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PRESCRIÇÃO APLICADA A ESTÉTICA PROFESSORA MICHELLY EGGERT PASCHUINO Michelly Eggert Paschuino é graduada em Naturologia pela Universidade Anhembi Morumbi – UAM, especialista em Acupuntura pela Faculdade de Ciências da Saúde – FACIS IBEHE e mestre em Semiótica, Tecnologias da Informação e Educação pela Universidade de Braz Cubas – UBC. Para complementar sua abordagem profissional, se formou como Master em Programação Neurolinguística pela Sociedade Brasileira de Programação Neurolinguística – SBPNL, como Master Coach, pelo MBA em Gestão Empresarial e Coaching da Sociedade Latino Americana de Coaching – SLAC e Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo – FESPSP, MBA em Estética e Cosmética pelo CEFAI – IBRAMED/UNIFIA em Amparo – SP e em 2023 concluiu a quarta pós graduação em Cannabis Medicinal pela UNYLEYA. Atualmente está cursando graduação tecnológica em Estética e Cosmética na modalidade EaD com previsão de término em 2024. Atua há 15 anos como docente, lecionando em cursos de graduação e pós-graduação da área da saúde. Tem experiência na área clínica e de pesquisa sobre qualidade de vida, bem-estar, recuperação e manutenção da saúde, com ênfase em terapias naturais, complementares e integrativas propostas pela Naturologia. E-MAIL: natu.coach@tregge.com.br SITE: www.tregge.com.br TELEFONE: (11)99498-2223 LATTES: http://lattes.cnpq.br/9462964112505534 http://lattes.cnpq.br/9462964112505534 Olá, Seja Bem vindo ao Módulo de Prescrição Aplicada a Estética, neste módulo vamos debater sobre os assuntos mais atuais sobre os Dermocosméticos, Endocosméticos (Nutricosméticos), Fitoterápicos e Aromaterápicos como potencializadores dos tratamentos de estética, orientados principalmente no homecare para que o paciente faça a manutenção do tratamento, ou mesmo atendendo ao profissional que tem a necessidade de produtos personalizados que não são vendidos pelas empresas de Dermocosméticos da contemporaneidade. Hoje prescrever cosméticos manipulados virou tendência e realmente diferencia o trabalho do profissional de Estética, uma vez que ele pode oferecer um tratamento diferenciado aos pacientes, com o que há de mais avançado em parceria com uma farmácia de manipulação. PARADIGMAS SOBRE O TERMO PRESCRIÇÃO O termo prescrição divide opiniões principalmente por se tratar de um termo usual na medicina, vamos compreender na base, afinal de contas existem dois tipos de prescrição: Prescrição médica: também é conhecida como receita médica, onde medicamentos e orientações médicas são registradas, visando orientar a conduta a ser adotada pelo paciente. Prescrição não-médica: se aplica aos outros profissionais no auxílio de grandes áreas: nutricionistas, educadores físicos, enfermeiros, cirurgiões-dentistas, veterinários. Basicamente as prescrições não-médicas referem-se à medicamentos de venda livre ou MIP’s que são os medicamentos isentos de prescrição. Entre eles estão analgésicos, vitaminas, os antiácidos, os laxantes, os descongestionantes nasais, etc. As principais normas que versam sobre a prescrição de medicamentos são a Lei Federal n° 5991, de 17 de dezembro de 1973 e o decreto n°3181, de 23 de setembro de 1999 que regulamenta a Lei n°9787 de 10 de fevereiro de 1999, bem como a Resolução – CFF n°357 de 20 de abril de 2001 do Conselho Federal de Farmácia (CFF) que descrevem e orientam sobre boas práticas em farmácia. No caso dos biomédicos, observe o Artigo 5 da RESOLUÇÃO No - 241, DE 29 DE MAIO DE 2014, onde cita: Art. 5º - O biomédico que possuir habilitação em Biomedicina Estética poderá realizar a prescrição de substâncias e outros produtos para fins estéticos incluindo substâncias biológicas (toxina botulínica tipo A), substâncias utilizadas na intradermoterapia (incluindo substâncias eutróficas, venotróficas e lipolíticas), substâncias classificadas como correlatos de uso injetável conforme ANVISA, preenchimentos dérmicos, subcutâneos e supraperiostal (excetuandose o Polimetilmetacrilato/PMMA), fitoterápicos, nutrientes (vitaminas, minerais, aminoácidos, bioflavonóides, enzimas e lactobacilos), seguindo normatizações da ANVISA. Cabendo aos médicos prescrever medicamentos controlados (tarja preta e vermelha), antibióticos, etc. No Brasil, a prescrição só é permitida a: QUEM PODE PRESCREVER? Observe que a relação de profissões abaixo, possuem seus respectivos Conselhos Profissionais, bem como leis específicas sobre o ato de prescrever. Médicos: Somente para uso humano e poder de prescrição ilimitado. Cirurgiões dentistas: somente para uso odontológico – Lei 5081/66. Médicos veterinários: Somente para uso veterinário – Lei 5517/68. Enfermeiros: medicamentos estabelecidos em programas de saúde pública e em rotina aprovada pela instituição de saúde, ou medicamentos fitoterápicos após conclusão de curso com carga horária de 360 horas – Lei 7498/86; Parecer COREN – BA nº 030/2014. Farmacêuticos: Medicamentos fitoterápicos, não tarjados e, desde que haja diagnóstico médico prévio, apenas quando estiver previsto em programas, protocolos, diretrizes ou normas técnicas, aprovados para uso no âmbito de instituições de saúde ou quando da formalização de acordos de colaboração com outros prescritores ou instituições de saúde, os medicamentos com tarja – RE 586/2013. Nutricionistas: Somente fitoterápicos, isentos de prescrição médica e relacionados à prática do nutricionista – RE 402/2007 do Conselho Federal de Nutricionistas. Biomédicos: produtos não considerados medicamentos. (Resolução nº 204/2.001 do Conselho Federal de Biomedicina) Enfermeiros: medicamentos estabelecidos em programas de saúde pública e de acordo com rotinas aprovadas pela instituição de saúde em que trabalham ou outras normativas técnicas estabelecidas pelo gestor municipal. (Lei 7.498/86) PRECISA MESMO SER PRESCRIÇÃO? Por uma questão de entendimento profissional, sugere-se que profissionais que trabalhem com orientações de homecare utilizem o termo: INDICAÇÃO TERAPÊUTICA, conferindo uma recomendação e uma sugestão, e não uma orientação médica como o termo prescrição socialmente e historicamente sugere. Vamos entender as palavras do ponto de vista linguístico, observe as definições do dicionário: Enfim... Para prescrever medicamentos, sugerir produtos e tratamentos, independente da profissão e das permissões legais é necessário ter formação acadêmica adequada na área da saúde. Portanto, não é qualquer profissional que está habilitado para prescrição/indicação terapêutica estética, já que durante a formação adquirem o conhecimento necessário sobre o corpo humano, fisiologia, fisiopatologia e métodos de tratamento e as reações do mesmo em contato com certas substâncias. Receitar tratamentos e/ou produtos sem a devida formação e habilitação pode levar o profissional a responder processo ético. Conselhos profissionais fiscalizam a atuação irregular e têm o poder de penalizar os seus inscritos quando identificam má conduta ou recebem denúncia. Importante salientar que na área da estética há procedimentos invasivos e não invasivos. Neste módulo abordaremos a formação para aqueles que não submetem o paciente a processos injetáveis, ou seja, tratamentos não invasivos. Pelo motivo de que o procedimento invasivo é recomendado, e não sugerido ou prescrito como algo que o paciente possa comprar mediante a apresentação de um receituário. Ou seja, técnicos e graduados na área da saúde desde que habilitados podem indicar produtos como filtro solar, goma de efeito lifting, shake termogênico, cápsulas proage, bombom da beleza, suco verde detox, e etc, com o objetivo de complementar as estratégias terapêuticas do que ele realizou em consultório, mediante a uma capacitação para que o conhecimento técnico necessário seja adquirido(também conhecido como extrato vegetal) são melhores assimilados pela pele quando diluídos em base oleosa (creme, pomada ou óleo vegetal), porém podem ser aplicados em outras bases (shampoo, gel, sérum e fluídos – dependendo do objetivo). Na maioria das farmácias de manipulação os fitoterápicos são adicionados à formulação por meio de extratos alcoólicos ou tinturas como são conhecidos. A base de sua formulação deve ser biocompatível e livre de ativos sintéticos ou corantes artificiais. Além de terem conservantes específicos para esse tipo de produto. A indicação dos fitoterápicos como chá ou como ativo cosmético em formulações manipuladas exige que o profissional faça uma especialização na área, ou uma formação em órgãos validados como o CONBRAFITO. Veja alguns extratos vegetais que são usados na fitocosmética: Arnica (Arnica montana) – Anti-inflamatória, antisséptica, descongestionante e estimulante celular. Cavalinha (Equisetum arvensi) – Ação cicatrizante e tensora da circulação periférica e superficial. Calêndula (Calendula officinalis) – anti-inflamatória, antisséptica, adstringente, emoliente e ativadora da circulação. Camomila (Matricaria camomila) – anti-inflamatória, antialérgica, descongestionante e refrescante. Copaíba (Copaiba sp) – bactericida, fungicida, cicatrizante, antisséptica, anti- inflamatória e emoliente. Ao indicar fitoterápicos na forma de infusão ou decocção é fundamental que você oriente corretamente como o paciente deve preparar esses produtos. Referência de erva para 1 xícara de chá de 350ml: 1 colher de sopa do fitoterápico escolhido 1 xicara 1 pires para abafar E a água na temperatura ideal como pode ser observado nas duas descrições abaixo: INFUSÃO: Para ervas aromáticas e outras plantas ou partes de estrutura frágil, como flores e folhas. A água quente (desligar quando começar a fazer pequenas bolhas no fundo) é despejada sobre 1 colher de sobremesa da erva e em seguida abafada, por dez minutos. Não é aconselhável ferver a água juntamente com tais ervas, para que não oxidem ou percam suas propriedades. DECOCÇÃO: Para raízes, cascas e sementes. Na cocção, a planta é fervida por pelo menos 5 minutos e abafada por 10 minutos (1 colher de chá para cada xícara de água). DICAS IMPORTANTES: Nunca tome um chá mais de 24 horas depois de seu preparo, pois será iniciado o processo de fermentação. Recomendamos variar o chá, evitando-se consumir o mesmo chá por mais de trinta dias, pois o nosso organismo tende a responder cada vez menos. SOMENTE NUTRICIONISTA PODE INDICAR FITOTERÁPICOS? No que se refere ao Conselho de Nutrição a Resolução CFN nº 402/2007 que “Regulamenta a Prescrição Fitoterápica pelos Nutricionistas de Plantas in natura, Frescas ou como Droga Vegetal, nas suas Diferentes Formas Farmacêuticas e dá outras providências.” Estabelece no artigo 3 que a prescrição fitoterápica é parte do procedimento realizado pelo nutricionista na prescrição dietética e, em seu parágrafo único, estabelece que “As formas farmacêuticas permitidas para o uso pelo profissional nutricionista são exclusivamente de uso oral, tais como: I – Infuso, II – Decoto, III- Tintura, IV- Alcoolatura, V- extrato”. Como foi citado no início deste tópico, não consta na ANVISA orientações que impeçam o profissional de estética a indicar fitoterápicos, desde que estes sejam de venda livre ou MIP (medicamentos isentos de prescrição). Em 2016 a ANVISA publicou o Memento Fitoterápico que auxilia os profissionais a compreenderam informações como dose, frequência, formas de administração, toxicidade, além de especificar quais são os fitoterápicos exclusivos de indicação médica ou de venda livre. Abaixo segue uma lista mais detalhada de alguns fitoterápicos e suas indicações nas formulações. Para visualizar as informações de maneira ampla consulte os slides. INCI NOME POPULAR PARTE UTILIZADA INDICAÇÕES TÓPICAS MARCADOR CONCENTRAÇÃO FORMULAÇÃO OBSERVAÇÂO Aloe Vera Babosa Gel no interior da folha Cicatrizante, anti- inflamatório, regenerador, calmante. Polissacarídeos totais 1 a 5% Pode ser usado como base para formulações mais fluídas. Arnica Montana Arnica Flores Equimoses, hematomas e contusões Lactonas sesquiterpênicas totais expressas em helenalina 1 a 10% Pomada ou Gel-creme. Não usar em feridas abertas. Calendula officinales Calêndula Flores Cicatrizante, anti- inflamatório para ferimentos e mucosas Flavonóides totais expressos em hiperosídeos; 1 a 10% In-out Centella asiática Centella asiatica Folhas Insuficiência venosa dos membros inferiores Derivados triterpênicos totais expressos em asiaticosídeo 1 a 10% In-out Hamamelis virginiana Hamamélis Folhas Hemorróidas externas, equimoses Taninos 1 a 5% In-out Matricaria recutita Camomila Flores Anti- inflamatório Apigenina -7- glicosídeo 05 a 5% In-out Serenoa repens Saw palmetto Frutos Impede a produção do hormônio DHT Ácidos Graxos 3% Prescrição médica Symphytum officinale Confrei Raízes Cicatrizante em lesões abertas Alantoína 1% Utilizar por no máximo 4-6 semanas/ano. Camellia sinensis Chá verde Folhas Antioxidante, proliferação celular e a redução da apoptose nas células da papila dérmica do folículo piloso Epigalocatequinagalato 1 a 10% 2,5% em estudos mostrou melhor estímulo do crescimento capilar quando comparada ao minoxidil na mesma concentração Alfa bisabolol - Quimiotipo de o.e. de Camomila, Rosas, Candeia Antiséptico, antimicótico e cicatrizante. Queimaduras e peles sensibilizadas Alfa bisabolol 0,1 a 1% Pode-se usar o o.e. com o propósito de agregar aroma e o componente na formulação. Avena Sativa Aveia Coloidal Cereal antioxidante, calmante e anti- inflamatória, na acne (hipercromia pós inflamatória). Hidratante Ácidos avênicos A e B, ácido pantotênico, ácido salicílico, vitaminas B1 e B2, beta-glucanas e aminoácidos 3 a 10% 7 a 15g adicionado ao banho do bebê Apis mellífera Própolis Resina cicatrizante, anti- inflamatória, bactericida, protetora e regeneradora de tecidos, calmante de irritações da pele. Resinas vegetais e bálsamos: 50%; cera de abelha: 30%; óleos essenciais: 10%; grãos de pólen: 5%. Além disso, flavonóides, vitaminas, enzimas e minerais (alumínio, cálcio, estrôncio, ferro, magnésio, silício, titânio, bromo e zinco). Até 10% Cremes, loções cremosas, hidro alcóolicas ou tônicas, em shampoos, géis, loção de limpeza, produtos pós- barba, pós- depilação, para picadas de inseto, máscaras faciais, sabonetes e outros produtos cosméticos. Hippocastanum vulgare Castanha da índia Castanha Fragilidade capilar, varizes, hemorroidas e edemas por má circulação, flebites, insuficiência crônica venal, pele (dermatite, eczema, inflamações gerais), peso e dor nas pernas. 