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Aula 02 - Recurso em sentido estrito

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Sumário 
Recurso Em Sentido Estrito - Rese ................................................................................................................ 4 
1 - Hipóteses De Cabimento ...................................................................................................................... 5 
I - Da sentença que não receber/rejeitar a denúncia ou queixa ............................................................. 5 
II - Da decisão que concluir pela incompetência do juízo ....................................................................... 6 
III - Da decisão que julgar procedentes as exceções, salvo a de suspeição ............................................. 6 
IV - Da decisão que pronunciar.............................................................................................................. 7 
V - Da decisão que conceder, negar, arbitrar, cassar ou julgar inidônea a fiança, indeferir requerimento 
de prisão preventiva ou revogá-la, conceder liberdade provisória ou relaxar a prisão em flagrante ...... 7 
VI - (REVOGADO) ................................................................................................................................... 7 
VII - Da decisão que julgar quebrada a fiança ou perdido o seu valor .................................................... 7 
VIII - Da decisão que decreta a prescrição ou julga, por outro modo, extinta a punibilidade do acusado
 ............................................................................................................................................................. 7 
IX - Da decisão que indeferir pedido de extinção de punibilidade .......................................................... 9 
X - Da decisão que conceder ou negar a ordem de habeas corpus......................................................... 9 
XIII - Da decisão que anular a instrução criminal no todo ou em parte .................................................. 9 
XIV - Da decisão que incluir ou excluir jurado na lista geral ................................................................. 10 
XV - Da decisão que denegar a apelação ou julgá-la deserta ............................................................... 10 
XVI - Que ordenar a suspensão do processo, em virtude de questão prejudicial ................................. 10 
XVII - Que decidir o incidente de falsidade .......................................................................................... 10 
XVII - Que recusar homologação à proposta de acordo de não persecução penal, previsto no art. 28-A 
desta Lei. ............................................................................................................................................ 11 
2 - Prazo.................................................................................................................................................. 14 
3 - Legitimidade ...................................................................................................................................... 14 
4 - Competência Para O Julgamento ....................................................................................................... 14 
 
 
 
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5 - Efeito Regressivo................................................................................................................................ 15 
Recurso Em Sentido Estrito: Contra Decisão De Pronúncia ......................................................................... 15 
1 - Fundamento legal .............................................................................................................................. 15 
2 - Identificação da peça ......................................................................................................................... 15 
3 - Conteúdo ........................................................................................................................................... 16 
4 - Estrutura do Recurso em Sentido Estrito ............................................................................................ 17 
5 - Modelo De Peça ................................................................................................................................. 18 
Razões De Recurso Em Sentido Estrito ........................................................................................................ 23 
1 - Identificação no caso de decisão de pronúncia .................................................................................. 24 
2 - Fundamento legal – art. 588, CPP ...................................................................................................... 24 
3 - Prazo.................................................................................................................................................. 24 
4 - Conteúdo ........................................................................................................................................... 24 
5 - Pedido ............................................................................................................................................... 24 
6 - Modelo de peça ................................................................................................................................. 25 
Contrarrazões Do Recurso Em Sentido Estrito ............................................................................................. 26 
1 - Identificação ...................................................................................................................................... 26 
2 - Prazo.................................................................................................................................................. 26 
3 - Conteúdo ........................................................................................................................................... 26 
4 - Competência ...................................................................................................................................... 26 
5 - Estrutura da peça ............................................................................................................................... 27 
6 - Modelo de peça ................................................................................................................................. 27 
7 - Questão Simulada .............................................................................................................................. 28 
 
 
 
 
 
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RECURSO EM SENTIDO ESTRITO - RESE 
O recurso em sentido estrito possui hipóteses de cabimento taxativamente previstas no art. 581 do CPP. 
É um recurso previsto para combater decisões interlocutórias expressamente previstas em seu rol, 
possibilitando ao próprio juiz recorrido uma nova apreciação da questão, antes da remessa das razões para 
o Tribunal, na segunda instância. (JUÍZO DE RETRATAÇÃO – ART. 589 DO CPP) 
 
