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COLAR NO CADERNO O que é crônica? A crônica é um gênero textual curto escrito em prosa, geralmente produzido para meios de comunicação, por exemplo, jornais, revistas, etc. Além de ser um texto curto, possui uma "vida curta", ou seja, as crônicas tratam de acontecimentos corriqueiros do cotidiano. Do latim, a palavra “crônica” (chronica) refere-se a um registro de eventos marcados pelo tempo (cronológico); e do grego (khronos) significa “tempo”. Portanto, elas estão extremamente conectadas ao contexto em que são produzidas, por isso, com o passar do tempo ela perde sua “validade”, ou seja, fica fora do contexto. A crônica é um gênero textual literário, porém muito presente em jornais, revistas, portais de internet e blogs. Esse tipo de texto se destaca por abordar aspectos do cotidiano. Ou seja, questões comuns do nosso dia a dia. O que são as notícias? Notícia é qualquer tipo de informação que apresenta um acontecimento novo e recente ou que divulga uma novidade sobre uma situação já existente. A origem da palavra "notícia" provém do Latim, em que “notitia” significa “notoriedade; conhecimento de alguém; noção”. A principal diferença entre a crônica jornalística e a notícia é que a última se limita em descrever certa informação. Já a crônica vai além, colocando ênfase na forma ou no estilo em que está relatada. Apesar da crônica ser um gênero literário, é possível estabelecer uma ponte com a notícia, por narrar situações também cotidianas, entretanto, com uma linguagem diferenciada, exigindo mais interpretação e sensibilidade na leitura. As características das crônicas ∙ narrativa curta; ∙ uso de uma linguagem simples e coloquial; ∙ presença de poucos personagens, se houver; ∙ espaço reduzido; ∙ temas relacionados a acontecimentos cotidianos. Tipos de crônicas Embora seja um texto que faz parte do gênero narrativo (com enredo, foco narrativo, personagens, tempo e espaço), há diversos tipos de crônicas que exploram outros gêneros textuais. Podemos destacar a crônica descritiva e a crônica dissertativa. Além delas, temos: ∙ Crônica Jornalística: mais comum das crônicas da atualidade são as crônicas chamadas de “crônicas jornalísticas” produzidas para os meios de comunicação, onde utilizam temas da atualidade para fazerem reflexões. Aproxima-se da crônica dissertativa. ∙ Crônica Histórica: marcada por relatar fatos ou acontecimentos históricos, com personagens, tempo e espaço definidos. Aproxima-se da crônica narrativa. ∙ Crônica Humorística: Esse tipo de crônica apela para o humor como forma de entreter o público, ao mesmo tempo que utiliza da ironia e do humor como ferramenta essencial para criticar alguns aspectos seja da sociedade, política, cultura, economia, etc. * Assistir este vídeo O que é crônica? https://www.youtube.com/watch?v=_sQ3wZG5Fwk E.M. BERNARDINO DE SOUZA PEREIRA Rua- Iguaçu, S/Nº Jardim Corumbá Tel.: 3422-4229. TIPO: ( ) Aval. Diag. ( ) Recuperação ( X ) Atividade ( ) Contínua TRIMESTRE: ( ) 1º Trim. ( ) 2º Trim. ( ) 3º Trim. ENSINO: ( )Presencial ( )Remoto ( ) Híbrido MENÇÃO: ( ) AE ( ) AS ( ) AR ( ) AM ( ) AI Data: ____/____/_________. Aluno (a): nº: Turma: Professora: Danusa Alves Disciplina: Língua Portuguesa TEXTO 1: Moïse foi espancado enquanto clientes compravam refrigerante e testemunha afirma que agressores disseram para 'não olhar' Segundo testemunhas, os agressores afirmaram que congolês estava 'assaltando as pessoas' e queriam 'dar um corretivo' nele. Guardas municipais foram chamados, mas não ajudaram. Por Henrique Coelho, g1 Rio 04/02/2022 09h16 Atualizado há 5 dias Uma testemunha que prestou depoimento na investigação sobre o brutal assassinato de Moïse Kabagambe disse à Delegacia de Homicídios da Capital que os homens que agrediram o congolês na Barra da Tijuca disseram a ela para "não olhar" as agressões. Segundo eles, Moïse estava assaltando as pessoas, e eles "queriam dar um corretivo". Em depoimento na Delegacia de Homicídios na terça-feira (1°), a testemunha contou que viu as agressões quando foi comprar um refrigerante no quiosque Tropicália, por volta das 22h do dia 24 de janeiro. Ela disse que foi comprar a bebida e que a funcionária estava muito nervosa, pois já teria pedido para que os homens parassem as agressões, sem sucesso. Guardas municipais teriam se negado a ajudar A testemunha disse que foi buscar auxílio na areia com dois guardas municipais, que não foram ajudar. Quando subiu novamente para buscar ajuda, já acompanhada do marido, viu Moïse amarrado. Seu marido, segundo ela, teria comentado que achava que Moïse já estava sem vida. A Guarda Municipal do Rio informou, por sua vez, que "não recebeu notificação em relação ao testemunho relatado". Apesar disso, a GM disse que vai enviar um ofício à Polícia