30% de Escina; outras saponinas (afrodescina, argirescina, criptoescina); taninos (ácido esculitânico, epicatequina, leucocianidina, leucodelfinina) Até 10% In & out AROMATERAPIA O termo de origem grega, refere-se ao tratamento por meio dos aromas/fragrâncias, para equilibrar mente e corpo. Em 1928 René Gattefossé após se queimar, por impulso mergulhou a mão em um recipiente cheio de óleo de lavanda, e descobrindo as propriedades cicatrizantes e anti-inflamatórias do óleo essencial mais famoso na aromaterapia. Os óleos essenciais são extratos voláteis, que evaporam em contato com o ar, altamente concentrados encontrados em parte das plantas aromáticas (flores, folhas, raízes, cascas de frutas), são usados como complemento e como potencializadores terapêuticos, seja na aromatização de ambientesou na aplicação tópica (cremes, gel, óleos de massagem, banhos de imersão e etc). Os métodos clássicos de produção dos óleos essenciais são: Destilação a vapor, Extração por prensagem a frio ou Expressão e Destilação por solvente. Extração dos óleos essenciais depende da parte da planta que oferece as moléculas aromáticas: semente, raiz, rizoma, resina, madeira, folha, fruto ou flor. Os óleos essenciais são classificados em 3 notas: cabeça/alta: os cítricos e mentolados (laranja, hortelã pimenta), coração/média: os florais e folhas (gerânio, manjerona), e base/baixa: os lenhosos e raízes (cedro, patchouli). ALTA – CABEÇA MÉDIA – CORAÇÃO BASE - RAIZ Óleos Leves Rápida Evaporação São as primeiras a exalarem o aroma Tendem a dissipar rapidamente – 10 a 20 minutos Animam, estimulam a mente, energizam e revigoram, Óleos Medianos Média Evaporação Efeitos balanceadores, equilibradores, harmoniza e nivela. Tempo de evaporação – 3 horas em média Óleos Densos Lenta Evaporação – 5 a 8 horas São fixadoras e favorecem uma evaporação progressiva dos demais aromas. Favorecem a conexão com a realidade. Acalmam, sedam, relaxam e estabilizam. Embora a dosagem dos óleos essenciais seja feita em gotas, estamos falando de um extrato altamente concentrado, por exemplo, para 1 gota de óleo essencial é preciso em média 30 xícaras da planta, isso justifica o alto custo de alguns óleos, como é o caso do óleo essencial de rosas (2ml – R$350,00 em média), e também serve de alerta, com a quantidade a ser utilizada, para isso faz-se necessário a formação em aromaterapia ou o serviço de consultoria com um profissional qualificado, além da utilização de óleos essenciais 100% puros, com boa procedência, diluídos e externamente (na pele ou no ambiente). Qualquer óleo essencial deve ser envasado em recipiente de vidro escuro (âmbar ou cobalto – azul), ter o conta gotas fixado ao vidro (para diminuir ao máximo o contato do óleo com o meio externo e preservar sua qualidade), na etiqueta além do nome popular, o nome científico, deve ser referenciado o prazo de validade, farmacêutico responsável, registro na ANVISA e o mais importante deve estar escrito: óleo essencial puro. http://harmoniearomaterapia.com.br/blog/wp-content/uploads/2017/03/Rótulo-OE- com-marcações-768x541.png DIFERENÇA DO ÓLEO ESSENCIAL E DA ESSÊNCIA O óleo essencial é uma vertente da medicina botânica, e contém mais de 300 compostos químicos diferentes, atuando como um fitoterápico, nas funções fisiológicas do corpo, e a nível comportamental (mental e emocional). Por exemplo, o óleo essencial de gerânio é um regulador hormonal, muito utilizado em problemas de pele. Na saúde da mulher, trabalha a percepção do feminino, além de diminuir os sintomas da Tensão Pré- Menstrual (TPM). Já a essência, diferencia-se pelo preço acessível, mas é um composto químico elaborado em laboratório, 100% sintética, e a sua função é imitar o aroma de plantas, frutas, chocolate, etc. Além de não produzir efeitos terapêuticos podem gerar alergias respiratórias e de pele. ÓLEO ESSENCIAL ESSÊNCIA ORIGEM Natural Sintética COMPOSTOS QUÍMICOS Em média 300 por gota de óleo essencial. Em média 100 por gota de essência. OBTENÇÃO Destilação Elaborada em laboratório. UTILIZAÇÃO Aromatização de ambientes, uso tópico Apenas aromatiza o ambiente EFEITOS FISIOLÓGICOS Terapêutico, produz efeitos fisiológicos e efeitos comportamentais. Não possui efeitos terapêuticos, em excesso pode provocar alergias. PREÇO Alto investimento Mais acessível ASPECTOS DA EMBALAGEM Vidro escuro (âmbar ou azul cobalto), tampa com fechamento de rosca, com conta gotas, visando evitar o contato do óleo com o ambiente, rótulo com informações indicativas como demonstrado na figura indicativa de uma empresa de aromaterapia. Além de constar o registro nos órgãos públicos como a ANVISA. Embalagem plástica ou de vidro transparentes, líquido colorido (azul, verde, rosa), aromas diferenciados que não podem ser destilados (champagnhe, chocolate, morango, bambu, brisa do mar, etc.), rótulo simples e objetivo, geralmente etiqueta apenas com o nome, sem registro de órgãos públicos como a ANVISA. Ou seja, se o nosso objetivo é promover uma melhora terapêutica, iremos optar pelos óleos essenciais que atuarão a nível fisiológico e psicológico promovendo uma abordagem terapêutica multidirecional. As essências só dão cheiro e ainda podem promover reações alérgicas e resultados indesejados na pele. Apesar de terem diferenças específicas é comum os profissionais que estão iniciando a atuação com aromaterapia, confundirem óleo vegetal com óleo essencial. Vamos ver a diferença: Ambos são amplamente utilizados na Aromaterapia, mas cada um tem sua função específica, confira abaixo algumas características gerais: ÓLEO ESSENCIAL - Extrato volátil aromático. - Altamente concentrado. - Extraído de partes aromáticas de plantas (folhas, flores, cascas, sementes, cascas de frutas, raízes). - Possui efeitos terapêuticos sistêmicos (analgésico, termogênico, vasodilatador, drenante, relaxante, bactericida, fungicida, etc...) - Atua no comportamento e nas emoções, produzindo efeitos no Sistema Límbico. - Precisa ser diluído em veículo carreador (creme, gel, óleo vegetal, etc...) - Também conhecido como ativo aromático. ÓLEO VEGETAL - Óleo Hidratante e Carreador, no qual os óleos essenciais são diluídos. - Extraídos geralmente de sementes e frutos altamente nutritivos (semente de uva, amêndoa, abacate, coco, gergelim, etc). - Rico em vitaminas. - Usado para hidratar a pele do corpo, face e cabelos. - Favorece o deslizamento nas manobras de massagem. - Não possui aroma notório ou que impeça a associação dos óleos essenciais. - Favorece a permeação dos ativos. - Alguns são usados também na culinária. Ambos devem ser envasados em vidro de preferência escuro, por serem vegetais, naturais e sem aditivos sintéticos, podem oxidar rapidamente em contato com a luz e o ar. DILUIÇÃO DOS ÓLEOS ESSENCIAIS Os óleos essenciais devem ser diluídos em óleos carreadores, já que estes, além de conter vitaminas, proteínas e sais minerais, são o veículo perfeito para a diluição e absorção pela pele. Por serem hidratantes e conterem nutrientes são usados para diluir os óleos essenciais na aplicação de MASSAGENS e BANHOS. Faça uso seguro de Óleo de amêndoas doces ou Óleo de semente de uva. Loções e cremes base vegetal sem aroma, também são apropriados para estas práticas. Segundo Vera Guedes, a quantidade de óleo essencial considerada segura para uso varia entre 0,5 a 5%, dependendo das condições da pessoa e também de seu tamanho e peso: 3,5% - 7 gotas de óleo essencial para 10 ml de carreador. 4 % - 8 gotas de óleo essencial para 10 ml de carreador. 4,5% - 9 gotas de óleo essencial para 10 ml de carreador. 5 % - 10 gotas de óleo essencial para 10 ml de carreador. Exemplos: 1,5% de óleo essencial poderão ser diluídos em: 10 ml de carreador: usar 3 gotas do óleo de tratamento. 50 ml de carreador: usar 15 gotas do óleo de tratamento. 100 ml de carreador: usar 30 gotas do óleo de tratamento. 200 ml de carreador: usar 60 gotas do óleo de tratamento. Considerações importantes: Tratamento facial - 0.5% Crianças e Idosos - 1% Adulto em geral - 2% Condições aguda - 3% Pessoas acima do peso - até 5% Para uso em cosméticos, o % de diluição é o mesmo, porém os veículos podem ser variados, indo além da possibilidade do óleo vegetal. Séruns, tônico, gel, creme, shampoo, etc... A única recomendação é de que visando uma melhor performance de permeação e interação com os tecidos objetivados os veículos precisam ser biocompatíveis, orgânicos, naturais ou ecológicos.Segue um exemplo de diluição para proporções diferentes de veículo, respeitando as doses de segurança. Reforçando apenas que se a escolha for creme deve-se substituir ml por gr. "Segurança e diluição são indissociáveis. Um bom exemplo, para evitar o risco de alergia da pele, o óleo essencial de Cravo (bud) deve ser utilizado em baixa porcentagem 0,5%, o óleo essencial de Manjericão Santo (Holy Basil) em até 1%. Para evitar o risco de fototoxicidade, o óleo essencial de Limão não deve ser usado mais do que 2%, enquanto o óleo de Grapefruit poderá ser diluído em até 4%. Saber como calcular diluições é crucial para a prática segura de aromaterapia. Dizer "diluir antes de utilizar os OE na pele" não é o aceitável - se trata de uma informação insuficiente. Você precisa saber que diluições são seguras e como calculá-las" Robert Tisserand Óleos essenciais de Lavanda, Camomila Romana, Laranja Doce, Cedro, Pinho, são exemplos de óleos essenciais considerados seguros que podem respeitar essas questões de diluição. Podendo ser usados até com 1,0% de diluição para procedimentos faciais (2 gotas em 10ml de base carreadora), como os óleos de Mirra, Sândalo, Patchouli, Ho Wood, Camomila Romana, Cedro, Cipreste. Já alguns óleos essenciais possuem contraindicações desconhecidas como o Nardo, Galbano, Néroli, Petitgrain, Tangerina, Vetiver e devem ser usados dentro da diluição de segurança e serem observados dentro do período terapêutico. O tão conhecido óleo essencial de Melaleuca usado na estética e na podologia, muitas vezes puro na pele, se for usado em concentrações acima de 5% é alergênico e desequilibra a função barreira, causando ressecamento e hiperqueratose a longo prazo. Mesmo sendo seguro, deve ser diluído antes de usar na pele. Outra coisa que precisa ser levada em consideração ao uso dos óleos essenciais na formulação são as especificidades de cada óleo. Pelos riscos de alergenicidade ou de toxicidade, alguns terão limites de % de diluição como: Cardamomo – por conter 1,8 cineol que é um componente que causa broncoespasmos, contraindicado para quem tem asma e crianças com menos de 2 anos (esse componente também está em grande quantidade nos óleos essenciais de eucalipto glóbulos e alecrim). Hortelã Pimenta – contêm 30% de cetonas, contraindicado para crianças, gestantes, lactantes. Jasmim – só deve ser usado em concentração máxima de 0,7%, pois aumenta a pressão arterial. Laranja Amarga – diluição máx 1,25%. É Fototóxico, pelo componente furanocumarina (presente também no limão siciliano e tahiti). Lemongrass - Interage com alguns medicamentos (anfetanil, metadona, tamoxifeno e hipoglicemiantes) e é irritativo, usar no máximo até 0,7% (o óleo de Litsea Cubeba também apresenta as mesmas características por fazer parte da mesma família botânica) Manjericão – pode irritar a pele em concentrações acima de 3%. Angélica – É Fototóxico, usar no máximo 0,8%. Isso sem fazer em óleos essenciais suja diluição de segurança não chega nem uma gota em protocolos faciais, o que interfere diretamente na quantidade de base a ser usada. Como no caso da BERGAMOTA (0,4%), do EUCALIPTO (0,25%), do CRAVO (0,1%) e da CANELA (0,1%). Use com consciência! A IMPORTÂNCIA DA PARCERIA COM O FARMACÊUTICO Como no universo da estética e da cosmética as novidades são constantes não basta você estar alinhado com as novidades, se a farmácia que você vai fazer suas indicações não se atualiza e traz os ativos e insumos que você precisa. Isso se aplica para tudo, fitoterápicos, óleos essenciais, essências florais, ativos cosméticos e nutricosméticos. O farmacêutico por meio de suas competências e habilidades profissionais irá auxiliar você profissional a fazer as melhores composições definindo a melhor base, proporções, sensorial e embalagens específicas para as suas formulações terem a melhor performance. Siga sempre essas dicas para não errar: 1. Personalização das formulações de acordo com as necessidades de cada paciente. 2. Definições de bases, conservantes e quais ativos são mais adequados. 3. Embalagens, ph e concentração (%). 4. Sensorial e apresentação do produto final. 