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AgRg no RECURSO EM HABEAS CORPUS Nº 180413 - RJ (2023/0146980-4)
RELATOR : MINISTRO REYNALDO SOARES DA FONSECA
AGRAVANTE : D V C B
ADVOGADO : RICARDO PIERI NUNES - RJ112444
AGRAVADO : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
 
EMENTA
PENAL E PROCESSO PENAL. AGRAVO REGIMENTAL NO 
RECURSO EM HABEAS CORPUS. 1. INDICAÇÃO DE FATOS 
SUPERVENIENTES. DEMONSTRAÇÃO DA PLAUSIBILIDADE 
DA TESE. IMPOSSIBILIDADE DE ANÁLISE. SUPRESSÃO DE 
INSTÂNCIA. 2. IMPEDIMENTO DO ÓRGÃO DO MINISTÉRIO 
PÚBLICO. PROMOTORA DIRETAMENTE INTERESSADA NO 
FEITO. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO. SITUAÇÃO DIVERSA 
DO HC 406.025/MG. 3. ALEGADA SUSPEIÇÃO. INIMIZADE 
CAPITAL. CIRCUNSTÂNCIA NÃO COMPROVADA. 4. 
CONCLUSÕES DAS INSTÂNCIAS ORDINÁRIAS. 
IMPOSSIBILIDADE DE DESCONSTITUIÇÃO NA VIA ELEITA. 
NECESSIDADE DE REVOLVIMENTO DE FATOS E PROVAS. 
NÃO CABIMENTO EM HABES CORPUS. 5. AGRAVO 
REGIMENTAL CONHECIDO EM PARTE E IMPROVIDO.
1. Não é possível a análise direta pelo Superior Tribunal de Justiça do 
tópico referente a "fatos supervenientes relevantes que reforçam a 
plausibilidade da pretensão defensiva", sob pena de indevida supressão 
de instância, uma vez que não foram previamente submetidos ao crivo 
da Corte local.
2. Quanto ao mérito recursal propriamente dito, a defesa afirma que a 
promotora é impedida, por ser diretamente interessada no feito, uma vez 
que colheu depoimento no qual se afirmou que o recorrente pretendia 
atentar contra sua vida. No entanto, diversamente do precedente 
indicado pela defesa, "inexiste qualquer relato de investigação ou 
procedimento para apurar questão relativa a atentado contra a vida da 
Promotora”.
- Não figurando a promotora como vítima da apuração em curso, que 
deu ensejo à ação penal por tentativa de homicídio qualificado contra 
terceiro, não há se falar que se trata de parte diretamente interessada, 
razão pela qual não se configura a hipótese do art. 252, inciso IV, do 
Código de Processo Penal, inexistindo, dessa forma, o alegado 
impedimento.
3. No que diz respeito à alegada suspeição, em razão de suposta 
inimizade capital, a Corte local destacou que "não há qualquer 
irregularidade na conduta da Promotora de Justiça, a qual demonstra que 
ARQUIVO 01
atua com a isenção necessária no exercício de suas atribuições, sem 
qualquer interesse pessoal, não havendo qualquer indicativo de que 
possui interesse escuso, em eventual condenação do acusado, tendo 
como único interesse apontar os verdadeiros culpados pela prática de tão 
grave crime e não incriminar gratuitamente alguém".
- Conforme bem destacado pelo Ministério Público Federal em seu 
parecer, "os fatos nanados pela defesa não destoam daqueles 
normalmente praticados no exercício da função ministerial, ainda mais 
em uma cidade pequena, em que os promotores de justiça atuam em 
diversas frentes e, frequentemente, mantém contatos nem sempre muito 
amistosos com políticos locais".
4. Para desconstituir a conclusão alcançada pela Corte local, a fim de 
acolher pretensão defensiva nos moldes pretendidos na inicial, seria 
necessária não mera análise jurídica de fatos incontroversos, mas 
verdadeiro o revolvimento de conteúdo fático-probatório, providência 
sabidamente inviável em habeas corpus.
5. Agravo regimental conhecido em parte e improvido.
ACÓRDÃO
Vistos e relatados estes autos em que são partes as acima indicadas, acordam 
os Ministros da QUINTA TURMA do Superior Tribunal de Justiça, em sessão virtual de 
05/09/2023 a 11/09/2023, por unanimidade, conhecer parcialmente do recurso, mas lhe 
negar provimento, nos termos do voto do Sr. Ministro Reynaldo Soares da Fonseca.
Os Srs. Ministros Ribeiro Dantas, Joel Ilan Paciornik, Messod Azulay Neto e 
João Batista Moreira (Desembargador convocado do TRF1) votaram com o Sr. Ministro 
Relator.
Presidiu o julgamento o Sr. Ministro Messod Azulay Neto.
 
Brasília, 11 de setembro de 2023.
Ministro REYNALDO SOARES DA FONSECA 
Relator
AgRg no RECURSO EM HABEAS CORPUS Nº 180413 - RJ (2023/0146980-4)
RELATOR : MINISTRO REYNALDO SOARES DA FONSECA
AGRAVANTE : D V C B
ADVOGADO : RICARDO PIERI NUNES - RJ112444
AGRAVADO : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
 
EMENTA
PENAL E PROCESSO PENAL. AGRAVO REGIMENTAL NO 
RECURSO EM HABEAS CORPUS. 1. INDICAÇÃO DE FATOS 
SUPERVENIENTES. DEMONSTRAÇÃO DA PLAUSIBILIDADE 
DA TESE. IMPOSSIBILIDADE DE ANÁLISE. SUPRESSÃO DE 
INSTÂNCIA. 2. IMPEDIMENTO DO ÓRGÃO DO MINISTÉRIO 
PÚBLICO. PROMOTORA DIRETAMENTE INTERESSADA NO 
FEITO. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO. SITUAÇÃO DIVERSA 
DO HC 406.025/MG. 3. ALEGADA SUSPEIÇÃO. INIMIZADE 
CAPITAL. CIRCUNSTÂNCIA NÃO COMPROVADA. 4. 
CONCLUSÕES DAS INSTÂNCIAS ORDINÁRIAS. 
IMPOSSIBILIDADE DE DESCONSTITUIÇÃO NA VIA ELEITA. 
NECESSIDADE DE REVOLVIMENTO DE FATOS E PROVAS. 
NÃO CABIMENTO EM HABES CORPUS. 5. AGRAVO 
REGIMENTAL CONHECIDO EM PARTE E IMPROVIDO.
1. Não é possível a análise direta pelo Superior Tribunal de Justiça do 
tópico referente a "fatos supervenientes relevantes que reforçam a 
plausibilidade da pretensão defensiva", sob pena de indevida supressão 
de instância, uma vez que não foram previamente submetidos ao crivo 
da Corte local.
2. Quanto ao mérito recursal propriamente dito, a defesa afirma que a 
promotora é impedida, por ser diretamente interessada no feito, uma vez 
que colheu depoimento no qual se afirmou que o recorrente pretendia 
atentar contra sua vida. No entanto, diversamente do precedente 
indicado pela defesa, "inexiste qualquer relato de investigação ou 
procedimento para apurar questão relativa a atentado contra a vida da 
Promotora”.
- Não figurando a promotora como vítima da apuração em curso, que 
deu ensejo à ação penal por tentativa de homicídio qualificado contra 
terceiro, não há se falar que se trata de parte diretamente interessada, 
razão pela qual não se configura a hipótese do art. 252, inciso IV, do 
Código de Processo Penal, inexistindo, dessa forma, o alegado 
impedimento.
3. No que diz respeito à alegada suspeição, em razão de suposta 
inimizade capital, a Corte local destacou que "não há qualquer 
irregularidade na conduta da Promotora de Justiça, a qual demonstra que 
atua com a isenção necessária no exercício de suas atribuições, sem 
qualquer interesse pessoal, não havendo qualquer indicativo de que 
possui interesse escuso, em eventual condenação do acusado, tendo 
como único interesse apontar os verdadeiros culpados pela prática de tão 
grave crime e não incriminar gratuitamente alguém".
- Conforme bem destacado pelo Ministério Público Federal em seu 
parecer, "os fatos nanados pela defesa não destoam daqueles 
normalmente praticados no exercício da função ministerial, ainda mais 
em uma cidade pequena, em que os promotores de justiça atuam em 
diversas frentes e, frequentemente, mantém contatos nem sempre muito 
amistosos com políticos locais".
4. Para desconstituir a conclusão alcançada pela Corte local, a fim de 
acolher pretensão defensiva nos moldes pretendidos na inicial, seria 
necessária não mera análise jurídica de fatos incontroversos, mas 
verdadeiro o revolvimento de conteúdo fático-probatório, providência 
sabidamente inviável em habeas corpus.
5. Agravo regimental conhecido em parte e improvido.
RELATÓRIO
Trata-se de agravo regimental interposto por D. V. C. B. contra decisão 
monocrática, da minha lavra, que negou provimento ao recurso em habeas corpus.
O agravante aduz, em um primeiro momento, que há fato novo superveniente, 
consistente na absolvição do paciente em três outras ações penais elaboradas pela 
promotora ora considerada impedida e suspeita. Narra, no mais, acontecimentos 
posteriores que, a seu ver, confirmam as alegações trazidas no presente recurso. Por fim, 
reitera a argumentação trazida na petição recursal.
Pugna, assim, pelo provimento do agravo regimental.
É o relatório.
VOTO
A insurgência não merece prosperar.
Primeiramente, no que concerne ao tópico referente a "fatos supervenientes 
relevantes que reforçam a plausibilidade da pretensão defensiva", tem-se que não é 
possível a análise direta pelo Superior[...] (AgRg no HC n. 
651.515/SP, Rel. Ministro Messod Azulay Neto, 5ª T., DJe 
15/8/2023, destaquei)".
Desse modo, observo que o acórdão objeto de impugnação está 
em consonância com a jurisprudência uniformizada da tese trazida 
pela defesa, razão pela qual atrai a incidência da Súmula n. 83 
do STJ.
[...] II. Malferimento ao art. 619 do Código de Processo Penal
Opostos embargos declaratórios, esses foram rejeitados (fls.1.161-
1.163).
Pela atenta leitura dos acórdãos proferidos pela Corte local, não 
verifico os vícios apontados pela defesa, pois o Tribunal de 
origem, indicou, nitidamente, os motivos de fato e de direito 
nos quais se fundou a rejeição dos aclaratórios que visava à 
desconstituição do não arquivamento da arguição de suspeição
. Ao ser constatada a intenção de caráter infringente do pleito, 
os embargos foram rejeitados.
À vista, portanto, da análise da questão controvertida pelo acórdão 
Documento eletrônico VDA40802375 assinado eletronicamente nos termos do Art.1º §2º inciso III da Lei 11.419/2006
Signatário(a): MINISTRO Rogerio Schietti Cruz Assinado em: 22/03/2024 15:52:50
Código de Controle do Documento: 71f0fa46-0b84-46b6-a9cc-3ae45ee8053e
recorrido, não há falar em contrariedade ao art. 619 do CPP.
III. Dissídio jurisprudencial
O dissídio jurisprudencial viabilizador do recurso especial pela 
alínea “c” do permissivo constitucional não foi demonstrado nos 
moldes legais, pois, além de a defesa não ter feito o devido cotejo 
analítico e de não ter apontado qual dispositivo legal recebeu 
tratamento diverso na jurisprudência pátria, não ficou evidenciada 
a similitude fática e jurídica entre os casos colacionados que 
teriam recebido interpretação divergente pela jurisprudência 
pátria".
 
Observo que o agravante visa a rediscutir matéria já apreciada no 
âmbito do recurso constitucional. Todavia, em consonância com o entendimento 
jurisprudencial desta Corte Superior: “o agravo regimental deve trazer novos 
argumentos capazes de alterar o entendimento anteriormente firmado, sob pena de 
ser mantida a r. decisão vergastada pelos próprios fundamentos” (AgRg no HC n. 
749.888/RS, Rel. Ministro Jesuíno Rissato (Desembargador Convocado do 
TJDFT), 5ª T., DJe 26/8/2022).
À vista do exposto, nego provimento ao agravo regimental.
Documento eletrônico VDA40802375 assinado eletronicamente nos termos do Art.1º §2º inciso III da Lei 11.419/2006
Signatário(a): MINISTRO Rogerio Schietti Cruz Assinado em: 22/03/2024 15:52:50
Código de Controle do Documento: 71f0fa46-0b84-46b6-a9cc-3ae45ee8053e
Superior Tribunal de Justiça
 
CERTIDÃO DE JULGAMENTO
SEXTA TURMA
 
AgRg no
Número Registro: 2021/0161387-7 AREsp 1.896.218 / 
SP
MATÉRIA CRIMINAL
Números Origem: 0003083-70.2011.8.26.0541 00030837020118260541 21692021420188260000 
30837020118260541 5410120110030832
EM MESA JULGADO: 19/03/2024
SEGREDO DE JUSTIÇA
Relator
Exmo. Sr. Ministro ROGERIO SCHIETTI CRUZ
Presidente da Sessão
Exmo. Sr. Ministro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR
Subprocurador-Geral da República
Exmo. Sr. Dr. ALEXANDRE CAMANHO DE ASSIS
Secretário
Bel. ELISEU AUGUSTO NUNES DE SANTANA
AUTUAÇÃO
AGRAVANTE : E M V M 
ADVOGADOS : FRANCISCO APPARECIDO BORGES JUNIOR - SP111508 
 EURO BENTO MACIEL FILHO - SP153714 
 DOUGLAS RICARDO FAZZIO - SP238264 
AGRAVADO : ESTADO DE SÃO PAULO 
ADVOGADO : SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS - SE000000M
INTERES. : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO 
ASSUNTO: DIREITO PENAL - Crimes contra a Dignidade Sexual - Estupro de vulnerável
AGRAVO REGIMENTAL
AGRAVANTE : E M V M 
ADVOGADOS : FRANCISCO APPARECIDO BORGES JUNIOR - SP111508 
 EURO BENTO MACIEL FILHO - SP153714 
 DOUGLAS RICARDO FAZZIO - SP238264 
AGRAVADO : ESTADO DE SÃO PAULO 
ADVOGADO : SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS - SE000000M
INTERES. : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO 
CERTIDÃO
Certifico que a egrégia SEXTA TURMA, ao apreciar o processo em epígrafe na 
sessão realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão:
A Sexta Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos 
termos do voto do Sr. Ministro Relator.
Os Srs. Ministros Antonio Saldanha Palheiro, Jesuíno Rissato (Desembargador 
Convocado do TJDFT) e Sebastião Reis Júnior votaram com o Sr. Ministro Relator.
C5421645155provimento ao recurso ordinário em habeas corpus 
interposto contra acórdão proferido pelo Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul 
que denegou a ordem postulada no HC n. 5248455-82.2021.8.21.7000. 
Depreende-se dos autos que o recorrente, ora agravante, foi denunciado, 
juntamente com L. S. D. A., pela prática, em tese, de dois delitos de receptação qualificada 
(art. 180, §§ 1º e 2º, c/c o art. 61, inciso II, alínea “j”, ambos do Código Penal), ocorridos 
entre os dias 29 de maio e 1º de junho de 2021 (e-STJ fls. 3/9). 
Citado, o ora agravante, assistido pela Defensoria Pública do Estado do 
Rio Grande do Sul, apresentou resposta à acusação, postulando a apresentação intempestiva 
do rol de testemunhas, após o restabelecimento da normalidade das atividades institucionais, 
sem, contudo, noticiar eventual dificuldade de contato com o réu, familiares ou eventuais 
testemunhas. 
Ao analisar as respostas à acusação, o Juízo da 8ª Vara Criminal do Foro 
Central da Comarca de Porto Alegre/RS indeferiu ao pedido defensivo apresentação de rol 
extemporâneo de testemunhas, designando audiência de instrução e julgamento para o dia 
6/7/2022 (e-STJ fls. 97/98)
Irresignada, a Defensoria Pública impetrou habeas corpus perante a Corte 
local contra a decisão do Juízo de primeiro grau que indeferiu a apresentação de rol de 
Documento: 2157118 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 08/04/2022 Página 3 de 4
 
 
Superior Tribunal de Justiça
testemunhas de forma extemporânea, após a juntada da defesa prévia. 
No entanto, em sessão de julgamento realizada no dia 3/2/2022, a 7ª 
Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul, por unanimidade, 
denegou a ordem postulada, em acórdão assim ementado (e-STJ fl. 37):
HABEAS CORPUS. APRESENTAÇÃO EXTEMPORÂNEA DO ROL 
DE TESTEMUNHAS. CIRCUNSTÂNCIAS QUE IMPEDEM A 
CONCESSÃO. A tolerância com a apresentação tardia do rol de 
testemunhas, que já foi referendada por este Colegiado em outras 
oportunidades, não se confunde com um pedido genérico de 
apresentação do referido rol a qualquer prazo. 
O processo tem algumas regras que precisam ser observadas por 
todos os operadores. Acolher a pretensão da defesa não pode 
significar o retardo infinito da instrução processual. 
ORDEM DENEGADA. 
No recurso ordinário em habeas corpus, a Defensoria Pública do Estado do 
Rio Grande do Sul renovou a alegação de cerceamento de defesa pelo indeferimento do 
pedido de apresentação extemporânea de rol de testemunhas.
Ao final, pugnou, liminarmente, pela suspensão do acórdão de segundo grau 
até o julgamento do mérito do recurso ordinário. No mérito, pleiteou pelo provimento do 
recurso para garantir a possibilidade de apresentação de rol de testemunhas de forma 
extemporânea, preferencialmente, após o primeiro contato da Defensoria Pública com o réu, 
que segundo alegado, ocorrerá na audiência de instrução.
Em decisão monocrática proferida no dia 5/3/2022, esta relatoria negou 
provimento ao recurso ordinário (e-STJ fls. 70/80).
Daí o presente agravo regimental (e-STJ fls. 86/89), no qual a Defensoria 
Pública do Estado do Rio Grande do Sul insiste na mesma tese que foi afastada na decisão 
impugnada, consistente na nulidade do feito, por cerceamento de defesa, em razão do 
indeferimento do pedido de apresentação extemporânea de rol de testemunhas.
Ao final, requer seja a decisão reconsiderada ou o presente agravo 
provido, de modo que se proveja o recurso ordinário de habeas corpus interposto em 
Documento: 2157118 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 08/04/2022 Página 4 de 4
 
 
Superior Tribunal de Justiça
favor de C. I. E., “garantindo-se a ele a possibilidade de apresentar o rol de testemunhas 
de forma extemporânea, preferencialmente após o primeiro contato dele com a 
Defensoria Pública – que ocorrerá na audiência de instrução” (e-STJ fl. 89).
É o relatório.
 
