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CUIDADO INTEGRAL A SAÚDE DO ADULTO II AULA:1 ALTERAÇÕES DO SISTEMA ENDÓCRINO: ASPECTOS CLÍNICOS, EPIDEMIOLÓGICOS E PSICOSSOCIAIS QUE FUNDAMENTAM O CUIDAR: OBESIDADE PROFESSOR: ANTONIO ALFREDO OBESIDADE A obesidade pode ser definida como o acumulo excessivo de gordura corporal, fator que traz prejuízos a saúde, destacando-se as dificuldades respiratórias, problemas dermatológicos e distúrbios do aparelho locomotor, além de favorecer o desenvolvimento de Diabetes Mellitus tipo II, dislipidemias, doenças cardiovasculares e alguns tipos de câncer. A obesidade é desenvolvida ao longo de um tempo, a partir de um desequilíbrio de energia. De modo geral, isso acontece quando a energia ingerida pelo corpo por meio de alimentos e bebidas, medida em calorias, é maior do que a energia gasta por ele. (Direção Geral de Saúde, 2018, cit. Por Pereira, 2020). Fatores genéticos/hereditários e fatores adquiridos podem estar associados a origem dessa doença CAUSAS Existem diferentes tipos de obesidade, sendo que: a obesidade de grau I é considerada obesidade leve; a obesidade de grau II é a obesidade moderada e a obesidade de grau III, é a obesidade mórbida. “Há perfis metabólicos desiguais para os mesmos estímulos, isto é, existe um componente genético que faz com que algumas pessoas tenham mais tendência para engordar do que outras” Povoas, 2017. “Se um progenitor for obeso, tem 40% de probabilidade de ter filhos obesos (ou pelo menos com tendência para isso)” Povoas, 2017. Fatores Adquiridos: Migração para áreas urbanas Maus hábitos alimentares Sedentarismo Tabaco Álcool em excesso FATORES GENÉTICOS E HEREDITÁRIOS Diagnóstico da obesidade No século passado, os países desenvolvidos e também em desenvolvimento, incluindo o Brasil, receberam o impacto de mudanças que ainda estão em curso. Epidemiologia Consumo de alimentos ricos em gordura, açúcar e pobres em carboidratos complexos e fibras. Migrações do campo para a cidade. Vida sedentária devido a automatização industrial e doméstica. Mudanças na produção e comercialização agrícolas. Do ponto de vista conceitual, a obesidade não deveria ser considerada uma doença, mas sim, uma síndrome, ou seja um estado mórbido caracterizado por um conjunto de sinais e sintomas atribuíveis a mais de uma causa. Dessa síndrome pode-se dizer que a obesidade resulta de um desbalanceamento entre a energia gasta e a energia consumida, levando em um armazenamento excessivo de energia, sob forma de triglicérides no tecido adiposo. Etiologia e Fisiopatologia Sinais/ sintomas da obesidade Depressivos, Estresse Ansiosos, Transtornos de personalidade. Pânico Peso corporal acima da média Dificuldade em dormir Apneia Varizes Problemas de pele causados pela umidade que se acumula nas dobras da pele Cálculos biliares Osteoartrite em articulações que suportam peso, especialmente nos joelhos ASPECTOS PSICOSSOCIAIS/OBESIDADE Além das consequências físicas, a obesidade tem efeitos psicológicos negativos. As principais consequências psicológicas podem incluir depressão, imagem corporal prejudicada, baixa autoestima, transtornos alimentares, estresse e baixa qualidade de vida (Chu et al., 2019). Prevenção Pratique exercícios regularmente. Coma uma dieta bem balanceada. Manter um peso corporal saudável Limite os alimentos não saudáveis (doces, batatas, carnes processadas) e bebidas (bebidas açucaradas). Melhorar a rotina de sono e reduzir o estresse. CUIDADO INTEGRAL A SAÚDE DO ADULTO II AULA:2 ALTERAÇÕES DO SISTEMA ENDÓCRINO: ASPECTOS CLÍNICOS, EPIDEMIOLÓGICOS E PSICOSSOCIAIS QUE FUNDAMENTAM O CUIDAR: DIABETES MELITTUS PROFESSOR: ANTONIO ALFREDO SISTEMA ENDÓCRINO Sistema endócrino Diabetes melittus Hipotireoidismo Hipertireoidismo O sistema endócrino, juntamente ao sistema nervoso central S.N.C., regula/controla todas as funções de nosso organismo. O sistema endócrino, por exemplo, atua em diversas funções: Crescimento de tecidos; Equilíbrio hídrico do corpo; Reprodução; Metabolismo de carboidratos; 14 SISTEMA ENDÓCRINO Conceitos básicos O sistema endócrino é responsável pelo controle das atividades metabólicas do organismo. Atua a longo prazo, através de sinais químicos, executados por substâncias denominadas hormônios. -Hormônios são substâncias produzidas e liberadas por determinadas células