5. Escolha um farmacêutico especialista em cosmetologia e que se atualize com frequência, trazendo esses ativos e novas tecnologias para a farmácia. Qual é a melhor opção para o paciente/cliente? O cosmético industrializado ou manipulado? Antes que você possa tomar suas decisões acompanhe os aspectos positivos e negativos de cada tipo de cosmético. Veja o cosmético manipulado: E agora o cosmético industrializado: POSITIVOS NEGATIVOS Personalização Limitação de indicação de acordo com a competência profissional Ajuste individualizado de pH, dosagem, base e conservante Controle de qualidade pode ser falho Autonomia profissional Novidades depende do farmacêutico Formulações puras e exclusivas Baixa validade (3 meses em média) A embalagem pode ser escolhida A responsabilidade final é do prescritor Infinitas possibilidades Difícil rastreabilidade Altos riscos de contaminação Impossível produzir teste de eficácia, estabilidade e etc. pra cada formulação. Difícil associar alta tecnologia cosmética, sem refletir no valor final POSITIVOS NEGATIVOS Fácil acesso Não permite personalização* SAC Sua eficácia refere a estudos gerais Controle de Qualidade, Teste de Eficácia, Reprodutividade Alguns componentes podem ser alergênicos ou xenobióticos Estabilidade $ agregado da marca Baixa Contaminação Poucas opções para gestantes, lactantes e puérperas Fácil Rastreabilidade Novidades produzidas de acordo com nicho de mercado. Maior prazo de validade Manejo de resíduos Propostas Eco-Ambientais Ou seja, a resposta é depende, o cosmético industrializado é produzido em escala respeitando as etapas e as evidências científicas de um perfil geral que define as especificidades de um cosmético (p.ex. cosméticos para a acne). Como eles são mais específicos, você provavelmente vai precisar de alguns cosméticos para cuidar de uma pele com problemas diversos (p.ex. acne e desidratação). Já o cosmético manipulado permite a personalização para cada pele e paciente, você pode fazer um hidratante com ativos secativos e anti-inflamatórios para a acne (p.ex.). Pacientes gestantes e com a pele sensibilizada permite que você em parceria com o farmacêutico indique formulações seguras e indicadas, como ácidos para clareamento e até mesmo hidratantes específicos com bases menos irritativas. Além disso você consegue alinhar com o farmacêutico bases biocompatíveis, conservantes menos irritativos ou que não tenham efeito como disruptor endócrino, definir ph, dosagem (%) específicas de acordo com os seus objetivos. Para encerrarmos nosso módulo, deixo como sugestão alguns modelos de indicações terapêuticas para serem usadas nas suas indicações estéticas. Foi um prazer passar esse módulo em vossa companhia, estou à disposição caso precise nos contatos disponíveis no início desse material didático. VAMOS SIMULAR UMA PRESCRIÇÃO Observe o caso a seguir: W.C.S. tem 37 anos e apresenta acne nas regiões mandibulares, mentoniana e pré auricular, gostaria de fazer preenchimento e botox, porém a acne é algo que a incomoda muito por não ter a pele uniforme, lisa e sempre vermelha. A paciente está em acompanhamento médico para tratar a disfunção hormonal e passando em acompanhamento com nutricionista, pratica atividade física 3 vezes na semana. Gosta de uma rotina de cuidados com a pele breve (com poucas etapas), usa pouca ou quase nenhuma maquiagem e não usa protetor solar por achar que piora a acne. Apresenta lesões de acne como comedões, pápulas e pústulas e hipercromia pós inflamatória próximo das lesões agudas. Foto de simulação do caso. Depois deAvaliar o Caso Clínico, defina: - Dermo ou Nutricosméticos de acordo com a realidade do paciente (Quais passos?) - Escolha a base cosmética e verifique se % de adição de ativos. - Escolha os ativos (alinhados com a realidade do paciente). - Formalize a prescrição ou indicação como nos modelos em anexo. Abaixo deixarei como sugestão a formulação de um hidratante multifuncional: Hydra Fresh - Biotec 25% de ativos Rico em Ômegas 3 e 6, hidratante, refrescante, maciez, sedosidade com toque seco. Indicada para peles mistas, oleosas, lipídicas. Sugere-se a formulação em 30gr ou 60gr Hidratação Base Cosmética + CBA - Controle da Inflamação CBA Beracare 5% Reparo da Função Barreira Base Cosmética + CBA - Protetor da Luz Visível Niacinamida 4% Ativos Específicos Pure Intense Oil 2% Saw palmeto 3% Própolis 7% Acne Less 4% Algumas informações importantes: Não há necessidade de usar a capacidade total de ativos da base. Estabeleça os objetivos terapêuticos e escolha os ativos que terão ações sinérgicas e potencializadoras do tratamento. Perceba que a base cosmética já pode em sí ter ativos terapêuticos, cuidado com ações antagônicas. Alguns ativos agregam alto valor a formulação, ajuste os ativos de acordo com a situação financeira do paciente. Trabalhe na tríade de equilíbrio cutâneo: Hidratação, Reparo da Função Barreira e Controle da Inflamação. Associe um ativo que proteja a pele da luz visível (aspecto fundamental do tratamento) e os ativos de acordo com o objetivo estético. Agora é só praticar para as outras etapas e para outros casos. Boa prática. REFERÊNCIAS GERALDO BRASILEIRO FILHO. Bogliolo Patologia. 9 Ed. 2016. ELAINE GUIRRO, RINALDO GUIRRO. Fisioterapia Dermato-Funcional. 2010. PEYREFITTE G., CHIVOT M., MARTIN M.C. Cosmetologia, Biologia Geral, Biologia da Pele. 2013 MARIA PAULINA KEDE, OLEG SABATOVICH. Dermatologia Estética. 2Ed. 2009 GUYTON A.C. Tratado de Fisiologia Médica. 2002 ADILSON COSTA. Tratado Internacional de Cosmecêuticos. 2012. MARSHALL W., LAPSEY M., DAY A., AYLING R. Bioquímica Clínica, 3 Ed., 2016. PAMELA C. CHAMPE, RICHARD A. HARVEY. Bioquímica Ilustrada, 5 Ed., 2012. AULTON M. Delineamento de Formas Farmacêuticas. 2Ed. 2005. SOUZA V.M, JUNIOR D.A. Ativos Dermatológicos. Ed.Esp. 2009. SITES Home - Editora CIA Farmacêutica (ciafarmaceutica.com.br) Galena Farmacêutica - Vida saudável, longevidade e beleza. Biotec | (biotecdermo.com.br) Florien Fitoativos | Distribuidora de insumos, especializada em fitoterápicos. CURSOS PARA SE ESPECIALIZAR Eu Prescrevo Manipulados - YouTube https://ciafarmaceutica.com.br/ https://www.galena.com.br/ https://www.biotecdermo.com.br/ https://florien.com.br/ https://www.youtube.com/@EuPrescrevoManipulados/videos Cosmeticgirl - Cosmeticgirl Cursos | Hotmart Ivone Moser – Estética por saúde, sempre! https://hotmart.com/pt-br/marketplace/produtos/cosmeticgirl/G69633433H https://ivonemoser.com.br/ MODELO DE INDICAÇÃO TERAPÊUTICA O profissional pode personalizar esse documento para preenchê-lo em computador e imprimir com as orientações digitadas (o que facilita a compreensão), depois apenas carimba e assina, antes de entregar ao cliente. Independente do produto ou procedimento a ser indicado o profissional deve ler este documento na presença do cliente em voz alta e dependendo do procedimento a ser a realizado o profissional pode solicitar por exemplo que o cliente assine uma cópia de ciência para procedimentos minimamente invasivos como o microagulhamento, micropigmentação e peelings, nos quais o profissional orienta cuidados pós procedimento que irão interferir no sucesso do tratamento. Logo, Nome do Profissional, titulação e n° do conselho/associação/ sindicato. Área em branco, onde as indicações serão escritas. Meios de contato, endereço, telefone, e-mail, site. Segue uma sugestão de termo de ciência a anexado na ficha de avaliação do cliente ou em uma via da indicação terapêutica: “ Eu ____________________________ estou ciente de que as orientações descritas neste documento esclarecem as medidas preventivas e de cuidado para que o meu tratamento tenha o resultado esperado, me comprometo a segui-las de acordo com a orientação recebida pela profissional. No descumprimento de uma ou mais etapas, as alterações inestéticas que poderão ocorrer em consequência de minha conduta, são de minha inteira responsabilidade. Nome, RG e Assinatura” *Nome fictício Prezada Aline Vasconcelos Duarte* ORIENTAÇÕES PÓS MICROPIGMENTAÇÂO • Evitar banhos de sol por até completa cicatrização, usando protetor solar na região e evitando, ao máximo, o calor (inclusive do secador); •Não molhar nas primeiras 48 horas a área das sobrancelhas; •Para higienizar a área, somente soro fisiológico ou água boricada em compressas geladas pelo menos 2 vezes ao dia nas primeiras 48 horas; •Não usar sabonete líquido ou qualquer outro produto para lavar ou higienizar o local nas primeiras 48h; •Sempre higienize suas mãos antes de qualquer procedimento no local que foi pigmentado enquanto estiver em fase de cicatrização; •Passar a pomada _____________ pelo menos 4 vezes ao dia, para manter a área hidratada. •Use um produto cicatrizante líquido ou sólido por 5 a 7 dias (2 x ao dia); •Após o segundo dia, lavar o rosto somente com sabão neutro no máximo 2 vezes por dia; •Não faça esfoliação com intuito de ajudar a remover as crostas e não coce a área que foi pigmentada; •Não usar sauna, não frequentar piscina e mar, nos primeiros 15 dias; •Não usar maquiagem até a completa cicatrização; •Não utilizar cremes com ácidos no local; •Não ingerir bebidas alcoólicas por 15 dias. MODELO DE INDICAÇÃO DE COSMÉTICO *Nome fictício A indicação do homecare ainda é um desafio para profissionais, que não possuem estratégias de venda e marketing. Uma possibilidade é ter uma loja associada a clínica ou revender os cosméticos. Assim que o cliente sair da cabine com o protocolo de tratamento definido, você já pode oferecer os produtos em sequência, se o cliente tiver fechado o tratamento e tiver os objetivos do tratamento bem definidos, a chance dele aderir ao homecare é maior. O cliente precisa entender o propósito do cosmético indicado, e os motivos pelos quais ele não pode substituir por um cosmético semelhante que ele já tenha em casa. Para isso o profissional, precisa fazer o papel de educador e explicar as etapas do homecare que irão garantir o sucesso do tratamento. Sra. Vanessa Oliveira Costa* Indicação Terapêutica 1 – Sérum Hidratante Bio Intensive Care – 30 ml - Bioage Recomendação: Aplicar na pele limpa 1 gota em cada área do rosto, pescoço e colo 2 vezes ao dia (de preferência manhã e noite) por tempo indeterminado. 2 – BB Cream Hidracolors – Toque Seco/Oil Free – 60gr - FPS 50 – PPD 17 - Arago Recomendação: Testar a cor do fotoprotetor com a pele limpa e na região mandibular. Aplicar na pele limpa de face, pescoço e colo o equivalente a uma colher de sobremesa de maneira uniforme, esperar completa secagem para aplicação da maquiagem. Reaplicar a cada 3 horas, também no período noturno, por tempo indeterminado. 03/05/2020 Nome do cliente Especificações do cosmético – marca, peso. Orientações de como utilizar e tempo de tratamento. Carimbo, Data e Assinatura do profissional Porém a indicação do cosmético ideal irá depender de uma série de fatores: - Conhecimento de cosmetologia. - Conhecimento dos ativos cosméticos e possíveis interações com outros cosméticos. - Escolha do tipo de cosmético alinhado com o tipo de pele do cliente. - Indicação do cosmético alinhado com a condição financeira do cliente. - Acessibilidade ao produto. - Etapas de aplicação. - Conscientização das consequências de não usar protetor solar (p.ex.). Participarde Congressos e Workshops promovidos pelas empresas é a melhor forma de se manter atualizado e por dentro das novidades dos cosméticos. Hoje além dos ativos nanoencápsulados o que irá garantir melhor permeação e atuação no tecido pretendido, ativos sensíveis são estabilizados, como é o caso da Vitamina C, além de potentes efeitos anti-poluição (prevenindo a oxidação celular e a glicação), e o melhor estão mais semelhantes ao manto hidrolipídico, sendo conhecidos como Cosméticos Biocompatíveis como vimos anteriormente. Faça suas escolhas conscientemente! MODELO DE INDICAÇÃO DE NUTRACÊUTICO / POLIVITAMÍNICOS / NUTRICOSMÉTICOS *Nome fictício As empresas que possuem mg específica para ativos patenteados orientam com relação a dose máxima e mínima dependendo do objetivo terapêutico. Fique atento para não utilizar ativos que são contrários na mesma formulação (anti-inflamatórios com aceleradores do metabolismo, p.ex.), defina um objetivo terapêutico, siga-o dentro da evolução do cliente e depois mude o protocolo e os objetivos. Ações antagônicas se anulam e resultam em resultados ineficazes. Vale lembrar que existem no mercado tamanhos específicos de cápsulas relacionadas a sua capacidade. Veja abaixo um esquema da capacidade geral de cápsulas gelatinosas Especificações do cosmético – marca, peso. Orientações de como utilizar e tempo de tratamento. Carimbo, Data e Assinatura do profissional Sra. Vanessa Oliveira Costa* Indicação Terapêutica 1 – Tratamento para Flacidez ------------------------ 180 cápsulas Exsynutriment® ------------------------------------------- 100mg Vitamina C ------------------------------------------------- 250mg Colágeno Hidrolisado ----------------------------------- 500mg Recomendação – Tomar 1 cápsula com um pouco de água 2 vezes ao dia logo após as refeições principais, durante 3 meses. 03/05/2020 Nome do cliente duras, do tamanho 000 a 4. Os valores que estiverem acima dessas referências virão com manipulações de 2 cápsulas (por exemplo) para cumprir com a mg de cada ativo solicitado. O que pode gerar confusão na cabeça do cliente no momento de tomar as cápsulas que ao invés de serem 2 por dia, serão 4. Outra questão importante é o crescimento constante de pacientes que são adeptos ao vegetarianismo, para eles as cápsulas de gelatina não são recomendadas por serem de origem animal, podendo ser substituídas por cápsulas de tapioca (Tapiocaps), porém você precisa solicitar ao farmacêutico essa especificidade. CAPACIDADE DAS CÁPSULAS GELATINOSAS DURAS Tamanho da cápsula Volume (mL) Peso (mg) Qtde de princípio ativo usualmente empregada 000 1,37 mL Acima de 1000mg (750mg) * Acima de 750mg 00 0,95 mL (500) * a 1000mg Entre 351 a 500mg 0 0,68mL (400) * a 500mg 251 a 350mg 1 0,50mL (350) * a 400mg 151 a 250mg 2 0,37mL (250) * a 300mg 50 a 150mg 3 0,30mL (200) * a 300mg Até 50mg 4 0,21mL (126) * a 252mg Até 5mg Fonte: http://magistralfarma.blogspot.com.br/2010/03/manipulacao-de-formas- farmaceuticas_22.html MODELO DE INDICAÇÃO DE COSMÉTICO MANIPULADO *Nome fictício CREME LANETTE - BASE O creme aniônico (Lanette), é uma composição de álcoois graxos superiores e alquil sulfato, hidratante e emoliente, de baixa oleosidade, de toque suave à alta resistência aos princípios ativos que requerem veículos com este caráter. É compatível com todos cosméticos e farmacêuticos que toleram emulsões aniônicas. Composição: Ceras Auto-Emusionantes, Propilenoglicol, Triglicérides do Ácido Cáprico, Metilparabenos, Propilparabenos, Imidazolidinil Uréia, Dimeticone, BHT, EDTA Dissódico e Água Deionizada. Sra. Vanessa Oliveira Costa* Indicação Terapêutica 1 – Shampoo Capilar Antiqueda Shampoo Base q.s.p. ------------------------------------ 200ml Rosmarinus Officinales oil ----------------------------- 5% Extrato vegetal de Camellia sinensis ---------------- 5% Ph de estabilidade – 4,5 Recomendação: Lavar os cabelos em dias intercalados 2 vezes, deixando a espuma da segunda lavagem agindo por 5 minutos antes de enxaguar. Condicionar as pontas do cabelo como de costume. 