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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA GRADUAÇÃO UNEC / EAD DISCIPLINA: CONSTRUÇÕES E INSTALAÇÕES RURAIS NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 29 Professor: M.Sc. Sanderson Dutra Rocha Gouvêa – sanderson.unec@gmail.com 4.7.2. Transporte O concreto deve ser transportado do local de amassamento para o de lança- mento tão rapidamente quanto possível e de maneira tal que mantenha sua homo- geneidade, evitando-se a segregação dos materiais (NB-1/77). a) Transporte descontínuo: Por meio de vagonetas, carrinhos de mão, caçambas e carrinhos, lata. O ideal é que o meio de transporte tenha capacidade para uma amassada completa, pelo menos, evitando assim a segregação; b) Transporte contínuo: calhas, correias, transportadoras e bombas. 4.7.3. Lançamento O concreto deve ser lançado logo após a mistura, não sendo permitido, entre o amassamento e o lançamento, intervalo superior a uma hora; não se admite o uso de concreto remisturado. a) Recomendações antes do lançamento: • verificação das formas: dimensões, vedação, alinhamento, nível; • verificar o escoramento; • verificar "pé-de-pilar" • verificar atentamente a armação quanto: posiciona- mento, bitolas, estribos, etc.; • verificar todas as instalações embutidas: elétricas, sanitárias e hidráulicas; • as formas de madeira devem ser engraxadas ou pinceladas com óleo quei- mado, permitindo desforma fácil. b) Recomendações para o lançamento: • em peças delgadas, afim de se evitar a segregação, o concreto deve ser colocado através de canaletas de borracha ou tubos flexíveis; • a altura máxima de lançamento não deve ser superior a 2 m; • a interrupção da concretagem deve, de preferência, se dar numa junta permanente, aproveitando-a, assim também como junta de construção; • deve ser, o concreto, lançado o mais próximo de sua posição final, não devendo fluir dentro das formas. mailto:sanderson.unec@gmail.com CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA GRADUAÇÃO UNEC / EAD DISCIPLINA: CONSTRUÇÕES E INSTALAÇÕES RURAIS NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 30 Professor: M.Sc. Sanderson Dutra Rocha Gouvêa – sanderson.unec@gmail.com 4.8 Pega do Concreto Ainda que durante a pega a pasta ganhe alguma resistência, para efeitos prá- ticos é importante distinguir pega de endurecimento, já que este se refere ao ganho de resistência da pasta de cimento após a pega. Para esta diferenciação, podemos utilizar as definições dadas por Yazigi (2011). a) Pega: caracterização da perda de plasticidade das pastas, caldas, argamas- sas e concretos de cimento. b) Endurecimento: fase subsequente ao período de pega, na qual o aglomeran- te passa a oferecer resistência a esforços mecânicos. Aparentemente, a pega é causada pela hidratação seletiva dos compostos do cimento. Os dois primeiros que reagem são o C3A e o C3S. A reação do C3A puro com a água é bastante violenta e resulta no enrijecimento instantâneo da pasta, co- nhecida como pega instantânea. Para impedir que isso ocorra, adiciona-se sulfato de cálcio ao clínquer. Con- forme vimos em nosso vídeo sobre os tipos de cimento Portland, o gesso (CaSO4) é adicionado para o controle do tempo de “início de pega. Conforme ensina Neville (2015), os termos “início de pega” e “fim de pega” são utilizados para descrever estágios