INTERPOSIÇÃO TEM RETRATAÇÃO – ART 589 
O rol de hipóteses do recurso em sentido estrito é taxativo, sendo cabível, portanto, somente nas hipóteses 
do art. 581 do CPP. 
Convém registrar que algumas decisões do rol do art. 581 não comportam mais recurso em sentido estrito, 
passando a ser cabível agravo em execução. 
Anote, então, quais incisos do art. 581 não admitem mais o RESE: 
XI - que conceder, negar ou revogar a suspensão condicional da pena; 
XII - que conceder, negar ou revogar livramento condicional; 
XVII - que decidir sobre a unificação de penas; 
XIX - que decretar medida de segurança, depois de transitar a sentença em julgado; 
XX - que impuser medida de segurança por transgressão de outra; 
XXI - que mantiver ou substituir a medida de segurança, nos casos do art. 774; 
XXII - que revogar a medida de segurança; 
XXIII - que deixar de revogar a medida de segurança, nos casos em que a lei admita a 
revogação; 
XXIV - que converter amulta em detenção ou em prisão simples 
 Fundamento legal da peça – art. 581, do CPP 
 
 
 
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1 - Hipóteses De Cabimento 
I - Da sentença que não receber/rejeitar a denúncia ou queixa 
Cabe recurso em sentido da decisão que rejeitar a denúncia ou queixa, por conta da incidência de uma das 
hipóteses do art. 395 do CPP. 
De regra, do recebimento da denúncia, não cabe qualquer recurso, apenas impetração de habeas corpus, 
ante a absoluta falta de previsão legal. 
 
ATENÇÃO: No caso das infrações penais de competência do juizado especial criminal, não cabe recurso em 
sentido estrito da decisão que rejeitar a denúncia ou queixa, mas apelação, com prazo de 10 dias (art. 82, 
caput, da Lei n. 9.099/95). 
a) Contrarrazões do recurso em sentido estrito interposto contra a decisão de não recebimento/rejeição da 
denúncia ou queixa 
 
O STF firmou entendimento, por meio da Súmula 707 do STF, no sentido de que: “Constitui nulidade a falta 
de intimação do denunciado para oferecer contrarrazões ao recurso interposto da rejeição da denúncia, não 
a suprindo a nomeação de defensor dativo”. 
b) Recurso em sentido estrito contra decisão de rejeição/não recebimento denúncia ou queixa x interrupção 
da prescrição 
Assinala-se, por pertinente, que quando o tribunal ad quem aprecia a decisão que rejeitou a denúncia ou a 
queixa não está exercendo atividade de cassação, mas de substituição. Por isso, nos termos da Súmula 709 
do STF “salvo quando nula a decisão de primeiro grau, o acórdão que provê o recurso contra a rejeição da 
denúncia vale, desde logo, pelo recebimento dela”. 
 
 
 
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29 
 
Observações em relação a Súmula 709: 
a) Se o Tribunal considerar nula a decisão de 1º grau que rejeitou a denúncia ou queixa, determinará a 
remessa dos autos ao juiz para proferir outra. Nesse caso, não pode o acórdão proferido pelo Tribunal valer 
como recebimento da denúncia e, portanto, constituir causa de interrupção da prescrição, sob pena de 
supressão de instância. 
b) O recebimento da denúncia pelo Tribunal de Justiça, na hipótese de reforma da decisão de 1º grau válida, 
gera o efeito de interromper a prescrição. 
II - Da decisão que concluir pela incompetência do juízo 
É o caso do reconhecimento ex officio da incompetência pelo próprio juiz, que determina a remessa dos 
autos ao juízo competente, nos termos do art. 109 do CPP. Se o juiz se dá por incompetente, acolhendo 
exceção (caso de incompetência relativa), aplica-se o inciso subsequente. 
Da sentença que desclassifica o crime de competência do Júri para crime não doloso contra a vida (art. 419 
do CPP), cabe recurso em sentido estrito com base nesse fundamento, pois o juiz está, na verdade, 
concluindo pela incompetência do Tribunal do Júri para julgar a causa. 
Da decisão do juiz dando-se por competente não cabe qualquer recurso, podendo a parte prejudicada 
impetrar apenas habeas corpus. 
III - Da decisão que julgar procedentes as exceções, salvo a de suspeição 
Recurso voltado para a acusação. 
O art. 95 do CPP enumera as cinco exceções oponíveis, a saber: suspeição, incompetência do juízo, 
litispendência, ilegitimidade de parte e coisa julgada. 
Note-se que o cabimento do recurso em sentido estrito está restrito à decisão que acolher a exceção oposta 
pelo réu, ou seja, julgar procedente a exceção. Se rejeitada a exceção, a decisão é irrecorrível, podendo 
ensejar eventual HC. 
Acolhida ou rejeitada a exceção de suspeição, não cabe qualquer recurso, pois não se pode forçar o juiz que 
se considera suspeito a julgar a causa. 
 
