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CENTRO UNIVERSITÁRIO ADVENTISTA DE SÃO PAULO CURSO DE ENGENHARIA CIVIL ESTRADAS II Controle de compactação em obras viárias, metodologias e equipamentos existentes para a execução. WILLIAM ARNOLD DIEDRICH, 76829 Turma A ENGENHEIRO COELHO – SP 2015 Introdução A compactação consiste na relação que liga a densidade do solo com o teor de umidade deste solo quando submetido a uma determinada energia de compactação (O. J. Porter; R. R. Proctor). Compactação de um solo é a operação da qual resulta o aumento da massa específica aparente do solo (e de outros materiais, como misturas betuminosas etc.), por manipulação, agindo-se sob a forma de pressão, impacto ou vibração das partículas do solo, de modo que a partícula constitutiva do material entre em contato mais íntimo, pela expulsão do ar (processo de densificação). Com a redução da % de vazios de ar, consegue-se também reduzira tendência de variação de teores de umidade dos materiais integrantes do pavimento, durante a vida em serviço.O resultado obtido na compactação é medido pela massa específica aparente seca (γs). Com baixos teores de umidade (h), os solos oferecem resistência à compactação, resultando baixos valores de γs (para uma dada energia de compactação) e altas % de vazios de ar (a%). Quando h aumenta, a água atua como lubrificante, tornando o solo mais trabalhável, resultando maiores valores de γ se menores valores de a%. Quando os vazios de ar diminuem e atingem um certo valor (para uma dada energia de compactação), a água e o ar, em conjunto, tendem a manter as partículas de solo afastadas, dificultando qualquer diminuição posterior dos vazios de ar. Aumentando-se os teores de umidade (h) de compactação, os vazios totais (ocupados por ar e por água) continuam a crescer, resultando em menores valores de γs. Resulta disto, a noção de γs máx e hot. O efeito do acréscimo da energia nos valores de γ s é mais sensível para teores de umidade inferiores a hot (como decorre da própria forma das curvas de compactação), onde são maiores as % de vazios de ar. Os solos bem graduados, geralmente, apresentam curvas de compactação com um máximo pronunciado, ao contrário dos solos de graduação uniforme, que se caracteriza por curvas achatadas. Na construção de todas as camadas de um pavimento, intervém a operação de compactação, cujos objetivos são obter uma máxima estabilidade e atenuar os recalques devidos ao tráfego. Um pavimento, durante sua vida em serviço, sofrerá deformações elásticas (inevitáveis) e, deformações plásticas, que podem ter uma dupla origem: escoamento lateral: volume constante e falta de estabilidade;diminuição de volume: recalques e aumento da compacidade.É importante lembrar que as condições de rolamento de um pavimento ou o desempenho de sua superfície,durante a vida em serviço, Uma compactação bem executada durante a construção.Os princípios gerais que regem a compactação no campo são semelhantes aos de laboratório. No entanto, existem diferenças no comportamento do solo quando da operação de compactação:– não há, necessariamente, igualdade entre as energias de compactação no campo e no laboratório,conduzindo a um mesmo γ s para uma dado teor de umidade e isto se deve, principalmente, às diferenças de confinamento do solo, no campo (em camadas) e no laboratório (no interior de um cilindro); – os equipamentos de compactação conduzem a "linhas de ótimos" diferentes das de laboratório, podendo estar mais ou menos próximas da linha de saturação; – são diferentes as estruturas conferidas ao solo no campo e no laboratório, o que repercute diretamente na estabilidade alcançada; – podem ser diferentes os teores de umidade, h, de campo e de laboratório, para um mesmo Γ s de um mesmo material. Pode-se definir a "energia" ou "esforço" de compactação no campo, como o produto de força exercida na barra de tração pelo caminho percorrido, dividido pelo volume de solo compactado. Esta força, que corresponde auma resistência ao rolamento, diminui, no entanto, à medida que o solo se densifica e é uma das maneiras indiretas de se constatar o fim da eficiência do equipamento no aumento da densidade do solo, isto é, ainutilidade do ponto de vista prático, de se aumentar o número de passadas. Do ponto de vista da simplicidade, é comum considerar que para um dado equipamento, a "energia" ou "esforço" de compactação é diretamente proporcional à espessura da camada compactada. Para variar o esforço de compactação no campo, pode-se alterar: – número de passadas: s cresce linearmente com o logaritmo do número de passadas; – a espessura da camada compactada: Porter afirma que o esforço necessário para obter-se um determinado γs varia na razão direta ao quadrado desta espessura; – características do equipamento: peso total, pressão de contato, área de contato ou o próprio tipo de equipamento. A energia de compactação no campo pode ser aplicada, como em laboratório, de três maneiras diferentes, citadas na ordem decrescente da duração das tensões impostas: pressão; impacto; vibração.O equipamento de compactação é dividido em três grandes categorias: Rolos estáticos: rolos lisos de rodas de aço, rolos pneumáticos e os rolos pé-de-carneiro; – rolos vibratórios;– soquetes mecânicos .O objetivo da compactação de solos é Aumentar sua resistência a cisalhamento e diminuir sua deformabilidade , isto é, aumentar o módulo de elasticidade ou deformação, o que se traduz, genericamente, pelo termo " estabilidade ", e diminuir a absorção de água, o que significa a maior permanência das condiçõe sobtidas imediatamente após a compactação.Pode-se verificar que, para um dado teor de umidade de compactação, h, a