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Direito Civil – P1 – 2º Período CAPACIDADE CIVIL Espécies: De direito, aquisição ou de gozo (art. 1º CC) Art. 1o Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil. De fato ou de exercício Admite variação e gradação: capacidade plena, capacidade relativa, absoluta incapacidade Pode sofrer limitações de correntes de 3 critérios: objetivo (cronológico), subjetivo (psicológico) ou cultural (índios) Regra: capacidade Exceção: incapacidade Espécies de incapacidade: Absoluta (art.3º CC) I - Critério objetivo – Menores de 16 anos Devem ser representados pelos pais ou tutor (em caso de órfãos) I, II, III – Critério subjetivo – Os que por enfermidade ou doença mental, não tiverem o discernimento para exercer os atos da vida civil, e os que não puderem manifestar a sua vontade, mesmo que, naquela ocasião apenas. Devem ser representados pelo curador, estabelecido pelo juiz por meio de interdição judicial. Relativa (art.4º CC) I – Critério objetivo – Maiores de 16 e menores de 18 anos I, II, III, IV – Critério subjetivo – Dipsônamos, dependentes químicos, doentes mentais (com o discernimento reduzido) e pródigos. Devem ser assistidos por pais ou tutores. Podem votar, assinar contrato de trabalho, testemunhar, se alistar. Inobservância anulável. Compatibilização da interdição com a tábua axiológica constitucional: Em cada caso, o juiz deve averiguar o grau de incapacidade pelos efeitos existenciais, e não pelas consequências econômicas da interdição Validade dos atos praticados pelo incapaz, antes da decisão de interdição: A sentença de interdição produz efeito EX-NUNC (efeitos não retroagem, valendo somente a partir da data da decisão tomada) Deve ser avaliado o caso concreto, analisando: seu proveito ou prejuízo para o incapaz, boa fé do contratante e prova inequívoca, robusta e convincente da incapacidade do contraente no momento do ato. *Cessação da incapacidade: Art. 5º CC – Critério objetivo – Ao completar 18 anos – Cessação automática Critério subjetivo – Cessando a causa – Requerer judicialmente o levantamento da interdição Art. 5º CC Parágrafo único: Emancipação (antecipa os efeitos da maioridade civil) I – Voluntária ou expressa Outorgada pelos pais (ou um, na falta do outro) Feita no cartório, mediante escritura pública O menor deve ter 16 anos completos É irrevogável e irretratável (não cancela) Não admite condição nem termo Não exime os pais de responsabilidade civil Judicial (para menor sob tutela) Via judicial Feita no fórum e registrada no cartório Ouvido o tutor O menor deve ter 16 anos completos Irrevogável e irretratável Averbação em Regime Público Não exime a responsabilidade civil do tutor I, II, III, IV, V – Legal ou Tácita Casamento Emprego público efetivo Graduação no ensino superior Menor com economia própria Prática de atos incompatíveis com a condição de incapaz. E emancipação é automática, e cessa a responsabilidade civil dos pais. PERSONALIDADE CIVIL Art. 2º A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro. *Aquisição da personalidade jurídica: Teoria Natalista: negativista – Nega a personalidade ao nascituro. Ele só tem personalidade se nascer com vida. Teoria Concepcionista: afirmatista – Afirma que a personalidade começa a partir da concepção. Argumentos favoráveis a essa teoria: Art. 124 ao 128 CP – criminaliza o aborto Art. 1798 CC – possibilita beneficiar o nascituro com herança Art. 542 CC – autoriza doação ao nascituro STF em 2008 reconheceu ao nascituro o direito de reconhecimento de filiação (caso Glória Trevi) Docimasia Hidrostática de Galeno Após a respiração o feto tem os pulmões cheios de ar e quando colocados num vasilhame com água, flutuam; não acontecendo o mesmo com os pulmões que não respiram. Se afundarem, é porque não houve respiração; se não afundarem é porque houve respiração e, conseqüentemente, vida. Ex: Quando um homem, ao morrer, deixa a mulher grávida e a criança vêm à luz morta, o patrimônio do de cujus transmitir-se-á aos herdeiros deste, que poderão ser