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Aula 2 Conceito, Natureza Jurídica e Fontes de Direito do Trabalho - Graduação

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CONCEITO, NATUREZA JURÍDICA FONTES E PRINCÍPIOS DE DIREITO DO TRABALHO
Três correntes discorrem sobre o tema: a) subjetiva; b) objetiva; e c) mista.
A corrente subjetiva, é a que prioriza os sujeitos da relação de emprego, ou seja, o empregado e o empregador. Frequentemente, ao se conceituar sob a ótica subjetivista, destaca-se a fragilidade da condição econômica do empregado na relação jurídica.
Cesarino Júnior assim conceitua Direito do Trabalho, destacando o papel do empregado:
“É o conjunto de leis que consideram individualmente o empregado e o empregador, unidos numa relação contratual... O sistema jurídico de proteção ao economicamente fraco na relação jurídica”. 
DIREITO DO TRABALHO - CONCEITO
A segunda corrente, a objetiva, destaca o conteúdo do Direito do Trabalho e não os seus destinatários. Não prioriza os sujeitos da relação jurídica, mas a lei, o campo objetivo. Tem como fio condutor a prestação de trabalho subordinado, objeto do contrato de trabalho. Assim entende Messias Donato, defensor desta corrente:
“corpo de princípios e normas jurídicas que ordenam a prestação de trabalho subordinado ou a este equivalente, bem como as relações e os riscos que dela se originam”.
Na verdade, não há como se separar a posição subjetivista da objetivista, já que são frente e verso da mesma moeda. 
DIREITO DO TRABALHO - CONCEITO
A terceira corrente, majoritária na doutrina, é a mista. Engloba os dois conteúdos acima, valorando tanto os sujeitos da relação de trabalho, como o conteúdo do Direito do Trabalho. Martins Catharino é defensor desta corrente:
“é o conjunto de princípios e normas que regulam, principalmente, as relações imediata ou mediatamente ligadas ao trabalho remunerado, livre, privado e subordinado, e, ainda, aspectos relativos à existência dos que o executam”.
Também são adeptos da corrente mista Sérgio Pinto Martins, Mauricio Godinho Delgado, Evaristo Moraes Filho, Vólia Bomfim Cassar, Süssekind, Orlando Gomes, dentre outros. 
DIREITO DO TRABALHO - CONCEITO
“Direito do Trabalho é um sistema jurídico permeado por institutos, valores, regras e princípios dirigidos aos trabalhadores subordinados e assemelhados, aos empregadores, empresas coligadas, tomadores de serviço, para tutela do contrato mínimo de trabalho, das obrigações decorrentes das relações de trabalho, das medidas que visam à proteção da sociedade trabalhadores, sempre norteadas pelos princípios constitucionais, principalmente o da dignidade da pessoa humana. Também é recheado de normas destinadas aos sindicatos e associações representativas; à atenuação e forma de solução dos conflitos individuais, coletivos e difusos, existentes entre capital e trabalho; à estabilização da economia social e à melhoria da condição social de todos os relacionados”. (Vólia Bomfim Cassar)
DIREITO DO TRABALHO - CONCEITO
De acordo com Maurício Godinho Delgado, natureza jurídica de um instituto:
“É a atividade lógica de classificação pela qual se integra determinada figura jurídica no conjunto mais próximo de figuras existentes no universo do direito mediante a identificação e cotejo de seus elementos constitutivos fundamentais”.
É o trabalho mental lógico de classificar uma figura jurídica a partir de institutos ou figuras mais amplas.
Atualmente, a divisão entre público e privado está cada vez mais difícil, pois seus contornos, definições e características não são mais tão transparentes como foram outrora. 
DIREITO DO TRABALHO – NATUREZA JURÍDICA
Princípios protetivos direcionados ao empregado hipossuficiente;
Normas impositivas de Direito Público, ou seja, o que a doutrina denominou intervencionismo básico do Estado, que se utiliza do seu poder/dever visando garantir os direitos mínimos dos trabalhadores, à luz do princípio fundamental da dignidade da pessoa humana.
Há cinco correntes quanto à natureza jurídica do Direito do Trabalho. 