Documento: 2157118 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 08/04/2022 Página 5 de 4
 
 
Superior Tribunal de Justiça
AgRg no RECURSO EM HABEAS CORPUS Nº 161.330 - RS (2022/0057709-1)
 
VOTO
O EXMO. SR. MINISTRO REYNALDO SOARES DA FONSECA 
(Relator): 
De plano, observa-se que a irresignação defensiva não merece prosperar, 
uma vez que não foram apresentados argumentos novos, aptos a infirmar os fundamentos da 
decisão agravada, a qual está em consonância com o entendimento jurisprudencial do Superior 
Tribunal de Justiça sobre o tema.
Conforme foi dito na decisão agravada, busca-se, no caso, o 
reconhecimento da nulidade da decisão que indeferiu o pedido de apresentação extemporânea 
de rol de testemunhas de defesa, porquanto não arroladas tempestivamente, quando da 
apresentação da resposta à acusação. 
Rememorando o caso dos autos, observa-se que o Juízo de primeiro grau, 
ao examinar a resposta à acusação da Defensoria Pública, indeferiu o pedido de apresentação 
do rol extemporâneo de testemunhas, em síntese, sob a seguinte fundamentação (e-STJ fls. 
97/98):
Apresentadas respostas à acusação (evento 20, DOC1 e evento 27, 
DOC1), estas não aduzem nenhuma das hipóteses de absolvição 
sumária do artigo 397 e incisos do Código de Processo Penal, 
tampouco restou delineada, por ora, qualquer excludente do crime 
ou razão a desclassificá-lo, ratifico, pois, o recebimento da 
denúncia. 
Considerando a necessidade de dar andamento ao feito designo o 
dia 06 de julho de 2022, às 15h30min, para realização de 
audiência de instrução e julgamento.
Quanto ao pedido da Defesa Pública para apresentação do rol 
extemporâneo de testemunhas sopesando a jurisprudência 
atualizada do Egrégio TJRS, que abaixo colaciono, resta 
indeferida. 
Sobre o tema:
CORREIÇÃO PARCIAL. ACOLHIMENTO DE PEDIDO 
EXTEMPORÂNEO DEARROLAMENTO DE TESTEMUNHAS. 
DECISÃO CASSADA. O deferimento de pedido extemporâneo 
Documento: 2157118 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 08/04/2022 Página 6 de 4
 
 
Superior Tribunal de Justiça
de arrolamento de testemunhas ocasionou um tumultuo no 
regular andamento do procedimento. Aceitou-se, o que não é 
possível, um tratamento desigual entre as partes. Em situação 
similar a deste processo, já decidiu o Superior Tribunal de 
Justiça: "O acórdão impugnado está em consonância com a 
jurisprudência desta Corte, segundo a qual o rol de testemunhas 
da defesa deve ser apresentado na resposta à acusação, sob pena 
de preclusão, nos termos do art. 396-A do Código de Processo 
Penal. Assim, não se verifica cerceamento de defesa em virtude do 
indeferimento do pedido extemporâneo de testemunha, 
apresentado após a defesa prévia. (HC 637520)." Correição 
parcial procedente.(Correição Parcial Criminal, Nº 
51673611520218217000, Primeira Câmara Criminal, Tribunal 
de Justiçado RS, Relator: Sylvio Baptista Neto, Julgado em: 
30-09-2021)CORREIÇÃO PARCIAL. CRIMES CONTRA O 
PATRIMÔNIO. ROUBOMAJORADO. ROL TESTEMUNHAL. 
APRESENTAÇÃO EXTEMPORÂNEA. IMPOSSIBILIDADE. 
INVERSÃO TUMULTUÁRIA. A apresentação extemporânea de 
rol de testemunhas não encontra embasamento legal. Resposta 
à acusação que configura o momento adequado à indicação 
da prova a ser produzida, nos termos preconizados pelo 
art.396-A do CPP. Possibilidade, em casos excepcionalíssimos, 
de que o arrolamento seja oferecido em ocasião diversa da 
legalmente prevista, mediante avaliação das peculiaridades do caso 
e justificação acerca de sua necessidade, o que não se amolda ao 
caso em concreto. CORREIÇÃOPARCIAL JULGADA 
PROCEDENTE.(CorreiçãoParcialCriminal,Nº 
51541778920218217000, Oitava Câmara Criminal, Tribunal de 
Justiça do RS, Relator: Naele Ochoa Piazzeta, Julgado em: 
29-09-2021)
CORREIÇÃO PARCIAL. APRESENTAÇÃO DE ROL DE 
TESTEMUNHAS A DESTEMPO. AUSÊNCIA DE JUSTIFICATIVA 
RAZOÁVEL PARA O ARROLAMENTO TARDIO.INEXISTÊNCIA DE 
OBRIGATORIEDADE NO RECEBIMENTO DA PEÇA 
PELOMAGISTRADO. INOCORRÊNCIA DE ERRO OU ABUSO QUE 
IMPORTE EM INVERSÃOTUMULTUÁRIA DE ATOS E FÓRMULAS 
LEGAIS. ART. 396-A DO CPP. O momento de arrolar testemunhas 
de defesa, conforme determinado no art. 396-A do Código de 
Processo Penal, é o da apresentação de resposta à acusação. 
Inexistência de qualquer situação excepcional que autorize o 
arrolamento intempestivo, pois não há demonstração de justificativa 
razoável para o arrolamento tardio, tampouco, especificamente, de 
sua utilidade para a Defesa do requerente. Tratando-se de juntada 
extemporânea do rol de testemunhas, circunstância excepcional, é 
necessário o pronunciamento expresso do juízo, não se podendo 
atribuir ao magistrado o deferimento tácito. Ademais, eventual 
recebimento do rol de testemunhas intempestivo constitui uma 
faculdade do juiz e não um dever. Ausente erro ou abuso que 
Documento: 2157118 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 08/04/2022 Página 7 de 4
 
 
Superior Tribunal de Justiça
importe na inversão tumultuária de atos e fórmulas legais, uma vez 
que observados pelo magistrado o princípio do devido processo 
legal e a própria redação do art. 396-A do Código de 
Processo Penal. CORREIÇÃO IMPROCEDENTE. (Correição 
Parcial Criminal, Nº51457743420218217000, Terceira Câmara 
Criminal, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Luciano André 
Losekann, Julgado em: 23-09-2021) - negritei. 
Por sua vez, o Tribunal de origem refutou a nulidade ora arguida, destacando 
que, além da ausência do protocolo do rol de testemunhas pela Defensoria Pública, o que 
reflete em um pedido genérico para apresentar o rol de testemunhas de forma extemporânea, 
são vários meses até a data da audiência de instrução e julgamento que foi designada pelo 
Juízo de primeiro grau, havendo tempo e sendo ônus da defesa fazer contato com o assistido 
ou seus familiares. 
Veja-se (e-STJ fls. 34/36):
Cabe lembrar o teor do inciso LXVIII do artigo 5º da Constituição 
Federal:
- conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se 
achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua 
liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder;
A pretensão deduzida na inicial foi:
a concessão de ordem de HABEAS CORPUS em favor do 
paciente, acima qualificado, garantindo-se a ele a possibilidade de 
apresentar o rol de testemunhas de forma extemporânea, 
preferencialmente após o primeiro contato dele com a 
Defensoria Pública – que ocorrerá na audiência de instrução. 
A liminar foi indeferida com os seguintes argumentos:
"[...]
O réu foi denunciado como incurso nas sanções do artigo 180, § 1º 
e § 2º, combinado com o artigo 61, inciso II, alínea “j”, ambos do 
Código Penal, por fato ocorrido em maio de 2021. 
Citado, o réu, através da Defensoria Pública, apresentou resposta 
à acusação, postulando a apresentação intempestiva do rol de 
testemunhas, após o restabelecimento da normalidade das 
atividades institucionais, que foi indeferido pelo juízo singular, 
sendo designada a audiência de instrução e julgamento para o dia 
06-07-2022 (29.1). 
Com efeito, a medida liminar habeas corpus reveste-se de 
excepcionalidade, a ser deferida em situações especiais, em 
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que há flagrante ilegalidade ou prejuízo irreparável, o que 
não se verifica nesse caso. 
A defesa fez um pedido genérico para apresentar o rol de 
testemunhas de forma extemporânea, sem levar em consideração 
que a audiência foi designada para data distante, havendo, 
portanto, tempo disponível a que tenha acesso ao paciente, mesmo 
com todas as dificuldades e limitações decorrentes da pandemia, 
e que, então, apresente suas testemunhas. 
A tolerância com a apresentação tardia do rol de testemunhas, que 
já foi referendada por este Colegiado em outras oportunidades, 
não se confunde com um pedido genérico de apresentação do 
referido rol a qualquer prazo. 
O processo tem algumas regras que precisam ser observadas por 
todos os operadores. Acolher a pretensão da defesa não pode 
significar o retardo infinito da instrução processual. 
Do ponto de vista prático, são vários meses até a data da audiência, 
havendo tempo e sendo ônus da defesa fazer contato com o assistido 
ou seus familiares. 
No caso, frise-se, sequer o protocolo do referido rol chegou 
a acontecer, estando, portanto, a princípio, a decisão que 
indeferiu o pedido de apresentação extemporânea devidamente 
fundamentada e amparada no contexto fático delineado. 
Cabe transcrever o pedido deduzido:
"Ante ao exposto, considerando os termos da fundamentação, 
postula-se a Vossas Excelências, liminarmente, a concessão de 
ordem de HABEAS CORPUS em favor do paciente, acima 
qualificado, garantindo-se a ele a possibilidade de apresentar o rol 
de testemunhas de forma extemporânea, preferencialmente após 
o primeiro contato dele com a Defensoria Pública – que 
ocorrerá na audiência de instrução. No julgamento do mérito 
do habeas, a ratificação da presente liminar."
Veja-se que o acolhimento da pretensão significaria suspender o 
curso do prazo para a apresentação do rol até a data da audiência 
e, além disso, conceder o prazo somente a partir daquela longínqua 
data. Nessas condições, o pedido foge do razoável, não 
encontrando apoio na lei processual e criando um privilégio ou 
uma distorção no sistema e no andamento do feito criminal."
Não há muito para acrescentar. 
O prazo para a apresentação do rol de testemunhas está 
previsto na legislação processual e a situação específica dos autos 
é bastante diversa daquelas já enfrentadas por este Colegiado, 
diferenciando-se dos precedentes transcritos. 
Conforme se percebe, o pedido é excessivamente genérico, não 
ponderando as circunstâncias do caso concreto, especialmente o 
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fato de a audiência estar designada somente para julho de 2022. 
Não bastasse, a impetrante busca que o prazo passe a correr 
somente após a realização da referida solenidade. 
Assim, não havendo razoabilidade no pedido reduzido na inicial 
desta ação constitucional, nem mesmo flagrante ilegalidade no ato 
impugnado, deve ser rejeitado. 
Pelo exposto, voto por denegar a ordem. - negritei. 
Em resumo, extrai-se da ementa do referido acórdão que (e-STJ fl. 37): A 
tolerância com a apresentação tardia do rol de testemunhas, que já foi referendada por 
este Colegiado em outras oportunidades, não se confunde com um pedido genérico de 
apresentação do referido rol a qualquer prazo.
Ademais, conforme foi dito pelo representante do Ministério Público 
Estadual em segundo grau (e-STJ fl. 28): em que pese a alegação defensiva, a pandemia 
vivenciada não serve de justificativa para o atraso verificado, situação que sequer foi 
mencionada na resposta à acusação. Na ocasião, a Defesa Pública não noticiou 
qualquer dificuldade para contato com o réu e seus familiares ou na identificação de 
testemunhas. 
Nesse panorama, a solução adotada pelas instâncias ordinárias no caso em 
concreto encontra-se em harmonia com o entendimento jurisprudencial do Superior no sentido 
de que o momento adequado para o arrolamento de testemunhas pela defesa é o da resposta à 
acusação, sob pena de preclusão, nos termos do art. 396-A do Código de Processo Penal. 
A propósito, destaco os recentes julgados do STJ:
AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ORDINÁRIO EM 
HABEAS CORPUS. CRIME DE LESÃO CORPORAL CONTRA 
DESCENDENTE, NO ÂMBITO DAS RELAÇÕES DOMÉSTICAS. 
APRESENTAÇÃO INTEMPESTIVA DO ROL DE TESTEMUNHAS 
PELA DEFESA. IMPOSSIBILIDADE. PRECLUSÃO. 
CONSTRANGIMENTO ILEGALINEXISTENTE. AGRAVO 
IMPROVIDO.
1. Como é de conhecimento, nos moldes do art. 396-A do 
Código de Processo Penal, o rol de testemunhas deve ser 
apresentado no momento processual adequado, ou seja, quando 
da apresentação da resposta preliminar, sob pena de 
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preclusão. Em respeito à ordem dos atos processuais não 
configura cerceamento de defesa o indeferimento da 
apresentação extemporânea do rol de testemunhas.
2. A teor dos precedentes desta Corte, inexiste nulidade na 
desconsideração do rol de testemunhas quando apresentado fora da 
fase estabelecida no art. 396-A do CPP (REsp 1.828.483/MG, Rel. 
Ministro ROGERIO SCHIETTI CRUZ, Sexta Turma, julgado em 
3/12/2019, DJe de 6/12/2019).
3. Na hipótese, não há falar em manifesto prejuízo para a defesa do 
réu, em razão do indeferimento da apresentação do rol de 
testemunhas em momento posterior. Ainda que se considere a falta 
de estrutura da Defensoria Pública para entrar em contato com 
o agravante, este já tinha ciência de que tramitava uma ação 
penal em seu desfavor, pois, antes do ingresso da Defensoria, 
fora acompanhado por advogado do Município. No ponto, 
destaca-se do acórdão impugnado que: "Ressalvo que entendo 
possível a apresentação extemporânea de rol de testemunhas 
quando o acusado for preso e patrocinado pela Defensoria 
Pública, diante das dificuldades estruturais daquela instituição. 
Não obstante, o caso dos autos não permite a aplicação de tal 
orientação, uma vez que o acusado estava sendo acompanhado 
por outro patrono e chegou a ter consciência de que havia uma 
acusação em seu desfavor".
4. Agravo regimental improvido.
(AgRg no RHC 139.127/SE, Rel. Ministro REYNALDO SOARES 
DA FONSECA, Quinta Turma, julgado em 9/3/2021, DJe de 
15/3/2021)
PROCESSUAL PENAL. RECURSO EM HABEAS CORPUS. 
CRIME CONTRA A ORDEM TRIBUTÁRIA. PRETENSÃO DE 
RECONHECIMENTO DE NULIDADE. INDEFERIMENTO DO 
ROL DE TESTEMUNHAS APRESENTADO PELA DEFESA 
EXTEMPORANEAMENTE. DEBATE DO TEMA PELO TRIBUNAL 
A QUO. AUSÊNCIA. SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA. DECISÃO 
DO JUÍZO DE PRIMEIRO GRAU EM CONSONÂNCIA COM O 
ENTENDIMENTO DESTE SUPERIOR TRIBUNAL, MANIFESTADO 
EM CASOS ANÁLOGOS. INDEFERIMENTO LIMINAR DA 
IMPETRAÇÃO ORIGINÁRIA PELO TRIBUNAL. WRIT 
SUBSTITUTIVO DE REVISÃO CRIMINAL. 
PROSSEGUIMENTO. INVIABILIDADE. CONSTRANGIMENTO 
ILEGAL. AUSÊNCIA.
1. Evidenciado, do atento exame dos autos, que, nem na ocasião da 
análise da apelação defensiva nem quando da manutenção do 
indeferimento liminar da impetração originária, o Tribunal de 
origem debateu a questão suscitada na impetração, não há como 
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conhecer da alegação por supressão de instância.
2. Ainda que assim não fosse, esta Corte, ao se deparar com 
questões semelhantes à suscitada no presente recurso ordinário, 
tem entendido que não configura nulidade a decisão que 
indefere o rol de testemunhas apresentado extemporaneamente, 
com supedâneo no art. 396-A do Código de Processo Penal. 
Precedente.
3. Ademais, não se verifica coação ilegal na conduta do Tribunal 
de origem em indeferir liminarmente a impetração, substitutiva de 
revisão criminal, uma vez que a condenação já transitou em 
julgado e o tema aventado não é afeto ao habeas corpus, 
demandando amplo exame dos fatos ocorridos durante a tramitação 
da ação penal.
4. Prejudicado o pedido de reconsideração da decisão que 
indeferiu o pedido liminar.
5. Recurso ordinário não conhecido.
(RHC 129.531/SP, Rel. Ministro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, Sexta 
Turma, julgado em 2/3/2021, DJe de 24/3/2021)
PROCESSO PENAL. AGRAVO REGIMENTAL NO HABEAS 
CORPUS. TRÁFICO DE DROGAS. LICITUDE DA PROVA. 
ALEGADA VIOLAÇÃO DE DOMICÍLIO. CRIME PERMANENTE. 
JUSTA CAUSA CONFIGURADA. PROVA TESTEMUNHAL 
APRESENTADA FORA DO PRAZO. PRECLUSÃO. 
CERCEAMENTO DE DEFESA. NÃO OCORRÊNCIA. AGRAVO 
NÃO PROVIDO.
1. Segundo jurisprudência firmada nesta Corte, o crime de tráfico 
de drogas de natureza permanente, assim compreendido aquele 
cuja a consumação se protrai no tempo, não se exige a 
apresentação de mandado de busca e apreensão ou autorização 
judicial para o ingresso dos policiais na residência do acusado, 
quando se tem por objetivo cessar a atividade criminosa, dada a 
situação de flagrância, conforme ressalva o art. 5º, XI, da 
Constituição Federal.
2. O Pleno do Supremo Tribunal Federal, no julgamento do RE n. 
603.616, reafirmou o referido entendimento, com o alerta de que 
para a adoção da medida de busca e apreensão sem mandado 
judicial, faz-se necessária a caracterização de justa causa, 
consubstanciada em razões as quais indiquem a situação de 
flagrante delito.
3. No caso, "os policiais militares foram uníssonos ao 
relatarem que os acusados, assim que avistaram os agentes 
estatais, tentaram se evadir do local, fugindo em direção a uma 
residência, sendo abordados, contudo, na entrada do pátio, 
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oportunidade em que foram encontradas as drogas e demais 
materiais em poder dos acusados". De sorte que eram fundadas as 
razões para a atuação policial. Desse modo, na presença de 
elementos suficientes a autorizar a medida estatal, não há como 
acolher a alegada ilicitude da prova para absolver os pacientes 
pela prática do delito do art. 33, caput, da Lei n. 11.343/2006.
4. O Superior Tribunal de Justiça possui entendimento de que "O 
direito à prova não é absoluto, limitando-se por regras de natureza 
endoprocessual e extraprocessual. Assim é que, na proposição de 
prova oral, prevê o Código de Processo Penal que o rol de 
testemunhas deve ser apresentado, sob pena de preclusão, na 
própria denúncia, para o Ministério Público, e na resposta à 
acusação, para a defesa. No caso vertente, não há ilegalidade 
na desconsideração do rol de testemunhas da defesa, apresentado 
fora do prazo legalmente estabelecido, ante a preclusão 
temporal desta faculdade processual" (HC 202.928/PR, Rel. 
Ministro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, Rel. p/ acórdão Ministro 
ROGERIO SCHIETTI CRUZ, Sexta Turma, DJe 8/9/2014).
5. Havendo a preclusão temporal, a indicação de testemunhas 
do juízo, prevista no art. 209 do Código de Processo Penal, 
não constitui direito subjetivo da parte, mas sim uma faculdade 
do magistrado, na qual determinará, se entender necessário à 
busca da verdade real, a oitiva de testemunhas distintas 
daquelas arroladas inicialmente.
6. Agravo regimental não provido.
(AgRg no HC 549.157/RS, Rel. Ministro RIBEIRO DANTAS, Quinta 
Turma, julgado em 27/10/2020, REPDJe 12/11/2020, DJe de 
3/11/2020) - negritei. 
HABEAS CORPUS SUBSTITUTIVO DE RECURSO ORDINÁRIO. 
INADEQUAÇÃO DA VIA ELEITA. CRIMES DE LESÃO 
CORPORAL QUALIFICADA PELA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E 
DE AMEAÇA. NULIDADE. INDEFERIMENTO DE INCLUSÃO DE 
TESTEMUNHA FORA DO PRAZO LEGAL. CONSTRANGIMENTO 
ILEGAL INEXISTENTE. WRIT NÃO CONHECIDO.
1. O habeas corpus não pode ser utilizado como substitutivo 
de recurso próprio, a fim de que não se desvirtue a 
finalidade dessa garantia constitucional, com a exceção de 
quando a ilegalidade apontada é flagrante, hipótese em que se 
concede a ordem de ofício. Precedentes: STF, HC 147.210-AgR, 
Rel. Ministro EDSON FACHIN, DJe de 20/2/2020; HC 180.365AgR, 
Relatora Ministra ROSA WEBER, DJe de 27/3/2020; HC 
170.180-AgR, Relatora Ministra CARMEM LÚCIA, DJe de 
03/06/2020; HC 169174AgR, Relatora Ministra ROSA WEBER, 
DJe de 11/11/2019;DA PARIDADE DE ARMAS. NÃO 
OCORRÊNCIA. TESTEMUNHAS DO JUÍZO. POSSIBILIDADE DE 
OITIVA. ARTS. 209 E 497, XI, AMBOS DO CPP. AGRAVO 
REGIMENTAL NÃO PROVIDO.
1. Em que pese o rol apresentado pelo Parquet extrapolar o limite 
previsto no art. 422 do CPP, não houve ilegalidade, pois as excedentes 
serão ouvidas por prerrogativa do Juízo.
2. Sob uma ótica que busca a realização do processo justo e tendo em 
vista as peculiaridades do Tribunal do Júri, em que o juiz-presidente 
apenas prepara e regula a realização do julgamento pelos juízes 
populares, deve ser prestigiada a atividade probatória deflagrada pelo 
Juiz que determina, de ofício, a oitiva em plenário de testemunhas 
arroladas extemporaneamente na fase do art. 422 do CPP, mas já 
ouvidas em juízo na primeira fase do procedimento escalonado do 
Tribunal do Júri, de forma residual e em consonância com os arts. 209 e 
497, XI, ambos do CPP, para a correta compreensão de importantes 
fatos relatados durante a produção da prova oral.
3. Ademais, caberia à parte arrolar, na fase do art. 422 do CPP, pessoas 
cujas oitivas reputa imprescindíveis à busca da verdade, que poderiam 
ARQUIVO 06
ser ouvidas como testemunhas do Juízo, o que não ocorreu na hipótese.
4. Agravo regimental não provido.
ACÓRDÃO
Vistos e relatados estes autos em que são partes as acima indicadas, 
acordam os Ministros da Sexta Turma, por unanimidade, negar provimento ao 
agravo regimental, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator.
Os Srs. Ministros Antonio Saldanha Palheiro, Olindo Menezes 
(Desembargador Convocado do TRF 1ª Região), Laurita Vaz e Sebastião Reis 
Júnior votaram com o Sr. Ministro Relator.
 