de glândulas endócrinas e atuam controlando o funcionamento de alguns órgãos. SISTEMA ENDÓCRINO Conceitos básicos A ação do hormônio se dá quando este é lançado através da corrente sanguínea pelas glândulas endócrinas e, assim, chegando à célula-alvo, liga-se a receptores específicos localizado na superfície das células. Célula Segregadora VASO SANGUÍNEO Célula alvo Célula alvo SISTEMA ENDÓCRINO Conceitos básicos Hipotireoidismo Ação glandular é deficiente Metabolismo apresenta lentidão dos movimentos, sonolência, ganho de peso, batimentos cardíacos reduzidos, etc. Hipertireoidismo A glândula passa a funcionar acima do nível normal Aumento da atividade celular até cerca do dobro do normal GLÂNDULAS Tireoide O excesso desses hormônios causa o hipertireoidismo: Hiperatividade (calor, sudorese), Perda de peso, Nervosismo, Exoftalmia (olhos arregalados para fora das órbitas), Bócio (inchaço do pescoço formando um papo). GLÂNDULAS ENDÓCRINAS Tireóide - Hipertireoidismo Exoftalmia Bócio Deficiência na produção dos hormônios T3 e tiroxina (T4) pela tireoide: Pode ser causada devido à carência de iodo na alimentação, pois o iodo é parte constituinte dos hormônios da tireoide; Destruição autoimune da tireoide (tireoidite). GLÂNDULAS ENDÓCRINAS Tireóide - Hipotireoidismo Hipotireoidismo na infância: Cretinismo quadro que se caracteriza pelo comprometimento do crescimento dos ossos e dos dentes e retardamento mental. Consequências: Diminuição do metabolismo celular, Ganho de peso, Bradicardia (desaceleração dos batimentos cardíacos), Mixedema (inchaço da pele), Bócio. GLÂNDULAS ENDÓCRINAS Tireóide - Hipotireoidismo Localização: no lado esquerdo da cavidade abdominal. Glândula mista (possui porção exócrina e endócrina). Produz dois hormônios: insulina e glucagon (porção endócrina). Produz o suco pancreático (porção exócrina). GLÂNDULAS ENDÓCRINAS Pâncreas Insulina Aumenta a permeabilidade da membrana celular à glicose, No fígado, a insulina promove a formação do glicogênio, Ação hipoglicemiante (diminui a quantidade de glicose no sangue), Produzida pelas células β (beta) das ilhotas de langerhans. Glucagon Efeito inverso ao da insulina; No fígado, o glucagon estimula a transformação do glicogênio em várias moléculas de glicose, que serão enviadas para o sangue; Ação hiperglicemiante (aumenta a quantidade de glicose no sangue); Produzido pelas células α (alfa) das ilhotas de langerhans. Atua após as refeições Atua nos períodos entre as refeições GLÂNDULAS ENDÓCRINAS Pâncreas Diabetes Mellitus Doença em que o indivíduo apresenta altas taxas de glicose no sangue. O diabetes mellitus (DM) é uma das doenças crônicas mais prevalentes no mundo. • Prevalência do DM para 2030: 11,3%; • 1ª causa de mortalidade de hospitalizações; • Condição Sensível à Atenção Primária; • Linhas de cuidado prioritárias da atenção básica. GLÂNDULAS ENDÓCRINAS Pâncreas Aumento da concentração sanguínea de glicose através da ação direta no fracionamento do glicogênio hepático em glicose. Conversão do aminoácido em glicose (glicogênese). HORMÔNIOS Glucagon Secreção 2 hormônios importantes: Insulina: Aumento do transporte de glicose através da membrana celular. Aumento da intensidade do metabolismo da glicose. Ausência de insulina (diabetes) – células utilizam gorduras e proteínas para energia (aumento da concentração de glicose no sangue e ácidos graxos) GLÂNDULAS Pâncreas – Ilhotas de Langerhans Diabetes mellitus (DM) Conceituando O diabetes mellitus é uma doença na qual o organismonão produz uma quantidade suficiente de insulina ou não responde normalmente à insulina, fazendo com que o nível de açúcar (glicose) no sangue fique excepcionalmente elevado. O diabetes mellitus é uma doença em que a quantidade de açúcar no sangue está elevada. Os médicos frequentemente utilizam o nome completo diabetes mellitus ao invés de apenas diabetes, para distinguir esta doença do diabetes insipidus. O diabetes insipidus é uma doença relativamente rara que não afeta o valor da glicemia; porém, assim como no diabetes mellitus, também provoca o aumento da micção 26 A micção e a sede aumentam e, às vezes, a pessoa pode perder peso mesmo que não esteja tentando. O diabetes danifica os nervos e causa problemas com as sensações. O diabetes danifica os vasos sanguíneos e aumenta o risco de ataque cardíaco, acidente