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Apostila Leitura e Ensino
Formação que
transforma!
BONS
ESTUDOS!
R. TUPINAMBÁ, 606
MUNDO NOVO  MS
79980000
/UNIFAHE
WWW.UNIFAHE.COM
Apostila 
Leitura e Ensino
04Rua Tupinambá, nº 606 - Bairro Tapajós - Mundo Novo - MS www.unifahe.com.br @unifaheoficial /unifahe
LEITURA E ENSINO
Leitura e Ensino 
 
Introdução 
 
A leitura é utilizada desde os primórdios da humanidade, sendo que seu 
uso sempre foi fortemente influenciado pelas classes dominantes e pelos 
diversos contextos da época, culturais, religiosos, políticos, etc... Embora muito 
difundida, estima-se que, pelo decorrer da história, o acesso à leitura e a escrita 
normalmente se restringia a apenas uma parte das populações, porém, o recente 
crescimento de acesso à escolarização, permitiu um primeiro contato com a 
leitura a um maior número de pessoas. Mas, mesmo assim, a realidade é que 
muitas pessoas ainda não possuem acesso à alfabetização, como no Brasil, 
onde o IBGE (instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) estimou em 2016 
que aproximadamente 7% dos Brasileiros são analfabetos. 
Vale pensar então que muitas crianças têm apenas a escola para lhes 
possibilitar contato com obras textuais de toda ordem, incluindo os livros. E 
muitas vezes há um certo constrangimento principalmente no contato inicial 
escolar com a leitura, agravado pela inexperiência devido à idade tenra ou falta 
de contato com os gêneros textuais, em adição às constantes indagações que 
permeiam a prática educativa, de como iniciar e guiar os alunos pela matéria. 
Assim, a abordagem do ensino da leitura tem se tornado uma crescente 
preocupação para os educadores em geral, se transformando em alvo de 
discussão no meio acadêmico. O levantamento do assunto, nos faz perceber a 
necessidade de se discutir os métodos adotados nos primeiros contatos com a 
alfabetização, empregados tanto no contexto escolar como no individual do 
aluno, pois, sua relação com a leitura e a escrita permeia o aprendizado de todas 
as outras matérias, visto que, o poder da escrita de transmitir informação e 
conhecimento ao leitor, é praticamente ilimitado. 
Partindo dessa ideia, necessitamos pertinentemente repensar o trabalho 
com a leitura nos primeiros anos de escolarização e na evolução do estudante, 
almejando criar leitores capazes, não só de decifrar o código da língua escrita, 
mas também de possuir a capacidade de interpretar o que se lê, de dialogar com 
o texto, de ser um leitor competente e crítico e de preferência com um apetite 
para leitura em seu ambiente particular. Para isso, faz-se necessário ainda, 
percebermos o que é leitura e quando e quais materiais de leitura devem ser 
05Rua Tupinambá, nº 606 - Bairro Tapajós - Mundo Novo - MS www.unifahe.com.br @unifaheoficial /unifahe
LEITURA E ENSINO
aplicados, para assim conseguirmos transmitir nossa aptidão enquanto 
mediadores de práticas leitoras. 
 
 
 
 
Os textos a seguir foram especialmente selecionados para aprofundar as 
questões concernentes ao tema: Leitura e Ensino 
Leia com cuidado e atenção, obtendo assim uma visão abrangente sobre o 
assunto. 
 
 
ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO: A IMPORTÂNCIA DO INCENTIVO DA 
LEITURA PARA O PROCESSO DE FORMAÇÃO DO ALUNO 
Disponível em: 
http://educere.bruc.com.br/arquivo/pdf2015/17264_7813.pdf 
 
Alba Regina de Azevedo Arana 
Augusta Boa Sorte Oliveira Klebis 
 
Resumo 
 
Buscamos neste artigo, evidenciar a importância da leitura para a formação 
intelectual e social do aluno, bem como elencar as fases da leitura e as 
estratégias para que a mesma seja proveitosa e instrutiva. Apresentamos a 
ligação que existe entre a leitura com a escrita, discutindo os seus atributos 
linguísticos, culturais e sociais, a partir da concepção de leitura com instrumento 
de emancipação social proposta por Freire (1994, 1996 e 2008). O trabalho tem 
alguns questionamentos, tais como: Porque há falta de interesse em muitos 
alunos em adquirir o hábito da leitura? E por que não há sucesso vocabular, 
06Rua Tupinambá, nº 606 - Bairro Tapajós - Mundo Novo - MS www.unifahe.com.br @unifaheoficial /unifahe
LEITURA E ENSINO
crítico e sociocultural no desenvolvimento do mesmo? Discutimos os tipos 
principais da leitura e qual a sua importância, propondo, assim, estratégias da 
leitura em ambiente escolar. Trata-se de uma pesquisa de abordagem 
qualitativa, cuja opção metodológica foi a pesquisa bibliográfica, que buscou 
aprofundamento na temática em questão, por meio de leituras, análises e 
reflexões da produção de autores diversos que discutem o tema. Concluímos 
com esse trabalho, que a leitura exerce um papel essencial na formação do 
aluno. Por meio dela, ele aprende a se comunicar e a dialogar com o mundo seu 
redor. Para tanto, o ato de ler produz conhecimento e faz com que o aluno passe 
a raciocinar sobre o objeto lido, obtendo, assim, suas próprias opiniões acerca 
das questões sociais e cognitivas que enfrenta no dia a dia. 
Palavras-Chave: Leitura na escola. Estratégias de leitura. Aprendizado do 
aluno. 
 
Introdução 
Através da pesquisa, podemos desenvolver uma análise sobre estratégias 
para se obter um bom aproveitamento da leitura. Existem vários tipos de leituras, 
o objetivo deste trabalho é demonstrar que a ação de ler não é somente para 
entretenimento ou uso acadêmico, é também, uma ótima ferramenta que oferece 
ao leitor uma visão ampla de mundo, onde o sujeito pode contextualizar suas 
próprias experiências com o texto lido. No decorrer desse trabalho, mostraremos 
a leitura em seus diversos meios e possibilidades, os tipos de leitura e sua 
importância, as fases do desenvolvimento da aprendizagem do aluno na fase 
escolar e, mostrar também, que todo tipo de leitura é válido e proveitoso. 
Apresentaremos as principais estratégias da leitura como forma de aprendizado 
para o aluno e apontaremos a importância das adaptações literárias para um 
possível desenvolvimento leitor intelectual do aluno, mostrando que ás vezes um 
acesso considerado incompleto pode ser de valor para a formação de um leitor 
de clássicos literários efetivo, evidenciando, porém que, as adaptações são 
apenas uma pequena introdução para os alunos e que as mesmas não substitui 
o clássico em seu aspecto original. 
Trata-se de uma pesquisa de abordagem qualitativa, cuja opção 
metodológica foi a pesquisa bibliográfica, que buscou aprofundamento na 
temática em questão, por meio de leituras, análises e reflexões da produção de 
autores diversos que discutem o tema. Espera-se que as informações obtidas 
no referencial bibliográfico durante a pesquisa nos permitam desenvolver e 
ampliar nossos conhecimentos sobre o tema desenvolvido e que os resultados 
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LEITURA E ENSINO
apontem para um melhor aproveitamento da leitura em suas diversas 
possibilidades. 
 
