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AO JUÍZO FEDERAL DE UMA DAS VARAS DO JUIZADO ESPECIAL FEDERAL DA SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DE XXXXXXXX
TUTELA DE URGÊNCIA – DEFICIENTE
QUALIFICAÇÃO AUTORA, por meio de seu advogado e procurador que esta subscreve, vem à presença de V. Excelência propor a presente AÇÃO PREVIDENCIÁRIA DE IMPLEMENTAÇÃO DE BPC/LOAS contra INSS – INSTITUTO NACIONAL DE SEGURIDADE SOCIAL, autarquia pública federal, podendo ser intimada na Rua Rei Alberto, 43-79, Centro, Juiz de Fora/MG, pelos motivos de fato e de direito que seguem.
DA GRATUIDADE JUDICIÁRIA
A autora busca a concessão do BPC/LOAS pelo motivo de ser deficiente monocular e não possuir renda suficiente para própria subsistência, carreando provas como relatórios médicos, comprovante de gastos e da renda familiar.
Portanto, nos termos do art. 98 do CPC, tendo em vista a prova dos autos e a declaração em anexo, requer a concessão da gratuidade judiciária, com isenção de custas, despesas processuais e honorários de sucumbência.
DA PRIORIDADE DE TRAMITAÇÃO
A autora é deficiente por visão monocular, sendo cega do olho direito, bem como possuir limitações na visão que lhe impõe barreiras ao convívio social nos termos do art. 2º da Lei 13.146/2015.
Com esteio na referida lei, art. 9º, inciso VII a pessoa com deficiência terá atendimento prioritário na tramitação processual e procedimentos judiciais em que for parte interessada, em todos os atos e diligências.
Portanto, diante da deficiência da autora, requer seja o feito processado com prioridade de tramitação.
DOS FATOS
Em 17/10/2019 a autora fora diagnosticada com cegueira do olho direito causada por deslocamento da retina pós trauma na infância CID H54.4, passando ainda por avaliação do deslocamento da retina do olho esquerdo que já tem a visão comprometida.
Posteriormente em 17/01/2023 realizou novos exames cuja conclusão foi a de portadora de visão monocular.
Atualmente reside com seus 4 filhos e não possui renda familiar suficiente para subsistência da família, vivendo de programas do governo e ajuda de familiares.
Em 09/11/2022 realizou o pedido de BPC/LOAS sob n .1746849337, para pessoa com deficiência, sendo que após a avaliação Médica e Avaliação social, restou negado o benefício porquanto a deficiência não se enquadrava em deficiência de longo prazo.
Consigne-se que a autora jamais trabalhou por conta da deficiência, bem como possui baixa escolaridade, impedindo de prover o próprio sustento e mesmo assim o benefício lhe foi negado.
Entretanto a autora discorda da conclusão da autarquia, pois possui visão monocular que recentemente foi reconhecida como deficiência para todos os fins, requerendo deste juízo a concessão do benefício e condenação da autarquia na implementação e pagamento dos valores atrasados.
DO DIREITO AO BPC/LOAS
A Seguridade Social é um conjunto de ações de iniciativa dos poderes públicos e da sociedade que visam assegurar os direitos à saúde, previdência e Assistência Social, nos termos do art. 194 da Carta Maior.
Nos termos do art. 203 da CF, a assistência social será prestada para aquele que dela necessitar, independentemente de contribuição ao Regime Previdenciário e tem, dentre vários objetivos, o de garantir um salário mínimo de benefício mensal à pessoa portadora de deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover à própria manutenção ou de tê-la provida por sua família, conforme dispõe a lei.
A citada lei é a Lei Orgânica da Assistência Social, LOAS, que no seu art. 20, §2º traz o conceito de deficiente, sendo aquela que tem impedimento de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas.
O §3º traz o critério de renda onde terão direito ao benefício financeiro de que trata o caput deste artigo a pessoa com deficiência ou a pessoa idosa com renda familiar mensal per capita igual ou inferior a 1/4 (um quarto) do salário-mínimo.
A lei 13.146/2015 que institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência, reproduz no seu art. 2º, o mesmo conceito de deficiência da LOAS, impondo a avaliação biopsicossocial que considerará:
I - os impedimentos nas funções e nas estruturas do corpo;
II - os fatores socioambientais, psicológicos e pessoais;
III - a limitação no desempenho de atividades; e
IV - a restrição de participação.