DIREITO DO TRABALHO – NATUREZA JURÍDICA
I – Direito público
Normas imperativas, cogentes, e também de ordem administrativa; 
O Estado determina as regras mínimas do contrato, é intervencionista;
CLT, art. 9º. 
Finalidade social de suas normas: proteção dos hipossuficientes; suas normas dizem respeito a direitos indisponíveis.
Nas relações de trabalho, a vontade das partes interessadas teria sido substituída pela vontade do Estado, o qual intervém nos mais variados aspectos dessas relações por meio de leis imperativas e irrenunciáveis.
Nesse sentido, prevalece o interesse do Estado no estabelecimento do conteúdo do Direito do Trabalho, sua natureza jurídica, seria, assim, de Direito Público. 
DIREITO DO TRABALHO – NATUREZA JURÍDICA - CORRENTES
II – Teoria do direito social
Intimamente ligado com o Direito Social: o interesse coletivo, da sociedade, prevaleceria sobre o interesse privado. 
Não seria considerado nem público, nem privado.
As normas e princípios do Direito do Trabalho existiriam para proteger o empregado socialmente mais fraco, hipossuficiente, predominando assim o interesse social.
O fundamento básico seria a socialização do direito (coletivização) em oposição do direito individual, com a supremacia do direito coletivo sobre o direito individual. 
DIREITO DO TRABALHO – NATUREZA JURÍDICA - CORRENTES
III – Direito privado
Os defensores dessa teoria, predominante na doutrina, alegam que o Direito do Trabalho surgiu do Direito Civil, inspirado na locação de serviços. O fato de existir um intervencionismo básico do Estado, determinando um conjunto de regras mínimas que proteja a parte economicamente mais fraca, não seria suficiente para deslocar o Direito Laboral para o campo do Direito Público.
Os contratantes (empregado e empregador), respeitadas as normas impositivas de Direito Público, seriam livres para estipular as regras contratuais do pacto de emprego, restando claro que a maioria das normas contidas no diploma consolidado é de índole privada.
DIREITO DO TRABALHO – NATUREZA JURÍDICA - CORRENTES
IV – Direito misto
Seria um direito tanto público, quanto privado cujas normas coexistem sem divergência.
Contrato mínimo previsto em lei e grande intervenção estatal na legislação para proteção do mais fraco, com regras indisponíveis e interesse estatal na harmonia da luta de classes. Neste ponto o caráter público do Direito do Trabalho. Todavia, instrumentaliza-se através de um contrato, em que há autonomia da vontade das partes na admissão, demissão e algumas cláusulas contratuais, desde que não violem a lei. Neste aspecto, assemelha-se ao direito privado. 
DIREITO DO TRABALHO – NATUREZA JURÍDICA - CORRENTES
V – Direito unitário
Inspirados em corrente alemã, defendem Arnaldo Süssekind e Evaristo de Moraes Filho, que o Direito do Trabalho é uma fusão, um amálgama entre as normas de direito público e de direito privado, constituindo algo de novo, inseparável, uma substância diferente das demais já estudadas, onde não se consegue identificar, de forma isolada, a parte referente ao caráter público ou privado. A diferença entre esta tese e a teoria do direito misto é que, nesta, haveria uma coexistência entre as normas públicas e privadas, enquanto na teoria unitária, haveria uma fusão entre estas normas. 
DIREITO DO TRABALHO – NATUREZA JURÍDICA - CORRENTES
Fonte do Direito do Trabalho significa o meio pelo qual o Direito do Trabalho se forma, se origina e estabelece suas normas jurídicas. Emprega-se, também, a expressão no sentido de “fundamento de validade jurídico-positiva da norma jurídica”, visão kelseniana.
No sentido mais amplo, genérico, a expressão fontes do direito significa manancial, o início ou o princípio do qual surge o Direito. Em outras palavras, fonte seria a expressão utilizada para designar a origem das normas jurídicas.
As fontes do Direito do Trabalho costumam ser divididas em MATERIAIS e FORMAIS. As fontes FORMAIS, por sua vez, se subdividem em AUTÔNOMAS E HETERÔNOMAS. 
