Logo Passei Direto
Buscar
Material

Prévia do material em texto

Mercado de ações Autor Max Bianchi GodoyVideoaula - Apresentação do professor Escaneie a imagem ao lado com um app QR code para assistir o vídeo ou clique aqui [https://player.vimeo.com/video/467865017]Introdução Caro aluno, Atualmente, observa-se que existem muitos investidores, pessoas física e jurídica, que realizam operações no mercado de ações, sendo esse um mercado onde estão as maiores possibilidades de ganhos, mas também os maiores riscos e possibilidades de perdas - proporcionais às chances de melhores ganhos. Para investir nesse mercado, temos que conhecer alguns de seus aspectos, por exemplo, o que são ações, quais são seus tipos e classes principais, assim como aspectos inerentes ao mercado de capitais brasileiro. Além desses conceitos, faz-se necessário conhecer as bolsas de valores, seus princípios, regras e aspectos fundamentais. É preciso, também, inteirar-se de outros ambientes de negociação e estudar a respeito das corretoras de valores e dos sistemas home brokers, que permitem que os investidores cadastrados nas corretoras possam realizar suas operações de compra e venda de qualquer lugar. Outro conhecimento importante, sobretudo para as empresas, refere-se aos American Depositary Receipts (ADRs), os quais permitem a busca de recursos para a empresa no mercado bursátil americano. Além disso, deve-se identificar aspectos do recebimento de dividendos e de juros sobre capital próprio, os quais são percebidos pelos acionistas, na proporção da quantidade de ações que estes possuem. Outro item importante para os investidores diz respeito aos desdobramentos e grupamentos de ações e por que são realizados. Para entender melhor o mercado de ações, observam-se os participantes e o formador de mercado, bem como os leilões de ações, os fatores de oferta e de demanda que influenciam na valorização ou redução das cotações das ações, os riscos de mercado inerentes, a negociação das ações e os Brazilian Depositary Receipts (BDRs), em sua função e aplicação para as empresas brasileiras. Por fim, estudaremos aspectos de grande importância para os investidores no mercado de ações, como a realização da análise fundamentalista e da análise técnica, além da utilização de estratégias aplicáveis à compra e venda de ações em períodos curtíssimos, curtos, médios e longos, de forma a auxiliar os investidores a tentar buscar melhores resultados em seus investimentos. Há de se notar que um investimento de alto risco para os investidores também pode proporcionar os maiores ganhos em períodos curtos, médios ou longos, de acordo com as estratégias escolhidas. Para tanto, faz-se necessário realizar as análises corretamente e, emalguns casos, acompanhar detidamente a evolução das cotações das ações no mercado e buscar outras informações e dados que sejam relevantes, a fim de descobrir momentos melhores para comprar ou vender ações. Desse modo, os riscos inerentes aos investimentos são gerenciados adequadamente. Observa-se que o mercado de ações tem sido uma excelente fonte de recursos para as empresas, sendo observada uma constante evolução, sobretudo quanto à transparência e divulgação de informações relevantes para os investidores e acionistas. Visamos capacitar o aluno à competência de conhecer a importância e os aspectos fundamentais da realização de investimentos no mercado de ações, ambientes de negociação, análises mais conhecidas e estratégias principais. Tais conhecimentos podem ser bastante úteis caso esse aluno pretenda investir no mercado de ações ou trabalhar em organizações que desejam fazer investimentos nesse mercado. No que concerne às habilidades, esta aula busca preparar os alunos para o mercado de trabalho, ressaltando como é relevante que as entidades busquem recursos no mercado acionário, mas conhecendo os riscos inerentes a eles; assim como visa, em vista do dia a dia profissional, fornecer informações relevantes que possam auxiliar suas organizações quanto às decisões de investir ou não nesse mercado. Por isso, no presente conteúdo, você aprenderá conceitos relacionados aos mercado de ações, bolsas de valores, corretoras, análises, estratégias e diversas outras informações desse importante mercado, de relevância para todos os países, empresas brasileiras e investidores com perfil mais agressivo e desejosos de correr riscos, os quais podem levar a excelentes resultados ou grandes perdas, mas que enfim fazem parte da realidade do mercado de ações. Conte conosco para o que se fizer necessário, Professor Mestre Max Bianchi GodoyUNIDADE 1 Ações Objetivos: Verificar aspectos sobre o mercado de capitais. Conhecer os principais conceitos e algumas das características das ações. Aprender sobre os principais tipos e as classes de ações. Videoaula - Mercado de ações (introdução e conceito) Escaneie a imagem ao lado com um app QR code para assistir o vídeo ou clique aqui [https://player.vimeo.com/video/467865287]1 Aspectos do mercado de capitais e das ações 1.1 Mercado de capitais (ou mercado de ações) Segundo Andrezo e Lima (1999), o mercado de capitais corresponde à parte do mercado financeiro que apresenta operações com prazos não definidos, por exemplo, no caso das ações e outros títulos de longo ou de médios prazos, que podem ser direcionados à constituição do capital de giro, financiar capitais fixos e/ou ter destinação especial. Figura 1 - Mercado de capitais Legenda: Ilustração que representa o mercado de capitais com mais transações em bolsas do que em balcão Fonte: Ricinator/pixabay.com Ainda segundo esses autores, no que diz respeito aos contratos, há uma lógica jurídica envolvida que costuma basear a realização das transações no mercado de capitais, envolvendo organizações, investidores e agentes que atuam como intermediários não financeiros, normalmente efetuadas diretamente entre poupadores e empresas ou, também, envolvendo intermediários financeiros e não-financeiros. Isso gera um conjunto de transações de compra e venda de ações e outros valores mobiliários, tais como bônus de subscrição, debêntures e outros. o mercado de capitais apresenta também como característica o fato de poderem ser constituídos créditos que não são exigíveis, por exemplo no caso das ações, que podem gerar expectativas de rendimentos superiores às taxas de juros que são praticadas normalmente pelo mercado, tendo uma renda variável de forma predominante, sendo as transações realizadas por organizações que dão auxílio quanto aos procedimentos de intermediação financeira ocorridos entre os investidores e os poupadores nesse mercado. Assim, o mercado de capitais é tido como uma espécie de sistema que busca ofertar e distribuir valores mobiliários, proporcionando capitalização e liquidez às empresas por meio das negociações de seus títulos. É estruturado a fim de buscar resolver as necessidades dos agentesde oferecer ou de captar recursos com o uso de diversas formas de financiamentos, inclusive aqueles que apresentam prazos indeterminados, tais como as transações afetas à subscrição e à emissão de ações. Devido à maior segurança, a maior parte das transações do mercado de capitais costuma ocorrer mais em bolsas e outros locais próprios do que em balcão. No que concerne à captação de recursos, as organizações podem, por meio do mercado de capitais, ter acesso a diversas formas de financiamentos, resolvendo suas necessidades de investimentos. Formalizam-se transações por meio de instrumentos financeiros que, em grande parte, podem ser negociados e/ou renegociados por meio do mercado de capitais dos países e até, em alguns casos, internacionalmente, como é o caso de lançamentos de recibos de ações no exterior que ocorrem por intermédio dos chamados Depositary Receipts (recibos de depósito). Pode-se comentar, também, assim como outros exemplos, que os 'comercial papers' (notas promissórias), a securitização de recebíveis, bem como as ofertas públicas de ações e outros foram, ao longo do tempo, adaptando-se às necessidades impostas pelo mercado e seus investidores. Isso pode ser observado, sobretudo, no caso da securitização de recebíveis, tendo os ajustes ocorrido em função das necessidades de Fundos de Investimentos, dos Direitos Creditórios (FIDC) e dos Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI), bem como os interesses dos investidores. Figura 2 Mudanças no mercado de capitais Legenda: Ressalta as mudanças no mercado de capitais com implementação de novas tecnologias de informática e financeiras Fonte: FirmBee/pixabay.com Observa-se que, em função das transformações dos mercados, os instrumentos financeiros também vieram a sofrer grandes alterações ao longo do tempo, sobretudo no que concerne aos aspectos de formação bruta de capitais fixos. Tais mudanças podem ser observadas em diversos tipos de instrumentos financeiros, sendo as mais tradicionalmente conhecidas no mercado de capitais brasileiro a emissão primária de debêntures e de ações, seguidas pelaformação bruta de capital fixo (FBCF), sendo essa uma boa fonte de suprimento de recursos para as organizações, cada vez mais utilizada. No que concerne à securitização de recebíveis, essa fonte de recursos passou a ser muito utilizada por organizações imobiliárias, sobretudo a partir do ano de 1999. No que diz respeito ao mercado de capitais (mercado de ações) brasileiro, apresenta ele uma forte concentração de negócios em determinadas modalidades, o que é visto pelos especialistas como tendo certo aspecto negativo, pois se observa que a quantidade de organizações com suas ações negociadas tem sido, de certa forma, reduzida nos últimos dez anos, porém, observam-se ditosos aumentos quanto à participação da chamada "capitalização bursátil" (referente à bolsa de valores). Curiosidade É notável que, após o atentado de 11 de setembro de 2001, os investimentos de empresas privadas e outras organizações norte-americanas com estruturas de controle e de segurança aumentaram de uma forma desproporcional em relação ao que vinham crescendo até então. Na época, registrou-se a manifestação de opiniões de diversos analistas, que comentaram a respeito do aumento da percepção de insegurança, levando diversas organizações a se preocuparem bastante com aspectos relacionados à melhoria de seus controles e da segurança em seus negócios e operações. 