Brasília (DF), 27 de setembro de 2022.
Ministro ROGERIO SCHIETTI CRUZ 
Relator
AgRg no RECURSO EM HABEAS CORPUS Nº 61231 - SP (2015/0158353-3)
RELATOR : MINISTRO ROGERIO SCHIETTI CRUZ
AGRAVANTE : QUINTINO ANTÔNIO FACCI
ADVOGADO : QUINTINO ANTONIO FACCI FILHO E OUTRO(S) - 
SP297400
AGRAVADO : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO
 
EMENTA
AGRAVO REGIMENTAL NO HABEAS CORPUS. TRIBUNAL DO 
JÚRI. NULIDADE. VIOLAÇÃO DA PARIDADE DE ARMAS. NÃO 
OCORRÊNCIA. TESTEMUNHAS DO JUÍZO. POSSIBILIDADE DE 
OITIVA. ARTS. 209 E 497, XI, AMBOS DO CPP. AGRAVO 
REGIMENTAL NÃO PROVIDO.
1. Em que pese o rol apresentado pelo Parquet extrapolar o limite 
previsto no art. 422 do CPP, não houve ilegalidade, pois as excedentes 
serão ouvidas por prerrogativa do Juízo.
2. Sob uma ótica que busca a realização do processo justo e tendo em 
vista as peculiaridades do Tribunal do Júri, em que o juiz-presidente 
apenas prepara e regula a realização do julgamento pelos juízes 
populares, deve ser prestigiada a atividade probatória deflagrada pelo 
Juiz que determina, de ofício, a oitiva em plenário de testemunhas 
arroladas extemporaneamente na fase do art. 422 do CPP, mas já 
ouvidas em juízo na primeira fase do procedimento escalonado do 
Tribunal do Júri, de forma residual e em consonância com os arts. 209 e 
497, XI, ambos do CPP, para a correta compreensão de importantes 
fatos relatados durante a produção da prova oral.
3. Ademais, caberia à parte arrolar, na fase do art. 422 do CPP, pessoas 
cujas oitivas reputa imprescindíveis à busca da verdade, que poderiam 
ser ouvidas como testemunhas do Juízo, o que não ocorreu na hipótese.
4. Agravo regimental não provido.
 
RELATÓRIO
O SENHOR MINISTRO ROGERIO SCHIETTI CRUZ:
QUINTINO ANTÔNIO FACCI interpõe agravo regimental contra 
decisão de fls. 213-217, por meio da qual neguei provimento ao recurso ordinário 
em habeas corpus.
Em suas razões, o agravante sustenta que haveria disparidade de armas 
na hipótese em que somente as pessoas arroladas pela acusação 
serão ouvidas como testemunhas do juízo. 
Afirma que teria pleiteado ao Magistrado de origem a ampliação do rol 
da defesa, nos moldes em que deferido ao Ministério Público, "mas indeferido 
sobre (sic) a falácia de que a acusação estaria com cinco testemunhas, não sendo 
permitido exceder o rol legal" (fl. 222).
Enumera as pessoas que gostaria de arrolar como testemunhas a serem 
inquiridas no Plenário do Júri e as razões pelas quais possuiria interesse na oitiva.
Defende: "se não há prejuízo para a defesa que o rol excedente da 
acusação seja tomado pelo juízo em observância a busca da verdade real, 
acreditamos que também não há prejuízo para acusação que o rol excedente 
apresentado pela defesa seja acolhido pelo juízo também em observância ao 
valoroso princípio da busca da verdade real" (fl. 225).
Requer a reconsideração do decisum impugnado e, subsidiariamente, o 
provimento do regimental a fim de que seja deferido "o pedido para que a defesa 
possa exceder o número de testemunhas previsto na legislação penal ao máximo de 
dez" (fl. 226).
 
VOTO
O SENHOR MINISTRO ROGERIO SCHIETTI CRUZ (Relator):
I. Contextualização
Infere-se dos autos que o recorrente foi pronunciado como incurso nos 
arts. 121, § 2º, II e IV, 155, § 4º, IV, 211 e 288, parágrafo único, c/c os arts. 29 e 
69, todos do Código Penal, pois teria encomendado a morte de seu irmão, Quintino 
Francisco Facci, "por questões de divisão de herança da tradicional e abastada 
família Facci" (fl. 86).
Segundo narrou a acusação, Eduardo Borges, Jose Geraldo Francisco 
Guimaraes, João Batista dos Reis Filho e Arlei Rocha da Silva, a mando do ora 
insurgente, mediante promessa de pagamento de R$ 15.000,00, mataram a vítima, 
por meio de disparos de arma de fogo.
Pela defesa do recorrente foi formulado pedido para que lhe fosse 
permitido aditar seu rol de testemunhas e igualar a quantidade arrolada pela 
acusação. Em 29/4/2014, o Juiz de origem indeferiu a pretensão defensiva, nos 
seguintes termos (fl. 91):
Trata-se de pedido formulado pela defesa do corréu QUINTINO 
ANTÔNIO FACCI, para que lhe seja permitido aditar seu rol de 
testemunhas para igualar a quantidade arrolada pela acusação e 
que foram deferidas como testemunhas do juízo, em homenagem 
ao princípio da isonomia.
Não há falar em aditamento do rol de testemunhas da defesa do 
precitado corréu porque, como exposto na própria peça, as 
testemunhas foram admitidas como sendo do juízo, ou seja, não 
pertencem a qualquer das partes. Desta feita, tanto acusação como 
defesa possuem igual número de testemunhas próprias nos autos, 
de sorte que a isonomia está mantida.
Ante o exposto, indefiro o pedido em apreço.
 
Inconformada, a defesa impetrou prévio writ, cuja ordem foi denegada, 
sob os seguintes fundamentos (fls. 132-133):
Quanto ao pedido de adequação do rol de testemunhas para o 
mesmo número arrolado pela acusação razão não assiste ao 
impetrante.
Conforme constou da r. decisão que indeferiu o pleito, dentre as 
testemunhas arroladas pela acusação há testemunhas que foram 
admitidas como sendo do juízo, de modo que estão fora do 
número do rol a ser ofertado pelas partes.
Assim, verificado está que tanto a acusação como a defesa 
possuem igual número de testemunhas nos autos, inexistindo 
qualquer cerceamento de defesa quanto a essa questão.
 
Em consulta à página eletrônica do Tribunal estadual, colheu-se a 
informação de que ainda não foi designada sessão de julgamento perante a Corte 
Popular, tendo em vista a ausência de trânsito em julgado de pedido de 
desaforamento formulado pelo órgão de acusação.
II. Violação do princípio da isonomia - não ocorrência
Em que pesem os argumentos expostos pela defesa, deve ser mantida a 
decisão agravada por seus próprios fundamentos.
O processo penal brasileiro permite que o juiz colabore na produção de 
provas que possam auxiliá-lo na prestação jurisdicional, com vistas ao 
restabelecimento, o mais próximo possível, da verdade dos fatos que constituem a 
causa de pedir da ação penal.
Na hipótese, Ministério Público, na fase do art. 422 do CPP, arrolou 
"para que sejam ouvidas em plenário, em caráter de imprescindibilidade, as 
mesmas testemunhas arroladas na denúncia" (fl. 47), ou seja, 10 testemunhas (fl. 
77).
Emque pese o rol apresentado pelo Parquet extrapolar o limite previsto 
no art. 422 do CPP, não houve ilegalidade, pois as excedentes serão ouvidas por 
prerrogativa do Juízo, conforme decisão acima reproduzida.
Sob uma ótica que busca a realização do processo justo e tendo em vista 
as peculiaridades do Tribunal do Júri, em que o juiz-presidente apenas prepara e 
regula a realização do julgamento pelos juízes populares, deve ser prestigiada a 
atividade probatória deflagrada pelo Juiz que determina, de ofício, a oitiva em 
plenário de testemunhas excedentes arroladas na fase do art. 422 do CPP, mas já 
ouvidas em juízo na primeira fase do procedimento escalonado do Tribunal do 
Júri, de forma residual e em consonância com os arts. 209 e 497, XI, ambos do 
CPP, para a correta compreensão de importantes fatos relatados durante a produção 
da prova oral.
Assim, o acórdão recorrido não destoa da jurisprudência desta Corte 
Superior, que "possui o entendimento consolidado de que não configura nulidade 
a ouvida de testemunha indicada extemporaneamente pela acusação, como 
testemunha do Juízo, conforme estabelece o art. 209 do Código de Processo 
Penal, em observância ao princípio da busca da verdade real" (HC n. 
229.019/SE, Rel. Ministro Ribeiro Dantas, 5ª T., DJe 28/6/2018, grifei).
Ilustrativamente:
[...]
1. A estrutura acusatória do processo penal pátrio impede que se 
sobreponham em um mesmo sujeito processual as funções de 
defender, acusar e julgar, mas não elimina, dada a natureza 
publicista do processo, a possibilidade de o juiz determinar, 
mediante fundamentação e sob contraditório, a realização de 
diligências ou a produção de meios de prova para a melhor 
reconstrução histórica dos fatos, desde que assim proceda de modo 
residual e complementar às partes e com o cuidado de preservar 
sua imparcialidade.
2. Não fora assim, restaria ao juiz, a quem se outorga o poder 
soberano de dizer o direito, lavar as mãos e reconhecer sua 
incapacidade de outorgar, com justeza e justiça, a tutela 
jurisdicional postulada, seja para condenar, seja para absolver o 
acusado. Uma postura de tal jaez ilidiria o compromisso judicial 
com a verdade e com a justiça, sujeitando-o, sem qualquer reserva, 
ao resultado da atividade instrutória das partes, nem sempre 
suficiente para esclarecer, satisfatoriamente, os fatos sobre os 
quais se assenta a pretensão punitiva.
3. O uso, pelo magistrado, de seus poderes instrutórios, presentes 
em inúmeros dispositivos do Código de Processo Penal, não 
autoriza, porém, posturas de vanguarda ou de protagonismo 
judicial.
4. Entretanto, sob uma ótica que busca a realização do processo 
justo e tendo em vista as peculiaridades do Tribunal do Júri, em 
que o juiz-presidente apenas prepara e regula a realização do 
julgamento pelos juízes populares, deve ser prestigiada a atividade 
probatória deflagrada pelo Juiz que determina, de ofício, a oitiva 
em plenário de testemunhas arroladas extemporaneamente na fase 
do art. 422 do CPP, mas já ouvidas em juízo na primeira fase do 
procedimento escalonado do Tribunal do Júri, porque de forma 
residual e em consonância com os arts. 209 e 497, XI, ambos do 
CPP, para a correta compreensão de importantes fatos relatados 
durante a produção da prova oral.
5. Recurso ordinário não provido.
(RHC n. 87.764/DF, relator Ministro Sebastião Reis Júnior, 
relator para acórdão Ministro Rogerio Schietti Cruz, Sexta 
Turma, julgado em 3/10/2017, DJe de 6/11/2017)
 
[...]
1. De acordo com o artigo 271 do Código de Processo Penal, 
como auxiliar do Ministério Público, o assistente de acusação tem 
o direito de produzir provas, inclusive de arrolar testemunhas, 
pois, caso contrário, não teria como exercer o seu papel na ação 
penal pública. Doutrina. Precedentes do STJ e do STF.
2. Na hipótese dos autos, no curso da ação penal e antes da 
audiência de instrução e julgamento, o assistente de acusação 
pleiteou a oitiva de testemunhas, com o que concordou o 
Ministério Público, tendo o magistrado deferido o pedido, decisão 
que foi mantida após a impugnação da defesa.
3. Ainda que se possa considerar o rol de testemunhas do 
assistente intempestivo, visto que apresentado após a resposta à 
acusação ofertada pelo réu, o certo é que a simples possibilidade 
de tais pessoas serem ouvidas como testemunhas do juízo 
afasta a ilegalidade suscitada na impetração, uma vez que, ao 
deferir a produção da prova oral, o togado de origem reputou-
a necessária para o deslinde da controvérsia, motivo pelo qual 
pode ser colhida, nos termos dos artigos 156 e 209 da Lei Penal 
Adjetiva. Precedentes do STJ.
[...]
5. Agravo regimental desprovido.
(AgRg no RHC n. 89.886/SP, Rel. Ministro Jorge Mussi, 5ª T., 
DJe 27/11/2017, grifei)
 
Na mesma direção já decidiu o Supremo Tribunal Federal:
[...] Considerados os princípios da busca da verdade real e do livre 
convencimento, admite-se a iniciativa probatória, de maneira 
subsidiária, por parte do órgão julgador – artigo 209 do Código de 
Processo Penal (RHC n 154.680-PE, STF, 1ª Turma, unânime, 
Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em sessão virtual de 25.9.2020 
a 2.10.2020, publicado no DJ em 14.10.2020).
 
Ademais, caberia à parte arrolar, na fase do art. 422 do CPP, pessoas 
cujas oitivas reputa imprescindíveis à busca da verdade, que poderiam ser ouvidas 
como testemunhas do Juízo, o que não ocorreu na hipótese.
A propósito, transcrevo trecho do parecer do Ministério Público Federal, 
que bem examina a questão (fl. 192, ressaltei):
Como bem anotado pelo Ministério Público estadual, o 
procedimento adotado pelo juiz é perfeitamente possível, pois 
atende ao princípio da busca da verdade real, não havendo 
nenhuma nulidade. Assim, perfilhamos, in totum, com a devida 
venia, tudo o que ficou dito nas contrarrazões do Parquet estadual, 
em especial o seguinte:
"(...) o pedido de aditamento do rol de testemunhas de defesa 
apenas para se igualar ao número de testemunhas da 
acusação, carece de amparo legal. Isso porque, em primeiro 
lugar, há um momento processual para se arrolar 
testemunhas, e a defesa já se utilizou dele. Aliás, como bem 
explicitado na r. decisão a fls. 91, o número de 
testemunhas de acusação e de defesa é o mesmo. O que 
existem são testemunhas de juízo, o que atende ao princípio 
da verdade real. Isso porque as testemunhas são dos fatos, 
não havendo qualquer irregularidade em se buscar a verdade 
real por meio de testemunhas do juízo.
Caso existissem outras testemunhas que fossem de fato 
relevantes para o processo, caberia à defesa, pleitear 
junto ao Juízo 'a quo' a inclusão delas como testemunhas 
de juízo, demonstrando a relevância de seus 
depoimentos” (fl. 106/107).
 
Assim, ausentes fatos novos ou teses jurídicas diversas que permitam a 
análise do caso sob outro enfoque, deve ser mantida a decisão agravada.
III. Dispositivo
À vista do exposto, nego provimento ao agravo regimental.
Superior Tribunal de Justiça
 
CERTIDÃO DE JULGAMENTO
SEXTA TURMA
 
AgRg n o
Número Registro: 2015/0158353-3 RHC 61.231 / SP
MATÉRIA CRIMINAL
Números Origem: 00066186620028260300 0028440000 20658577120148260000 28440000 
4542073 4542073200 7442002 91427408620048260000 92012 
993040203244 RI00284H40000
EM MESA JULGADO: 27/09/2022
Relator
Exmo. Sr. Ministro ROGERIO SCHIETTI CRUZ
Presidente da Sessão
Exma. Sra. Ministra LAURITA VAZ
Subprocuradora-Geral da República
Exma. Sra. Dra. LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN
Secretária
Bela. GISLAYNE LUSTOSA RODRIGUES
AUTUAÇÃO
RECORRENTE : QUINTINO ANTÔNIO FACCI 
ADVOGADO : QUINTINO ANTONIO FACCI FILHO E OUTRO(S) - SP297400 
RECORRIDO : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO 
CORRÉU : EDUARDO BORGES 
CORRÉU : JOÃO BATISTA DOS REIS FILHO 
CORRÉU : ARLEI ROCHA DA SILVA 
CORRÉU : JOSÉ GERALDO FRANCISCO GUIMARÃES 
ASSUNTO: DIREITO PENAL - Crimes contra a vida - Homicídio Qualificado
AGRAVO REGIMENTAL
AGRAVANTE : QUINTINO ANTÔNIO FACCI 
ADVOGADO : QUINTINO ANTONIO FACCI FILHO E OUTRO(S) -SP297400 
AGRAVADO : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO 
CERTIDÃO
Certifico que a egrégia SEXTA TURMA, ao apreciar o processo em epígrafe 
na sessão realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão:
A Sexta Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, 
nos termos do voto do Sr. Ministro Relator.
Os Srs. Ministros Antonio Saldanha Palheiro, Olindo Menezes 
(Desembargador Convocado do TRF 1ª Região), Laurita Vaz e Sebastião Reis Júnior 
votaram com o Sr. Ministro Relator.
C54206551529088108901:@ 2015/0158353-3 - RHC 61231 Petição : 2022/0042654-7 (AgRg)
AgRg no RECURSO ESPECIAL Nº 1993885 - PE (2022/0090310-8)
RELATOR : MINISTRO REYNALDO SOARES DA FONSECA
AGRAVANTE : MICHELON MARQUES FERREIRA
ADVOGADO : EMERSON DAVIS LEÔNIDAS GOMES - PE008385
AGRAVADO : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
 
EMENTA
PROCESSUAL PENAL E PENAL. AGRAVO REGIMENTAL NO 
RECURSO ESPECIAL. ESTELIONATO MAJORADO. ART. 171, 
§3º, DO CÓDIGO PENAL. CLASSIFICAÇÃO DE DEPOENTE 
COMO INFORMANTE OU TESTEMUNHA. PREJUÍZO NÃO 
DEMONSTRADO. NULIDADE. INOCORRÊNCIA. AUTORIA E 
MATERIALIDADE RECONHECIDAS PELAS INSTÂNCIAS 
ORDINÁRIAS. REEXAME DO ACERVO FÁTICO-PROBATÓRIO. 
PROVIDÊNCIA VEDADA PELA SÚMULA 7/STJ. AGRAVO 
REGIMENTAL NÃO PROVIDO. 
1. Esta Corte Superior já se manifestou no sentido de que "A diferença 
de valor da prova colhida, como informante ou testemunha, com ou sem 
compromisso de dizer a verdade, é matéria de ponderação judicial e não 
de classificação em uma ou outra categoria de prova oral" (AgRg no 
AREsp n. 378.353/PR, Relator Ministro NEFI CORDEIRO, Sexta 
Turma, julgado em 20/2/2018, DJe de 26/2/2018).
2. No caso dos autos, o Tribunal de origem assentou que, a despeito das 
alegações da defesa, é certo que os fatos ilícitos estão inequivocamente 
documentados nos autos. Assim sendo, importante esclarecer que a 
classificação do depoente como testemunha ou informante, sem reflexos 
determinantes no resultado do julgamento, como asseverado pela Corte 
a quo, não induz ao reconhecimento de nulidade.
3. Como é de conhecimento, não se proclama uma nulidade sem que se 
tenha verificado prejuízo concreto à parte, sob pena de a forma superar a 
essência. Vigora o princípio pas de nulitté sans grief, a teor do que 
dispõe o art. 563 do Código de Processo Penal: "nenhum ato será 
declarado nulo, se da nulidade não resultar prejuízo para a acusação ou 
para a defesa". E não se pode olvidar que "a condenação, por si só, não 
pode ser considerada como prejuízo, pois, para tanto, caberia ao 
recorrente demonstrar que a nulidade apontada, acaso não tivesse 
ocorrido, ensejaria sua absolvição, situação que não se verifica os 
autos". (AgRg no AREsp n. 1.637.411/RS, Relator Ministro FELIX 
FISCHER, Quinta Turma, julgado em 26/5/2020, DJe 3/ 6/2020).
4. A pretensão de infirmar o pronunciamento das instâncias ordinárias 
que concluíram pela comprovação da autoria e materialidade, com 
respaldo nas provas obtidas a partir da instrução criminal, sob o pálio do 
ARQUIVO 07
devido processo legal e com respeito aos princípios do contraditório e 
da ampla defesa, demandaria, necessariamente, o reexame de matéria 
fático-probatória, o que, em sede de recurso especial, constitui medida 
vedada pelo óbice da Súmula 7/STJ.
5. Agravo regimental não provido.
 