FONTES DO DIREITO DO TRABALHO
As FONTES MATERIAIS representam o momento pré-jurídico, a pressão exercida pela classe operária em face do Estado capitalista,em busca de melhores e novas condições de trabalho. Encontram-se em um estágio anterior às fontes formais, porque contribuem para a formação do direito material. A fonte material é antecedente lógico das fontes formais.
Em resumo, é a ebulição social, política e econômica que influencia de forma direta ou indireta na confecção, transformação ou formação de uma norma jurídica. Afinal, as leis são confeccionadas para a satisfação dos apelos sociais e, o direito, para satisfazer a coletividade. 
FONTES DO DIREITO DO TRABALHO
As FONTES FORMAIS representam o momento eminentemente jurídico, com a regra já plenamente materializada e exteriorizada. É a norma já construída.
De acordo com Vólia, são os comandos gerais, abstratos, impessoais e imperativos. Conferem à norma jurídica o caráter positivo, obrigando os agentes sociais. São impostas e se incorporam às relações jurídicas. Ordenam os fatos segundo valores, regulam as relações e as ligam a determinadas consequências.
Vólia ressalta, ainda, que fonte formal não significa norma escrita e sim norma positiva, ou seja, aquela que tem força coercitiva sobre seus destinatários. O costume e fonte formal assim como o é a lei.
As fontes formais dividem-se em autônomas e heterônomas. 
FONTES DO DIREITO DO TRABALHO
Fontes formais heterônomas, cuja formação é materializada por um agente externo, um terceiro, em geral o Estado, sem a participação imediata dos destinatários principais das regras jurídicas.
São fontes formais heterônomas a CF, as emendas à Constituição, a lei complementar e a lei ordinária, a medida provisória, o decreto, a sentença normativa, as súmulas vinculantes editadas pelo STF e a sentença arbitral.
Os tratados e convenções internacionais, uma vez ratificados pelo Brasil, passam a fazer parte do ordenamento jurídico pátrio como lei infraconstitucional, ou constitucional, dependendo do caso, sendo considerados, a partir de sua ratificação, como fonte formal heterônoma. 
FONTES DO DIREITO DO TRABALHO
Fontes formais autônomas, cuja formação se caracteriza pela imediata participação dos destinatários das regras produzidas sem a interferência do agente externo, do terceiro.
São fontes formais autônomas a convenção coletiva de trabalho, o acordo coletivo de trabalho e o costume (CLT, art. 8º). 
FONTES DO DIREITO DO TRABALHO
As fontes do Direito do trabalho podem, ainda, serem classificadas em internacionais e nacionais.
Como exemplo de normas internacionais de trabalho, podemos mencionar as Convenções da OIT e os Tratados Internacionais (bilaterais e multilaterais) versando sobre direito do trabalho.
As Convenções da OIT, bem como os tratados internacionais, para vigorarem do pais, dependem de ratificação interna, conforme previsão nos artigos 49, I, e 84, VIII, da CF. 
FONTES DO DIREITO DO TRABALHO
Portaria, aviso, instrução, circular: não são fontes formais, obrigam apenas aos empregados a que se dirigem e nos limites da obediência hierárquica.
Regulamento empresarial: a doutrina diverge se o regulamento da empresa pode ou não ser considerado fonte do Direito. Parte da doutrina entende que o regulamento não é norma de direito objetivo, nem comando concreto heteronormativo. Consiste, sim, em condições gerais do contrato a que adere o empregado. Para essa corrente, em regra, o regulamento empresarial é produzido pela vontade unilateral do empregador, passando a integrar os contratos individuais de trabalho, não havendo como enquadrá-lo como fonte normativa heterônoma ou mesmo autônoma. Todavia, atualmente, a corrente majoritária entende que o regulamento da empresa é fonte do direito, sendo importante destacar que muitas bancas de concurso têm considerado o regulamento empresarial como fonte formal autônoma do direito. 
FONTES DO DIREITO DO TRABALHO
Jurisprudência: a doutrina diverge sobre o enquadramento da jurisprudência como fonte formal do direito. Assim, entende Sérgio Pinto Martins que a jurisprudência não pode ser considerada como fonte, pois não configura como norma obrigatória, mas apenas indica o caminho predominante em que os tribunais entendem de aplicar a lei, suprindo, inclusive, eventuais lacunas desta última. Não vincula, portanto, o juiz, que é livre para decidir; já Gustavo Filipe Barbosa Garcia entende que a reiterada interpretação conferida pelos tribunais às normas jurídicas, a partir dos casos concretos, seria fonte formal; o juiz não seria mero aplicador das normas postas, não se podendo negar o seu papel criador. 