 
 
7 
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IV - Da decisão que pronunciar 
A decisão de pronúncia trata-se de uma decisão interlocutória mista não terminativa, que encerra uma fase 
do procedimento, sem julgar o mérito, isto é, sem declarar o réu culpado. 
A decisão de impronúncia comporta o recurso de apelação (art. 416 do CPP). 
V - Da decisão que conceder, negar, arbitrar, cassar ou julgar inidônea a fiança, indeferir 
requerimento de prisão preventiva ou revogá-la, conceder liberdade provisória ou relaxar 
a prisão em flagrante 
Nessa parte, a lei prevê tanto situação favorável, quanto desfavorável ao réu. Assim, concedida a fiança ou 
fixado um valor muito baixo, pode o Ministério Público recorrer. Negada, cassada ou considerada inidônea, 
cabe ao acusado apresentar o seu inconformismo. 
No entanto, quando o juiz conceder liberdade provisória, pode o MP recorrer, mas não cabe RESE para o réu 
que tem o seu pedido de liberdade provisória negado. Vale-se ele do habeas corpus. 
Finalmente, quando a prisão, por ser ilegal, mereça ser relaxada, caso o juiz o faça, proporciona ao MP a 
interposição de recurso em sentido estrito. Quando houver a negativa ao relaxamento, somente por 
habeas corpus o interessado pode questionar a decisão. 
VI - (REVOGADO) 
VII - Da decisão que julgar quebrada a fiança ou perdido o seu valor 
São situações desfavoráveis ao réu, sendo-lhe permitido o recurso em sentido estrito, porque, realmente, 
são decisões interlocutórias, merecedoras do duplo grau de jurisdição. 
Entretanto, quando houver o quebramento, implicando a obrigação de se recolher à prisão, poder dar ensejo 
à impetração de HC. 
VIII - Da decisão que decreta a prescrição ou julga, por outro modo, extinta a punibilidade 
do acusado 
Trata-se de sentença terminativa de mérito, isto é, que encerra o processo com julgamento do mérito, sem 
absolver ou condenar o réu. 
 
 
 
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Cabe recurso em sentido estrito contra a decisão terminativa que, no processo de conhecimento, declara 
extinta a punibilidade do acusado. 
O recurso em sentido estrito relativo a este inciso tem aplicação residual, ou seja, somente é cabível nos 
casos em que a extinção da punibilidade não tenha ocorrido no corpo da sentença ou no âmbito da Vara de 
Execuções Criminais. 
Com efeito, se ocorrer a extinção da punibilidade no corpo da sentença penal, o recurso cabível será o de 
apelação, conforme dispõe o art. 593, § 4º, do CPP. Imaginemos, por exemplo, que o réu esteja sendo 
processado por dois delitos. O juiz absolve o réu pela prática de um deles e declara a prescrição em relação 
ao outro. Nesse caso, o recurso do Ministério Público ou assistente à acusação (na inércia do MP) será o de 
apelação, com base no art. 593, I, do CPP. É o que se extrai do art. 593, § 4º, do CPP. 
Quando a decisão for proferida no curso da execução criminal, o recurso cabível é o agravo da execução, 
previsto no art. 197 da LEP. 
Nesse sentido, somente cabe recurso em sentido estrito quando a decisão de extinção da punibilidade for 
proferida fora do âmbito da sentença penal e da execução criminal. Ex.: extinção da punibilidade no curso 
do processo em face da prescrição do crime (art. 107, IV, do CP). 
 