A Leitura na formação crítica e reflexiva do cidadão 
O ato de ler faz com que o indivíduo leitor tenha respostas para o mundo 
e para o que está acontecendo ao seu redor. Quando uma pessoa lê, ela passa 
a ter uma nova opinião sobre o tema lido, desde política até assuntos 
relacionados à culinária. Desta forma, se a criança é estimulada a ler desde 
pequena ela com certeza será um adulto questionador e crítico, assim, o 
indivíduo que não lê não terá base literária e experiências para formar opinião 
sobre qualquer assunto. 
Pessoas que não são leitoras têm a vida restrita à comunicação oral e 
dificilmente ampliam seus horizontes, por ter contato com ideias 
próximas das suas, nas conversas com amigos. [...] é nos livros que 
temos a chance de entrar em contato com o desconhecido, conhecer 
outras épocas e outros lugares – e, com eles abrir a cabeça. Por isso, 
incentivar a formação de leitores é não apenas fundamental no mundo 
globalizado em que vivemos. É trabalhar pelapara com um corpo social, no qual, 
comportamentos e valores desafiam o potencial educativo dos sujeitos. 
Conceber a leitura, direcionando leitor e discernimento, a fim de promover a 
construção de sentidos entre elemento humano e narrativa, requer olhar atento 
em relação aos estudos e discussões, realmente necessários para ensinar a 
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LEITURA E ENSINO
assimilar as bagagens inescusáveis em relação ao verdadeiro significado do 
texto. Percebendo haver tal junção, torna-se indispensável tramar antecipações 
e hipóteses, com a finalidade de fortalecer a competência leitora para reafirmar 
valores, conjugando habilidades e alicerçando saberes competentes. 
Visando tal propósito, as discussões teóricas em relação às estratégias de 
leitura, necessitam entender-se com a prática, extraindo dentre as mais 
diferentes temáticas disponibilizadas pelos conhecedores do assunto – os 
especialistas de todas as esferas – caminhos pedagógicos para uma pedagogia 
de leitura, amparados por novas aquisições de linguagem, a fim de não se perder 
vínculos históricos da leitura com a sociedade. De outro modo, as propostas 
tornar-se-ão, em síntese, sem sentido de conclusão, fechando-se para as 
astúcias inovadoras, atentas ao caráter interdisciplinar da prática leitora. 
Preocuparmo-nos com a leitura, um dos pilares básicos da educação, é assumir, 
instantaneamente, o componente popularizante que ela representa. Da mesma 
forma que outrora, confundia-se o ler com o alfabetizar – pois a leitura fazia-se 
introduzir a partir do alfabeto e seu domínio – percebe-se seu crescimento 
notório, exigindo, atualmente, além dos conceitos tão conhecidos, tornar os 
signos da escrita, tangíveis para as crianças, a partir conhecimento de 
profissionais especializados. 
Contudo, é preciso notar que o desempenho do professor, para com a atividade 
de ensinar, converteu-se com o passar dos anos, em finalidade para si mesmo. 
Nada se modificou para a escola, com o ler e escrever juntamente dispostos. 
Tendo em vista a relação pela qual o sujeito é estimulado e incentivado - texto 
escrito de qualquer natureza, tipo, linguagem utilizada, produção e destino – não 
se dá de forma espontânea. Será preciso a experiência do professor, com seus 
atributos e percepção, incorporar novos elementos para ocorrer a passagem de 
um simples receptor de informação a um ledor apto frente aos impactos elevados 
da sociedade. 
Ler permeia uma das obrigações da escola na qual as crianças estão, na sua 
grande maioria, presentes em tempo integral. Para que o ato de ler não torne-se 
intransitivo e inexplicável, de forma emprestada aos pequenos, é profícua a 
condição do professor leitor, indispensável à ascensão de novos patamares de 
ensino, a fim de se configurar, no atual cenário desolador da educação, relevante 
trajetória vitoriosa, independendo do ganho pessoal, econômico ou individual dos 
profissionais didáticos. 
Preocupar-se com a leitura realizada por crianças, jovens e adultos, é acima de 
tudo, ater-se e não negligenciar, princípios e traços dos atributos literários, 
estéticos e artísticos, encontrados nas narrativas. Relacionar temas presentes e 
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LEITURA E ENSINO
objetivos, ajusta e oferta, substancialmente, peculiaridades e elementos 
indissociáveis que somente a leitura resguarda. Tais elementos servirão de 
alicerces para compreender, interpretar, produzir e recriar, a partir de uma 
determinada conjuntura. 
Nestas condições, cabe ao mediador, conferir, de fato, que toda a narrativa em 
relação à leitura, possui diversos segmentos de entrada (multiplicidade de 
colocação do sujeito), e saída (diferentes percepções e atributos de sentido). 
Tais fundamentos fornecem subsídios necessários ao leitor, permitindo-lhe que 
percorra diversos direcionamentos, nem sempre previsíveis nem tampouco, 
sistematizados, mas providos de perspectivas passíveis de entendimento, os 
quais o colocarão em posição de sujeito-leitor-ativo. Essa alternativa produzirá 
sentido à criança, conferindo-lhe uma relação dinâmica entre construir e formular 
significação acerca da leitura inteligível, interpretável e compreensível. 
É preciso compreender a leitura, como elemento fundamental para a 
aproximação do leitor com o mundo que o cerca e que a prática proporciona o 
alargamento de possibilidades para sua efetivação. Abordar a leitura como 
finalidade geradora de perspectivas, é capaz de proporcionar parcerias 
importantes que viabilizam o diálogo entre leitor e autor. 
Segundo Pullin e Moreira: 
Para que um texto tome vida, há que o leitor não só 
reconheça as informações pontuais nele presentes, mas 
que aprenda quais sentidos foram produzidos por quem as 
escreveu. Levantar hipóteses e produzir inferências, 
antecipe aos ditos no texto e relacione elementos diversos, 
presentes no mesmo ou que façam parte das suas 
vivências como leitor. Ao assim proceder, o leitor 
compreenderá as informações ou inter-relações entre 
informações que não estejam explicitadas pelo autor do 
texto. Por isso, a leitura é uma produção: a construção de 
sentido se atrela à realização de pelo menos esses 
processos, por parte do leitor. A compreensão do texto lido 
é resultante dessas produções: prévias, por parte de quem 
as escreveu, e das que ocorrem ao ler, por parte do leitor 
(2008, p. 35). 
Fica, pois, claro, em nível de conclusão, que é perfeitamente possível, 
aceitar o fato de que dominar o saber e qualquer informação loquaz, 
fundamentase na decorrência de introdução da narrativa, em suas variadas 
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LEITURA E ENSINO
formas de expressividade, observadas as adequações do outro, independente 
da capacidade de inteligibilidade, descrição do material utilizado, e estratégias 
persuasivas para a mediação da leitura, ser de total e irrevogável cumplicidade 
do professor, redefinir a caminhada e descoberta da comunicabilidade social, 
cultural e pessoal de seus educandos. 
 
REFERÊNCIAS (parciais) – Literatura Complementar 
AGUIAR, Vanda T. O leitor competente à luz da teoria da literatura. Revista 
Tempo Brasileiro, Rio de Janeiro, v. 124, v. 5/6, p.23-34, jan./mar. 1996. 
 
FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler: em três artigos que se completam. 
29. Ed. São Paulo: Cortez, 1994. 
 
GRAZIOLI, Fabiano T.; COENGA, Rosemar E. Literatura Infanto juvenil e 
leitura: novas dimensões e configurações. Erechim: Habilis, 2014. 
 
KOCH, Ingdore V.; ELIAS, Maria V. Ler e compreender os sentidos do texto. 
São Paulo: Contexto, 2008. 
GRUPO UNIFAHE EDUCACIONAL RUA TUPINAMBÁ, 606  BAIRRO TAPAJÓS
CEP: 79.980000  MUNDO NOVO  MSsustentabilidade do 
planeta, ao garantir a convivência pacífica entre todos e o respeito à 
diversidade. (GROSSI, 2008, p.03) 
A leitura proporciona a descoberta de um mundo novo e fascinante. Para 
tanto, a apresentação da leitura para as crianças deve ser feita de uma maneira 
diferenciada e atrativa, para que assim elas possam ter uma visão prazerosa a 
respeito do ato de ler, de modo que seja um prazer e um hábito que ela 
acrescentará em sua vida sem que seja visto como algo obrigatório e enfadonho. 
A leitura tem o poder de desenvolver a capacidade intelectual e crítica 
das pessoas, devendo assim, fazer parte do seu dia a dia e desenvolver a 
criatividade em relação ao seu próprio meio e o meio externo. 
Quando a criança é incentivada a ler, ela se torna ativa e está sempre 
disposta a desenvolver novas habilidades, querendo sempre mais. Ao contrário 
das crianças que não têm acesso à leitura, pois ela se prende apenas dentro de 
si mesma com medo do desconhecido. “A leitura, como andar, só pode ser 
denominada depois de um longo processo de crescimento e aprendizado.” 
(BACHA, 1975). 
Para tornar o mundo um lugar melhor é necessário que se integre uma 
política de incentivo à leitura e a inclusão de novos leitores à educação. Pois, 
somente através do incentivo à leitura é que serão conquistados resultados 
efetivos para a educação. 
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LEITURA E ENSINO
[...] é fundamental que as políticas de incentivo à leitura se descolem 
da mera organização de feiras ou da criação de bibliotecas e salas de 
leitura. O mais urgente é investir em material humano, com a formação 
de mediadores e bibliotecários capazes de semear o prazer da leitura 
por todo o país. Mediadores são os instrumentos mais eficientes para 
fazer da leitura uma prática social mais difundida e aproveitada. 
(LINARD; LIMA, 2008, p.09) 
A leitura na infância é uma descoberta de sentimentos e palavras que 
conduz o leitor a desenvolver o seu intelectual, a sua personalidade e a 
aumentar substancialmente a sua capacidade crítica. O ato de ler estimula o 
imaginário e dá a possibilidade de responder as dúvidas em relação às milhares 
de questões que surgem no decorrer da vida, possibilitando o surgimento de 
novas ideias e o despertar da curiosidade do leitor, fazendo assim com que ele 
sempre queira mais, e não se contente com o básico. 
Uma das formas de incentivar as crianças a lerem é apresentá-las a livros 
que estimulem o hábito de ler pelo prazer. A partir daí elenca-se diversas 
vantagens, como a de que elas conheçam mundos novos e realidades diferentes 
para que, desta forma, elas possam construir sua própria linguagem, oralidade, 
valores, sentimentos e ideias, essas tais, que a criança levará para o resto da 
vida. 
O livro leva a criança a desenvolver a criatividade, a sensibilidade, a 
sociabilidade, o senso crítico, a imaginação criadora, e algo 
fundamental, o livro leva a criança a aprender o português. É lendo 
que se aprende a ler, a escrever e interpretar. É por meio do texto 
literário (poesia ou prosa) que ela vai desenvolver o plano das ideias 
e entender a gramática, suporte técnico da linguagem. Estudá-la, 
desconhecendo as estruturas poético-literárias da leitura, é como 
aprender a ler, escrever e interpretar, e não aprender a pensar. 
(PRADO, 1996, p. 19-20) 
A ação de ler não é somente para entretenimento ou uso acadêmico, é 
também, uma ótima ferramenta que oferece ao leitor uma visão ampla do mundo, 
onde o sujeito pode contextualizar suas próprias experiências com o texto lido. 
Assim a produção de leitura consiste no processo de interpretação 
desenvolvido por um sujeito-leitor que, defrontando-se com um texto, 
analisa, questiona com o objetivo de processar seu significado 
projetando sobre ele sua visão de mundo para estabelecer uma 
interação crítica com o texto. (INDURSKY, ZINN, 1985, p.56) 
O gostar de ler é construído em um processo que é individual e social ao 
mesmo tempo, pois ouvir histórias é pra quem sabe e também para aquele que 
não sabe ler. O professor deve entender e compreender as dificuldades 
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LEITURA E ENSINO
particulares de cada aluno, e deve, ao mesmo tempo, estimulá-los a produzirem 
e ouvirem textos, para que assim ele possa desenvolver suas competências e 
habilidades, estimulando a leitura como um processo de libertação da 
criatividade e da reflexão crítica do cidadão. 
Então, a leitura é fundamental e necessária para a criação de um 
indivíduo crítico, apto para discutir seus pontos de vista, por estar preparado e 
equipado com uma carga intelectual, superior a outro indivíduo que não obteve 
a mesma carga literária. 
“Crítica é um juízo apreciativo, seja do ponto de vista estético (obra de 
arte), seja do ponto de vista lógico (raciocínio), seja do ponto de vista intelectual 
(filosófico ou cientifico).”. (JAPIASSU, 1991) 
É importante ler textos, não somente os escritos, mas também aqueles 
que estão sujeitos a uma interpretação pessoal, como os símbolos, uma figura, 
um desenho, e saber o que aquilo está transmitindo. 
Sabemos que existem vários tipos de textos, que nos deparamos no dia 
a dia, textos longos e breves, sempre com o objetivo de transmitir uma 
mensagem, uma ideia. Existem textos que nos deixam desestimulados, pelo 
conteúdo extenso, e um contexto distante de nossa realidade, como leitores. 
 
