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1 29 2 29 Sumário Recurso Em Sentido Estrito - Rese ................................................................................................................ 4 1 - Hipóteses De Cabimento ...................................................................................................................... 5 I - Da sentença que não receber/rejeitar a denúncia ou queixa ............................................................. 5 II - Da decisão que concluir pela incompetência do juízo ....................................................................... 6 III - Da decisão que julgar procedentes as exceções, salvo a de suspeição ............................................. 6 IV - Da decisão que pronunciar.............................................................................................................. 7 V - Da decisão que conceder, negar, arbitrar, cassar ou julgar inidônea a fiança, indeferir requerimento de prisão preventiva ou revogá-la, conceder liberdade provisória ou relaxar a prisão em flagrante ...... 7 VI - (REVOGADO) ................................................................................................................................... 7 VII - Da decisão que julgar quebrada a fiança ou perdido o seu valor .................................................... 7 VIII - Da decisão que decreta a prescrição ou julga, por outro modo, extinta a punibilidade do acusado ............................................................................................................................................................. 7 IX - Da decisão que indeferir pedido de extinção de punibilidade .......................................................... 9 X - Da decisão que conceder ou negar a ordem de habeas corpus......................................................... 9 XIII - Da decisão que anular a instrução criminal no todo ou em parte .................................................. 9 XIV - Da decisão que incluir ou excluir jurado na lista geral ................................................................. 10 XV - Da decisão que denegar a apelação ou julgá-la deserta ............................................................... 10 XVI - Que ordenar a suspensão do processo, em virtude de questão prejudicial ................................. 10 XVII - Que decidir o incidente de falsidade .......................................................................................... 10 XVII - Que recusar homologação à proposta de acordo de não persecução penal, previsto no art. 28-A desta Lei. ............................................................................................................................................ 11 2 - Prazo.................................................................................................................................................. 14 3 - Legitimidade ...................................................................................................................................... 14 4 - Competência Para O Julgamento ....................................................................................................... 14 3 29 5 - Efeito Regressivo................................................................................................................................ 15 Recurso Em Sentido Estrito: Contra Decisão De Pronúncia ......................................................................... 15 1 - Fundamento legal .............................................................................................................................. 15 2 - Identificação da peça ......................................................................................................................... 15 3 - Conteúdo ........................................................................................................................................... 16 4 - Estrutura do Recurso em Sentido Estrito ............................................................................................ 17 5 - Modelo De Peça ................................................................................................................................. 18 Razões De Recurso Em Sentido Estrito ........................................................................................................ 23 1 - Identificação no caso de decisão de pronúncia .................................................................................. 24 2 - Fundamento legal – art. 588, CPP ...................................................................................................... 24 3 - Prazo.................................................................................................................................................. 24 4 - Conteúdo ........................................................................................................................................... 24 5 - Pedido ............................................................................................................................................... 24 6 - Modelo de peça ................................................................................................................................. 25 Contrarrazões Do Recurso Em Sentido Estrito ............................................................................................. 26 1 - Identificação ...................................................................................................................................... 26 2 - Prazo.................................................................................................................................................. 26 3 - Conteúdo ........................................................................................................................................... 26 4 - Competência ...................................................................................................................................... 26 5 - Estrutura da peça ............................................................................................................................... 27 6 - Modelo de peça ................................................................................................................................. 27 7 - Questão Simulada .............................................................................................................................. 28 4 29 RECURSO EM SENTIDO ESTRITO - RESE O recurso em sentido estrito possui hipóteses de cabimento taxativamente previstas no art. 581 do CPP. É um recurso previsto para combater decisões interlocutórias expressamente previstas em seu rol, possibilitando ao próprio juiz recorrido uma nova apreciação da questão, antes da remessa das razões para o Tribunal, na segunda instância. (JUÍZO DE RETRATAÇÃO – ART. 589 DO CPP) INTERPOSIÇÃO TEM RETRATAÇÃO – ART 589 O rol de hipóteses do recurso em sentido estrito é taxativo, sendo cabível, portanto, somente nas hipóteses do art. 581 do CPP. Convém registrar que algumas decisões do rol do art. 581 não comportam mais recurso em sentido estrito, passando a ser cabível agravo em execução. Anote, então, quais incisos do art. 581 não admitem mais o RESE: XI - que conceder, negar ou revogar a suspensão condicional da pena; XII - que conceder, negar ou revogar livramento condicional; XVII - que decidir sobre a unificação de penas; XIX - que decretar medida de segurança, depois de transitar a sentença em julgado; XX - que impuser medida de segurança por transgressão de outra; XXI - que mantiver ou substituir a medida de segurança, nos casos do art. 774; XXII - que revogar a medida de segurança; XXIII - que deixar de revogar a medida de segurança, nos casos em que a lei admita a revogação; XXIV - que converter amulta em detenção ou em prisão simples Fundamento legal da peça – art. 