arbitrariamente escolhidos da pega. 4.8.1 Tempo de início de pega Simplificadamente falando, o tempo que decorre desde a adição da água de amassamento até o início das reações no cimento é denominado tempo de início de pega. Esse fenômeno se evidencia pelo aumento brusco de viscosidade da pasta e pela elevação da temperatura. O início da pega do cimento é estabelecido de forma convencional, por ensai- os de penetração de uma agulha padronizada do chamado aparelho de Vicat (Pe- trucci, 1970), mostrado na figura abaixo: mailto:sanderson.unec@gmail.com CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA GRADUAÇÃO UNEC / EAD DISCIPLINA: CONSTRUÇÕES E INSTALAÇÕES RURAIS NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 31 Professor: M.Sc. Sanderson Dutra Rocha Gouvêa – sanderson.unec@gmail.com Figura 03- Aparelho de Vicat para cimentos Fonte: Guia da Engenharia A ABNT NBR 16.607 de 2018 (Cimento Portland – Determinação do tempo de pega) define tempo de início de pega da seguinte maneira, em seu item 3.1: “Inter- valo de tempo transcorrido desde o momento em que o cimento entra em contato com a água até o momento em que a agulha de Vicat penetra na pasta e estaciona a (6 +- 2) mm da placa-base do molde-cônico, em condições normalizadas de en- saio” 4.8.2 Tempo de fim de pega Simplificadamente, denomina-se fim de pega a situação em que a pasta deixa de ser deformável para pequenas cargas e se torna um bloco rígido. No fim da pega, ocorre uma queda brusca da condutividade elétrica da pasta de cimento, tendo sido feitas tentativas de determinação da pega por meios elétri- cos. A ABNT NBR 16.607 de 2018 define tempo de fim de pega da seguinte ma- neira, em seu item 3.2: “Intervalo de tempo transcorrido desde o momento em que o cimento entra em contato com a água até o momento em que a agulha de Vicat pe- netra 0,5 mm na pasta, em condições normalizadas de ensaio”. mailto:sanderson.unec@gmail.com CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA GRADUAÇÃO UNEC / EAD DISCIPLINA: CONSTRUÇÕES E INSTALAÇÕES RURAIS NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 32 Professor: M.Sc. Sanderson Dutra Rocha Gouvêa – sanderson.unec@gmail.com 4.8.3 Duração do Tempo de pega do cimento Portland Com relação ao tempo de início de pega, não existe no Brasil a fixação de um valor de tempo de início de pega para os cimentos Portland. O que temos, conforme algumas bibliografias, é uma faixa admissível de valores para cada velocidade de pega. De acordo com Petrucci (1970), as normas francesas classificam os cimentos de acordo com o tempo de início de pega em: a) Cimentos de pega rápida: menor do que 8 minutos; b) Cimentos de pega semilenta: de 8 a 30 minutos; c) Cimentos de pega lenta (normal): de 30 minutos a 6 horas; d) Cimentos de pega muito lenta: acima de 6 horas. Já com os cimentos nacionais, pode-se considerar a seguinte classificação para os tempos de início de pega: a) Cimentos de pega rápida: início antes de 30 minutos; b) Cimentos de pega semirrápida: início entre 30 a 60 minutos; c) Cimentos de pega normal: início de pega num tempo superior a 1 hora. O fim da pega se dá de 5 a 10 horas nos casos de cimentos normais; na pega rápida o fim se verifica poucos minutos após o início. 