2 – Tônico Antiqueda Solução álcool free qsp --------------------------------- 120mL Nanofactor® aFG ----------------------------------------- 1% Nanofactor® VEGF --------------------------------------- 1% Nanofactor® IGF ------------------------------------------ 1% Capillisil HC ------------------------------------------------- 2% Cooper peptídeo ------------------------------------------ 1% Menta piperita oil ----------------------------------------- 2% Recomendação: Aplicar diariamente no couro cabeludo com o auxílio de um borrifador ou um algodão úmido com água. Dividir o cabelo em faixas com o auxílio de um pente. 03/05/2020 Nome do cliente Especificações do cosmético – marca, peso. Orientações de como utilizar e tempo de tratamento. Carimbo, Data e Assinatura do profissional Utilização/Incorporação: Uréia, Hidroquinona, Ácido Salicílico, Alfa Hidroxiácidos, Vitaminas Lipossolúveis, Óleos Vegetais, Extratos Vegetais, Corticoides, Ácido Retinóico, Coaltar, Ictiol, Enxofre e outros Princípios Ativos Terapêuticos. GÉIS Os géis têm sido muito usados como bases dermatológicas pois possuem bom espalhamento, são não-gordurosos e podem veicular vários princípios ativos hidrossolúveis e lipossomas. São mais usados para as peles mistas ou oleosas. O gel-creme são emulsões contendo alta porcentagem de fase aquosa e baixíssimo conteúdo óleos, estabilizadas pôr colóide hidrófílico. São também chamados de cremes oil-free. Trata-se de uma preparação que tem sido largamente utilizada, pois em um gel-creme é possível veicular substancias lipossolúveis, tais como filtros solares, princípios ativos oleosos, sem que o produto final deixe na pele uma sensação gordurosa. Podem ser usados em todos os tipos de pele. Existem várias substâncias que podem formar géis sendo que as mais empregadas como bases em cosmiatria são: o polímero carboxivinílico (Carbopol 940) fornecido na forma ácida e neutralizado durante a preparação com uma base, gerando géis com maior viscosidade e pH entre 6,5 e 7,5; e a hidroxi-etil-celulose (gel de Natrosol) que em concentração adequada intumesce com a água formando géis de consistência média e de característica não-iônica. Gel hidrofílico é uma preparação semi-sólida composta de partículas coloidais que não se sedimentam (ficam dispersas). Geralmente, as substâncias formadoras de géis são polímeros que, quando dispersos em meio aquoso assumem conformação doadora de viscosidade à preparação. O gel não iônico é compatível com a maior parte dos ativos hidrossolúveis usados em cosmiatria, como o ácido glicólico, que devido ao seu pH muito ácido é incompatível com o gel de Carbopol, porém não é compatível com ativos lipossolúveis como os óleos essenciais. O QUE SIGNIFICA Q.S.P. q.s.p., em química, é a abreviação de 'Quantidade Suficiente Para'. Em Latim, Quantum Satis para. Este termo é utilizado quando não se tem uma quantidade suficiente de um veículo líquido ou sólido, ou este varia, para se completar um determinado volume ou massa de uma formulação. Muito comumente o veículo líquido que completa uma solução é a água, mas pode ser também um outro solvente como o álcool ou éter. Em sólidos, como nos comprimidos ou pílulas usa-se por exemplo o amido e o talco, como veículos sólidos. No caso da água como veículo esta deverá ser destilada, deionizada, desmineralizada, e existe ainda a água Milli-Q. Estes tipos de água passam por processos que retiram grande parte dos materiais suspensos, dissolvidos e microrganismos, pois estes podem prejudicar a qualidade do produto final. *Nome fictício O QUE SIGNIFICA O TERMO F.S.A. Nas formulações o termo f.s.a. refere-se a uma orientação ao farmacêutico:“faça segundo a arte”, e trata-se de orientações específicas solicitadas pelo profissional que orientam a forma de apresentação do produto manipulado seja o seu acondicionamento, armazenamento, conservantes, etc. Especificações do cosmético – marca, peso. Sra. Vanessa Oliveira Costa* Indicação Terapêutica 1 – Creme Hidratante preventivo de estrias para gestantes após o 1° trimestre. Creme Base Lanette q.s.p. ------------------------------------ 120gr Rosa rubiginosa vegetal oil ----------------------------------- 5% Prunus amigdalus dulcis vegetal oil ------------------------ 10% Lavandula alternifólia oil -------------------------------------- 1,5% f.s.a: Acondicionar o cosmético em bisnaga. Recomendação: Passar 2 vezes ao dia, de preferência após o banho, nas regiões de mamas, abdome, costas, glúteos e interno de coxas até completa absorção. 03/05/2020 Nome do cliente Orientações de como utilizar e tempo de tratamento. Carimbo, Data e Assinatura do profissional REFERÊNCIAS: TEIXEIRA, João Batista Picinini & SANTOS, José Vinicius dos. FITOTERÁPICOS E INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS. Silveira PF, Bandeira MAM, Arrais PSD. Farmacovigilância e reações adversas às plantas medicinais e fitoterápicos: uma realidade. Revista Brasileira de farmacognosia Brazilian Journal of Pharmacognosy 18(4): 618-626 Out./Dez. 2008. Nicoletti MA, Oliveira Júnior MA, Bertasso CC, Caporossi PY, Tavares APL. Principais interações no uso de medicamentos fitoterápicos. Bandeira, M.A.M. Plantas Medicinais em Versos: Guia para o desenvolvimento das ações educativas do Projeto Farmácias Vivas. Fortaleza: Projeto Farmácias Vivas, 2009, 59p. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Práticas Integrativas e Complementares; Plantas Medicinais e Fitoterapia na Atenção Básica/ Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica – Brasília: Ministério da Saúde, 2012. BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria n° 971 de 3 de maio de 2006. Aprova a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) no Sistema Único de Saúde Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 2006. A Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos e dá outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 2006. MATOS, F. J. A., BANDEIRA, M.A.M.. Manual de Orientação Farmacêutica sobre Preparação de Remédios Caseiros com Plantas Medicinais. Fortaleza: Projeto Farmácias Vivas, 2010, 40p. MATOS, F. J.A.. Plantas Medicinais: Guia de Seleção e emprego de Plantas usadas em Fitoterapia no Brasil. 3. Ed. Fortaleza: Ed. UFC, 2007. 263p. DAVIS,Patrícia: Aromaterapia. São Paulo: Martins Fontes. 1996. PRICE, Shirley Aromaterapia para doenças comuns. São Paulo. Ed. Campus 2001. TISSERAND, ROBERT. A arte da Aromaterapia. Ed Pensamento. 2000. MALUF, Sâmia. Aromaterapia: uma abordagem sistêmica. São Paulo: Ed. do Autor. 2008. Bolander FF (2006). "Vitamins: not just for enzymes". Curr Opin Investig Drugs. 7 (10): 912–5. PMID 17086936. Rohde LE; de Assis MC; Rabelo ER (2007). "Dietary vitamin K intake and anticoagulation in elderly patients". Curr Opin Clin Nutr Metab Care. Tolerable Upper Intake Levels For Vitamins And Minerals (PDF), European Food Safety Authority, 2006 Price, Catherine (2015). Vitamania: Our obsessive quest for nutritional perfection. Penguin Press. ISBN 978-1594205040. Código de Ética Médica, instituído pela Resolução CFM nº 1.931/2009, disciplina o exercício da profissão médica e delimita direitos, deveres e responsabilidades a ela concernentes. Lei Nº 7.498, de 25 de junho de 1986 - Dispõe sobre a regulamentação do exercício da Enfermagem e dá outras providências. Portaria SVS/MS nº 344, de 12 de maio de 1998 - Aprova o Regulamento Técnico sobre substâncias e medicamentos sujeitos a controle especial. Resolução RDC nº 87, de 21 de novembro de 2008 - Altera o Regulamento Técnico sobre as Boas Práticas de Manipulação em Farmácias. Resolução do Conselho Federal de Farmácia (CFF) nº 417, de 29 de setembro de 2004, que aprova o Código de Ética da Profisão Farmacêutica. Resolução nº 20, de 05 de maio de 2011 - Dispõe sobre o controle de medicamentos à base de substâncias classificadas como antimicrobianos, de uso sob prescrição, isoladas ou em associação. Resolução do Conselho Federal de Farmácia (CFF) nº 586, de 29 de agosto de 2013 - Regula a prescrição farmacêutica e dá outras providências. Resolução nº 241, de 29 de maio de 2014 - Dispõe sobre atos do profissional biomédico com habilitação em biomedicina estética e regulamenta a prescrição por este profissional para fins estéticos. Resolução CFN nº 390/2006 – DOU de 22/11/2006 - Regulamenta A Prescrição Dietética De Suplementos Nutricionais Pelo Nutricionista e dá Outras Providências. Sites consultados: http://magistralfarma.blogspot.com.br/2009/02/creme-lanette-farmacotecnica-aplicada.html http://www.anvisa.gov.br/medicamentos/fitoterapicos/poster_fitoterapicos.pdf http://www.tudosobreplantas.com.br/blog/wp-content/uploads/2011/02/drgvege.pdf http://ibeco.com.br/blog/prescricao-estetica-quem-pode-faze-la/ http://www.newbase.com.br/blog/2017/12/15/prescricao-estetica-os-pilares-da-beleza/ http://portal.anvisa.gov.br/cosmeticos/conceitos-e-definicoes www.esteticaemdebate.blogspot.com.br Literaturas técnicas. Disponível em www.pharmaspecial.com.br Literaturas técnicas. Disponível em www.vitalespecialidades.com.br Literaturas técnicas. Disponível em www.biotecdermo.com.br Literaturas técnicas. Disponível em www.galena.com.br http://magistralfarma.blogspot.com.br/2009/02/creme-lanette-farmacotecnica-aplicada.html http://www.anvisa.gov.br/medicamentos/fitoterapicos/poster_fitoterapicos.pdf http://www.tudosobreplantas.com.br/blog/wp-content/uploads/2011/02/drgvege.pdf http://ibeco.com.br/blog/prescricao-estetica-quem-pode-faze-la/ http://www.newbase.com.br/blog/2017/12/15/prescricao-estetica-os-pilares-da-beleza/ http://portal.anvisa.gov.br/cosmeticos/conceitos-e-definicoes http://www.esteticaemdebate.blogspot.com.br/para estruturar um receituário/indicação estética. A partir dessa formação, o profissional apresentará um diferencial em seu campo de atuação, potencializando os seus resultados no atendimento de estética facial e também corporal. Isso tudo atrelado ao conhecimento de princípios ativos modernos e de dosagens adequadas, na base cosmética correspondente ao estado cutâneo, de acordo com cada caso. Oferecendo um atendimento personalizado, seja em consultório ou na modalidade homecare, essa estratégia gera fidelização do paciente, uma vez que a oportunidade de ter um produto personalizado, cujos ativos foram pensados visando atender as necessidades específicas da sua pele, é um fator motivacional que melhora a adesão do paciente ao tratamento e o fideliza. A PRESCRIÇÃO/INDICAÇÃO ESTÉTICA PELO PROFISSIONAL ESTETICISTA No que se refere a atuação do profissional esteticista, a lei n°13.643 que regulamenta a profissão de técnico, graduação tecnológica e bacharelado em Estética, aprovada em senado em Abril de 2018; não observamos especificações, orientações claras e definidas sobre indicações terapêuticas manipuladas, porém os cosméticos fazem parte da sua atuação profissional como podemos ver no trecho da lei a seguir: Art. 4º Considera-se Esteticista e Cosmetólogo o profissional: I - graduado em curso de nível superior com concentração em Estética e Cosmética, ou equivalente, oferecido por instituição regular de ensino no Brasil, devidamente reconhecida pelo Ministério da Educação; II - graduado em curso de nível superior com concentração em Estética e Cosmética, ou equivalente, oferecido por escola estrangeira, com diploma revalidado no Brasil, por instituição de ensino devidamente reconhecida pelo Ministério da Educação. Art. 5º Compete ao Técnico em Estética: I - executar procedimentos estéticos faciais, corporais e capilares, utilizando como recursos de trabalho produtos cosméticos, técnicas e equipamentos com registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa); II - solicitar, quando julgar necessário, parecer de outro profissional que complemente a avaliação estética; III - observar a prescrição médica ou fisioterápica apresentada pelo cliente, ou solicitar, após exame da situação, avaliação médica ou fisioterápica. Art. 6º Compete ao Esteticista e Cosmetólogo, além das atividades descritas no Art. 5º desta Lei: I - a responsabilidade técnica pelos centros de estética que executam e aplicam recursos estéticos, observado o disposto nesta Lei; II - a direção, a coordenação, a supervisão e o ensino de disciplinas relativas a cursos que compreendam estudos com concentração em Estética ou Cosmetologia, desde que observadas as leis e as normas regulamentadoras da atividade docente; III - a auditoria, a consultoria e a assessoria sobre cosméticos e equipamentos específicos de estética com registro na Anvisa; IV - a elaboração de informes, pareceres técnico- científicos, estudos, trabalhos e pesquisas mercadológicas ou experimentais relativos à Estética e à Cosmetologia, em sua área de atuação; V - a elaboração do programa de atendimento, com base no quadro do cliente, estabelecendo as técnicas a serem empregadas e a quantidade de aplicações necessárias; VI - observar a prescrição médica apresentada pelo cliente, ou solicitar, após avaliação da situação, prévia prescrição médica ou fisioterápica. Art. 7º O Esteticista, no exercício das suas atividades e atribuições, deve zelar: I - pela observância a princípios éticos; II - pela relação de transparência com o cliente, prestando- lhe o atendimento adequado e informando-o sobre técnicas, produtos utilizados e orçamento dos serviços; III - pela segurança dos clientes e das demais pessoas envolvidas no atendimento, evitando exposição a riscos e potenciais danos. Art. 8º O Esteticista deve cumprir e fazer cumprir as normas relativas à biossegurança e à legislação sanitária. Art. 9º Regulamento disporá sobre a fiscalização do exercício da profissão de Esteticista e sobre as adequações necessárias à observância do disposto nesta Lei. Fica claro que esse profissional deve seguir as orientações da ANVISA sobre o uso de cosméticos, aparelhos de eletroterapia e qualquer outro recurso terapêutico. Ou seja, desde que o profissional tenha formação na área da saúde, e tenha o conhecimento específico para a indicação de nutricosméticos, cosméticos, fitoterápicos e aromaterápicos. Este conhecimento específico exige domínio da forma de aplicação, dosagem correta, bases de cosméticos, indicação e contraindicação, frequência de aplicação e tempo de tratamento. Outra informação importante que o profissional de estética não deve esquecer é sobre suas competências profissionais, como consta na CBO 3221-30. Veja um trecho específico: Também é função do Esteticista: [...] 