581, do CPP 5 29 1 - Hipóteses De Cabimento I - Da sentença que não receber/rejeitar a denúncia ou queixa Cabe recurso em sentido da decisão que rejeitar a denúncia ou queixa, por conta da incidência de uma das hipóteses do art. 395 do CPP. De regra, do recebimento da denúncia, não cabe qualquer recurso, apenas impetração de habeas corpus, ante a absoluta falta de previsão legal. ATENÇÃO: No caso das infrações penais de competência do juizado especial criminal, não cabe recurso em sentido estrito da decisão que rejeitar a denúncia ou queixa, mas apelação, com prazo de 10 dias (art. 82, caput, da Lei n. 9.099/95). a) Contrarrazões do recurso em sentido estrito interposto contra a decisão de não recebimento/rejeição da denúncia ou queixa O STF firmou entendimento, por meio da Súmula 707 do STF, no sentido de que: “Constitui nulidade a falta de intimação do denunciado para oferecer contrarrazões ao recurso interposto da rejeição da denúncia, não a suprindo a nomeação de defensor dativo”. b) Recurso em sentido estrito contra decisão de rejeição/não recebimento denúncia ou queixa x interrupção da prescrição Assinala-se, por pertinente, que quando o tribunal ad quem aprecia a decisão que rejeitou a denúncia ou a queixa não está exercendo atividade de cassação, mas de substituição. Por isso, nos termos da Súmula 709 do STF “salvo quando nula a decisão de primeiro grau, o acórdão que provê o recurso contra a rejeição da denúncia vale, desde logo, pelo recebimento dela”. 6 29 Observações em relação a Súmula 709: a) Se o Tribunal considerar nula a decisão de 1º grau que rejeitou a denúncia ou queixa, determinará a remessa dos autos ao juiz para proferir outra. Nesse caso, não pode o acórdão proferido pelo Tribunal valer como recebimento da denúncia e, portanto, constituir causa de interrupção da prescrição, sob pena de supressão de instância. b) O recebimento da denúncia pelo Tribunal de Justiça, na hipótese de reforma da decisão de 1º grau válida, gera o efeito de interromper a prescrição. II - Da decisão que concluir pela incompetência do juízo É o caso do reconhecimento ex officio da incompetência pelo próprio juiz, que determina a remessa dos autos ao juízo competente, nos termos do art. 109 do CPP. Se o juiz se dá por incompetente, acolhendo exceção (caso de incompetência relativa), aplica-se o inciso subsequente. Da sentença que desclassifica o crime de competência do Júri para crime não doloso contra a vida (art. 419 do CPP), cabe recurso em sentido estrito com base nesse fundamento, pois o juiz está, na verdade, concluindo pela incompetência do Tribunal do Júri para julgar a causa. Da decisão do juiz dando-se por competente não cabe qualquer recurso, podendo a parte prejudicada impetrar apenas habeas corpus. III - Da decisão que julgar procedentes as exceções, salvo a de suspeição Recurso voltado para a acusação. O art. 95 do CPP enumera as cinco exceções oponíveis, a saber: suspeição, incompetência do juízo, litispendência, ilegitimidade de parte e coisa julgada. Note-se que o cabimento do recurso em sentido estrito está restrito à decisão que acolher a exceção oposta pelo réu, ou seja, julgar procedente a exceção. Se rejeitada a exceção, a decisão é irrecorrível, podendo ensejar eventual HC. Acolhida ou rejeitada a exceção de suspeição, não cabe qualquer recurso, pois não se pode forçar o juiz que se considera suspeito a julgar a causa. 7 29 IV - Da decisão que pronunciar A decisão de pronúncia trata-se de uma decisão interlocutória mista não terminativa, que encerra uma fase do procedimento, sem julgar o mérito, isto é, sem declarar o réu culpado. A decisão de impronúncia comporta o recurso de apelação (art. 416 do CPP). V - Da decisão que conceder, negar, arbitrar, cassar ou julgar inidônea a fiança, indeferir requerimento de prisão preventiva ou revogá-la, conceder liberdade provisória ou relaxar a prisão em flagrante Nessa parte, a lei prevê tanto situação favorável, quanto desfavorável ao réu. Assim, concedida a fiança ou fixado um valor muito baixo, pode o Ministério Público recorrer. Negada, cassada ou considerada inidônea, cabe ao acusado apresentar o seu inconformismo. No entanto, quando o juiz conceder liberdade provisória, pode o MP recorrer, mas não cabe RESE para o réu que tem o seu pedido de liberdade provisória negado. Vale-se ele do habeas corpus. Finalmente, quando a prisão, por ser ilegal, mereça ser relaxada, caso o juiz o faça, proporciona ao MP a interposição de recurso em sentido estrito. Quando houver a negativa ao relaxamento, somente por habeas corpus o interessado pode questionar a decisão. VI - (REVOGADO) VII - Da decisão que julgar quebrada a fiança ou perdido o seu valor São situações desfavoráveis ao réu, sendo-lhe permitido o recurso em sentido estrito, porque, realmente, são decisões interlocutórias, merecedoras do duplo grau de jurisdição. Entretanto, quando houver o quebramento, implicando a obrigação de se recolher à prisão, poder dar ensejo à impetração de HC. VIII - Da decisão que decreta a prescrição ou julga, por outro modo, extinta a punibilidade do acusado Trata-se de sentença terminativa de mérito, isto é, que encerra o processo com julgamento do mérito, sem absolver ou condenar o réu. 8 29 Cabe recurso em sentido estrito contra a decisão terminativa que, no processo de conhecimento, declara extinta a punibilidade do acusado. O recurso em sentido estrito relativo a este inciso tem aplicação residual, ou seja, somente é cabível nos casos em que a extinção da punibilidade não tenha ocorrido no corpo da sentença ou no âmbito da Vara de Execuções Criminais. Com efeito, se ocorrer a extinção da punibilidade no corpo da sentença penal, o recurso cabível será o de apelação, conforme dispõe o art. 593, § 4º, do CPP. Imaginemos, por exemplo, que o réu esteja sendo processado por dois delitos. O juiz absolve o réu pela prática de um deles e declara a prescrição em relação ao outro. Nesse caso, o recurso do Ministério Público ou assistente à acusação (na inércia do MP) será o de apelação, com base no art. 593, I, do CPP. É o que se extrai do art. 593, § 4º, do CPP. Quando a decisão for proferida no curso da execução criminal, o recurso cabível é o agravo da execução, previsto no art. 197 da LEP. Nesse sentido, somente cabe recurso em sentido estrito quando a decisão de extinção da punibilidade for proferida fora do âmbito da sentença penal e da execução criminal. Ex.: extinção da punibilidade no curso do processo em face da prescrição do crime (art. 107, IV, do CP). O assistente de acusação, habilitado ou não, pode apresentar RESE, com base no art. 581, VIII, do CPP (art. 584, § 1º, do CPP). Salienta-se que essa legitimidade é supletiva, ou seja, o assistente somente poderá recorrer se o Ministério Público não interpuser recurso. Absolvição sumária pela extinção da punibilidade (art. 397, IV, do CPP): Diante da previsão legal atípica no sentido de considerar a possibilidade de sentença absolutória na hipótese de causa extintiva da punibilidade, parte da doutrina passou a aventar a possibilidade de interposição do recurso de apelação contra tal decisão. Assim, diante do paradoxo criado pelo legislador, o entendimento doutrinário prevalente é no sentido de que o juiz deverá, simplesmente, declarar a causa extintiva de punibilidade, independentemente do veredicto absolutório, ou seja, declara a causa extintiva de punibilidade e simplesmente absolve o réu, com base no art. 397, IV, do CPP, cabendo, contra essa decisão, recurso em sentido estrito. 