ACÓRDÃO
Vistos e relatados estes autos em que são partes as acima indicadas, acordam 
os Ministros da Turma, por unanimidade, negar provimento ao agravo regimental.
Os Srs. Ministros Joel Ilan Paciornik, Messod Azulay Neto e João Batista 
Moreira (Desembargador convocado do TRF1) votaram com o Sr. Ministro Relator.
Ausente, justificadamente, o Sr. Ministro Ribeiro Dantas.
 
Brasília, 28 de fevereiro de 2023.
Ministro REYNALDO SOARES DA FONSECA 
Relator
AgRg no RECURSO ESPECIAL Nº 1993885 - PE (2022/0090310-8)
RELATOR : MINISTRO REYNALDO SOARES DA FONSECA
AGRAVANTE : MICHELON MARQUES FERREIRA
ADVOGADO : EMERSON DAVIS LEÔNIDAS GOMES - PE008385
AGRAVADO : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
 
EMENTA
PROCESSUAL PENAL E PENAL. AGRAVO REGIMENTAL NO 
RECURSO ESPECIAL. ESTELIONATO MAJORADO. ART. 171, 
§3º, DO CÓDIGO PENAL. CLASSIFICAÇÃO DE DEPOENTE 
COMO INFORMANTE OU TESTEMUNHA. PREJUÍZO NÃO 
DEMONSTRADO. NULIDADE. INOCORRÊNCIA. AUTORIA E 
MATERIALIDADE RECONHECIDAS PELAS INSTÂNCIAS 
ORDINÁRIAS. REEXAME DO ACERVO FÁTICO-PROBATÓRIO. 
PROVIDÊNCIA VEDADA PELA SÚMULA 7/STJ. AGRAVO 
REGIMENTAL NÃO PROVIDO. 
1. Esta Corte Superior já se manifestou no sentido de que "A diferença 
de valor da prova colhida, como informante ou testemunha, com ou sem 
compromisso de dizer a verdade, é matéria de ponderação judicial e não 
de classificação em uma ou outra categoria de prova oral" (AgRg no 
AREsp n. 378.353/PR, Relator Ministro NEFI CORDEIRO, Sexta 
Turma, julgado em 20/2/2018, DJe de 26/2/2018).
2. No caso dos autos, o Tribunal de origem assentou que, a despeito das 
alegações da defesa, é certo que os fatos ilícitos estão inequivocamente 
documentados nos autos. Assim sendo, importante esclarecer que a 
classificação do depoente como testemunha ou informante, sem reflexos 
determinantes no resultado do julgamento, como asseverado pela Corte 
a quo, não induz ao reconhecimento de nulidade.
3. Como é de conhecimento, não se proclama uma nulidade sem que se 
tenha verificado prejuízo concreto à parte, sob pena de a forma superar a 
essência. Vigora o princípio pas de nulitté sans grief, a teor do que 
dispõe o art. 563 do Código de Processo Penal: "nenhum ato será 
declarado nulo, se da nulidade não resultar prejuízo para a acusação ou 
para a defesa". E não se pode olvidar que "a condenação, por si só, não 
pode ser considerada como prejuízo, pois, para tanto, caberia ao 
recorrente demonstrar que a nulidade apontada, acaso não tivesse 
ocorrido, ensejaria sua absolvição, situação que não se verifica os 
autos". (AgRg no AREsp n. 1.637.411/RS, Relator Ministro FELIX 
FISCHER, Quinta Turma, julgado em 26/5/2020, DJe 3/ 6/2020).
4. A pretensão de infirmar o pronunciamento das instâncias ordinárias 
que concluíram pela comprovação da autoria e materialidade, com 
respaldo nas provas obtidas a partir da instrução criminal, sob o pálio do 
devido processo legal e com respeito aos princípios do contraditório e 
da ampla defesa, demandaria, necessariamente, o reexame de matéria 
fático-probatória, o que, em sede de recurso especial, constitui medida 
vedada pelo óbice da Súmula 7/STJ.
5. Agravo regimental não provido.
 
RELATÓRIO
Trata-se de agravo regimental interposto por MICHELON MARQUES 
FERREIRA contra decisão pela qual se deu parcial provimento ao recurso especial para 
fixar a pena do recorrente em 1 ano e 4 meses de reclusão, mais o pagamento de 40 dias-
multa, mantido, no mais o aresto recorrido (e-STJ fls. 450/455).
Nas razões do regimental, a defesa reafirma a nulidade do feito diante da oitiva 
da acusada, beneficiada com acordo de não persecução penal, como testemunha 
compromissada.
Aponta, ainda, a necessidade de alteração do regime inicial de cumprimento de 
pena para o menos gravoso.
Pede, assim, a reconsideração da decisão agravada ou a apreciação do recurso 
pela Quinta Turma, a fim de que seja provido o recurso especial.
É o relatório.
VOTO
O agravo regimental não merece prosperar.
Com efeito, dessume-se das razões recursais que a parte agravante não trouxe 
elementos suficientes para infirmar a decisão agravada.
A jurisprudência desta Corte Superior orienta que "A despeito de um corréu 
não ter sido denunciado, por ter feito Acordo de Não Persecução Penal, inexiste 
impedimento para sua oitiva como informante, mas não como testemunha" (AgRg no 
RHC n. 144.641/PR, Relator Ministro JOEL ILAN PACIORNIK, Quinta Turma, julgado 
em 28/11/2022, DJe de 1/12/2022).
No entanto, conforme consignado na decisão recorrida, cumpre esclarecer que 
"A diferença de valor da prova colhida, como informante ou testemunha, com ou sem 
compromisso de dizer a verdade, é matéria de ponderação judicial e não de classificação 
em uma ou outra categoriade prova oral" (AgRg no AREsp n. 378.353/PR, Relator 
Ministro NEFI CORDEIRO, Sexta Turma, julgado em 20/2/2018, DJe de 26/2/2018).
No caso dos autos, o Tribunal de origem assentou que os fatos ilícitos estão 
inequivocamente documentados nos autos, de modo que a classificação do depoente 
como testemunha ou informante, sem reflexos determinantes no resultado do 
julgamento, não induz ao reconhecimento de nulidade.
Como é de conhecimento, não se proclama uma nulidade sem que se tenha 
verificado prejuízo concreto à parte, sob pena de a forma superar a essência. Vigora o 
princípio pas de nulitté sans grief, a teor do que dispõe o art. 563 do Código de Processo 
Penal: "nenhum ato será declarado nulo, se da nulidade não resultar prejuízo para a 
acusação ou para a defesa". E não se pode olvidar que "a condenação, por si só, não pode 
ser considerada como prejuízo, pois, para tanto, caberia ao recorrente demonstrar que a 
nulidade apontada, acaso não tivesse ocorrido, ensejaria sua absolvição, situação que não 
se verifica os autos". (AgRg no AREsp n. 1.637.411/RS, Relator Ministro FELIX 
FISCHER, Quinta Turma, julgado em 26/5/2020, DJe 3/ 6/2020).
No contexto, entender de modo diverso do estabelecido pelas instâncias 
ordinárias para reconhecer possível prejuízo, como pretende a parte recorrente, 
demandaria, necessariamente, o revolvimento do acervo fático-probatório delineado nos 
autos, providência inviável nesta instância, a teor do enunciado sumular n. 7 desta Corte.
Do mesmo modo, a pretensão de infirmar o pronunciamento das instâncias 
ordinárias que concluíram pela comprovação da autoria e materialidade, com respaldo 
nas provas obtidas a partir da instrução criminal, sob o pálio do devido processo legal e 
com respeito aos princípios do contraditório e da ampla defesa, esbarra no óbice da 
Súmula 7/STJ.
Por oportuno, vale pontuar que o Tribunal de origem fixou o regime aberto 
para o resgate da pena, com a substituição a pena privativa de liberdade por duas sanções 
restritivas de direitos, a serem fixadas pelo douto juiz da execução, pelo que se revela 
descabido, no caso, o pedido de fixação de regime prisional mais brando.
Assim, não tendo o agravante apresentado argumentos aptos a reverter o 
entendimento assentado na decisão monocrática, esta se mantém por seus próprios
 fundamentos.
Ante o exposto, nego provimento ao agravo regimental.
É como voto.
Superior Tribunal de Justiça S.T.J 
Fl.__________
 
CERTIDÃO DE JULGAMENTO
QUINTA TURMA
 
AgRg no
Número Registro: 2022/0090310-8 PROCESSO ELETRÔNICO REsp 1.993.885 / PE
MATÉRIA CRIMINAL
EM MESA JULGADO: 28/02/2023
Relator
Exmo. Sr. Ministro REYNALDO SOARES DA FONSECA
Presidente da Sessão
Exmo. Sr. Ministro JOEL ILAN PACIORNIK
Subprocuradora-Geral da República
Exma. Sra. Dra. ELIZETA MARIA DE PAIVA RAMOS
Secretário
Bel. MARCELO FREITAS DIAS
AUTUAÇÃO
RECORRENTE : MICHELON MARQUES FERREIRA 
ADVOGADO : EMERSON DAVIS LEÔNIDAS GOMES - PE008385 
RECORRIDO : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL 
CORRÉU : GESSICA ALAIDE ARAUJO DO NASCIMENTO 
ADVOGADO : EMERSON DAVIS LEÔNIDAS GOMES - PE008385 
ASSUNTO: DIREITO PENAL - Crimes contra o Patrimônio - Estelionato Majorado
AGRAVO REGIMENTAL
AGRAVANTE : MICHELON MARQUES FERREIRA 
ADVOGADO : EMERSON DAVIS LEÔNIDAS GOMES - PE008385 
AGRAVADO : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL 
CERTIDÃO
Certifico que a egrégia QUINTA TURMA, ao apreciar o processo em epígrafe na 
sessão realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão:
"A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental."
Os Srs. Ministros Joel Ilan Paciornik, Messod Azulay Neto e João Batista Moreira 
(Desembargador convocado do TRF1) votaram com o Sr. Ministro Relator. 
Ausente, justificadamente, o Sr. Ministro Ribeiro Dantas.
C542524155131191854944@ 2022/0090310-8 - REsp 1993885 Petição : 2023/0009172-0 (AgRg)
 
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARANÁ
1ª CÂMARA CRIMINAL
 
Autos nº. 0066045-96.2022.8.16.0000
 
Correição Parcial Criminal n° 0066045-96.2022.8.16.0000
Vara Plenário do Tribunal do Júri de Quedas do Iguaçu
Corrigente(s): MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PARANÁ
Corrigido(s):  JUÍZO DE DIREITO DA VARA CRIMINAL DE QUEDAS DO IGUAÇU-PR
Relator: Juiz de Direito Substituto em 2º Grau Sergio Luiz Patitucci
 
CORREIÇÃO PARCIAL – HOMICÍDIO QUALIFICADO –ROL DE
TESTEMUNHAS A SEREM OUVIDAS EM PLENÁRIO – RITO
ESPECIAL DO TRIBUNAL DO JÚRI – NÃO EXCLUSÃO DA
CONTAGEM DO LIMITE LEGAL PREVISTO NO ART. 422, CPP DAS
TESTEMUNHAS QUE NÃO PRESTAM COMPROMISSO LEGAL –
IMPERATIVIDADE DA LEI – EXTRAPOLAÇÃO QUE VIOLARIA OS
POSTULADOS DA RAZOABILIDADE E PROPORCIONALIDADE –
CRIMES OCORRIDOS NO EM CONTEXTO FÁTICO ÚNICO –
CORREIÇÃO PARCIAL – IMPROCEDENTE.
 
 
VISTOS, relatados e discutidos estes autos de Correição Parcial nº 0066045-
96.2022.8.16.0000, da Comarca de Quedas do Iguaçu – Vara Plenário do Tribunal do Júri, em que é
corrigente e corrigido Ministério Público do Estado do Paraná Juízo de Direito da Vara Plenário do
.Tribunal do Júri da Comarca de Quedas do Iguaçu
I – RELATÓRIO
 Ministério Público do Estado do Paraná interpõe recurso de Correição Parcial em face de
decisão proferida pelo , nos autosJuízo de Direito da Vara Criminal da Comarca de Quedas do Iguaçu
de Ação Penal nº 0000164-87.2015.8.16.0140, que limitou ao número máximo de cinco o rol de
testemunhas para serem ouvidas em plenário, no julgamento do réu pelos crimes de homicídio simples
 com dolo eventual (2x) e lesão corporal grave (3x) (mov. 1.8).
 Nas suas razões recursais (mov. 1.1)o ilustre Promotor de Justiça sustenta a existência de 
 na decisão do magistrado que indeferiu o rol de testemunhas/informanteserror in procedendo
apresentado. Ao apresentar o rol de testemunhas e informantes a serem ouvidas em sede de sessão de
julgamento, sustentou o entendimento firmado pelos Tribunais, no sentido de que os informantes não
ARQUIVO 08 
contabilizam o número limite de 5 (cinco), pois a imposição de tal limite se refere apenas às testemunhas.
Assim, de acordo com a jurisprudência e o direcionamento do processo penal pela busca pela “verdade
real”, os informantes devem compor rol das “testemunhas extranumerárias”, sendo seus depoimentos
prova imprescindível à reconstrução histórica de fatos pretendida pelo processo. Afirma que apesar de os
crimes terem sido tratados em apenas um fato, a conduta de Elizeu se voltou contra cinco vítimas, sendo
duas fatais e três sobreviventes e a oitiva das testemunhas e informantes arrolados não acarretará violação
à razoável duração do processo, sequer causará tumulto processual. Nesses termos, pede a concessão
liminar de tutela antecipada para deferir liminarmente o pedido e cassar a r. Decisão que indeferiu o rol
de testemunhas/informantes apresentado pelo Ministério Público no mov. 569 da Ação Penal, e
determinar ao Juízo a confecção do relatório do processo e a inclusão em pauta da reunião doa quo
Tribunal do Júri. Ao final, pede que seja julgado procedente o pedido a fim de tornar definitiva a liminar
pleiteada.
 A liminar postulada não foi concedida (mov. 11.1/TJ).
A d. Procuradoria Geral de Justiça, em parecer do ilustre Procurador de Justiça Alfredo
 Nelson da Silva Baki, manifestou-se pelo conhecimento e improcedência da presente Correição Parcial
(mov. 18.1/TJ).
É o relatório
II – O VOTO E SEUS FUNDAMENTOS
O recurso merece ser conhecido, posto que presentes os requisitos de admissibilidade.
A presente Correição Parcial refere-se à decisão proferida pelo Juízo de Direito da Vara
Plenário do Tribunal do Júri da Comarca de Quedas do Iguaçu, que indeferiu o requerimento do
Ministério Público para oitiva de testemunhas além do número legal previsto no art. 422 do CPP,
fundamentando que “[...] a inquirição de testemunhas em número superior a mencionada é uma
excepcionalidade admitida apenas quando particularidades do caso concreto - complexidade e
.multiplicidade - indicarem tal necessidade”
Conforme disposto no artigo 335 do Regimento Internodeste Tribunal de Justiça, a
Correição Parcial é medida subsidiária, pois cabível na inexistência de recurso específico previsto em lei,
tendo por finalidade sanar erros ou abusos cometidos pelo julgador no transcorrer do processo, causando
inversão tumultuária de atos e fórmulas legais:
“Art. 335. A correição parcial visa à emenda de erros ou abusos que importem na inversão
tumultuária de atos e fórmulas legais, na paralisação injustificada dos feitos ou na dilação abusiva
de prazos, quando, para o caso, não haja recurso previsto em lei”.
In casu,a questão pela qual se insurge a parte corrigente, cinge-se na alegação de prejuízo
à produção probatória pelo indeferimento do rol de testemunhas indicados referente às pessoas a serem
ouvidas em sessão plenária.
Pois bem.
A decisão da autoridade coatora que indeferiu a oitiva do total de testemunhas/informantes
apresentados pela acusação apresenta judiciosa fundamentação, em observância ao postulado da
excepcionalidade da admissão de oitiva em número superior ao indicado no art. 422, CPP, o qual pode
ser previsto apenas para circunstâncias onde as particulares do caso concreto evidenciam a necessidade,
tendo fundamentado sua decisão na jurisprudência do Supremo Tribunal Federal.
 Com efeito, no rito especial do Tribunal do Júri, previsto no art. 422 e seguintes do CPP,
não consta qualquer ressalva quanto à exclusão dos informantes na contagem do total de testemunhas a
serem inquiridas, pelo fato de não prestarem compromisso, como ocorre no rito comum (art. 401 do CPP).
Sobre o assunto, já decidiu o Supremo Tribunal Federal:
“HABEAS CORPUS. PROCESSO PENAL. SUBSTITUTIVO DE RECURSO EXTRAORDINÁRIO.
DESCABIMENTO. CASO BOATE KISS. ACUSAÇÃO DE HOMICÍDIO CONSUMADO E
 TENTADO PRATICADO CONTRA CENTENAS DE PESSOAS. OITIVA DE TODAS AS VÍTIMAS.
PRESCINDIBILIDADE. ALTERAÇÃO DO ROL DE VÍTIMAS. ADITAMENTO. RITO DO
 TRIBUNAL DO JÚRI. NÚMERO DE TESTEMUNHAS. ESPECIALIDADE. DENÚNCIA
APRESENTADA FORA DO PRAZO LEGAL. CIRCUNSTÂNCIA NEUTRA QUANTO À
OPORTUNIDADE DE INDICAÇÃO DE TESTEMUNHAS. HABEAS CORPUS NÃO
CONHECIDO. [...]. 4. O rito especial do Tribunal do Júri limita o número de testemunhas a
serem inquiridas e, ao contrário do procedimento comum, não exclui dessa contagem as
testemunhas que não prestam compromisso legal Ausência de lacuna a ensejar a aplicação de
 [...]norma geral, preservando-se, bem por isso, a imperatividade da regra especial. ” (HC 131158,
Relator Ministro Edson Fachin, 1ª Turma, julgado em 26/04/2016,  DJe-196, DIVULG 13-09-2016, PUBLIC 14-09-
2016). (Destaquei)
Não há como deixar de observar que os informantes arrolados fazem parte do rol de
testemunhas, consoante jurisprudência dominante a respeito da matéria.
Ademais, embora se trate de crimes diferentes (lesão corporal e homicídio), verifica-se
que ocorreram num mesmo contexto fático, não tendo o Corrigente demonstrado a relevância da oitiva de
todas as testemunhas indicadas.
Em casos que tais, o Superior Tribunal de Justiça possui entendimento no sentido de que 
“O art. 422 do Código de Processo Penal estabelece rol de 5 (cinco) como limite para inquirição das testemunhas de
 defesa. Na hipótese, apesar de ser imputado ao Recorrente a prática de três delitos, verificou-se a ocorrência de
apenas um contexto fático,não havendo justificativa para a pretendida extrapolação do número de testemunhas, razão
pela qual a limitação impugnada está, em verdade, em conformidade com o disposto no mencionado art. 422 do Código
de Processo Penal e não ofende a ampla defesa do Acusado”(STJ, 6ª Turma, RHC nº 101.708/PR, Relª Minª Laurita Vaz, j. em
25.06.2019) (Destaquei).
No mesmo sentido:
“III – O art. 422 do Código de Processo Penal estabelece que as partes têm a faculdade de indicar
5 (cinco) testemunhas, salvo demonstrada a real necessidade de extensão desse rol. IV – Na
hipótese, a pretendida extrapolação do número legal de testemunhas violaria os postulados da
razoabilidade e proporcionalidade, causando possível tumulto processual, em desrespeito ao
princípio constitucional da razoável duração do processo, uma vez que o eg. Tribunal de origem
 consignou que, ‘Resta evidente, assim, tratar-se de contexto fático único, em que pese o resultado
múltiplo de três homicídios qualificados’, razão pela qual ‘não há nos autos fatos que justifiquem a
necessidade de extrapolação desse número’ (precedentes)” (STJ, 5ª Turma, AgRg no RHC nº 65.252/PR,
Rel. Min. Felix Fischer, j. em 14.03.2017) (destaquei)
Com isso, não há justificativa plausível para a extrapolação do número de testemunhas,
razão pela qual a decisão do Juízo singular está em conformidade com o disposto no mencionado art.
422, do CPP.
A decisão emanada pelo MM. Juiz, objeto deste recurso, não merece reparos, estando
suficientemente fundamentada, não havendo que se falar em erro ou abuso no .decisum
Diante do exposto, não verificando o erro no procedimento alegado, é de se julgar 
 a presente correição parcialimprocedente
III – DISPOSITIVO
 
Ante o exposto, acordam os Desembargadores da 1ª Câmara Criminal do TRIBUNAL DE
JUSTIÇA DO PARANÁ, por unanimidade de votos, em julgar JULGADA IMPROCEDENTE A AÇÃO
o recurso de MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PARANÁ.
O julgamento foi presidido pelo (a) Desembargador Gamaliel Seme Scaff, com voto, e
dele participaram Juiz Subst. 2ºgrau Sergio Luiz Patitucci (relator) e Desembargador Adalberto Jorge
Xisto Pereira.
 
