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108108 Planejamento das naVegações Périplo africano: chegada às Índias contornando a África 1415 – Conquista de Ceuta 1419 e 1445 – ilhas do Atlântico 1434 – Cabo Bojador 1488 – Cabo da Boa Esperança 1498 – Calicute (chegada às Índias) Colombo e o projeto de chegar às Índias viajando em direção ao Ocidente 1492 – Chegada à América § Árabes foram expulsos da península Ibérica somente em 1492, fato que atrasou a formação do Estado espanhol e, portanto, a expansão marítima comercial. ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ riValidade entre Portugal e esPanha § Comércio de especiarias e o monopólio italiano sobre o Mediterrâneo § Necessidade de metais preciosos § Centralização monárquica § Progresso técnico e científico § Bula inter coetera § Tratado de Tordesilhas (1494) ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ 109109 Exercícios 1. (UFSM) O ano de 1998 marca os quinhentos anos do Descobrimento do Brasil, pois, “Em 1498, D. Manuel ordenava que Duarte Pache- co Pereira navegasse pelo Mar Oceano, a par- tir das ilhas de Cabo Verde até o limite de 370 léguas (estipuladas pelo Tratado de Tordesi- lhas). É esta a primeira viagem, efetivamente conhecida pelos portugueses, às costas do li- toral norte do Brasil“. (FRANZEN, Beatriz. A presença portuguesa no Brasil antes de 1500. In: Estudos leopoldenses. São Leopoldo: Unisinos, 1997, p. 95.) Esse fato fez parte: a) da expansão marítimo-comercial europeia, que deslocou o eixo econômico do Mediterrâ- neo para o Atlântico. b) da expansão capitalista portuguesa, em sua fase mercantil-colonial plenamente consoli- dada no Brasil. c) do avanço marítimo português, tendo Duar- te Pacheco Pereira papel relevante na espio- nagem e pirataria no Atlântico. d) do processo de instalação de feitorias no Bra- sil, pois Duarte Pacheco Pereira criou a pri- meira feitoria, São Luiz do Maranhão. e) das expedições exploradas do litoral brasileiro, cujo papel de reconhecimento econômico e ge- ográfico coube a Duarte Pacheco Pereira. 2. As razões do pioneirismo português na ex- pansão marítima dos séculos XV e XVI foram: a) a invasão da península Ibérica pelos árabes e a conquista de Calicute pelos turcos. b) a assinatura do Tratado de Tordesilhas por Portugal e pelos demais países europeus. c) um Estado Liberal centralizado, voltado para a acumulação de novos mercados consumidores. d) As guerras religiosas, a descentralização política do Estado e o fortalecimento dos laços servis. e) uma monarquia centralizada, interessada no comércio de especiarias. 3. (Fuvest) Sobre o Tratado de Tordesilhas, assi- nado em 7 de junho de 1494, pode-se afirmar que objetivava: a) demarcar os direitos de exploração dos pa- íses ibéricos, tendo como elemento propul- sor o desenvolvimento da expansão comer- cial marítima. b) estimular a consolidação do reino português, por meio da exploração das especiarias afri- canas e da formação do exército nacional. c) impor a reserva de mercado metropolitano, por meio da criação de um sistema de monopólios que atingia todas as riquezas coloniais. d) reconhecer a transferência do eixo do comércio mundial do Mediterrâneo para o Atlântico, de- pois das expedições de Vasco da Gama às Índias. e) reconhecer a hegemonia anglo-francesa sobre a exploração colonial, após a destruição da Invencível Armada de Felipe II, da Espanha. 4. (Enem) Todo homem de bom juízo, depois que tiver realizado sua viagem, reconhecerá que é um milagre manifesto ter podido escapar de todos os perigos que se apresentam em sua pe- regrinação; tanto mais que há tantos outros aci- dentes que diariamente podem aí ocorrer que seria coisa pavorosa àqueles que aí navegam querer pô-los todos diante dos olhos quando querem empreender suas viagens. J. PT. “Histoire de plusieurs voyages aventureux”. 1600. In: DELUMEAU, J. História do medo no Ocidente: 1300- 1800. São Paulo. Cia. das Letras. 2009 (adaptado). Esse relato, associado ao imaginário das via- gens marítimas da época moderna, expressa um sentimento de: a) gosto pela aventura. b) fascínio pelo fantástico. c) temor do desconhecido. d) interesse pela natureza. e) purgação dos pecados. 5. (Uern) O velho do Restelo Dura inquietação d’alma e da vida, Fonte de desamparos e adultérios, Sagaz consumidora conhecida De fazendas, de reinos e de impérios: Chamam-te ilustre, chamam-te subida, Sendo dina de infames vitupérios; Chamam-te Fama e Gloria soberana, Nomes com quem se o povo néscio engana! A que novos desastres determinas De levar estes reinos e esta gente? Que perigos, que mortes lhe destinas Debaixo dalgum nome preminente? Que promessas de reinos, e de minas D'ouro, que lhe farás tão facilmente? Que famas lhe prometerás? que histórias? Que triunfos, que palmas, que vitórias? (Luís de Camões. Os lusíadas, Canto IV. Disponível em: . O contexto descrito no poema remete à expan- são ultramarina portuguesa dos séculos XV e XVI. Uma das causas do pioneirismo português nas Grandes Navegações foi: a) o desenvolvimento industrial, que possibili- tou a utilização de tecnologias de ponta na empreitada ultramarina. b) a hegemonia comercial lusa, ou seja, Por- tugal, controlava o comércio mediterrâneo, principalmente na rota veneziana. c) a centralização político-administrativa, pois Portugal já era um Estado nacional, aliás, o primeiro a se formar na Europa. 