Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
2.2 FISIOLOGIA DA MICÇÃO Antes de falar sobre a incontinência, é preciso entender que o controle da urina é dito “normal”, ou seja, a palavra “continência” é usada para descrever a capacidade normal de uma pessoa acumular urina, com controle consciente sobre o tempo e lugar para urinar. Uma mistura sutil de fatores contribui para a continência, de modo que ela não depende apenas do estado e da integridade dos órgãos específicos incluídos e dos tecidos mais vizinhos que são importantes, mas também, da saúde geral – tanto física como mental – da pessoa integral (39). O controle neurológico da micção se dá pela ação harmoniosa da medula espinhal, da ponte e do córtex cerebral de vias autônomas e somáticas da seguinte forma: quando a bexiga começa a encher, receptores de estiramento da sua parede são excitados e as fibras aferentes parassimpáticas conduzem esse estímulo até o centro de micção sacral (níveis S2 – S4 da medula espinhal) (134). Os tratos espinotalâmicos laterais conduzem o estímulo até a ponte, onde existem áreas capazes de inibir ou excitar o centro de micção. Nesse primeiro instante, impulsos inibitórios são enviados ao centro de micção para inibir a contração do músculo detrusor e ativar a ação do esfíncter (133,135). Quando o volume de urina aumenta, essas descargas elétricas na parede da bexiga chegam ao córtex cerebral (lobo frontal). Sendo assim, agora o ato de conter a urina ocorre voluntariamente, já que foi percebido o desejo de urinar (59). Outro fator que influencia na continência da urina é a estimulação de vias aferentes simpáticas que reduzem a contractilidade do músculo detrusor e aumentam a pressão uretral (130). Essa condução se dá através dos nervos hipogástricos, localizados entre os níveis T11-L3, da parede da bexiga e musculatura lisa da uretra (isso acontece quando a vontade de urinar é alta e ainda não foi achado um local adequado para a micção. A contração voluntária do assoalho pélvico ajuda nessa retenção) (113). Quando o indivíduo decide urinar, impulsos eferentes descendentes iniciam a atividade preparatória inibindo a ação dos nervos pélvico e pudendo, que provocam o relaxamento do assoalho pélvico e do esfíncter externo (132,132). Logo após, o córtex e o centro pontino não mais inibem o centro miccional e estimulam a excitação dos nervos parassimpáticos eferentes que provocam a contração do músculo detrusor (101, 102). Quando se cessarem os estímulos simpáticos o detrusor se contrai e o esfíncter externo relaxa. Ou seja, ocorre a queda da pressão de fechamento uretral já que a pressão do detrusor e do fluxo de urina estão aumentadas (140). Após o esvaziamento, as paredes da bexiga não estão sendo mais estiradas e o ciclo pode reiniciar-se (127,129).
Compartilhar