 Por fim, recentemente a lei 14.126/2021 incluiu o portador de visão monocular como deficiente para todos os fins, aplicando-se o disposto no art. 2º, §2º da Lei 13.146/2015 a essas pessoas que possuem tal deficiência.
No caso dos autos a autora fora diagnosticada como Portadora de Visão Monocular com cegueira total do olho direito por deslocamento de retina (CID H54.4), correndo o risco ainda de ocorrer o mesmo com o olho esquerdo, vejamos:
FOTOS LAUDOS             
 Além da citada patologia, a autora possui quadro depressivo grave, que afeta o cotidiano tendo em vista a alta carga de medicamentos que toma diariamente, vejamos:
FOTOS LAUDOS
É certo que a visão monocular se enquadra em deficiência que impõe limitações físicas de longo prazo, pois não há cura, bem como obstrui a participação plena e efetiva da pessoa em sociedade, em igualdade de condições com as demais pessoas.
In caso, a autarquia negou o Benefício Assistencial sob o pretexto de que a deficiência da autora não seria de longo prazo, analisando e validando o critério de renda per capta.
Ademais, a autora possui baixa escolaridade e a visão monocular somado ao fato de possuir problemas psicológicos lhe impedem de exercer, além dos atos do dia a dia, qualquer trabalho para promoção do próprio sustento.
Impende ressaltar a Súmula 29 da TNU que dispõe: “para todos os efeitos do art. 20, §2º da Lei 8.742/93, a incapacidade para vida independente não só é aquela que impede as atividades mais elementares da pessoa, mas também a impossibilita de prover o próprio sustento.”
A autora não consegue sequer sair a rua sem ser acompanhada, pois perdeu a noção de profundidade e a visão periférica por conta da perda de um dos olhos, razão que lhe impossibilita de reinserção no mercado de trabalho.
Cabe trazer a baila ainda o enunciado 30 da AGU sobre o tema:
Enunciado 30, da AGU: A incapacidade para prover a própria subsistência por meio do trabalho é suficiente para a caracterização da incapacidade para a vida independente, conforme estabelecido no art. 203, V, da Constituição Federal, e art. 20, II, da Lei nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993.
A razão de pedir nessa ação limita-se ao indeferimento do benefício pela desconsideração da deficiência da autora que se enquadra nos termos da LOAS como deficiente para todos os fins.
Quanto ao tema da visão monocular, após a publicação da Lei 14.126/2021, a jurisprudência vem decidindo a favor dos deficientes, nesse sentido:
BENEFÍCIO ASSISTENCIAL. PORTADOR DE DEFICIÊNCIA. INCAPACIDADE. VISÃO MONOCULAR. ART. 20, § 2º, DA LEI 8.742/93. PRINCÍPIOS DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA E DO LIVRE CONVENCIMENTO DO JUIZ. 1. O direito ao benefício assistencial previsto no art. 203, V, da Constituição Federal e no art. 20 da Lei 8.742/93 (LOAS) pressupõe o preenchimento de dois requisitos: a) condição de pessoa com deficiência ou idosa e b) condição socioeconômica que indique miserabilidade; ou seja, a falta de meios para prover a própria subsistência ou de tê-la provida por sua família. 2. A incapacidade do requerente do benefício assistencial, referida no art. 20 da LOAS, deve ser entendida como aquela que impede o exercício de atividade laboral, e não a incapacidade para todos os atos da vida cotidiana. Isso porque tal interpretação estaria em desacordo com o sentido da norma constitucional, uma vez que o art. 203 da Carta Magna estabelece que "a assistência social será prestada a quem dela necessitar". 3. A intenção do legislador, com fulcro no princípio da dignidade da pessoa humana, foi proporcionar o benefício de prestação continuada à maior gama possível de portadores de deficiência em situaçãode miserabilidade, a fim de garantir-lhes uma sobrevivência digna. 4. Encontrando-se o autor, segurado com 59 anos e de baixa escolaridade, portador de visão monocular, incapacitado para o exercício de atividades que lhe garantam a subsistência, enquadra-se na acepção de pessoa com deficiência, prevista no § 2º, do art. 20 da Lei 8.742/93, com a redação atual, pois enfrenta impedimentos de longo prazo, de natureza física que, em interação com diversas barreiras, podem obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas (grifo nosso). Embora parcial a incapacidade, faz jus ao benefício assistencial. (TRF-4 - AC: 248497220144049999 SC 0024849-72.2014.4.04.9999, Relator: RICARDO TEIXEIRA DO VALLE PEREIRA, Data de Julgamento: 24/03/2015, QUINTA TURMA)