11 - Prescrever cosméticos, cosmecêuticos e óleos essenciais. Além disso a Lei n°5991/73 prevê que a prescrição médica é obrigatória apenas para manipulação de medicamentos controlados (antibióticos, psicotrópicos, corticoides, etc...). Geralmente são os insumos com registro na ANVISA começando com 1. E segundo a CFF n°467/07 isentando os farmacêuticos a guardar a prescrição médica para manipular e comercializar cosméticos. Ou seja, o profissional de estética além de ter autonomia para solicitar essas manipulações, deve buscar parcerias com farmácias de manipulação, cujo profissional se mantêm atualizado e atende as suas demandas... E não um que aceite, como se estivesse fazendo uma boa ação, caridade. Questione, respalde-se nas leis, na CBO e o mais importante de tudo, seja criterioso em fazer parceria com uma farmácia que atenda as suas necessidades, e não o contrário. CONCEITOS BÁSICOS, MAS FUNDAMENTAIS NA COSMETOLOGIA Eu sei que você já viu essa definição nas aulas de Cosmetologia, mas vamos ampliar os conceitos. As informações a seguir foram extraídas do site da ANVISA (http://portal.anvisa.gov.br/cosmeticos/conceitos-e-definicoes) onde as informações regulamentarias dos cosméticos são definidas: Vamos compreender: Os cosméticos são basicamente classificados em 2 graus. Os critérios para esta classificação foram definidos em função da probabilidade de ocorrência de efeitos não desejados devido ao uso inadequado do produto, sua formulação, finalidade de uso, áreas do corpo a que se destinam e cuidados a serem observados quando de sua utilização. http://portal.anvisa.gov.br/cosmeticos/conceitos-e-definicoes Definição de Produtos Grau 1: são produtos de higiene pessoal cosméticos e perfumes cuja formulação cumpre com a definição adotada no item 1 do Anexo I desta Resolução e que se caracterizam por possuírem propriedades básicas ou elementares, cuja comprovação não seja inicialmente necessária e não requeiram informações detalhadas quanto ao seu modo de usar e suas restrições de uso. Definição de Produtos Grau 2: são produtos de higiene pessoal cosméticos e perfumes cuja formulação cumpre com a definição adotada no item 1 do Anexo I desta Resolução e que possuem indicações específicas, cujas características exigem comprovação de segurança e/ou eficácia, bem como informações e cuidados, modo e restrições de uso. EXEMPLOS DE COSMÉTICOS GRAU 1 1. Água de colônia, Água Perfumada, Perfume e Extrato Aromático 2. Amolecedor de cutícula (não cáustico) 3. Aromatizante bucal 4. Base facial/corporal (sem finalidade fotoprotetora) 5. Batom labial e brilho labial (sem finalidade fotoprotetora) 6. Blush/Rouge (sem finalidade fotoprotetora) 7. Condicionador/Creme rinse/Enxaguatório capilar (exceto os com ação antiqueda, anticaspa e/ou outros benefícios específicos que justifiquem comprovação prévia) 8. Corretivo facial (sem finalidade fotoprotetora) 9. Creme, loção e gel parao rosto (sem ação fotoprotetora da pele e com finalidade exclusiva de hidratação) 10. Creme, loção, gel e óleo esfoliante ("peeling") mecânico, corporal e/ou facial 11. Creme, loção, gel e óleo para as mãos (sem ação fotoprotetora, sem indicação de ação protetora individual para o trabalho, como equipamento de proteção individual - EPI - e com finalidade exclusiva de hidratação e/ou refrescância) 12. Creme, loção, gel e óleos para as pernas (com finalidade exclusiva de hidratação e/ou refrescância) 1.3 Creme, loção, gel e óleo para limpeza facial (exceto para pele acnéica) 14. Creme, loção, gel e óleo para o corpo (exceto os com finalidade específica de ação antiestrias, ou anticelulite, sem ação fotoprotetora da pele e com finalidade exclusiva de hidratação e/ou refrescância) 15. Creme, loção, gel e óleo para os pés (com finalidade exclusiva de hidratação e/ou refrescância) 16. Delineador para lábios, olhos e sobrancelhas 17. Demaquilante 18. Dentifrício (exceto os com flúor, os com ação antiplaca, anticárie, antitártaro, com indicação para dentes sensíveis e os clareadores químicos) 19. Depilatório mecânico/epilatório 20. Desodorante axilar (exceto os com ação antitranspirante) 21. Desodorante colônia 22. Desodorante corporal (exceto desodorante íntimo) 23. Desodorante pédico (exceto os com ação antitranspirante) 24. Enxaguatório bucal aromatizante (exceto os com flúor, ação anti-séptica e antiplaca) 25. Esmalte, verniz, brilho para unhas 26. Fitas para remoção mecânica de impureza da pele 27. Fortalecedor de unhas 28. Kajal 29. Lápis para lábios, olhos e sobrancelhas 30. Lenço umedecido (exceto os com ação anti-séptica e/ou outros benefícios específicos que justifiquem a comprovação prévia) 31. Loção tônica facial (exceto para pele acneica) 32. Máscara para cílios 33. Máscara corporal (com finalidade exclusiva de limpeza e/ou hidratação) 34. Máscara facial (exceto para pele acneica, peeling químico e/ou outros benefícios específicos que justifiquem a comprovação prévia) 35. Modelador/fixador para sombrancelhas 36. Neutralizante para permanente e alisante 37. Pó facial (sem finalidade fotoprotetora) 38. Produtos para banho/imersão: sais, óleos, cápsulas gelatinosas e banho de espuma 39. Produtos para barbear (exceto os com ação anti-séptica) 40. Produtos para fixar, modelar e/ou embelezar os cabelos: fixadores, laquês, reparadores de pontas, óleo capilar, brilhantinas, mousses, cremes e géis para modelar e assentar os cabelos, restaurador capilar, máscara capilar e umidificador capilar 41. Produtos para pré-barbear (exceto os com ação anti-séptica) 42. Produtos pós-barbear (exceto os com ação anti-séptica) 43. Protetor labial sem fotoprotetor 44. Removedor de esmalte 45. Sabonete abrasivo/esfoliante mecânico (exceto os com ação anti- séptica ou esfoliante químico) 46. Sabonete facial e/ou corporal (exceto os com ação anti-séptica ou esfoliante químico) 47. Sabonete desodorante (exceto os com ação anti-séptica) 48. Secante de esmalte 49. Sombra para as pálpebras 50. Talco/pó (exceto os com ação anti- séptica) 51. Xampu (exceto os com ação antiqueda, anticaspa e/ou outros benefícios específicos que justifiquem a comprovação prévia) 52. Xampu condicionador (exceto os com ação antiqueda, anticaspa e/ou outros benefícios específicos que justifiquem comprovação prévia) Observação: As exceções mencionadas no item "I) Lista de Tipo de Produtos de Grau 1" caracterizam os produtos de Grau 2. Fonte: Anexo II da RDC 211/05 EXEMPLOS DE COSMÉTICOS GRAU 2 1. Água oxigenada 10 a 40 volumes (incluídas as cremosas exceto os produtos de uso medicinal) 2. Antitranspirante axilar 3. Antitranspirante pédico 4. Ativador/ acelerador de bronzeado 5. Batom labial e brilho labial infantil 6. Bloqueador Solar/anti-solar 7. Blush/ rouge infantil 8 Bronzeador 9. Bronzeador simulatório 10. Clareador da pele 11. Clareador para as unhas químico 12. Clareador para cabelos e pêlos do corpo 13. Colônia infantil 14. Condicionador anticaspa/antiqueda 15. Condicionador infantil 16. Dentifrício anticárie 17. Dentifrício antiplaca 18. Dentifrício antitártaro 19. Dentifrício clareador/ clareador dental químico 20. Dentrifrício para dentes sensíveis 21. Dentifrício infantil 22. Depilatório químico 23. Descolorante capilar 24. Desodorante antitranspirante axilar 25. Desodorante antitranspirante pédico 26. Desodorante de uso íntimo 27. Enxaguatório bucal antiplaca 28. Enxaguatório bucal anti-séptico 29. Enxaguatório bucal infantil 30. Enxaguatório capilar anticaspa/antiqueda 31. Enxaguatório capilar infantil 32. Enxaguatório capilar colorante / tonalizante 33. Esfoliante "peeling" químico 34. Esmalte para unhas infantil 35. Fixador de cabelo infantil 36. Lenços Umedecidos para Higiene infantil 37. Maquiagem com fotoprotetor 38. Produto de limpeza/ higienização infantil 39. Produto para alisar e/ ou tingir os cabelos 40. Produto para área dos olhos (exceto os de maquiagem e/ou ação hidratante e/ou demaquilante) 41. Produto para evitar roer unhas 42. Produto para ondular os cabelos 43. Produto para pele acneica 44. Produto para rugas 45. Produto protetor da pele infantil 46. Protetor labial com fotoprotetor 47. Protetor solar 48. Protetor solar infantil 49. Removedor de cutícula 50. Removedor de mancha de nicotina químico 51. Repelente de insetos 52. Sabonete anti-séptico 53. Sabonete infantil 54. Sabonete de uso íntimo 55. Talco/amido infantil 56. Talco/pó anti-séptico 57. Tintura capilar temporária/progressiva/permanente 58. Tônico/loção Capilar 59. Xampu anticaspa/antiqueda 60. Xampu colorante 61. Xampu condicionador anticaspa/antiqueda 62. Xampu condicionador infantil 63. Xampu infantil Fonte: Anexo II da RDC 211/05 Toda relação de cosméticos aprovados pela ANVISA está disponível no site: http://portal.anvisa.gov.br/registros-e-autorizacoes/cosmeticos. Com informações sobre as empresas e seus respectivos produtos. Vale reforçar que poderá ser observado que não se faz diferença nesta classificação sobre cosméticos, dermocosméticos, nutracêuticos e cosmecêuticos. Muito menos para cosméticos orgânicos, veganos, naturais e biocompatíveis. Independente da profissão é fundamental que o profissional siga algumas orientações fundamentais antes de começar a prescrever. Então podemos concluir que: - Deve seguir as diretrizes da ANVISA. - Indicar os MIPS (Medicamentos Isentos de Prescrição). - Ter objetivos Estéticos e Cosméticos na sua prescrição. - Ter conhecimento prévio e especializado dos recursos (bases, ativos, concentrações, combinação entre eles de acordo com a pele e a realidade do paciente). - Suas indicações e contraindicações, frequência de aplicação e tempo de tratamento. http://portal.anvisa.gov.br/registros-e-autorizacoes/cosmeticos FORMA FARMACÊUTICA Antes de iniciarmos a nossa jornada rumo ao conhecimento das formulações magistrais faz-se necessário que você compreenda alguns conhecimentos fundamentais. A forma farmacêutica é o estado final que as substâncias ativas se apresentam depois de serem submetidas às operações farmacêuticas necessárias, a fim de facilitar a sua administração e obter o maior efeito terapêutico desejado, respeitando a área de aplicação, dosagem de cada ativo, no veículo adequado, para um tratamento específico. As formas farmacêuticas são classificadas em: Sólidas – Cápsulas, Sachets, Sachet caps, Supositórios, óvulos. Semisólidas – Uso tópico - Cremes, pomada, gloss, sérum transdérmico. Líquidas – xarope, tônicos, florais, óleos, tinturas. Importante! A forma farmacêutica, bem como a concentração e a composição dos ativos éde responsabilidade do prescritor. A escolha da forma farmacêutica depende principalmente: • da natureza físico-química do fármaco; • do mecanismo de ação; • do local de ação do medicamento; • da dosagem – quantidade de fármaco na forma farmacêutica. Cada base cosmética tem um limite para a adição de ativos (%), assim como os ativos possuem particularidades que exigem domínio do profissional que a indica, como por exemplo: se o ativo é lipo ou hidrossolúvel, colocá-lo em uma formulação cuja base é incompatível vai fazer com que o farmacêutico entre em contato com o profissional para sugerir adaptações, ou simplesmente a farmácia recusa a manipulação. E as bases biocompatíveis na manipulação? Pois bem é fundamental você saber que, se você não especificar detalhamente o que você quer naquela manipulação a farmácia seguirá um padrão. Quando você indica “Creme neutro” provavelmente eles usarão uma base creme neutra com petrolatos e parabenos na composição. Base pra shampoo e sabonetes com sulfatos. Gel de carbopol (base água) que é incompatível com óleos essenciais por exemplo, e assim vai. Por esse motivo é fundamental conhecer fornecedores qualificados e atendam as suas necessidades magistrais. Fornecedores como (ex.) Galena, Biotec, Organic e Florien são empresas que se dedicam a trazer para o universo magistral bases cosméticas que estão alinhadas com os dermocosméticos e nutricosméticos biocompatíveis, sem xenobióticos e disruptores endócrinos. Para manter-se atualizado, sugiro que você sempre atualize seu menu de ativos solicitando aos fornecedores o envio do portifólio atualizado, bem como participando de feiras, webinar e congressos. Estou deixando pra você alguns fornecedores qualificados no mercado, busque-os nos sites e nas redes sociais, essa também é uma forma de você se manter atualizado. Para escolher as bases dos seus cosméticos, muito mais do que conhecer a base e a sua indicação de acordo com o biotipo cutâneo, é fundamental conhecer seu pH, quantidade de ativos permitidos e assim fica fácil de você definir quais ativos e qual a proporção na formulação de acordo com a base. Veja os exemplos de algumas bases do fornecedor Biotec, no quadro abaixo você encontra todas essas informações que te permite adicionar de 10 a 50% de ativos na formulação. Comece pela base e depois pelos ativos indicados para a disfunção que o paciente apresenta: BASES FUNCIONAIS – BIOTEC BASE Características pH Qtde de ativo Second Skin Creme aniônico/ não iônico. Eudérmica, alípica 4,5 a 7 Até 20% Ômega Gold Não iônico Eudérmica, mista e lipídica 3 a 8 Até 25% Adimax Não iônico, todos os tipos de pele 3 a 8 Até 50% Aquabomb Gel opaco, todos os tipos de pele 4,5 a 7 Até 20% Lecigel Gel incompatível com ácidos 4 a 8 Variável a partir de 0,5% Biosérum Aniônico, líquido límpido 4,5 a 6,5 10% Veja abaixo algumas bases biocompatíveis que você pode usar nas suas formulações, sua composição e indicação: Base Acqua Bomb (Biotec) – veículo funcional que contêm aloe vera, chá verde, extrato de canela, cálamo, mirra, óleo vegetal de oliva e de argan. Base creme leve, indicada para todos os tipos de pele, incompatível com ácidos cuja pH seja menor que 4,5. Espuma de Limpeza Vegetal – Sodium Cocoyl Isethionate SCI Eco Base Gel-Creme Facial (Organic) – veículo funcional vegano que contêm ingredientes e ativos biomiméticos à função barreira da pele. Óleo vegetal de rosa mosqueta, rico em vitamina C, óleo de oliva, hidrolato de gerânio Phyto Poma (Biotec) – Pomada vegetal com associação de óleos oclusivos e lipídios funcionais, rico em vitamina E, fitoesteróis e anti-inflamatórios. Incorpora ativos hidrossolúveis até 10%, melhor com ativos lipossolúveis. Vital Vegan Clear Micelar (Biovital) – Base transparente micelar e multifuncional para higienização e boa espumabilidade, com componentes biodegradáveis. Vegepharma (Pharmaspecial) – Manteiga vegetal rica em ácido graxo linoleico, o mais compatível com os ácidos graxos da pele. Emoliente e regeneradora, excelente para incorporar óleos essenciais e extratos vegetais. Vital Vegan Creme (Biovital) – veículo funcional formuladoo com emulsionantes de cristais líquidos derivados da oliva, rico em ômegas 3, 6, 7 e 9. Biomimético potencializa a ação carreadora de ativos. Vital Vegan Espuma Micelar (Biovital) – Espuma micelar com tensoativos naturais e derivados do ácido glutâmico e do ácido graxo derivado do coco, que potencializa a cremosidade da espuma. Vital Vegan Sérum Leitoso (Biovital) – viscosidade de sérum leitoso, de sensorial fresco. Rico em ômegas, nutrição e regeneração dérmica, emoliência, favorecendo a proteção da pele da desidratação e do envelhecimento. Estou deixando pra você algumas particularidades sobre alguns ativos comumente utilizados na estética, observe as particularidades sobre Concentração e Propriedades. Mas aproveito para ressaltar que além das novidades que são lançadas a todo momento precisamos alinhar a realidade do paciente no que se refere ao tratamento (como a disponibilidade financeira para investir), além disso fazer parceria com um farmacêutico especialista em tecnologias cosméticas é fundamental para alavancar o tratamento de acordo com as novidades que a todo momento são apresentadas. ATIVOS INDICADOS PARA REPARO DA FUNÇÃO BARREIRA MELHORADORES DE BARREIRA CUTÃNEA ATIVO Características pH Concentração Alantoína Queratolítico, cicatrizante de feridas 4 a 9 0,1 a 5,0 Alfa bisabolol Antséptico, bactericida, antimicótico, cicatrizante. Inflamações leves e queimaduras 3 a 11 0,1 a 1,0 Aveia coloidal Filme de retenção hídrica, antioxidante, calmante e antiinflamatório 4 a 7 3 a 10 Bioecolia Restaura a população microbiana benéfica da pele. 4 a 10 1 a 5% Cerasomosides Regenerador, antioxidante, inibe em 80% leucócito elastase (inflamação). 