1.2 Conceitos e características das ações Segundo Requião (2012, p. 70), a ação é um "título representativo do preço de emissão, em que é dividido o capital social e da qual resulta o direito de seu titular de participar da vida da sociedade anônima". Desta forma, as ações correspondem a títulos nominativos que podem ser negociados e que dizem respeito a uma parte do capital social de uma empresa, sendo vista como frações ou pequenas partes de uma entidade e, por isso, cada ação diz respeito à menor parte do capital de uma companhia ou sociedade anônima. As empresas de capital aberto apresentam seu capital social dividido em ações, as quais são negociadas de forma pública no mercado de valores mobiliários, apresentando uma quantidade mínima de acionistas. Para serem oferecidas no mercado bursátil (de ações), essas precisam ser registradas na Comissão de Valores Mobiliários, a qual fornece autorização para a emissão de novas ações.Há de se observar que existem também empresas que possuem capital fechado, sendo que essas cotas ou títulos não circulam no mercado acionário público e, claro, também não apresentam uma quantidade mínima de acionistas. Além disso, por não serem documentos em poder do público, não precisam ter registro na Comissão de Valores Mobiliários. Conforme afirma Requião (2012), no caso das sociedades anônimas de capital aberto, suas ações são negociadas em bolsa de valores e possuem registro na Comissão de Valores Mobiliários, sendo que um dos fatores mais importantes quanto às ações é a sua liquidez, isto é, sua possibilidade de se transformar em dinheiro rapidamente. Figura 3 - Acompanhamento da liquidez das ações Legenda: Ressalta a necessidade de acompanhamento da liquidez das ações no mercado, a partir de suas cotações em operações de venda e de compra Fonte: Mediamodifier/pixabay.com Ainda segundo esse autor, no que se refere à liquidez das ações, estas podem ser consideradas como ações: De terceira linha - quando essas (ações) têm pouca liquidez, ou seja, apresentam certa dificuldade em serem negociadas, as quais são, normalmente, ações de empresas de médio ou de pequeno porte que têm ações em negociação pública De segunda linha - correspondem a ações de boas empresas de porte médio ou grande e que são consideradas como tendo uma qualidade boa, porém apresentem uma liquidez menor que as chamadas blue chips. Blue chips é o nome que se dá para as ações que apresentam maior liquidez de todas, isto é, que têm grande procura pelos investidores no mercado, sendo facilmente compradas ou vendidas; normalmente consistem em ações de empresas de grande porte e tradicionais do mercado. De privatização são ações especiais colocadas no mercado por meio de leilões e que se destinam a privatizar empresas públicas (desestatizar). Outro aspecto importante diz respeito aos direitos que os acionistas podem ter ao adquirirem as ações de empresas de capital aberto:Figura 4 - Ações como investimento financeiro Fonte: geralt/pixabay.com Recebimento de bonificações corresponde ao acionista poder receber uma quantidade de ações a ser entregue pela empresa de forma livre e de acordo com a quantidade de ações que o acionista possui (proporcional), podendo ser advindas de transferências de patrimônio líquido para capital, bem como possíveis incorporações de reservas de lucros. Preferências quanto à subscrever caso ocorra uma subscrição (aumento de capital) de ações determinada pela empresa, os atuais acionistas terão direito de aquisição no mesmo valor da cotação definida para a subscrição, uma quantidade proporcional a que o acionista já possui, a fim de que o acionista possa manter a mesma participação proporcional que tinha antes da subscrição. Direito de voto - constitui um direito para os investidores que adquirirem ações ordinárias de uma empresa, o qual pode ser exercido pelo acionista em meio às deliberações que ocorrem em assembleias gerais da empresa, sendo que a cada ação desse tipo (ordinária) corresponde um voto e os estatutos das empresas podem estabelecer um limite para a quantidade de votos de cada acionista, a fim de buscar decisões mais participativas ou outros aspectos. Preferências quanto às retiradas - concerne aos acionistas que possuem ações preferenciais, sendo que essa expressão (preferencial) diz respeito ao direito de preferência quanto a receber o reembolso do valor de mercado da quantidade de ações que possui em casos de cisão da empresa, de alterações no objeto social da empresa ou caso seja detentor de ações de classes prejudicadas, isto é, tendo ocorrido algum aumento ou criação de classe de ações existentes, sem que se possa guardar a respectiva proporção com as outras ações preferenciais. Curiosidade John Frances Welch Jr., conhecido como Jack Welch, é autor de vários livros de gestão e após ter começado sua carreira nos anos 1960 na General Electric Company, chegou em 1981 a ser um dos mais famosos gestores da empresa e um dos principais defensores da realização de planos financeiros pelas empresas, bem como do seu papel benéfico para sua gestão. Em um de seus livros, Jack comentou a respeito do sistema de orçamentação, dizendo que ele deve estar associado ao processo de planeamento estratégico e focado sempre em duas perguntas fundamentais: Como se pode melhorar o desempenho obtido no ano passado? o que, de fato, estão fazendo os concorrentes e de que forma podemos ultrapassá-los? Fonte: blog.egestor.com.br1.3 Tipos e classes de ações 1.3.1 Tipos de ações As ações podem ser de dois tipos principais, que são: Ordinárias - são as que conferem, a seus possuidores, o direito de poderem votar em assembleias de acionistas que tenham caráter deliberativo nas sociedades anônimas (por ações). Preferenciais - proporcionam a seus possuidores o direito de preferência quanto à distribuição de resultados, bem como de, caso a empresa seja liquidada, serem eles os primeiros a receber seu reembolso de capital, porém, não concedem direito de voto a seus possuidores; Figura 5 - Direito a voto para acionistas Legenda: Ações ordinárias conferem o direito a voto para os acionistas que as possuem Fonte: Kuvasato/pixabay.com Observa-se, entretanto, que as ações preferenciais e as ordinárias são nominativas, podendo estas também serem diferenciadas em classes cujas características precisam estar descritas no estatuto social da entidade emissora. As ações existem sob a forma de certificados e, atualmente, apresentam-se sob a forma de ações escriturais, as quais, por não serem representadas por certificados, não demandam emissão das cautelas a fim de serem movimentadas, isto é, transferidas. Desta forma, as ações podem estar escrituradas em uma corretora ou em uma instituição financeira autorizada pela Comissão de Valores Imobiliários para tal fim. Essa instituição ou corretora escritura as ações, depositando-as e, a partir de seu registro, conforme sua movimentação, realiza lançamentos a crédito ou a débito dos seus respectivos acionistas, sem que se verifiquem movimentações físicas, tendo elas apenas caráter escritural, como se fosse uma conta corrente bancária.Dica Toda atividade está sujeita a algum tipo de risco. No caso dos investimentos, costuma-se dizer que, quanto maior os riscos envolvidos, maiores serão as possibilidades de rendimentos e, também, de eventuais perdas. Videoaula - Classes de ações Escaneie a imagem ao lado com um app QR code para assistir o vídeo ou clique aqui [https://player.vimeo.com/video/467866910]1 Aspectos do mercado de capitais e das ações 1.3.2 Classes de ações Segundo Reis (2019a), baseando-se na classificação desenvolvida por Peter Lynch, grande gestor de fundos de investimentos norte-americanos, podem-se definir cerca de seis classes principais para as ações, estabelecidas mediante o entendimento quanto à dimensão da empresa que as emite. As classes são: de crescimento rápido, moderado ou lento, cíclicas, turnarounds e ativos subprecificados. Figura 6 - Evolução de ações de crescimento rápido Legenda: Destaca a evolução que as ações da classe de crescimento rápido podem ter no mercado, porém são as de maior risco Fonte: OpenClipart- Vectors/pixabay.com Crescimento rápido - Classe que diz respeito, normalmente, às empresas que têm uma maior capacidade de crescimento, chegando a se desenvolver em mais de vinte por cento ao ano, sendo formada por empresas novas. Tais ações são as preferidas por investidores que querem ganhar muito dinheiro, porém, é claro, os riscos são bem grandes, pois são entidades iniciantes e, caso seus modelos de negócio sejam bem sucedidos, suas cotações podem atingir uma valorização bem rápida, mesmo em indústrias de baixo crescimento. Observa-se que, normalmente, os investimentos em companhias que estão nessa classe são realizados por investidores com alto apetite ao risco. Isto é, por investidores que se submetem a riscos extremamente altos, podendo ganhar muito dinheiro rapidamente, mas também com grandes possibilidades de perder muito - em alguns casos, a maioria ou todos os valores investidos. Para ter sucesso nesses investimentos, a empresa emitente das ações precisa apresentar um crescimento futuro elevado, com lucros substanciais e claramente evidenciáveisem seus demonstrativos financeiros, de forma sólida e constante, devendo o investidor atentar aos momentos de espera para crescer e aos de desaceleração do crescimento da organização. Crescimento moderado conforme afirma Reis (2019a), as ações pertencentes a essa classe são emitidas por organizações de grande porte, que apresentam um crescimento lento porém relevante, mesmo com suas taxas de crescimento não sendo as maiores do mercado. Os investidores observam as ações pertencentes a essa classe como oferecendo certa proteção a seu portfólio, sobretudo em tempos de instabilidade ou crise econômica, uma vez que, mesmo em meio as dificuldades do mercado, essas entidades costumam apresentar certa constância e uma performance mais satisfatória frente às demais, quando a maioria do mercado enfrenta dificuldades. Ainda segundo esse autor, normalmente tais ações são emitidas por companhias grandes, mais sólidas e/ou tradicionais, passando a imagem de que não irão falir ou quebrar mesmo em momentos de crises econômicas mais severas. Mesmo apresentando quedas em suas cotações durante os cenários mais difíceis, essas companhias passam a imagem que seus valores de cotação serão restaurados quando o cenário econômico melhorar. Crescimento lento As ações pertencentes a empresas que estão nessa classe correspondem a títulos de entidades que têm certa maturidade no mercado e, dessa forma, existe uma grande possibilidade de que tais papéis possam sofrer variações positivas em suas cotações, porém as variações ocorrem de forma pouco significante durante todo o ano, notando-se certa constância nesse crescimento lento nos valores de suas cotações. Mesmo com esse nível de crescimento, as organizações desse tipo, que tiverem crescimento lento e forem empresas com maior tempo e maturidade no mercado, podem ter as cotações de suas ações de forma mais elevada (REIS, 2019a). Outra forma de identificar ações pertencentes à classe de crescimento lento pode ser a observação quanto ao pagamento dos dividendos das empresas sobre análise, uma vez que as companhias que remuneram seus