4.8.4 Fatores que influenciam o tempo de pega Vários são os fatores que influenciam a duração da pega, dentre os quais po- demos enumerar os seguintes casos: 1) Cimentos ricos em aluminato tricálcio (aquele composto que reage imediatamente com a água) dão pega muito rapidamente, devendo ser esse tempo de pega ser cor- rigido por meio da adição de certa quantidade de gesso. Logo, para cada tipo de clínquer, deve-se adicionar uma quantidade ótima de gesso. mailto:sanderson.unec@gmail.com CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA GRADUAÇÃO UNEC / EAD DISCIPLINA: CONSTRUÇÕES E INSTALAÇÕES RURAIS NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 33 Professor:M.Sc. Sanderson Dutra Rocha Gouvêa – sanderson.unec@gmail.com 2) A duração da pega varia na razão inversa do grau de moagem. Ou seja, os ci- mentos moídos muito fino dão início à pega mais rápido e fim de pega mais demora- do que os menos finos. 3) A quantidade de água empregada na confecção da pasta. Assim, verifica-se tem- po de início de pega do cimento menores para maiores quantidades de água de amassamento. 4) O tempo de pega do cimento diminui com o aumento da temperatura, mas acima de 30 ºC pode ser observado um efeito contrário. Em temperaturas baixas, a pega é retardada. Assim, temperaturas próximas a 0 °C retardam as reações, e pouco abai- xo deste valor as paralisam. 4.8.5 Falsa pega do cimento Falsa pega é a denominação dada ao enrijecimento prematuro anormal do cimento em poucos minutos após a adição de água. Ela difere da pega instantânea, já que não há liberação de calor importante, e, remisturando a pasta, sem adição de água, a plasticidade é restabelecida até entrar em pega de modo normal e sem per- da de resistência. 5. Cura Dá-se o nome de cura ao conjunto de medidas com a finalidade de evitar a evaporação da água junto ao cimento, que rege a pega e seu endurecimento. A norma brasileira NB-1/77 exige que a proteção se faça nos 7 primeiros dias seguintes, para se ter garantias contra o aparecimento de fissuras devidas à retra- ção. Condições de umidade e temperatura tem grande importância nas propriedades do concreto endurecido. a) Processos de realização da cura do concreto: • irrigações periódicas das superfícies; • recobrimento das superfícies com aresta ou sacos de aniagem; • recobrimento da superfície com papéis impermeabilizantes; • emprega de compostos impermeabilizantes de cura; • uso de serragem, areia e sacos de cimento molhado mailto:sanderson.unec@gmail.com CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA GRADUAÇÃO UNEC / EAD DISCIPLINA: CONSTRUÇÕES E INSTALAÇÕES RURAIS NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 34 Professor: M.Sc. Sanderson Dutra Rocha Gouvêa – sanderson.unec@gmail.com 6. Desforma do Concreto A desforma de concreto é uma etapa posterior à cura do concreto, envolven- do a desmontagem e a limpeza de todas as formas, bem como os equipamentos que dão sustentação à estrutura. A desforma do concreto em paredes pode ser iniciada entre 12 e 24 horas após completada a concretagem. Afinal, é preciso que o concreto atinja o nível de resistência mínima, que será ditada pelo o projetista no momento da execução. Os primeiros equipamentos a serem desmontados são os acessórios, incluin- do esquadros, suportes e alinhadores. Após isso, as formas podem ser retiradas. Os locais que devem ser retirados primeiro são janelas, portas e cantos. Depois disso, partimos para lajes, paredes e cantos