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CENTRO UNIVERSITÁRIO CIDADE VERDE - UNICV JOSÉ RICARDO BEZERRA DA COSTA ASPECTOS DA ESCRAVIDÃO NO BRASIL: CONHECIMENTO QUE FAZ A DIFERENÇA NA HISTÓRIA SÃO PAULO/SP 2024 CENTRO UNIVERSITÁRIO CIDADE VERDE - UNICV JOSÉ RICARDO BEZERRA DA COSTA ASPECTOS DA ESCRAVIDÃO NO BRASIL: CONHECIMENTO QUE FAZ A DIFERENÇA NA HISTÓRIA Trabalho de conclusão de curso apresentado como requisito parcial à obtenção do título de Licenciatura em História. SÃO PAULO/SP 2024 RESUMO A escravidão no Brasil é um tema complexo que desempenha um papel significativo na história do país e tem repercussões profundas em vários aspectos da sociedade brasileira. A escravidão moldou profundamente a estrutura social brasileira. Estabeleceu-se uma hierarquia racial, na qual os negros escravizados ocupavam o nível mais baixo, enquanto os brancos detinham o poder e os privilégios. A escravidão trouxe consigo diversas tradições culturais, religiosas, musicais e culinárias que contribuíram para a formação da identidade nacional. O movimento abolicionista, composto por diversos setores da sociedade brasileira, lutou pela abolição da escravidão, que finalmente ocorreu em 1888, com a assinatura da Lei Áurea pela princesa Isabel. No entanto, a abolição não significou o fim das desigualdades raciais no Brasil, e os efeitos da escravidão ainda são sentidos atualmente. Os aspectos da escravidão no Brasil são fundamentais para entender a história e a sociedade do país. A escravidão moldou a estrutura social brasileira, estabelecendo uma hierarquia racial que persiste até hoje. A herança deixada pela escravidão continua a influenciar as dinâmicas sociais, econômicas e culturais brasileiras, destacando a importância de refletir sobre esse período e suas consequências para construir uma sociedade mais justa e igualitária. PALAVRAS-CHAVE: Escravidão. História. Atualidade. Dificuldade. INTRODUÇÃO O presente trabalho trata-se de um trabalho de conclusão do curso de 2º Licenciatura em História, que abordará o tema aspectos da escravidão no Brasil: Conhecimento que faz a diferença na história, assim, surgiu a necessidade de alguns questionamentos relativos à maneira de abordagem sobre o tema em estudo, ressaltando algumas dificuldades em lidar com a apresentação deste conteúdo e compreender sua posição crítica diante desse fato que é pertinente ainda atualmente, onde foi necessário fazer algumas pesquisas de artigos científicos sendo a contribuição destes fundamental para compreender a necessidade do posicionamento diante do tema escravidão. A história da escravidão no Brasil é marcada por uma complexa teia de aspectos sociais, econômicos e culturais que deixaram um legado profundo na formação do país. Desde os primórdios da colonização, a mão de obra escrava desempenhou um papel central na construção da economia brasileira, influenciando não apenas o desenvolvimento econômico, mas também moldando as estruturas sociais e políticas da nação. Ao longo dos séculos, a escravidão no Brasil assumiu diversas formas, desde o trabalho forçado nas plantações de cana-de-açúcar e nas minas de ouro até as atividades domésticas e urbanas. Essa diversidade de contextos evidencia a complexidade do sistema escravista e suas múltiplas ramificações na sociedade brasileira. Contudo, além das dimensões econômicas e sociais, é fundamental reconhecer o papel do conhecimento na perpetuação e na resistência à escravidão. Por um lado, o conhecimento técnico e agrícola trazido pelos africanos escravizados foi crucial para o sucesso de muitas atividades econômicas no Brasil colonial. Suas habilidades na agricultura, metalurgia, medicina e outras áreas contribuíram significativamente para a economia e a cultura do país. Por outro lado, a busca pelo conhecimento também foi uma estratégia de resistência e de luta contra a opressão. Mesmo diante das condições desumanas impostas pelo sistema escravista, muitos escravizados encontraram maneiras de preservar sua identidade cultural, suas línguas e suas tradições. Além disso, o acesso ao conhecimento, seja por meio da religião, da educação clandestina ou da transmissão oral de histórias e saberes, foi essencial para a organização de movimentos de resistência e de luta pela liberdade. Assim, ao examinar os aspectos da escravidão no Brasil, é fundamental compreender o papel central que o conhecimento desempenhou nesse processo