 Em relação aos tipos de textos para fins didáticos podemos 
classificar os textos em práticos, informativos ou literários 
e extra verbais, sendo que os três primeiros grupos foram 
introduzidos, por Landsmann. Essa classificação segundo 
ela tem o objetivo de facilitar o trabalho que teve o aluno a 
produzir e sistematizar conhecimentos. (NASPOLINE, 
1996. p, 39) 
Entre os diversos tipos de leitura que são mostrados por muitos autores, 
podemos resumir, com base em Andrade (1999), em I) leitura de higiene mental 
ou recreativa; II) leitura técnica; III) leitura de informação; e IV) leitura de estudo. 
Na “leitura de higiene mental ou recreativa” o objetivo é trazer uma 
satisfação, um prazer ao ato de ler, bem como entreter e distrair, seria o caso 
de leitura de revistas em quadrinhos, romances etc. A “leitura de informação” 
estará sempre ligada aos fatos da cultura em geral. A “leitura técnica” leva em 
conta a capacidade de se ler, interpretar e desvendar gráficos e tabelas. Existe 
ainda a “leitura de estudo" que tem em vista a construção de informações para 
obter um conhecimento efetivo do objeto estudado. 
Como dito, a leitura é, foi e sempre será uma parte fundamental para a 
vida em sociedade. Ler é muito mais do que decifrar códigos ou reconhecer as 
letras e formar palavras, ler é dar sentido às palavras e aplicar o que se lê a 
10Rua Tupinambá, nº 606 - Bairro Tapajós - Mundo Novo - MS www.unifahe.com.br @unifaheoficial /unifahe
LEITURA E ENSINO
própria vida, para que assim, seja possível agregar conhecimentos. Para cada 
finalidade na vida existe um tipo de leitura específico. 
A leitura e fases do aprendizado do aluno 
Atualmente, o aprendizado da leitura e da escrita é considerado de suma 
importância para o desenvolvimento crítico e social da criança na fase escolar. 
Sem a leitura e a prática da escrita, a criança se vê distante de seu papel como 
aluno: ler e aprender a escrever de forma a expressar suas ideias. “A leitura e 
a escrita são fundamentais para o aprendizado de todas as matérias escolares. 
Por isso, em cada ano/série, o aluno precisa desenvolver mais e mais sua 
capacidade de ler e escrever”. (BRASIL, 2006) 
A leitura dá vazão à imaginação e “abre mundos” para qualquer pessoa. 
Aprender a ler é indispensável quando se vive em uma sociedade onde saber 
lere escrever é vital. Por isso, o incentivo à leitura nos primeiros anos da 
escola é de extrema importância para a formação de alunos leitores. Se 
aprender requer tempo, aprender a ler requer tempo e prática: só se aprende a 
ler, lendo. Segundo Martins (1984, p.12): 
 