seus genitores. Se, por outro lado, a criança nascer viva e morrer imediatamente após o nascimento, o patrimônio do pai passará aos seus herdeiros, no caso, a mãe da criança. EXTINÇÃO DA PESSOA NATURAL Art. 6º A existência da pessoa natural termina com a morte; presume-se esta, quanto aos ausentes, nos casos em que a lei autoriza a abertura de sucessão definitiva. Modos de extinção: Morte Real ou Natural – corpo – óbito Morte Presumida – corpo não encontrado Sem declaração de ausência (art.7º CC) Ex: catástrofes, desaparecidos políticos Ação de justificação de óbito – via judicial Com declaração de ausência (art.22 a 39) Art. 22. Desaparecendo uma pessoa do seu domicílio sem dela haver notícia, se não houver deixado representante ou procurador a quem caiba administrar-lhe os bens, o juiz, a requerimento de qualquer interessado ou do Ministério Público, declarará a ausência, e nomear-lhe-á curador. 1ª fase: Curadoria dos bens do ausente (art.22 a 25) O juiz, a requerimento de qualquer interessado ou do Ministério Público, declara a ausência e nomeia um curador. Cônjuge não separado judicialmente ou de fato por mais de dois anos antes da declaração de ausência -> pais -> descendentes Cessa a curatela de bens: Comparecimento Certeza de morte Sucessão provisória 2ª fase: Sucessão provisória (art. 26 a 39) Interessados (art.27, 28 § 2º), Efeito de sentença (28 caput), Garantia (art.30 § 1º) exceção art.30 §2º excluído art.34, Bens móveis (art.29), Bens imóveis (art.31, 32, 33), Retorno do ausente (art.33 § único, art.36), Certeza de morte (art.35) 3ª fase: Sucessão definitiva (art.37) Requerimento (art.37, 38), Retorno (art.39), Presunção de morte (art.6º in fine) Comoriência (art.8º) Commori = morrer com Art. 8º Se dois ou mais indivíduos falecerem na mesma ocasião, não se podendo averiguar se algum dos comorientes precedeu aos outros, presumir-se-ão simultaneamente mortos. Pessoas sucessíveis entre si – transmissão de direitos NOME CIVIL Art. 16. Toda pessoa tem direito ao nome, nele compreendidos o prenome e o sobrenome. Características: Absoluto – ERGA OMNES (vale para todos) – o direito de exigir que te chamem pelo seu nome Obrigatório Indisponível, inalienável, irrenunciável, incessável, imutabilidade relativa Componentes: Prenome Simples: Amanda Composto: Maria Luísa Patronímico Simples: Duarte Composto: Von-Held, São Thiago Agnome (distintivo) Fulano Neto/Filho/Sobrinho Hipocorístico (redução) Dani, Malu, Vic, Dani Pseudônimo ou heterônimo (esconder a identidade) JK Rowling - Robert Galbraith Alcunha, epíteto, cognome (particularidade) Xuxa, Lula, Pardal, Garotinho Hipóteses de alteração via judicial: Expuser ao ridículo (art.55 § único Lei de Registros Públicos – LRP) Erro gráfico Inclusão de hipocorístico Luiz Inácio Lula da Silva Uso prolongado de nome diverso Homonímia depreciativa ou prejudicial Nome igual ao de um bandido ou alguém que arruma confusão Tradução Charles –> Carlos Cirurgia de transgenitalização Inclusão de patronímico Lei Clodovil Hernandes Art. 57 § 8º LRP – O enteado ou a enteada, havendo motivo ponderável e na forma dos §§ 2o e 7o deste artigo, poderá requerer ao juiz competente que, no registro de nascimento, seja averbado o nome de família de seu padrasto ou de sua madrasta, desde que haja expressa concordância destes, sem prejuízo de seus apelidos de família. (Incluído pela Lei nº 11.924, de 2009) Hipóteses de alteração que não depende de autorização judicial: Adoção Reconhecimento de filiação Casamento Divórcio Hipótese de alteração imotivada: 1º ano após a maioridade civil Art. 56 LRP – O interessado, no primeiro ano após ter atingido a maioridade civil, poderá, pessoalmente ou por procurador bastante, alterar o nome, desde que não prejudique os apelidos de família, averbando-se a alteração que será publicada pela imprensa.Lei de proteção a testemunha § 7º Quando a alteração de nome for concedida em razão de fundada coação ou ameaça decorrente de colaboração com a apuração de crime, o juiz competente determinará que haja a averbação