histórico. Seja como instrumento de exploração e dominação, seja como ferramenta de resistência e emancipação, o conhecimento foi um elemento-chave que fez a diferença na trajetória do país e na vida daqueles que foram submetidos ao jugo da escravidão. DESENVOLVIMENTO Quando se trata do conteúdo escravidão no passado e na atualidade, é possível observar dificuldades na compreensão das informações dos enunciados envolvendo a escravidão e seu posicionamento. Nesse sentido, assevera os Parâmetros Curriculares Nacionais de História: [...] Um currículo de História é, sempre, produto de escolhas, visões, interpretações, concepções de alguém ou de algum grupo que, em determinados espaços e tempos, detém o poder de dizer e fazer. Os currículos de História sejam aqueles produtos das políticas públicas ou da indústria editorial, sejam os currículos construídos pelos professores na experiência cotidiana da sala de aula – expressam visões e escolhas, revelam tensões, conflitos, acordos, consensos, aproximações e distanciamentos. (SILVA; FONSECA, 2010, p. 16-17). Sendo assim, surge a necessidade de buscar respostas para questionamentos frente as dificuldades na compreensão de informações referentes ao tema escravidão. Dessa forma, configurou-se assim um cenário de investigação a respeito do conhecimento e da aprendizagem desse conteúdo. Nesse sentido, (SIMAN, 2003: 119), enfatizam: [...] “pensar historicamente supõe a capacidade de identificar e explicar permanências e rupturas entre o presente/passado e futuro, a capacidade de relacionar os acontecimentos e seus estruturantes de longa e média duração em seus ritmos diferenciados de mudança; capacidade de identificar simultaneidade de acontecimentos no tempo cronológico; capacidade de relacionar diferentes dimensões da vida social em contextos sociais diferentes. Supõe identificar, no próprio cotidiano, nas relações, nas ações políticas da atualidade, a continuidade de elementos do passado, reforçando o diálogo passado/presente. Como desenvolver nos alunos esse modo de pensar? Advogamos a favor da ideia de que devamos introduzi-los mais cedo possível nessa tarefa, pois o seu desenvolvimento não é inato e, muito mais cedo do que pensamos, as crianças podem, por meios diversos, iniciarem-se em modos de pensar a História.” (SIMAN,2003:119). Portanto, podemos dizer que a importância deste estudo se justifica porque o tema abordado está relacionado com tudo que se aprende nas séries iniciais: na concepção de história, na compreensão da elaboração de conteúdos e do significado das letras que representam orgulho pela descendência e inspiração para mudar conceitos. No ensino de história há uma necessidade constante de frisar que as experiências dos dias passados nos orientam no presente para refletir boas ações no futuro. O debate sobre escravidão nos leva a outro tema relevante na atualidade, a questão do trabalho escravo. A temática suscita reflexões críticas a respeito de questões sociais contemporâneas, como direitos trabalhistas e fluxos migratórios atuais por meio dos processos de aprendizagem. Em algumas sociedades, desde os tempos mais distantes, os escravos eram legitimamente definidos como um produto. Os preços modificavam-se conforme as condições físicas, habilidades profissionais, sexo, idade, procedência e o destino. Ao abordar o tema escravidão, nos deparamos com as ações dos europeusque superlotavam os porões de seus navios de homens trazidos da África independente de suas vontades e que foram colocados à venda de forma desumana e cruel por toda a América. Entretanto, a escravidão é bem mais antiga do que o tráfico do povo africano. Ela é tão antiga quanto à própria história, quando os povos derrotados em batalhas eram escravizados por seus conquistadores. Neste caso, citamos como exemplo os hebreus, que foram vendidos como escravos desde o começo da História. Grande parte das antigas civilizações empregavam e necessitavam do trabalho escravo para a execução de tarefas mais pesadas e rudimentares. Lembramos aqui de Roma e Grécia que possuíam, um grande número de escravos; no entanto, a maioria de seus escravos eram bem tratados e tiveram a oportunidade de comprar sua liberdade. No Brasil, a escravidão teve seu início quando iniciaram a produzir açúcar na primeira metade do século XVI. Os escravos eram usados como mão-de-obra nos engenhos de açúcar da região nordeste do Brasil. Eram vendidos como se