Vale lembrar que o artigo 8º da CLT coloca a jurisprudência como fonte supletiva, a ser utilizada pelas autoridades administrativas e pela Justiça do Trabalho em caso de omissão da norma positivada. 
FONTES DO DIREITO DO TRABALHO
Princípios jurídicos: a corrente doutrinária mais moderna inclui os princípios gerais do direito e os princípios específicos do direito do trabalho como fonte formal do direito, devido a sua natureza normativa.
O artigo 8º arrola os princípios como fonte supletiva ou subsidiária do direito do trabalho.
Doutrina: não restam dúvidas de que o entendimento dos doutos sobre determinado tema jurídico auxilia o operador do direito no processo de aplicação concreta da norma. No entanto, embora possua inegável importância no universo e prática jurídicos, não pode ser considerada fonte do direito, uma vez que não vincula os magistrados e demais operadores do direito. O artigo 8º da CLT, nem tampouco o artigo 4º da LICC, e o 126 do CPC incluem-na como fonte supletiva. 
FONTES DO DIREITO DO TRABALHO
Equidade: não é fonte formal do Direito. Surge como método de interpretação e aplicação da norma jurídica.
Pode ter dois significados. Pode significar a criação de regra jurídica para o caso concreto, possibilitando a decisão sem vinculação à disposições legais, mas de acordo com os critérios de justiça, surgindo como fonte material do direito. Assim, o artigo 127 do CPC estabelece que a decisão por equidade depende de expressa autorização no ordenamento jurídico. No âmbito laboral, o artigo 766 da CLT estabelece que nos dissídios sobre estipulação de salários serão estabelecidas condições que, assegurando justos salários aos trabalhadores, permitam também justa retribuição às empresas interessadas. Todavia, a sentença surge como fonte formal, sendo a equidade mera fonte material, fonte inspiradora do aplicador do Direito, apesar de também ser citada pelo artigo 8º como fonte supletiva do direito do trabalho. 
FONTES DO DIREITO DO TRABALHO
A equidade também pode ser utilizada como forma de amenizar o rigor da norma jurídica, concedendo nas situações em concreto uma interpretação mais branda, suave, equitativa, retificando distorções ou injustiças cometidas pela norma abstrata.
No âmbito laboral, ilustrativamente, o artigo 852, I, § 1º, da CLT, atinente ao procedimento sumaríssimo, estabelece que o juiz adotará em cada caso a decisão que reputar mais justa e equânime, atendendo aos fins sociais e às exigências do bem comum. 
FONTES DO DIREITO DO TRABALHO
Analogia: não tem caráter de fonte do Direito, apesar de citada em textos legais que fazem referência às fontes supletivas do Direito. É um método de integração jurídica por meio do qual se pesquisam outras fontes normativas para aplicação ao caso concreto em destaque.
Cláusulas contratuais: também não são fontes do direito do trabalho, muito embora o artigo 8º faça menção expressa a elas. Não trazem em seu bojo comando genéricos, impessoais e abstratos, mas, ao contrário, compõem-se de cláusulas concretas, específicas e pessoais, abrangendo apenas as partes contratantes, não podendo, assim, ser consideradas fontes formais do direito. 
FONTES DO DIREITO DO TRABALHO
Princípio é a postura mental que leva o intérprete a se posicionar desta ou daquela maneira. Serve de diretriz, de arcabouço, de orientação para que a interpretação seja feita de uma determinada maneira e, por isso, tem função interpretativa.
São proposições genéricas que servem de fundamento e inspiração para o legislador na elaboração da norma positivada,atuando também como forma de integração da norma, suprindo as lacunas e omissões da lei, exercendo, ainda, importante função, operando como baliza orientadora na interpretação de determinado dispositivo pelo operador de Direito.
Exercem, portanto, uma tríplice função: informadora, normativa e interpretativa. 