no registro de origem de menção da existência de sentença concessiva da alteração, sem a averbação do nome alterado, que somente poderá ser procedida mediante determinação posterior, que levará em consideração a cessação da coação ou ameaça que deu causa à alteração. (Incluído pela Lei nº 9.807, de 1999) Tutela jurídica do nome (art.17 e 18 CC) Art. 17. O nome da pessoa não pode ser empregado por outrem em publicações ou representações que a exponham ao desprezo público, ainda quando não haja intenção difamatória. Art. 18. Sem autorização, não se pode usar o nome alheio em propaganda comercial. ESTADO CIVIL DA PESSOA NATURAL Espécies: Individual (modo de ser da pessoa quanto à idade, sexo, cor, altura, saúde, etc) Familiar (indica a situação da pessoa na família em relação ao matrimônio (ex: casado) e ao parentesco consanguíneo (ex: pai) ou afim (ex: sogro) Político (nacional, natural ou estrangeiro) REGISTRO CIVIL Art. 9º e 10º CC Objetivos: Publicidade Assegurar direitos de terceiros Certidão – prova juris et de jure (de direito e por direito - não admite prova em contrário) DOMICÍLIO Domus = casa Art. 70. O domicílio da pessoa natural é o lugar onde ela estabelece a sua residência com ânimo definitivo. Distinção: Moradia – provisoriedade Residência – estabilidade Domicílio Elementos: objetivo – residir Subjetivo – ânimo definitivo (intenção de permanecer no local) Princípio da pluralidade de domicílios (art.71 CC) Espécies: Voluntário Aparente ou ocasional (art. 73) Ex: ciganos Profissional (art. 72) Legal ou necessário (Decorre da lei) Art. 76 – militar, marítimo, preso, incapaz, servidor público Art. 77 – agente diplomático citado no estrangeiro Parágrafo único. O domicílio do incapaz é o do seu representante ou assistente; o do servidor público, o lugar em que exercer permanentemente suas funções; o do militar, onde servir, e, sendo da Marinha ou da Aeronáutica, a sede do comando a que se encontrar imediatamente subordinado; o do marítimo, onde o navio estiver matriculado; e o do preso, o lugar em que cumprir a sentença. De eleição ou especial (art.78) Mudança: Art. 74. Muda-se o domicílio, transferindo a residência, com a intenção manifesta de o mudar. Domicílio da pessoa jurídica (art. 75) Direito público – I, II, III / Direito Privado – IV / Pluralidade – 75 § 1 / Sede estrangeiro – 75 § 2 DIREITOS DA PERSONALIDADE Introdução: Dignidade da pessoa humana Fundamento da República Cláusula geral de tutela da pessoa Ótica Civil – constitucional – art. 1º II, III CF Objeto: Projeções Físicas Psíquicas Morais Titularidade: Pessoa natural Pessoa jurídica art. 52 CC Características: Absolutas Generalidade, gerais, originárias, inatas Intransmissíveis, irrenunciáveis, indisponíveis, inalienáveis Relativizada – Direitos autorais lei 9.610/98 – Direitos Morais/Direitos Patriomoniais Exercício ilimitado (art. 11 CC, EN 4 e 139) Imprescindível Extrapatrimoniais (não tem preço, não pode ser avaliada economicamente) Impenhoráveis Vitaliciedade (os direitos duram a vida inteira, e até após a morte) Tutela dos Direitos de Personalidade: Art. 12 CC Pacto de São José da Costa Rica Convenção interamericana de DH Preventiva ou inibitória Repressiva Legitimação (art. 12) Parágrafo único. Em se tratando de morto, terá legitimação para requerer a medida prevista neste artigo o cônjuge sobrevivente, ou qualquer parente em linha reta, ou colateral até o quarto grau. Classificação dos Direitos da Personalidade (EN 274): Tricotomia Corpo – integridade física Mente – integridade psíquica Espírito – integridade moral Integridade física: Direito à vida – protegido antes e depois do nascimento Eutanásia – interromper a vida Distanásia – prolongar a vida Mistanásia ou eutanásia social – negligência do poder público Ortotanásia ou paraeutanásia – morte natural, no momento certo Elementos Limitação consentida (consentimento informado) Cuidados paliativos Projeto CP – art. 121 § 4º - não considera crime Resolução nº 1.995 de 09/08/2012 CFM
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