9 29 IX - Da decisão que indeferir pedido de extinção de punibilidade É a contraposição do inciso anterior. Negada a extinção da punibilidade, o processo seguirá seu curso normal. Trata-se, portanto, dedecisão interlocutória simples. Diante da previsão expressa da lei, caberá recurso em sentido estrito. Da mesma forma do inciso anterior, o recurso em sentido estrito contra decisão que indeferir pedido de extinção de punibilidade somente poderá ser manejado de forma residual, ou seja, quando a decisão não ocorrer na própria sentença condenatória (cabendo apelação) ou em sede de execução criminal (quando será cabível agravo em execução). Convém ressaltar que o Código de Processo Penal, especificamente no art. 648, VII, prevê a possibilidade de impetração de habeas corpus quando incidente causa de extinção da punibilidade. Nesse sentido, a regra deverá ser o uso do RESE, uma vez que o habeas corpus não deve ser usado como sucedâneo de recurso. Todavia, em caso de evidente constrangimento ilegal, no qual o reconhecimento da causa extintiva de punibilidade não reclama aprofundamento da prova, afigura-se possível – e na prática é a providência mais comum – a adoção do habeas corpus (STJ, HC 91.115/RJ, DJ 4-8-2008). X - Da decisão que conceder ou negar a ordem de habeas corpus O dispositivo refere-se à decisão do juiz de primeira instância, da qual, na hipótese de concessão, cabe também recurso ex officio (art. 574, I, do CPP). No caso de decisão denegatória proferida em única ou última instância, pelos Tribunais Regionais Federais e pelos tribunais dos Estados, caberá recurso ordinário constitucional para o STJ (art. 105, II, a, da CF/88). Se a decisão denegatória for proferida em única instância (somente em única instância) pelos tribunais superiores, caberá recurso ordinário constitucional ao STF (art. 102, II, a, da CF/88). XIII - Da decisão que anular a instrução criminal no todo ou em parte Reconhecida essa hipótese, que é típica decisão interlocutória, cabe à parte inconformada em ter de reiniciar a instrução ou reproduzir determinados atos, impugnar a decisão anulatória pelo recurso em sentido estrito. Não cabe recurso em sentido estrito contra decisão indeferitória do pedido de anulação. De outro lado, se condenado, nada impede que o interessado argua a nulidade em preliminar de eventual recurso de apelação. Por interpretação extensiva ao art. 581, XIII, do CPP, é cabível o recurso em sentido estrito contra decisão que declarar ilícita a prova juntada aos autos. 10 29 XIV - Da decisão que incluir ou excluir jurado na lista geral Tendo em vista a imparcial formação da lista de jurados, o procedimento deve ser de conhecimento geral, publicando-se o resultado final na imprensa e afixando-se no fórum. Logo, é possível que qualquer pessoa questione a idoneidade de um jurado, incluído na lista (art. 426, § 1º, do CPP). Nesse caso, pode o juiz, acolhendo petição da parte interessada, excluí-lo da lista, o que dá margem ao inconformismo daquele que foi extirpado. Por outro lado, a inclusão de alguém, impugnada e mantida pelo magistrado, dá lugar à interposição de recurso em sentido estrito. Nesse caso, em caráter excepcional, segue o recurso ao Presidente do Tribunal. Excepcionalmente, em relação a essa decisão, o prazo para interpor o recurso é de 20 dias, devendo ser dirigido ao Presidente do Tribunal de Justiça. XV - Da decisão que denegar a apelação ou julgá-la deserta No caso da apelação, o juízo de prelibação (admissibilidade) deve ser feito tanto na primeira quanto na instância superior. Assim, o juiz a quo pode deixar de receber o apelo (o que equivale a denegá-lo), se entender não preenchido algum pressuposto recursal objetivo ou subjetivo. Nessa hipótese, cabe recurso em sentido estrito contra o despacho denegatório da apelação. Note-se que o recurso não se volta contra a sentença apelada, mas exclusivamente contra o despacho que negou seguimento à apelação. XVI - Que ordenar a suspensão do processo, em virtude de questão prejudicial As questões prejudiciais estão previstas nos arts. 92 e 93 do CPP. Questão prejudicial é aquela que deve ser decidida antes do julgamento da questão principal de forma definitiva, no mesmo ou em outro processo com ela relacionado. Exemplo de prejudicialidade obrigatória: ação de anulação de casamento no crime de bigamia. Deve-se primeiro definir a questão da anulação de um dos casamentos, para depois resolver o mérito do delito de bigamia. Exemplo de prejudiciais facultativas: a verificação do direito de propriedade nos crimes de furto, estelionato; da posse, no de esbulho e invasão de domicílio etc. Se o juiz determinar a suspensão do processo para solução da questão prejudicial, obrigatória ou facultativa, cabe recurso em sentido estrito. XVII - Que decidir o incidente de falsidade O incidente de falsidade está previsto nos arts. 145 a 148 do CPP. 11 29 XVII - Que recusar homologação à proposta de acordo de não persecução penal, previsto no art. 28-A desta Lei. Uma das grandes novidades do CPP é o acordo de não persecução penal (art. 28-A do CPP). Trata-se da possibilidade de o Ministério Público deixar de oferecer a denúncia em ações penais públicas preenchidos alguns requisitos e condições. A) Requisitos para a apresentação do acordo Quais são os requisitos para o MP apresentar ao suspeito/indiciado uma proposta de acordo de não persecução penal? não ser caso de arquivamento ter o agente delitivo confessado formal e integralmente o delito a infração não ter sido praticada com violência ou grave ameaça a pena mínima cominada ao delito ser inferior a 4 anos - atenção aqui, pessoal. Seguindo as regras gerais de fixação de competência, para descobrir a pena mínima cominada ao delito você deve calcular as causas de aumento e diminuição aplicáveis ao caso concreto. B) Condições a que fica vinculado quem aceita o acordo Presentes todos esses requisitos, o representante do MP poderá propor um acordo para evitar o oferecimento da denúncia. Nesse acordo, algumas condições serão apresentadas e, caso o suspeito/indiciado as aceite, ficará vinculado a cumpri-las para evitar ser processado criminalmente. As condições previstas no 28-A do CPP são: I - reparar o dano ou restituir a coisa à vítima, exceto na impossibilidade de fazê-lo: se a coisa se perdeu, por exemplo; II - renunciar voluntariamente a bens e direitos indicados pelo Ministério Público como instrumentos, produto ou proveito do crime: instrumentos são os objetos utilizados para praticar o crime; produto é o que o agente obtém diretamente com a prática do crime, como uma quantia de 300 reais retirado da carteira da vítima; proveito é o que o agente adquire com o produto do crime, como a compra de um celular com os 300 reais furtados. III - prestar serviço à comunidade ou a entidades públicas por período correspondente à pena mínima cominada ao delito diminuída de um a dois terços, em local a ser indicado pelo juízo da execução: trata-se de proposta de aplicação antecipada de pena restritiva de direitos. IV - pagar prestação pecuniária, a ser estipulada nos termos do art. 45 do Código Penal, a entidade pública ou de interesse social, a ser indicada pelo juízo da execução, que tenha, preferencialmente, como função 12 29 proteger bens jurídicos iguais ou semelhantes aos aparentemente lesados pelo delito: importante destacar que prestação pecuniária é espécie de pena restritiva, e não uma pena de multa; ou V - cumprir, por prazo determinado, outra condição indicada pelo Ministério Público, desde que proporcional e compatível com a infração penal imputada: o MP pode estipular outras condições não previstas expressamente nesse rol, como por exemplo, a entrega de cestas básicas. C) Quando não cabe o acordo? Há situações em que o acordo de não persecução penal não é cabível. Vamos apresentá-las: a. Quando for caso de arquivar o inquérito policial. b. quando for cabível transação penal de competência dos Juizados Especiais Criminais, nos termos do artigo 76 da Lei 9.099/95. c. quando o investigado for reincidented. quando houver elementos probatórios que indiquem conduta criminal habitual, reiterada ou profissional, exceto se insignificantes as infrações penais pretéritas - hipótese bem estranha aprovada no plano legislativo por quem não conhece as ciências criminais. Se o fato pretérito é insignificante, falta-lhe a tipicidade material pela insignificância e sequer será crime. Logo, essa observação legal seria desnecessária. e. ter sido o agente beneficiado nos 5 (cinco) anos anteriores ao cometimento da infração, em acordo de não persecução penal, transação penal ou suspensão condicional do processo. f. nos crimes praticados no âmbito de violência doméstica ou familiar, ou praticados contra a mulher por razões da condição de sexo feminino, em favor do agressor - trata-se de norma que deve ser complementada pelo artigo 121, § 2º-A, em que nos é apresentado o real significado da expressão "por razões da condição de sexo feminino". CUIDADO ESPECIAL AGORA A presença do advogado/defensor é indispensável para a formalização do acordo de não persecução penal. Cuidado com doutrina que não conhece a sua banca! Após assinado pelas partes, será realizada uma audiência para a homologação do acordo de não persecução penal. Nela, o juiz deverá verificar a sua voluntariedade, por meio da oitiva do investigado na presença do seu defensor, e sua legalidade. Em outras palavras, não pode o MP fixar condições diversas incompatíveis com a legalidade das penas. 