Curitiba, 31 de março de 2023
 
SERGIO LUIZ PATITUCCI
RelatorTribunal de Justiça, sob pena de indevida 
supressão de instância, uma vez que não foram previamente submetidos ao crivo da Corte 
local.
Quanto ao mérito recursal propriamente dito, tem-se que, conforme 
explicitado na decisão monocrática, o recorrente aponta, em síntese, a suspeição e o 
impedimento do membro do Ministério Público, em virtude de ter colhido depoimentos 
que noticiavam possível atentado contra si, falsamente imputado ao paciente.
Sustenta, ainda, a imparcialidade da promotora, em virtude de suposto 
histórico de atritos e desentendimentos. Conclui, assim, estar demonstrado seu interesse 
no feito (art. 252, IV, do CPP) bem como a existência de inimizade capital com o 
recorrente (art. 254, I, do CPP).
A Corte local, no entanto, consignou que "nada do que foi alegado encontra 
amparo suficiente para indicar uma possível ou remota suspeição e muito menos, 
impedimento, não se extraindo qualquer indício, que tenha a representante do Ministério 
Público, ânimo de prejudicar o paciente" (e-STJ fl. 107).
Registrou-se, ademais, que (e-STJ fls. 107/108):
Em que, pese as alegações trazidas pela nobre Defesa, ante a documentação 
acostada aos autos eletrônicos, inexiste qualquer comprovação ou 
desconfiança de que a Promotora de Justiça Dra. Geisa Lannes da Silva e o 
paciente nestes autos, tenham qualquer conflito de ordem pessoal.
Nesse contexto, por ora, é inviável conceder a presente ordem de habeas 
corpus para reconhecer a suspeição e o impedimento da Promotora de 
Justiça, Dra. Geisa Lannes da Silva, em relação ao paciente, para atuar na 
ação penal processo nº. 0000682-61.2022.8.19.0039.
 
Como é cediço, "a consolidada jurisprudência dos Tribunais Superiores 
sustenta que as hipóteses causadoras de impedimento/suspeição, constantes nos arts. 252, 
253 e 258 do Código de Processo Penal, são taxativas, não sendo viável interpretação 
extensiva e analógica, sob pena de se criar judicialmente nova causa de impedimento não 
prevista em lei, o que vulneraria a separação dos poderes e, por consequência, cercearia 
inconstitucionalmente a atuação válida do magistrado ou mesmo do promotor". (HC n. 
478.645/RJ, relator Ministro Ribeiro Dantas, Quinta Turma, julgado em 28/5/2019, DJe 
de 4/6/2019.)
Na hipótese dos autos, a defesa afirma que a promotora é impedida, por ser 
diretamente interessada no feito, uma vez que colheu depoimento no qual se afirmou que 
o recorrente pretendia atentar contra sua vida.
No entanto, reafirmo que, diversamente do precedente indicado pela defesa, 
"inexiste qualquer relato de investigação ou procedimento para apurar questão relativa a 
atentado contra a vida da Promotora de Justiça Geisa Lannes da Silva" (e-STJ fl. 161).
No Habeas Corpus n. 406.025/MG, ficou consignado que "o promotor de 
justiça que figurava como uma das vítimas em procedimento investigatório que apurava 
crime de ameaça praticado pelo Prefeito e seu pai, não pode oferecer a denúncia, por ser 
parte interessada no feito (art. 258, c/c art. 252, IV, ambos do CPP)".
Apesar de o agravante considerar que "as circunstâncias de ambos os casos, na 
realidade, são bastante semelhantes", destacou que, de fato, não se tem notícia de um 
"procedimento investigatório formal" no caso concreto. Portanto, reitero que o precedente 
trazido pela defesa não se aplica à hipótese dos autos.
Reafirmo que, não figurando a promotora como vítima da apuração em curso, 
que deu ensejo à ação penal por tentativa de homicídio qualificado contra terceiro, não há 
se falar que se trata de parte diretamente interessada, razão pela qual não se configura a 
hipótese do art. 252, inciso IV, do Código de Processo Penal, inexistindo, dessa forma, o 
alegado impedimento.
A propósito:
HABEAS CORPUS. CRIME DE USURA. NULIDADE. SUSPEIÇÃO DE 
MEMBRO DO MINISTÉRIO PÚBLICO LOCAL. NÃO OCORRÊNCIA. 
REVISÃO PROBATÓRIA. IMPOSSIBILIDADE. INEXISTÊNCIA DE 
CERCEAMENTO DE DEFESA. HABEAS CORPUS DENEGADO. 1. O art. 
258 do CPP obsta ao membro do Ministério Público oficiar em processo em 
que o juiz ou qualquer das partes for seu cônjuge ou parente, consanguíneo 
ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, estendendo-lhe, no 
que for aplicável, as prescrições relativas à suspeição e aos impedimentos dos 
juízes dos arts. 252 e 254 da mesma lei processual. 2. O fato de constar a 
promotora de Justiça como vítima em investigação já arquivada não 
representa sequer causa pendente entre as partes, além de não ser possível a 
pretendida eternização da hipótese e não estar incluída no rol dos casos 
taxativos do CPP. 3. O paciente, então acusado, não demonstrou de que 
modo deu-se respectiva suspeição, de foro íntimo e subjetivo, extraindo-se 
da decisão de 1º grau que a defesa não juntou qualquer prova dando conta 
da existência de ação em curso, em que a representante do Ministério 
Público seja vítima de atos supostamente praticados pelo réu, acrescentado 
que não se desincumbiu a defesa de demonstrar requisitos suficientes para 
que haja o acolhimento do pedido de suspeição/impedimento da 
representante do Ministério Público. 4. Destacou o Tribunal estadual, ainda, 
que não houve prejuízo à defesa, uma vez que inexistiu decisão negando o 
acesso aos autos ou qualquer empecilho relativo à produção probatória. 5. 
Como bem observado pelo Parquet, nesta sede, para infirmar o que restou 
decidido pelo Tribunal de origem, seria necessária ampla dilação probatória, 
providência que não encontra campo nos estreitos limites do writ, por 
demandar cotejo minucioso de matéria fático probatória. 6. Habeas corpus 
denegado. (HC n. 607.356/PR, relator Ministro Nefi Cordeiro, Sexta Turma, 
julgado em 15/12/2020, DJe de 18/12/2020.)
 
Destaco, outrossim, que, não obstante o agravante afirmar o precedente citado 
acima não se aplica ao presente caso, uma vez que, a seu ver, “há inúmeros elementos 
que corroboram a suspeição e impedimento da insigne Promotora de Justiça, inclusive 
novos”, a Corte local consignou que "nada do que foi alegado encontra amparo 
suficiente para indicar uma possível ou remota suspeição e muito menos, 
impedimento, não se extraindo qualquer indício, que tenha a representante do 
Ministério Público, ânimo de prejudicar o paciente" (e-STJ fl. 107).
De igual sorte, no que diz respeito à alegada suspeição, em razão de suposta 
inimizade capital, a Corte local destacou que "não há qualquer irregularidade na conduta 
da Promotora de Justiça, a qual demonstra que atua com a isenção necessária no exercício 
de suas atribuições, sem qualquer interesse pessoal, não havendo qualquer indicativo de 
que possui interesse escuso, em eventual condenação do acusado, tendo como único 
interesse apontar os verdadeiros culpados pela prática de tão grave crime e não incriminar 
gratuitamente alguém" (e-STJ fl. 161).
Ademais, conforme bem destacado pelo Ministério Público Federal em seu 
parecer, "os fatos nanados pela defesa não destoam daqueles normalmente praticados no 
exercício da função ministerial, ainda mais em uma cidade pequena, em que os 
promotores de justiça atuam em diversas frentes e, frequentemente, mantém contatos nem 
sempre muito amistosos com políticos locais". (e-STJ fl. 430).
Nessa linha de intelecção, reafirmo que, para desconstituir a conclusão 
alcançada pela Corte local, a fim de acolher pretensão defensiva nos moldes pretendidos 
na inicial, seria necessária não mera análise jurídica de fatos incontroversos, mas 
verdadeiro o revolvimento de conteúdo fático-probatório, providência sabidamente 
inviável em habeas corpus.
Ao ensejo:
[...] quanto às hipóteses configuradoras de suspeição, ainda que 
consideradas como rol exemplificativo, tendo a Corte de origem asseverado, 
in casu, que "inexiste nos autos qualquer elemento que permita concluir haver 
parcialidade do juiz do processo na condução das ações penais autuadas sob 
n.ºs 0000590-31.2016.8.16.0119 e 0001585-10.2017.8.16.0119, porquanto os 
atos processuais por ele praticados não refogemprestará declarações, sob pena de indeferimento 
do rol. 
Decisão de parcial concessão do pedido liminar (item 
00024). 
Embargos de Declaração oposto pelos impetrantes (item 
00044), rejeitados na sessão de julgamento do dia 06/09/2022 (item 
00057). 
Parecer da Procuradoria de Justiça opinando pelo 
conhecimento do writ e, no mérito, pela CONCESSÃO PARCIAL DA 
ORDEM, apenas para que seja ouvido o número máximo de 16 
(dezesseis) testemunhas de acusação, oito para cada fato. (Item 
00095). 
 
É O RELATÓRIO. 
 
Entendo que assiste parcial razão aos impetrantes. 
 
Trata-se de Habeas Corpus onde alegam os impetrantes a 
inépcia da denúncia; excesso acusatório por ausência de justa causa; 
ausência de justa causa com relação ao acusado Fernando Meister, em 
razão de prova técnica que afasta sua autoria; improcedência das 
qualificadoras articuladas na denúncia; utilização de prova ilícita, 
violação às garantias de notificação/citação e defesa obrigatória no 
inquérito e excesso do número de testemunhas arroladas pelo Parquet. 
 
Aduzem, ainda, que a autoridade coatora designou o início 
da instrução processual para o dia 05/09/2022, às 13h30, ocasião na 
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qual serão ouvidas todas as testemunhas arroladas pela acusação. 
Afirmam que a realização da audiência designada causará manifesto 
tumulto processual. 
 
Em consulta ao sistema informatizado do Tribunal de 
Justiça, verifica-se que em 14/06/2022 foi proferida a seguinte decisão: 
 
“1) A preliminar arguida pela Defesa de falta de justa 
causa para deflagração da ação penal não deve prosperar. A 
materialidade delitiva está indiretamente demonstrada, assim 
como a autoria se encontra plenamente indiciada. Em relação à 
alegada inépcia da inicial, da mesma forma, tal alegação não é 
verdadeira, pois a denúncia descreve e individualiza 
detalhadamente a conduta imputada aos réus, de modo a 
permitir o livre exercício da ampla defesa. O órgão ministerial 
logrou expor os fatos criminosos, bem como as qualificadoras 
imputadas a partir dos indícios mínimos colhidos em sede 
policial, de forma circunstanciada, de modo que permite aos 
acusados o exercício de seu direito constitucional à ampla 
defesa, previsto no artigo 5º, LV, da Constituição da República. 
Foram cumpridas, assim, as normas do artigo 41 do Código de 
Processo Penal. Por outro lado, constituem crimes os fato 
imputados aos réus e não se verifica presente causa de 
extinção da punibilidade. Foram preenchidos todos os 
requisitos indispensáveis ao regular exercício do direito de 
ação. Logo, ausentes todas as hipóteses do artigo 395 do 
diploma processual legal. 2) De outro turno, não se vislumbra 
nulidade quanto à suposta inobservância do disposto no artigo 
14-A, do Código de Processo Penal, na medida em que não 
demonstrado o prejuízo a qualquer dos acusados, que se veem 
acompanhados de defesa técnica nesta ação penal, bem como 
pelo fato de que, como bem salientado pelo membro do 
Ministério Público, a jurisprudência do Superior Tribunal de 
Justiça é pacífica no sentido de que eventual ilegalidade na 
fase inquisitorial não contamina a ação penal dela decorrente. 
3) Por fim, assiste razão ao membro do Ministério Público no 
que diz respeito à natureza de prova documental do Relatório 
Técnico de Reprodução Simulada em Realidade Virtual, sendo 
ônus da defesa eventual impugnação da mesma por meio da 
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juntada de outra prova documental ou da requisição de 
realização de prova pericial. 4) Diante do exposto, REJEITO as 
preliminares suscitadas pela Defesa. 5) Designo Audiência de 
Instrução e Julgamento para o dia 05/09/2022, às 13:30h. 
Requisitem-se os acusados e intimem-se as partes, inclusive a 
assistência à acusação. 6) Intimem-se/requisitem-se as 
testemunhas arroladas na denúncia (fls. 07/10), ficando a 
defesa ciente de que a oitiva das testemunhas arroladas 
somente pelos réus será realizada em data futura a ser 
designada após a oitiva das testemunhas de acusação.” 
 
Pela defesa dos pacientes foi interposto embargos de 
declaração, tendo sido proferida decisão, em 09/08/2022, acolhendo 
parcialmente os embargos, nos seguintes termos: 
 
“1) Acolho parcialmente os embargos de declaração 
opostos pela defesa técnica dos acusados no que diz respeito 
ao pertinente apontamento feito acerca da omissão do Juízo 
em se pronunciar sobre o pedido de readequação do rol de 
testemunhas por parte do órgão ministerial. Nesse sentido, 
INDEFIRO o requerido pela defesa na medida em que a 
denúncia trata de dois delitos que são imputados a três 
acusados distintos, estando o rol apresentado pelo órgão 
ministerial em consonância com o entendimento do Superior 
Tribunal de Justiça sobre a questão: ´PROCESSO PENAL. 
RECURSO EM HABEAS CORPUS. CORRUPÇÃO PASSIVA E 
ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA. NÚMERO MÁXIMO DE 
TESTEMUNHAS. REGRA. ART. 401 DO CPP. FEITO 
COMPLEXO: ELEVADO NÚMEROS DE RÉUS E 
PROLONGADO PERÍODO DA ATIVIDADE CRIMINOSA. 
CERCEAMENTO DE DEFESA. LIMITAÇÃO DO ROL DE 
TESTEMUNHAS. EXCEÇÃO. CONSTRANGIMENTO ILEGAL 
CONFIGURADO. RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO. 1. A 
legislação processual penal dispõe que o número máximo de 
testemunhas que podem ser arroladas pelas partes varia 
conforme o procedimento adotado. Quanto ao procedimento 
comum ordinário, o art. 401, caput, do CPP fixa esse número 
máximo em 8 testemunhas. 2. O número máximo de 
testemunhas as quais poderão ser arroladas pela defesa deve, 
em regra, variar não só de acordo com o número de réus, mas 
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também conforme o número de fatos supostamente delituosos 
imputados a cada réu.[...] (RHC n. 92874/SP, Rel. Ministro 
Ribeiro Dantas, 5a T., DJe 14/11/2018)´ 2) Deixo de acolher, no 
mais, os embargos de declaração haja vista que a decisão 
constante às fls. 3425/3426 contemplou as preliminares 
arguidas na sua íntegra, sendo certo que o juízo 
circunstanciado das alegações feitas pelo embargante 
confunde-se com o próprio mérito da causa, na medida em que 
deverão ser enfrentadas no momento oportuno, à luz dos 
elementos de prova a serem colhidos em sede judicial, sob o 
contraditório e a ampla defesa, e, dada a característica bifásica 
do Tribunal do Júri, ao fim da primeira fase processual. 3) 
Diante do exposto, ACOLHO PARCIALMENTE OS 
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO opostos pela defesa, 
INDEFERINDO o pedido de que seja determinada a 
readequação do rol de testemunhas apresentado na denúncia 
pelos fatos e fundamentos já expostos, mantenho os demais 
termos da decisão. 4) Intimem-se as partes.” 
 
 
Foi parcialmente concedida por este Relator a liminar (item 
00024) para que na audiência designada para 05/09/2022, fosse ouvido 
o número máximo de 16 (dezesseis) testemunhas, aguardando a oitiva 
das demais, após o julgamento do mérito do presente writ. (itens 
00018). 
 
Quanto aos demais requerimentos, entendo que não 
assiste razão aos impetrantes. 
 
A alegação de nulidade, uma vez teria sido utilizada 
prova ilícita, com violação às garantias de notificação/citação e defesa 
obrigatória no inquérito, conforme disposto no artigo 14-A, do Código 
de Processo Penal1, deve ser afastada. 
 