vascular cerebral, doença renal crônica e perda de visão. O médico diagnostica o diabetes por meio da dosagem da glicose no sangue. A pessoa com diabetes precisa seguir uma dieta saudável, com baixo teor de carboidratos refinados (incluindo açúcar), gorduras saturadas e alimentos processados. Ela também precisa fazer atividade física e, geralmente, deve tomar medicamentos para reduzir os níveis de glicose no sangue. Insulina A insulina, um hormônio secretado pelo pâncreas (um órgão que fica atrás do estômago que também produz enzimas digestivas), controla a quantidade de glicose no sangue. A glicose na corrente sanguínea estimula o pâncreas a produzir insulina. A insulina ajuda a transportar a glicose do sangue para dentro das células. Assim que entra nas células, a glicose é convertida em energia, que é imediatamente utilizada, ou ela é armazenada na forma de gordura ou do amido glicogênio até que seja necessária. Tipos de insulina 1. Insulina de ação lenta ou prolongada Este tipo de insulina é utilizado para manter uma quantidade constante de insulina no sangue, o que imita a insulina basal, e mínima, ao longo do dia. 2. Insulina de ação intermediária Este tipo de insulina pode ser conhecido como (NPH Neutral Protamine Hagedorn, Lenta age durante cerca de metade do dia, entre 12 a 24 horas. Ela também pode imitar o efeito basal da insulina natural, mas deve ser aplicada 1 a 3 vezes por dia, dependendo da quantidade necessária para cada pessoa, e da orientação do médico. 3. Insulina de ação rápida Também conhecida por insulina regular é uma insulina que deve ser aplicada cerca de 30 minutos antes das principais refeições, geralmente 3 vezes ao dia, e que ajuda a manter os níveis de glicose estáveis após a ingestão de alimentos 4. Insulina de ação ultra-rápida É o tipo de insulina que tem o efeito mais imediato e, por isso, deve ser aplicada imediatamente antes de comer ou, em alguns casos, logo após comer, imitando a ação da insulina que é produzida quando comemos para evitar que os níveis de açúcar no sangue fiquem altos. Novorapid As concentrações de glicose no sangue normalmente variam durante o dia. Eles aumentam depois de cada refeição e retornam aos níveis anteriores à refeição aproximadamente duas horas depois. Uma vez que os níveis de glicose no sangue retornam aos valores pré‑refeição, a produção de insulina diminui. A variação dos níveis de glicose no sangue geralmente fica dentro de um pequeno intervalo de 70 a 110 miligramas por decilitro (mg/dl) ou 3,9 a 6,1 (mg/dl) por litro) de sangue em pessoas saudáveis. Se a pessoa consumir grande quantidade de carboidratos, os níveis podem aumentar mais. As pessoas com mais de 65 anos de idade tendem a ter níveis ligeiramente mais elevados, sobretudo depois das refeições. Porque?????? Atenção Caso o organismo não produza uma quantidade suficiente de insulina para transportar a glicose para dentro das células ou se as células deixarem de responder normalmente à insulina (denominada resistência à insulina), a elevação dos níveis de glicose no sangue resultante combinada com uma quantidade inadequada de glicose nas células causam os sintomas e as complicações do diabetes . Tipos de diabetes Pré-diabetes Pré-diabetes é um quadro clínico no qual o valor da glicose está demasiadamente elevado para ser considerado normal, mas não alto o suficiente para ser identificados como diabetes. A pessoa tem pré-diabetes caso a glicemia em jejum fique entre 100 mg/dl (5,6 mmol/l) e 125 mg/dl (6,9 mmol/l) ou se a glicemia duas horas após o teste oral de tolerância à glicose fique entre 140 mg/dl (7,8 mmol/l) e 199 mg/dl (11,0 mmol/l). Ter pré-diabetes representa um risco mais elevado de ter tanto diabetes como doença cardíaca no futuro. A diminuição do peso corporal em 5% a 10% por meio de dieta e atividade física pode reduzir significativamente o risco de ter diabetes no futuro. Diabetes tipo 1 No diabetes tipo 1 (antigamente denominado diabetes dependente de insulina ou diabetes de início juvenil), o sistema imunológico do organismo ataca as células do pâncreas que produzem insulina e mais de 90% delas são destruídas permanentemente. O pâncreas, portanto, produz pouca ou nenhuma insulina. Apenas entre 5 e 10% de todas as pessoas com diabetes têm a doença tipo 1. A maioria das pessoas que tem diabetes tipo 1 manifesta a doença antes dos 30 anos de idade, embora ela possa se manifestar depois disso. 