13 29 Professor, o que acontece se a proposta de acordo estiver errada? Se o juiz considerar inadequadas, insuficientes ou abusivas as condições dispostas no acordo de não persecução penal, devolverá os autos ao Ministério Público para que seja reformulada a proposta de acordo, com concordância do investigado e seu defensor. Se não for corrigido a contento, a proposta de acordo não será homologada pelo juiz. Recusada a homologação, o juiz devolverá os autos ao Ministério Público para requisitar a complementação das investigações ou oferecer a denúncia. Também será o caso de rescindir o acordo e oferecer a denúncia, caso o suspeito descumpra as condições homologadas. Sistematizando: Descumpriu o acordo - rescisão + oferecimento da denúncia + não proposta de suspensão do processo. Cumpriu o acordo - extinção da punibilidade sem gerar antecedentes criminais Após homologado judicialmente o acordo de não persecução penal, o juiz devolverá os autos ao Ministério Público para que inicie sua execução perante o juízo de execução penal. A vítima será intimada da homologação do acordo de não persecução penal e de seu descumprimento. Últimas questões de prova: * se o seu cliente preencher os requisitos para receber a proposta de acordo de não repercussão penal e o representante do MP se recusa a oferecer, o que fazer? Resposta - Em caso de recusa, por parte do Ministério Público, em propor o acordo de não persecução penal, o investigado poderá requerer a remessa dos autos a órgão superior, na forma do art. 28 deste Código. O Procurador-Geral dará a última palavra. * se o juiz se recusar a homologar o acordo de não persecução penal, caberá RESE. 14 29 2 - Prazo Interposição – 5 dias Razões – 2 dias O recurso em sentido se procede em dois momentos distintos, um para interposição (fundamental para atestar a tempestividade) e outro para apresentação das razões. Ou seja, via de regra, primeiro o recorrente interpõe o recurso, o juiz recebe e, após, determina a intimação para oferecimento das razões (ressalta-se, contudo, que, para fins de Exame da OAB, invariavelmente a peça de interposição e as razões de recurso são apresentadas simultaneamente). 3 - Legitimidade O Ministério Público, o querelante (ação penal privada), a defesa, o próprio réu e, ainda, o assistente de acusação podem interpor recurso em sentido estrito. O assistente de acusação poderá recorrer em sentido estrito somente da decisão que “decretar a prescrição ou julgar, por outro modo, extinta a punibilidade”, nos termos do art. 584, § 1º, c/c o art. 581, VIII, já que tal decisão impede a formação de título executivo para eventual reparação do dano. O assistente de acusação pode ser habilitado nos autos, hipótese que, nessa condição, será intimado de todos os atos e poderá recorrer, caso não o faça o Ministério Público, no prazo de cinco dias. No caso de assistente de acusação não habilitado, considerando que ainda não tinha tomado ciência dos atos praticados no processo e, portanto, não foi intimado das decisões, terá o prazo de 15 dias para interpor o recurso em sentido estrito (art. 584, § 1º, c/c o art. 598, parágrafo único, do CPP). A contagem do prazo para o assistente de acusação interpor recurso segue a regra disposta na Súmula 448 do STF: “O prazo para o assistente recorrer, supletivamente, começa a correr imediatamente após o transcurso do prazo do Ministério Público”. 4 - Competência Para O Julgamento A interposição do recurso deve ser dirigida ao juiz de primeiro grau que proferiu a decisão, para que este possa rever a decisão, em sede de juízo de retratação. As razões de recurso devem ser endereçadas ao tribunal competente (Tribunal de Justiça, se da competência da Justiça Comum Estadual; ou Tribunal Regional Federal, se da competência da Justiça Federal). 15 29 5 - Efeito Regressivo Na hipótese de manutenção da decisão recorrida, ou, ainda, se houver retratação e agora a outra parte impugnar a nova decisão, o recurso passará a ter efeito devolutivo, devolvendo a discussão de toda a matéria ao Tribunal Competente. Além do efeito devolutivo, o RESE possui efeito regressivo, uma vez que a interposição do recurso obriga o juiz que prolatou a decisão recorrida a reapreciar a questão, mantendo-a ou reformando-a, conforme dispõe o art. 589, caput, do CPP. No tocante ao efeito regressivo do recurso: recebendo os autos, o juiz, dentro de dois dias, reformará ou sustentará a sua decisão, mandando instruir o recurso com as cópias que lhe parecerem necessárias. A falta de manifestação do juiz importa em nulidade, devendo o tribunal devolver os autos para esta providência. O juízo de retratação será sempre fundamentado. A fundamentação deficiente do juiz também obriga o tribunal a converter o julgamento em diligência para esse fim. Se o juiz decidir pela manutenção da decisão, remeterá os autos à instância superior; se reformá-la, o recorrido, por simples petição, e dentro do prazo do prazo de cinco dias, poderá requerer a subida dos autos. O recorrido deverá ser intimado, no caso de retratação do juiz. RECURSO EM SENTIDO ESTRITO: CONTRA DECISÃO DE PRONÚNCIA 1 - Fundamento legal Se for recurso em sentido estrito contra uma decisão de pronúncia, a base legal será o art. 581, inciso IV, do CPP. 2 - Identificação da peça Se, ao final da 1ª fase do procedimento do júri, o juiz proferir uma decisão de pronúncia, contra essa decisão cabe recurso em sentido estrito. Exemplo de como identificar a peça extraído RESE já cobrado pela FGV: XI Exame “[...] Finda a instrução probatória, o juiz competente, em decisão devidamente fundamentada, decidiu pronunciar Jerusa pelo crime apontado na inicial acusatória. O advogado de Jerusa é intimado da referida decisão em 02 de agosto de 2013 (sexta-feira).” 16 29 3 - Conteúdo Assim como nas demais peças, deve-se buscar no enunciado preliminares e mérito. 3.1 - Preliminares Como já referido, as questões preliminares são aquelas que não observam aspectos formais de determinado ato processual, gerando, invariavelmente, nulidade. Aqui, por questão de organização, recomenda-se que as causas extintivas de punibilidade, notadamente prescrição, sejam abordadas no campo destinado às preliminares. 