1 Art. 14-A. Nos casos em que servidores vinculados às instituições dispostas no art. 144 da 
Constituição Federal figurarem como investigados em inquéritos policiais, inquéritos policiais militares 
e demais procedimentos extrajudiciais, cujo objeto for a investigação de fatos relacionados ao uso da 
força letal praticados no exercício profissional, de forma consumada ou tentada, incluindo as 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art144previstos no art. 41 do Código de Processo Penal. Vê-se (item 0001 do 
anexo 1): 
 No dia 18 de maio de 2020, por volta das 15:00h, no 
interior do imóvel localizado na Rua Geraldo da Silveira, bairro 
de Itaoca, Complexo do Salgueiro, nesta comarca, os 
denunciados MAURO, MAXWELL e MEISTER, no exercício 
de suas funções, com vontade livre e consciente, em 
comunhão de ações e desígnios, e assumindo o risco de 
produzir o resultado, efetuaram disparos de arma de fogo 
contra as pessoas que se encontravam no interior da casa, 
vindo a atingir JOÃO PEDRO MATOS PINTO, na ocasião 
com 14 anos de idade, e causando-lhe as lesões descritas no 
Auto de Exame Cadavérico presente no IP nº 9951-
00310/2020, que por sua natureza, sede e extensão foram a 
causa eficiente da morte da vítima. 
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 O crime foi cometido por motivo torpe, qual seja, o fato 
dos denunciados, na pressuposição de que existiam criminosos 
no interior do imóvel, terem agido ofensivamente, querendo 
matá-los, mesmo sem que tivessem visão de quem se 
encontrava no interior da casa e nem enfrentassem qualquer 
reação armada ou resistência partindo dali. 
 O crime foi cometido com o emprego de recurso que 
dificultou a defesa da vítima, uma vez que, os denunciados, 
além de haverem ingressado de inopino no terreno da casa 
onde se encontrava a vítima, gozavam de ampla e irrestrita 
superioridade de meios e recursos. 
Nas mesmas circunstâncias de tempo e lugar, Policiais 
Civis ainda não identificados, no exercício de suas 
funções, com vontade livre e consciente, em comunhão de 
ações e desígnios com os denunciados MAURO, MAXWELL e 
MEISTER, inovaram artificiosamente no curso de diligência, 
consubstanciada na Operação Policial da qual faziam parte, o 
estado de lugar, ao plantarem no local do Homicídio da 
vítima JOÃO PEDRO diversos artefatos explosivos, uma 
pistola GLOCK, calibre 9mm, ao posicionarem uma escada 
junto ao muro dos fundos do imóvel em questão e ao 
produzirem marcas de disparos de arma de fogo junto ao 
portão da garagem do mesmo imóvel; tudo isso com o fim de 
eximir-se de responsabilidade criminal. 
Os denunciados MAURO, MAXWELL e MEISTER, com 
vontade livre e consciente, concorreram eficazmente para o 
crime acima descrito, ajustando-o previamente com os demais 
Policiais Civis, estando presente de forma encorajadora 
durante sua execução e acompanhando, posteriormente, a 
perícia realizada pela Delegacia de Homicídios (DH-NIT/SG). 
Na ocasião, os denunciados MAURO, MAXWELL e 
MEISTER, lotados na Coordenadoria de Recursos Especiais da 
Polícia Civil (CORE), participavam de operação conjunta com a 
Polícia Federal, tendo como objetivo o cumprimento de 
mandados de Prisão e de Busca e Apreensão contra os 
elementos alcunhados “FAUSTÃO”, “HELLO KITTY” e “VINTE 
ANOS”, notoriamente integrantes da organização criminosa 
conhecida como “COMANDO VERMELHO”, atuante na 
localidade do complexo do Salgueiro. 
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Ao serem aerotransportados pelo Serviço Aeropolicial da 
CORE (SAER) até o bairro de Itaoca, os denunciados 
desembarcaram num campo de futebol próximo à Rua Geraldo 
da Silveira, juntamente com o Delegado de Polícia, então 
Coordenador da CORE, SÉRGIO SAHIONE FERREIRA e com 
o policial civil JAIR CORREA RIBEIRO, alegadamente com a 
intenção de interceptar homens armados que teriam sido 
observados, durante o sobrevoo, se evadindo da residência 
atribuída ao elemento alcunhado “FAUSTÃO”, localizada na 
Avenida Ivan dos Santos, esquina com a Rua Geraldo da 
Silveira. 
Já no terreno, ao progredirem em conduta de patrulha, o 
denunciado MAURO assumiu a função de ponta 1, seguido, 
respectivamente, pelos denunciados MAXWELL e MEISTER, 
tendo o Delegado SÉRGIO SAHIONE e o policial civil JAIR 
CORREA, permanecido mais atrás, como responsáveis pela 
segurança da retaguarda do grupo. 
Após, alegadamente, terem observado supostos 
criminosos na Rua Geraldo da Silveira, ingressando na 
residência onde se encontravam MATHEUS DE AZEVEDO 
ALVARES, de dezenove anos, e os adolescentes MARIA 
EDUARDA BARCELLOS DOS SANTOS, de 17 anos, 
VÍTOR GABRIEL SOUZA DA SILVA, de 14 anos, NATAN 
MATOS PINTO, de 14 anos, RAPHAELA PONTES 
MANDRANI, de 15 anos, e a vítima fatal JOÃO PEDRO 
MATTOS PINTO, de 14 anos; os denunciados MAURO, 
MAXWELL e MEISTER, sem que houvesse qualquer 
resistência proveniente do interior do imóvel, efetuaram 
vários disparos de arma de fogo contra o grupo de jovens 
vindo um dos disparos efetuados a atingir – e causar a morte 
– da vítima JOÃO PEDRO. 
Ato contínuo, enquanto guardavam o local do Homicídio, 
e aguardavam a chegada da equipe de peritos da DH-NIT/SG, 
policiais civis não identificados, mas ajustados com os 
denunciados MAURO, MAXWELL e MEISTER, o alteraram 
fraudulentamente, realizando as condutas acima descritas, com 
a intenção de criar vestígios de suposto confronto com 
criminosos. 
Estão os denunciados MAURO JOSÉ GONÇALVES, 
MAXWELL GOMES PEREIRA e FERNANDO DE BRITO 
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MEISTER incursos nas penas do artigo 121, § 2º, incisos I e II, 
c/c artigo 61, inciso II, alínea (g), todos do Código Penal, e 
artigo 23 da Lei 13.869/2019; n/f do artigo 69 do Código Penal.” 
 
Logo, como bem exposto pela douta Procuradora de 
Justiça CELMA P. D. DE CARVALHO ALVES, “No caso em tela, verifica-se 
que a decisão acostada às fls. 45/46 do Anexo 1 restou bem fundamentada, em 
atenção ao disposto no artigo 93, inciso IX da CRFB/88, uma vez que sua motivação 
acerca das teses defensivas apresentadas por ocasião da defesa prévia deve ser 
sucinta, limitando-se à admissibilidade da acusação formulada pelo órgão ministerial, 
evitando-se, assim, o prejulgamento da demanda. Por outro lado, na esteira do 
adiantado pelo d. Des. Relator, deve ser concedida a ordem para que seja ouvido o 
número máximo de 16 (dezesseis) testemunhas de acusação, oito para cada fato, 
uma vez que está sendo apurada a prática de dois delitos.” 
 
Assim, sabe-se que o número de testemunhas varia de 
acordo com o procedimento a ser seguido. Embora haja certa 
controvérsia na doutrina e na jurisprudência em relação ao número de 
testemunhas quando o processo versa sobre mais de um delito ou 
quando há mais de um corréu, prevalece o entendimento de que para a 
acusação, o número é estabelecido de acordo com a quantidade de 
fatos imputados, independente do número de acusados (Lima, Renato 
Brasileiro – Manual de processo penal: volume único – 
8.ed.rev.ampl.e.atual, 2020). 
 
Por tais motivos, voto pela PROCEDÊNCIA PARCIAL DO 
PEDIDO, apenas para confirmar a liminar deferida, devendo serem 
ouvidas o número máximo de 16 (dezesseis) testemunhas de acusação, 
oito para cada fato. 
 
Rio de Janeiro, na data da sessão. 
 
 
MARCELO CASTRO ANÁTOCLES DA SILVA FERREIRA 
DESEMBARGADOR RELATOR 
 
Superior Tribunal de Justiça
AgRg no RECURSO EM HABEAS CORPUS Nº 170.058 - MT (2022/0270985-0)
RELATOR : MINISTRO REYNALDO SOARES DA FONSECA
AGRAVANTE : RODRIGO NOGUEIRA BARROSO 
ADVOGADOS : DELCIO GOMES DE ALMEIDA - DF016841 
 DANILO VILAS-BOAS DIAS - DF053140 
 EDUARDA DE PAULA VENANCIO - DF066878 
AGRAVADO : MINISTERIO PUBLICO DO ESTADO DE MATO GROSSO 
EMENTA
PENAL E PROCESSO PENAL. AGRAVO REGIMENTAL NO 
RECURSO EM HABEAS CORPUS. 1. PEDIDO DE OITIVA DE 
CORRÉU. IMPOSSIBILIDADE. PRECEDENTES DO STF E DO 
STJ. 2. VÍDEO DO CORRÉU GRAVADO UNILATERALMENTE 
PELA DEFESA. PEDIDO DE INCLUSÃO NO PROCESSO.IMPOSSIBILIDADE. 3. PEDIDO DE PRODUÇÃO DE PROVAS. 
PRECLUSÃO TEMPORAL E CONSUMATIVA. 4. AGRAVO 
REGIMENTAL A QUE SE NEGA PROVIMENTO.
1. Nos termos da jurisprudência do STF, "por força do que dispõe o 
art. 5º, LXIII, da Constituição, é pacífico o entendimento 
jurisprudencial no sentido de que não constitui cerceamento de 
defesa o indeferimento do pedido de oitiva de corréu na 
qualidade de testemunha". (RHC 99768, Relator(a): TEORI 
ZAVASCKI, Segunda Turma, julgado em 14/10/2014, DJe 
29/10/2014 P. 30/10/2014).
- A jurisprudência do STJ também é no sentido de que "o corréu, por 
não ter o dever de falar a verdade e por não prestar compromisso, 
não pode servir como testemunha, o que afasta o constrangimento 
ilegal de que estaria sendo vítima a recorrente" (RHC 40257, Relator 
Ministro Jorge Mussi, 5ª Turma DJe de 1º/10/2013). (RHC n. 
65.835/DF, relator Ministro Reynaldo Soares da Fonseca, Quinta 
Turma, julgado em 12/4/2016, DJe de 20/4/2016.)
2. Sendo vedada a oitiva do corréu na qualidade de testemunha, 
revela-se correta a conclusão da Corte local no sentido de que "a 
inclusão de vídeo gravado unilateralmente pela defesa do paciente, em 
que o corréu admite a autoria exclusiva do crime, implicaria no 
colhimento de sua oitiva na função de testemunha/informante, sem 
compromisso ou dever de dizer a verdade, subvertendo a 
orientação pacificada pelos Tribunais pátrios".
- Conforme destacado no acórdão recorrido, "o caso retratado nos 
autos não se refere à exibição do interrogatório do corréu Rogério, 
colhido sob o crivo do contraditório e da ampla defesa, durante o 
tramitar processual, mas na apresentação da oitiva do coacusado 
Documento: 2212846 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 19/09/2022 Página 1 de 4
ARQUIVO 03
Superior Tribunal de Justiça
condenado pelo Tribunal do Júri por sentença transitada em julgado, 
gravada pela defesa do paciente, de forma unilateral".
3. Constatando-se que o pedido da defesa foi formulado não apenas 
fora do prazo legal, mas também depois de já exercida referida 
faculdade processual, verifica-se a ocorrência da preclusão temporal 
bem como da consumativa, o que revela o exaurimento do momento 
processual. 
4. Agravo regimental a que se nega provimento.
ACÓRDÃO
Visto, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima indicadas, 
acordam os Ministros da Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça, por unanimidade, 
negar provimento ao agravo regimental. Os Srs. Ministros Ribeiro Dantas, Joel Ilan Paciornik, 
João Otávio de Noronha e Jorge Mussi votaram com o Sr. Ministro Relator. 
 
Brasília (DF), 13 de setembro de 2022(Data do Julgamento)
Ministro REYNALDO SOARES DA FONSECA 
Relator
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Superior Tribunal de Justiça
AgRg no RECURSO EM HABEAS CORPUS Nº 170.058 - MT (2022/0270985-0)
 
RELATOR : MINISTRO REYNALDO SOARES DA FONSECA
AGRAVANTE : RODRIGO NOGUEIRA BARROSO 
ADVOGADOS : DELCIO GOMES DE ALMEIDA - DF016841 
 DANILO VILAS-BOAS DIAS - DF053140 
 EDUARDA DE PAULA VENANCIO - DF066878 
AGRAVADO : MINISTERIO PUBLICO DO ESTADO DE MATO GROSSO 
RELATÓRIO
O EXMO. SR. MINISTRO REYNALDO SOARES DA FONSECA 
(Relator): 
Trata-se de agravo regimental interposto por RODRIGO NOGUEIRA 
BARROSO contra decisão monocrática, da minha lavra, que negou provimento ao recurso em 
habeas corpus.
O agravante reitera, em síntese, os pedidos formulados no recurso, 
asseverando que "o corréu comprovará de plano a inocência do Paciente, pois este sequer 
estava no local dos fatos". 
Pugna, assim, pelo provimento do agravo regimental.
É o relatório.
 
Documento: 2212846 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 19/09/2022 Página 3 de 4
Superior Tribunal de Justiça
AgRg no RECURSO EM HABEAS CORPUS Nº 170.058 - MT (2022/0270985-0)
 
VOTO
O EXMO. SR. MINISTRO REYNALDO SOARES DA FONSECA 
(Relator): 
A insurgência não merece prosperar.
Com efeito, conforme explicitado na decisão monocrática, a Corte local, ao 
manter o indeferimento de juntada do vídeo com o depoimento do corréu, destacou que, 
"como bem ressaltado na decisão impugnada, os corréus não podem ser ouvidos em juízo na 
qualidade de testemunha ou informante, já que não prestam compromisso e nem tem o dever 
de dizer a verdade, possuindo interesse direto na causa".
De fato, nos termos da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, "por 
força do que dispõe o art. 5º, LXIII, da Constituição, é pacífico o entendimento jurisprudencial 
no sentido de que não constitui cerceamento de defesa o indeferimento do pedido de 
oitiva de corréu na qualidade de testemunha". (RHC 99768, Relator(a): TEORI 
ZAVASCKI, Segunda Turma, julgado em 14/10/2014, DJe 29/10/2014 P. 30/10/2014).
Da mesma forma, a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça é no 
sentido de que "o corréu, por não ter o dever de falar a verdade e por não prestar 
compromisso, não pode servir como testemunha, o que afasta o constrangimento ilegal de 
que estaria sendo vítima a recorrente" (RHC 40257, Relator Ministro Jorge Mussi, 5ª Turma 
DJe de 1º/10/2013). (RHC n. 65.835/DF, relator Ministro Reynaldo Soares da Fonseca, 
Quinta Turma, julgado em 12/4/2016, DJe de 20/4/2016.)
No mesmo sentido:
AGRAVO REGIMENTAL NO HABEAS CORPUS. DECISÃO DO 
RELATOR SEM ESGOTAMENTO DA JURISDIÇÃO. TERATOLOGIA 
NÃO CONFIGURADA. SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA. AGRAVO 
REGIMENTAL DESPROVIDO. 1. A jurisprudência desta Corte é 
firme na compreensão de que não tem cabimento habeas corpus 
para desafiar decisão monocrática de desembargador relator, sob 
pena de indevida supressão de instância em razão do não 
exaurimento da jurisdição do Tribunal a quo. 2. "É vedada a oitiva 
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Superior Tribunal de Justiça
de corréu na condição de testemunha ou informante, salvo no caso 
de corréu colaborador ou delator" (RHC n. 76.951/RJ, relatora 
Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, SEXTA TURMA, 
julgado em 9/3/2017, DJe 16/3/2017). 3. Agravo regimental 
desprovido. (AgRg no HC n. 473.653/MG, relator Ministro Antonio 
Saldanha Palheiro, Sexta Turma, julgado em 6/12/2018, DJe de 
19/12/2018.)
Dessa forma, sendo vedada a oitiva do corréu na qualidade de testemunha, 
revela-se correta a conclusão da Corte local no sentido de que "a inclusão de vídeo gravado 
unilateralmente pela defesa do paciente, em que o corréu admite a autoria exclusiva do crime, 
implicaria no colhimento de sua oitiva na função de testemunha/informante, sem compromisso 
ou dever de dizer a verdade, subvertendo a orientação pacificada pelos Tribunais 
pátrios".
Reitero, ademais, que, conforme destacado no acórdão recorrido, "o caso 
retratado nos autos não se refere à exibição do interrogatório do corréu Rogério, colhido sob 
o crivo do contraditório e da ampla defesa, durante o tramitar processual, mas na 
apresentação da oitiva do coacusado condenado pelo Tribunal do Júri por sentença transitada 
em julgado, gravada pela defesa do paciente, de forma unilateral".
Nesse contexto, reafirmo que "é imperioso reconhecer que a negativa de 
juntada da documentação em questão não fere a garantia constitucional da plenitude de defesa, 
mas atende a orientação pacificada pelos Tribunais Superiores que veda a oitiva de corréu na 
qualidade de testemunha". Não se verifica, portanto, constrangimento ilegal no ponto.
Quanto ao pedido de apresentação do histórico de chamadas e mensagens 
de texto SMS, originadas e recebidas pelo corréu Rogério Francisco Gomes, bem como 
informação acerca dos ramais e cadastro dos interlocutores que mantiveram contato com 
referido terminal telefônico a partir das referidas datas, a Corte local considerou precluso o 
pleito.
A propósito:
Conforme ressaltado pela autoridade apontada como coatora, na 
decisão proferida no dia 27.4.2020: “(...) em sede de 422 do CPP a 
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Superior Tribunal de Justiça
defesa técnica se manifestou apresentando o rol de testemunhas em 
11.05.2022 (ID 82114765) e posteriormente peticionou requerendo 
diligências em 20.05.2022 (ID 82860134). 
Os comportamentos processuais descritos no art. 422, CPP, são 
submetidos à disciplina da preclusão (lógica, temporal e 
consumativa). Nesse sentido, mutatis mutandis:
“II - Consolidou-se na jurisprudência desta Corte Superior de 
Justiça o entendimento de que se opera a preclusão quando o 
requerimento do art. 422, do CPP não for apresentado no 
quinquídio legal. (Precedentes).” (STJ, RHC64.465/PR, d. j. 
25/10/2016, DJe 14/11/2016)
"O processo é um caminhar para frente, daí existindo o sistema da 
preclusão (lógica, consumativa e temporal), às vezes até mesmo 
dirigida ao magistrado (pro judicato), a fim de que a marcha 
processual não reste tumultuada." (STJ, REsp 802416/SP, d. j. 
01/03/2007). 
Deste modo, não assiste razão à defesa quanto ao pleito de juntada 
de extratos telefônicos neste momento, pois operou-se a preclusão 
consumativa para diligências”.
Reitero que a preclusão é a perda de uma faculdade referente à prática de 
determinado ato processual, a perda da capacidade de praticar os atos processuais por não 
tê-lo feito na oportunidade devida (preclusão temporal), por incompatibilidade com outro ato 
anteriormente praticado (preclusão lógica) ou pelo exercício anterior do mesmo direito 
(preclusão consumativa), sendo este fenômeno imprescindível à marcha do procedimento.
A propósito:
PROCESSUAL PENAL. RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE 
SEGURANÇA. ESTUPRO DE VULNERÁVEL. DEFESA 
PRELIMINAR INTEMPESTIVA. PEDIDO DE OITIVA DE 
TESTEMUNHAS. PRECLUSÃO. RECURSO DESPROVIDO. I - Não 
se constata o alegado direito líquido e certo quanto ao recebimento 
da defesa preliminar, considerada intempestiva, uma vez que o réu, 
na presença de seu advogado, compareceu em cartório e foi 
devidamente citado aos 6/12/2013. Não tendo apresentado resposta 
à acusação no prazo legal (art. 396 do CPP), foi ainda intimado 
pela imprensa oficial em duas oportunidades, quais sejam, em 
4/8/2014 e 17/10/2014. Contudo, permaneceu silente e somente 
após 1 (um) ano e meio apresentou a defesa, quando já havia sido 
certificado o transcurso do prazo para resposta e intimado o réu 
para constituir novo advogado, em 1º/6/2015. II - "No caso 
vertente, não há ilegalidade na desconsideração do rol de 
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Superior Tribunal de Justiça
testemunhas da defesa, apresentado fora do prazo legalmente 
estabelecido, ante a preclusão temporal desta faculdade 
processual" (HC n. 202.928/PR, Sexta Turma, Rel. Ministro 
Sebastião Reis Júnior, Rel. p/ Acórdão Ministro Rogerio Schietti 
Cruz, julgado em 15/5/2014, DJe de 8/9/2014). III - Por outro lado, 
o deferimento de provas (v.g., prova testemunhal) é ato que se 
inclui na esfera de discricionariedade regrada do magistrado 
processante, que poderá indeferi-las de forma fundamentada, 
quando as julgar protelatórias ou desnecessárias e sem pertinência 
com a instrução do processo (precedentes do STF e do STJ). 
Recurso ordinário desprovido. (RMS 52.413/SP, Rel. Ministro 
FELIX FISCHER, QUINTA TURMA, julgado em 02/05/2017, DJe 
31/05/2017)
PENAL E PROCESSO PENAL. AGRAVO REGIMENTAL NO 
AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. OFENSA AO ART. 396-A, DO 
CPP. RESPOSTA À ACUSAÇÃO INTEMPESTIVA. DIREITO DE 
ARROLAR TESTEMUNHAS. PRECLUSÃO TEMPORAL. AUSÊNCIA 
DE EFETIVO PREJUÍZO. PAS DE NULLITÉ SANS GRIEF. 
AFRONTA AO ART. 229 DO CPP. PEDIDO DE ACAREAÇÃO. 
INDEFERIMENTO FUNDAMENTADO PELO MAGISTRADO DE 
ORIGEM. POSSIBILIDADE. ACÓRDÃO EM CONFORMIDADE 
COM A JURISPRUDÊNCIA DESTA CORTE. SÚMULA 83/STJ. 
VIOLAÇÃO AOS ARTS. 381, III, E 386, VII, AMBOS DO CPP. 
ABSOLVIÇÃO. REEXAME DE MATÉRIA FÁTICA. VEDAÇÃO. 
SÚMULA 7/STJ. PLEITO DE DESCLASSIFICAÇÃO. AUSÊNCIA DE 
INDICAÇÃO DE DISPOSITIVO LEGAL VIOLADO. APELO 
ESPECIAL COM FUNDAMENTAÇÃO DEFICIENTE. SÚMULA 
284/STF. AGRAVO REGIMENTAL A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 
1. "O direito à prova não é absoluto, limitando-se por regras de 
natureza endoprocessual e extraprocessual. Assim é que, na 
proposição de prova oral, prevê o Código de Processo Penal que o 
rol de testemunhas deve ser apresentado, sob pena de preclusão, na 
própria denúncia, para o Ministério Público, e na resposta à 
acusação, para a defesa. No caso vertente, não há ilegalidade na 
desconsideração do rol de testemunhas da defesa, apresentado fora 
do prazo legalmente estabelecido, ante a preclusão temporal desta 
faculdade processual". (HC 202.928/PR, Rel. Min. SEBASTIÃO 
REIS JÚNIOR, Rel. p/ Acórdão Min. ROGERIO SCHIETTI CRUZ, 
SEXTA TURMA, DJe 08/09/2014) 2. Segundo a legislação penal em 
vigor, é imprescindível quando se trata de alegação de nulidade de 
ato processual a demonstração do prejuízo sofrido, em 
consonância com o princípio pas de nullité sans grief, consagrado 
pelo legislador no artigo 563 do Código de Processo Penal, o que 
não ocorreu, in casu. 3. A teor do entendimento desta Corte, o juiz 
pode indeferir, em decisão devidamente fundamentada, como 
ocorreu na espécie, as diligências que entenda ser protelatórias ou 
Documento: 2212846 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 19/09/2022 Página 7 de 4
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desnecessárias, dentro de um juízo de conveniência, que é próprio 
do seu regular poder discricionário, não havendo nulidade alguma 
em tal proceder. 4. É assente que cabe ao aplicador da lei, em 
instância ordinária, fazer um cotejo fático e probatório a fim de 
analisar a existência de provas suficientes a embasar o decreto 
condenatório, ou a ensejar a absolvição. Óbice do enunciado nº 7 
da Súmula desta Corte. 5. A ausência de indicação do dispositivo 
ofendido enseja a aplicação do enunciado nº 284 da Súmula do 
Pretório Excelso, pois caracteriza deficiência na fundamentação, o 
que dificulta a compreensão da controvérsia. 6. Agravo regimental 
a que se nega provimento. (AgRg no AREsp 713.847/MG, Rel. 
Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, SEXTA TURMA, 
julgado em 01/10/2015, DJe 22/10/2015)
Dessa forma, constatando-se que o pedido da defesa foi formulado não 
apenas fora do prazo legal, mas também depois de já exercida referida faculdade processual, 
verifica-se a ocorrência da preclusão temporal bem como da consumativa, o que revela o 
exaurimento do momento processual. Portanto, também não se verifica constrangimento ilegal 
no ponto.
Assim, em que pese o esforço argumentativo da combativa defesa, não 
foram apresentados argumentos aptos a reverter as conclusões trazidas na decisão agravada, 
motivo pelo qual esta se mantém por seus próprios e jurídicos fundamentos. 
Pelo exposto, nego provimento ao agravo regimental. 
É como voto.
Documento: 2212846 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 19/09/2022 Página 8 de 4
Superior Tribunal de Justiça
 
