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Objetivos Específicos Temas • Entender a NBC TA 265 e comunicações de deficiências nos controles internos. Andréia Davanço Augusto Normas e Práticas de Auditoria Aula 09 Professora Autora Comunicações de deficiências nos controles internos (NBC TA 265). Introdução 1 Entendimento dos controles internos 2 Comunicação sobre as deficiências significativas 3 Deficiências significativas de controle interno 4 Comunicação de deficiências de controle interno Considerações finais Referências Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Normas e Práticas de Auditoria 2 Introdução Nesta aula, aprenderemos sobre a responsabilidade do auditor externo em comunicar adequadamente aos membros responsáveis pela governança corporativa e à alta administração da entidade auditada sobre as deficiências de controle interno que foram identificadas na auditoria das demonstrações contábeis. Para tratarmos desses assuntos, estudaremos, principalmente, a Norma Brasileira de Contabilidade – NBC TA 265 – Comunicação de Deficiência de Controle Interno, aprovada pela Resolução do Conselho Federal de Contabilidade (CFC) nº 1.210/2009. 1 Entendimento dos controles internos De acordo com Lins (2014, p. 217): O controle interno pode ser definido como um processo integrado e operado pela empresa como um todo, com a intenção de fornecer razoável segurança tanto às atividades administrativas quanto às operacionais, de forma a diminuir as possibilidades de desvios de ativos, desobediência às normas internas, bem como de erros não intencionais. Pode ser dividido ainda nas seguintes categorias, conforme seu objetivo: (i) confiabilidade das informações geradas; (ii) salvaguarda de ativos; (iii) observância (compliance) às leis e regulamentos aplicáveis; (iv) eficiência e eficácia das operações. É essencial que o auditor, para o adequado uso de seu julgamento profissional, tanto na preparação de seu planejamento do trabalho quanto na execução das análises e conclusão, tenha obtido um nível prévio e adequado de conhecimento dos principais ciclos operacionais de controles internos da entidade auditada, sendo que os ciclos elencados para análises são aqueles com relação direta ou indireta a importantes registros contábeis. Assim, é preciso que o auditor entenda que, dentro de uma corporação, há uma série de atividades de controles internos. No entanto, se estas não forem atividades de controle-chave para os registros contábeis ou elaboração das demonstrações financeiras, não devem ser alvo de testes de auditoria. Segundo a NBC TA 265, o objetivo do auditor independente é o de estabelecer uma comunicação eficiente e eficaz com os responsáveis pela governança corporativa e membros da alta administração, informando-lhes as relevantes deficiências de controles internos identificadas durante o trabalho de auditoria, as quais, de acordo com seu julgamento profissional, mereçam sua atenção. Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Normas e Práticas de Auditoria 3 É dever do auditor independente, para adequado exercício de sua profissão, obter um nível mínimo de conhecimento sobre as atividades de controles internos pertencentes aos principais ciclos operacionais da entidade auditada para que, com base neste entendimento, seja possível identificar e avaliar riscos de distorção relevantes nas demonstrações financeiras. Caso o auditor externo identifique uma ou mais deficiências nos controles internos de algum ciclo operacional da entidade auditada, as normas de auditoria determinam que a equipe de trabalho avalie se estas constituem, de forma individual ou em conjunto, uma deficiência significativa. De acordo com Attie (2010), o controle interno compreende o plano de organização e o conjunto coordenado dos métodos e das medidas adotados pela empresa para proteger seu patrimônio, verificar a exatidão e a fidedignidade dos seus dados contábeis, promover a eficiência operacional e encorajar a adesão às políticas traçadas pela administração. É preciso salientar que como o objetivo do trabalho do auditor é, de forma primária, emitir uma opinião sobre as demonstrações financeiras de determinada entidade, quando falamos de ciclos operacionais para entendimento dos controles internos, estamos falando daqueles que resultam direta ou indiretamente em registros contábeis. Assim, podemos citar como principais: Figura 1 – Ciclos operacionais De acordo com Perez Jr. (2012), os controles internos contábeis são definidos como aqueles relacionados com a proteção dos ativos e a validade dos registros nos livros contábeis. Esses procedimentos de controles incluem o sistema de autorização e aprovação e a segregação das funções de registro daquelas efetuadas pelo departamento que gera as transações objeto de seu registro, ou das relativas à custódia destes ativos. Ciclos operacionais VendasCompras Folha de pagamento Tesouraria ImobilizadoEstoques Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Normas e