3.2 - Mérito Conforme abordado, nas peças prático-profissionais deverá ser desenvolvida uma tese que, ao final, viabilizará o correspondente pedido. Ou seja, somentese aborda na peça aquilo que, ao final, poderá ser objeto de pedido. No caso do recurso em sentido estrito contra decisão de pronúncia, as teses de mérito guardam relação com as hipóteses que podem ensejar decisão de: a) impronúncia (art. 414 do CPP); b) absolvição sumária (art. 415 do CPP); c) ou desclassificação (art. 419 do CPP). Eventuais teses subsidiárias podem consistir no afastamento da qualificadora e/ou de causa de aumento de pena. 3.3 - Pedido Quando se trata de recursos, deve-se formular pedido de REFORMA da decisão e PROVIMENTO do recurso. Além disso, no campo destinado aos pedidos, deve-se formular pedido específico para cada uma das teses desenvolvidas ao longo da peça. Ex.: Se sustentou alguma preliminar, nulidade, por exemplo, deve-se, ao final, formular pedido expresso no sentido de que seja declarada a nulidade. No que tange ao mérito, o pedido deve guardar relação com a(s) tese(s) invocadas: a) Impronúncia; e/ou absolvição sumária; e/ou desclassificação. b) Impronúncia, com base no art. 414 do Código de Processo Penal; e/ou c) Absolvição sumária, com base no art. 415 do Código de Processo Penal; e/ou d) Desclassificação, com base no art. 419 do Código de Processo Penal. e) Afastamento da qualificadora ou causa de aumento de pena. 17 29 4 - Estrutura do Recurso em Sentido Estrito A estrutura do RESE segue dois momentos: interposição do recurso (afirmar que pretende recorrer) e as razões de recurso. 4.1 - Interposição a) Endereçamento: Juiz de Direito da Vara do Tribunal do Júri (se crime doloso contra a vida). b) Preâmbulo: nome (desnecessário qualificar, pois já qualificado nos autos), capacidade postulatória (por seu procurador infra-assinado), fundamento legal (art. 581 e um dos incisos), nome da peça (recurso em sentido estrito), frase final (pelos fatos e fundamentos jurídicos a seguir expostos). c) Juízo de retratação, conforme o art. 589 do CPP (importante). d) Parte final: Nesses termos, requer o processamento do presente recurso. Pede deferimento, local, data, advogado e OAB. Via de regra, o recurso em sentido estrito exige formação de instrumento e relação de peças (é na interposição que se indica e requer o traslado de peças para formação do instrumento). 4.2 - Razões a) Endereçamento: Tribunal de Justiça (se da competência da Justiça Estadual); Tribunal Regional Federal (se da competência da Justiça Federal). b) Identificação: recorrente, recorrido, número do processo c) Saudação: Justiça Estadual: Egrégio Tribunal de Justiça – Colenda Câmara Justiça Federal: Egrégio Tribunal Regional Federal – Colenda Turma d) Corpo da peça (breve relato, preliminares e mérito) e) Pedido: reforma da decisão + provimento do recurso + pedido específico f) Parte final: termos em que pede deferimento, local, data e OAB 18 29 5 - Modelo De Peça PEÇA DE INTERPOSIÇÃO A) EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA... VARA CRIMINAL DO TRIBUNAL DO JÚRI DA COMARCA... (SE CRIME DOLOSO CONTRA A VIDA DA COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ESTADUAL) B) EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA... VARA CRIMINAL DO TRIBUNAL DO JÚRI DA SEÇÃO JUDICIÁRIA... (SE CRIME DOLOSO CONTRA A VIDA DA COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL) Processo n. ... FULANO DE TAL (não inventar dados), já qualificado nos autos, por seu procurador infra-assinado, com procuração anexa, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, inconformado com a decisão de fls., interpor o presente RECURSO EM SENTIDO ESTRITO, com base no art. 581, (indicar o inciso), do Código de Processo Penal. Nesse sentido, requer seja recebido o recurso e procedido o juízo de retratação, nos termos do art. 589 do Código de Processo Penal57. Se mantida a decisão, requer seja encaminhado o presente recurso, já com as razões inclusas, ao Tribunal de Justiça ou Tribunal Regional Federal58, para o devido processamento. Nestes termos, Pede deferimento. Local..., data...59 Advogado. OAB n. ... RAZÕES DE RECURSO EM SENTIDO ESTRITO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO... OU EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL Recorrente: Fulano de Tal Recorrido: Ministério Público Processo n. ... RAZÕES DE RECURSO EM SENTIDO ESTRITO Egrégio Tribunal de Justiça ou Egrégio Tribunal Regional Federal Colenda Câmara ou Colenda Turma (se Justiça Federal) I – DOS FATOS II – DO DIREITO A) DAS PRELIMINARES B) DO MÉRITO Ex.: Se for RESE contra decisão de pronúncia, seguem hipóteses: Mérito para pedido de impronúncia (art. 414 do CPP) Mérito para pedido de absolvição sumária (art. 415 do CPP) Mérito para pedido de desclassificação (art. 419 do CPP) C) SUBSIDIARIEDADE * Afastar qualificadora e/ou causa de aumento de pena III – DO PEDIDO 19 29 Ante o exposto, requer seja conhecido e provido o presente recurso, com a REFORMA DA DECISÃO DE 1º GRAU, para o fim de que: a) sejam reconhecidas as preliminares invocadas b) seja o réu impronunciado, com base no art. 414 do Código de Processo Penal; e/ou Seja o réu absolvido sumariamente, com base no art. 415 do Código de Processo Penal; e/ou Seja desclassificado o delito, com base no art. 419 do Código de Processo Penal, remetendo-se os autos ao juízo competente. c) Seja afastada a qualificadora e/ou causa de aumento de pena. Local..., data... Advogado. OAB n. ... Já Caiu Na OAB (XI Exame de Ordem Unificado) Jerusa, atrasada para importante compromisso profissional, dirige seu carro bastante preocupada, mas respeitando os limites de velocidade. Em uma via de mão dupla, Jerusa decide ultrapassar o carro à sua frente, o qual estava abaixo da velocidade permitida. Para realizar a referida manobra, entretanto, Jerusa não liga a respectiva seta luminosa sinalizadora do veículo e, no momento da ultrapassagem, vem a atingir Diogo, motociclista que, em alta velocidade, conduzia sua moto no sentido oposto da via. Não obstante a presteza no socorro que veio após o chamado da própria Jerusa e das demais testemunhas, Diogo falece em razão dos ferimentos sofridos pela colisão. Instaurado o respectivo inquérito policial, após o curso das investigações, o Ministério Público decide oferecer denúncia contra Jerusa, imputando-lhe a prática do delito de homicídio doloso simples, na modalidade dolo eventual (art. 121 c/c art. 18, I, parte final, ambos do CP). Argumentou o ilustre membro do Parquet a imprevisão de Jerusa acerca do resultado que poderia causar ao não ligar a seta do veículo para realizar a ultrapassagem, além de não atentar para o trânsito em sentido contrário. A denúncia foi recebida pelo juiz competente e todos os atos processuais exigidos em lei foram regularmente praticados. Finda a instrução probatória, o juiz competente, em decisão devidamente fundamentada, decidiu pronunciar Jerusa pelo crime apontado na inicial acusatória. O advogado de Jerusa é intimado da referida decisão em 2 de agosto de 2013 (sexta-feira). Atento ao caso apresentado e tendo como base apenas os elementos fornecidos, elabore o recurso cabível e date-o com o último dia do prazo para a interposição. A simples menção ou transcrição do dispositivo legal não pontua. Gabarito: O examinando deverá elaborar um recurso em sentido estrito com fundamento no art. 581, IV, do CPP. A petição de interposição deverá ser endereçada ao Juiz da Vara Criminal do Tribunal do Júri. Deverá, o 20 29 examinando, na própria petição de interposição, formular pedido de retratação (ou requerer o efeito regressivo/iterativo), com fundamento no art. 589 do CPP. Caso não seja feita petição de interposição, haverá desconto no item relativo à estrutura da peça, além daqueles relativos aos itens de referida petição. As razões do recurso deverão ser endereçadas ao Tribunal de Justiça. No mérito, o examinando deve alegar que Jerusa não agiu com dolo e sim com culpa. Isso porque o dolo eventual exige, além da previsão do resultado, que o agente assuma o risco pelaocorrência do mesmo, nos termos do art. 18, I (parte final) do CP, que adotou, em relação ao dolo eventual, a teoria do consentimento. Nesse sentido, a conduta de Jerusa amolda-se àquela descrita no art. 302 do CTB, razão pela qual ela deve responder pela prática, apenas, de homicídio culposo na direção de veículo automotor. Em consequência, não havendo crime doloso contra a vida, o Tribunal do Júri não é competente para apreciar a questão, razão pela qual deve ocorrer a desclassificação, nos termos do art. 419 do CPP. Ao final, o examinando deverá elaborar pedido de desclassificação do delito de homicídio simples doloso, para