CERTIDÃO DE JULGAMENTO
QUINTA TURMA
 
AgRg no
Número Registro: 2022/0270985-0 RHC 170.058 / MT
MATÉRIA CRIMINAL
Números Origem: 10133959320228110000 125622220188110004 284051 9501562018 95015620188110004
EM MESA JULGADO: 13/09/2022
Relator
Exmo. Sr. Ministro REYNALDO SOARES DA FONSECA
Presidente da Sessão
Exmo. Sr. Ministro JOEL ILAN PACIORNIK
Subprocurador-Geral da República
Exmo. Sr. Dr. LUCIANO MARIZ MAIA
Secretário
Me. MARCELO PEREIRA CRUVINEL
AUTUAÇÃO
RECORRENTE : RODRIGO NOGUEIRA BARROSO 
ADVOGADOS : DELCIO GOMES DE ALMEIDA - DF016841 
 DANILO VILAS-BOAS DIAS - DF053140 
 EDUARDA DE PAULA VENANCIO - DF066878 
RECORRIDO : MINISTERIO PUBLICO DO ESTADO DE MATO GROSSO 
CORRÉU : CLEITON DA SILVA TOMAZ 
CORRÉU : WESLEY FERREIRA DE PAULA 
ASSUNTO: DIREITO PENAL - Crimes contra a vida - Homicídio Qualificado
AGRAVO REGIMENTAL
AGRAVANTE : RODRIGO NOGUEIRA BARROSO 
ADVOGADOS : DELCIO GOMES DE ALMEIDA - DF016841 
 DANILO VILAS-BOAS DIAS - DF053140 
 EDUARDA DE PAULA VENANCIO- DF066878 
AGRAVADO : MINISTERIO PUBLICO DO ESTADO DE MATO GROSSO 
CERTIDÃO
Certifico que a egrégia QUINTA TURMA, ao apreciar o processo em epígrafe na sessão 
realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão:
"A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental."
Os Srs. Ministros Ribeiro Dantas, Joel Ilan Paciornik, João Otávio de Noronha e Jorge 
Mussi votaram com o Sr. Ministro Relator.
Documento: 2212846 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 19/09/2022 Página 9 de 4
AgRg no AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL Nº 1896218 - SP 
(2021/0161387-7)
RELATOR : MINISTRO ROGERIO SCHIETTI CRUZ
AGRAVANTE : E M V M
ADVOGADOS : FRANCISCO APPARECIDO BORGES JUNIOR - SP111508
EURO BENTO MACIEL FILHO - SP153714
DOUGLAS RICARDO FAZZIO - SP238264
AGRAVADO : ESTADO DE SÃO PAULO
ADVOGADO : SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS - SE000000M
INTERES. : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO
 
EMENTA
AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. 
ARGUIÇÃO DE SUSPEIÇÃO. REDISCUSSÃO DE MATÉRIA JÁ 
ANALISADA. DECISÃO MANTIDA. AGRAVO REGIMENTAL 
NÃO PROVIDO.
1. Ao recurso especial interposto foi negado seguimento 
pelo óbice sumular n. 83 do STJ.
2. As hipóteses causadoras de impedimento ou suspeição, elencadas 
nos arts. 252, 253 e 258 do Código de Processo Penal, são taxativas, 
razão pela qual não se pode dar interpretação extensiva e analógica, sob 
pena de se criar judicialmente nova causa de impedimento não prevista 
em lei, o que vulneraria a separação dos poderes e, por consequência, 
cercearia inconstitucionalmente a atuação válida do magistrado ou 
mesmo do promotor.
3. Mantém-se a decisão guerreada quando o agravante não traz, no 
âmbito do regimental, novos fundamentos capazes de alterar o 
entendimento anteriormente firmado.
4. Agravo regimental não provido.
Documento eletrônico VDA40802327 assinado eletronicamente nos termos do Art.1º §2º inciso III da Lei 11.419/2006
Signatário(a): MINISTRO Rogerio Schietti Cruz Assinado em: 22/03/2024 15:52:50
Publicação no DJe/STJ nº 3836 de 02/04/2024. Código de Controle do Documento: 8ad20140-d755-463e-9c91-1f963fbabaac
ARQUIVO 04
ACÓRDÃO
Vistos e relatados estes autos em que são partes as acima indicadas, 
acordam os Ministros da Sexta Turma, por unanimidade, negar provimento ao 
agravo regimental, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator.
Os Srs. Ministros Antonio Saldanha Palheiro, Jesuíno Rissato 
(Desembargador Convocado do TJDFT) e Sebastião Reis Júnior votaram com o Sr. 
Ministro Relator.
 
Brasília (DF), 19 de março de 2024.
 
Ministro ROGERIO SCHIETTI CRUZ 
Relator
Documento eletrônico VDA40802327 assinado eletronicamente nos termos do Art.1º §2º inciso III da Lei 11.419/2006
Signatário(a): MINISTRO Rogerio Schietti Cruz Assinado em: 22/03/2024 15:52:50
Publicação no DJe/STJ nº 3836 de 02/04/2024. Código de Controle do Documento: 8ad20140-d755-463e-9c91-1f963fbabaac
AgRg no AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL Nº 1896218 - SP 
(2021/0161387-7)
RELATOR : MINISTRO ROGERIO SCHIETTI CRUZ
AGRAVANTE : E M V M
ADVOGADOS : FRANCISCO APPARECIDO BORGES JUNIOR - SP111508
EURO BENTO MACIEL FILHO - SP153714
DOUGLAS RICARDO FAZZIO - SP238264
AGRAVADO : ESTADO DE SÃO PAULO
ADVOGADO : SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS - SE000000M
INTERES. : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO
 
EMENTA
AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. 
ARGUIÇÃO DE SUSPEIÇÃO. REDISCUSSÃO DE MATÉRIA JÁ 
ANALISADA. DECISÃO MANTIDA. AGRAVO REGIMENTAL 
NÃO PROVIDO.
1. Ao recurso especial interposto foi negado seguimento 
pelo óbice sumular n. 83 do STJ.
2. As hipóteses causadoras de impedimento ou suspeição, elencadas 
nos arts. 252, 253 e 258 do Código de Processo Penal, são taxativas, 
razão pela qual não se pode dar interpretação extensiva e analógica, sob 
pena de se criar judicialmente nova causa de impedimento não prevista 
em lei, o que vulneraria a separação dos poderes e, por consequência, 
cercearia inconstitucionalmente a atuação válida do magistrado ou 
mesmo do promotor.
3. Mantém-se a decisão guerreada quando o agravante não traz, no 
âmbito do regimental, novos fundamentos capazes de alterar o 
entendimento anteriormente firmado.
4. Agravo regimental não provido.
Documento eletrônico VDA40802375 assinado eletronicamente nos termos do Art.1º §2º inciso III da Lei 11.419/2006
Signatário(a): MINISTRO Rogerio Schietti Cruz Assinado em: 22/03/2024 15:52:50
Código de Controle do Documento: 71f0fa46-0b84-46b6-a9cc-3ae45ee8053e
RELATÓRIO
O SENHOR MINISTRO ROGERIO SCHIETTI CRUZ:
E. M. V. M. interpõe agravo regimental contra decisão de minha 
relatoria, acostada às fls. 1.209-1.217 dos autos, ocasião em que conheci do 
agravo para conhecer parcialmente do recurso especial e, na extensão, negar-
lhe provimento em virtude do óbice sumular n. 83 do STJ.
Nas presentes razões, a defesa, em suma, argumenta que “os temas 
postos naqueles aclaratórios, os quais não foram devidamente analisados pelo 
TJSP, não tinham por escopo apenas “promover” a alteração do decisum, vez que, 
em real verdade, atinavam com a própria essência da exceção de impedimento 
oposta pelo Agravante” (fl. 1.231).
Aduz, ainda: “a interpretação restritiva dada pela decisão recorrida aos 
artigos 144 e 145, do C.P.C., bem como aos arts. 252, inc. III, e 254, do Código de 
Processo Penal, positivamente, não se coaduna com a mens legis daquele 
dispositivo legal. Até porque, como bem se sabe, as hipóteses previstas no artigo 
252, do C.P.P., não formam um rol taxativo, mas, sim, meramente 
exemplificativo” (fls. 1.236-1.237).
Por fim, assinala que “a pretensão do Agravante não é desvirtuar a 
jurisprudência dessa augusta Corte, nem “criar” uma nova causa de impedimento, 
mas sim, e apenas, alargar a interpretação à palavra “instância”, à luz do espírito 
que norteia a regra do inciso III, do artigo 252, do C.P.P” (fl. 1.237).
Requer, assim, a reconsideração do decisum anteriormente proferido ou a 
submissão do feito a julgamento pelo órgão colegiado, para que seja provido o 
recurso.
VOTO
O SENHOR MINISTRO ROGERIO SCHIETTI CRUZ (Relator):
Documento eletrônico VDA40802375 assinado eletronicamente nos termos do Art.1º §2º inciso III da Lei 11.419/2006
Signatário(a): MINISTRO Rogerio Schietti Cruz Assinado em: 22/03/2024 15:52:50
Código de Controle do Documento: 71f0fa46-0b84-46b6-a9cc-3ae45ee8053e
Em que pesem os argumentos despendidos pela defesa, entendo que não 
lhe assiste razão. Mantenho, assim, a decisão agravada por seus próprios 
fundamentos.
Na ocasião em que neguei provimento ao recurso especial, consignei o 
seguinte (fls. 1.216-1.218, destaquei):
"[...] I. Exceção de suspeição ou impedimento
In casu, observo que os magistrados integrantes da 12ª Câmara 
Criminal, em momento pregresso, participaram do julgamento do 
apelo defensivo que foi anulado por este Tribunal Superior, ao 
entender que a condenação do réu, na origem, haveria se 
amparado em algumas provas nulas. Ocorre que, depois de nova 
condenação procedida pelo juízo natural, contra a qual a 
defesa interpôs nova apelação, não se pode presumir, por si só, 
favorecimento para qualquer uma das partes ou constituir 
motivo para a suspeição dos magistrados por terem 
participado do julgamento de apelo anterior. Ademais, tal 
situação não está expressamente prevista em lei, bem como a 
anulação decorreu de fato estranho à alegação de 
imparcialidade dos julgadores e não foi comprovada pela 
defesa.
A propósito, a jurisprudência desta Corte Superior afirma que:
[...] as hipóteses causadoras de impedimento/suspeição, constantes 
nos arts. 252, 253 e 258 do Código de Processo Penal, são 
taxativas, não sendo viável interpretação extensiva e 
analógica, sob pena de se criar judicialmente nova causa de 
impedimento não prevista em lei, o que vulneraria a separação 
dos poderes e, por consequência, cercearia 
inconstitucionalmente a atuação válida do magistrado ou 
mesmo do promotor" (HC n. 478.645/RJ, Quinta Turma, Rel. 
Min. Ribeiro Dantas, DJe de 4/6/2019)SP297400 
AGRAVADO : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO 
CERTIDÃO
Certifico que a egrégia SEXTA TURMA, ao apreciar o processo em epígrafe 
na sessão realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão:
A Sexta Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, 
nos termos do voto do Sr. Ministro Relator.
Os Srs. Ministros Antonio Saldanha Palheiro, Olindo Menezes 
(Desembargador Convocado do TRF 1ª Região), Laurita Vaz e Sebastião Reis Júnior 
votaram com o Sr. Ministro Relator.
C54206551529088108901:@ 2015/0158353-3 - RHC 61231 Petição : 2022/0042654-7 (AgRg)
AgRg no RECURSO ESPECIAL Nº 1993885 - PE (2022/0090310-8)
RELATOR : MINISTRO REYNALDO SOARES DA FONSECA
AGRAVANTE : MICHELON MARQUES FERREIRA
ADVOGADO : EMERSON DAVIS LEÔNIDAS GOMES - PE008385
AGRAVADO : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
 
EMENTA
PROCESSUAL PENAL E PENAL. AGRAVO REGIMENTAL NO 
RECURSO ESPECIAL. ESTELIONATO MAJORADO. ART. 171, 
§3º, DO CÓDIGO PENAL. CLASSIFICAÇÃO DE DEPOENTE 
COMO INFORMANTE OU TESTEMUNHA. PREJUÍZO NÃO 
DEMONSTRADO. NULIDADE. INOCORRÊNCIA. AUTORIA E 
MATERIALIDADE RECONHECIDAS PELAS INSTÂNCIAS 
ORDINÁRIAS. REEXAME DO ACERVO FÁTICO-PROBATÓRIO. 
PROVIDÊNCIA VEDADA PELA SÚMULA 7/STJ. AGRAVO 
REGIMENTAL NÃO PROVIDO. 
1. Esta Corte Superior já se manifestou no sentido de que "A diferença 
de valor da prova colhida, como informante ou testemunha, com ou sem 
compromisso de dizer a verdade, é matéria de ponderação judicial e não 
de classificação em uma ou outra categoria de prova oral" (AgRg no 
AREsp n. 378.353/PR, Relator Ministro NEFI CORDEIRO, Sexta 
Turma, julgado em 20/2/2018, DJe de 26/2/2018).
2. No caso dos autos, o Tribunal de origem assentou que, a despeito das 
alegações da defesa, é certo que os fatos ilícitos estão inequivocamente 
documentados nos autos. Assim sendo, importante esclarecer que a 
classificação do depoente como testemunha ou informante, sem reflexos 
determinantes no resultado do julgamento, como asseverado pela Corte 
a quo, não induz ao reconhecimento de nulidade.
3. Como é de conhecimento, não se proclama uma nulidade sem que se 
tenha verificado prejuízo concreto à parte, sob pena de a forma superar a 
essência. Vigora o princípio pas de nulitté sans grief, a teor do que 
dispõe o art. 563 do Código de Processo Penal: "nenhum ato será 
declarado nulo, se da nulidade não resultar prejuízo para a acusação ou 
para a defesa". E não se pode olvidar que "a condenação, por si só, não 
pode ser considerada como prejuízo, pois, para tanto, caberia ao 
recorrente demonstrar que a nulidade apontada, acaso não tivesse 
ocorrido, ensejaria sua absolvição, situação que não se verifica os 
autos". (AgRg no AREsp n. 1.637.411/RS, Relator Ministro FELIX 
FISCHER, Quinta Turma, julgado em 26/5/2020, DJe 3/ 6/2020).
4. A pretensão de infirmar o pronunciamento das instâncias ordinárias 
que concluíram pela comprovação da autoria e materialidade, com 
respaldo nas provas obtidas a partir da instrução criminal, sob o pálio do 
ARQUIVO 07
devido processo legal e com respeito aos princípios do contraditório e 
da ampla defesa, demandaria, necessariamente, o reexame de matéria 
fático-probatória, o que, em sede de recurso especial, constitui medida 
vedada pelo óbice da Súmula 7/STJ.
5. Agravo regimental não provido.
 
ACÓRDÃO
Vistos e relatados estes autos em que são partes as acima indicadas, acordam 
os Ministros da Turma, por unanimidade, negar provimento ao agravo regimental.
Os Srs. Ministros Joel Ilan Paciornik, Messod Azulay Neto e João Batista 
Moreira (Desembargador convocado do TRF1) votaram com o Sr. Ministro Relator.
Ausente, justificadamente, o Sr. Ministro Ribeiro Dantas.
 