fossem mercadorias pelos comerciantes de escravos portugueses. Os mais saudáveis chegavam a valer o dobro daqueles mais fracos ou velhos. Os escravos eram transportados da África para o Brasil nos porões de navios negreiros e vinham amontoados, em condições desumanas, muitos morriam antes de chegar ao Brasil, e seus corpos eram deixados no mar. Quando chegavam às fazendas de açúcar ou nas minas de ouro (a partir do século XVIII), os escravos eram tratados da pior maneira possível. Trabalhavam excessivamente (de sol a sol), recebiam uma alimentação precária e suas roupas eram trapos. A noite recolhiam-se nas senzalas (galpões escuros, úmidos e com pouca higiene) e eram acorrentados para evitar fugas. Constantemente eram castigados fisicamente, sendo que o açoite era a punição mais comum no período do Brasil colonial. Eram ainda proibidos de praticarem a sua religião de origem africana ou de realizar suas festas e rituais africanos, dentre outras obrigações. Na clandestinidade, realizavam seus rituais, praticavam suas festas, conservaram suas representações artísticas e desenvolveram uma arte marcial disfarçada de dança, a Capoeira. Faz-se compreensível como ressaltado por Guimarães (2012), que foi repugnantemente fundamental a influência da hierarquia colonizadora do Brasil, desde os seus primórdios, para a formação das graves consequências sociais que atingiram o território a partir dessa colonização segregacionista. A somar-se a isto, se sabe que a sociedade brasileira se manteve segregada e hierarquizada mesmo após a conquista da alforria e de direitos e com a transição do Brasil Império para o Brasil República. Diante disso, os abolicionistas entraram na pauta das investigações teóricas a partir do século XVIII, através dos desgastes da legitimidade do processo escravista no Brasil. Assim, cabe apontar variáveis que ponderavam tais aspectos antiescravidão, com influências do contexto vigente, no qual estavam ocorrendo diversas emancipações políticas com ideais de liberdade de diferentes povos, em função da questão dos “direitos de cidadania dos libertos, o pensamento racial emergente nas novas nações […] e com as variadas conjunturas históricas em que as diferentes sociedades escravistas viveram o processo da emancipação escrava ao longo de todo o século XIX.” (RIOS E MATTOS, 2004, p.172-173). [...] Adiante, é imprescindível ressaltar que o ponto de partida da luta pela democratização da cidadania negra no Brasil se manifestou desde a resistência dos africanos escravizados ao sistema colonial do Brasil, que começou a tomar corpo com maior determinação a partir da abolição da escravatura (GUIMARÃES, 2012). Além disso, é perceptível que a transição do período escravista para a liberdade foi o marco fundamental que finalmente concedeu para todo o povo brasileiro a condição de igualdade e liberdade individual perante a lei, influenciando a concepção de cidadania nacional (GARCIA, 1986). É necessário criar uma concepção de como os primeiros anos da República foram complicados para o exercício da liberdade recém conquistada. Sendo assim, retrata-se que os indivíduos eram mais assujeitados do que sujeitos no meio social (GARCIA, 1986), conforme Cação: [...] No dia 13 de maio de 1888, uma lei imperial, a chamada Lei Áurea, deu fim à instituição que por mais de três séculos marcou de maneira profunda a vida cotidiana no Brasil: modos de viver e de pensar, relações de poder, etiquetas de mando e obediência. Desde então, aquele segundo domingo do mês de maio de 1888 deixaria de ser apenas um dia qualquer do calendário para ganhar as páginas da história do país, como um momento fundador, decisivo e crucial. (CAÇÃO; REZENDE FILHO, 2018, p. 370). A Lei n° 3.353, de 13 de maio de 1888 sancionada pela Princesa Isabel, através de seu artigo 1° tornou-se responsável por extinguir a escravidão em território brasileiro expondo o que seria considerado o fim de uma instituição muito lucrativa para os escravistas. Entretanto, a ideologia fundamentada em uma biologia elitista e puramente tendenciosa transcendera a ordem legislativa, fazendo com que os efeitos da escravidão ecoassem hodiernamente, conforme afirma Hobsbawm: [...] Sob a forma de racismo, cujo papel central no século XIX nunca será demais ressaltar, a biologia era essencial para uma ideologia burguesa teoricamente igualitária, pois deslocava a culpa das evidentes desigualdades humanas da sociedade para