acionistas com boa parte de seus lucros normalmente apresentam poucos projetos internos que visem a melhoria de sua rentabilidade, sendo que poderiam levar a entidade a crescer mais rápido, onde se verifica a opção dos gestores em remunerar de forma melhor os acionistas, pagando percentual dos lucros acima do mínimo exigido.Figura 7- Ações da classe cíclicas Legenda: Enfatiza a respeito das ações da classe cíclica, onde as empresas apresentam momentos de ascensão e queda em lucros e receitas Fonte: Clker-Free-Vector-Images /pixabay.com Cíclicas - As ações pertencentes à classe cíclica são normalmente emitidas por empresas que apresentam seus lucros e suas receitas com momentos de ascensão e quedas constantes, onde se pode até vislumbrar certa regularidade e padrões quanto às suas movimentações, conforme ocorrem certos fatores ou de acordo com a conjuntura econômica. Assim, podem ser observados eventuais momentos de contração e de expansão nas cotações da companhia e, claro, variações cíclicas de aumento e queda em suas ações (REIS, 2019a). Há de se esclarecer que, em momentos de crise ou de instabilidade econômica, é habitual que os consumidores comprem menos determinados tipos de bens, viajem menos, evitem trocar de carro etc., o que tende a reduzir a rentabilidade das companhias de alguns setores específicos mais rapidamente que outros e, claro, tem reflexos nas cotações de suas ações. Nesse caso, a classe cíclica diz respeito às ações que são emitidas por empresas de setores que, apesar de serem afetados pelas crises, logo se recuperam, sendo que seus lucros e receitas costumam aumentar ou diminuir de maneira mais regular que em outras empresas. Nesse caso, deve-se ressaltar que os investidores precisam estar atentos aos momentos certos de compra, quando as cotações estiverem mais baixas, e de venda, quando essas estiverem mais altas, tendo em vista que há uma movimentação de subidas e decidas de cotações de forma cíclica. Turnarounds - Segundo Reis (2019a), a classe turnarounds é composta por ações de entidades que precisam resolver um ou até diversos problemas em sua operação, a fim de conseguir se recuperar, evitando sua falência ou fechamento. Muitas vezes, tais mudanças devem ser estruturais ou drásticas, podendo até terem ocorrido tragédias ou outros eventos prejudiciais, contemplando, inclusive, entidades que estão em recuperação judicial, ou ainda, que podem estar em iminência de seu encerramento.Devido à precariedade do momento em que a organização está passando, o preço de suas ações tende a estar em baixa, o que poderia ser interpretado pelo investidor como um bom momento para aquisição, porém, deve-se analisar atentamente se a organização terá ou não chances de recuperação, receberá aportes governamentais ou outras situações que podem ensejar alguma forma de sair da situação em que se encontra, sobretudo se ocorrerá algum tipo de reestruturação ou movimentação que possa levar à melhoria do estado geral da organização. Se for esse o caso (a empresa ter grandes chances de se recuperar), deve-se analisar outros fatores e aspectos, porém pode ser o indicativo de um bom investimento. Figura 8 - Ações de empresas que têm ativos subprecificados 10000 8000 6000 4000 2000 0 -2000 10 Fonte: Clker-Free-Vector- Images/pixabay.com Ativos subprecificados - no que concerne às ações de chamadas de ativos subprecificados, pode-se observar que as empresas emissoras dessas ações possuem um ou mais de seus ativos mal avaliados, o que representa uma grande oportunidade para os investidores, desde que eles possam reconhecer de forma melhor e mais assertiva o(s) ativo(s) que foram mal precificados (REIS, 2019a). Antes de adquirir ações, tidas como sendo da classe de ativos subprecificados, faz-se necessário empreender uma excelente análise e avaliação na empresa, a fim de conhecê-la mais profundamente, verificando quais seriam os ativos que precisariam ser melhor precificados. Caso os encontre, é preciso proceder ou aguardar que tais avaliações possam ser corrigidas.Dica A observância das leis e dos regulamentos pelas organizações está relacionada ao fato de se verificar se suas ações, documentos, processos e outros aspectos organizacionais estão em total conformidade com os tais dispositivos, normativos, resoluções, atos, manuais internos e outros documentos, a fim de que possam ser efetivamente cumpridos. Como esses dispositivos legais e normativos estão em constante alteração, sugere-se que as entidades verifiquem constantemente e busquem se atualizar quanto aos aspectos que regularizam o seu negócio e/ou trabalho. Também você, como profissional, precisa estar sempre atualizado! Figura 9 - Perfis diversos de investidores Legenda: Destaca que os investidores escolhem ações de uma ou outra classe e tipo, conforme seu apetite aos riscos Fonte: geralt/pixabay.comExercícios de fixação Complete a sentença: o Selecione... corresponde à parte do Selecione... , que apresenta operações com prazos , por exemplo, no caso e outros títulos de longo ou de médios prazos, que podem ser direcionados à constituição do capital de giro, financiar capitais fixos e/ou ter destinação especial (ANDREZO; LIMA, 1999). Tendo em vista os direitos dos acionistas, julgue se a alternativa a seguir é verdadeira ou falsa: o recebimento de bonificações corresponde ao direito do acionista em poder receber uma quantidade de ações a ser entregue pela empresa de forma livre e de acordo com a quantidade de ações que o acionista possui (proporcional), podendo ser advindas de transferências de patrimônio líquido para capital, bem como de possíveis incorporações de reservas de lucros. Verdadeiro Falso Tendo em vista os direitos dos acionistas, julgue se a alternativa a seguir é verdadeira ou falsa: As preferências quanto a subscrever dizem respeito a, caso ocorra uma subscrição (aumento de capital) de ações, sendo essa determinada pela empresa, os atuais acionistas terem direito de aquisição no mesmo valor da cotação definida para a subscrição, uma quantidade proporcional a que o acionista já possui, a fim de que o acionista possa manter a mesma participação proporcional que tinha antes da subscrição. Verdadeiro FalsoTendo em vista os direitos dos acionistas, julgue se a alternativa a seguir é verdadeira ou falsa: o direito de voto é válido para os investidores que adquirirem ações preferenciais de uma empresa, podendo ser exercido pelo acionista em meio às deliberações que ocorrem em assembleias gerais da empresa, sendo que a cada ação desse tipo (preferencial) corresponde um voto. Os estatutos das empresas podem estabelecer um limite para a quantidade de votos de cada acionista, a fim de buscar decisões mais participativas ou por outras razões. Verdadeiro Falso Tendo em vista os direitos dos acionistas, julgue se a alternativa a seguir é verdadeira ou falsa: As preferências quanto à retirada são afetas sobretudo aos acionistas que possuem ações ordinárias, que dizem respeito ao direito de preferência quanto a receber o reembolso do valor de mercado da quantidade de ações ordinárias que o acionista possui em casos de cisão da empresa, de alterações no objeto social da empresa ou caso seja detentor de ações de classes prejudicadas, isto é, nas quais tenham ocorrido algum aumento ou criação de classe de ações existentes. Verdadeiro FalsoUNIDADE 1 Ações Conclusão Nesta unidade verificaram-se aspectos a respeito do mercado de capitais, onde ocorrem as operações de compra e venda de ações, além de conceitos e algumas características das ações, seus tipos e suas principais classes.UNIDADE 1 Bolsas de valores e outros aspectos Objetivos: Estudar aspectos afetos à bolsa de valores, regras, princípios e ambientes de negociação. Verificar características das corretoras de valores e dos home brokers. Estudar aspectos dos American Depositary Receipts (ADRs); Verificar aspectos relativos aos dividendos e juros sobre capitais próprios, bem como o que representam os desdobramentos e os grupamentos de ações. Videoaula - Bolsa de valores Escaneie a imagem ao lado com um app QR code para assistir o vídeo ou clique aqui [https://player.vimeo.com/video/467868367]2 Bolsas de valores e outros aspectos 2.1 Bolsa de valores: ambientes, regulação e princípios Pode-se observar que existem o mercado primário e o mercado secundário, sendo o mercado primário aquele ambiente negocial onde ocorrem os lançamentos de novas ações no mercado, o que permite que a empresa possa captar os recursos para seus investimentos e atender outras necessidades, isto é, propicia-se o aporte de novos recursos para as companhias e sociedades anônimas de capital aberto. mercado secundário diz respeito ao ambiente de negociação onde são realizadas operações com as ações que já foram anteriormente lançadas e que, após seu lançamento inicial, passam a ser negociadas nesse mercado (mercado secundário), que diz respeito ao mercado de balcão e à bolsa de valores. Desta forma, há de se observar que o mercado secundário é onde são realizadas as negociações de compras e vendas de ações que já foram anteriormente colocadas no mercado, sendo as operações realizadas entre os detentores das ações e os que gostariam de adquirir tais ações. Figura 10 . Negociações entre investidores no mercado secundário 59 Fonte: geralt/pixabay.com Há de se esclarecer que a operação de colocação inicial de um lote de ações por uma empresa é denominada operação de abertura de capital, a qual precisa ser devidamente aprovada e registrada na Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Porém, se for colocado um lote grande de ações que estiver de posse de apenas um acionista, sendo essa pessoa física ou jurídica, apesar dessa operação, pode também ser caracterizada pela CVM com o viés de abertura de capital, pois pode representar a alteração do controle da companhia. Mesmo tendo grande semelhança com as transações que ocorrem no mercado primário, verifica-se que os recursos que serão captados com a venda desse grande lote de ações serão destinados para o antigo acionista, que está vendendo essas ações, e não para a empresa, o que denota a realização de uma distribuição pelo mercado secundário.No que concerne aos ambientes de negociação de ações, pode-se comentar que, no caso dos mercados organizados, esses estão subdivididos basicamente em mercados de bolsa e de balcão, não sendo eles conceituados diferentemente na Instrução CVM n° 461/2007, a qual buscou estabelecer características inerentes do mercado organizado de balcão. Conforme o artigo 3°, parágrafo 2°, da Instrução CVM n° 461/2007, o mercado organizado pode ser caracterizado como o [..] espaço físico ou ao sistema eletrônico que é destinado à negociação ou ao registro de operações com valores mobiliários por um conjunto determinado de pessoas autorizadas a operar, que