L. Ao passo que os equipamentos são desmontados e painéis retirados, a lim- peza deve ser feita em simultâneo. Em outros casos, quando os cimentos utilizados não são de alta resistência inicial e não tiverem sido aplicados aditivos para acelerar o endurecimento, os pra- zos mínimos precisam seguir alguns critérios mínimos no plano de desforma, porém, podendo variar, conforme decisão do projetista, sendo: • 3 dias para faces laterais; • 7 dias para retiradas de escoras; • A maior parte pode ser deformada após 21 dias, exceto vigas e arcos que apresentam um vão superior a 10 metros, que precisam esperar pelo menos 28 dias. No plano de desforma do concreto, é preciso considerar que, em todo caso, tanto as formas como as escoras só podem ser retiradas quando o concreto estiver endurecido o bastante para suportar a força que atua sobre ele. 7.0 Propriedades Mecânicas As principais propriedades mecânicas do concreto são: resistência à com- pressão, resistência à tração e módulo de elasticidade. Essas propriedades são de- terminadas a partir de ensaios, executados em condições específicas. Geralmente, mailto:sanderson.unec@gmail.com https://concresuper.com.br/como-o-concreto-convencional-pode-se-tornar-em-conta/ CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA GRADUAÇÃO UNEC / EAD DISCIPLINA: CONSTRUÇÕES E INSTALAÇÕES RURAIS NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 35 Professor: M.Sc. Sanderson Dutra Rocha Gouvêa – sanderson.unec@gmail.com os ensaios são realizados para controle da qualidade e atendimento às especifica- ções. (PINHEIRO, 2004). 7.1 Resistencia à compressão do Concreto A resistência à compressão simples, denominada fc, é a característica mecâ- nica mais importante. Para estimá-la em um lote de concreto, são moldados e prepa- rados corpos-de-prova para ensaio segundo a NBR 5738 – Moldagem e cura de corpos-de-prova cilíndricos ou prismáticos de concreto, os quais são ensaiados se- gundo a NBR 5739 – Concreto – Ensaio de compressão de corpos de prova cilíndri- cos. (MUZARDO, 2004) De acordo com Pinheiro, 2004, o corpo de prova padrão brasileiro é o cilíndri- co, com 15 cm de diâmetro e 30 cm de altura, e a idade de referência para o ensaio é 28 dias. Após ensaio de um número muito grande de corpos-de-prova, pode ser feito um gráfico com os valores obtidos de fc versus a quantidade de corpos-de- prova relativos a determinado valor de fc, também denominada densidade de fre- quência. A curva encontrada denomina-se Curva Estatística de Gauss ou Curva de Distribuição Normal para a resistência do concreto à compressão (Figura 04). Figura 04 – Curva de Gauss para a resistência do concreto à compressão Fonte: Apostila Estruturas de Concreto – Capítulo 2 – USP mailto:sanderson.unec@gmail.com CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA GRADUAÇÃO UNEC / EAD DISCIPLINA: CONSTRUÇÕES E INSTALAÇÕES RURAIS NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 36 Professor: M.Sc. Sanderson Dutra Rocha Gouvêa – sanderson.unec@gmail.com Na curva de Gauss encontram-se dois valores de fundamental importância: resistência média do concreto à compressão, fcm, e resistência característica do con- creto à compressão, fck. O valor fcm é a média aritmética dos valores de fc para o conjunto de corpos de prova ensaiados, e é utilizado na determinação da resistência característica, fck, por