3,5 a 6,5 2 a 3 ATIVOS INDICADOS PARA PROTEÇÃO DA LUZ AZUL COM AÇÃO ANTIOXIDANTE PROTETORES DA LUZ VISÍVEL ATIVO Características pH Concentração Physavie Corticoide like - 0,5 a 2% Pepha Age Scenedesmus rubescens (alga) - 3% Lumicease Aumenta a sobrevida de células expostas a radiação, repara DNA - 2% Dragosine Booster, antiglicante, antipoluição - 0,05 a 0,20% ATIVOS INDICADOS PARA ENVELHECIMENTO CUTÂNEO: Ativo INCI Propriedades e concentração [ ] de aplicação Ácido glicólico • Glycolic acid Renovação celular, hidratação e vasodilatação dermoepidérmica, com estímulo fibroblástico. [ ] 1 a 10% em dermocosméticos, o pH depende do objetivo. Ácido pirúvico • Pyruvic acid Epidermólise (30 a 60 s). Pode alcançar a derme papilar pelo baixo peso molecular em até 2 min. Possui forte abrasão sem toxicidade sistêmica, porém arde e é doloroso. Aumenta a oxigenação, nutrição, neocolagênese, neoelastogênese e a deposição de ácido hialurônico. [ ] 40 a 50% (quanto menor o pH, mais abrasivo). Ácido Retinóico • Tretinoina Aumenta a espessura epidérmica, incrementa colaneogênese e reduz metaloproteinase. [ ] 5 a 10% em cosméticos profissionais (até 8% no peeling superficial). Ácido Tricloroacético (TCA) • Tricholoracetic acid Hidrofílico, lipofílico, estável, de baixa toxicidade, queratolítico, despigmentante e vasodilatador. Cuidado com frost (desnaturação de proteínas da pele), aplicar pontualmente. Atua na derme papilar. A [ ] 35% é considerada segura, dependendo do tempo e do volume. Vederine • Water • Cichorium intybus (Chicory) Root Extract Vitamina D-like aumenta os seus receptores na pele. Em [ ] 3%, há diminuição da perda transepidermal e recuperação da pele. Amiporine • Glycerin • Punica Granatum Fruit Extract Proteção contra a radiação ultravioleta (UVA e UVB) e quimiopreventivas em fibroblastos dérmicos, inibição de metaloproteinase de matriz. [ ] 2 a 5%. PerfectionPeptide P3 • Hexanoyl Dipeptide-3 • Norleucine Acetate • Lecithin • Glycerin • Phenoxyethanol • Water Restaura o processo de descamação na pele jovem, ideal para peles sensíveis aos ácidos. [ ] 0,5 a 3%. Lime Pearl • Glycerin • Water • Microcitrus Australasica Fruit Extract Alfa-hidroxiácido (AHA) estimula a renovação celular sem irritação cutânea. [ ] 2% e pH 5,7. Ácido hialurônico • Sodium hyaluronate • Water Polímero de alto peso molecular, principal glicosaminoglicana da derme, promove viscoelasticidade, tem ação anti-inflamatória e antiedematosa, promovendo renovação de queratinócitos, regenerando e hidratando a pele. [ ] 1 a 5%, pH 5,0 a 7,0. Ácido lático • Lactic acid Hidratante e antisséptico suave, faz parte do NMF. Tem ação antimicrobiana em bases cosméticas e é usado também para ajustar o pH. [ ] 0,5 a 15%. Adenin • Adenin Hormônio vegetal que estimula o crescimento celular e retarda a senescência, portanto, atrasa e reverte as mudanças celulares relativas à idade. Antioxidante, protetor do DNA dos danos oxidativos e glioxidativos. [ ] 0,005 a 0,1%, pH 7,0 a 7,5. Alistin - Recupera a epiderme exposta à radiação ultravioleta e preserva a capacidade de autodefesa da pele. Antioxidante de ação prolongada, antiglicante. Prevenção do envelhecimento, pode ser associado ao FPS. [ ] 0,5 a 1,5%, pH 3,0 e 7,0. Ceramidas Ceramid Hidratação, redução da aspereza da pele. Ideal para pós-peeling, reparando a barreira lipídica da epiderme. [ ] 0,05 a 0,5%, pH 3,0. Coenzima Q10 Ubiquinone Captador de radicais livres, antioxidante e estabilizador de membrana. Previne o envelhecimento cutâneo. [ ] 0,5 a 10% Coffeeskin • Coffea arabica (coffee) seed extract • Succinil Rutin • Siloxanetriol alginate caffeine • Butylene glycol • Decarboxy carnosine Dcl Antioxidante que restaura o equilíbrio celular, oferecendo proteção contra o envelhecimento. Inibe reações inflamatórias na pele, é vasoconstritor, reduz o fluxo sanguíneo da pele reativa. Descongestiona a região, reduzindo edema e a vermelhidão. [ ] 3 a 8%. DMAE Dimethyl MEA Atua na liberação de acetilcolina, estimulando os músculos da face, causando um efeito tensor, amenizando linhas de expressão. Antioxidante, com ação firmante, tensora e de efeito lifting, estabiliza a membrana plasmática. [ ] 3 a 10%, pH 3,5 a 7,0. Pro Xylane - Estimula a síntese de mucopolissacarídeos na derme e na epiderme, o que ajuda na elasticidade e na tonicidade da pele. Favorece a síntese de glicosaminoglicanas, colágeno tipo IV e VII, aumentando a coesão dermoepidérmica. [ ] 3 a 5%. Idebenona Hydroxydecyl ubiquinone Antioxidante potente que inibe a peroxidação lipídica, atua nas rugas e no clareamento da pele. [ ] 0,1 a 1,0%, pH 6,0 e 7,0. Iris Iso • Butylene glycol • IIris florentina root extract Isoflavonas fitoestrogênicas que reforçam a barreira cutânea, assegurando a hidratação e diminuindo a profundidade das rugas. Evita a degradação das proteínas da matriz extracelular, inibindo colagenase e elastase. Atua na junção dermoepidérmica, diminui a perda de água transepidermal, reduzindo a profundidade das rugas. [ ] 3 a 5%, pH 5,0 a 10,0. Kinetin N6-furfuriladenina Antioxidante, anti-inflamatório, clareador, faz a síntese de colágeno. Reduz as rugas e as manchas. Melhora a aspereza, o brilho e a hidratação da pele. Retarda o envelhecimento no fibroblasto, inibe o crescimento dos queratinócitos, estimula os reparos do DNA. [ ] 0,001 a 10%, pH 4,8 a 8,0 Leuphasyl Pentapeptide-18 Pentapeptídeo que inibe a contração da musculatura, mimetiza o mecanismo de ação das encefalinas, inibindo a acetilcolina. [ ] 3 a 5%, pH abaixo de 8,0. Matrixyl • Glycerin, Butylene • Glycol • Aqua • Carbomer, Estimula a síntese de colágeno IV e a síntese de glicosaminoglicanas, suavizando rugas e hidratando a pele. [ ] 3 a 8%, pH 5,5 a 7,0. • Polysorbate 20 •Palmitoyl- Pentapeptide 3 Raffermine Hydrolyzed soy flour Agente firmador, ação biomimética para glicoproteínas dérmicas, preservando o fibroblasto, efeito inibitório da elastase. [ ] 2,0 a 5,0% e pH 5,0 a 6,5. Resveratrol 3, 4, 5 - trihidroxiestilbeno Antioxidante de efeito antiproliferati- vo e fotoprotetor: protege a pele de danos causados pela exposição UVB, inibe a metaloproteinase e reduz eritema. [ ] 2 a 99% Syn-Coll • Palmitoyl tripetide-3 • Glycerine Repara rugas e marcas de expressão, mimetiza a sequência de tripeptídeo da trombospondina-I para ativar o TGFB, promovendo a formação de colágeno. [ ] 1 a 3%. Snap 8 Solution • Acetyl octapeptide-3 Derivado do Argireline, tem atividade miorrelaxante, minimizando as rítides. [ ] 3 a 10%, pH 5,0 a 7,0. Tensine • Triticum vulgare (wheat) protein Tensor vegetal instantâneo, perdura por até 6 horas. [ ] 3 a 10%, pH acima de 6,5. Argireline • Water • Acetyl hexapeptide-8 Botulinum toxin-like menos potente. Reduz a profundidade das rugas e sulcos faciais. [ ] até 10%, pH acima de 6,5. Ureia Urea Constituinte do NMF, desnaturalizante proteico, promove a hidratação da queratina e leve queratólise na pele seca. Ação antimicrobiana e anti- inflamatória. [ ] 3% para hidratação de peles sensíveis e [ ] 10% para todos os demais tipos de pele. Não deve ser usada por mulheres grávidas (mas, se usar, [ ] máxima 3%). O pH não deve ultrapassar 7,0. Aquaporine Active • Glutamylamidoethyl indole • Silanetriol Trehalose Ether • Glycerin Derivado do ácido glutâmico que em associação atua nos canais de aquaporina, aumentando seus genes. Favorece a hidratação da pele em um equilíbrio dinâmico da epiderme e da derme. [ ] 2 a 5%. ATIVOS INDICADOS PARA CLAREAMENTO CUTÂNEO: Ativo INCI Propriedades e concentração [ ] de aplicação Ácido azeláico Azelaic acid Inibidor competitivo das enzimas de oxi-redução; antioxidante. Indicado em hiperpigmentação pós-inflamatória. [ ] de 10 a 20%. Azeloglicina Potassium Azeloyl Diglycine Clareador, sebonormalizante e antisséptico. [ ] de 5 a 10%. Ácido fítico Hexafosfato de inositol Antioxidante, quelante de cátions bivalentes (Cu e Fe); inibidor de tirosinase. [ ] de 0,5 a 2%. Ácido glicólico Glicolic acid Ação queratolítica, inibe a coesão de queratinócitos, gerando esfoliação e clareamento da pele. [ ] de 2 a 12% (esfoliação) e [ ] de 50 a 70% (peeling). Ácido glicirrízico Glicyrrizic acid Anti-inflamatório, anti-irritante, anti- histamínico. [ ] de 0,1 a 0,2%. Ácido kójico Kojic acid Quelante de cobre (substrato da tirosinase). Reduz a eumelanina e precursores. [ ] de 0,5 a 2%. Ácido retinóico (Tretinoína) Retinoic acid Ação queratolítica potente, acelera o turnover celular, gerando esfoliação efetiva e clareamento da pele. [ ] de 0,01 a 0,1% (esfoliação) e [ ] de 1 a 6% (peeling). Antipollon HT Silicato de alumínio sintético + Glycyrrhiza inflata Adsorção da melanina depositada na pele. Pouco irritativo. [ ] de 0,5 a 5%. Acqua licorice PT Glycyrrhiza glabra extract Inibição da tirosinase; efeito antioxidante similar ao do superóxido dismutase. [ ] de 0,5 a 1,5%. Arbutin 4-hydroxyphenyl-b-D- glycopyronoside Inibidor competitivo da tirosinase e de PAR-2. Glicosídeo derivado da hidroquinona, sem efeitos citotóxicos. [ ] de 1 a 3%. Biowhite Saxifraga sarmentosa extract and Vitis vinifera (grape) fruit extract and Butylene glycol and Water and Morus nigra root extract and Scutellaria baicalensis root extract and Disodium EDTA Adsorção da melanina depositada na pele. Pouco irritativo. [ ] de 0,1 a 10%. Hidroquinona Hidroquinona Inibição potente e irreversível de tirosinase, induz modificações estruturais e a degradação de melanossomas. É citotóxico, fototóxico e sensibilizante. [ ] de 2 a 10%. Melawhite Leukocyteextract Inibição de tirosinase e degradação da melanina formada. [ ] de 2 a 5%. Melfade J Water and Arctostaphylos Uva-Ursi Leaf Extract and Glycerin and Magnesium Ascorbyl Phosphate Inibição de tirosinase e degradação da melanina formada. [ ] de 2,5 a 8%. Mequinol EH Monobenzil éter de hidroquinona Inibição potente da tirosinase, induz modificações estruturais e a degradação de melanossomas. É menos citotóxico que a hidroquinona. [ ] de 2 a 15%. Nanowhite 4-hydroxyphenyl-b-D- glycopyronoside + vit. C, E, F, glutationa e lecitina Ação antioxidante potente e inibição da tirosinase. [ ] de 2 a 5%. Skin Whitening Complex Extrato de Uva-Ursi biofermentado de Aspergillus, Extrato de Grape Fruit e Arroz Degradação da melanina, esfoliação e quelação do cobre e inibição da tirosinase. [ ] de 2 a 5%. Adenin N-6-furfuriladenina Renovação celular, despigmentante por inibição suave de tirosinase. Reduz perda de água transepidérmica (TEWL). [ ] de 0,005 a 0,1%. Dermawhite Ácido kójico + ácido cítrico + EDTA dissódico + polissacarídeos e aminoácidos Esfoliação moderada da pele. [ ] de 0,5 a 2%. Glycosan Hidroquinona Ciclodextrin and hydroquinone Liberação gradual de hidroquinona, evitando problemas de sensibilização. Efeito despigmentante prolongado. [ ] de 1 a 2,5%. Faz-se necessário que o profissional que visa prescrever cosméticos manipulados, estude constantemente, pois a cada semestre, novidades são lançadas, ativos são tirados do mercado... É crucial manter-se atualizado. Além disso o profissional em parceria com a farmácia de manipulação pode criar formulações diferenciadas que visem melhor adesão do paciente ao tratamento, como: Gomas (colágeno), Tabletes efervescentes, Shake ou suco detox, Sopa, Sorvete, Chocolates, Capuccinos, Strip Orais (até 50mg), etc... É POSSÍVEL MANIPULAR ÁCIDOS? Sim, é possível. Porém é fundamental saber a performance do ácido, seu pH, pKa, peso molecular, base cosmética de afinidade (lipo ou hidrofílica). Além disso o profissional precisa ter bem definido quais são seus objetivos terapêuticos com o ácido, a ação esperada é como queratolítico ou queratoplástico? Hidratante ou despigmentante? Além disso a forma de aplicação desse ácido é de responsabilidade do profissional. Abaixo você confere um quadro com essas informações: E para que possamos concluir a linha de raciocínio é de extrema importância reforçar que qualquer produto manipulado deve ser de uso exclusivo do paciente, até mesmo aquele que o profissional for usar nos tratamentos personalizados. Ou seja, o profissional não pode solicitar uma manipulação, de um ácido por exemplo, em seu nome e