o delito de homicídio culposo na direção de veículo automotor (art. 302 do CTB). Levando em conta o comando da questão, que determina datar as peças com o último dia do prazo cabível para a interposição, ambas as petições (interposição e razões do recurso) deverão ser datadas do dia 9-8- 2013. Peça resolvida – Peça prático-profissional (III Exame da OAB FGV) No dia 17 de junho de 2010, uma criança recém-nascida é vista boiando em um córrego e, ao ser resgatada, não possuía mais vida. Helena, a mãe da criança, foi localizada e negou que houvesse jogado a vítima no córrego. Sua filha teria sido, segundo ela, sequestrada por um desconhecido. Durante a fase de inquérito, testemunhas afirmaram que a mãe apresentava quadro de profunda depressão no momento e logo após o parto. Além disso, foi realizado exame médico legal, o qual constatou que Helena, quando do fato, estava sob influência de estado puerperal. À míngua de provas que confirmassem a autoria, mas desconfiado de que a mãe da criança pudesse estar envolvida no fato, a autoridade policial representou pela decretação de interceptação telefônica da linha de telefone móvel usado pela mãe, medida que foi decretada pelo juiz competente. A prova constatou que a mãe efetivamente praticara o fato, pois, em conversa telefônica com uma conhecida, de nome Lia, ela afirmara ter atirado a criança ao córrego, por desespero, mas que estava arrependida. O delegado intimou Lia para ser ouvida, tendo ela confirmado, em sede policial, que Helena de fato havia atirado a criança, logo após o parto, no córrego. Em razão das aludidas provas, a mãe da criança foi então denunciada pela prática do crime descrito no art. 123 do Código Penal perante a 1ª Vara Criminal (Tribunal do Júri). Durante a ação penal, é juntado aos autos o laudo de necropsia realizada no corpo da criança. A prova técnica concluiu que a criança já nascera morta. Na audiência de instrução, realizada no dia 12 de agosto de 2010, Lia é novamente inquirida, ocasião em que confirmou ter a denunciada, em conversa telefônica, admitido ter jogado o corpo da criança no córrego. A mesma testemunha, no entanto, trouxe nova informação, que não mencionara quando ouvida na fase inquisitorial. Disse que, em outras conversas que tivera com a mãe da criança, Helena contara que tomara substância abortiva, pois não poderia, de jeito nenhum, criar o filho. Interrogada, a denunciada negou todos os fatos. Finda a instrução, o Ministério Público manifestou-se pela pronúncia, nos termos da denúncia, e a defesa, pela impronúncia, com base no interrogatório da acusada, que negara todos os fatos. O magistrado, na mesma audiência, prolatou sentença de pronúncia, não nos termos da denúncia, e sim pela prática do crime descrito no art. 124 do Código Penal, punido menos severamente do que aquele previsto no art. 123 do mesmo código, intimando as partes no referido ato. 21 29 Com base somente nas informações de que dispõe e nas que podem ser inferidas pelo caso concreto acima, na condição de advogado(a) de Helena, redija a peça cabível à impugnação da mencionada decisão, acompanhada das razões pertinentes, as quais devem apontar os argumentos para o provimento do recurso, mesmo que em caráter sucessivo. EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 1ª VARA DO TRIBUNAL DO JÚRI DA COMARCA... Processo n. ... HELENA, já qualificada nos autos, por seu procurador infra-assinado, com procuração anexa, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, inconformado com a decisão de pronúncia de fls., interpor o presente RECURSO EM SENTIDO ESTRITO, com base no art. 581, IV, do Código de Processo Penal. Nesse sentido, requer seja recebido o recurso e procedido o juízo de retratação, nos termos do art. 589 do Código de Processo Penal. Se mantida a decisão, requer seja encaminhado o presente recurso, já com as razões inclusas, ao Tribunal de Justiça para o devido processamento. Nestes termos, Pede deferimento. Local..., data... Advogado. OAB n. ... Recorrente: Helena Recorrido: Justiça Publica Processo n. ... RAZÕES DE RECURSO EM SENTIDO ESTRITO Egrégio Tribunal de Justiça Colenda Câmara I – DOS FATOS No dia 17 de junho de 2010, um criança recém-nascida é vista boiando em córrego e, ao ser resgatada, não possuía mais vida. A autoridade policial representou pela interceptação telefônica da linha de telefone móvel de Helena. O Ministério Público denunciou a recorrente pela prática do crime previsto no art. 123 do Código Penal. Durante a ação penal foi juntado aos autos o laudo de necropsia realizado no corpo da criança. A prova técnica concluiu que a criança já nascera morta. Durante a instrução, a testemunha Lia trouxe nova informação, que não mencionara quando ouvida na fase inquisitorial. Disse, em outras palavras que tivera com a mãe da criança, Helena contou que tomou substância abortiva. Interrogada, a recorrente negou os fatos. Encerrada a instrução, o Magistrado prolatou sentença de pronuncia, pronunciando a recorrente pela pratica do crime previsto no art. 124 do Código Penal. II – DO DIREITO A) DAS PRELIMINARES A.1) Da nulidade da sentença de pronúncia O Ministério Publico ofereceu denúncia contra a recorrente pela prática do delito previsto no art. 22 29 123 do Código Penal. O Magistrado proferiu decisão pronunciando a recorrente pela prática do art. 124 do Código Penal. Todavia, a decisão de pronúncia deve ser anulada. Conforme se observa dos autos, a testemunha Lia trouxe nova informação, que não consta na denúncia, no sentido de que a recorrente teria contado que ingeriu substância abortiva, razão pela qual o Magistrado proferiu decisão de pronúncia pela prática do crime previsto no art. 124 do Código Penal. Todavia, o Magistrado violou o disposto no art. 411, § 3º, do Código de Processo Penal, c/c o art. 3 8 4 d o C ó d i g o d e P r o c e s s o P e n a l , j á q u e , t e n d o e m v i s t a o s u r g i m e n t o d e fato novo durante a instrução criminal, deveria ter concedido vista para o Ministério Publico aditar a denúncia, nos termos do art. 384 do Código de Processo Penal. Logo, deve ser declarada a nulidade da decisão de pronúncia. A.2) Da prova ilícita A autoridade policial representou pela interceptação telefônica, o que foi deferido pelo Magistrado. Todavia, trata-se de prova ilícita. O crime de infanticídio, previsto no art. 123 do Código Penal, e apenado com detenção. Todavia, nos termos do art. 2º, III, da Lei n. 9.296/96, somente e admitida a interceptação telefônica se o fato investigado constituir infração penal apenado com reclusão. Além disso, o crime de aborto, previsto no art. 124 do Código Penal, também e apenado com detenção. Logo, trata-se de prova ilícita. Além disso, a autoridade policial representou pela interceptação telefônica porque “estava desconfiado” de que a recorrente estaria envolvida na morte da criança. Logo, não poderia ser admitida a interceptação telefônica, porque não havia indícios razoáveis da autoria ou participação da requerente na morte da criança, nos termos do art. 2º, I, da Lei n. 9.296/96. Por fim, a autoridade policial não esgotou todos os meios de investigação antes de representar pela interceptação telefônica, violando o disposto no art. 2º, II, da Lei n. 9.296/96.Logo, a interceptação telefônica se trata de prova ilícita, devendo ser desentranhada dos autos, nos termos do art. 157 do Código de Processo Penal. A.3) Da prova ilícita por derivação A autoridade policial tomou conhecimento da testemunha Lia a partir da interceptação telefônica ilícita. Logo, o testemunho de Lia se trata de prova ilícita por derivação, devendo ser desentranhada dos autos, nos termos do art. 157, § 1º, do Código de Processo Penal. B) DO MÉRITO B.1) Da materialidade Durante a ação penal, foi juntado aos autos laudo de necropsia realizado no corpo da criança. A prova técnica concluiu que a criança já nascera morta. Todavia, não há prova da materialidade do crime de aborto, uma vez que a perícia não apontou que a