atuam por conta própria ou de terceiros. A instrução acrescenta que o mercado organizado deve ser administrado por entidade administradora autorizada pela CVM. Figura 11 - Conhecer as regras do regulador rules Fonte: geralt /pixabay.com Para essa classificação, o regulador considera as regras adotadas nos ambientes ou sistemas de negociação para a formação de preços, o volume operado nos ambientes e sistemas e o público investidor visado pelo mercado. No Brasil, no que concerne aos mercados organizados de bolsa, eles podem operar tendo como contraparte um formador de mercado ou por meio de sistemas multilaterais e centralizados dos processos de negociação. Conforme consta da Instrução CVM 461/2007, em seu artigo 65, o sistema multilateral e centralizado corresponde ao mesmo canal de negociação onde as ofertas relativas às ações são direcionadas, a fim de que todos os participantes desse sistema possam ter acesso às mesmas informações, conforme seu nível de acesso. As ofertas e movimentações ficam expostas ao conhecimento de todos os usuários autorizados a negociar por esse sistema ou por sistemas que estejam interligados a esse.Figura 12 - A bolsa de valores apresenta um sistema multilateral e centralizado Fonte: geralt/pixabay.com Ainda conforme a referida instrução, esse sistema permite que a bolsa de valores possa operar como se fosse um sistema multilateral e centralizado, o que tende a colaborar para maior simetria das informações e, também, para a livre formação de preços, conforme o volume de oferta e procura existente, uma vez que os investidores tendem a preferir sempre as ofertas que tenham os menores preços de um mesmo título, respeitando também a ordem cronológica de entrada de tais ofertas no ambiente de negociação. Tal sistema tem extrema importância para a bolsa de valores, uma vez que possibilita que o mercado esteja organizado em função do que ocorre nas negociações realizadas por meio dele, onde há como contraparte o formador de mercado, que assume a atitude de fazer com que as ofertas sejam colocadas no sistema, permitindo a venda e a compra de ações pelos investidores, sendo que o formador de mercado precisa também obedecer às regulamentações pertinentes, que são provenientes da Comissão de Valores Mobiliários. Há de se observar que a bolsa de valores tende a permitir que o formador de mercado possa agir dentro de limites preestabelecidos e que considere uma diferença máxima entre os preços de compra e venda de ações que são ofertadas pelo formador de mercado. Tal diferença é conhecida como spread, o qual age como remuneração pelos serviços de intermediação prestados, tornando admissível a existência de uma pequena interferência nos intervalos de precificação quanto às ofertas de compra e de venda, ao se considerar a quantidade total afeta a toda a operação. Segundo a Instrução CVM n° 461/2007, no que diz respeito às regras de negociação, pode-se destacar as que definem como necessária a transparência tanto nas fases antes, durante e após ocorrerem as negociações, sendo que há necessidade da entidade que administra o mercado de bolsa de valores disseminar as ofertas e os negócios de forma pública, sobretudo quanto aos negócios que envolvem os ativos que são negociados em bolsa. Tal evidenciação precisa ter a amplitude adequada, a tempestividade necessária e um detalhamento que seja suficiente, a fimde informar apropriadamente o mercado e permitir a formação dos preços dos ativos pela livre concorrência. Ainda conforme essa mesma instrução, a entidade que é gestora da bolsa de valores precisa, de forma contínua, tornar as informações de negociações de lotes de ações públicas durante a realização dos diários de forma que os investidores possam tomar conhecimento das informações sobre cada um dos negócios realizados. Deve-se saber, no mínimo, o horário, a quantidade envolvida, o tipo de ações e o seu referido preço pago e/ou recebido, como um atraso de aproximadamente, no máximo, quinze minutos com a publicação dessas importantes informações. Figura 13 - Limites estabelecidos pelo regulador Legenda: Aspectos relacionados aos limites estipulados pelo regulador, os quais o tomador de mercado precisa respeitar e agir dentro desses limites Fonte: pressfoto/freepik.com A regulamentação brasileira determina que os mercados de balcão organizados podem, de forma semelhante aos mercados atendidos pela bolsa de valores, operar também tendo como contraparte um formador de mercado, além de poderem operar como se fossem sistemas multilaterais e centralizados. Além disso, apenas para o mercado de balcão é admitido que as operações, que foram previamente realizadas, sejam registradas. No que diz respeito ao sistema de mercado de bolsa de valores e o do mercado de balcão, apesar das semelhanças, podem se diferenciar pela presença dos descontos regulatórios, os quais diminuem as exigências regulatórias nos mercados de balcão, uma vez que este tem por diferenciação os aspectos relativos à divulgação das informações das operações que são realizadas, mesmo se o funcionamento dos dois sistemas forem multilaterais e centralizados. Nesse sentido, quanto à divulgação das informações, apesar de ter caráter obrigatório em mercados organizados, na prática, no mercado de balcão não há a divulgação de forma contínua durante os como ocorre na bolsa de valores, sendo permitida, caso aprovada pela Comissão de Valores Mobiliários, a divulgação de forma aglutinada das operações realizadas. Oscritérios para concessão dessa referida autorização estão presentes na Instrução CVM n° 461/2007, sendo afetos aos níveis de padronização dos ativos e/ou contratos, do modelo de mercado utilizado, dos tipos de investidores que utilizam o mercado e se são negociados ou não grandes lotes de ações. No que se refere à divulgação obrigatória das informações que antecede às negociações, essas precisam ser divulgadas de forma genérica, a fim de possibilitar as negociações nos mercados de balcão, sendo que os sistemas e os ambientes de negociação precisam mostrar de forma transparente as operações e as ofertas que foram realizadas para permitir a livre formação de preços e a simetria de informações para os usuários. As próprias administradoras do mercado de balcão organizado precisam desenvolver suas regras em total acordo com o estabelecido pela Comissão de Valores Mobiliários, para que essas regras possam, de alguma forma, regular e permitir que se tenha uma livre formação de preços pela oferta e procura, além dos registros das transações que foram efetivadas. Figura 14 Aspectos da necessária disseminação das ofertas e negócios $ Fonte: mohamed_hassan/pixabay.com Outro aspecto importante quanto ao mercado de balcão é que são permitidas formas de operação direta dos investidores sem a necessidade de utilizar intermediários e, nesse caso, é previsto que o investidor participe diretamente da negociação no mercado organizado. Quanto ao registro prévio das negociações no mercado de balcão, desde que o regulamento específico permita, pode ocorrer sem que seja necessária a participação do intermediário que faz parte do sistema, o que proporciona que a operação de liquidação seja realizada diretamente entre as partes e/ou a operação possa ser garantida pela administradora do mercado. Normalmente, nos casos anteriormente relatados, a função de registro final da liquidação fica destinada à entidade administradora do mercado de balcão ou essa pode delegar ao intermediário das transações. Porém, caso a intermediação não ocorra na operação, a função de registro poderá ser delegada à entidade que concedeu o acesso ao investidor ou ao próprio investidor, caso não tenha impedimento formal.Observa-se que não há restrição quanto ao desconto regulatório ser afeto apenas aos aspectos de operação, mas também pode se destinar à entidade administradora em alguns casos. Porém, o mercado de bolsa, bem mais regulado que o de balcão, exige que as entidades administradoras tenham uma estrutura bem mais elaborada e robusta, sobretudo a fim de conferir mais segurança a esse mercado a seus investidores, bem como evitar eventuais conflitos de interesse e garantir o nível ideal de transparência exigido por esse mercado. Segundo Yazbek (2008), um dos aspectos mais fortes quanto à regulação de atividades econômicas diz respeito à fiscalização, sendo realizada pelos órgãos estatais, onde se verifica se as instituições estão cumprindo as leis, determinações, regulações e outros aspectos inerentes às atividades praticadas. Ainda conforme esse autor, pode-se observar também que, em economias onde se verifica aspectos de livre iniciativa e autorregulação de determinados setores, existem conflitos e outros problemas que surgem naturalmente da interação das pessoas e, nesses casos, pode-se verificar a criação de entidades e órgãos reguladores, sendo a principal forma do Estado intervir. A Comissão de Valores Mobiliários é uma autarquia que foi criada pela Lei 6.385/76 a fim de regular e verificar aspectos necessários ao mercado de capitais no Brasil, estando vinculada ao Ministério da Fazenda, mas tendo patrimônio, autoridade administrativa e personalidade jurídica própria, tendo como função a de disciplinar as atividades desse mercado. É importante destacar que a Comissão de Valores Mobiliários possui um poder autônomo de regulamentação, mesmo sendo controlada pelo Poder Executivo. Sua competência regulamentar guarda limite decrescente em comparação com a que é deferida ao CMN e ao Bacen. Segundo Eizirik (2018), a Comissão de Valores Mobiliários regula o mercado de capitais com base em alguns princípios e/ou pressupostos fundamentais para esse mercado que dizem respeito à manutenção da confiabilidade, do interesse público, da competitividade, da eficiência e da liberdade do mercado e ao estabelecimento de formas de melhor proteger os investidores.Figura 15 - Aspectos regulatórios necessários no mercado de ações Fonte: IO-images /pixabay.com A manutenção da confiabilidade está relacionada ao aumento do acesso dos investidores ao mercado de capitais e relaciona-se diretamente com o nível de confiança que eles têm para realizar suas operações de compra e venda de ações. aumento do volume de operações também está relacionado ao nível de confiança que os investidores têm nos sistemas disponibilizados e nos dispositivos regulamentares. Desta forma, a fim de cumprir sua missão como um ambiente confiável para realização de operações, sobretudo como fornecedor de recursos para as empresas, bons investimentos para seus usuários e diversos outros aspectos, os mercados de capitais passam pela manutenção de um nível de confiabilidade adequado, sobretudo quanto aos seus usuários acreditarem nos aspectos coerentes de seu funcionamento seguro. Assim, para atingir a confiabilidade desejada pelos