Nacional de Saúde 
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Material Complementar
DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO. Defesa dos Direitos Sexuais e Reprodutivos das 
Mulheres. Brasília: DPU, 2021. Disponível em:
https://direitoshumanos.dpu.def.br/wp-content/uploads/2021/07/cartilha_defes
a_direitos_sexuais_reprodutivos-2021.pdf. Acesso em: 21 jan. 2025.
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Disponível em: https://youtu.be/PoFcit60XR4?si=HahxpTLpUAZiwzLL. Acesso em: 21 
jan. 2025.
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE; OLIVEIRA, D. C. de; POLIDORO, M. (coords.). 
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interinstitucional entre Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Instituto 
Federal do Rio Grande do Sul e Universidade Federal do Paraná. Porto Alegre: 
UFRGS, 2020. Disponível em: 
https://iris.who.int/bitstream/handle/10665/175556/9786586232363-por.pdf?sequ
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BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção Primária à Saúde. 
Departamento de Gestão do Cuidado Integral. Guia de Saúde do Homem para os 
ACS. Brasília: Ministério da Saúde, 2024.Disponível em: 
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_saude_homem_agentes_co
munitarios_saude.pdf. Acesso em: 10 fev. 2025.
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Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério da Saúde
bvsms.saude.gov.br

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