As investigações interdisciplinares vêm evidenciando, 
mesmo na leitura do texto escrito, não ser apenas o 
conhecimento da língua que conta, e sim todo um sistema 
de relações interpessoais e entre as várias áreas do 
conhecimento e da expressão do homem e de suas 
circunstâncias de vida. Enfim, dizem os pesquisadores da 
linguagem, em crescente convicção: aprendemos a ler 
lendo. 
Porém, a escola tem papel fundamental no processo de aprendizagem de 
leitura do aluno. Cabe a ela motivar o aluno para a prática de leitura e escrita e 
oferecer satisfatoriamente um projeto de leitura a ser seguido, interligando a 
leitura satisfatória com a vida escolar e social do aluno. Dessa forma, amparado 
pela escola, o aluno terá subsídios para que seu desenvolvimento como leitor 
seja de qualidade. 
O professor é o mediador entre o que a escola tem a oferecer para o 
desenvolvimento do aluno como leitor e o que o aluno tem que aprender 
para que esse desenvolvimento seja significativo. Portanto, o desenvolvimento 
do aluno como leitor se faz dentro da escola, pois muitos só têm contato com a 
leitura apenas no ambiente escolar, como afirma Martins (1984) “principalmente 
no contexto brasileiro, a escola é o lugar onde a maioria aprende a ler e escrever, 
11Rua Tupinambá, nº 606 - Bairro Tapajós - Mundo Novo - MS www.unifahe.com.br @unifaheoficial /unifahe
LEITURA E ENSINO
e muitos têm talvez sua única oportunidade de contato com os livros, estes 
passam a ser identificados com os livros didáticos”. 
O ensino da leitura e da escrita deve ser influenciado por toda a 
sociedade, mas a escola toma posto principal nessa função, delegando aos 
professores o trabalho de chamar a atenção dos alunos para a leitura e a 
desenvolver a escrita de forma a expressar ideias e pensamentos. Os 
professores têm, então, papel de mediadores do conhecimento. Segundo 
Martins (1984, p.34): 
A função do educador não seria precisamente ensinar e ler, mas a de 
criar condições para o educando realizar sua própria aprendizagem, 
conforme seus próprios interesses, necessidades, fantasias, segundo 
as dúvidas e exigências que a realidade lhe apresenta. 
No entanto, não cabe só ao professor de Língua Portuguesa ensinar os 
alunos a ler. É preciso que todos os professores trabalhem em conjunto e 
estabeleçam metas relacionadas com as suas disciplinas, com o objetivo de 
ensinar o aluno a ler diferentes tipos de textos e a perceber diferentes formas 
de leitura e entendimento. 
Não falo de ensino programado, que reduz tudo a um condicionamento 
pelo texto, mas penso que a escola precisa ensinar os alunos a ler e a 
entender não só as palavras, as histórias das analogias, mas também 
os textos específicos de cada matéria, as provas de cada área, as 
instruções de como fazer algo, etc. A leitura não pode ficar restrita à 
literatura e ao noticiário. (CAGLIARI, 1994, p. 149) 
Assim, o aluno terá mais amparos para a sua leitura racional e emocional 
e, principalmente, para a leitura de mundo. Freire (1994) disse que “a leitura de 
mundo precede sempre a leitura da palavra e a leitura desta implica a 
continuidade da leitura daquele”. Dessa forma, o desenvolvimento da leitura 
quando é bem trabalhado, permite ao aluno despojar de todos os benefícios que 
uma leitura de qualidade traz. Fazer parte da sociedade como um cidadão ativo, 
com pensamentos críticos e ideais condizentes são resultados de uma boa 
educação literária. 
 Estratégias da leitura na escola 
A leitura se faz presente na vida do indivíduo a partir do momento em que 
ele está apto a decifrar e compreender o mundo em que está inserido. No anseio 
de interpretar os acontecimentos ao seu redor e contextualizar com a sua vida, 
o indivíduo estará formando um tipo de leitura, mesmo inconscientemente. 
12Rua Tupinambá, nº 606 - Bairro Tapajós - Mundo Novo - MS www.unifahe.com.br @unifaheoficial /unifahe
LEITURA E ENSINO
Segundo Freire (2008), “A leitura do mundo precede a leitura da palavra, 
daí que a posterior leitura desta não possa prescindir da continuidade da leitura 
daquele. Linguagem e realidade se prendem dinamicamente”. Essa citação 
sintetiza que a leitura gráfica, ou seja, dos livros, revistas, jornais é precedida 
pela leitura da vida. Cada ser humano tem vivências e experiências 
diferenciadas, portanto, cada um tem uma forma de interpretar uma determinada 
situação, conforme os padrões da construção de ideias em que o mesmo foi 
inserido. 
Afirma Maria Helena Martins (1986), “Enfim, dizem os pesquisadores da 
linguagem, em crescente convicção: aprendemos a ler lendo. Eu diria vivendo”. 
É evidente tanto para Martins (1986) quanto para Freire (2008) que viver 
precede a leitura, cada pessoa tem suas experiências individuais, e ao ler, 
muitos se identificam na forma escrita da leitura. 
Assim, a escola tem o dever de fornecer a continuidade ao 
desenvolvimento da leitura, tanto da leitura de mundo quando à escrita, ao 
indivíduo. Ela tem o papel de formar um cidadão crítico, envolvido com as 
causas sociais e cientes do mundo ao seu redor. 
A instituição escolar como parte fundamental da formação leitora do aluno 
deve dispor de uma estrutura de qualidade; livros atuais e em bom estado de 
uso, usufruir de uma infraestrutura sólida, com ambientes bem projetados e 
bibliotecas conservadas. Conforme 
Freire (2008): “A compreensão crítica da alfabetização, que envolve a 
compreensão igualmente crítica da leitura, demanda a compreensão crítica da 
biblioteca”. Assim, quando a escola investe na biblioteca, tanto na parte física, 
disponibilizando um ambiente confortável onde o aluno se sinta bem e 
incentivado a ler um livro tranquilamente, quanto na parte motivacional, 
exercendo e empregando a cultura da leitura, onde os professores incentivem à 
ida à biblioteca, a escola, assim, exercerá seus deveres quanto ao seu papel de 
fornecer a cultura da leitura, e assim formar cidadãos capazes de compreender 
melhor o contexto do mundo em que estão inseridos e de lidar com questões 
sociais, emocionais, afetivas e psicológicas. De acordo com os Parâmetros 
Curriculares Nacionais (BRASIL, 1998, p.36): 
Não se formam bons leitores oferecendo materiais empobrecidos, 
justamente no momento em que as crianças são iniciadas no mundo 
da escrita. As pessoas aprendem a gostar de ler quando, de alguma 
forma a qualidade de suas vidas melhora com a leitura. 
No âmbito desta abordagem, fica evidente que os recursos didáticos e 
procedimentos devem viabilizar e enriquecer a forma como se procede 
a uma atividade, seja ela individual ou coletiva, com intuito de facilitar 
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LEITURA E ENSINO
à criança desenvolver seus próprios esquemas mentais na 
organização do processo de aprendizagem. 
Sabe-se que os procedimentos estão relacionados ao domínio do uso 
de instrumentos de trabalho, que possibilitem a construção de 
conhecimento e o desenvolvimento de habilidades. Favorecem, 
portanto, a construção, por parte dos alunos, de instrumentos que os 
ajudarão a analisar os resultados de sua aprendizagem e os caminhos 
percorridos para efetivá-la. Como exemplo, tem-se a realização de 
pesquisas, produções textuais, resolução de problemas, elaboração 
de sínteses e outros. 
Em boa parte dos casos o indivíduo não recebe apoio ou incentivo em 
casa para manter o hábito de ler, muitas vezes pela situação financeira da 
família não ser adequadamente suficiente para manter tal costume, outras vezes 
pelo círculo vicioso que passa de pai para filho, pois onde os pais nãoleem os 
filhos provavelmente não lerão também. Daí entra a escola, complementando 
essa brecha. 
Muitos alunos talvez não tenham muitas oportunidades fora da escola, 
de familiarizar-se com a leitura; talvez não vejam muitos adultos lendo; 
talvez ninguém lhes leia livros com frequência. A escola não pode 
compensar as injustiças e as desigualdades sociais que nos assolam, 
mas pode fazer muito para evitar que sejam acirradas em seu interior. 
Ajudar os alunos a ler, a fazer com que se interessem pela leitura, é 
dotá-los de um instrumento de aculturação e de tomada de 
consciência cuja funcionalidade escapa dos limites da instituição. 
(SOLÉ, 1998, p. 51) 
É responsabilidade da escola, também, dispor de professores 
capacitados para ensinar e educar, usando de técnicas pedagógicas para o bom 
ensino da leitura. Esse professor deve estar previamente preparado para 
administrar o conteúdo, deve ter lido e meditado sobre as supostas dúvidas de 
seus alunos, para suprir e sanar os questionamentos dos mesmos. 
O professor, dessa forma, estará pronto para administrar o seu conteúdo 
de acordo com a necessidade da classe, usando de métodos adequados para 
cada faixa etária. Portanto, o professor é o principal canal de sabedoria, aquele 
que ensina a forma correta do uso da língua e faz com que o educando passe a 
raciocinar sobre o que está sendo ensinado, a expor seus ideais e a agregar um 
pensamento crítico por meio da meditação pela leitura. Para Vygotsky (apud 
FONTANA; CRUZ, 1997): “A escrita é maior do que um sistema de formas 
linguísticas com o qual o sujeito se confronta, esforçando-se por compreendê-
lo. Ela é uma forma de linguagem, uma prática social de uma sociedade letrada”. 
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Além de alfabetizar, ensinando o aluno a formar sílabas, palavras e 
frases, o educador enfrenta o desafio de fazê-lo entender o significado do 
enunciado ali utilizado, estimulá-lo a formar opiniões sobre o conteúdo lido, além 
de, e o mais importante, fazê-los raciocinar. O professor empenhado em traduzir 
a mensagem intrínseca ao objeto de leitura deve estar atento aos benefícios que 
isso trará para seus alunos, avaliando se será viável e se está de acordo com 
as condições de cognição dos mesmos. O objetivo central da utilização da leitura 
é fornecer a visão de mundo para o educando, inseri-lo na sociedade por meio 
da leitura. De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1998, 
p.149): 
O envolvimento do aluno no processo de aprendizagem deve propiciar 
ao aluno encontrar sentido e funcionalidade naquilo que constitui o 
foco dos estudos em cada situação de sala de aula. De igual maneira, 
propiciar a observação e a interpretação dos aspectos da natureza, 
sociais e humanas, instigando a curiosidade para compreender as 
relações entre os fatores que podem intervir nos fenômenos e no 
desenvolvimento humano. 
As formas de ensinar e aprender são contextualizados e dessa forma 
permite ao aluno se relacionar com os aspectos presentes da vida 
pessoal, social e cultural, mobilizando as competências cognitivas e 
emocionais já adquiridas para novas possibilidades de reconstrução 
do conhecimento. 
Isso evidencia a necessidade de trabalhar com o desenvolvimento de 
competências e habilidades, às quais se desenvolvem por meio de 
ações e de vários níveis de reflexão que congregam conceitos e 
estratégias, incluindo dinâmicas de trabalho que privilegiam a 
resolução de problemas emergentes no contexto ou no 
desenvolvimento de projetos. 
O papel da escola, mais do que formar leitores, é de formar leitores que 
contextualizem o objeto lido com a sua carga de conhecimento, leitores que 
raciocinam e que mantenham uma relação crítica e opinativa com o que está 
sendo lido, que buscam entender o conteúdo transmitido com o objeto de leitura. 
Ainda indicam os Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1999, p. 69): 
[...] formar um leitor competente, supõe formar alguém que 
compreenda o que lê; que possa aprender a ler também o que não 
está escrito, identificando elementos implícitos; que estabeleça 
relações entre o texto que lê e outros textos já lidos; que saiba que 
vários sentidos podem ser atribuídos a um texto [...] 
Então, observou-se aqui que a escola tem um dever para com a os 
discentes, estimulando à leitura, ensinando-os, mas não apenas na forma 
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gráfica, ou seja, o letramento da forma, mas a como se ler os fatos, as 
mensagens que estão implícitas no contexto, formando cidadãos conscientes do 
mundo ao seu redor, passando a mensagem que por meio da leitura podese 
conquistar conhecimento e crescimento intelectual, que através da mesma 
pode-se descobrir e redescobrir fatos que possam vir a ter várias formas de 
interpretação. A leitura abre um leque de oportunidades de crescimento, e a 
escola tem o compromisso de repassar esse conhecimento aos seus alunos, 
ensinando-os a compreenderem as ciências e o mundo em que vivem. 
Estratégias para leitura proveitosa na escola 
Para conquistar o gosto dos alunos à leitura, são necessárias algumas 
estratégias, para que todos, desde os que têm facilidade de entender até os que 
têm dificuldade, consigam chegar a um nível satisfatório de compreensão e 
aproveitamento da leitura. O objetivo é sempre conquistar o aluno e fazê-lo 
interagir com o que está sendo transmitido, formar opiniões e ensiná-lo a 
expressá-las. O termo “estratégia” pode ser empregado com sentidos diferentes, 
que depende de um contexto. Aqui, pode ser considerado como um 
procedimento, nesse caso, procedimento de leitura. 
Como disse Coll (apud SOLÉ, 1998): “Procedimento, com frequência 
chamado também de regra, técnica, método, destreza ou habilidade, é um 
conjunto de ações ordenadas e finalizadas dirigidas à consecução de uma 
meta”. 
De acordo com Solé (1998), devemos compreender estratégias como um 
procedimento de cunho elevado que abrange a presença de objetivos a serem 
realizados, o planejamento de ações desenvolvidas no intuito de atingi-las, bem 
como sua avaliação. 
Essas estratégias de leitura são usadas para se pôr em prática os 
mecanismos de ações mentais desenvolvidas pelo leitor para se construir um 
sentido, para que ele possa compreender com maior aproveitamento o que está 
sendo lido. 
Consideramos as estratégias de compreensão leitora como um tipo 
particular de procedimento de ordem elevada. Como poderão verificar, 
cumprem todos os requisitos: tendem à obtenção de uma meta, 
permitem avançar o custo da ação de leitor, embora não a preservem 