investidores e outros usuários do mercado de capitais, faz-se necessário que sejam realizadas normas e atos que não tenham caráter discriminatório, que não permitam a concessão de qualquer privilégio específico a um de seus agentes e que se possa manter o interesse público dos investidores. Tais procedimentos, ao serem percebidos pelos usuários desse mercado, tendem a novos investidores e a manter e rentabilizar ao atuais, o que permite o aumento crescente do volume das operações e de seus valores e faz com que a Comissão de Valores Mobiliários busque realizar esforços, como órgão regulador, para promover o aumento crescente da confiabilidade de seus usuários. Segundo Requião (2012), o interesse público está relacionado com aspectos relativos à percepção de que alguns investidores são pessoas físicas, o que leva a concluir que os sistemas de distribuição de valores mobiliários também costumam captar recursos advindos da poupança popular, sendo direcionados aos capitais das companhias. Tal movimento diz respeito a tirar capitais da busca de rendimentos financeiros e empregá-los diretamente em capitais produtivos para as empresas, os quais, além de ter a possibilidade de serem melhor remunerados ou não, de acordo com o risco a que estão expostos, tendem também a contribuir enormemente para ocrescimento econômico do país, criando e mantendo empregos e proporcionando o sucesso empresarial a partir de fontes de origem menos especulativas, o que reforça o interesse público do mercado de ações. Ainda conforme esse autor, verifica-se que as operações que são realizadas no mercado de capitais, sobretudo quanto à compra e venda de ações, auxiliam grandemente o sistema produtivo brasileiro, indo além das empresas de capital aberto, pois se relacionam com entidades menores e outros fornecedores e clientes, tendo o resultado das operações com ações reflexos que abrangem diversos setores produtivos. Tais aspectos reforçam a necessidade da transparência desse mercado, mesmo para os que não participam diretamente no momento, sendo que os fatos e atos ocorridos podem ter a publicidade adequada, ao permitir o acesso do público em geral à maioria dessas informações. Nesse sentido, a fim de garantir a transparência e publicidade das operações e das informações importantes para o mercado de capitais, a Comissão de Valores Mobiliários tem buscado incentivar que as empresas emissoras de ações evidenciem suas demonstrações contábeis e financeiras e busquem práticas de maior transparência de seus atos, prestando cada vez mais informações em linguagem acessível e em mídias públicas e de fácil acesso, o que também vem a proporcionar maior qualidade nas informações prestadas por essas empresas, ocasionando um volume maior de investimentos nesses mercados, que advém do conhecimento maior das empresas que negociam ações. Conforme afirma Requião (2012), a abrangência do sistema de distribuição de valores mobiliários envolve: bolsa de valores; agentes e empresas emissoras de diversas instituições financeiras e outras entidades que estão de alguma forma envolvidas na emissão e distribuição de sociedades, empresas e particulares que têm interesse na aquisição e na venda de ações que estão em circulação, a fim de realizar investimentos ou realizar sua revenda a fim de auferir ganhos; agentes e entidades que realizam atividades de intermediação em negociações de ações tanto no mercado de balcão quanto na bolsa de valores ou no mercado de balcão. A competitividade é um aspecto fundamental para alcançar ou manter a eficiência do mercado de capitais, sobretudo porque estimula seus participantes a ser mais criativos quanto ao oferecimento de novas e melhores formas de investimentos, o que pode melhor influenciar o desenvolvimento do próprio mercado, aumentando o seu acesso e obtendo custos menores de operacionalização e outros aspectos.Quanto à promoção da melhoria da eficiência ao mercado de capitais, este, desde sua criação, corresponde a um objetivo perene da Comissão de Valores Mobiliários, o qual tem sido motivador de dispositivos de regulação e de aspectos fomentadores do desenvolvimento desse mercado. Há de se observar que a busca pela eficiência precisa ocorrer tanto na melhoria contínua dos aspectos operacionais quanto na alocação correta de recursos, de forma a influenciar melhorias em toda a organização desse mercado e que os recursos advindos da poupança e de outros investimentos financeiros possam migrar com mais segurança e confiabilidade para o investimento produtivo. Para tanto, de acordo com o perfil dos investidores, os investimentos devem ter um risco conhecido a que se esteja disposto a incorrer e devem fornecer rentabilidade adequada ao nível de risco contemplado pelo investimento, garantindo que tais operações sejam realizadas com custos cada vez menores a todos os agentes envolvidos. No que se refere a proporcionar e manter aspectos relativos à liberdade do mercado, ela é garantida pelo processo contínuo de melhoria da regulação do mercado de ações, buscando-se sempre manter ou melhorar a atuação de forma livre das forças do mercado, dos requisitos técnicos e do exercício das atividades por meio de mecanismos regulatórios cada vez mais sofisticados. Assim, promove-se cada vez mais um mercado eficiente, competitivo e confiável. No caso da melhoria constante aos aspectos de proteção dos investidores, a Comissão de Valores Mobiliários deve prezar para que a confiança seja mantida ou aumentada no desenvolvimento do mercado de capitais, pois os aspectos regulatórios precisam garantir que os investidores tenham um tratamento equitativo. Busca-se que os investidores individuais e outros que tenham um poder econômico menor possam ser tratados igualitariamente pelos agentes do mercado, com seus interesses também resguardados e protegidos adequadamente, sobretudo, quando necessário, em sua relação com agentes intermediadores e/ou empresas emissoras de ações, assim como que eles tenham acesso às informações necessárias para que possam melhor investir e conhecer os melhores momentos para se comprar ou vender ações. Segundo Requião (2012), a participação dos investidores individuais tem crescido ao longo dos anos, sendo esse um dos protagonistas mais relevantes, uma vez que permite e auxiliar no processo de pulverização das ações das empresas, fazendo com que os centros de decisão das empresas com ações na bolsa de valores possam ser mais diversificados, o que proporciona um aumento dos centros de decisão e contribui para aumentar a eficiência do mercado. Ainda conforme esse autor, há percepção de que os agentes autorregulados desse mercado correspondem às principais formas de negociação das ações, são importantes para o financiamento das empresas e, por fim, auxiliam na própria economia do país. Cabe a essasorganizações autorreguladas promover a coordenação e cooperação de pessoas físicas e jurídicas que atuam no mercado e, sobretudo, quanto às atividades que sejam de sua responsabilidade, utilizar práticas que proporcionem a livre iniciativa e que possam fomentar benefícios para todos os envolvidos. Conforme afirma Requião (2005), as entidades autorreguladas, também conhecidas mundialmente como "SROs" (self-regulatory organizations) precisam estar sujeitas à supervisão da Comissão de Valores Mobiliários e observar atentamente os regulamentos e dispositivos legais, além de estar em conformidade com os aspectos de confidencialidade. Assim, essas entidades podem exercer adequadamente as responsabilidades que lhe foram delegadas, bem como podem ter o dinamismo necessário para auxiliar em estudos e avaliações quanto à implementação de regulamentos e aspectos das atividades do mercado, interagindo com o regulador por estarem mais próximas às operações e aos agentes que operam no mercado. Figura 16 A CVM verifica a efetividade das normas Legenda: A CVM Verifica a Efetividade das Normas e Regulamentos Frente às Necessidades do Mercado Atual Fonte: Clker-Free-Vector- Images/pixabay.com Ainda segundo esse autor, a Comissão de Valores Mobiliários tem buscado junto aos agentes do mercado a verificação da efetividade das normas e regulamentos emitidos, bem como seu fiel cumprimento por parte dos envolvidos. órgão tem considerado também as sugestões e opiniões desses agentes, o que tende a proporcionar uma melhor aceitação desses regulamentos e normas, bem como a fazer com que os participantes desse mercado sintam-se compelidos a zelar pelo cumprimento dos dispositivos, reduzindo necessidades eventuais de fiscalização e intervenções. Segundo Requião (2005), apesar do exposto, a Comissão de Valores Mobiliários tem buscado evitar conflitos de interesses provenientes de aspectos inerentes à autorregulação, tais como a manutenção do interesse público desses intervenientes, aspectos de corporativismo, impedir aleniência quanto a infringir sanções em entidades pares e evitar atitudes de tolerância excessiva, além de utilizar artifícios de forma a evitar aspectos de publicidade adversa a determinados intervenientes ou outras entidades envolvidas. Ainda conforme esse autor, cabe à Comissão de Valores Mobiliários, em sua função de regulação, agir em prol da melhoria contínua do sistema de autorregulação do mercado acionário, porém deve, se necessário, atuar na fiscalização e na atualização constante da normatização, sempre atentando à correção de eventuais falhas e de desvirtuamentos ou de possíveis erros inerentes à manutenção do processo de autorregulação, sobretudo quanto a proporcionar a capacitação para o correto exercício das atividade dessas entidades, fazendo cumprir as normas e à Legislação concernente ao mercado acionário. Observa-se que o papel das entidades de autorregulação no mercado de capitais, isto é, das bolsas de valores, é fundamental em qualquer país do mundo. Sua contribuição para a manutenção da organização desse mercado é fundamental, pois elas desempenham funções auxiliares da supervisão e da fiscalização, na medida em que divulgam informações e tendem a orientar o funcionamento do mercado de capitais. Figura 17 A CVM fiscaliza as bolsas de valores e o mercado de balcão Legenda: A CVM Fiscaliza as Bolsa de Valores e o Mercado de Balcão, a fim de verificar o seu alinhamento às Diretrizes Fornecidas Fonte: GraphicMama- team/pixabay.com Conforme afirma Comparato (1990), as bolsas de valores são entidades autorreguladas porém fiscalizadas pela Comissão de Valores Mobiliários que apresentam como função a de manter padrões éticos em suas negociações com todos os envolvidos na compra e venda de ações e proporcionar um local adequado ou sistema funcional, a fim de realizar corretamente as transações de compra e venda de ações pelos investidores, mantendo os aspectos necessários de liberdade, abertura e transparência das movimentações, cotações