Civil solicitando mais detalhes sobre a possível citação. A instituição está sempre disponível a cooperar com as autoridades policiais responsáveis pela investigação em caso de acionamento. A testemunha reconheceu o homem que pediu para ela "não olhar" como sendo Aleson Cristiano de Oliveira Fonseca, o "Dezenove", que estava com uma blusa vermelha e preta do Flamengo. Ele aparece nas imagens dando golpes com o taco de beisebol em Moïse, já desacordado no chão. TEXTO 2: Autor: Fernando Sabino Leio no jornal a notícia de que um homem morreu de fome. Um homem de cor branca, trinta anos presumíveis, pobremente vestido, morreu de fome, sem socorros, em pleno centro da cidade, permanecendo deitado na calçada durante setenta e duas horas, para finalmente morrer de fome. Morreu de fome. Depois de insistentes pedidos de comerciantes, uma ambulância do Pronto Socorro e uma radiopatrulha foram ao local, mas regressaram sem prestar auxílio ao homem, que acabou morrendo de fome. Um homem que morreu de fome. O comissário de plantão (um homem) afirmou que o caso (morrer de fome) era alçada da Delegacia de Mendicância, especialista em homens que morrem de fome. E o homem morreu de fome. O corpo do homem que morreu de fome foi recolhido ao Instituto Médico Legal sem ser identificado. Nada se sabe dele, senão que morreu de fome. Um homem morre de fome em plena rua, entre centenas de passantes. Um homem caído na rua. Um bêbado. Um vagabundo. Um mendigo, um anormal, um tarado, um pária, um marginal, um proscrito, um bicho, uma coisa – não é homem. E os outros homens cumprem deu destino de passantes, que é o de passar. Durante setenta e duas horas todos passam, ao lado do homem que morre de fome, com um olhar de nojo, desdém, inquietação e até mesmo piedade, ou sem olhar nenhum, e o homem continua morrendo de fome, sozinho, isolado, perdido entre os homens, sem socorro e sem perdão. Não é de alçada do comissário, nem do hospital, nem da radiopatrulha, por que haveria de ser da minha alçada? Que é que eu tenho com isso? Deixa o homem morrer de fome. E o homem morre de fome. De trinta anos presumíveis. Pobremente vestido. Morreu de fome, diz o jornal. Louve-se a insistência dos comerciantes, que jamais morrerão de fome, pedindo providências às autoridades. As autoridades nada mais puderam fazer senão remover o corpo do homem. Deviam deixar que apodrecesse, para escarmento dos outros homens. Nada mais puderam fazer senão esperar que morresse de fome. E ontem, depois de setenta e duas horas de inanição em plena rua, no centro mais movimentado da cidade do Rio de Janeiro, um homem morreu de fome. Morreu de fome. Responda às questões para refletir sobre os textos. 1. Em qual dos textos está sendo narrada uma história de maneira literária? Como podemos perceber isso? ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________2. E em qual deles encontramos informações exatas sobre um fato ocorrido? ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ B) Quais informações presentes no texto nos confirmam isso? ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 3. Quais características os dois textos têm em comum? ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 4. Em que eles são diferentes, pensando na estrutura e no conteúdo? ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 5. Há violência nos dois textos? Justifique sua resposta. ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 6. Qual dos textos não deixa claro quando foi exatamente que ocorreu o fato, já que não sabemos quando ele foi escrito? ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ B) Ainda que não saibamos a data exata, no último parágrafo esse texto traz uma palavra que faz referência a quando teria acontecido o fato, e que traz a ideia de tempo. Releia o parágrafo e responda: qual é essa palavra? ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ATIVIDADE 7: Leia com atenção o seguinte trecho do texto I “O nascimento da crônica”, de Machado de Assis: Há um meio certo de começar a crônica por uma trivialidade. É dizer: Que calor! Que desenfreado calor! Diz-se isto, agitando as pontas do lenço, bufando como um touro, ou simplesmente sacudindo a sobrecasaca. Resvala-se do calor aos fenômenos atmosféricos, fazem-se algumas conjeturas acerca do sol e da lua, outras sobre a febre amarela, manda-se um suspiro a Petrópolis, e La glace est rompue; está começada a crônica. Não posso dizer positivamente em que ano nasceu a crônica; mas há toda a probabilidade de crer que foi coetânea das primeiras duas vizinhas. Essas vizinhas, entre o jantar e a merenda, sentaram-se à porta, para debicar os sucessos do dia. Provavelmente começaram a lastimar-se do calor. Uma diria que não pudera comer ao jantar, outra que tinha a camisa mais ensopando que as ervas que