Práticas de Auditoria 4 Assim, o objetivo dos controles internos é o de permitir que: • as transações sejam registradas quando necessário, possibilitando a elaboração periódica das demonstrações financeiras e a manutenção do controle contábil sobre os ativos; • as transações sejam efetuadas de acordo com a autorização geral ou específica da administração; • o acesso dos ativos seja permitido com a autorização; • os ativos registrados contabilmente sejam feitos com as existências físicas em intervalos razoáveis e se tomem ações adequadas em relação a qualquer diferença constatada. No que se refere aos controles internos administrativos, Perez Jr. (2012) os conceitua como plano de organização e todos os métodos e procedimentos relacionados com a eficiência operacional, bem como o atendimento às políticas administrativas. Estes controles estão indiretamente relacionados com os controles contábeis expostos acima e incluem controles ainda estatísticos: programas de treinamento de pessoal, controles de qualidade, entre outros. 2 Comunicação sobre as deficiências significativas O auditor externo deve comunicar por escrito as deficiências significativas dos controles internos, identificadas no decorrer de seu trabalho. Esta comunicação deve ir além da pura descrição destas deficiências, é preciso comunicar aos responsáveis os possíveis efeitos destas distorções, bem como suprir estes executivos de informações suficientes para permitir- lhes entender o contexto da situação que chamou a atenção do profissional de auditoria. De acordo com a NBC TA 265, veja alguns assuntos que devem ser comunicados neste contexto: • o auditor independente deve comunicar formalmente que o objetivo de seu trabalho é expressar uma opinião sobre as demonstrações financeiras apuradas em determinada data e elaboradas sob responsabilidade da administração da empresa; • a auditoria externa inclui a consideração dos controles internos relevantes para a elaboração destas demonstrações, visando, com base neste, planejar procedimentos adequados de auditoria para avaliar a eficácia de tais controles, mas não para fins de expressar uma opinião sobre a eficácia do controle interno da entidade; e • também é dever do auditor documentar na comunicação que os assuntos reportados estão limitados àquelas deficiências relevantes identificadas durante os seus Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Normas e Práticas de Auditoria 5 trabalhos e considerados como de importância suficiente para serem comunicados aos responsáveis pela governança corporativa. 2.1 Discussão das deficiências de controles internos Ao identificar uma ou mais deficiências dos controles internos da entidade, o auditor externo pode discutir os fatos e as circunstâncias relevantes das suas observações com a administração. Essa discussão, mesmo que informal, fornece oportunidades para o auditor alertar tempestivamente a administração acerca da existência de deficiências sobre as quaisse entende que os executivos não tinham conhecimento. O nível da administração com o qual é apropriado discutir as observações é aquele que está familiarizado com a área de controle interno na qual o ponto (deficiência) fora identificado e que possui autoridade suficiente para tomar as medidas de correção. São exemplos de deficiências de controles internos: quando um mesmo profissional prepara a listagem de pagamento e também é responsável por aprovar que estes pagamentos sejam efetuados perante o banco; não há revisão independente dos lançamentos contábeis manuais, como em contas de provisões. 3 Deficiências significativas de controle interno A importância de uma deficiência ou de uma combinação de deficiências de controles internos não está vinculada apenas àquelas distorções já ocorridas, mas também devem ser considerados nesta comunicação aspectos advindos da probabilidade de sua ocorrência e a magnitude do seu efeito. Portanto, podem existir deficiências significativas mesmo que o auditor externo não tenha identificado distorções durante o seu trabalho. A NBC TA 265 apresenta alguns exemplos de assuntos que o auditor independente deve considerar em sua avaliação, de modo a concluir se a deficiência ou a combinação de deficiências de controle interno deve ser tratada como significativa: • Chances de ocorrer: qual a probabilidade de estas deficiências levarem à distorção relevante nas demonstrações financeiras? • Fraude: esta deficiência causa susceptibilidade à perda ou à fraude do respectivo ativo ou passivo? Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Normas e Práticas de Auditoria 6 • Complexidade e/ou subjetividade: a deficiência está ligada à subjetividade e/ou complexidade da determinação de valores estimados, como estimativas contábeis de valor de mercado? Provisões para riscos? Desta forma, sempre que as respostas forem positivas, o auditor independente deverá considerar a possibilidade da existência de deficiência significativa de controles internos. • Importância dos controles para o processo de elaboração de demonstrações financeiras: ▫ Exemplo: controle de monitoramento (tal como supervisão da administração); controle sobre a prevenção e a detecção de fraude; controle sobre a seleção e a aplicação das principais práticas contábeis; controle sobre transações significativas com partes relacionadas; controle sobre transações significativas fora do curso normal dos negócios da entidade; controles sobre o processo de elaboração de demonstrações contábeis de final de período (tal como controle sobre lançamentos não recorrentes ou não usuais); a causa e a frequência das exceções detectadas em decorrência das deficiências de controle; a interação da deficiência com outras deficiências do controle interno. 3.1 Indicadores de deficiência significativa A NBC TA 265 também estabelece que é preciso avaliar a existência de indicadores de deficiência significativa do controle interno, tais como: • Evidência de aspectos ineficazes do ambiente de controle, como: transações significativas. Avaliar se há indícios de que certas transações significativas e de interesse financeiro para a alta administração não estão sendo apropriadamente analisadas pelos responsáveis pela governança. ▫ Exemplo: contratação de instrumentos financeiros derivativos de valores relevantes sem o devido registro na contabilidade, ou provisões para riscos com valores significativos e com probabilidade de perda provável, não reconhecidos nos livros contábeis. Vale dizer que, quando falamos de valores, a sua relevância deve variar de acordo com o porte da entidade, pois não há um montante a ser tratado como referência. Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Normas e Práticas de Auditoria 7 • Fraude: identificação de fraude da administração, relevante ou não, que não tenha sido prevenida pelo controle interno da entidade. ▫ Por exemplo: despesas dos administradores sendo pagas pela entidade. • Negligência da administração: identificação de falhas dos executivos da administração por não terem implementado medidas corretivas apropriadas para as deficiências significativas anteriormente comunicadas. ▫ Exemplo: quando a empresa já foi comunicada pela auditoria interna que empregados do almoxarifado estão desviando estoques e não tenha implementado nenhum controle que mitigue estas perdas para a entidade. • Ausência de processo de avaliação de risco na entidade. • Evidência de processo de avaliação de risco ineficaz, como: identificação de falhas da administração, como o risco de distorção relevante, cujo auditor, de posse de seu julgamento profissional, entende que um processo eficiente de avaliação de risco tivesse identificado tais falhas. ▫ Exemplo: um executivo tem sob sua responsabilidade as áreas de contas a pagar e a tesouraria, ou seja, ele processa os pagamentos e autoriza que sejam efetuados. Para o administrador que concedeu tais poderes, não há risco, pois ele conhece e confia na competência do profissional e em sua ética, porém o auditor, por ter uma visão independente, considera haver um risco significante de segregação de função, tendo em vista que, se indevidamente um registro inexistente for colocado para pagamento, este será feito sem passar pela revisão de outro executivo. • Evidência de resposta ineficaz a riscos significativos identificados (por exemplo, ausência de controle sobre esses riscos). • Distorção detectada pelos procedimentos do auditor que não foi prevenida ou detectada e corrigida pelo controle interno da entidade. • Reapresentação de demonstrações financeiras emitidas anteriormente para refletir a correção de distorção relevante devido a erro ou a fraude. • Evidência da incapacidade da administração de supervisionar a elaboração das demonstrações financeiras. De acordo com a NBC TA 315 – Identificação e Avaliação de Riscos de Distorção, os controles podem ser planejados para operarem individualmente ou em conjunto para prevenir, ou detectar e corrigir, as distorções de maneira eficaz. Controles sobre reconhecimento de receita e registro do saldo de contas a receber, por exemplo, podem consistir em controles automatizados e manuais elaborados para operarem em conjunto para prevenir, ou detectar e corrigir, distorções no registro contábil. Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Normas e Práticas de Auditoria 8 4 Comunicação de deficiências de controle interno O auditor independente, ao identificar falhas nas atividades de controles internos da entidade, deve comunicar à administração ou aos membros responsáveis pela governança corporativa. Vale mencionar que a NBC TA 265 é a norma mais intimamente relacionada ao assunto, e podemos verificar que os órgãos reguladores, quando emitem qualquer norma de auditoria, o fazem com conexão íntima com diversas outras normas. A seguir trataremos de importantes aspectos relacionados à comunicação sobre deficiências de controles internos, seja aos responsáveis pela Governança Corporativa ou para os membros da Administração. É esperado que o auditor apresente conhecimentos tanto do negócio da entidade auditada quanto de seu ambiente de controle. Não há uma regra a ser seguida, pois estamos tratando de aspectos de natureza subjetiva, acerca dos quais o julgamento profissional é demasiadamente importante. Na prática, vale ao auditor mais experiente direcionar os demais de forma que os pontos identificados, ou seja, as deficiências relevantes ou não, sirvam tanto para suporte adequado do trabalho de auditoria quanto para que a firma de auditoria agregue valor ao seu cliente ao apontá-los. Assim, a administração, desde que ética e na busca de uma adequada governança corporativa, ficará muito mais satisfeita se seu auditor apresentar para ela poucos pontos importantes relevantes em vez de muitos pontos sem importância. 4.1 Comunicação de deficiência significativa aos responsáveis pela governança O processode comunicação adequado é imprescindível durante o trabalho de auditoria. O Conselho Federal de Contabilidade, em conexão à norma internacional, emitiu a NBC TA 260 – Comunicação com os Responsáveis pela Governança, visando regulamentar aspectos importantes sobre comunicação com os responsáveis pela governança, quando todos estes profissionais estão envolvidos na administração da entidade. Ao determinar quando deve realizar comunicação formal (por escrito) aos membros da governança corporativa da entidade, cabe ao auditor independente considerar se o recebimento dessa comunicação seria um fator importante para permitir que estes executivos desempenhem suas responsabilidades de supervisão geral adequadamente. Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Normas e Práticas de Auditoria 9 É preciso ressaltar que estas comunicações devem estar contempladas, obrigatoriamente, no arquivo final de auditoria e, para tanto, de acordo com o regulamento da NBC TA 230 – Documentação de Auditoria, o limite de tempo adequado para a conclusão da montagem do arquivo de auditoria final é normalmente de, no máximo, 60 dias após a data do relatório do auditor independente. Assim, não há o que se falar em comunicação após este período estipulado pela referida norma. O nível de detalhes sobre as deficiências significativas a ser comunicado é uma questão de julgamento profissional do auditor independente. Os fatores que pode considerar ao determinar um nível de detalhe apropriado para a comunicação incluem, por exemplo: • a natureza da entidade; • o porte e a complexidade de seus negócios; • a composição da governança corporativa, inclusive se é formada por membros que não têm experiência significativa no setor da entidade ou nas áreas afetadas; • requisitos legais ou regulatórios relativos à comunicação de tipos específicos de deficiência de controle interno. Caso o auditor tenha comunicado uma deficiência significativa aos responsáveis pela governança corporativa e à administração durante a auditoria anterior, isto não elimina a necessidade de comunicar novamente, enfatizando nesta comunicação que a deficiência permanece, pois ainda não foi tomada nenhuma medida corretiva pela entidade; ou, se foi tomada, esta não foi eficaz para a correção da deficiência identificada. É importante lembrar que é dever do auditor questionar a administração ou, quando apropriado, os responsáveis pela governança do porquê de a deficiência significativa ainda não ter sido corrigida, sendo que a falha por não agir, sem explicação racional, pode, por si só, representar deficiência significativa. Usualmente, o nível apropriado da administração a ser comunicado sobre deficiências significativas de controles internos identificadas durante o trabalho de auditoria é aquele com responsabilidade e autoridade para avaliar as deficiências de controle interno e tomar as medidas corretivas necessárias. A NBC TA 265 estabelece que, para deficiências significativas, o nível adequado é provavelmente o diretor presidente ou o diretor financeiro (ou profissional equivalente) uma vez que esses assuntos também devem ser comunicados aos responsáveis pela governança corporativa. Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Normas e Práticas de Auditoria 10 Para as outras deficiências de controle interno, o nível adequado pode ser a administração operacional com envolvimento mais direto nas áreas de controle afetadas e com autoridade para tomar a medida corretiva apropriada. 