O assistente de acusação, habilitado ou não, pode apresentar RESE, com base no art. 581, 
VIII, do CPP (art. 584, § 1º, do CPP). 
Salienta-se que essa legitimidade é supletiva, ou seja, o assistente somente poderá recorrer se o Ministério 
Público não interpuser recurso. 
Absolvição sumária pela extinção da punibilidade (art. 397, IV, do CPP): 
Diante da previsão legal atípica no sentido de considerar a possibilidade de sentença absolutória na hipótese 
de causa extintiva da punibilidade, parte da doutrina passou a aventar a possibilidade de interposição do 
recurso de apelação contra tal decisão. 
Assim, diante do paradoxo criado pelo legislador, o entendimento doutrinário prevalente é no sentido de 
que o juiz deverá, simplesmente, declarar a causa extintiva de punibilidade, independentemente do 
veredicto absolutório, ou seja, declara a causa extintiva de punibilidade e simplesmente absolve o réu, com 
base no art. 397, IV, do CPP, cabendo, contra essa decisão, recurso em sentido estrito. 
 
 
 
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IX - Da decisão que indeferir pedido de extinção de punibilidade 
É a contraposição do inciso anterior. Negada a extinção da punibilidade, o processo seguirá seu curso normal. 
Trata-se, portanto, dedecisão interlocutória simples. Diante da previsão expressa da lei, caberá recurso em 
sentido estrito. 
Da mesma forma do inciso anterior, o recurso em sentido estrito contra decisão que indeferir pedido de 
extinção de punibilidade somente poderá ser manejado de forma residual, ou seja, quando a decisão não 
ocorrer na própria sentença condenatória (cabendo apelação) ou em sede de execução criminal (quando 
será cabível agravo em execução). 
Convém ressaltar que o Código de Processo Penal, especificamente no art. 648, VII, prevê a possibilidade de 
impetração de habeas corpus quando incidente causa de extinção da punibilidade. Nesse sentido, a regra 
deverá ser o uso do RESE, uma vez que o habeas corpus não deve ser usado como sucedâneo de recurso. 
Todavia, em caso de evidente constrangimento ilegal, no qual o reconhecimento da causa extintiva de 
punibilidade não reclama aprofundamento da prova, afigura-se possível – e na prática é a providência mais 
comum – a adoção do habeas corpus (STJ, HC 91.115/RJ, DJ 4-8-2008). 
X - Da decisão que conceder ou negar a ordem de habeas corpus 
O dispositivo refere-se à decisão do juiz de primeira instância, da qual, na hipótese de concessão, cabe 
também recurso ex officio (art. 574, I, do CPP). 
No caso de decisão denegatória proferida em única ou última instância, pelos Tribunais Regionais Federais 
e pelos tribunais dos Estados, caberá recurso ordinário constitucional para o STJ (art. 105, II, a, da CF/88). 
Se a decisão denegatória for proferida em única instância (somente em única instância) pelos tribunais 
superiores, caberá recurso ordinário constitucional ao STF (art. 102, II, a, da CF/88). 
XIII - Da decisão que anular a instrução criminal no todo ou em parte 
Reconhecida essa hipótese, que é típica decisão interlocutória, cabe à parte inconformada em ter de reiniciar 
a instrução ou reproduzir determinados atos, impugnar a decisão anulatória pelo recurso em sentido estrito. 
Não cabe recurso em sentido estrito contra decisão indeferitória do pedido de anulação. 
De outro lado, se condenado, nada impede que o interessado argua a nulidade em preliminar de eventual 
recurso de apelação. 
Por interpretação extensiva ao art. 581, XIII, do CPP, é cabível o recurso em sentido estrito contra decisão 
que declarar ilícita a prova juntada aos autos. 
 
 
 
