Buscar

Aula 6 -Hemoglobinapatia

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

Genética – Aula 6 - Hemoglobinopatias
Será visto as hemoglobinopatias hereditárias que ocorrem em maior frequência na população. Pra começar, lembre-se da hemoglobina que está presente dentro do eritrócito (hemácia).
 A eritropoese (produção de eritrócito) ocorre dentro da medula óssea, no final da eritropoese, quando já foi sintetizado todo o RNA mensageiro pra formação da hemoglobina, o núcleo é expelido da célula, teremos aí uma pré-hemácia. No final de todo o processo da eritropoese terá o eritrócito.
Função do eritrócito: Transporte de O2 e CO2 (ocorre por difusão pela membrana)
A vida útil do eritrócito é bem curta, justamente por não ter núcleo e então não consegue suprir/repor as proteínas e com isso a hemoglobina acaba de certa forma perdendo o seu tempo de vida e com isso não tem mais a função do eritrócito, ele não carrega mais oxigênio e então é destruído.
O eritrócito carrega os gases dentro de uma estrutura da hemoglobina que chamamos de grupo M, nesse grupo nós temos o átomo de Ferro no centro. Cada cadeia de globina recebe um grupo M. O ferro é importante por causa da valência dele, esse átomo pode ser estável de duas maneiras (+3 e +2) o que confere estabilidade para a molécula de oxigênio e de carbono. A hemoglobina é uma proteína de estrutura quaternária formada por 4 cadeias polipeptídicas que nós chamamos de globina (duas alfa e duas beta no caso da Hemoglobina A1) todas elas com o grupo M no centro ativo da molécula. No adulto nós encontramos 3 tipos de hemoglobina, a que está em maior quantidade/concentração no sistema é a Hemoglobina A1 (HM A1) que é formada por duas cadeias alfas e duas cadeias betas, e há a Hemoglobina A2 (HM A2) que vai possuir duas cadeias alfa e duas cadeias delta e está em menor concentração e nós temos ainda um resquício de hemoglobina fetal (HM-F) que possui duas cadeias alfa e duas cadeias gama. Se eu tenho um problema em uma hemoglobina delta ou gama, no adulto vai ser praticamente imperceptível, pois a quantidade de A1 sobrepõe qualquer outro tipo de hemoglobina. Agora se eu tenho um problema na hemoglobina gama no período fetal, vai ser um problema importante para o feto.
Nós falamos de mutação de ponto, que é o que? Uma alteração no genoma que irá expressar uma proteína diferente. Então temos que pensar que temos 4 tipos de proteína diferentes (alfa globina, beta globina, delta globina , gama globina), então se eu tenho um problema em uma beta globina, a que vai formar a cadeia beta, esse problema vai estar onde? Na HM A1. Se eu tenho um problema na cadeia delta? HM A2. Mas se eu tiver um problema na cadeia alfa eu vou ter problemas em todas. Mutações ocorrem e vão causar alterações nessas proteínas.
Porque essa alteração de gama para beta? Por conta da afinidade com a molécula de oxigênio, para conseguir transferir oxigênio para o feto de maneira mais eficiente já que ele não faz suas tocas metabólicas sozinho. 
Anemia: Síndrome funcional caracterizada pela concentração de hemoglobina abaixo do normal. A concentração normal varia conforme raça, perda de sangue em acidente, idade, sexo, períodos menstruais da mulher, grávidas possuem anemia gestacional (precisa de mais sangue e produz mais liquido do que células)
As hemoglobinopatias são importantes por conta da morbidade e mortalidade. Pacientes com anemia tendem a se cansar, acaba não indo trabalhar, acabam sendo mais lentos que os outros e acaba prejudicando o dia a dia do paciente. E Mortalidade porque temos a anemia falciforme, as talassêmias, que levam o paciente a óbito. 
Dividimos as hemoglobinopatias quanto a qualidade e quantidade:
 - Quantidade: o paciente pode ter deleções de genes (como ocorre nas talassêmias) e produzir uma quantidade menor de cadeias ou alfa ou beta, e consequentemente, produz uma quantidade menor de HM. Análise quantitativa se houve deleção de gene e a quantidade de cadeia que estou formando.
- Qualidade: Por exemplo, a anemia falciforme, eu tenho uma mutação pontual e essa mutação leva a alteração de um aminoácido e esse aminoácido errado faz com que eu tenho uma cadeia que polimeriza quando ocorre uma baixa de oxigênio. São as Hemoglobina E, C, B e S (que é a hemoglobina da anemia falciforme). PROBLEMAS NA ESTRUTURA.
As hemoglobinopatias mais importantes que temos é a anemia falciforme (qualidade) e as talassêmias (quantidade). Há a talassêmia alfa, em relação a alfa globina e as talassêmias betas em relação a beta. Na anemia falciforme, a hemácia que tem a hemoglobina atingida não permite a entrada de plasmódio. É uma forma evolutiva da hemoglobina. A anemia ferropriva (falta de ferro) é a anemia que você vai ter um problema na qualidade, mas não é hereditária, basta suprir a deficiência nutricional do paciente. 
