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INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS- ICH
CURSO DE PSICOLOGIA
A TEORIA HUMANISTA E A ESCOLA DE SUMMERHILL 
Ariadnes Ramos de Sena RA: c441FA-4
Deusiran Braz da Costa RA: C6296J-0
Karla Lima RA: C6430G-5
Nubia J.A. da Silva RA: C14460-6
Rafaella Monteiro RA: C460AH-0
Tatielle Marques RA: C53343-2
Thais Fernanda S. Oliveira RA: C69DGJ-8
Trabalho apresentado à disciplina
Atividades Práticas Supervisionadas, do
Curso de Psicologia.
Campus Vargas – Ribeirão Preto
Setembro de 2015
INTRODUÇÃO
O objetivo deste trabalho é aprofundarmo-nos no tema Psicologia do Desenvolvimento e Teorias da Aprendizagem com enfoque na pedagogia não diretiva, visando obter conhecimento sobre o Humanismo e a Escola de Summer Hill.
A noção de aprendizagem surge quando se aborda a dinâmica do comportamento, quando se procura ter em consideração os tipos de reação relativamente ao meio, sendo que o desenvolvimento de um dado tipo de reação pode surgir na sequência de uma mudança operada pelo meio ou contrariamente ser o resultado de uma mudança da percepção do sujeito, que pretende em consonância com o meio introduzir uma modificação no meio (Berbaum, 1993).
A aprendizagem pode definir-se como o processo de construção e assimilação de uma nova resposta, ou seja, um processo de adequação do comportamento, seja no meio, seja ao projeto perseguido por cada interessado, sendo importante sublinhar se que o termo aprendizagem não designa apenas as aquisições em termos de saberes manuais, cobrindo toda a espécie de aquisições, referindo-se ao ensino assim, a toda a espécie de procedimento tendente a inflectir um tipo de reação (Berbaum, 1993).
Sucintamente podem-se classificar os modelos pedagógicos em três tipos: pedagogia relacional, pedagogia diretiva, e pedagogia não diretiva. Subjacentes a estes três modelos encontram-se três tipos de epistemologia que lhe dão sustento, respectivamente: construtivismo, empirismo e apriorismo.
No modelo da pedagogia não diretiva, a teoria da ciência que fundamenta essa postura pedagógica é chamada de apriorismo ou inatismo. A mesma baseia-se naquilo que é posto antes como condição do que vem depois, ou seja, a bagagem hereditária do aluno é que determina o seu aprendizado. 
Segundo Reale e Antireri, (1991) um dos estudiosos mais conhecido e defensor do inatismo é Noham Chomsky, que evidencia que, no sujeito, a competência implica atividade criadora, de forma que, nenhuma teoria, empirista e comportamentalista, explica a “competência” linguística de uma criança, por exemplo. 
O professor não – diretivo acredita que o raciocínio já nasce com a criança, e em sua prática crê que precisa apenas despertá-lo, imputando ao estudante inclusive a determinação de suas ações docentes, entendendo que o aluno é autossuficiente, não permitindo desta forma uma relação mútua fecunda, o que resulta em um ambiente desfavorável para o processo de ensino aprendizagem, em que o professor é despojado de sua função e o aluno elevado a um status que não possui. 
Diante do exposto, o processo de ensino aprendizagem, que encontra-se fundamentado em teorias e práticas essenciais para a formação integral do educando e que necessita da orientação e intervenção do professor, torna-se completamente debilitado em se tratando do docente não-diretivo que inconscientemente, acredita que os alunos aprendem por si só e a partir de sua genética, não interferindo em seus processos de aprendizagem, o que leva os mesmos, a partir de suas condições prévias a determinar a ação do professor que atua como parte inerte nesse processo. 
A TEORIA HUMANISTA
Um dos principais representantes das Teorias Humanistas Foi Carl Rogers (1902-1987), que aplicou à educação princípios da psicologia clínica (Hipólito, 2002 citado por Martins,2002).
Em confronto com as ideias comportamentalistas, pois para este, aprender não se reduz à aquisição de mecanismos estímulo-reação, Rogers é considerado um representante da corrente humanista, não diretiva, na educação. Embora considere a existência de um processo cognitivo na aprendizagem, condena a aprendizagem cognitiva como é habitualmente praticada, que concebe a aprendizagem como meta pré-estabelecida, dado acabado, ao qual se espera que o aluno adapte e conforme.
A revolução paradigmática Rogeriana aparece como movimento complexo, que implica uma filosofia da educação, uma teoria da aprendizagem, uma prática baseada em pesquisas, uma tecnologia educacional e uma ação política (Martins, 2002).
Rogers (1902-1987), ao propor um modelo de apropriação pessoal do conhecimento apropria a corrente humanista à educação, considerando que a pessoa em formação se encontra revestida por afetos afetivos bem como por aspectos cognitivos (Postic, 1990).
Em suma, os princípios básicos de ensino e aprendizagem são para Rogers: confiança nas potencialidades humanas, pertinência do assunto a ser apendido ou ensinado, aprendizagem participativa, auto avaliação e autocrítica e aprendizagem da própria aprendizagem.