estabilidade, medida em termos deCBR, por exemplo, cresce sempre com γ s (tanto CBR imerso, como não imerso), a não ser para valores γs e h muito distantes do par de valores hot e γsmáx. Para um dado h de compactação, a variação de volume, por umedecimento ou secagem, pode ser maior para os solos mais densos, mas o γs final é maior e o h final é menor. Do mesmo modo que em laboratório, a variação de γ s com a energia de compactação é mais sensível nos solos siltosos ou argilosos, do que nos solos pedregulhosos ou arenosos.Na compactação de campo, uma "passada" do equipamento, significa que este executou uma viagem de ida ou de volta, em qualquer extensão, na área correspondente a sua largura de compactação, enquanto que uma"cobertura" significa que foi executada um número suficiente de "passadas" para que toda a área entre em contato com o equipamento. Os fatores que influenciam na compactação de campo são: – teor de umidade do solo; – número de passadas do equipamento; – espessura da camada compactada; – características do equipamento (pressão, área de contato etc.) Na compactação de campo, os equipamentos e o número de passadas desempenham o mesmo papel que o número de golpes de soquete em laboratório. EQUIPAMENTOS DE COMPACTAÇÃO a) ROLOS LISOS DE RODA DE AÇO: Constituem o tipo mais antigo de equipamento de compactação. Atualmente não é muito utilizado na compactação de solos propriamente ditos, apenas quando são pequenas as espessuras das camadas compactadas. Existem dois tipos de rolos lisos de roda de aço: – rolos de 3 rodas ou "rolo macadame", sendo uma na frente e duas atrás, com até 18t; – rolos tandem, com uma roda na frente e uma atrás, pesando de 1 a 14t. Rolos pé-de-carneiro: São constituídos por cilindros metálicos ocos, sobre os quais são adaptadas hastes metálicas ("patas" ou "pés") de comprimento variando entre 15 e 25 cm. A área de contatodos pés varia de 26 a 77 cm e a pressão de contato de 7 a 70 kg/cm. O diâmetro de cada tambor varia, aproximadamente, entre os limites de 1,0 e 1,5 m; usam-se, pelo menos, 2 tambores em paralelo, na constituição de um rolo pé-de-carneiro,cuja largura de compactação é de cerca de 2,5 m e o peso vazio, de 3 a 12 t. São equipamentos muito eficientes na compactação de solos coesivos, sendo a cobertura da ordem de 10%; a espessura da camada compactada deve variar de 15 a 20 cm. Rolos pneumáticos: São rolos com peso total de até 60 t, autopropulsores, com pressão de pneu auto-regulável, podendo chegar até 150 lbs/pol. São classificados em: – rolos rebocados com 2 eixos; – rolos rebocados com 1 eixo; – rolos autopropulsores. Rolos vibratórios: Podem ser de 1 (rebocado) ou 2 cilindros, tendo 1 ou ambos os cilindros dotados de vibração. O peso total varia entre 1 e 10t, sendo muito comum no Brasil, o rolo rebocado de 1 cilindro com peso de 3t. Um dos aspectos mais estudados em rolos vibratórios é a frequência de vibração: o conjunto solo-rolo vibratório tem um frequência, chamada frequência natural ou ressonância, onde a amplitude é máxima e o rendimento na compactação é maior. Soquetes mecânicos: São semelhantes aos mais antigos equipamentos de compactação, os soquetes manuais, e utilizam o mesmo princípio da compactação dinâmica em laboratório. Os soquetes mecânicos comuns ("sapos mecânicos") são constituídos de um cilindro com peso de 1140 kgf, que, por ação de um motor de explosão, atuando num sistema de molas, salta sobre a camada a compactar, caindo de uma altura de 35cm. A camada de solo a compactar é golpeada sucessivamente (50 a 60 saltos por minuto), sendo o avanço ourecuo do equipamento obtido pela inclinação conveniente do seu eixo vertical. São empregados onde é difícil o acesso dos outros equipamentos Medida de compactação no campo No controle de compactação no campo, deve-se tomar um ensaio de laboratório como referência e verificar oque são obtido no campo, com o equipamento, comparando estes resultados com os de laboratório, dentro de certas especificações. Esse controle pode ser feito de duas maneiras: •controle da execução do serviço ou controle "a priori"; •controle do produto terminado ou controle "a posteriori". No primeiro caso, controla-se o equipamento, o número de passadas, a espessura da camada, o teor de umidade e outras condições que se julguem necessárias a uma boa execução do serviço. No segundo caso, controlam-se certos parâmetros do solo após a compactação, como grau de compactação, índice de compacidade, porosidade, porcentagem de vazios de ar etc. Processo expedito na determinação do grau de compactação -Speedy Moisture Test Este método consiste na mistura de carbureto de cálcio pulverizado com um peso determinado de solo úmido, em recipiente fechado, de onde é medida a pressão desenvolvida pela formação do gás acetileno. Esta pressão é diretamente relacionada com a quantidade de água existente no solo e que participa da reação. Devido a aparelhagem utilizada, a amostra de solo deve ser de cerca de 26 g, o que torna inadequado a solos de graduação grossa. BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA BAPTISTA, C.N.(1976) -Pavimentação . Tomos I, II e II. Editora Globo, Porto Alegre, RS BELINCANTA, A.(2000) –Tópicos de Compactação de Solos . Série Apontamentos. Editora EDUEM. UEM,Maringá, PR DNER (1981) -Manual de Pavimentação. - Departamento Nacional de Estrada de Rodagem. Rio de Janeiro, RJ SENÇO, W. (1985) –Pavimentação. Grêmio Politécnico, São Paulo, SP SOUZA, M.L.(1976) -Pavimentação Rodoviária . Livros Técnicos e Científicos, Rio de Janeiro, RJ YODER, E.J.; WICTZAC, M.W.(1975) - Principles of Pavement Design . John Wiley and Sons. New York
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