totalmente; caracterizam-se por não estarem sujeitas de forma 
exclusiva a um tipo de conteúdo ou a um tipo de texto. (SOLÉ, 1998, 
p. 72) 
Pode se iniciar com uma estratégia essencial, a da interação entre 
professor e aluno, formando a relação por meio do ensino. O aluno se depara 
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com o desafio de compreender o conteúdo da matéria ali imposta, e o professor 
é o encarregado de lhe auxiliar e orientar. 
A leitura é uma estratégia de interação entre o educador e o aluno, 
através dela pode-se criar um pensamento crítico por parte do aluno, e o 
professor age nessa hora como o mediador, moldando as opiniões dos alunos, 
infligindo lhes a real mensagem do texto, formando um elo entre o discente e o 
objeto de estudo da leitura, e entre aluno e professor. 
A leitura desenvolvida em sala de aula é apresentada por Solé (1998) em 
três etapas de atividades com o texto: o antes, o durante e o depois da leitura. 
Na opinião da autora, as crianças que crescem desenvolvendo a 
dificuldade da leitura poderiam tercondições de atingir níveis satisfatórios da 
mesma se fossem previamente orientadas a ler do modo apropriado. 
Seguindo os passos sobre as estratégias de compreensão leitora 
impostas por Solé (1998), temos: 
a) Atividades antes da leitura: 
I) Levantamento do conhecimento prévio sobre o assunto; II) 
Antecipação do tema ou ideia principal como: título, subtítulo, do 
exame de imagens. 
III) Expectativas em função do autor ou instituição responsável pela 
publicação. b) Atividades durante a leitura: 
 i) Retificação, confirmação ou rejeição das ideias 
antecipadas ou expectativas criadas antes do ato de ler; ii) 
Utilização do dicionário para consulta, esclarecendo sobre 
possíveis dúvidas do vocabulário; III) Identificação de palavras-
chave; IV) Suposições sobre as conclusões implícitas no texto, 
com base em outras leituras, valores, experiências de vida, 
crenças; V) Construção do sentido global do texto; 
VI) Busca de informações complementares; VII) 
Relação de novas informações ao conhecimento 
prévio; VIII) Identificação referencial a outros 
textos. c) Atividades para depois da leitura: 
I) Construção do sentido sobre o texto lido; II) 
Troca de opiniões e impressões a respeito do texto; 
III) Relacionar informações para concluir ideias; IV) 
Avaliar as informações ou opiniões expressas no 
texto lido; V) Avaliar criticamente o texto abordado. 
Para conseguir seguir essas ideias apresentadas pela autora, o leitor 
deve dominar os níveis mais básicos da leitura, com intervenção de um 
professor a lhe orientar como proceder ao longo do processo da mesma. 
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Um tipo de leitura estratégica que busca agregar conhecimentos, 
facilitando os passos do descobrimento das informações, é a leitura informativa 
ou leitura de estudos. Esse tipo de leitura é estrategicamente utilizado nas 
escolas, que busca auxiliar na construção de trabalhos e projetos ou para 
responder questões específicas. Portanto, é de extrema importância utilizar as 
fases da leitura informativa ou de estudo para se obter uma leitura proveitosa. 
(ANDRADE, 1999) 
Outra estratégia eficaz utilizada para se manter a concentração durante 
a leitura é o ato de ler e sublinhar ou destacar termos ou frases sobre o texto 
lido, porém é uma ferramenta que tem que ser usada com cautela. Pois deve se 
atentar ao que será realmente proveitoso para se sublinhar. 
Segundo Ruiz (2002), quem sublinha com inteligência está atento à 
leitura e descobre a ideia principal em cada parágrafo, e se mantém concentrado 
e em atitude crítica pelo tempo dedicado à leitura. 
O leitor que não consegue dar destaque às palavras-chave do texto lido, 
e que acaba sublinhando excessivamente, terá problemas em fazer uma revisão 
ou anotações futuras. Por isso, recomendam-se os seguintes passos, como 
indicou Diniz & Silva (2008, p. 10-11) 
I) Leia o texto para obter a visão geral sobre o que foi 
escrito sem a preocupação de aprender alguma coisa ou discutir as 
ideias do autor; 
II) Faça uma segunda leitura (leitura analítica) e anote palavras, 
termos ou frases ou anotadas em uma folha de papel para serem 
pesquisados durante a leitura ou posteriormente. Nesse momento 
deve ter sempre em mãos um dicionário para esclarecer algumas 
dúvidas que porventura surjam durante a leitura. Você deve também 
marcar com um ponto de interrogação dúvidas ou discordâncias sobre 
o que foi escrito pelo autor; 
III) Leia novamente o texto e destaque ou sublinhe apenas as 
palavras essenciais ou palavras-chave, que segundo a NBR (Norma 
Brasileira) 6028 significa “palavra representativa do conteúdo do 
documento, escolhida, preferentemente, em vocabulário” (ABNT, 
2003, p.1). Estas palavras ou frases informam sobre a ideia principal 
do texto. (Grifo nosso) 
É muito importante esse sistema de destaque para o aluno, assim ele 
conseguirá gravar com mais facilidade os termos destacados. Sublinhando 
apenas o que é realmente importante, ele terá maior facilidade ao retomar ao 
assunto tratado e terá também aproveitado as partes que mereciam destaque, 
memorizando com mais facilidade e guardando, assim, o que realmente será 
utilizável. 
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LEITURA E ENSINO
O educador deve estar atento àqueles que demonstrarem dificuldade de 
raciocínio e àqueles que não compreendem o conteúdo, e que tem problemas 
ao administrar as estratégias de leitura. Para esses, devem ser criadas 
situações que os façam se sentir inclusos e seguros para efetuarem a leitura. 
Os estudos de entrevistas revelam que as crianças com dificuldades 
de compreensão apresentam menos conhecimento explícito de leitura 
e das estratégias de leitura que os bons leitores. (...) A evidência é 
bastante consistente de que as crianças com dificuldades de 
compreensão são menos eficazes que o grupo sem dificuldade no uso 
de estratégias de execução para leitura. O porquê disto ainda 
permanece indefinido. A compreensão fraca pode ser o resultado de 
uma dificuldade em dispor de estratégias de execução. (DOCKRELL; 
MCSHANE, 2000, p.108) 
Parte dessa deficiência acontece por existir uma variedade de 
divergência de mundo entre os alunos, realidades diferentes e complexas. Uns 
têm mais facilidade por ter adentrado no mundo da leitura cedo, incentivado 
pelos pais e/ou comunidade, outros, no entanto, não tiveram contato com essa 
realidade antes de ter acesso a escola. Portanto, leitura em sala de aula para 
uns é agradável, prazeroso, mas para outros se torna um fardo, por não terem 
sido previamente capacitados pela carga de conhecimentos que alguns outros 
tiveram. Neste caso, o professor deve se inserir na realidade do aluno, estar em 
contato com ele, adentrando em seu universo, buscando abordar temas e 
assuntos que façam com que o aluno se sinta inserido e útil no debate e nas 
opiniões, assuntos que estejam de acordo com a sua realidade e perspectiva de 
mundo. 
O fato de me perceber no mundo com o mundo e com os outros me 
põe numa posição em face do mundo que não é de quem nada tem a 
ver com ele. Afinal minha presença no mundo não é a de quem a ele 
se adapta, mas a de quem nele se insere. (FREIRE, 1996, p.60) 
Portanto, cabe a escola, sob o domínio do professor, propiciar esse 
momento ao aluno, de se sentir inserido no mundo. O hábito saudável da leitura 
o propiciará isso, desde que o educador não imponha regras severas à leitura, 
como punições ou ações forçadas. Deve se respeitar as limitações de cada 
aluno, inseri-lo no mundo da leitura, debatendo, dando-lhe voz e oportunidade 
de expressar um pouco de suas experiências, para que ele se sinta incluso no 
mundo da leitura, assim, se familiarizando e se sentindo mais a vontade e 
confortável diante dos desafios que o ato de ler impõe. 
E é com o intermédio do professor, ensinando e dinamizando com os 
alunos, e com uma estrutura escolar bem organizada que o aluno, desde aquele 
19Rua Tupinambá, nº 606 - Bairro Tapajós - Mundo Novo - MS www.unifahe.com.br @unifaheoficial /unifahe
LEITURA E ENSINO
com facilidade até o que tem dificuldade, conseguirá alcançar um nível 
considerável de leitura, dentro de seus limites e possibilidades, como diz os 
Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1998, p.48): 
Para que as dificuldades da leitura sejam superadas, a escola deve: 
Dispor de uma boa biblioteca, de um acervo de classe com livros e 
outros materiais de leitura; organizar momentos de leitura livre em que 
o professor também leia. Para os alunos não acostumados com a 
participação em atos de leitura (…) participem e conheçam o valor que 
a possuem, despertando o desejo de ler. É preciso que a escola 
ofereça condições para que os alunos construam aprendizagens na 
leitura, alémde conquistar o educando de forma prazerosa, para que 
ele desenvolva o hábito de ler utilizando seus recursos e baseando-se 
num planejamento que atenda não só os alunos bem sucedidos, mas 
que dê maior ênfase aos que apresentam dificuldades como leitores, 
possibilitando um despertar para que as dificuldades transformem-se 
em facilidade, sensibilizando-os e assegurando-os na apropriação de 
textos orais e escritos. 
Uma ferramenta bastante eficaz usada no enriquecimento do 
aprendizado em geral é a tecnologia. Os utensílios mais tecnológicos como 
computadores e televisores, e os já tradicionais livros didáticos e lousa são 
excelentes instrumentos que podem auxiliar o educador, além de ser atrativo 
para o educando. Através do uso da tecnologia a leitura é facilmente ministrada 
ao aluno, fazendo-o dinamizar com o conteúdo passado, assim, aprendendo 
mais rápido, além de se tornar um hábito prazeroso, colocando o aluno no 
universo da leitura com maior aproveitamento. Os Parâmetros Curriculares 
Nacionais (BRASIL, 1998, p. 141) observam que: 
A concepção do ensino e aprendizagem revela-se na prática de sala 
de aula e na forma como professores e alunos utilizam os recursos 
tecnológicos disponíveis: livro didático, giz e lousa, televisão ou 
computador. A presença de aparato tecnológico na sala de aula 
garante mudança na forma de ensinar e aprender. A tecnologia deve 
servir para enriquecer o ambiente educacional, propiciando a 
construção de conhecimentos, por meio de uma atuação ativa, crítica 
e criativa por parte de alunos e professores. 
Entende-se que os recursos tecnológicos pressupõem o 
desenvolvimento de aulas onde professor e aluno incorpora o desejo 
do saber através de meios modernos e capazes de processar novas 
informações e produzir conhecimentos, sendo necessário uma 
reflexão coerente sobre tais meios tecnológicos. 
Os materiais didáticos devem traduzir os objetivos da aula, conduzir os 
resultados esperados, em termos de conhecimentos, habilidades, 
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hábitos e atitudes. A relação teoria-prática deverá ser o sustentáculo 
dos materiais, seu uso deve ser adequado e a apresentação deve 
atrair e motivar o aluno para a tecnologia eletrônica. 
Então, observou-se que as estratégias de leitura são apropriadas, porque 
através delas pode-se alcançar um melhor aproveitamento do aluno, levando-o 
a tomar opinião e partido sobre o objeto lido. Através das estratégias de leitura 
pode-se delimitar o espaço do ensino, restringindo cada estratégia para níveis 
diferentes de escolaridade. 
Trabalhar com estratégias de leitura permite ao leitor ampliar e 
modificar os processos mentais de conhecimento, bem como 
compreender um texto. Compreender é a base para que todas as 
crianças se engajem completamente na leitura de livros de literatura e 
se tornem leitoras. (GIROTTO; SOUZA, 2010, p.108) 
Assim, o educador terá uma meta, um horizonte por onde se guiar, 
podendo assim explorar o que o educando tem de melhor. Com uma boa 
estratégia de leitura pode se observar um rendimento positivo do aluno, pois ele 
passa a entender melhor a leitura e os seus meios de se aprender. A partir do 
momento que a criança é inserida no universo da leitura, a sua vida passa a ter 
mais sentido, pois a literatura proporciona o entendimento das ciências, e faz 
com que o indivíduo crie o hábito de refletir, proporcionando assim uma evolução 
interior, evolução do pensar e do viver. 
Nenhum lugar seria melhor para ser ministrado esse hábito básico, que é 
o hábito da leitura, do que no ambiente escolar, onde a criança e o adolescente 
têm todo um aparato, uma estrutura para se ter sucesso na aprendizagem do 
mesmo. Nesse ambiente é que se encontram profissionais habilitados para 
ministrar aulas; os professores que acompanham a vida escolar do educando 
desde a sua pré-escola, são os verdadeiros responsáveis pelo sucesso do 
ensino da leitura. Um professor apaixonado pelo o que faz é sinônimo de alunos 
apaixonados pelo o que aprendem. As estratégias de ensino funcionam, desde 
que existam professores que acreditem nelas e na capacidade de que com 
paixão e vontade o sucesso vem. Talvez essa seja a maior estratégia de ensino 
da leitura, a paixão de ensinar. 
 Conclusão 
A leitura é e sempre foi o meio mais efetivo do aprendizado e da 
interiorização de conhecimentos. Ler é, antes de tudo, pertencer a um meio que 
se renova a cada dia com diferentes formas, pensamentos e ideias; lendo o 
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aluno estará apto para desbravar desafios e ser dono do seu próprio 
conhecimento e usar a leitura como forma de integração. 
Ter uma leitura efetiva é saber ler nas entrelinhas e agregar saberes que 
só uma leitura factual oferece. O Hábito de ler não é hereditário, por isso, cabe 
a escola e aos professores incentivar e instigar os alunos a explorar e a 
identificar-se com o mundo da leitura. 
Concluímos que a leitura é fundamentalmente importante para o processo 
de desenvolvimento do aluno na fase escolar, e que a leitura, sem sombra de 
dúvida é fonte de conhecimento, sabedoria e inspiração. Demonstrando assim, 
que a leitura só é legítima quando essa se faz presente de todo ciclo da vida 
escolar do aluno. 
 