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XIV - Da decisão que incluir ou excluir jurado na lista geral 
Tendo em vista a imparcial formação da lista de jurados, o procedimento deve ser de conhecimento geral, 
publicando-se o resultado final na imprensa e afixando-se no fórum. Logo, é possível que qualquer pessoa 
questione a idoneidade de um jurado, incluído na lista (art. 426, § 1º, do CPP). 
Nesse caso, pode o juiz, acolhendo petição da parte interessada, excluí-lo da lista, o que dá margem ao 
inconformismo daquele que foi extirpado. Por outro lado, a inclusão de alguém, impugnada e mantida pelo 
magistrado, dá lugar à interposição de recurso em sentido estrito. Nesse caso, em caráter excepcional, segue 
o recurso ao Presidente do Tribunal. 
Excepcionalmente, em relação a essa decisão, o prazo para interpor o recurso é de 20 dias, devendo ser 
dirigido ao Presidente do Tribunal de Justiça. 
XV - Da decisão que denegar a apelação ou julgá-la deserta 
No caso da apelação, o juízo de prelibação (admissibilidade) deve ser feito tanto na primeira quanto na 
instância superior. Assim, o juiz a quo pode deixar de receber o apelo (o que equivale a denegá-lo), se 
entender não preenchido algum pressuposto recursal objetivo ou subjetivo. 
Nessa hipótese, cabe recurso em sentido estrito contra o despacho denegatório da apelação. Note-se que o 
recurso não se volta contra a sentença apelada, mas exclusivamente contra o despacho que negou 
seguimento à apelação. 
XVI - Que ordenar a suspensão do processo, em virtude de questão prejudicial 
As questões prejudiciais estão previstas nos arts. 92 e 93 do CPP. 
Questão prejudicial é aquela que deve ser decidida antes do julgamento da questão principal de forma 
definitiva, no mesmo ou em outro processo com ela relacionado. 
Exemplo de prejudicialidade obrigatória: ação de anulação de casamento no crime de bigamia. Deve-se 
primeiro definir a questão da anulação de um dos casamentos, para depois resolver o mérito do delito de 
bigamia. 
Exemplo de prejudiciais facultativas: a verificação do direito de propriedade nos crimes de furto, estelionato; 
da posse, no de esbulho e invasão de domicílio etc. 
Se o juiz determinar a suspensão do processo para solução da questão prejudicial, obrigatória ou facultativa, 
cabe recurso em sentido estrito. 
XVII - Que decidir o incidente de falsidade 
O incidente de falsidade está previsto nos arts. 145 a 148 do CPP. 
 
 
 
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29 
XVII - Que recusar homologação à proposta de acordo de não persecução penal, previsto 
no art. 28-A desta Lei. 
Uma das grandes novidades do CPP é o acordo de não persecução penal (art. 28-A do CPP). 
Trata-se da possibilidade de o Ministério Público deixar de oferecer a denúncia em ações penais públicas 
preenchidos alguns requisitos e condições. 
A) Requisitos para a apresentação do acordo 
Quais são os requisitos para o MP apresentar ao suspeito/indiciado uma proposta de acordo de não 
persecução penal? 
 não ser caso de arquivamento 
 ter o agente delitivo confessado formal e integralmente o delito 
 a infração não ter sido praticada com violência ou grave ameaça 
 a pena mínima cominada ao delito ser inferior a 4 anos - atenção aqui, pessoal. Seguindo as regras 
gerais de fixação de competência, para descobrir a pena mínima cominada ao delito você deve 
calcular as causas de aumento e diminuição aplicáveis ao caso concreto. 
 
B) Condições a que fica vinculado quem aceita o acordo 
Presentes todos esses requisitos, o representante do MP poderá propor um acordo para evitar o 
oferecimento da denúncia. Nesse acordo, algumas condições serão apresentadas e, caso o 
suspeito/indiciado as aceite, ficará vinculado a cumpri-las para evitar ser processado criminalmente. 
As condições previstas no 28-A do CPP são: 
I - reparar o dano ou restituir a coisa à vítima, exceto na impossibilidade de fazê-lo: se a coisa se perdeu, por 
exemplo; 
II - renunciar voluntariamente a bens e direitos indicados pelo Ministério Público como instrumentos, 
produto ou proveito do crime: instrumentos são os objetos utilizados para praticar o crime; produto é o que 
o agente obtém diretamente com a prática do crime, como uma quantia de 300 reais retirado da carteira da 
vítima; proveito é o que o agente adquire com o produto do crime, como a compra de um celular com os 
300 reais furtados. 
III - prestar serviço à comunidade ou a entidades públicas por período correspondente à pena mínima 
cominada ao delito diminuída de um a dois terços, em local a ser indicado pelo juízo da execução: trata-se 
de proposta de aplicação antecipada de pena restritiva de direitos. 
IV - pagar prestação pecuniária, a ser estipulada nos termos do art. 45 do Código Penal, a entidade pública 
ou de interesse social, a ser indicada pelo juízo da execução, que tenha, preferencialmente, como função 
 
 
 
12 
29 
proteger bens jurídicos iguais ou semelhantes aos aparentemente lesados pelo delito: importante destacar 
que prestação pecuniária é espécie de pena restritiva, e não uma pena de multa; ou 
V - cumprir, por prazo determinado, outra condição indicada pelo Ministério Público, desde que proporcional 
e compatível com a infração penal imputada: o MP pode estipular outras condições não previstas 
expressamente nesse rol, como por exemplo, a entrega de cestas básicas. 
 