PRINCÍPIOS
Informadora porque inspira o legislador a legislar a favor do bem jurídico que deve ser tutelado, e que vai servir de fundamento para o ordenamento jurídico. Exemplo: princípio da proteção ao trabalhador. O legislador deve privilegiar o hipossuficiente.
Interpretativa, pois opera como critério orientador do juiz ou do intérprete. Ex.: princípio in dúbio pro misero: quando a norma comportar mais de uma interpretação razoável, o intérprete deverá optar por aquela mais favorável ao trabalhador.
Diretiva e unificadora: porque unifica o ordenamento jurídico e indica a direção a ser tomada pelo legislador, operadores do direito e intérpretes. Não permite analisar a norma de forma isolada. Ex.: o inciso XXVI do artigo 7º deve ser interpretado em consonância com o caput, sob pena de se ignorar o princípio da unidade da interpretação constitucional. 
PRINCÍPIOS
Normativo supletivo: acessório ou secundário, quando supre e integra as lacunas legais, servindo como fonte supletiva. A regra concreta existe, mas não prevê determinada nuance ou hipótese. O princípio preenche esse vazio, normatizando o caso.
Normativa autônoma: atua criando um direito subjetivo, preenchendo o vazio existente no ordenamento jurídico e não na regra. Exemplo dado por Vólia é o de que não há lei que proíba um anão a aceitar trabalhar como um projétil a ser arremessado pelos fregueses do empregador. Todavia, tal comportamento fere o princípio constitucional da dignidade da pessoa humana. Nesse caso, aplicação do princípio funcionará para impedir o trabalho, atuando como fonte normativa autônoma. 
PRINCÍPIOS
O artigo 8º da CLT dispõe que:
“As autoridades administrativas e a Justiça do Trabalho, na falta de disposições legais e contratuais, decidirão, conforme o caso, pela jurisprudência, por analogia, por equidade e outros princípios e normas gerais do direito, principalmente do Direito do Trabalho, e, ainda, de acordo com os usos e costumes, o Direito Comparado, mas sempre de maneira que nenhum interesse de classe ou particular prevaleça sobre o interesse público”. 
PRINCÍPIOS E NORMAS JURÍDICAS
Alice Monteiro de Barros conclui no sentido de que a norma (vista como o dever-ser) abrange tanto os princípios como as regras. Distinguem-se estes por meio de vários critérios apontados pela doutrina, entre os quais destaca:
a) as regras prescrevem atos relativamente específicos, e os princípios atos inespecíficos; 
b) os princípios não podem gerar direito subjetivo, ao contrario das regras que geram esses direitos e podem ser aplicadas diretamente; 
c) os princípios contêm uma enunciação ampla, sendo, portanto, abstratos, enquanto as regras são concisas; 
PRINCÍPIOS E NORMAS JURÍDICAS
d) na hipótese de conflito entre regras, a solução implica perda de validade de uma delas em favor da outra. Se, entretanto, o conflito ocorrer entre princípios, privilegia-se um deles, sem que o outro seja violado. Daí afirmar a autora que os princípios possuem como característica a relatividade, tendo em vista que eles não são aplicados de forma absoluta, sob pena de violação a outra obediência. Para a conciliação entre princípios, sugere-se a invocação ao princípio da proporcionalidade deduzido do artigo 5º, § 2º, da CF/88 (fruto do direito público alemão, que repousa sobre a noção de poder. Vem sendo conceituado ora como a técnica da redução e controle judicial da discricionariedade administrativa, ora como instituto destinado a atacar essa discricionariedade. Esse princípio é muito utilizado na Corte Constitucional alemã para proteger o núcleo dos direitos fundamentais. Expandiu-se, posteriormente, para outros ramos do direito, inclusive o Direito do Trabalho que, modernamente, repousa sobre uma colaboração necessária a qual impõe aos concontratantes, o dever de não negligenciarem os interesses do outro.
PRINCÍPIOS E NORMAS JURÍDICAS
- Declaração universal dos direitos humanos
Proibição de trabalho escravo – art. IV;
Direito ao trabalho – art. XXIII, caput;
Liberdade de trabalho – art. XXIII, 1;
Direito à condição favorável de trabalho – art. XXIII, 1;
Proteção contra o desemprego - art. XXIII, 1;
Não discriminação de salário – art. XXIII, 2;
Garantia de um salário digno, além de outros meios de proteção social do trabalhador – art. XXIII, 3;
Direito à organização sindical e à livre associação – XXIII, 4. 