REFERÊNCIAS (PARCIAL) – Literatura Complementar 
BACHA, M.L. Leitura na Primeira Série. Rio de Janeiro: Livro Técnico, 1975. 
CAGLIARI, Luiz Carlos. Alfabetização & Linguística: 4ª ed. São Paulo, SP, 
Editora Scipione, 1994. 
DOCKRELL, Julie; MCSHANE, John. Crianças com dificuldades de 
aprendizagem: uma abordagem cognitiva. Tradução de Andréa Negrada. Porto 
Alegre: Artes Médicas Sul, 2000. 
MARTINS, Maria Helena. O que é leitura. São Paulo: Brasiliense, 1984. 
MARTINS, Maria Helena. O que é leitura. 7 ed. São Paulo: Brasiliense, 1986. 
PRADO, Maria Dinorah Luz do. O livro infantil e a formação do leitor. 
Petrópolis: Vozes, 1996. 
 
 
 
 
 
 
22Rua Tupinambá, nº 606 - Bairro Tapajós - Mundo Novo - MS www.unifahe.com.br @unifaheoficial /unifahe
LEITURA E ENSINO
 
LEITURA E ENSINO: A IMPORTÂNCIA DA LEITURA NA FORMAÇÃO DO 
LEITOR 
 
Disponível em: 
https://www.ideau.com.br/getulio/restrito/upload/revistasartigos/277_1.pdf 
Revista De Educação Do IDEAU (REI) Vol. 10 – Nº 22 - Julho - Dezembro 2015 
INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL DO ALTO URUGUAI – 
FACULDADE IDEAU 
 
 Autora: KRUG, Flavia Susana 
 
RESUMO: O artigo em questão foi pensado e elaborado com a finalidade de 
chamar a atenção dos profissionais da educação, mediadores do saber ler dos 
alunos, em relação à necessidade de estratégias e recursos adequados para a 
prática leitora destes, haja vista o desprovimento de criticidade e entendimento, 
na grande maioria dos leitores, e as várias formas incorretas de se pensar de 
praticá-la. Preocupou-se, também, em reforçar o valimento de se mediar a 
leitura, estimulando os usuários a descobrirem, por meio dela, o prazer do texto, 
apresentando-o como um lugar legítimo para trocas de experiências literárias de 
forma prazerosa, tendo em vista que o ato de ler, uma vez compartilhado, permite 
ao leitor interpretar o texto de diversas formas, acolhendo a intertextualidade que 
este proporciona. Enfatizou-se, ainda, o valimento da prática da leitura em 
tempos de sociedade contemporânea que busca, contingentemente, formar 
leitores em diferentes faixas etárias, mediante o deleite do hábito de ler. 
 
Palavras-chave: Leitor. Leitura. Conhecimento. Educação. 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
A leitura é responsável por contribuir, de forma significativa, à formação do 
indivíduo, influenciando-o a analisar a sociedade, seu dia a dia e, de modo 
particular, ampliando e diversificando visõese interpretações sobre o mundo, 
com relação à vida em si mesma. 
Para que essa eflorescência de fato aconteça, é primordial que a leitura 
propriamente dita ocorra em ambientes favoráveis à sua aquisição, mas, acima 
de tudo, seja propiciada, respeitando o nível sociocultural do leitor. Para tanto, 
uma das ferramentas insubstituíveis, que condicionam esse aprender, é o 
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domínio da linguagem, adquirido a partir da leitura e da escrita que, por sua vez, 
repercutirão em todas as áreas do conhecimento. 
A leitura, parte fundamental do saber, fundamenta nossas interpretações e nos 
viabiliza a compreensão do outro e do mundo. É por meio do texto que se adquire 
e formata-se posicionamentos, questionando acerca da potencialidade e 
opiniões de autores e assim refletir e formar nossos próprios conceitos e 
consequentes ilações. 
 
 
1.1 O PROFESSOR, MEDIADOR DO PROCESSO 
Pensando dessa forma, o mediador responsável pela aquisição da prática da 
leitura - o professor - deverá elaborar estratégias significativas para que ocorra 
a formação do leitor, de forma consciente pela prática concreta e efetiva do ler, 
pois somente quem se relaciona com livros, de maneira preciosa, será detentor 
do poderio de gerar novos bons leitores. 
Para tanto, como mediador desse processo de transformação de hábitos, o 
professor deverá explicitar aos seus alunos que, ao ler-se, realiza-se um 
exercício amplo de raciocínio, tornando-nos indivíduos praticantes da categoria, 
sujeitos cultos, justos, solidários, sábios e criativos. 
Um profissional da educação sem preparo, que pouco conhece os textos em 
circulação, desprovido de recursos para conduzir seus alunos ao caminho da 
leitura, desconhecedor de técnicas e metodologias adequadas, não se efetivará 
nesse processo. Ele, como mediador do hábito de ler, deverá propiciar atividades 
práticas que se fundamentem nessa lógica, criando diferentes momentos de 
leitura alicerçadas em estratégias capazes de promover distintos níveis de 
letramento. 
Sabe-se que a mediação da leitura ocorre, sem sombra de dúvidas, na escola e 
pelo professor, que por sua vez, tem a incumbência de formar-se professor leitor 
e posteriormente, profissional leitor. Para tanto, caberá a ele desenvolver-se 
enquanto pessoa e profissional, de direitos e deveres, usufruindo da prática da 
leitura, a fim de contribuir com o exercício de uma cidadania crítica e justa. Ao 
buscar novas práticas leitoras, o professor obterá oportunidades, sempre 
renovadas, melhorando, significativamente, estruturas textuais disponibilizadas 
em seu dia a dia, além de refinar seu conhecimento literário. A escolha de bons 
livros, em especial os literários, favorecerá sua capacidade de criar, 
sensivelmente, sua individualidade cultural, o complementando com demais 
práticas fundamentais do ato de ler. 
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Segundo Silva (2009), é papel do professor refletir coletivamente sobre sua 
bagagem cultural, cruzando novos horizontes, modificando e acionando o 
mecanismo de aprendizagem, a fim de integrar interdisciplinaridade e 
planejamento com harmonia e coerência. 
Para quem mostra o caminho das palavras, de maneira alguma incorrerá na 
incredibilidade sobre sua essencialidade como alguém que domina o 
conhecimento nessa área como profissional. Tão importante quanto ensinar a 
ler, é formar um bom leitor. 
Vivenciar nos dias de hoje, o acelerado crescimento de estratégias e mudanças, 
submete-nos à implantação de novas práticas pedagógicas, que visem atender 
os interesse e necessidades das crianças e jovens, frente a um mercado acirrado 
de trabalho. Apesar de tantas transformações, os pequenos e os jovens, 
dominam, habilmente as novas tecnologias, mais até que nós professores, nos 
relacionamos com tais recursos. Sendo assim, deve-se provocar não somente o 
resgate pelo gosto da leitura, mas também e em especial, a compreensão da 
mesma. Nesse processo, o professor identificará interesses e dificuldades do ato 
de ler em seus alunos, proporcionando-lhes ampliar e estreitar o diálogo. Com 
isso, reforçará a leitura, frente às modificações modernas que se enfrenta, 
proporcionou como até então, e proporcionar-lhes-á, futuramente, bem mais. 
 