33 Diabetes tipo 2 No diabetes tipo 2 (antigamente denominado diabetes não dependente de insulina ou diabetes de início adulto), o pâncreas costuma continuar a produzir insulina, às vezes até mesmo uma quantidade maior que a normal, especialmente no início da doença. No entanto, o organismo cria resistência aos efeitos da insulina e, assim, a insulina existente não é suficiente para atender às necessidades do organismo. Conforme o diabetes tipo 2 avança, ocorre uma diminuição da capacidade de produção de insulina pelo pâncreas. 34 Outros sintomas do diabetes incluem: Afinal qual a diferença entre diabetes tipo 1 e tipo 2 ??? 36 Complicações do diabetes O diabetes lesiona os vasos sanguíneos, causando seu estreitamento e, portanto, limitando o fluxo sanguíneo. Uma vez que os vasos sanguíneos em todo o corpo são afetados, a pessoa pode apresentar muitas complicações do diabetes . Muitos órgãos podem ser afetados, particularmente os seguintes: Cérebro, causando acidente vascular cerebral Olhos (retinopatia diabética ), causando cegueira Coração, causando ataque cardíaco Rins (nefropatia diabética ), causando doença renal crônica Nervos (neuropatia diabética ), causando diminuição da sensibilidade nos pés Uma glicemia elevada também causa problemas no sistema imunológico; assim, pessoas com diabetes mellitus são particularmente suscetíveis a infecções bacterianas e fúngicas. Diagnóstico do diabetes mellitus Medição do nível de glicose no sangue A pessoa será diagnosticada com diabetes caso ela tenha um valor de glicemia excepcionalmente elevado. O médico realiza exames preventivos em pessoas com risco de apresentar diabetes, mas que não têm sintomas. Medição da glicemia Hemoglobina Teste oral de tolerância à glicose Exame preventivo para diabetes Tratamento do diabetes mellitus Dieta Atividade física Perda de peso Educação No diabetes tipo 1, injeções de insulina No diabetes tipo 2, frequentemente medicamentos por via oral e, às vezes, injeções de outros medicamentos ou de insulina Dieta, atividade física e educação são os pilares do tratamento do diabetes e muitas vezes são as primeiras recomendações dadas a pessoas com diabetes leve. Perder peso é importante para pessoas que estão com excesso de peso. As pessoas que continuam a ter valores de glicemia elevados apesar de terem feito mudanças no estilo de vida ou cujo valor de glicemia é muito alto, bem como as pessoas com diabetes tipo 1 (independentemente do valor da glicemia) precisam de medicamentos. Tratamento medicamentoso do diabetes Existem muitos medicamentos utilizados para tratar o diabetes . Pessoas com diabetes tipo 1 precisam de injeções de insulina para reduzir o nívelde glicose no sangue. A maioria das pessoas com diabetes tipo 2 precisa tomar medicamentos por via oral para reduzir o valor da glicemia, mas algumas também precisam de insulina ou de outros medicamentos injetáveis. Metformina; Glibenclamida; Glimepirida; Gliclazida; Monitoramento dos valores da glicemia Teste de glicemia capilar; Monitoramento contínuo de glicose; 41 Referências 42 Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Análise de Situação de Saúde. Plano de ações estratégicas para o enfrentamento das doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) no Brasil 2011-2022 / Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Análise de Situação de Saúde. – Brasília : Ministério da Saúde, 2011. 160 p. : il. – (Série B. Textos Básicos de Saúde) BRASIL. Ministério da Saúde. Obesidade. Brasília: Ministério da Saúde, 2006. (Cadernos de Atenção Básica, n. 12) (Série A. Normas e Manuais Técnicos) MALTA, Deborah Carvalho e SILVA JR, Jarbas Barbosa da.O Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis no Brasil e a definição das metas globais para o enfrentamento dessas doenças até 2025: uma revisão. Epidemiol. Serv. Saúde [online]. 2013, vol.22, n.1, pp.151-164. ISSN 1679-4974. image2.png image3.jpeg image4.jpeg image5.jpeg image6.png image7.jpeg image8.jpeg image9.jpeg image10.jpeg image11.png image12.jpeg image13.gif image14.jpeg image15.jpeg image16.jpeg image17.jpeg image18.jpeg image19.png image20.jpeg image21.png image22.png image23.jpeg image24.jpeg image25.png image26.png image27.png image28.png