e outras informações.Quanto à preservação do padrão ético para as negociações, envolvendo todos os participantes do mercado, é preciso total acordo com normas de conduta exigidas tanto aos investidores e intermediários quanto às empresas emitentes de ações e outros agentes participantes do mercado de ações, além de, preventivamente, fiscalização quanto ao fiel cumprimento de tais padrões por todos. Eventualmente, caso sejam verificadas discrepâncias, elas precisam ser coibidas e, para tanto, no exercício das funções gerenciadoras da bolsa de valores, é preciso, quanto cabível, aplicar eventuais sanções e/ou advertências aos que descumprem ou não seguem os padrões estabelecidos. No que diz respeito ao fornecimento de um local apropriado para realizar transações de aquisição ou venda de assim como à disponibilização de sistemas adequados para tais operações, é preciso manter aspectos de abertura e liberdade quanto à manutenção da eficiência das transações, além da divulgação tempestiva delas, oferendo os meios para operacionalizar corretamente tais registros e também divulgá-los aos interessados de forma tempestiva e correta, a fim de proporcionar mais liquidez e segurança aos investidores e outros participantes. o reconhecimento da competência da bolsa de valores pelos participantes do mercado como uma entidade de reputação, solidez e segurança, bem como de aspectos que auxiliam o regulador em sua fiscalização e regulação do mercado de capitais, confere e mantém a autonomia financeira dessa instituição, sendo reconhecida como importante agente desse mercado, uma vez que exerce funções administrativas em relação aos valores mobiliários que são negociados em seu seguro ambiente negocial. Segundo Requião (2012), a Comissão de Valores Mobiliários reconhece a importância da função auxiliar do regulador e de suas atividades para o mercado acionário. Nesse sentido, o órgão publicou a Instrução Normativa 387/03, a qual estabeleceu os direcionamentos fundamentais que norteiam as atividades de fiscalização e de normatização que a bolsa de valores precisa seguir em relação às corretoras e às demais instituições financeiras envolvidas nesse mercado, sobretudo no que diz respeito aos aspectos referentes aos sistemas onde são realizadas as negociações e aqueles relativos ao estabelecimento de regras de conduta a serem seguidas por essas entidades quanto à manutenção de seu relacionamento com seus clientes. Ainda conforme esse autor, nesse sentido, os direcionamentos fornecidos à bolsa de valores no sentido de estabelecer regulamentos junto aos corretores, outras entidades intermediárias e investidores apontam para a necessidade do respeito em suas relações e os seguintes pressupostos: Pautar-se pelo zelo e pela integridade do mercado (exigindo garantias).Ter diligência e tempestividade no cumprimento das ordens de compra e de venda e, sobretudo, no controle fiel das posições custodiadas. Manter a necessária transparência de informações quanto aos riscos e outros dados que sejam relevantes. Ter probidade ao conduzir suas atividades. Fornecer documentações quanto as operações realizadas por seus clientes (para eles). Tomar providências a fim de evitar que operações que apresentem conflitos de interesses possam ser realizadas; manter tratamento equitativo para todos os clientes. Ressalta-se que, dentre os aspectos inerentes às atividades previstas no exercício da autorregulação da bolsa de valores, inclui-se a necessidade do estabelecimento e atualização de normas realizadas pela própria bolsa, seguindo as diretrizes da Comissão de Valores Tais normativos precisam prever que as entidades que atuam no mercado de ações mantenham os cadastros de seus clientes sempre atualizados, realizando sazonalmente a verificação e atualização, sendo que tal cadastro deve contemplar informações suficientes que permitam qualificar e identificar inequivocamente cada um dos clientes. Figura 18 - A bolsa de valores tem função de apurar e julgar Legenda: Destaca a função da Bolsa de Valores em apurar descumprimentos e julgar eventuais descumprimentos das normas estabelecidas Fonte: PaliGraficas/pixabay.com Há de se observar que, devido ao cuidado prévio na identificação correta dos clientes pelas corretoras e, também, das outras instituições que podem atuar no mercado de ações, procura-se evitar a ocorrência de negociações indevidas de títulos e buscam-se formas mais eficientes e seguras para realizar as negociações. Conforme afirma Requião (2012), uma das funções da bolsa de valores é promover esforços a fim de verificar, apurar e, eventualmente, realizar julgamentos quanto ao descumprimento das normas estabelecidas e, quando for o caso, realizar as fiscalizações de sua responsabilidade, além de estabelecer regras que evitem o uso de práticas que não sejam equitativas pelos agentes do mercado, apurando e comunicando às instâncias devidas quaisquer tipos de manipulação, eventuais fraudes e outros eventos não desejados.Ainda segundo esse autor, cabe à bolsa de valores, além do estabelecimento das normas, verificar eventuais descumprimentos ou a ocorrência de infrações a tais normas, bem como outros aspectos que caberiam a essa instituição dentro do ato de fiscalizar, podendo, caso necessário, aplicar advertências; aplicar multas; aplicar suspensões temporárias ou definitivas; excluir um agente participante; inabilitar pessoas para exercer cargos em conselhos de administração, de representantes (em qualquer nível de atuação) e/ou mesmo de administradores em corretoras e em sistemas de registro de ações. Observa-se que, em quaisquer desses casos, faz-se necessário que a bolsa de valores dê ciência a todos os envolvidos e aos agentes do mercado que possam ter qualquer relação, tais como as entidades de liquidação e de compensação de transações com ações e outros valores mobiliários, se for o caso. Os aspectos quanto à prerrogativa de disciplinar os agentes de mercado deriva do poder de investigação que a bolsa de valores possui, sendo que essa pode não apenas investigar, mas também realizar análises e julgamentos administrativos (pareceres) e aplicar sanções, quando for o caso, direcionadas aos usuários e intervenientes do mercado de ações ou outros com que esses estejam relacionados, tais como investidores, distribuidores de títulos, corretores e outras instituições financeiras que operam nesse mercado. Figura 19 - A bolsa de valores precisa divulgar suas decisões Fonte: ribkhan/pixabay.com A prerrogativa quanto a aplicar sanções fornece à bolsa de valores o poder de disciplinar os agentes e participantes do mercado acionário. Isso fortalece os aspectos inerentes à autorregulação dessas entidades, pois sua autonomia estaria restrita se dependesse de outros órgãos e entidades para analisar e realizar julgamentos e atos para exigir que sejam cumpridas as regras que foram estabelecidas pela própria bolsa de valores segundo os direcionamentos e informações que foram passadas pela CVM. Tais poderes garantem e reforçam aspectos da autonomia da bolsa de valores, tornando-a mais efetiva.Segundo Requião (2012), no que concerne ao poder disciplinar apresentado pela bolsa de valores, esse tende a ser exercido diretamente sobre as corretoras, as quais são responsáveis pela maioria dos registros das operações de compra e venda de ações, sendo registradas diretamente em seus respectivos ambientes negociais, uma vez que a bolsa de valores tem registradas diversas corretoras que podem atuar dentro desse ambiente negocial. Além disso, cabe à Bolsa estabelecer regras, a fim de que a atuação de cada uma possa ser pautada em padrões éticos elevados e que possibilitem a todos os clientes acesso e simetria quanto às informações. Assim garante-se certa uniformidade de procedimentos, e qualquer problema, descumprimento ou evento não desejado pode suscitar até a exclusão da possibilidade de operar com a bolsa, dentre outras sanções mais brandas possíveis. Ainda conforme esse autor, no que concerne às empresas cujas ações são transacionadas na bolsa de valores, elas podem apenas sofrer desta alguma intervenção quanto a excluir ou suspender a negociação de ações caso a bolsa verifique algum descumprimento de norma, porém não têm autorização para intervir em assuntos internos à companhia, sendo sua ingerência nesses casos parcial ou limitada a alguns aspectos. Essas empresas são apenas as emissoras das ações, sem fazer parte direta da bolsa de valores, sendo sua interveniência apenas relacionada à comercialização ou não de suas ações na bolsa de valores. Dica Atualmente, no ambiente corporativo, sobretudo em instituições financeiras, existe uma máxima que diz: "quem faz não verifica e se não verifica não pode entregar". Os erros são inerentes às pessoas e só não erra quem não trabalha. Logo, deve-se sempre pensar na probabilidade de se errar e, a fim de evitar isso, busque sempre que alguém confira seu trabalho antes de entregá-lo a superiores ou clientes. 2.1.1 Corretoras de valoresFigura 20 - Corretoras de valores MAX MIN Fonte: OpenClipart-Vectors /pixabay.com São tipos de instituições financeiras conhecidas como corretoras de valores ou simplesmente corretoras, as quais fazem a intermediação de operações de compra e venda de títulos e ações em diversos segmentos da bolsa de valores. Nesse sentido, as corretoras realizam as aproximações entre os agentes tomadores e doadores de recursos, ou seja, entre as partes envolvidas nas transações, conferindo maior segurança, confiabilidade e credibilidade às operações de compra e venda de ações e outras, garantindo aspectos quanto à liquidez de todo o mercado. Além disso, as corretoras por vezes realizam os papéis de agentes de custódia, pois fazem uso do serviço disponibilizado pela bolsa de valores quanto a ser uma central depositária de ativos mobiliários daquela instituição, gerindo seus próprios recursos e os de seus clientes perante a bolsa. Além das corretoras, existem outros agentes de custódia no mercado bursátil que são os bancos comerciais e as distribuidoras de títulos e valores mobiliários, porém, a fim de melhor exercer o controle sobre esses agentes, é realizada a centralização da administração e da custódia desses ativos, onde os agentes de custódia, como corretoras e outros, podem registrar as transações que realizam a intermediação, existindo contas identificadas para cada agente e seus clientes.Dica Se você trabalha em uma corretora ou tem algum amigo, parente ou conhecido que trabalha lá, pergunte-lhe a respeito das funções realizadas nesse local. Depois, tente perguntar a outros que trabalham em outras dessas instituições e você observará que, apesar de grandes semelhanças de funções, também se observam diferenças, as quais variam de acordo com as estruturas organizacionais e outros aspectos inerentes a cada organização. 