110110 d) a acumulação primitiva do capital, empreen- dida por Portugal na Revolução de Avis, que colocou a nobreza no comando da nação. 6. (Unicamp) Alexandre Von Humboldt (1769- 1859) foi um cientista que analisou o pro- cesso das descobertas marítimas do século XVI, classificando o como um avanço cien- tífico ímpar. A descoberta do Novo Mundo foi marcante porque os trabalhos realizados para conhecer sua geografia tiveram incon- testável influência no aperfeiçoamento dos mapas e nos métodos astronômicos para de- terminar a posição dos lugares. Humboldt constatou a importância das viagens impu- tando lhes valor científico e histórico. (Adaptado de: DOMINGUES, H.B. “Viagens científicas: descobrimento e colonização no Brasil no século XIX”. In: HEIZER, Alda; VIDEIRA, Antonio A. Passos. Ciência, civilização e império nos trópicos. Rio de Janeiro: Acess, 2001, p. 59.) Assinale a alternativa correta. a) O tema dos descobrimentos relaciona-se ao estudo da inferioridade da natureza america- na, que justificava a exploração colonial e o trabalho compulsório. b) Humboldt retoma o marco histórico dos des- cobrimentos e das viagens marítimas e reco- nhece suas contribuições para a expansão do conhecimento científico. c) Os conhecimentos anteriores às proposições de Galileu foram preservados nos mapas, métodos astronômicos e conhecimentos geográficos do mundo resultantes dos descobrimentos. d) Os descobrimentos tiveram grande repercussão no mundo contemporâneo por estabelecer os pa- râmetros religiosos e sociais com os quais se ex- plica o processo da independêncianas Américas. Leia o texto e observe o mapa para respon- der às questões 7 e 8. Nem existia Brasil no começo dessa história. Existiam o Peru e o México, no contexto pré- -colombiano, mas Argentina, Brasil, Chile, Esta- dos Unidos, Canadá, não. No que seria o Brasil, havia gente no Norte, no Rio, depois no Sul, mas toda essa gente tinha pouca relação entre si até meados do século XVIII. E há aí a questão da navegação marítima, torna-se importante aprender bem história marítima, que é ligada à geografia. [...] Essa compreensão me deu mui- ta liberdade para ver as relações que Rio, Per- nambuco e Bahia tinham com Luanda. Depois a Bahia tem muito mais relação com o antigo Daomé, hoje Benin, na Costa da Mina. Isso for- mava um todo, muito mais do que o Brasil ou a América portuguesa. [...] Nunca os missioná- rios entraram na briga para saber se o africa- no havia sido ilegalmente escravizado ou não, mas a escravidão indígena foi embargada pelos missionários desde o começo, e isso também é um pouco interesse dos negreiros, ou seja, que a escravidão africana predomine. [...] A escra- vização tem dois processos: o primeiro é a des- personalização, e o segundo é a dessocialização. (Luiz Felipe de Alencastro. Entrevista a Mariluce Moura. “O observador do Brasil no Atlântico Sul”. In: Revista Pesquisa Fapesp, no 188, outubro de 2011.) 7. (Unesp 2020) O texto estabelece a formação do Brasil a partir da navegação marítima, o que implica reconhecer a importância a) da imposição de uma lógica global de comér- cio e da dissolução das fronteiras entre os territórios colonizados na América. b) do domínio colonial de Portugal sobre o li- toral africano e da intermediação espanhola no tráfico escravagista. c) do controle das rotas marítimas por navega- dores italianos e da conformação do concei- to geográfico de Ocidente. d) da constituição do espaço geográfico do Atlântico Sul e da relação estabelecida entre os continentes americano e africano. e) do surgimento do tráfico de africanos escra- vizados e das relações comerciais do Brasil com a América espanhola. 8. (Unesp 2020) A “despersonalização” e a “dessocialização” dos escravizados podem ser associadas, respectivamente, a) ao fato de que os escravos eram identificados por números marcados a ferro e à interdição do contato entre os cativos e seus senhores. b) à noção do escravo como mercadoria e ao fato de que os africanos eram extraídos de sua comunidade de origem. c) à noção do escravo como tolerante ao traba- lho compulsório e ao fato de que ele era proi- bido de fazer amizades ou constituir família. d) ao fato de que os escravos eram etnologica- mente indistintos e à proibição de realização de festas e cultos. e) à noção do escravo como desconhecedor do território colonial e ao fato de que ele não era reconhecido como brasileiro.