1.2 LEITURA E LEITOR 
Dentro desse contexto, "saber ler" e “formar um leitor” demandam diferenças a 
serem consideradas. Para a primeira, trata-se de decifrar a mensagem simbólica, 
expressada por meio das sílabas que formam as palavras, enquanto que, na 
segunda, o sujeito leitor é induzido a aprender a compreender, interpretar e 
inserir-se no universo do pensamento de outra pessoa - o autor - compartilhando 
pensamentos, ideias e hipóteses, aceitando, ou contrapondo-se ao que analisa. 
A leitura não deve ser concebida como um processo de decodificação, por 
envolver-se muito mais do que apenas aspectos de decodificação do escrito. Ela 
proporciona ao leitor, o contato com o seu significado seguindo seu 
conhecimento de mundo, possibilitando assim, afirmar que todos, ao lerem o 
mesmo conteúdo, obterão compreensão e interpretação diversificadamente, ao 
interagir com o texto. O leitor realiza o processo de maneira ativa, enriquecendo 
a leitura que contribuirá com seu saber, que se propõe fazer. 
 
A leitura, embora ação corriqueira nos dias de hoje, 
sobretudo nas regiões urbanas, não é natural. Não lemos 
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comemos, respiramos ou dormimos. Para tanto, 
precisamos aprender o código escrito, socialmente aceito 
e a ter domínio sobre ele em todas as suas modalidades, 
quer práticas (como propagandas, receitas, notícias, 
informações, anotações) quer estéticas (como narrativas e 
poemas) (AGUIAR, 1996). 
 
A leitura constitui também uma prática social, pela qual o sujeito, ao praticar o 
ato de ler, mergulha no processo de produção de sentidos, e esta tornar-se-á 
algo inscrito na dimensão simbólica das atividades humanas. Sendo assim, falar 
em atividades humanas, aqui, é tratar de uma linguagem, do recurso pelo qual o 
homem adentra o universo da cultura, configurando-se com um ser culto, racional 
e pensante. 
A leitura propõe, ainda, interação entre diversos fatores para que haja realmente 
o “processo de ler”. Vale ressaltar que aspectos psicológicos e pedagógicos 
deverão ser levados em consideração. Dessa forma, esse processo perpassará 
diferentes linhas teóricas, enfocando equilibradamente os demais aspectos que 
conferem ênfase a um único interesse: compreender e interpretar o texto, 
auferindo todas as informações nele contidas. 
É o leitor quem atribui significado ao texto, processando diversificada mente as 
informações nele constantes. É relevante afirmar que os significados do texto se 
baseiam em sistemas interacionais esquematizados para o leitor; já os do 
escritor relacionam-se com ele na forma de interação. 
Segundo Koch e Elias (2008), a leitura está além de apenas ocupar um 
importante espaço na vida do leitor. Para as autoras, o ato de ler constitui-se da 
junção entre os sujeitos sociáveis com a linguagem socio cognitiva, o que lhes 
possibilita um contato eficaz com elementos significativos do texto. Sendo assim, 
o leitor é posto em contato direto com as palavras, de maneira peculiar, 
percebendo o elevado grau de sentido que elas preservam. 
Notam-se, constantemente, indagações acerca da real importância da leitura 
para os membros de uma sociedade. Observa-se também, que o mesmo grupo 
de indivíduos, anseia pela necessidade de nutrir o conhecimento, especialmente, 
por meio da leitura. É fato que tal lacuna, poderá ser suprida corretamente,por 
intermédio das diferentes maneiras de aplicabilidade do elemento de informação. 
Concebendo que, a leitura decorre do entendimento entre sujeito, língua, texto e 
sentido, adotados na respectiva sequência, a representação do pensamento, 
estará assegurada e promoverá a captação mental do leitor, de maneira 
absoluta. 
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O mesmo acontecerá com o entendimento da leitura, levada à sério, sem 
menosprezar as experiências e conhecimento, próprios do leitor, 
compreendendo propósitos consolidados ao longo de sua caminhada, e para 
tanto, tais suportes, servirão de condução para atividades interativas entre 
autor-texto-leitor, servindo muito além de um simples produto codificado para 
conhecimento, transmitido ao receptor de forma passiva (Koch & Elias, 2008). 
Todo conhecimento que o leitor possa ter, encontra-se armazenado na memória, 
e esta, por sua vez, organiza-o adequadamente, gerando espaço para as 
inúmeras informações que esse mesmo leitor agregará para si, ao longo de sua 
rotina como praticante da leitura. 
É impreterível que se promova um trabalho produtivo da leitura, a fim de 
contribuir para a formação do sujeito leitor, de forma que possa identificar-se no 
texto, ou nas suas leituras plurais, não somente como um consumidor de livros, 
e sim, um produtor destes à medida que preenche as lacunas existentes na obra 
lida, mergulhando na ambiguidade dos textos e encontrando significados mais 
profundos nas entrelinhas dos textos. 
Percebe-se, dessa forma, quão importante é a habilidade de leitura, que 
ultrapassa os limites da decodificação, efetivando-se como ação, que prepara 
leitores capazes de participarem da sociedade na qual estão inseridos e, acima 
de tudo, exercendo o direito e o dever de transformá-la. Para que isso ocorra, 
necessariamente, recorre-se à disponibilidade do professor, para agir como 
mediador do processo, atentando para o caráter social do ato de ler. Com efeito, 
no momento da leitura, trocam-se valores, crenças, gostos, que não pertencem 
somente ao leitor, nem tão-somente ao autor do texto, mas, sobretudo, a um 
conjunto sociocultural. 
Nos atuais dias, a leitura tão somente abriu-se para receber pesquisadores, 
como também, proporcionou lugar amplo para inúmeras discussões, sobre 
torvações e anseios dos profissionais da educação, sejam por razões leigas, 
profissionais ou de cunho institucional. Prova disso, são os diversos simpósios, 
sessões, encontros, fóruns e afins dedicados ao assunto, os quais oferecem 
propostas teóricas, metodológicas, científicas e políticas, visando amenizar 
incertezas dos profissionais da área. 
Para Orlandi (1995), o sujeito leitor é quem, em sua preexistência, se torna 
produtor da interpretação do texto, ao mesmo tempo em que, coloca-se como 
contemporâneo a ele, produzindo leitura, especificamente de sentido, garantindo 
sua eficácia, organizando-se com seu conhecimento de um eu-aqui-e-agora, 
relacionando-se com ele sem perder sua originalidade. 
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Conforme observa Lajolo: 
A leitura é, fundamentalmente, processo político. 
Aqueles que formam leitores – alfabetizadores, 
professores, bibliotecários – desempenham um papel 
político que poderá estar ou não comprometido com 
a transformação social, conforme estejam ou não 
conscientes da força de reprodução e, ao mesmo 
tempo, do espaço de contradição presentes nas 
condições sociais da leitura, e tenham ou não 
assumido a luta contra àquela e a ocupação deste 
como possibilidade de conscientização e 
questionamento da realidade em que o leitor se 
insere. (1996, p. 28) 
 
De acordo com Lajolo (1996), a leitura é a estratégia eficaz no processo de 
ensino e aprendizagem, sendo praticada pelos alunos de diversas formas e 
métodos. É possível orientá-la de maneira que a expanda-se muito além das 
notas das aulas: sublinhando pontos importantes de um texto, monitorando a 
compreensão na hora do ler, empregando técnicas de memorização, elaborando 
resumos, planejando e estabelecendo metas, entre outras. Com absoluta 
certeza, tal mecanismo favorecerá o desenvolvimento da leitura de maneira 
produtiva. 
A leitura permite o despertar de sentimentos e emoções, inspirando-nos a um 
ambiente repleto de possibilidades formuláveis, tantas quantas vezes forem 
necessárias, haja vista, o leitor, permitir-se conhecedor da sua aptidão em maior 
escala de pretensões, estabelecendo desta maneira, uma sólida relação de 
dados concisos, permitindo-se inferir, comparar, questionar, relatar e observar a 
essência do conteúdo. Justifica-se ainda, que o leitor, é agente ativo da 
constante busca de conhecimento, e necessita afirmar sua posição social, 
cultural e humana dentro do contexto que preconiza, sem fragilizar a pluralidade 
intelectual. 
 Preocuparmo-nos com uma leitura que apenas valorize os elementos formais do 
texto, é tratá-la como decodificação de palavras escritas, tornando-nos 
coniventes com o fracasso escolar do aluno. Seria o mesmo que pensar o ensino 
da leitura como não fundamental para solucionar os problemas relacionados ao 
pouco aproveitamento escolar dos estudantes, tratando-a tão-somente como 
exigência presente no conjunto de disciplinas ofertadas pela escola, 
demonstrando, assim, ser a responsabilidade, pela formação do aluno leitor, 
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exclusiva dos professores de Língua Portuguesa e não, de uma forma geral, por 
todos os demais professores em suas respectivas áreas. 
Segundo Freire (1994, p.11), a “leitura precede a palavra, daí que a 
posterior leitura desta não possa prescindir da continuidade da leitura daquele. 
Linguagem e realidade se prendem dinamicamente”. Pensando assim, a leitura 
da palavra não pode deixar de considerar o conhecimento de mundo que cada 
leitor possui, adquirido em seu contexto, suas vivências sua realidade. 
Linguagem e realidade se fundem dinamicamente, evidenciando que a 
compreensão do texto, de modo crítico, implicará relações entre texto e contexto. 
Ao realizar a compreensão e interpretação da narrativa, observados os 
propósitos do autor, o sujeito adentrará, letra por letra, mergulhando no enredo 
lido, permitindo-se avançar, esclarecer e validar suposições. Acredita-se então, 
que esse mesmo leitor, seja capaz de processar, criticar, contradizer e avaliar as 
informações que estão diante dele, aprumando o significado obtido (SOLÉ, 
2003). 
 