criança faleceu em decorrência de eventual ingestão de substância abortiva. Logo, a requerente deverá ser absolvida sumariamente, nos termos do art. 415, I, do Código de Processo Penal, ou, sucessivamente, ser impronunciada, nos termos do art. 414 do Código de Processo Penal. B.2) Da autoria 23 29 A recorrente sempre negou todos os fatos. O Magistrado se baseou na interceptação telefônica e no testemunho de Lia para proferir a sentença de pronuncia. Todavia, conforme referido acima, a interceptação telefônica e a testemunha são provas ilícitas, devendo ser desentranhadas dos autos, nos termos do art. 157 do Código de Processo Penal. Assim, não havendo mais nenhum elemento de prova acerca da autoria, deveria o Magistrado proferir sentença de impronuncia ou de absolvição sumaria. Logo, a recorrente requer seja reformada a decisão para o fim de que seja proferida decisão de absolvição sumaria ou, sucessivamente, de impronuncia. III – DO PEDIDO Ante o exposto, requer seja conhecido e provido o presente recurso, com a REFORMA DA DECISÃO DE 1º GRAU, para o fim de que: a) seja declarada a nulidade da decisão de pronuncia; b) seja declarada a ilicitude e nulidade da interceptação telefônica, devendo ser desentranhada dos autos, nos termos do art. 157 do Código de Processo Penal. c) seja declarada a ilicitude e nulidade do testemunho de Lia, porque se trata de prova ilícita por derivação, devendo ser desentranhada dos autos, nos termos do art. 157, § 1º, do Código de Processo Penal. d) seja a recorrente absolvida sumariamente, com base no art. 415, II, do Código de Processo Penal, ou subsidiariamente; e) seja a recorrente impronunciada, nos termos do art. 414 do Código de Processo Penal. Local..., data... Advogado. OAB n. ... RAZÕES DE RECURSO EM SENTIDO ESTRITO Em todas as oportunidades em que cobrou a peça recurso em sentido estrito, a FGV exigiu que o candidato fizesse a interposição e, de forma concomitante, já apresentasse as razões de apelação. Todavia, se considerado o procedimento previsto para o recurso em sentido estrito, pode-se aventar a possibilidade de a FGV cobrar do candidato a peça RAZÕES DE RECURSO EM SENTIDO ESTRITO. Isso porque, nos termos do art. 586 do CPP, se não concordar com a decisão proferida, a parte irresignada deverá apresentar a petição de interposição de recurso em sentido estrito no prazo de cinco dias. O juiz de 1º grau fará o primeiro juízo de admissibilidade, recebendo ou não recurso em sentido estrito. Recebendo o recurso, o recorrente será intimado para apresentar as respectivas razões de recurso em sentido, no prazo de dois dias. Ou seja, poderá constar no enunciado que o juiz proferiu decisão e que a parte interpôs recurso em sentido estrito, exigindo, após, que o candidato apresente a peça correspondente, qual seja, razões de recurso em sentido estrito. E, nesse caso, deve-se apresentar a petição de juntada e depois as razões do recurso em sentido estrito. 24 29 1 - Identificação no caso de decisão de pronúncia O recurso em sentido estrito é interposto, sendo, na sequência, o recorrente intimado para apresentar as respectivas razões. 2 - Fundamento legal – art. 588, CPP 3 - Prazo Conforme o art. 588 do CPP, o prazo para razões de recurso em sentido estrito é de dois dias. 4 - Conteúdo Como visto, em se tratando de recurso em sentido estrito contra decisão de pronúncia, deve-se buscar no enunciado informações relacionadas a preliminares e mérito, que, no caso, consiste, basicamente, em informações que permitem desenvolver tese envolvendo impronúncia e/ou absolvição sumária e/ou desclassificação. As teses subsidiárias giram, basicamente, em torno do afastamento da qualificadora e/ou causa de aumento de pena. 5 - Pedido Quando se trata de recursos, deve-se formular pedido de REFORMA da decisão e PROVIMENTO do recurso. Além disso, no campo destinado aos pedidos, deve-se formular pedido específico para cada uma das teses desenvolvidas ao longo da peça. Ex.: Se sustentou alguma preliminar, nulidade, por exemplo, deve-se, ao final, formular pedido expresso no sentido de que seja declarada a nulidade. No que tange ao mérito, o pedido deve guardar relação com a(s) tese(s) invocadas: a) impronúncia, com base no art. 414 do Código de Processo Penal; e/ou b) absolvição sumária, com base no art. 415 do Código de Processo Penal; e/ou c) desclassificação, com base no art. 419 do Código de Processo Penal; d) afastar qualificadora e/ou causa de aumento de pena. 25 29 6 - Modelo de peça ESTRUTURA DA PETIÇÃO DE JUNTADA A) EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA... VARA CRIMINAL DO TRIBUNAL DO JÚRI DA COMARCA... (SE CRIME DOLOSO CONTRA A VIDA DA COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ESTADUAL) B) EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA... VARA CRIMINAL DO TRIBUNAL DO JÚRI DA SEÇÃO JUDICIÁRIA... (SE CRIME DOLOSO CONTRA A VIDA DA COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL) C) EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA... VARA CRIMINAL DA COMARCA... (SE CRIME DA COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ESTADUAL) D) EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA... VARA CRIMINAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DE... (SE CRIME DA COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL) Processo n. FULANO DE TAL (não inventar dados), já qualificado nos autos, por seu procurador infra-assinado, com procuração anexa, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, apresentar as presentes RAZÕES DE RECURSO EM SENTIDO ESTRITO, com base no art. 588 do Código de Processo Penal, requerendo sejam recebidas, com posterior remessa dos autos ao Egrégio Tribunal de Justiça (ou Egrégio Tribunal Regional Federal). Nestes termos, Pede deferimento. Local..., data... Advogado. OAB n. ... RAZÕES DO RECURSO EM SENTIDO ESTRITO: ENDEREÇAMENTO AO TRIBUNAL EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO... OU EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL Recorrente: Fulano de Tal Recorrido: Ministério Público Processo n. ... RAZÕES DE RECURSO EM SENTIDO ESTRITO Egrégio Tribunal de Justiça ou Egrégio Tribunal Regional Federal Colenda Câmara ou Colenda Turma (se Justiça Federal) I – DOS FATOS II – DO DIREITO A) DAS PRELIMINARES B) DO MÉRITO Ex.: Se for RESE contra decisão de pronúncia, seguem hipóteses: Mérito para pedido de impronúncia (art. 414 do CPP); Mérito para pedido de absolvição sumária (art. 415 do CPP); Mérito para pedido de desclassificação (art. 419 do CPP). C) SUBSIDIARIEDADE * Afastar qualificadora e/ou causa de aumento de pena III – DO PEDIDO 26 29 Ante o exposto, requer seja conhecido e provido o presente recurso, com a REFORMA DA DECISÃO DE 1º GRAU, para o fim de que: a) sejam reconhecidas as preliminares invocadas; b) seja o réu impronunciado, com base no art. 414 do Código de Processo Penal; e/ou Seja o réu absolvido sumariamente, com base no art. 415 do Código de Processo Penal; e/ou Seja desclassificado o delito, com base no art. 419 do Código de Processo Penal, remetendo-se os autos ao juízo competente. c) Seja afastada a qualificadora e/ou causa de aumento de pena. Local..., data... Advogado. OAB n. ... CONTRARRAZÕES DO RECURSO EM SENTIDO ESTRITO Nos termos do art. 586 do CPP, se não concordarcom a decisão proferida, a parte irresignada deverá apresentar a petição de interposição de recurso em sentido estrito no prazo de cinco dias. Após, o juízo a quo fará o primeiro juízo de admissibilidade, recebendo ou não recurso em sentido estrito, intimando-se o recorrente para apresentar, no prazo de dois dias, as respectivas razões de recurso em sentido estrito, se não apresentadas simultaneamente à interposição. Na sequência, intima-se o recorrido para oferecer suas contrarrazões ou razões do recorrido, voltada à manutenção da decisão recorrida. 1 - Identificação O recurso em sentido estrito é interposto e arrazoado pelo recorrente, sendo, na sequência, o recorrido intimado para oferecer as contrarrazões. 