PRINCÍPIOS UNIVERSAIS APLICÁVEIS AO DIREITO DO TRABALHO
- Tratado de Versailles
O trabalho não pode ser considerado como mercadoria ou artigo de comércio – art. 427, 1;
Direito de associação sindical – art. 427, 4;
Direito a salário que assegure nível de vida conveniente – art. 427, 3;
Jornada de 8 horas e 48 horas semanais – art. 427, 4;
Descanso semanal de 24 horas – art. 427, 5;
Supressão do trabalho infantil e limitação ao trabalho do menor – art. 427, 6;
Salário sem distinção de sexo – art. 427, 7;
Salário igual entre trabalhadores residentes legalmente no mesmo país – art. 427, 8. 
PRINCÍPIOS UNIVERSAIS APLICÁVEIS AO DIREITO DO TRABALHO
Art. 1º - respeito à dignidade da pessoa humana; valores sociais do trabalho; livre iniciativa (III e IV);
Art. 5º - inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade; da anterioridade legal: fazer ou deixar de fazer algo senão em virtude de lei; ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante; livre manifestação do pensamento; direito à indenização por dano moral, material ou à imagem; liberdade de consciência e de crença; isonomia de tratamento: ninguém será privado de direitos por motivos de crença religiosa; inviolabilidade à intimidade, à vida privada e à imagem; livre exercício de qualquer trabalho ou ofício; direito à informação; livre reunião pacífica, sem armas... em locais abertos; direito à associação para fins lícitos; criação de associações e cooperativas; ; a lei não excluirá do Judiciário lesão ou ameaça de direito; respeito ao direito adquirido, coisa julgada e ato jurídico perfeito; direito de resposta, a contraditório e ampla defesa;
Art. 170 – justiça social; valorização do trabalho humano; livre iniciativa; dignidade da pessoa humana; função social da empresa; busca do pleno emprego.
PRINCÍPIOS GERAIS CONSTITUCIONAIS DE DIREITO DO TRABALHO
Art. 7º - proteção ao trabalhador e prevalência da condição mais favorável; proteção contra a despedida arbitrária; garantia de salário mínimo capaz de atender às necessidades básicas e vitais do trabalhador e de sua família; periodicidade de reajuste do salário mínimo; irredutibilidade salarial; proteção do mercado de trabalho da mulher; reconhecimento dos convênios coletivos; proteção ao trabalhador em face da automação; isonomia salarial e de tratamento; não discriminação; proibição do trabalho infantil, trabalho noturno, perigoso e insalubre ao adolescente; da redução dos riscos inerentes ao trabalho; do seguro contra acidentes de trabalho a cargo do empregador.
Art. 8º - liberdade sindical; não interferência estatal nos sindicatos; unicidade sindical; representação sindical; contribuição sindical compulsória; livre filiação sindical; necessária intervenção sindical nas negociações coletivas; proteção ao dirigente sindical; garantia do sistema confederativo; subordinação do sindicato à vontade da assembleia.
Art. 9º - direito de greve.
Art. 11 – representação dos trabalhadores na empresa.
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS ESPECÍFICOS DE DIREITO DO TRABALHO
- não alegação da ignorância da lei (art. 3º da LICC); 
- função social do Direito (art. 5º da LICC);
- respeito ao direito adquirido, ato jurídico perfeito e coisa julgada – art. 6º da LICC;
- Irrenunciabilidade de direitos da personalidade (art. 11 do CCB);
- Inviolabilidade da vida privada (art. 21 doCCB);
- Prevalência da intenção sobre a forma (art. 112 do CCB);
- Boa-fé e lealdade nos contratos (art. 113 do CCB);
- Livre consentimento (art. 138 e seguintes do CCB);
- Não alegação da própria torpeza (art. 150 do CCB...);
- Proibição do abuso do direito e do enriquecimento sem causa (art. 187 do CCB);
PRINCÍPIOS GERAIS APLICÁVEIS AO DIREITO DO TRABALHO
Força vinculante dos contratos e da sua inalterabilidade;
Exceção do contrato não cumprido;
Razoabilidade, ponderação, prudência e sensatez na avaliação das condutas humanas;
Tipificação legal das penas e ilícitos;
Proteção à incapacidade ou das minorias;
Aproveitamento dos atos a favor do hipossuficiente;
Proteção à criança e ao adolescente. 