4.2 Comunicação de deficiência significativa à administração Durante o trabalho de auditoria, é possível que o auditor externo identifique outras deficiências de controle interno que, de acordo com seu julgamento profissional, não se constituem deficiências significativas, mas podem ser de importância suficiente para merecer a atenção dos executivos pertencentes à administração, ou ainda aos membros do comitê de governança corporativa. Sendo a determinação sobre quais dessas deficiências merecem a atenção da administração, uma questão de julgamento profissional do auditor, este deve levar em consideração a probabilidade e a possível magnitude de distorções que podem surgir nas demonstrações financeiras em decorrência dessas deficiências. Certas deficiências significativas de controles internos podem colocar em dúvida a integridade ou a competência da administração da empresa. Assim, os órgãos reguladores emitiram a NBC TA 250 - Consideração de Leis e Regulamentos na Auditoria, a qual estabelece requisitos e fornece orientação sobre a comunicação de suspeita, ou efetiva não conformidade com leis e regulamentos, inclusive quando os próprios responsáveis pela governança estão envolvidos na referida não conformidade. Também foi emitida pelos órgãos reguladores a NBC TA 240 – Responsabilidade do Auditor em Relação à Fraude, no Contexto da Auditoria de Demonstrações Contábeis, a qual estabelece requisitos e fornece orientação sobre a comunicação aos responsáveis pela governança quando o auditor independente identificou fraude ou suspeita de fraude envolvendo membros da administração. 4.3 Conteúdo da comunicação de deficiência significativa de controle interno Ao explicar aos membros da alta administração os possíveis efeitos destas deficiências significativas identificadas durante o trabalho de auditoria, não é mandatório que o auditor externo quantifique tais efeitos. Porém, é usual que as deficiências significativas sejam agrupadas para fins de comunicação. Também é cabível ao auditor incluir na sua comunicação por escrito algumas sugestões para medidas corretivas das deficiências e comentários da administração sobre cada um destes pontos. Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Normas e Práticas de Auditoria 11 Exemplo: atividades de controles detectivos ou corretivos implementados ou já propostos pela administração, assim como, caso o controle já tenha sido implementado, é preciso documentar se o auditor verificou a implementação destas ações. Segundo a NBC TA 265, o auditor independente pode considerar apropriado incluir as seguintes informações, como contexto adicional para a comunicação: • indicação de que, se o auditor tivesse executado procedimentos mais extensivos sobre o controle interno, ele poderia ter identificado mais deficiências a serem comunicadas, ou concluído que algumas deficiências comunicadas, na verdade, não deveriam ter sido comunicadas; • indicação de que essa comunicação foi fornecida aos responsáveis pela governança corporativa e que pode não servir para outras finalidades. Considerações finais Nesta aula, aprendemos sobre a importância de um processo adequado de comunicação aos membros da governança corporativa e à administração no que se refere à comunicação de deficiências significativas de controles internos. Também conhecemos aspectos que fazem com que as deficiências apontadas possam ser consideradas como deficiências significativas ou não, e a quem devemos comunicar quando as deficiências, de acordo com o julgamento do auditor, não são significativas. Vale mencionar que estudamos a fundo a NBC TA 265, que é a norma mais intimamente relacionada ao assunto, mas pudemos verificar que os órgãos reguladores, quando emitem qualquer norma de auditoria, o fazem com conexão íntima com diversas outras normas e, por isso, fizemos menção às outras Normas Técnicas para importantes apontamentos sobre o assunto. Referências ATTIE, Willian. Auditoria: conceitos e aplicações. São Paulo: Atlas, 2010. CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Resolução CFC Nº 1.206/09. Aprova a NBC TA 230 – Documentação de auditoria. Disponível em: . Acesso em: 27 jun. 2015. ______. Resolução CFC nº 1.207/09. Aprova a NBC TA 240 – Responsabilidade do auditor em relação à fraude. Disponível em: . Acesso em: 16 jul. 2015. ______. Resolução CFC nº 1.208/09. Aprova a NBC TA 250 – Consideração de leis e regulamentosna auditoria. Disponível em: . Acesso em: 16 jul. 2015. Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Normas e Práticas de Auditoria 12 ______. Resolução CFC nº 1.209/09. Aprova a NBC TA 260 – Comunicação com os responsáveis pela governança. Disponível em: . Acesso em: 16 jul. 2015. ______. Resolução CFC nº 1.210/09. Aprova a NBC TA 265 – Comunicação de deficiência de controle interno. Disponível em: . Acesso em: 16 jul. 2015. ______. Resolução CFC nº 1.212/09. Aprova a NBC TA 315 – Identificação e avaliação dos riscos de distorção relevante por meio de entendimento da entidade e de seu ambiente. Disponível em: . Acesso em: 27 jun. 2015. LINS, Luiz dos Santos. Auditoria: uma abordagem prática com ênfase na auditoria externa: atualizada e revisada - Contém Exercícios. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2014. PEREZ JR., José Hernandez. Auditoria de demonstrações contábeis: normas e procedimentos. São Paulo: Atlas. 2012. _GoBack Introdução 1 Entendimento dos controles internos 2 Comunicação sobre as deficiências significativas 3 Deficiências significativas de controle interno 4 Comunicação de deficiências de controle interno Considerações finais Referências