E M E N T A BENEFÍCIO ASSISTENCIAL. PESSOA PORTADORA DE DEFICIÊNCIA. VISÃO MONOCULAR. LEI 14.126/21 CONSIDERA DEFICIENTE. PRESENÇA MISERABILIDADE. REFORMA SENTENÇA 1. Trata-se de recurso interposto pela parte autora, em face da sentença que julgou improcedente o pedido, em razão da ausência da incapacidade da parte autora. 2. Laudo pericial constatou deficiência visual (cegueira olho direito), mas a sentença afastou incapacidade laboral. 3. Lei 14.126 de 23.03.2021 passou a classificar a visão monocular como deficiência. 4. Ausência de renda familiar e presença da miserabilidade. 5. Recurso da parte autora que se da provimento. (TRF-3 - RecInoCiv: 00033132120214036302 SP, Relator: Juiz Federal FERNANDA SOUZA HUTZLER, Data de Julgamento: 04/02/2022, 14ª Turma Recursal da Seção Judiciária de São Paulo, Data de Publicação: DJEN DATA: 18/02/2022)
Em suma a autora preenche ambos os requisitos para concessão do Benefício Assistencial, a saber a deficiência de longo prazo nos termos do art. 20, §2º da LOAS e art. 2º da Lei 13.146/2015, bem como a renda per capta abaixo de ¼ do salário mínimo por integrante do grupo familiar.
Infere-se dos autos e do próprio processo administrativo que a autora não aufere renda, vivendo de ajuda de familiares e benefícios como bolsa família.
Sendo assim requer a condenação da autarquia para implementação do Benefício Assistencial no valor de 1 salário-mínimo com imposição de multa diária em caso de descumprimento.
Requer ainda a condenação da autarquia para pagamento das parcelas em atraso desde a DER até a efetiva implementação do benefício assistencial.
DA TUTELA DE URGÊNCIA
A fim de garantir a efetiva prestação jurisdicional e preservar o direito percorrido até o deslinde da ação, o legislador processual plasmou no texto legal mecanismos de antecipação da tutela pretendia quando preencher os requisitos da existência de elementos que evidenciam a probabilidade do direito, bem como o perigo na demora.
É o que dispõe o art. 300 do CPC em que quando presente a fumus boni iuris e o periculum in mora, poderá o juiz antecipar os efeitos da tutela.
No caso em tela, os elementos que deixam claro o direito da autora encontra-se encartados pelos exames médicos que dão conta de que a autora é portadora de deficiência (visão monocular) enquadrada na lei 14.146/2021.
Já o perigo na demora emerge da própria natureza do benefício pleiteado que servirá para manutenção da subsistência da autora e de sua família, ou seja, por se tratar de benefício de natureza alimentar necessária a rápida prestação jurisdicional a fim de evitar prejuízo ao sustento do beneficiário.
Portanto, em sede de tutela de urgência em caráter liminar requer seja o INSS compelido na implementação do benefício assistencial de n. XXXXXXX com a imposição de multa diária em caso de descumprimento da medida.
DOS PEDIDOS
Ante todo o exposto acima requer:
1 – A concessão da gratuidade judiciária pelos termos da fundamentação;
2 – A intimação do procurador do INSS para que, querendo, apresente defesa sob pena de revelia;
3 – A procedência TOTAL da ação para condenar o INSS a implementar o Benefício Assistencial (LOAS) sob n. XXXXXX com a fixação de astreintes em caso de eventual descumprimento da decisão;
4 – A condenação do INSS no pagamento das parcelas atrasadas a contar da DER 09/11/2022 até efetiva implementação do benefício;
6 – A condenação do INSS no pagamento de honorários sucumbenciais em caso de eventual recurso da autarquia;
Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitido em especial a realização de avaliação social e médica a fim de atestar a deficiência da autora.
Dá-se a causa o valor de R$ 19.800,00 (dezenove mil e oitocentos reais) composto de atrasados da DER (09/11/2022) + 12 parcelas vincendas.
Termos em que
Pede deferimento
Indaiatuba, 27 de Fevereiro de 2023

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