a “natureza”. (HOBSBAWM, 2008, p. 221). A luta histórica do abolicionismo se divide em dois feitos, primeiro buscou-se a abolição formal legal e logo a efetivação dessa abolição, ainda que muito tenha que ser feito, a Constituição Cidadã contou em sua elaboração com a participação do povo e de uma comissão negra, de acordo com Benedita da Silva (2018), uma das três mulheres negras constituintes, comenta que: [...] A libertação dos escravos foi tímida, porque os escravos foram libertos entre aspas. Não tinha lugar para colocar as crianças, mulheres e idosos. Que mercado de trabalho estava reservado para eles? Que tipo de habitação? Qual era a relação de salário? Qual era também a questão da escolaridade? Havia liberdade nas manifestações culturais? Livres para quê? Para passar fome e uma série de situações. Então, na Constituinte foi o grande momento desse debate. (SILVA, 2018). É muito importante esclarecer sobre as diretrizes do Plano Curricular Nacional direcionado ao ensino da disciplina História que orienta na exposição dos conteúdos frisando que: “O papel fundamental da educação no desenvolvimento das pessoas e das sociedades amplia-se ainda mais no despertar do novo milênio e aponta para a necessidade de se construir uma escola voltada para a formação de cidadãos. A priori, não se aprende História apenas no espaço escolar. As crianças e jovens têm acesso a inúmeras informações, imagens e explicações no convívio social e familiar, nos festejos de caráter local, regional, nacional e mundial. São atentos às transformações e aos ciclos da natureza, envolvem-se com os ritmos acelerados da vida urbana, da televisão e dos videoclipes, são seduzidos pelos apelos de consumo da sociedade contemporânea e preenchem a imaginação com ícones recriados a partir de fontes e épocas diversas. Nas convivências entre as gerações, nas fotos e lembranças dos antepassados e de outros tempos, crianças e jovens socializam-se, aprendem regras sociais e costumes, agregam valores, projetam o futuro e questionam o tempo. O que o sensibiliza molda a sua identidade nas relações mantidas com a família, os amigos, os grupos mais próximos e mais distantes e com a sua geração. O que provoca conflitos e dúvidas estimula-o a distinguir, explicar e dar sentido para o presente, o passado e o futuro, percebendo a vida como suscetível de transformação.” Diante disso, há expectativa em ensinar, inspirar, incentivar os estudantes a serem agentes de mudanças nos pensamentos, ações, perspectivasno meio em que vivem. Nesse sentido, é perceptível que a formação se dá no processo educativo, no fazer-se educador engajado com as questões sociais da realidade da vida dos estudantes. Nessa direção: [...] Paulo Freire contribuiu para a educação ao vislumbrar uma perspectiva dialética para a produção do conhecimento, pela ênfase no direito à palavra, à participação e ao diálogo (DALMAGRO, 2011, p. 65). Envolve explorar profundamente como diferentes formas de conhecimento e eventos históricos contribuíram para moldar a escravidão e suas consequências no país. Sendo eles: · Conhecimento dos Recursos Naturais: Os colonizadores portugueses identificaram a riqueza dos recursos naturais no Brasil, especialmente na produção de cana-de-açúcar, tabaco, café e outros produtos agrícolas. Isso levou à necessidade de uma grande quantidade de mão de obra para explorar esses recursos. · Experiência na Utilização de Escravos: A experiência portuguesa com a escravidão em outras colônias, como nas ilhas do Atlântico e na África, influenciou diretamente a implementação do sistema escravocrata no Brasil. O conhecimento adquirido sobre como controlar e explorar a força de trabalho escrava foi crucial. · Navegação e Rotas Comerciais: O conhecimento marítimo europeu foi aplicado na organização do tráfico transatlântico de escravos. O desenvolvimento de navios mais eficientes e a compreensão das correntes oceânicas permitiram o transporte em larga escala de africanos escravizados para o Brasil. · Racionalização do Processo: O conhecimento sobre o mercado de escravos, incluindo a demanda por diferentes tipos de trabalhadores em diferentes regiões do Brasil, influenciou as práticas de captura, transporte e venda de escravos africanos. · Conhecimento Cultural e Tradicional: Os escravizados trouxeram consigo conhecimentos culturais e tradicionais de seus países de origem, que foram fundamentais para sua resistência