Os efeitos desta abordagem, quando utilizada por um facilitador que possua as atitudes enfatizadas por Rogers, podem ser extremamente importantes no processo de libertação dos indivíduos independentemente da categoria profissional daquele que facilita no outro (s) este processo, sendo estas técnicas um instrumento de importante consciencialização e de transformação individual e social (Gusmão,2002; citado por Martins ,2002).
ESCOLA DE SUMMERHILL
A escola de Summerhill foi fundada em 1921 por A. S. Neill e a sua esposa, que tiveram como ideia principal de adaptar a escola à criança, e não a criança à escola, para que as crianças tivessem a liberdade de serem elas próprias (Neill, 1968). Tal como Vaughan (2006) disse no seu mais recente livro, os objetivos de Summerhill consistiam, e ainda hoje consistem, em a) fornecer liberdade à criança para que esta possa crescer emocionalmente, b) dar poder a criança para que esta consiga viver a sua própria vida, c) dar tempo a criança para que ela possa se desenvolver naturalmente e d) possibilitar à criança uma infância mais feliz retirando medos e pressão por parte dos adultos, isto tudo, com a finalidade de criar um pensador autónomo (Speck, 2009) . 
Para isso foi preciso renunciar toda a disciplina, direção, sugestão, avaliação, moral e religião, como também a obrigação da criança comparecer nas aulas (Neill, 1968). A filosofia de Summerhill emerge de um paradigma de liberdade e sendo uma maneira de neutralizar as imposições do sistema burocrático neoliberal de Inglaterra (Speck, 2009).
A escola está localizada na costa este da Inglaterra, em East Anglia, e tem atualmente por volta de 100 alunos entre os 5 e os 18 anos. Descrevendo-se a si própria como “a democracia de crianças mais antiga do mundo”, a escola permanece notavelmente inalterada desde o tempo de Neill (Stronach & Piper, 2007). Apesar das regras de Saúde e de Segurança (que foram impostas pelo governo inglês), existem cerca de 200 regras que governam a escola de Summerhill e que foram criadas pelos alunos, professores e auxiliares numa das reuniões semanais que tanto tornaram esta escola famosa. 
Nestas reuniões, em que todos em conjunto decidem por exemplo as horas de deitar, um voto de uma criança de cinco anos tem o mesmo peso de um voto de um jovem de 17, ou mesmo do reitor, se a sua ideia for bem justificada e apoiada (Speck, 2009). “ Eu não ‘faço’ a escola desta maneira porque penso na miséria de milhares de crianças infelizes, eu só faço isto tudo desta maneira porque sou da opinião que é certo e fascinante” (Placzek, 1981, p.362). Deixou a inocência tomar o seu percurso e deu uma hipótese à verdadeira democracia, dizendo que tudo o que é preciso, é a fé na criança (Neill, 1968).
Em relação ao sucesso resultante desta escola livre, teremos primeiro que definir sucesso no ponto de vista do fundador. Paraeste, sucesso não significa necessariamente fazer uma carreira como médico; sucesso para Neill é “ter a habilidade de trabalhar com prazer e viver a vida de uma maneira feliz” (Neill, 1968, pag.41). “Todas as guerras e todos os crimes podem ser reduzidos à infelicidade de quem as fez”, por isso o seu maior interesse consta em ensinar a criança a ser feliz e a conhecer-se a si mesma (Neill, 1968, pag.15). 
CONCLUSÃO
A escola trouxe novos princípios pedagógicos, uma maneira diferente de enxergar a educação e oferecer aos alunos livre-arbítrio para se expressarem, além de os mesmos criarem suas próprias regras, rotinas e ditarem seu ritmo, sendo um lugar onde estas crianças tem os mesmos direitos e voz de um adulto.
A primeira escola infantil democrática do mundo, atende crianças de ensino fundamental e médio dos lugares mais distintos. Lá eles moram e vivem em total liberdade, respeitando sempre as normas vigentes do país, podendo ser rompidas desde que assumam e respondam por seus atos.
Os alunos não são obrigados à assistirem as aulas, assistindo apenas aquelas que querem e quando querem, sendo a grade curricular escolhida pelos mesmos.
Tem por objetivo o equilíbrio emocional como principal fonte definidora do jovem, para torná-los felizes, adaptando o âmbito escolar ao aluno, e não o contrário.
A principal virtude de Summerhill é a liberdade ofertada aos alunos, visando a formação de cidadãos autossuficientes, que possam decidir por si mesmos e em prol do bom convívio social e coletivismo.
Entretanto, tamanha liberdade, em nosso contexto social poderia trazer uma má formação intelectual dos alunos, bem como seria inviável já que seu elevado custo não se enquadra nos padrões de ensino público.
Chegou-se ao consenso de que existem benefícios e malefícios no método pedagógico aplicado na escola de Summerhill, assim como nas escolas tradicionais, havendo a necessidade de adequações.
REFERÊNCIAS
Psicologia Psi, A teoria Humanista e a Escola de Summerhill. Disponível em: < https://psicologiapsi.wordpress.com/a-teoria-humanista-e-a-escola-de-summerhill/ > Acesso em 15 de setembro de 2015.
Wellington Barcelos, Pedagogia Não diretiva e seu pressuposto epistemológico - ação discente libertária e ação docente inconsciente: atuações que não se complementam. Disponível em: < http://wellingtonbarcelos.blogspot.com.br/2010/09/pedagogia-nao-diretiva-e-seu.html > Acesso em 15 de setembro de 2015.

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