Brasília, 28 de fevereiro de 2023.
Ministro REYNALDO SOARES DA FONSECA 
Relator
AgRg no RECURSO ESPECIAL Nº 1993885 - PE (2022/0090310-8)
RELATOR : MINISTRO REYNALDO SOARES DA FONSECA
AGRAVANTE : MICHELON MARQUES FERREIRA
ADVOGADO : EMERSON DAVIS LEÔNIDAS GOMES - PE008385
AGRAVADO : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
 
EMENTA
PROCESSUAL PENAL E PENAL. AGRAVO REGIMENTAL NO 
RECURSO ESPECIAL. ESTELIONATO MAJORADO. ART. 171, 
§3º, DO CÓDIGO PENAL. CLASSIFICAÇÃO DE DEPOENTE 
COMO INFORMANTE OU TESTEMUNHA. PREJUÍZO NÃO 
DEMONSTRADO. NULIDADE. INOCORRÊNCIA. AUTORIA E 
MATERIALIDADE RECONHECIDAS PELAS INSTÂNCIAS 
ORDINÁRIAS. REEXAME DO ACERVO FÁTICO-PROBATÓRIO. 
PROVIDÊNCIA VEDADA PELA SÚMULA 7/STJ. AGRAVO 
REGIMENTAL NÃO PROVIDO. 
1. Esta Corte Superior já se manifestou no sentido de que "A diferença 
de valor da prova colhida, como informante ou testemunha, com ou sem 
compromisso de dizer a verdade, é matéria de ponderação judicial e não 
de classificação em uma ou outra categoria de prova oral" (AgRg no 
AREsp n. 378.353/PR, Relator Ministro NEFI CORDEIRO, Sexta 
Turma, julgado em 20/2/2018, DJe de 26/2/2018).
2. No caso dos autos, o Tribunal de origem assentou que, a despeito das 
alegações da defesa, é certo que os fatos ilícitos estão inequivocamente 
documentados nos autos. Assim sendo, importante esclarecer que a 
classificação do depoente como testemunha ou informante, sem reflexos 
determinantes no resultado do julgamento, como asseverado pela Corte 
a quo, não induz ao reconhecimento de nulidade.
3. Como é de conhecimento, não se proclama uma nulidade sem que se 
tenha verificado prejuízo concreto à parte, sob pena de a forma superar a 
essência. Vigora o princípio pas de nulitté sans grief, a teor do que 
dispõe o art. 563 do Código de Processo Penal: "nenhum ato será 
declarado nulo, se da nulidade não resultar prejuízo para a acusação ou 
para a defesa". E não se pode olvidar que "a condenação, por si só, não 
pode ser considerada como prejuízo, pois, para tanto, caberia ao 
recorrente demonstrar que a nulidade apontada, acaso não tivesse 
ocorrido, ensejaria sua absolvição, situação que não se verifica os 
autos". (AgRg no AREsp n. 1.637.411/RS, Relator Ministro FELIX 
FISCHER, Quinta Turma, julgado em 26/5/2020, DJe 3/ 6/2020).
4. A pretensão de infirmar o pronunciamento das instâncias ordinárias 
que concluíram pela comprovação da autoria e materialidade, com 
respaldo nas provas obtidas a partir da instrução criminal, sob o pálio do 
devido processo legal e com respeito aos princípios do contraditório e 
da ampla defesa, demandaria, necessariamente, o reexame de matéria 
fático-probatória, o que, em sede de recurso especial, constitui medida 
vedada pelo óbice da Súmula 7/STJ.
5. Agravo regimental não provido.
 
RELATÓRIO
Trata-se de agravo regimental interposto por MICHELON MARQUES 
FERREIRA contra decisão pela qual se deu parcial provimento ao recurso especial para 
fixar a pena do recorrente em 1 ano e 4 meses de reclusão, mais o pagamento de 40 dias-
multa, mantido, no mais o aresto recorrido (e-STJ fls. 450/455).
Nas razões do regimental, a defesa reafirma a nulidade do feito diante da oitiva 
da acusada, beneficiada com acordo de não persecução penal, como testemunha 
compromissada.
Aponta, ainda, a necessidade de alteração do regime inicial de cumprimento de 
pena para o menos gravoso.
Pede, assim, a reconsideração da decisão agravada ou a apreciação do recurso 
pela Quinta Turma, a fim de que seja provido o recurso especial.
É o relatório.
VOTO
O agravo regimental não merece prosperar.
Com efeito, dessume-se das razões recursais que a parte agravante não trouxe 
elementos suficientes para infirmar a decisão agravada.
A jurisprudência desta Corte Superior orienta que "A despeito de um corréu 
não ter sido denunciado, por ter feito Acordo de Não Persecução Penal, inexiste 
impedimento para sua oitiva como informante, mas não como testemunha" (AgRg no 
RHC n. 144.641/PR, Relator Ministro JOEL ILAN PACIORNIK, Quinta Turma, julgado 
em 28/11/2022, DJe de 1/12/2022).
No entanto, conforme consignado na decisão recorrida, cumpre esclarecer que 
"A diferença de valor da prova colhida, como informante ou testemunha, com ou sem 
compromisso de dizer a verdade, é matéria de ponderação judicial e não de classificação 
em uma ou outra categoriade prova oral" (AgRg no AREsp n. 378.353/PR, Relator 
Ministro NEFI CORDEIRO, Sexta Turma, julgado em 20/2/2018, DJe de 26/2/2018).
No caso dos autos, o Tribunal de origem assentou que os fatos ilícitos estão 
inequivocamente documentados nos autos, de modo que a classificação do depoente 
como testemunha ou informante, sem reflexos determinantes no resultado do 
julgamento, não induz ao reconhecimento de nulidade.
Como é de conhecimento, não se proclama uma nulidade sem que se tenha 
verificado prejuízo concreto à parte, sob pena de a forma superar a essência. Vigora o 
princípio pas de nulitté sans grief, a teor do que dispõe o art. 563 do Código de Processo 
Penal: "nenhum ato será declarado nulo, se da nulidade não resultar prejuízo para a 
acusação ou para a defesa". E não se pode olvidar que "a condenação, por si só, não pode 
ser considerada como prejuízo, pois, para tanto, caberia ao recorrente demonstrar que a 
nulidade apontada, acaso não tivesse ocorrido, ensejaria sua absolvição, situação que não 
se verifica os autos". (AgRg no AREsp n. 1.637.411/RS, Relator Ministro FELIX 
FISCHER, Quinta Turma, julgado em 26/5/2020, DJe 3/ 6/2020).
No contexto, entender de modo diverso do estabelecido pelas instâncias 
ordinárias para reconhecer possível prejuízo, como pretende a parte recorrente, 
demandaria, necessariamente, o revolvimento do acervo fático-probatório delineado nos 
autos, providência inviável nesta instância, a teor do enunciado sumular n. 7 desta Corte.
Do mesmo modo, a pretensão de infirmar o pronunciamento das instâncias 
ordinárias que concluíram pela comprovação da autoria e materialidade, com respaldo 
nas provas obtidas a partir da instrução criminal, sob o pálio do devido processo legal e 
com respeito aos princípios do contraditório e da ampla defesa, esbarra no óbice da 
Súmula 7/STJ.
Por oportuno, vale pontuar que o Tribunal de origem fixou o regime aberto 
para o resgate da pena, com a substituição a pena privativa de liberdade por duas sanções 
restritivas de direitos, a serem fixadas pelo douto juiz da execução, pelo que se revela 
descabido, no caso, o pedido de fixação de regime prisional mais brando.
Assim, não tendo o agravante apresentado argumentos aptos a reverter o 
entendimento assentado na decisão monocrática, esta se mantém por seus próprios
 fundamentos.
Ante o exposto, nego provimento ao agravo regimental.
É como voto.
Superior Tribunal de Justiça S.T.J 
Fl.__________
 
CERTIDÃO DE JULGAMENTO
QUINTA TURMA
 
AgRg no
Número Registro: 2022/0090310-8 PROCESSO ELETRÔNICO REsp 1.993.885 / PE
MATÉRIA CRIMINAL
EM MESA JULGADO: 28/02/2023
Relator
Exmo. Sr. Ministro REYNALDO SOARES DA FONSECA
Presidente da Sessão
Exmo. Sr. Ministro JOEL ILAN PACIORNIK
Subprocuradora-Geral da República
Exma. Sra. Dra. ELIZETA MARIA DE PAIVA RAMOS
Secretário
Bel. MARCELO FREITAS DIAS
AUTUAÇÃO
RECORRENTE : MICHELON MARQUES FERREIRA 
ADVOGADO : EMERSON DAVIS LEÔNIDAS GOMES - PE008385 
RECORRIDO : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL 
CORRÉU : GESSICA ALAIDE ARAUJO DO NASCIMENTO 
ADVOGADO : EMERSON DAVIS LEÔNIDAS GOMES - PE008385 
ASSUNTO: DIREITO PENAL - Crimes contra o Patrimônio - Estelionato Majorado
AGRAVO REGIMENTAL
AGRAVANTE : MICHELON MARQUES FERREIRA 
ADVOGADO : EMERSON DAVIS LEÔNIDAS GOMES - PE008385 
AGRAVADO : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL 
CERTIDÃO
Certifico que a egrégia QUINTA TURMA, ao apreciar o processo em epígrafe na 
sessão realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão:
"A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental."
Os Srs. Ministros Joel Ilan Paciornik, Messod Azulay Neto e João Batista Moreira 
(Desembargador convocado do TRF1) votaram com o Sr. Ministro Relator. 
Ausente, justificadamente, o Sr. Ministro Ribeiro Dantas.
C542524155131191854944@ 2022/0090310-8 - REsp 1993885 Petição : 2023/0009172-0 (AgRg)
 
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARANÁ
1ª CÂMARA CRIMINAL
 
Autos nº. 0066045-96.2022.8.16.0000
 
Correição Parcial Criminal n° 0066045-96.2022.8.16.0000
Vara Plenário do Tribunal do Júri de Quedas do Iguaçu
Corrigente(s): MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PARANÁ
Corrigido(s):  JUÍZO DE DIREITO DA VARA CRIMINAL DE QUEDAS DO IGUAÇU-PR
Relator: Juiz de Direito Substituto em 2º Grau Sergio Luiz Patitucci
 
CORREIÇÃO PARCIAL – HOMICÍDIO QUALIFICADO –ROL DE
TESTEMUNHAS A SEREM OUVIDAS EM PLENÁRIO – RITO
ESPECIAL DO TRIBUNAL DO JÚRI – NÃO EXCLUSÃO DA
CONTAGEM DO LIMITE LEGAL PREVISTO NO ART. 422, CPP DAS
TESTEMUNHAS QUE NÃO PRESTAM COMPROMISSO LEGAL –
IMPERATIVIDADE DA LEI – EXTRAPOLAÇÃO QUE VIOLARIA OS
POSTULADOS DA RAZOABILIDADE E PROPORCIONALIDADE –
CRIMES OCORRIDOS NO EM CONTEXTO FÁTICO ÚNICO –
CORREIÇÃO PARCIAL – IMPROCEDENTE.
 
 
VISTOS, relatados e discutidos estes autos de Correição Parcial nº 0066045-
96.2022.8.16.0000, da Comarca de Quedas do Iguaçu – Vara Plenário do Tribunal do Júri, em que é
corrigente e corrigido Ministério Público do Estado do Paraná Juízo de Direito da Vara Plenário do
.Tribunal do Júri da Comarca de Quedas do Iguaçu
I – RELATÓRIO
 Ministério Público do Estado do Paraná interpõe recurso de Correição Parcial em face de
decisão proferida pelo , nos autosJuízo de Direito da Vara Criminal da Comarca de Quedas do Iguaçu
de Ação Penal nº 0000164-87.2015.8.16.0140, que limitou ao número máximo de cinco o rol de
testemunhas para serem ouvidas em plenário, no julgamento do réu pelos crimes de homicídio simples
 com dolo eventual (2x) e lesão corporal grave (3x) (mov. 1.8).
 Nas suas razões recursais (mov. 1.1)o ilustre Promotor de Justiça sustenta a existência de 
 na decisão do magistrado que indeferiu o rol de testemunhas/informanteserror in procedendo
apresentado. Ao apresentar o rol de testemunhas e informantes a serem ouvidas em sede de sessão de
julgamento, sustentou o entendimento firmado pelos Tribunais, no sentido de que os informantes não
ARQUIVO 08 
contabilizam o número limite de 5 (cinco), pois a imposição de tal limite se refere apenas às testemunhas.
Assim, de acordo com a jurisprudência e o direcionamento do processo penal pela busca pela “verdade
real”, os informantes devem compor rol das “testemunhas extranumerárias”, sendo seus depoimentos
prova imprescindível à reconstrução histórica de fatos pretendida pelo processo. Afirma que apesar de os
crimes terem sido tratados em apenas um fato, a conduta de Elizeu se voltou contra cinco vítimas, sendo
duas fatais e três sobreviventes e a oitiva das testemunhas e informantes arrolados não acarretará violação
à razoável duração do processo, sequer causará tumulto processual. Nesses termos, pede a concessão
liminar de tutela antecipada para deferir liminarmente o pedido e cassar a r. Decisão que indeferiu o rol
de testemunhas/informantes apresentado pelo Ministério Público no mov. 569 da Ação Penal, e
determinar ao Juízo a confecção do relatório do processo e a inclusão em pauta da reunião doa quo
Tribunal do Júri. Ao final, pede que seja julgado procedente o pedido a fim de tornar definitiva a liminar
pleiteada.
 A liminar postulada não foi concedida (mov. 11.1/TJ).
A d. Procuradoria Geral de Justiça, em parecer do ilustre Procurador de Justiça Alfredo
 Nelson da Silva Baki, manifestou-se pelo conhecimento e improcedência da presente Correição Parcial
(mov. 18.1/TJ).
É o relatório
II – O VOTO E SEUS FUNDAMENTOS
O recurso merece ser conhecido, posto que presentes os requisitos de admissibilidade.
A presente Correição Parcial refere-se à decisão proferida pelo Juízo de Direito da Vara
Plenário do Tribunal do Júri da Comarca de Quedas do Iguaçu, que indeferiu o requerimento do
Ministério Público para oitiva de testemunhas além do número legal previsto no art. 422 do CPP,
fundamentando que “[...] a inquirição de testemunhas em número superior a mencionada é uma
excepcionalidade admitida apenas quando particularidades do caso concreto - complexidade e
.multiplicidade - indicarem tal necessidade”
Conforme disposto no artigo 335 do Regimento Internodeste Tribunal de Justiça, a
Correição Parcial é medida subsidiária, pois cabível na inexistência de recurso específico previsto em lei,
tendo por finalidade sanar erros ou abusos cometidos pelo julgador no transcorrer do processo, causando
inversão tumultuária de atos e fórmulas legais:
“Art. 335. A correição parcial visa à emenda de erros ou abusos que importem na inversão
tumultuária de atos e fórmulas legais, na paralisação injustificada dos feitos ou na dilação abusiva
de prazos, quando, para o caso, não haja recurso previsto em lei”.
In casu,a questão pela qual se insurge a parte corrigente, cinge-se na alegação de prejuízo
à produção probatória pelo indeferimento do rol de testemunhas indicados referente às pessoas a serem
ouvidas em sessão plenária.
Pois bem.
A decisão da autoridade coatora que indeferiu a oitiva do total de testemunhas/informantes
apresentados pela acusação apresenta judiciosa fundamentação, em observância ao postulado da
excepcionalidade da admissão de oitiva em número superior ao indicado no art. 422, CPP, o qual pode
ser previsto apenas para circunstâncias onde as particulares do caso concreto evidenciam a necessidade,
tendo fundamentado sua decisão na jurisprudência do Supremo Tribunal Federal.
 Com efeito, no rito especial do Tribunal do Júri, previsto no art. 422 e seguintes do CPP,
não consta qualquer ressalva quanto à exclusão dos informantes na contagem do total de testemunhas a
serem inquiridas, pelo fato de não prestarem compromisso, como ocorre no rito comum (art. 401 do CPP).
Sobre o assunto, já decidiu o Supremo Tribunal Federal:
“HABEAS CORPUS. PROCESSO PENAL. SUBSTITUTIVO DE RECURSO EXTRAORDINÁRIO.
DESCABIMENTO. CASO BOATE KISS. ACUSAÇÃO DE HOMICÍDIO CONSUMADO E
 TENTADO PRATICADO CONTRA CENTENAS DE PESSOAS. OITIVA DE TODAS AS VÍTIMAS.
PRESCINDIBILIDADE. ALTERAÇÃO DO ROL DE VÍTIMAS. ADITAMENTO. RITO DO
 TRIBUNAL DO JÚRI. NÚMERO DE TESTEMUNHAS. ESPECIALIDADE. DENÚNCIA
APRESENTADA FORA DO PRAZO LEGAL. CIRCUNSTÂNCIA NEUTRA QUANTO À
OPORTUNIDADE DE INDICAÇÃO DE TESTEMUNHAS. HABEAS CORPUS NÃO
CONHECIDO. [...]. 4. O rito especial do Tribunal do Júri limita o número de testemunhas a
serem inquiridas e, ao contrário do procedimento comum, não exclui dessa contagem as
testemunhas que não prestam compromisso legal Ausência de lacuna a ensejar a aplicação de
 [...]norma geral, preservando-se, bem por isso, a imperatividade da regra especial. ” (HC 131158,
Relator Ministro Edson Fachin, 1ª Turma, julgado em 26/04/2016,  DJe-196, DIVULG 13-09-2016, PUBLIC 14-09-
2016). (Destaquei)
Não há como deixar de observar que os informantes arrolados fazem parte do rol de
testemunhas, consoante jurisprudência dominante a respeito da matéria.
Ademais, embora se trate de crimes diferentes (lesão corporal e homicídio), verifica-se
que ocorreram num mesmo contexto fático, não tendo o Corrigente demonstrado a relevância da oitiva de
todas as testemunhas indicadas.
Em casos que tais, o Superior Tribunal de Justiça possui entendimento no sentido de que 
“O art. 422 do Código de Processo Penal estabelece rol de 5 (cinco) como limite para inquirição das testemunhas de
 defesa. Na hipótese, apesar de ser imputado ao Recorrente a prática de três delitos, verificou-se a ocorrência de
apenas um contexto fático,não havendo justificativa para a pretendida extrapolação do número de testemunhas, razão
pela qual a limitação impugnada está, em verdade, em conformidade com o disposto no mencionado art. 422 do Código
de Processo Penal e não ofende a ampla defesa do Acusado”(STJ, 6ª Turma, RHC nº 101.708/PR, Relª Minª Laurita Vaz, j. em
25.06.2019) (Destaquei).
No mesmo sentido:
“III – O art. 422 do Código de Processo Penal estabelece que as partes têm a faculdade de indicar
5 (cinco) testemunhas, salvo demonstrada a real necessidade de extensão desse rol. IV – Na
hipótese, a pretendida extrapolação do número legal de testemunhas violaria os postulados da
razoabilidade e proporcionalidade, causando possível tumulto processual, em desrespeito ao
princípio constitucional da razoável duração do processo, uma vez que o eg. Tribunal de origem
 consignou que, ‘Resta evidente, assim, tratar-se de contexto fático único, em que pese o resultado
múltiplo de três homicídios qualificados’, razão pela qual ‘não há nos autos fatos que justifiquem a
necessidade de extrapolação desse número’ (precedentes)” (STJ, 5ª Turma, AgRg no RHC nº 65.252/PR,
Rel. Min. Felix Fischer, j. em 14.03.2017) (destaquei)
Com isso, não há justificativa plausível para a extrapolação do número de testemunhas,
razão pela qual a decisão do Juízo singular está em conformidade com o disposto no mencionado art.
422, do CPP.
A decisão emanada pelo MM. Juiz, objeto deste recurso, não merece reparos, estando
suficientemente fundamentada, não havendo que se falar em erro ou abuso no .decisum
Diante do exposto, não verificando o erro no procedimento alegado, é de se julgar 
 a presente correição parcialimprocedente
III – DISPOSITIVO
 
Ante o exposto, acordam os Desembargadores da 1ª Câmara Criminal do TRIBUNAL DE
JUSTIÇA DO PARANÁ, por unanimidade de votos, em julgar JULGADA IMPROCEDENTE A AÇÃO
o recurso de MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PARANÁ.
O julgamento foi presidido pelo (a) Desembargador Gamaliel Seme Scaff, com voto, e
dele participaram Juiz Subst. 2ºgrau Sergio Luiz Patitucci (relator) e Desembargador Adalberto Jorge
Xisto Pereira.
 
Curitiba, 31 de março de 2023
 
SERGIO LUIZ PATITUCCI
Relator

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