PRINCÍPIOS GERAIS APLICÁVEIS AO DIREITO DO TRABALHO
1. Princípio da proteção, o qual se desmembra em: in dúbio pro operário; da aplicação da norma mais favorável; e da condição mais benéfica.
Consiste em conferir ao pólo mais fraco da relação laboral uma superioridade jurídica capaz de lhe garantir mecanismos destinados a tutelar os direitos mínimos estampados na legislação laboral vigente.
O intervencionismo básico do Estado, ao estabelecer normas imperativas de observância obrigatória nos pactos laborais, nasceu em função do empregado ser o sujeito hipossuficiente na relação jurídica de emprego. O princípio da proteção criou mecanismos, regras e presunções próprias, assegurando uma rede protetiva ao obreiro, com o claro propósito de diminuir a desigualdade no pacto de emprego celebrado com o empregador.
Esse princípio insere-sena estrutura do Direito do Trabalho, como forma de impedir a exploração do capital sobre o trabalho humano, possibilitando a melhoria das condições de vida dos trabalhadores e permitindo o bem-estar social dos obreiros. 
PRINCÍPIOS DE DIREITO DO TRABALHO
O princípio da proteção desmembra-se em três outros:
I) Princípio in dúbio pro operário: na análise de preceito que disponha sobre regra trabalhista, este princípio induz o intérprete a optar, entre duas ou mais interpretações possíveis, pela mais favorável ao empregado. No campo probatório, essa regra não se aplicaria, em tese, já que o Direito Processual impõe ao autor a prova do fato constitutivo do direito e ao réu a prova do fato modificativo, extintivo ou impeditivo do direito (CPC, art. 333 e CLT, art. 818).
II) Princípio da condição mais benéfica: determina que as condições mais vantajosas estipuladas no contrato de trabalho do obreiro ou mesmo em regulamento da empresa, prevalecerão, independentemente da edição de norma superveniente, dispondo sobre a mesma matéria, estabelecendo nível protetivo menor. A nova regra jurídica somente produzirá efeitos para os novos contratos de trabalho a serem firmados. É a própria aplicação da teoria do direito adquirido, prevista no artigo 5º, XXXVI, da CF, nas cláusulas contratuais. Exemplo: as Súmulas 51 e a 288 do TST. Cabe destacar, ainda, que no plano coletivo, as CCTs, os ACTs e a sentença mnormativa, embora fixem cláusulas e normas de cumprimento e aplicação obrigatório aos contratos de trabalho, não se incorporam definitivamente aos pactos de emprego, conforme demonstra a súmula 277 do E. TST. 
PRINCÍPIOS DE DIREITO DO TRABALHO
III) Princípio da aplicação da norma mais favorável: aplica-se a norma mais favorável ao trabalhador, independentemente de sua posição na escala hierárquica. Este princípio atua em três momentos distintos: 
a) na elaboração da regra jurídica, na qual as novas disposições legais devem estabelecer regras mais favoráveis aos trabalhadores (caput do artigo 7º da CF);
 b) na hierarquização das regras jurídicas dos dispositivos confrontados, no sentido de que havendo vários dispositivos legais numa escala hierárquica, aplica-se o que for mais favorável ao trabalhador, independentemente de sua escala; 
c) aplica-se a norma mais favorável na interpretação das regras jurídicas, quando antepostas ao intérprete duas ou mais vertentes interpretativas de determinado dispositivo legal.
PRINCÍPIOS DE DIREITO DO TRABALHO
2. Princípio da irrenunciabilidade de direitos: consagrado pelo artigo 9º da CLT (“Serão nulos de pleno direito os atos praticados com o objetivo de desvirtuar, impedir ou fraudar a aplicação dos preceitos contidos na presente consolidação”).