1.3 A ESCOLA COMO PARTE DO PROCESSO DE FORMAÇÃO LEITORA 
Levando em conta de que a escola é responsável direta pelo ensino da 
leitura, cabe-lhe refletir e redirecionar sua postura diante da prática. Dependendo 
de como for conduzida, ela poderá transformar o aluno em um leitor ou distanciá-
lo do processo e, na maioria das vezes, para sempre. 
Oportunamente, Manguel (2000), reforça a tarefa da escola em 
proporcionar aos estudantes, o espaço ao ato de ler, permitindo-lhes, 
“confortável, solitário e vagarosamente sensual” (p.11), o convívio fascinante 
com a leitura. 
É premente a existência de estudos sobre as práticas de leitura em sala 
de aula, que envolvam atividades propostas pela escola e que, realmente, 
contribuam para a formação de um sujeito leitor, capaz de posicioná-lo 
criticamente frente às informações que lhe estão disponíveis. 
Cabe à escola organizar, criar e adequar, em sua grade curricular, 
propostas e estratégias efetivas de leitura, favoráveis à formação de leitores 
competentes, estando atenta às questões sociais em que ela estiver ausente. 
Tal situação torna-se mais presente com o passar dos dias, confirmando-se 
como um dos motivos relacionadasà exclusão social e cultural dos membros de 
uma sociedade detentora de inúmeros contrastes. Para Orlandi (1995), a leitura 
em seu objeto, o texto, fonte de sapiência da realidade, além de conectar sala 
de aula e sociedade, é revelação ideológica reificando, o ambiente escolar, 
caminho condutor para inovação das linguagens. 
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Da mesma forma, Pulcinelli (1995), entende que o elemento leitura, 
repercute no comportamento do mediador, base indispensável onde se inicia a 
trajetória do indivíduo em seu cenário de ledor: a sala de aula. 
 Como se pode observar, analisar as estratégias desenvolvidas pelo 
professor, no ambiente de aprendizagem, as quais desencadeiam e/ou 
desencadearão, diretamente no seu exercício da leitura, permitirá, resultados 
pedagógicos com consequências determinantes para o aprendiz, tanto quanto 
para o próprio profissional e sua instituição de ensino. 
Pode-se entender que a função da escola consiste em desenvolver no 
educando a capacidade de aprender a aprender, estruturando suas práticas 
pedagógicas com vistas à formação moral e social do indivíduo, incluindo a 
estruturação de um sistema contínuo de troca de informações, amparado por 
uma biblioteca com acervo capaz de suprir as demandas da leitura, bem como 
por outros ambientes de apreciação da escrita onde haja circulação e 
aproveitamento do conteúdo de livros, recorrendo a profissionais qualificados. 
Caso a escola não atenda a esse propósito, caberão a esta a criação e ampliação 
de seu espaço físico e dos subsídios que auxiliam tais práticas, recorrendo aos 
recursos que lhe são por direito designados. 
Para uma grande massa da população, na grande maioria das vezes, a 
única proximidade com o livro, faz-se no encontro com colegas, professores e 
escola. Aqui, deparamo-nos com o maior desafio do mediador da leitura, que 
consiste em perceber, pensar, orientar e executar a mesma, parte substancial do 
processo de ensino-aprendizagem, com ampla expressividade, agregando 
diferenciais ao que será projetado e sua execução, possibilitando intimidade com 
coerência diante do hábito de ler, fortalecendo vínculos do leitor com tal prática, 
eliminando, portanto, a tão percebida aversão ao mesmo. 
Na visão de Soares (1999), para haver escola, faz-se necessária 
adequada escolarização, substancial conhecimento, aquisição de saberes, 
responsabilidade, integridade e respeito, acima de tudo com os estudantes e a 
representatividade que ela, instituição mediadora dos alicerces do conhecimento, 
desempenha no atual cenário cultural, político e social da esfera a qual pertence. 
Convém lembrar ainda, a advertência que a autora faz em relação ao processo 
de escolarização, submeter-se ao modo de como e para que aprendemos, ser 
inevitável, haja vista tratar-se da fundamentação escolar para a qual foi instituída 
e constituída, não havendo maneiras de evitar que o saber escolar floresça, 
contribuindo, substancialmente, para a formação do caráter dos cidadãos. Não o 
fazer, seria minorar a real finalidade e o propósito primeiro, destinado para a 
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instituição, a qual detém a incumbência de formar, disseminar e aguçar o 
intelecto do sujeito. 
Conforme Grazioli e Coenga: 
 
Partilhar é o termo ideal, porque antes de tudo, leitura é 
uma experiência que envolve a troca, o diálogo e a 
interação. Muito se ouve falar que os alunos não leem. Há 
uma questão, no entanto, que deve anteceder a essa: 
como o professor enfrenta o desafio da leitura? Nesse 
sentido, o professor que deseja formar leitores e promover 
em sala de aula precisa se perguntar antes: Como me 
tornei leitor? Como descobri o interesse pela leitura? Qual 
a experiência de leitura que eu tenho que partilhar com os 
outros? (2014, p. 191) 
 
Entretanto, Grazioli e Coenga (2014) ressaltam que calhar ao professor, a 
missão de atrair os alunos para o traquejo da leitura, diferenciadamente, 
sobressaindo-se por meio da criatividade e expressividade. Causar, anseio, pela 
sensatez à leitura, a fim de torná-la agradável e, com efeito, exigirá do preceptor, 
perspicácia e autenticidade ao fazê-lo com encantamento e devoção, munindo-
se de artifícios persuasivos, os quais envolverão o leitor, levando-o a relacionar-
se sincera e esmeram ente com a narrativa, inicialmente, proposta e 
posteriormente, quista. 
Contudo, Pulcinelli (1995) nos lembra que a leitura, constitui por vezes, uma 
interpretação unilateral, sugerindo que os valores proporcionados por ela, são 
aqueles ditos pelas classes dominantes – as quais veem a leitura como fruição, 
lazer, alcance de horizontes e experiências - definitivamente diferenciados das 
classes dominadas – que a percebem como instrumento de sobrevivência 
cultural, facilitadora do mundo competitivo de trabalho e das condições de vida. 
Além disso, a sociedade capitalista aceita tal diferenciação do valor que a leitura 
possui, conferindo à escrita, a função de discriminação, privilegiando o ato de ler 
escrever, de forma a produzir e franquear a diversidade do conhecimento. 
Nesse sentido, Lajolo (1996) sugere práticas de leitura na escola e na sociedade, 
abrangentes, eficazes e conscientes, bem como o reconhecimento daquelas que 
exibiram as metas estipuladas, revisando fundamentos teóricos e metodológicos 
do texto, ao longo de sua tradição, consoante com as práticas sociais e 
pedagógicas até então executadas. 
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 A esse respeito Zilberman (1995), afirma que a leitura se concretiza ao criarmos 
conceitos de produção para entendimento das narrativas, e somente na 
interação dos interlocutores com a discursividade, definir-se-ão condições e 
fatores adequados que efetivarão o processo de ler. Constituir a leitura, a partir 
de experiências, é reconhecer as diferenças sem discriminá-las, facultando ao 
leitor, à medida que praticá-la, constituir-se, representar-se e identificar-se 
sujeito ativo e participativo num determinado grupo social. 
 
2 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
O real significado de um texto escrito não se encontra nas palavras e no 
pensamento do escritor, mas na compreensão de seu leitor e na interação que 
surgirá entre estes em que o processo de Inter correspondência e Inter 
complementaridade. 
Para o verdadeiro leitor, um texto não terá significado similar ao que apresenta 
pura e simplesmente. Para o leitor existe a dimensão que se concretiza na 
escrita, coexistindo em aprimoramento visual, de forma sutil e quase tátil, 
permitindo a ele descobrir os sentidos plantados nas entrelinhas. 
 O leitor deverá ser capaz de extrair da leitura diferentes acepções ao interpretar 
o universo escrito, incluindo-se em um contexto reflexivo em que vivências 
diferentes do autor e do leitor se contextualizarão em simbologias não 
necessariamente idênticas. Tão importante quanto formar bons leitores, será o 
desafio dos mediadores em sensibilizá-los para a grandeza da leitura. 
Cabe aos mediadores pensar a leitura, basicamente, em relação ao fato de que 
esta faculta, ao ser humano, seu sucesso, tomada de consciência e seu status, 
tornando-se essencial para o seu cotidiano. Dessa forma, a escola deverá 
propiciar condições adequadas para que tais convívios ocorram, com a finalidade 
de proporcionar ao aluno aprimorar-se na construção do conhecimento 
significativo. 
É aconselhável que o mediador da leitura – o professor – detenha meios 
adequados e condizentes para o bom desempenho da mesma. Convém, no 
entanto, que ele ao designá-las, as pense como contribuição para o desempenho 
futuro de cidadãos conscientes

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