meio da fórmula: 𝑓𝑓 𝑐𝑐𝑐𝑐 = 𝑓𝑓𝑐𝑐𝑐𝑐 = 1,65𝑠𝑠 O desvio-padrão s corresponde à distância entre a abscissa de fcm e a do pon- to de inflexão da curva (ponto em que ela muda de concavidade). O valor 1,65 corresponde ao quantil de 5%, ou seja, apenas 5% dos corpos de prova possuem fc(módulo de elasticidade). A resistência à compressão, obtida pelo ensaio de curta duração é dada por: 𝑓𝑓𝑐𝑐𝑐𝑐 = 𝑁𝑁𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟 𝐴𝐴 Onde: 𝑓𝑓𝑐𝑐𝑐𝑐 = 𝑟𝑟𝑟𝑟𝑠𝑠𝑟𝑟𝑠𝑠𝑟𝑟ê𝑛𝑛𝑛𝑛𝑟𝑟𝑛𝑛 à 𝑛𝑛𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑟𝑟𝑟𝑟𝑠𝑠𝑠𝑠ã𝑐𝑐 𝑑𝑑𝑐𝑐 𝑛𝑛𝑐𝑐𝑟𝑟𝑐𝑐𝑐𝑐 𝑑𝑑𝑟𝑟 𝑐𝑐𝑟𝑟𝑐𝑐𝑝𝑝𝑛𝑛 𝑑𝑑𝑟𝑟 𝑛𝑛𝑐𝑐𝑛𝑛𝑛𝑛𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑐𝑐 𝑛𝑛𝑛𝑛 𝑟𝑟𝑑𝑑𝑛𝑛𝑑𝑑𝑟𝑟 𝑑𝑑𝑟𝑟 (𝑗𝑗)𝑑𝑑𝑟𝑟𝑛𝑛𝑠𝑠; 𝑁𝑁𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟 = 𝑛𝑛𝑛𝑛𝑟𝑟𝑐𝑐𝑛𝑛 𝑑𝑑𝑟𝑟 𝑟𝑟𝑟𝑟𝑐𝑐𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑛𝑛 𝑑𝑑𝑐𝑐 𝑛𝑛𝑐𝑐𝑟𝑟𝑐𝑐𝑐𝑐 𝑑𝑑𝑟𝑟 𝑐𝑐𝑟𝑟𝑐𝑐𝑝𝑝𝑛𝑛; 𝐴𝐴 = á𝑟𝑟𝑟𝑟𝑛𝑛 𝑑𝑑𝑛𝑛 𝑠𝑠𝑟𝑟çã𝑐𝑐 𝑟𝑟𝑟𝑟𝑛𝑛𝑛𝑛𝑠𝑠𝑝𝑝𝑟𝑟𝑟𝑟𝑠𝑠𝑛𝑛𝑡𝑡 𝑑𝑑𝑐𝑐 𝑛𝑛𝑐𝑐𝑟𝑟𝑐𝑐𝑐𝑐 𝑑𝑑𝑟𝑟 𝑐𝑐𝑟𝑟𝑐𝑐𝑝𝑝𝑛𝑛. mailto:sanderson.unec@gmail.com CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA GRADUAÇÃO UNEC / EAD DISCIPLINA: CONSTRUÇÕES E INSTALAÇÕES RURAIS NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 37 Professor: M.Sc. Sanderson Dutra Rocha Gouvêa – sanderson.unec@gmail.com Como será visto posteriormente, a NBR 8953 define as classes de resistência em função de fck. Concreto classe C30, por exemplo, corresponde a um concreto com fck = 30MPa. Nas obras, devido ao pequeno número de corpos de prova ensaiados, calcu- la-se fck,est, valor estimado da resistência característica do concreto à compressão. 8. Materiais Cerâmicos a) Definição Chama-se cerâmica à pedra artificial obtida pela moldagem, secagem e coze- dura de argilas ou de misturas contendo argilas. Em certos casos, pode ser suprimi- da alguma das etapas citadas, mas a matéria-prima é a argila. Nos materiais cerâ- micos a argila fica aglutinada por uma pequena quantidade de vidro, que segue pela ação do calor de cocção sobre os componentes da argila. As etapas de processamento dos produtos cerâmicos determinam as proprie- dades do material e consequentemente as suas aplicações, entre as características das cerâmicas, se destacam a leveza, elevada dureza e baixa tenacidade, fatores estes que possibilitam a aplicação dos materiais cerâmicos em diferentes setores da construção civil, desde a fundação, até os acabamentos. b) Classificação dos materiais de cerâmica usados nas construções A classificação que se segue é apenas prática, embora não seja muito aca- dêmica. Nas construções são usados: • materiais cerâmicos secos ao ar; • materiais cerâmicos de baixa vitrificação; • materiais cerâmicos de alta vitrificação, que, por sua vez, se subdividem em materiais de louça e materiais de grês cerâmicos; • refratários. mailto:sanderson.unec@gmail.com CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA GRADUAÇÃO UNEC / EAD DISCIPLINA: CONSTRUÇÕES E INSTALAÇÕES RURAIS NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 38 Professor: M.Sc. Sanderson Dutra Rocha Gouvêa – sanderson.unec@gmail.com 8.1. Materiais cerâmicos secos ao ar A prática e os ensaios tecnológicos demostram que a resistência das argilas secas simplesmente ao ar depende da proporção entre os diversos componentes, ou seja, da sua composição granulométrica; não depende, pois, da quantidade de caulim, somente. A argila que melhor