comera. Passar das ervas às plantações do morador fronteiro, e logo às tropelias amatórias do dito morador, e ao resto, era a coisa mais fácil, natural e possível do mundo. Eis a origem da crônica. [...] Disponível em: http://www.releituras.com/machadodeassis_menu.asp Após a leitura, caso não entenda alguma palavra, busque pesquisar na internet ou utilize um dicionário, buscando compreender a palavra no seu contexto, qualquer coisa estou a disposição no atendimento on line. Responda as seguintes perguntas: a)Qual é o assunto do texto lido? ________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ b)Segundo o autor, como a crônica começa? ________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ c)Por que ele considera que o calor é um bom modo de começar a crônica? ________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ d)Que explicação é dada no texto para o surgimento da crônica? ________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ e)Por que o autor afirma que a crônica nasce na mesma época das primeiras vizinhas? ________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ ATIVIDADE 8: Leia o texto II e responda às atividades com atenção: A outra noite Outro dia fui a São Paulo e resolvi voltar à noite, uma noite de vento sul e chuva, tanto lá como aqui. Quando vinha para casa de táxi, encontrei um amigo e o trouxe até Copacabana; e contei a ele que lá em cima, além das nuvens, estava um luar lindo, de Lua cheia; e que as nuvens feias que cobriam a cidade eram, vistas de cima, enluaradas, colchões de sonho, alvas, uma paisagem irreal. Depois que o meu amigo desceu do carro, o chofer aproveitou um sinal fechado para voltar-se para mim: – O senhor vai desculpar, eu estava aqui a ouvir sua conversa. Mas, tem mesmo luar lá em cima? Confirmei: sim, acima da nossa noite preta e enlamaçada e torpe havia uma outra - pura, perfeita e linda. – Mas, que coisa. . . Ele chegou a pôr a cabeça fora do carro para olhar o céu fechado de chuva. Depois continuou guiando mais lentamente. Não sei se sonhava em ser aviador ou pensava em outra coisa. – Ora, sim senhor. . . E, quando saltei e paguei a corrida, ele me disse um "boa noite" e um "muito obrigado ao senhor" tão sinceros, tão veementes, como se eu lhe tivesse feito um presente de rei. (BRAGA, Rubem. A outra noite. In: PARA gostar de ler: crônicas. São Paulo: Ática, 1979. Disponível em: http://meucantinhodesugestes.blogspot.com/2014/02/o-cenario-onde-os acontecimentosse.html Acesso em 13 de março 2021 a) Quem é o autor dessa crônica? ________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ b) Como era a noite vista pelo taxista e pelo amigo do narrador? ________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ c) Como era a noite para o narrador? ________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ 09. Considerando a maneira como é narrada, a reação do taxista (no final), pode-se inferir que ele ficou: a) ( ) sensibilizado com a conversa b) ( ) curioso por mais informações. c) ( ) agradecido com o presente. d) ( ) desconfiado com o pagamento 10. A outra noite a que o título se refere seria a vista somente pelo narrador ou aquela que o taxista e seu amigo enxergavam? 11. O que faz com que diferentes personagens vejam diferentes noites? 12. Esta crônica é mais narrativa ou jornalística? Por quê? ________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ 13. Que fato do cotidiano a crônica que você leu explora? ________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________14. Nesse texto, o narrador é personagem? Justifique sua resposta copiando um trecho do texto. Disponível em: http://meucantinhodesugestes.blogspot.com/2014/02/o-cenario-onde-os acontecimentos-se.html Acesso em de mar 2021. ________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________ PRODUÇÃO ESCRITA DO GÊNERO Como fazer uma crônica Para produzir uma boa crônica, é necessário, antes de mais nada, ser um bom observador da vida cotidiana das cidades. É pela observação da realidade e por uma perspectiva inusitada que o cronista encontra o tema de seus textos. Para além disso, um texto de qualidade deve ser projetado, rascunhado e revisado, sempre que possível. Pondo em prática o gênero estudado: você deverá relatar, de forma breve, um acontecimento simples da vida diária, observando as características estudadas. Para tanto, deve-se planejar a escrita do texto, considerando sua finalidade – buscar nos acontecimentos diários a temática, envolver-se neles e descobrir suas belezas – e o leitor que quer atingir. Antes de escrever, assista aos vídeos. Vale muito a pena assistir. https://www.portugues.com.br/literatura/a-cronica-.html -Mínimo de 15 linhas; -Crônica narrativa ou reflexiva; - Título; - Revisar pontuação, acentuação e ortografia. image1.png