usar em diversos pacientes. Ficando ele responsável por solicitar manipulações em volumes menores ou monodoses para uso exclusivo e durante a terapêutica escolhida de forma personalizada. O mesmo se aplica para os nutricosméticos ou polivitamínicos, que apesar da prescrição focada na estética, também devem ser personalizados desde a sua forma de apresentação (Cápsulas, cápsulas vegetais, pó, sachets, etc...) até a composição dos seus ativos. MEDICAMENTO OU REMÉDIO, VOCÊ SABE A DIFERENÇA? Provavelmente você já deve ter usado ambas as palavras como se fossem sinônimos, porém elas possuem significados e abordagens terapêuticas diferentes. A ideia de remédio está associada a todo e qualquer tipo de cuidado utilizado para curar ou aliviar doenças, sintomas, desconforto e mal-estar. Alguns exemplos de remédio são: banho quente ou massagem para diminuir as tensões; um chá e repouso em caso de resfriado; hábitos alimentares saudáveis e prática de atividades físicas para evitar o desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis; medicamentos para curar doenças, entre outros. Já os medicamentos são substâncias ou preparações elaboradas em farmácias (medicamentos manipulados) ou indústrias (medicamentos industriais), que devem seguir determinações legais de segurança, eficácia e qualidade. Assim, um preparado caseiro com plantas medicinais pode ser um remédio, mas ainda não é um medicamento; para isso, deve atender uma série de exigências do Ministério da Saúde, visando garantir a segurança dos consumidores. “Todo medicamento é um remédio, mas nem todo remédio é um medicamento.” Referência: BRASIL. O que devemos saber sobre medicamentos? Cartilha da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). São Paulo: 2010, 104p. Agora podemos entrar no universo das formulações magistrais, para que você agregar cada forma farmacêutica, no seu tratamento com consciência e objetivos terapêuticos bem definidos. Pra começar... Você sabe a diferença entre Nutricosméticos, Nutracêuticos, Cosmecêuticos, Dermocosméticos, Cosméticos e etc? NUTRICOSMÉTICOS, NUTRACÊUTICOS, COSMECÊUTICOS, DERMOCOSMÉTICOS, COSMÉTICOS E AFINS Para entendermos a diferença entre eles é preciso saber que essas definições não são claras do ponto de vista da Vigilância Sanitária (ANVISA) que os classifica em 2 graus apenas. A primeira diferença é entender o conceito in & out em estética, que preconiza que os tratamentos podem ser feitos via oral (in) e via tópica (out). IN OUT Alimentação Nutricosméticos Polivitamínicos Nutracêuticos Cosméticos Dermocosméticos Cosmecêuticos Via Oral Uso tópico Dentro do conceito IN, os nutricosméticos, como são mais habitualmente conhecidos são suplementos alimentares que são administrados com objetivo estético. Este termo remete ao conceito alimento (nutrientes + fármaco (cápsula/dosagem) + cosmético (efeitos esperados na pele) visando potencializar os tratamentos de estética cuidando do cliente de dentro pra fora, nutrindo o corpo e a pele. Sua aplicação se deve a necessidade de repor os nutrientes essenciais para a saúde, uma vez que o comportamento alimentar é insatisfatório em função do crescimento expansivo dos fast-foods e alimentos rápidos, ricos em carboidratos e açúcares. Em suma os nutricosméticos são antioxidantes, minerais, aminoácidos, nutrientes, fitoterápicos e vitaminas. Cada um deles com uma função específica de desacelerar o envelhecimento, favorecer o emagrecimento, hidratar a pele, fortalecer unhas, cabelos, tratar a acne, etc. Muitas vezes os nutricosméticos possuem doses elevadas comparadas com as necessidades diárias. Faz-se necessário o conhecimento específico visando evitar superdoses, hipervitaminoses ou ativos que inibem ou são contrários aos efeitos do tratamento que está sendo realizado. Veja algumas hipervitaminoses: HIPERVITAMINOSE VITAMINA E Aumento no sangramento, diminuição na produção dos hormônios tireoidianos e aumento nos níveis de triglicerídeos. VITAMINA D Desidratação, náuseas, queda de apetite, constipação, fadiga e fraquezas musculares, leva também a hiper-concentração de cálcio no sangue o que pode levar a hiper-calcificação de ossos e mesmo de tecidos moles como coração e rins. VITAMINA A Visão turva, confusão mental, sonolência, aumento da pressão intracraniana, dor de cabeça, palidez, maior sensibilidade à luz solar, entre outros. Ou seja, para o sucesso de sua aplicação faz necessário o conhecimento dos nutrientes e a sua combinação, alinhadas ao planejamento terapêutico, para definir doses e tempo de aplicação. Como a sua classificação é suplemento alimentar e não como medicamento, a sua indicação está autorizada para todos os profissionais, assim como para o consumo próprio do cliente, visto que o acesso a estes produtos é fácil em farmácias. Vamos ao conceito OUT, que se refere ao uso tópico de cosméticos. Tem-se observado que o termo cosmético se aplica a um produto simples que pode ser adquirido em perfumarias, farmácias e supermercados (o que seriam os cosméticos grau 1), na maioria das vezes ricos em óleo mineral, essências e corantes sintéticos,eles alteram apenas aparência da pele, limpam, perfumam, hidratam e protegem, agem superficialmente, mas não tratam o problema, como já explanamos nas bases galênicas que contêm xenobióticos e petrolatos. Já os dermocosméticos, também conhecidos por cosmecêuticos, agem mais profundamente na pele que um cosmético comum, mas com um efeito menor que o de um medicamento. Ou seja, unimos a alta tecnologia cosmética com ativos concentrados e produzem efeitos específicos, sendo classificados como cosméticos grau 2 pela ANVISA, o que faz com quem eles não necessitem de receita médica. Nestes produtos temos os ativos cosméticos nanoencapsulados, ativos que oxidam rapidamente são estabilizados, visando melhor desempenho de permeação cutânea e de atuação em tecidos específicos. Considerados cosméticos de tratamento e não de embelezamento apenas, atuando na causa do problema por meio de muitos estudos científicos da sua eficácia. Existem duas diferenças básicas entre cosméticos e dermocosméticos quanto aos seus princípios ativos, os princípios ativos dos dermocosméticos são fruto de estudos científicos, criados em laboratório e suas fórmulas são na maioria das vezes patenteadas pelo fabricante. PARTICULARIDADES DOS TRATAMENTOS ESTÉTICO DE USO VIA ORAL Hoje graças a tecnologia temos a possibilidade de ampliar os tratamentos dos nossos pacientes recorrendo a formas farmacêuticas diferenciadas que vão além das cápsulas e sachets, podemos também pensar em: • Gomas (precursores de colágeno) • Tabletes efervescentes • Shake ou suco detox • Sopa • Sorvete • Chocolates • Strip (até 50mg de ativos) Essas formas farmacêuticas nos limitam com relação a quantidade de ativos, porém elas podem favorecer a adesão do paciente ao tratamento por serem diferenciadas, visto que nem todos os pacientes se adequam ao uso de cápsulas, apresentando algum grau de dificuldade na sua deglutição. Isso sem falar nos pacientes veganos que possuem restrição específicas com relação ao uso de produtos de origem animal, muitas vezes mascarados de vegetal, como é o caso das capsulas de clorofila. Para esses casos específicos podemos recorrer às capsulas vegetais, ou de tapioca, conhecidas como Tapiocaps®. É importante avisar o paciente a ter em mãos o copo com água no ato de colocar a capsula na boca, pois elas se dissolvem mais rapidamente. Abaixo estou deixando algumas sugestões de Nutricosméticos que também podem ser usados como polivitamínicos ou suplemento alimentar, como vimos previamente: NUTRICOSMÉTICO AÇÕES ALIMENTOS Flavonoides ou Bioflavonoides Antioxidante, anti- inflamatória, antialérgica, antiviral e anticancerígena. Uvas, Cerejas, Ameixas Isoflavonas – 40mg dia Antioxidante, melhora linhas finas em mulheres de meia idade. Soja Resveratrol Antioxidante, anti- obesidade, aumenta a sensação de saciedade, taxa metabólica, antienvelhecimento, anti- inflamatório. Casca de uva e vinho tinto Vitamina A (Retinol e Carotenóides) Antioxidante, estimula a produção de colágeno e elastina, Proteína animal, ovos e derivados do leite. Alimentos de cores vermelhas (cenoura, beterraba, tomate) Vitamina C (Ácido ascórbico) - 100 à 300 mg dia Antioxidante, hidroxilação da prolina e lisina, que são aminoácidos necessários para estrutura e função do colágeno, acelera a cicatrização. Cítricos, morango, kiwi, folhosos verde escuro. Vitamina E (Tocoferóis) - 100 à 400 ui Antioxidante, anti- envelhecimento, cicatrizante, estimula o sistema imune, diminui os efeitos nocivos do LDL, alivia as dores nas mamas no período menstrual Alimentos ricos em gordura, óleos vegetais (Óleo de Prímula) Ácido elágico – 200mg Inibe a enzima tirosinase, efeito despigmentante, inibição tanto da proliferação de melanócitos como da síntese de melanina. Romã Pycogenol - 75 à 150mg dia Despigmentante, reduz outros sintomas como fadiga, constipação, dor no corpo e ansiedade. Extrato da casca do pinho francês marítimo (Pinus pinaster) Assim como os Dermocosméticos a área de suplementos alimentares cresce em exponencial, a todo momento surgem novos ativos, cabendo a você profissional manter- se atualizado com relação ao que associar ao tratamento dos seus pacientes. Consulte o material científico e ao catálogo dos fornecedores com os testes clínicos. QUEBRA DE DOSE E CAPACIDADE DAS CÁPSULAS Como muitas vezes a dosagem do tratamento estético exige maiores concentrações de ativos, isso pode fazer com que as cápsulas excedam sua capacidade total e faça com que o que era pra ser 1 cápsula se transforme em 2 ou mais. É arriscado oferecer um tratamento com quebra de dose, pois o paciente pode tomar menos do que o recomendado para ter tratamento por mais tempo, correndo-se o risco de não ter os resultados almejados e traçados pelo seu tratamento. Veja abaixo o volume e a quantidade de ativos que cada tamanho de cápsula suporta para estabelecer limites para os seus tratamentos e evitar quebra de dose. Coloque todas as observações com relação a possível quebra de dose ou tipo de cápsula no ítem f.s.a. da sua prescrição/indicação. CAPACIDADE DAS CÁPSULAS GELATINOSAS DURAS Tamanho da cápsula Volume (mL) Peso (mg) Qtde de princípio ativo usualmente empregada 000 1,37 mL Acima de 1000mg (750mg) * Acima de 750mg 00 0,95 mL (500) * a 1000mg Entre 351 a 500mg 0 0,68mL (400) * a 500mg 251 a 350mg 1 0,50mL (350) * a 400mg 151 a 250mg 2 0,37mL (250) * a 300mg 50 a 150mg 3 0,30mL (200) * a 300mg Até 50mg 4 0,21mL (126) * a 252mg Até 5mg A NOVA ERA DOS COSMÉTICOS ECOLÓGICOS E BIOCOMPÁTIVEIS A proposta desses produtos vem alinhada com as mudanças socioeconômicas e culturais do nosso país e do mundo. Além de serem mais seguros e sustentáveis, preocupam-se com a saúde, o bem-estar das pessoas e do meio ambiente. Segundo o projeto de Lei 2906/08, o termo Biocosmético aplica-se a cosméticos com alta concentração de ativos naturais (fitoterápicos e óleos essenciais), além de não possuírem derivados do petróleo, bem como não fazer testes em animais, esses produtos não possuem corantes sintéticos e parabenos, pois se preocupam até com o momento em que você vai tirar esse produto do corpo e tomar banho, pois há risco de contaminação dos lençóis freáticos. Em 2019 essa lei foi atualizada e apenas cosméticos ou ativos cosméticos oriundos da Amazônia podem ser considerados como Biocosmético. A marca de um cosmético é importante? Não tenha dúvidas, mais importante do que isso é saber ler o rótulo, entender a informação que a empresa disponibiliza no item chamado Composição, sabe as letras miúdas que ninguém lê? Então, lá está a verdade do seu cosmético. Os cosméticos habituais não utilizam tal concentração de ativos, algumas até mascaram que fazem teste em animais, oferecem em seus rótulos extratos naturais, mas a dose de óleo mineral é tão alta que mesmos se tivessem óleo essencial (p.ex.) na formulação, sua pele não absorveria, pois ele faz tamponamento dos poros. Então se depois da composição vem às palavras: Mineral oil ou óleo mineral, paraben ou parabeno, paraffinum liquidum ou parafina líquida, BHT e EDTA ftalato e petrolatos; você está passando na pele um cosmético que é ineficaz, além de poluir o meio ambiente e trazer uma série de prejuízos a pele. A médio e longo prazo, o acúmulo desses produtos fazem o rosto perder o viço, os cabelos ficarem pesados, sem balanço e dificulta a absorção de outras substâncias. E esses vilões estão presentes desde cosméticos faciais, corporais e capilares até em maquiagens como bases, sombras, batons. O que eu também quero que você preste muita atenção é que, não é suficiente a empresa dizer que é ecologicamente correta, faz-se necessário uma certificação. No Brasil temos dois órgãos que fiscalizam os produtos e suaprodução o IBD (Instituto Biodinâmico) e o Ecocert. Para um cosmético orgânico, é necessário que 95% dos seus ingredientes sejam orgânicos, gerando o mínimo impacto ambiental possível, desde a sua produção (agricultura), comercialização (embalagens e sacolas) e descarte de resíduos. Vale um alerta, os cosméticos orgânicos não podem ser confundidos com os cosméticos naturais. A principal diferença está na sua composição durante a produção. Os naturais são produzidos da maneira convencional, mas apresentam na sua composição ingredientes extraídos da natureza. Para isso é preciso que o cosmético tenha, pelo menos um ingrediente derivado de uma substância natural (5%). O restante (95%) é composto de ingredientes convencionais como água, glicerina, lanolina, manteiga de cacau, óleo de semente de uva, e etc. Independentemente de ser orgânico ou natural, o importante são suas escolhas, leia os rótulos, verifique se os seus cosméticos possuem selos de credibilidade. Se essas empresas não se preocupam com a sua saúde, pouco devem se preocupar com a do meio ambiente. Você sabe a diferença do óleo mineral e do óleo vegetal? Abaixo seguem algumas diferenças, que vão fazer você olhar o rótulo antes de comprar o seu cosmético. ÓLEO MINERAL O óleo mineral é um derivado do petróleo incolor e inodoro, com o poder de formar uma barreira protetora para a pele, por isso ele é utilizado