Tal princípio torna os direitos dos trabalhadores irrenunciáveis, indisponíveis e inderrogáveis, conferindo importante mecanismo de proteção ao obreiro em face da pressão exercida pelo empregador, o qual, muitas vezes, utilizando-se de mecanismos de coação, induz, obriga o trabalhador a dispor contra a vontade de direitos conquistados a suor e trabalho.
PRINCÍPIOS DE DIREITO DO TRABALHO
3. Princípio da continuidade da relação de emprego: a regra presumida é a de que os contratos de trabalho sejam pactuados por prazo indeterminado, passando o obreiro a integrar a estrutura da empresa de forma permanente, somente por exceção admitindo-se o contrato por prazo determinado ou a termo.
A propósito, a súmula 212 do TST estabelece a presunção juris tantum da continuidade da relação de emprego.
É bem verdade que a CF/88, ao consagrar definitivamente o FGTS como regime obrigatório, bem como ao instituir a chamada indenização compensatória para os casos de dispensa imotivada (art. 7º, I), enfraqueceu consideravelmente este princípio, convertendo a dispensa sem justa causa num mero ato potestativo do empregador.
Todavia, a CF previu o aviso prévio para os casos de dispensa imotivada do trabalhador (onerando a dispensa injusta), a estabilidade do dirigente sindical (art. 8º, VIII), e a garantia de emprego para a gestante e o cipeiro (art. 10, ADCT), os quais valorizam, sem dúvida, o princípio em comento.
PRINCÍPIOS DE DIREITO DO TRABALHO
4. Princípio da primazia da realidade: estabelece que a verdade real prevalecerá sobre a verdade formal, predominando a realidade sob a forma.
Esse princípio é muito aplicado no âmbito laboral, principalmente para impedir procedimentos fraudatórios praticados pelo empregador, no sentido de tentar mascarar o vínculo de emprego existente, ou mesmo conferir direitos menores do que os realmente devidos.
PRINCÍPIOS DE DIREITO DO TRABALHO
5. Princípio da inalterabilidade contratual lesiva: tem origem no direito civil, especificamente na cláusula da pacta sunt servanda, segundo a qual os contratos devem ser cumpridos.
O artigo 468 da CLT somente permite a alteração das cláusulas e condições fixadas no contrato de trabalho em caso de mútuo consentimento e desde que não cause, direta ou indiretamente, prejuízo ao empregado, sob pena de nulidade da cláusula infringente dessa garantia.
A alteração proibida nas relações de emprego é a prejudicial, lesiva aos interesses do empregado, visto que as modificações que venham a trazer maiores benefícios ao empregado serão sempre válidas e estimuladas.
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6. Princípio da intangibilidade salarial: o salário tem natureza alimentar. Esse princípio inspirou a criação de diversos dispositivos normativos, objetivando defender, especificamente o salário do obreiro em face: a) das condutas abusivas do próprio empregador, por meio de regras jurídicas que previnam a retenção, o atraso, a sonegação ou descontos indevidos de salário (ex.: 459, 462, 463, 464 e 465 da CLT); b) dos credores do empregado, estipulando, por exemplo, o artigo 649, IV, do CPC, a impenhorabilidade dos salários; c) dos credores do empregador, determinando o artigo 449 da CLT a manutenção dos direitos oriundos da existência do contrato de trabalho em caso de falência ou dissolução da empresa. A nova lei de falências, n. 11.101/2005 (art. 83) considerou, em caso de falência da empresa, privilegiados os créditos derivados da legislação do trabalho até 150 salários mínimos.
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Derivado do princípio da intangibilidade salarial surge o princípio da irredutibilidade salarial, descrito na CF, no artigo 7º, VI, ao determinar, como regra, a impossibilidade de redução de salários.
No entanto, a própriaCF acabou por flexibilizar esse princípio, pois possibilitou por meio de ACT ou CCT a redução temporária de salários, passando o princípio da irredutibilidade salarial a ser relativo e não mais absoluto. Preferiu-se, nesse caso, a diminuição temporária dos salários preservando o bem maior do trabalhador, qual seja, o emprego, valorizando-se, assim, o princípio da continuidade da relação de emprego.
Não obstante, a regra geral continua sendo a da irredutibilidade salarial, somente sendo permitida, por exceção, a redução temporária de salários, mediante a assinatura de acordo ou de convenção coletiva de trabalho. 
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