2 - Prazo Conforme o art. 588 do CPP, o prazo para contrarrazões é de dois dias. 3 - Conteúdo Deve-se buscar no enunciado informações que permitem desenvolver teses voltadas à manutenção da decisão recorrida, bem como refutar os argumentos lançados pelo Ministério Público. 4 - Competência Será o juiz de direito que proferiu a decisão passível de ser atacada via RESE. Pode ser o juiz da Vara Criminal comum ou o juiz da Vara Criminal do Júri. 27 29 Outros endereçamentos possíveis da petição de juntada de razões e contrarrazões são: Se a infração penal for de competência da Justiça comum estadual: Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da... Vara Criminal da Comarca de... . Se o crime for de competência da Justiça Federal: Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Federal da... Vara Criminal da Justiça Federal da Seção Judiciária de... . 5 - Estrutura da peça a) Endereçamento: EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA... VARA DO JÚRI DA COMARCA DE... b) Identificação das partes: recorrente e recorrido. c) Nome da ação e fundamento legal: CONTRARRAZÕES DE RECURSO EM SENTIDO ESTRITO. Art. 588 do Código de Processo Penal. d) Narrativa dos fatos (“Dos Fatos”) e) Fundamentação (“Do Direito”) f) Pedido: requer seja negado provimento ao recurso em sentido estrito interposto pelo representante do Ministério Público, mantendo-se a respeitável decisão atacada. g) Fechamento da peça: local, data, Advogado, OAB n. ... . 6 - Modelo de peça A) EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA... VARA CRIMINAL DO TRIBUNAL DO JÚRI DA COMARCA... (SE CRIME DOLOSO CONTRA A VIDA DA COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ESTADUAL) B) EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA... VARA CRIMINAL DO TRIBUNAL DO JÚRI DA SEÇÃO JUDICIÁRIA... (SE CRIME DOLOSO CONTRA A VIDA DA COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL) C) EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ... VARA CRIMINAL DA COMARCA... (SE CRIME DA COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ESTADUAL) D) EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA... VARA CRIMINAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DE... (SE CRIME DA COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL) (6 a 10 linhas) Processo n. ... FULANO DE TAL (não inventar dados), já qualificado nos autos, por seu procurador infra-assinado, com procuração anexa, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, apresentar as presentes CONTRARRAZÕES DE RECURSO EM SENTIDO ESTRITO, com base no art. 588 do Código de Processo Penal, requerendo sejam recebidas, mantendo-se a decisão recorrida, conforme o art. 589 do Código de Processo Penal, com posterior remessa dos autos ao Egrégio Tribunal de Justiça (ou Egrégio Tribunal Regional Federal). Nestes termos, Pede deferimento. Local..., data... Advogado. OAB n. ... 28 29 EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO... OU EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL Recorrente: Ministério Público Recorrido: Fulano de Tal Processo n. ... CONTRARRAZÕES DE RECURSO EM SENTIDO ESTRITO Egrégio Tribunal de Justiça ou Egrégio Tribunal Regional Federal Colenda Câmara Criminal ou Colenda Turma (se Justiça Federal) I – DOS FATOS II – DO DIREITO III – DO PEDIDO Ante o exposto, requer o NÃO CONHECIMENTO do recurso e, no mérito, seja IMPROVIDO o recurso em sentido estrito interposto, MANTENDO-SE, por conseguinte, a decisão recorrida nos seus exatos termos. Local..., data... Advogado. OAB n. ... 7 - Questão Simulada Ivan foi denunciado pela prática de ameaça. O juiz acatou a tese de nulidade do processo, apresentada pela defesa em resposta à acusação, pela ausência da formalidade essencial. Contra a decisão que reconheceu a nulidade processual, o representante do Ministério Público interpôs recurso em sentido estrito. A respeitável decisão do juízo a quo foi mantida em seu juízo de retratação que, em seguida, abriu prazo para a manifestação da defesa sobre o recurso interposto pela acusação. EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA... VARA DO JÚRI DA COMARCA DE... . (6 linhas) Ivan, já qualificado nos autos do Processo-crime n. ..., que lhe move a Justiça Pública, por seu advogado infra-assinado, vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, dentro do prazo legal, requerer a juntada das inclusas, CONTRARRAZÕES DE RECURSO EM SENTIDO ESTRITO, com fundamento no art. 588 do Código de Processo Penal, requerendo sejam recebidas, mantendo-se a decisão recorrida, conforme art. 589 do Código de Processo Penal, com posterior remessa dos autos ao Egrégio Tribunal de Justiça. Termos em que pede e espera deferimento. 29 29 Local..., data... Advogado. OAB n. ... EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA RECORRENTE: Justiça Pública RECORRIDO: Ivan Processo n. ... CONTRARRAZÕES DE RECURSO EM SENTIDO ESTRITO Egrégio Tribunal de Justiça, Colenda Câmara, Douto Procurador de Justiça. Com a devida vênia, não merece prosperar o presente recurso, devendo ser mantida a respeitável decisão proferida em favor do recorrido, pelas razões de fato e de direito a seguir expostas. I – DOS FATOS O recorrido foi denunciado pela prática de (especificar o artigo da lei que prevê o tipo penal em espécie). O juiz acatou a tese de nulidade do processo, pela ausência da formalidade essencial (especificar a nulidade). Contra a decisão que reconheceu a nulidade processual, o representante do Ministério Público interpôs recurso em sentido estrito. A respeitável decisão do juízo a quo foi mantida em seu juízo de retratação. II – DO DIREITO Não merece prosperar o recurso em sentido estrito interposto pela acusação (especificar e utilizar os argumentos aceitos pelo juiz ao decidir favoravelmente a seu cliente). III – DO PEDIDO Diante do exposto, requer seja negado provimento ao recurso em sentido estrito interposto pelo representante do Ministério Público, mantendo-se a decisão atacada por força de seus próprios e sólidos argumentos, como medida de justiça. Local..., data... Advogado. OAB n. ... Recurso Em Sentido Estrito - Rese 1 - Hipóteses De Cabimento I - Da sentença que não receber/rejeitar a denúncia ou queixa II - Da decisão que concluir pela incompetência do juízo III - Da decisão que julgar procedentes as exceções, salvo a de suspeição IV - Da decisão que pronunciar V - Da decisão que conceder, negar, arbitrar, cassar ou julgar inidônea a fiança, indeferir requerimento de prisão preventiva ou revogá-la, conceder liberdade provisória ou relaxar a prisão em flagrante VI - (REVOGADO) VII - Da decisão que julgar quebrada a fiança ou perdido o seu valor VIII - Da decisão que decreta a prescrição ou julga, por outro modo, extinta a punibilidade do acusado IX - Da decisão que indeferir pedido de extinção de punibilidade X - Da decisão que conceder ou negar a ordem de habeas corpus XIII - Da decisão que anular a instrução criminal no todo ou em parte XIV - Da decisão que incluir ou excluir jurado na lista geral XV - Da decisão que denegar a apelação ou julgá-la deserta XVI - Que ordenar a suspensão do processo, em virtude de questão prejudicial XVII - Que decidir o incidente de falsidade XVII - Que recusar homologação à proposta de acordo de não persecução penal, previsto no art. 28-A desta Lei. 2 - Prazo 3 - Legitimidade 4 - Competência Para O Julgamento 5 - EfeitoRegressivo Recurso Em Sentido Estrito: Contra Decisão De Pronúncia 1 - Fundamento legal 2 - Identificação da peça 3 - Conteúdo 4 - Estrutura do Recurso em Sentido Estrito 5 - Modelo De Peça Razões De Recurso Em Sentido Estrito 1 - Identificação no caso de decisão de pronúncia 2 - Fundamento legal – art. 588, CPP 3 - Prazo 4 - Conteúdo 5 - Pedido 6 - Modelo de peça Contrarrazões Do Recurso Em Sentido Estrito 1 - Identificação 2 - Prazo 3 - Conteúdo 4 - Competência 5 - Estrutura da peça 6 - Modelo de peça 7 - Questão Simulada
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