em sessões de clareamento dos pelos com produtos químicos, como é o caso do “Banho de Lua” que utiliza pó descolorante e água oxigenada. Essa combinação é extremamente irritativa para a pele e o óleo mineral ajuda a fazer essa barreira evitando que essa combinação entre em contato direto, amenizando a coceira e as reações alérgicas. Porém ele tem mais malefícios do que benefícios, o óleo mineral pode causar danos a pele, como o tamponamento dos poros que desencadeia ações comedogênicas e acneica (traduzindo, cravos e espinhas). Também obstrui as glândulas de excreção da pele, favorecendo disfunções da camada ácida do tecido. Estas substâncias repelem a água e impedem a absorção de outros ativos de base hídrica. Além de só melhorar a aparência da pele superficialmente, o óleo mineral é tóxico, pois não é biodegradável. Segundo o website da empresa LUBECO, 1 litro de óleo mineral contamina 100.000 litros de água. Isto significa que por não ser bem absorvido pela pele, o óleo mineral é eliminado no banho e na lavagem das roupas, contaminando lençóis freáticos e contribuindo para um ambiente mais poluído. ÓLEO VEGETAL Por sua semelhança estrutural ao manto hidro lipídico da pele, os óleos vegetais reagem melhor com o tecido e permitem que tanto a água, como outros princípios ativos existentes nos cosméticos aplicados sejam bem absorvidos. Extraídos principalmente das sementes de plantas, os óleos vegetais aumentam a proteção da pele contra a perda excessiva de líquidos, permitem a respiração cutânea e assimilam a luz solar. Também auxiliam o restabelecimento de peles rachadas e ressecadas, normalizando e reforçando a estrutura do tecido, por meio da hidratação verdadeira. Ao contrário dos óleos minerais, os de origem vegetal causam menos reações citotóxicas e alérgicas. Finalmente, possuem outra característica também muito importante: são biodegradáveis, não poluem e nem agridem o meio ambiente. Todos os óleos vegetais são biodegradáveis e podem levar até 28 dias para se decompor, sem agredir a natureza. Quando aplicado na pele, grande parte do óleo é absorvida pelo tecido e processada pelas enzimas. O óleo na formulação de cremes serve de base para a diluição de outras substâncias, são conhecidos como carreadores por levar os produtos ativos, como os óleos essenciais. Veja algumas propriedades dos óleos vegetais: Óleo Vegetal de Amêndoa Doce - Prunus armygdalus Indicado para peles secas, sensíveis e que expostas ao sol e vento. Ajuda a diminuir irritações e inflamações, pode ser usado como demaquilante para retirar a maquiagem e limpar a pele. Muito utilizado por gestantes e pessoas com peles sensíveis por seu poder de hidratação profunda, protegendo a pele e prevenindo estrias. Óleo Vegetal de Gergelim - Sesamum indicum Contém 32% de proteína Natural, vitaminas, minerais e lecitina. Excelente para todos os tipos de pele, especialmente com problemas de eczema, psoríases e envelhecimento prematuro da pele. Nos cabelos devolve a vida e o brilho perdido aos fios secos e quebradiços.Terapeuticamente é lubrificante, emoliente, anti-inflamatório e restaurador da camada lipídica. É um dos óleos vegetais mais usado na Índia dentro da Medicina Ayurvédica. Óleo Vegetal de Semente de Uva - Vitis vinífera É um óleo leve que é absorvido rapidamente tornando-o excelente para a pele facial e corporal, sendo indicado para todos os tipos de pele, adstringente leve ajuda a tonificar a pele, emoliente, hidratante, regenerador celular, revitalizante. Previne estrias devido a sua elevada concentração de alfa-tocoferol. É um excelente óleo de massagem, caracterizado como o óleo vegetal mais utilizado pela sua baixa incidência de reações alérgicas. Muitas empresas divulgam que utilizam o óleo vegetal na composição de seus cosméticos, mas omitem a utilização do óleo mineral no mesmo. Se você encontrar na rotulagem do seu produto as palavras como Paraffinum Liquidum ou Mineral Oil, saiba que este produto contém óleo mineral na composição. O motivo pelo qual essas empresas recorrem ao óleo mineral é pelo alto poder de conservação. Desconfie de óleos bifásicos, trifásicos, envasados em embalagens transparentes, coloridos, com aromas de frutas e/ou chocolate. Um consumidor consciente verifica se o cosmético é livre de óleo mineral, parafina e parabenos. Não esquecendo a importância de utilizar produtos ecologicamente corretos, e escolher fabricantes que desenvolvam cosméticos científicos preocupados com o meio-ambiente. Se hoje não nos preocupamos com estes valores, esgotaremos ainda mais os recursos naturais para suas próximas gerações. Assim como os óleos essenciais os óleos vegetais são envasados em vidros de cor âmbar, possuem no rótulo o nome científico e o nome popular de qual planta ele foi extraído, algumas empresas especificam até o método de extração. Desconfie de empresas que vendem óleo vegetal em recipientes de plástico branco e mesmo os de cor âmbar, que não oferecem essas informações importantes no rótulo, como o prazo de validade, e a afirmação de que são 100% puros. PRINCÍPIOS ATIVOS FITOBOTÂNICOS Para falarmos dos ativos cosméticos que potencializam os cosméticos ecologicamente corretos, precisamos falar de ativos fitobotânicos. Nestes casos estamos falando de duas grandes ciências que possuem a botânica em sua origem e aprofundam os conhecimentos por meio dos seus efeitos terapêuticos seja por meio da sua composição química (farmacognosia) ou pela sua composição aromática e interação com o nosso sistema olfativo (osmologia). Vamos especificar 2 ciências neste caso: a Fitoterapia e a Aromaterapia. FITOTERAPIA Faz parte da nossa cultura, enraizada nos saberes populares, a conduta de tomar um “chazinho” de vez em quando. É um chá de boldo para quando exageramos em comidas pesadas, para aliviar os sintomas da ressaca, é um chá de camomila para acalmar e auxiliar na digestão, e tantas outras opções... Escuto muito no consultório os pacientes falarem: “Ah é natural, não vai fazer mal...” Engana-se quem pensa assim.... Das terapias naturais, a fitoterapia é uma das terapias integrativas, que mais produz estudos científicos sobre os efeitos terapêuticos, adversos e os resultados das interações medicamentosas (fitoterápico X fármaco). No Brasil o CONBRAFITO (Conselho Brasileiro de Fitoterapia), vem desenvolvendo um trabalho bacana desde 2009 com o intuito de instruir, gerar e atualizar os conhecimentossobre as plantas medicinais, promovendo anualmente o Congresso e cursos de formação em fitoterapia. Embora sua fonte sejam as plantas medicinais, os fitoterápicos são medicamentos, utilizados para reestabelecer a homeostase do corpo nos níveis fisiológico e psicológico. Sua eficácia e margem de segurança de indicação terapêutica e utilização, são validadas pela etnofarmacologia, documentações científicas publicadas e devidamente fiscalizadas pela ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). É vital pontuarmos o conceito: a planta medicinal é a forma como ela é encontrada na natureza, para beneficiar-se dos seus efeitos terapêuticos, é preciso conhecê-la, saber onde, como e quando colhê-la, e o fundamental, prepará-la. Quando a planta medicinal passa pelo processo de industrialização (visando evitar contaminações por microorganismos, agrotóxicos, padronizar quantidade e a forma correta de utilização, proporcionando maior segurança) estamos falando dos fitoterápicos, que devem ser registrados antes de serem comercializados. Algumas dicas importantes sugeridas pela própria ANVISA - Buscar informações com os profissionais de saúde; - Informar ao profissional da saúde qualquer reação desagradável que aconteça enquanto estiver usando plantas medicinais ou fitoterápicos; - Observar cuidados especiais com gestantes, lactantes, crianças e idosos; - Informar ao profissional da saúde que está acompanhando seu caso, se está utilizando plantas medicinais ou fitoterápicos, principalmente antes de cirurgias; - Adquirir fitoterápicos apenas em farmácias e drogarias autorizadas pela Vigilância Sanitária; - Seguir as orientações da bula e rotulagem; - Observar a data de validade – Nunca tomar medicamentos vencidos; - Seguir corretamente os cuidados de armazenamento; - Ter cuidado ao associar medicamentos, o que pode promover a diminuição dos efeitos ou provocar reações indesejadas. - Desconfiar de produtos que prometem curas milagrosas. EVITE: Comprar plantas medicinais secas em feiras livres ou em lojas, cuja armazenagem é desconhecida, elas podem ser foco de fungos e bactérias, além de muitas folhas serem confundidas quando estão secas. Desconfie de tinturas, ou extratos que estejam armazenados em recipientes plásticos, sem o devido registro nos órgãos regulamentadores, bem como o farmacêutico responsável por aquele lote. Observe a relação NR5 de 2008 da ANVISA, que versa sobre os fitoterápicos que são considerados de prescrição médica e os que são classificados como MIPS, assim como os de uso exclusivamente externo. Faz-se importante ressaltar que as farmácias de manipulação não possuem uma conduta padrão com relação ao acesso aos fitoterápicos de uso médico, ou seja, pode ser que você se depare com farmácias que se recusam a manipular o fitoterápico visto que você não está habilitado para tal, assim como terá acesso facilitado aos mesmos em outras farmácias. NR5-2008 FITOTERÁPICOS E INTERAÇÃO MEDICAMENTOSA É importante ressaltar que os usuários de fitoterápicos são em sua maioria adultos e idosos, é comum que utilizem medicamentos alopáticos associados, e como vimos os fitoterápicos também são medicamentos, por isso precisam do acompanhamento de um profissional que possa orientar o paciente, principalmente na hora de indicar uma tintura, cápsula, pomada, ou até mesmo o chá com as plantas escolhidas. Associá-los pode até não gerar efeito nenhum em alguns casos, mas pode ser que um anule o efeito do outro ou até mesmo potencialize-os. Observe alguns exemplos abaixo: Fitoterápicos com efeito laxante (p.ex. Sene, Cáscara Sagrada, Ruibarbo, etc...) Como o sene é um laxante forte, por diminuir o tempo do trânsito intestinal, pode interferir diretamente na absorção dos medicamentos que são absorvidos via oral (cálcio, ferro lítio, digoxina e anticoagulantes orais). Fitoterápicos com efeito diurético (p.ex. Carqueja, Alcachofra, Cavalinha, etc...) A Alcachofra potencializa os efeitos diuréticos, diminuindo o volume sanguíneo, provocando quedas de pressão arterial por hipovolemia, baixos níveis de potássio na corrente sanguínea. A Cavalinha é outra planta que precisa ser administrada com cautela em pacientes com cálculo renal, ou redução da atividade dos rins, ela é rica em silício, o que pode piorar ou agravar o quadro clínico. As interações mais graves envolvem os diuréticos como: furosemida e tiazídicos (Clortalidona, Hidroclorotiazida, Indapamida). Fitoterápicos com efeito hipoglicemiante (p.ex. Gymena, Ginseng, Gengibre, etc...) Podem ter um efeito sinérgico com outros agentes hipoglicemiantes. Em um paciente pouco desinformado, um agente hipoglicemiante de origem vegetal pode provocar níveis perigosamente reduzidos de glicose no sangue. O Ginseng (p.ex.) quando administrado com anticoncepcional, pode provocar efeitos adversos, pois aumenta a atividade estrogênica, tais como dor nas mamas e sangramento menstrual excessivo. Fitoterápicos com efeito anticoagulante (p.ex. Ginkgo Biloba, Angélica, Alho, etc...) Podem aumentar o risco de sangramento em pacientes que utilizam medicamentos como varfarina, AAS ou outros inibidores da agregação plaquetária. Fitoterápicos que possuem cumarinas também podem contribuir para a ocorrência de transtornos hemorrágicos. Segundo a farmacologista Elizabeth Prado, pacientes que associaram varfarina ou aspirina com Ginkgo Biloba tiveram hemorragia, mesmo usando doses recomendadas. O Ginko Biloba também pode reduzir a concentração plasmática do Omeprazol, medicamento utilizado para o tratamento de úlcera e refluxo. Fitoterápicos com efeitos sedativos, calmantes e depressores de sistema nervoso central (Kawa Kawa, Valeriana, Passiflora, etc...) Podem potencializar os efeitos sedativos de outras drogas utilizadas em associação. A Passiflora pode interagir com hipnóticos, ansiolíticos, inibidores da MAO, anti- histamínicos e o álcool, intensificando a sua ação. Já a Valeriana possui ação depressora do SNC, potencializa o efeito depressor de outros medicamentos alopáticos com a mesma ação (benzodiazepínicos, barbitúricos, alguns antidepressivos e o álcool). Alguns estudos observam a administração do óleo essencial de eucalipto com sintomas de dificuldade de concentração e raciocínio, além de alterações no sistema nervoso, que podem ser intensificados quando esse tipo de medicamento for associado. Além disso o óleo também diminui os níveis de açúcar no sangue, e deve ser usado com precaução em pacientes diabéticos. Os fitoterápicos podem ser associados aos protocolos estéticos como princípios ativos, que podem ser apresentados de maneira concentrada (extrato vegetal), em pó ou isoladamente como pode ser observado abaixo: FITOFÁRMACO: Substância isolada de vegetal da qual se conhece a característica química e que desencadeia determinado efeito sobre o sistema biológico. Quando presente em ma formulação, caracteriza um produto alopático comum, não se tratando de fitoterápico. Exemplo: papaína 3% em creme base q.s.p. 30g. MARCADOR FARMACOLÓGICO: Substância contida no vegetal, ou parte deste, responsável pela atividade farmacológica. Às vezes, pode-se encontrar um grupo de marcadores e não apenas uma única substância. MARCADOR FITOQUÍMICO: Substância contida no vegetal, ou parte deste, que o caracteriza fitoquimicamente. Nem sempre o marcador fitoquímico é também o marcador farmacológico. Exemplo: Cáscara sagrada = Marcador Fitoquímico e Farmacológico pertencem a mesma classe = antraquinonas. Peumus boldus = o Marcador Fitoquímico é a boldina (alcalóide) e os Marcadores farmacológicos para as atividades colerética e colagoga = Terpenos. FITOTERÁPICOS COMO ATIVOS COSMÉTICOS - FITOCOSMÉTICA Dependendo da planta o seu % na formulação pode variar de 2,5 a 5% e pra melhor permeação os ativos fitoterápicos