2.1.2 Home brokers Observa-se que os home brokers correspondem a sistemas que são disponibilizados por corretoras e outros agentes custodiantes que permitem aos investidores que estiverem previamente cadastrados colher informações e, também, fazer suas ofertas de compra e venda de forma direta por meio da internet. Figura 21 - Home brokers Fonte: mohamed_hassan/pixabay.com Tais sistemas podem ser sob a forma de aplicativos de smartphones, páginas de internet e outras mídias disponíveis, incluindo a própria realização de ordens por meio de ligações telefônicas e outros, facilitando o acesso dos usuários a esse mercado por meio das corretoras, distribuidoras e bancos comerciais, os quais disponibilizam tais ferramentas. Ressalta-se que os home brokers podem ser utilizados apenas por pessoas cadastradas nas corretoras ou em outras instituições que sejam autorizadas para realizar a intermediação das negociações de compra e venda no mercado secundário e de compra no mercado primário.Curiosidade Quando as tendências se confirmam no mercado, são conhecidas como vigências, pois tais previsões já se transformaram em realidade. Videoaula - Mercado primário e Secundário de Ações Escaneie a imagem ao lado com um app QR code para assistir o vídeo ou clique aqui [https://player.vimeo.com/video/467864730]Videoaula - American Depositary Receipt Escaneie a imagem ao lado com um app QR code para assistir o vídeo ou clique aqui [https://player.vimeo.com/video/467870028]2 Bolsas de valores e outros aspectos 2.2 ADR (American Depositary Receipt Recibo de Depósito Americano) Segundo Ferreira (2001), observa-se que os American Depositary Receipts (ADRs), também conhecidos como Global Depositary Receipts (GDRs), correspondem a certificados de entidades de outros países (organizações não americanas) que são negociáveis na Bolsa de Nova York, nos Estados Unidos, sendo títulos que representam ações, os quais podem ser negociados tanto no mercado secundário quanto no principal, tendo seu valor estipulado em dólares americanos. Ainda conforme esse autor, os ADRs podem ser transferidos, resgatados e liquidados conforme os padrões e as práticas do mercado bursátil norte-americano e, desta forma, também os juros e dividendos relativos aos títulos são pagos em dólares americanos. Conforme afirmam Lores, Gonçalves e Pardini (2017), os American Depositary Receipts dizem respeito a títulos que representam valores mobiliários, tais como ações e outros, relativos a ações e direitos de títulos que são emitidos no exterior por meio de instituições depositárias. No caso específico dos ADRs, esses certificados são negociados e emitidos para o mercado de capitais dos Estados Unidos da América, sendo esses, normalmente, garantidos por meio das ações de empresa sediada em país estrangeiro (não americano). Segundo Marcon (2002), os ADRs correspondem a títulos que podem ser negociáveis no mercado dos Estados Unidos, sendo valorados em dólares americanos e lastreados por uma ou mais ações de empresas com sede em diversos países. o mercado para esses títulos se desenvolveu e começou a ser procurado por países emergentes ou em desenvolvimento a fim de captar recursos no mercado americano, correspondendo a um modo dos investidores americanos poderem diversificar seus investimentos em ações de empresas de países não americanos, sempre buscando ter menores riscos e, claro, mais possibilidades de ganhos.Figura 22 - ADRs são certificados que correspondem a títulos Fonte: flaticon/freepik.com Ainda conforme esse autor, por outro as empresas de outros países que têm buscado lançar os American Depositary Receipts têm experimentado efeitos benéficos desses lançamentos, influenciando o custo de seus capitais próprios, uma vez que representam uma boa fonte de captação de recursos no exterior, sobretudo quanto à diversificação e à minimização de riscos inerentes às variáveis presentes nos mercados de capitais de seus países de origem (domésticos), sendo que tais lançamentos apresentam efeitos benéficos para essas empresas, investidores e outros agentes importantes desse mercado, uma vez que reduzem os custos de capital, melhoram a imagem das organizações que os emitem e tendem a aumentar a liquidez geral de suas ações, também no mercado de seus países de origem. Conforme afirma Ferreira (2001), há de se esclarecer que, em geral, os Depositary Receipts tendem sempre a utilizar as práticas pertinentes aos mercados nos quais as ações são normalmente custodiadas e/ou negociadas. Por exemplo, sua negociação pode ocorrer em mercados onde a moeda local utilizada não for o dólar americano, como no Mercado Europeu, na Bolsa de Luxemburgo ou da Inglaterra, onde tais ativos não estejam diretamente listados no mercado primário, em suas bolsas de valores ou em mercados over-the-counter (OTC), também conhecido como mercado secundário, o qual pode ocorrer diretamente entre as instituições autorizadas e os chamados dealers (revendedores) ou com outras organizações. Ainda segundo esse autor, no mercado norte-americano pode-se dizer que os títulos que não são americanos de negociação mais comum são os seguintes: New York shares - São títulos utilizados por empresas não norte-americanas que também apresentam suas ações negociadas apenas em mercados de ações de outros países e que possam oferecer os mesmos benefícios dos Depositary Receipts. Porém estes, normalmente, não apresentam a mesma eficiência daqueles, uma vez que os Depositary Receipts exigem alguns aspectos quanto às diferenças existentes no mercado financeiro do país de origem da companhia e nas práticas do mercado norte-americano, dificultando sua criação direta.American Depositary Receipts (ADRs) Também conhecidos como Global Depositary Receipts (GDRs), apresentam aspectos legais, técnicos, administrativos e operacionais bem semelhantes, sendo os Depositary Receipts alcunhados de global apenas devido a aspectos quanto ao lançamento desses títulos e suas estratégias. Segundo Ferreira (2001), no que concerne aos tipos de recibos de depósitos (Depositary Receipts) utilizados no mercado norte-americano, podem ser observados os seguintes: Sponsored Correspondem aos títulos de emissão por depositários autorizados pelas empresas que detêm um contrato de prestação de serviços chamado de "acordo de depósito". Ele permite que a empresa detentora dos títulos tenha um controle maior das operações realizadas pelo depositário e, também, maior flexibilidade quanto às eventuais necessidades de aumento de capital e quanto à listagem das ações no mercado americano. sponsored pode ser de nível I, II e III, os quais serão comentados mais abaixo. Unsponsored Dizem respeito a títulos emitidos diretamente pelos depositários (um ou mais) a fim de atender a procura existente no mercado. Porém, nesse caso, não existe um acordo formalizado entre a empresa emissora das ações e o(s) depositário(s), o que leva tais títulos a terem uma aceitação muito menor no mercado, além de envolverem custos elevados para sua colocação no mercado. Private Placement Depositary Receipts- Correspondem a colocações privadas de títulos por empresas que querem ter acesso ao mercado norte-americano e também aos de outros países. Nesses casos, a chamada Rule 144A (Regra 144A) diz respeito à faculdade de uma empresa poder buscar o aumento de seu capital por meio da colocação privada de títulos, oferecendo-os diretamente para determinados investidores institucionais qualificados, como a vantagem de dispensar a organização da apresentação de suas demonstrações respeitando os princípios norte-americanos sem ter de submetê-los às normas da SEC (órgão de controle econômico americano) e outros requisitos. Conforme afirmado por Ferreira (2001), no caso do Sponsored Level 1 (Nível 1), esse corresponde à forma mais simples de colocação no mercado americano de Depositary Receipts por empresas que não sejam americanas, permitindo seu mais fácil acesso ao mercado. Devido aos Depositary Receipts estarem mais direcionados ao mercado secundário, onde são realizados pela companhia financeira emissora dos EUA, e serem títulos geralmente negociados em mercado secundário, eles tendem a facilitar as negociações devido ao fato da organização não ter de se submeter às normas da SEC nem às demais exigências relativas às demonstrações contábeis das empresas americanas. Isso proporciona à entidade a possibilidade de desenvolver programas a fim de captar recursos do mercado americano (investimentos) sem a necessidade de realizar grandes alterações em seus processos de divulgação de informações, o que torna mais rápido o acesso da organização ao mercado norte-americano, com grande volume de negociações nesse mercado devido a benefícios proporcionados aos investidores, inerentes a essa forma de colocação. Ainda segundo esse autor, no que concerne aos sponsored level e III (níveis e III), as empresas que querem listar seus Depositary Receipts na bolsa americana precisam ter seu registro aprovado pela SEC, respeitar as normas americanas de divulgação e outros aspectosinerentes a colocação desses papéis. Eles facilitam também a colocação desses títulos em outros mercados. o nível não envolve aumento de capital novo, mas apenas o listamento, e o nível III atende às normas da SEC de forma integral e, por isso, tendem a gerar nos possíveis investidores maior interesse, sobretudo por disporem de maior flexibilidade de negociação no mercado americano. No que diz respeito aos aspectos afetos à negociação dos American Depositary Receipts, observa-se que sua emissão ocorre a partir da contratação de corretores pelos investidores a fim de requerer a aquisição desses títulos, sendo que, normalmente, o corretor procede a aquisição das ações ordinárias que representam o referido investimento e emite os Depositary Receipts que as representam, custodiados em uma instituição financeira. Há de se observar que os investidores não estão diretamente envolvidos nesses modelos de negociação chamados de cross border, apenas recebendo um valor que seria correspondente aos Depositary Receipts que serão emitidos ou ao montante relativo a sua liquidação. Assim, pode-se que os corretores é que recebem os dólares americanos dos investidores na referida data de liquidação dos títulos e realizam o pagamento na moeda local correspondente. Nesse sentido, segundo Ferreira (2001), pode-se que os riscos inerentes ao câmbio são assumidos pelo corretor responsável pela operação, sendo um risco associado diretamente à necessidade da aquisição do quantitativo de ações ordinárias que possam lastrear a emissão dos certificados. Assim que adquiridas, as ações são tempestivamente entregues ao banco depositário, que é imediatamente notificado e, então, emite os Depositary Receipts, sendo entregues ao corretor, que por sua vez