resistência à compressão apresenta é a que tem cerca de 60 % de argilominerais, ficando os 40 % restantes igualmente distribu- ídos entre silte, areia fina e areia média. a) Adobe: Dos materiais cerâmicos secos ao sol, apenas o adobe e as argamassas de barro têm alguma importância na construção. O adobe é argila simplesmente se- ca ao ar, sem cozimento e usada em construções rústicas. Ele pode resistir a ten- sões de compressão até de 70 kg/cm² , o que é um bom índice; mas tem o inconve- niente de, ao receber água, tornar-se novamente plástico. Por isso as paredes desse material devem ser revestidas por camada isolante de umidade, para que tenham alguma duração. Devido à alta resistência, a argila também é bastante empregada com argamassa de assentamento de tijolos. As vantagens e desvantagens são as mesmas citadas acima. Continua na próxima aula... mailto:sanderson.unec@gmail.com CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA GRADUAÇÃO UNEC / EAD DISCIPLINA: CONSTRUÇÕES E INSTALAÇÕES RURAIS NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 39 Professor: M.Sc. Sanderson Dutra Rocha Gouvêa – sanderson.unec@gmail.com 1) De acordo com seus conhecimentos, qual o valor de massa específica devemos adotar na hora de calcular o concreto simples e o concreto armado, respectivamen- te? a) 2500 kg/m3 e 2400 kg/m3 b) 1250 kg/m2 e 1200 kg/m2 c) 1200 kg/m3 e 1250 kg/m3 d) 2400 kg/m3 e 2500 kg/m3 e) 2400 kg/m2 e 2500 kg/m2 2) De acordo com Pinheiro, 2004, o corpo de prova padrão brasileiro é o cilíndrico, com 15 cm de diâmetro e 30 cm de altura. Qual a idade de referência para o ensaio? a) 14 dias. b) 28 dias. c) 42 dias. d) 22 dias. e) 07 dias. 3) Quais são os três tipos de ensaios normalizados para estudo da tração? a) tração direta, compressão diametral e tração na flexão; b) tração indireta, compressão diametral e tração na flexão; c) tração direta, compressão diametral e tração na compressão; d) tração indireta, compressão axial e tração na flexão; e) tração direta, compressão axial e tração na compressão. CONSTRUÇÕES E INSTALAÇÕES RURAIS Atividades de Fixação mailto:sanderson.unec@gmail.com CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA GRADUAÇÃO UNEC / EAD DISCIPLINA: CONSTRUÇÕES E INSTALAÇÕES RURAIS NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 40 Professor: M.Sc. Sanderson Dutra Rocha Gouvêa – sanderson.unec@gmail.com REVISÃO BIBLIOGRÁFICA CARVALHO, R. C.; FILHO, J. R. D. F. Cálculo e detalhamento de estruturas usu- ade concreto armado: Segundo a ABNT NBR 6118:2014. 4ª. ed. 3ª Reimpressão São Carlos: Edufscar, 2017. 416 p. NEVILLE, A. M. Propriedades do Concreto. In: NEVILLE, A. M. Cimento Portland. Santana: Bookman, 2015. p. Capítulo 1. PETRUCCI, E. G. R. Concreto de Cimento Portland. 13ª. ed. São Paulo: Globo, 1970. ISBN 85-250-0225-9 PINHEIRO, Libânio M; MUZARDO, Cassiane D; SANTOS, Sandro P. Apostila Es- truturas de Concreto - Capítulo 2 – março de 2004 – USP – EESC – Departamen- to de Estruturas. SANTOS, P. Sandro; MUZARDO, D. Cassiane; PINHEIRO, M. Libâno – Apostila Estruturas de Concreto – Capítulo 1 – Departamento de Engenharia de Estruturas – USP – EESC. Março de 2004. SOUZA, Jorge Luiz Moretti - DETR/SCA/UFPR – Manual de Construções Rurais, Novembro, 1997. mailto:sanderson.unec@gmail.com 4.8.4 Fatores que influenciam o tempo de pega 4.8.5 Falsa pega do cimento