Temos 700 hemoglobinas anormais, com alterações na sequencia de aminoácidos, mas nem todas trazem problemas para o paciente. Pode ser uma mutação silenciosa, não expressa de forma significativa. A hemoglobina S: ocorre troca na cadeia beta, aparece após o nascimento, pois no período fetal eu estarei utilizando a gama, troca-se então uma glutamina por uma valina no sexto aminoácido/posição. Um único aminoácido ocasiona a alteração na hemoglobina e isso causou a doença; Dependendo da quantidade de O2 necessitada, como em um exercício físico, irá faltar oxigênio para o paciente acometido, nesse momento ocorre a polimerização (união dessas globinas) dessa HM dentro da hemácia. Elas acabam então pesando e deformando a hemácia e elas perdem a sua função. Essa hemácia quando chega ao baço, obrigatoriamente ela será destruída. Então haverá redução do numero de hemácias, redução do numero de hemoglobina caracterizando a anemia. Hemoglobina C: também na cadeia beta, também no sexto aminoácido trocou a proteína glutamina por uma lisina. Aqui a proteína forma cristal, essa proteína em forma de cristal rompe a membrana do eritrócito e a hemácia então é destruída. Hemoglobina E: também na beta globina, mas na posição 26, esse caso é qualitativo, mas acaba representando algo quantitativo também. Houve uma mutação nessa beta globina o que não permite o enovelamento correto dessa proteína, então como não é enovelada corretamente ela é degradada. Pela quantidade que ela é destruída há um problema quantitativo também. Sem beta globina eu consigo formar HM só com a alfa? Não. Eu tenho mutação de ponto, eu tenho alteração no genoma, eu tenho alteração na proteína, mas ela não consegue se enovelar – rapidamente descartada. { ela não comentou sobre a HM B}. A anemia falciforme tem uma herança autossômica recessiva. o paciente tem que ser ff. Se o paciente é Ff ele tem o que chamamos de traço, apenas metade da globina beta serão boas a outra metade vão polimerizar. Hemoglobinas instáveis: como a E, ela é instável porque ela não teve um dobramento adequado e acaba não realizando a sua função. A maior incidência ocorre na África, portadores tem um efeito bem menor do que o paciente que tem realmente os dois alelos recessivos. Ocorre com baixas quantidades de O2. Essa hemácia deformada adere melhor no endotélio do vaso vascular e quando ela tá lá passeando pra ir pro baço pode ocorrer o infarto do baço por causar um trombo. O diagnóstico é por sinais clínicos e laboratoriais através do exame hematócrino (mede a concentração de hemoglobina), fica mais fácil suspeitar quando os familiares tem o traço. Pode fazer a eletroforese que é a avaliação do peso dessa molécula. Cada globina tem um peso molécula – caracteriza 100% o paciente. Tratamento: o melhor seria o transplante de medula óssea, mas esse é feito em raras ocasiões. O mais utilizado são tratamentos paliativos como uma vida menos agitada. Em último caso a retirada do baço quando ocorre o infarto do baço.
Polimerização: ocorre sempre que há uma deficiência de O2
Professora recomenda que para estudar anemia falciforme é bom o site da ANVISA: Protocolo anemia falciforme. 1º capítulo. 
Talassêmias: são quantitativas. Há 4 genes necessários ativos para a formação da alfa globina, se eu tenho as quatro informaçõeseu vou produzir 100% de alfa globina que eu preciso e vou suprir todas as necessidades. Se há a deficiência em um dos genes, irá produzir apenas 75% de alfa globina, diminui a quantidade de HM. Se a deficiência está em dois genes: 50%, três genes: 25% e ainda pode ter 4 genes defeituosos: não produz de forma nenhuma alfa globina. A alfa globina se utiliza desde o período fetal, então desde a fase fetal já terá problema. Quando eu tenho 75% de HM, falamos que o paciente é portador, ele terá uma diminuição de hemoglobina, mas talvez ele nem perceba isso. Caso tenha 50% dos genes, já aparece a anemia, mas consegue conviver. Se só tem uma informação, 25%, já vai apresentar uma anemia mais grave. E se não tem nenhum gene, é incompatível com a vida, não vai produzir HM. A beta globina segue o mesmo raciocínio da alfa, porém serão 2 genes ao invés de 4. Terei o 100%, o 50% ou nenhuma produção. Lembrando que se não produzir beta globina só será perceptível após o nascimento. A quantidade diminuída de hemoglobina, também há destruição de hemácia. Em todos os casos há a destruição excessiva de eritrócitos. Se ao invés de X HM, há X/2 o organismo entende que essa hemácia não está realizando a sua função.

Continue navegando