envia-os ou entrega-os ao investidor. Ainda segundo esse autor, conforme já comentado nos tipos de Depositary Receipts, em alguns casos, ao invés de adquirir as ações ordinárias em seu mercado local, as quais iriam lastrear os certificados, esses corretores podem já deter uma quantidade (posição) em ações ordinárias mais do que suficiente para a realização da conversão em recibos de depósito. Há de se esclarecer que as áreas operacionais das corretoras envolvidas decidem a realização da aquisição das ações ordinárias dessas empresas em seus mercados de capitais locais, as quais os convertem em Depositary Receipts ou adquirirem diretamente os Depositary Receipts que já estiverem à venda no mercado americano a fim de atender à necessidade de seus clientes. Existe também, em alguns casos, a possibilidade de transferência desses Depositary Receipts emitidos entre diferentes mercados, sendo passíveis de livre negociação no mercado norte- americano. Ocorre apenas uma transferência de titularidade desses Depositary Receipts para outros investidores interessados, desde que sejam rigorosamente cumpridas as regras do mercado norte-americano quanto à custódia e liquidação desses títulos, sendo tal negociaçãodentro do mercado chamada de intra-market trading, ocorrendo de forma semelhante a de outras operações de títulos norte-americanos. Figura 23 - Relação entre as cotações e ADRs Legenda: Relação entre as Cotações no Mercado Local e dos Depositary Receipts no Mercado Americano Fonte: OpenClipart- Vectors/pixabay.com Conforme afirma Ferreira (2001), o cancelamento desses títulos ocorre quando seus adquirentes resolvem vender seus Depositary Receipts, necessitando inicialmente notificar seus corretores, os quais podem, simplesmente, realizar a venda no próprio mercado norte-americano em uma operação intra-market trading. Uma alternativa, se for o caso, é a opção de vender as ações ordinárias da empresa que estavam custodiadas (representativas do Depositary Receipts) no próprio mercado do país da empresa emissora em uma operação que se chama cross border, conforme seja mais vantajoso para o corretor, sem ter um envolvimento direto do investidor nessa negociação, o qual recebe apenas o valor acordado com o corretor relativo à venda do Depositary Receipts. Ainda conforme esse autor, a fim de terminar essa operação, no caso do cross border, o corretor, após vender as ações no mercado local da empresa emissora, procederá o cancelamento dos Depositary Receipts no banco depositário, e o banco custodiante procederá a entrega dos títulos (ou da posição escritural) referentes às ações correspondentes para o investidor (ou a seu corretor) que as adquiriu no mercado de capitais interno (do país da empresa emissora). Apesar de ser um exemplo bastante hipotético, que dificilmente ocorrerá na prática, caso o corretor não verifique um diferencial expressivo em realizar o cross border ou o intra market trading, isto é, em caso de que os mercados estejam em equilíbrio, deverão ser avaliados os demais custos e o tempo envolvido para a escolha da melhor operação para o corretor, o qual poderá, também, verificar o melhor momento para obter o preço adequado, o que costuma se refletir na manutenção de posição acionária do corretor no país de origem de emissão das ações.Conforme afirmado por Ferreira (2001), por vezes pode-se encontrar uma melhor situação de negociação para os Depositary Receipts no mercado interno americano e outras vezes, até, podem ser verificadas condições melhores no mercado interno do país de origem da empresa que emitiu as ações ordinárias, onde se verifica que o preço de abertura dos Depositary Receipts baseia-se nas cotações de encerramento do dia anterior naquele país (da empresa emissora). Da mesma forma, os preços de encerramento dos Depositary Receipts no mercado americano podem influenciar os preços de abertura das ações no mercado interno do país emissor. Porém, se o mercado interno estiver fechado, as cotações dos recibos de depósito podem flutuar de acordo com as forças normais de oferta e procura e o fluxo de informação disponível. Ainda conforme esse autor, há percepção de que a liquidez dos Depositary Receipts tende a ser maior ou semelhante às cotações das ações ordinárias da mesma organização no mercado de capitais de seu país de origem, uma vez que os Depositary Receipts estão associados às ações ordinárias e, além disso, pode haver maior procura de investidores quanto à sua emissão ou sua negociação, o que acaba também influenciando seus preços no mercado. No ponto de vista de algumas empresas, por vezes o mercado de capitais americano pode ser, em alguns momentos, o principal local das negociações de seus títulos e, assim, as cotações do mercado americano teriam uma influência maior em seus preços. De igual modo, caso uma empresa estrangeira (fora do mercado americano) realize um oferecimento de novos títulos, sendo parte desses Depositary Receipts, há a entrega da parte correspondente a estes ao banco depositário que realiza a emissão dos Depositary Receipts, entregando-os aos corretores de forma a ser iniciado seu oferecimento aos investidores no mercado americano, possibilitando emissões, cancelamentos ou transferências. Existe uma certa relação teórica entre a ação da empresa negociada em seu mercado local e os Depositary Receipts que são negociados no mercado acionário americano, como já verificado anteriormente. Porém, em alguns casos, ocorre que alguns Depositary Receipts específicos podem não guardar essa relação, uma vez que a demanda dos investidores americanos pode ser bem maior do que a demanda desses no mercado local e vice-versa, o que levará a certa disparidade nas cotações dos Depositary Receipts em relação às das ações em seus mercados locais. Nesses casos, pode-se dizer que os ADRs estão sendo negociados com ágio (prêmio) ou deságio (desconto) em relação ao mercado de origem da ação ordinária.Dica Apesar de ser bastante intuitiva e de fácil compreensão, a metodologia de observação das curvas em gráficos de análise técnica de ações exige treino. investidor precisa reconhecer pequenas nuances e tentar prever comportamentos futuros das cotações das ações baseados em sua evolução anterior, sendo recomendável o uso de outras ferramentas e metodologias a fim de fornecer informações mais balizadas. Mesmo assim, devido à grande quantidade de variáveis influenciadoras, existe risco, o qual deve ser considerado quando da realização dos investimentos. Videoaula - Dividendos e juros sobre capitais próprios (JCP) Escaneie a imagem ao lado com um app QR code para assistir o vídeo ou clique aqui [https://player.vimeo.com/video/467870571]2 Bolsas de valores e outros aspectos Dividendos, juros sobre capitais próprios (JCP), desdobramento e 2.3 grupamento de ações 2.3.1 Dividendos e juros sobre capitais próprios (JCP) Os dividendos correspondem à parte dos lucros da empresa que representa um valor diretamente distribuído aos acionistas, sendo que, no Brasil, equivale a um mínimo de vinte e cinco por cento do lucro líquido, o qual é pago na proporção da quantidade de ações possuídas pelo acionista. Normalmente, os dividendos correspondem à parte dos lucros que foram obtidos em determinado período por uma empresa, sendo afetos ao exercício atual ou a exercícios anteriores. Nos casos em que o percentual é omisso nos estatutos, a legislação prevê a distribuição mínima de 50% do lucro líquido ajustado. Os dividendos são isentos de Imposto de Renda Pessoa Os juros sobre o capital próprio (JCP) correspondem a uma remuneração do capital do acionista pela taxa de juros em dinheiro, sendo a remuneração sujeita a uma retenção de imposto de renda na fonte, a qual tende a fornecer benefício fiscal para a empresa em relação ao pagamento do dividendo, o qual não fornece tal benefício. 2.3.2 Desdobramentos e grupamentos de ações Figura 24 - Realização de desdobramentos e/ou de grupamentos 10000 8000 6000 4000 2000 0 -2000 2 10 Legenda: Destaca aspectos quantos aos desdobramentos ou grupamentos realizados a fim de melhorar a negociação das ações da empresa Fonte: Images/pixabay.com Os desdobramentos de ações, também chamados de splits, dizem respeito ao ato de divisão das ações de determinada companhia existente no mercado, contudo, sem alterar os valores relativos ao investimento. Tal operação tende a ocorrer quando a alta administração da empresa emitente das ações busca aumentar a quantidade de suas ações que estão em circulação nomercado, com o intento de melhorar a realização das negociações na bolsa de valores, uma vez que, com tal procedimento realizado (desdobramento das ações), haverá uma redução das cotações de suas ações, o que poderá facilitar negociações, alcançando mais investidores (pulverização). No caso do grupamento de ações, também conhecido como inplit, trata-se de aspecto inverso ao split, isto é, corresponde à operação da reunião de agrupamento de duas ou mais ações em uma. Essas operações também não alteram os valores dos investimentos já realizados pelos investidores, uma vez que a intenção da organização ao realizar o grupamento (inplit) visa ao desejo de aumentar o valor de cada ação, de forma a possibilitar que a negociação em bolsa de valores ocorra de forma mais fácil ou que essa seja mais atrativa aos investidores, pois uma cotação muito baixa pode dificultar a realização das operações de compra e venda. Videoaula - Desdobramentos e grupamentos de ações Escaneie a imagem ao lado com um app QR code para assistir o vídeo ou clique aqui [https://player.vimeo.com/video/467870961]Exercícios de fixação Complete a Sentença: o diz respeito ao ambiente de negociação onde são realizadas operações com as ações que já foram anteriormente lançadas e que, após seu Selecione... , passam a ser negociadas nesse mercado, que diz respeito ao Selecione... e à Selecione... Avalie a afirmativa a seguir, informando se é Verdadeira ou Falsa: As bolsas de valores são entidades autorreguladas que apresentam como função a de manter padrões éticos em suas negociações com todos os envolvidos na compra e venda de ações, bem como proporcionar um local adequado ou sistema funcional a fim de realizar corretamente as transações de compra e venda de ações pelos investidores, mantendo aspectos de liberdade e de abertura necessários. Verdadeiro Falso Avalie a afirmativa a seguir, informando se é Verdadeira ou Falsa: o papel das entidades de autorregulação no mercado de capitais, isto é, das bolsas de valores, é fundamental em qualquer país do mundo no que concerne à manutenção da organização desse mercado, já que desempenham funções auxiliares da supervisão e da fiscalização, na medida em que divulgam informações e tendem a orientar o funcionamento do mercado de capitais. Verdadeiro Falso

Mais conteúdos dessa disciplina