e sobrevivência no Brasil. Isso incluiu práticas religiosas, sistemas de medicina tradicional e técnicas agrícolas. · Organização e Estratégias de Resistência: O conhecimento sobre as condições locais, rotas de fuga e pontos fracos do sistema escravocrata permitiu que os escravizados se organizassem em comunidades, quilombos e realizassem atos de resistência, como rebeliões e sabotagens. · Justiça Social e Reparação: O conhecimento sobre as desigualdades estruturais legadas pela escravidão é essencial para promover políticas de justiça social e reparação histórica para as comunidades afrodescendentes no Brasil. Isso inclui medidas como a promoção da igualdade de oportunidades, políticas de inclusão social e o reconhecimento dos direitos culturais e territoriais das comunidades quilombolas. Ao entender como diferentes formas de conhecimento influenciaram a escravidão no Brasil e suas consequências, é possível ter uma visão mais abrangente das dinâmicas sociais, econômicas e culturais que moldaram a história do país e continuam a impactar sua sociedade até os dias de hoje. Na construção do conhecimento ou na aquisição da aprendizagem sobre escravidão, compreender que tal assunto é complexo e diz respeito à grande maioria do povo brasileiro, pois é país mais miscigenado do mundo. Sendo assim, toda a população faz parte da história sobre tal assunto e por isso esse conteúdo deve ser trabalhado com um olhar crítico no sentido de ter uma posição concreta e relacionando as suas diferentes concepções, como sendo: História Africana, Escravidão, História da Humanidade, Trabalho Escravo, Direitos Humanos. CONCLUSÃO Na conclusão, serão sintetizados os principais pontos abordados ao longo do trabalho, reforçando a importância do conhecimento como um elemento central na história da escravidão no Brasil. Além disso, serão sugeridas possíveis áreas para futuras pesquisas e reflexões sobre como os legados desse período ainda reverberam na sociedade brasileira contemporânea. Esse trabalho, cabe inferir que, ao longo deste, foi questionado o motivo pelo qual os negros ainda carecem consciência de que não são mais escravos e que a sua capacidade independe da cor da pele. Percebemos que existem mazelas históricas ignoradas durante as épocas e que mesmo reconhecidas, ainda não se pode falar em igualdade. Em função de que sabemos que foram 331 anos de escravidão e mais 100 anos de discriminação. Sendo assim, tudo isso deve ser feito com o objetivo de desenvolver a capacidade de observar, de extrair informações e de interpretar algumas características da realidade do seu entorno, de estabelecer algumas relações e confrontações entre informações atuais e históricas, de datar e localizar as suas ações e as de outras pessoas no tempo e no espaço e, em certa medida, poder relativizar questões específicas de sua época. Por meio das práticas e estratégias de ensino de história, se faz necessária a discussão acerca das “dificuldades” encontradas , no sentido de obter subsídios para o direcionamento e aprendizado de temas atuais e relevantes para uma sociedade mais justa. REFERÊNCIAS CAÇÃO, Felipe; REZENDE FILHO, Cyro. Papel dos escravos negros após a abolição. Semina – Revista Dos Pós-Graduandos em História da UPF, Passo Fundo, v. 9, n.2, 2014. Disponível em: . Acesso: 20 nov. 2022. GUIMARÃES, Antonio. “Cidadania e retóricas negras de inclusão social”. Lua Nova: Revista de Cultura e Política. São Paulo. n. 85, p. 13-40, 2012. Disponível em:. Acesso em: 20 nov. 2022. HOBSBAWM, Eric. A Era dos Impérios. Paz e Terra. Rio de Janeiro, 2008. Disponível em: . Acesso em: 23 nov. 2022.. BRASIL. Guia de livros didáticos PNLD 2008: História / Ministério da Educação. Brasília: MEC, 2007. (Anos Finais do Ensino Fundamental) BRASIL. Parâmetros curriculares nacionais: História/Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1998. SILVA, Benedita da. Negros ainda lutam por direitos básicos, 30 anos após Constituição. [Entrevista concedida a] Débora Brito. Agência Brasil, Brasília, 2018. Disponível em: . Acesso em: 25 nov. 2022. IBGE. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD). IBGE. 2019. Disponível em: . Acesso em: 20 nov. 2022. BENJAMIN, W. Sobre o conceito da História. In: Obras escolhidas: magia e técnica, arte e política. 3. ed. Trad. Sergio Paulo Rouanet. São Paulo: Brasiliense, 1987. BITTENCOURT, C. (Org.). 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