C) Quando não cabe o acordo? 
Há situações em que o acordo de não persecução penal não é cabível. Vamos apresentá-las: 
a. Quando for caso de arquivar o inquérito policial. 
b. quando for cabível transação penal de competência dos Juizados Especiais Criminais, nos termos do artigo 
76 da Lei 9.099/95. 
c. quando o investigado for reincidented. quando houver elementos probatórios que indiquem conduta criminal habitual, reiterada ou profissional, 
exceto se insignificantes as infrações penais pretéritas - hipótese bem estranha aprovada no plano legislativo 
por quem não conhece as ciências criminais. Se o fato pretérito é insignificante, falta-lhe a tipicidade material 
pela insignificância e sequer será crime. Logo, essa observação legal seria desnecessária. 
e. ter sido o agente beneficiado nos 5 (cinco) anos anteriores ao cometimento da infração, em acordo de 
não persecução penal, transação penal ou suspensão condicional do processo. 
f. nos crimes praticados no âmbito de violência doméstica ou familiar, ou praticados contra a mulher por 
razões da condição de sexo feminino, em favor do agressor - trata-se de norma que deve ser complementada 
pelo artigo 121, § 2º-A, em que nos é apresentado o real significado da expressão "por razões da condição 
de sexo feminino". 
 
CUIDADO ESPECIAL AGORA 
A presença do advogado/defensor é indispensável para a formalização do acordo de não persecução penal. 
Cuidado com doutrina que não conhece a sua banca! 
Após assinado pelas partes, será realizada uma audiência para a homologação do acordo de não persecução 
penal. Nela, o juiz deverá verificar a sua voluntariedade, por meio da oitiva do investigado na presença do 
seu defensor, e sua legalidade. 
Em outras palavras, não pode o MP fixar condições diversas incompatíveis com a legalidade das penas. 
 
 
 
 
13 
29 
Professor, o que acontece se a proposta de acordo estiver errada? 
Se o juiz considerar inadequadas, insuficientes ou abusivas as condições dispostas no acordo de não 
persecução penal, devolverá os autos ao Ministério Público para que seja reformulada a proposta de acordo, 
com concordância do investigado e seu defensor. 
Se não for corrigido a contento, a proposta de acordo não será homologada pelo juiz. 
Recusada a homologação, o juiz devolverá os autos ao Ministério Público para requisitar a complementação 
das investigações ou oferecer a denúncia. 
Também será o caso de rescindir o acordo e oferecer a denúncia, caso o suspeito descumpra as condições 
homologadas. 
 
Sistematizando: 
 Descumpriu o acordo - rescisão + oferecimento da denúncia + não proposta de suspensão do 
processo. 
 Cumpriu o acordo - extinção da punibilidade sem gerar antecedentes criminais 
 
Após homologado judicialmente o acordo de não persecução penal, o juiz devolverá os autos ao Ministério 
Público para que inicie sua execução perante o juízo de execução penal. 
A vítima será intimada da homologação do acordo de não persecução penal e de seu descumprimento. 
 
Últimas questões de prova: 
* se o seu cliente preencher os requisitos para receber a proposta de acordo de não repercussão penal e o 
representante do MP se recusa a oferecer, o que fazer? 
Resposta - Em caso de recusa, por parte do Ministério Público, em propor o acordo de não persecução penal, 
o investigado poderá requerer a remessa dos autos a órgão superior, na forma do art. 28 deste Código. O 
Procurador-Geral dará a última palavra. 
* se o juiz se recusar a homologar o acordo de não persecução penal, caberá RESE. 
 
 
 
 
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29 
2 - Prazo 
Interposição – 5 dias 
Razões – 2 dias 
O recurso em sentido se procede em dois momentos distintos, um para interposição (fundamental para 
atestar a tempestividade) e outro para apresentação das razões. Ou seja, via de regra, primeiro o recorrente 
interpõe o recurso, o juiz recebe e, após, determina a intimação para oferecimento das razões (ressalta-se, 
contudo, que, para fins de Exame da OAB, invariavelmente a peça de interposição e as razões de recurso são 
apresentadas simultaneamente). 
3 - Legitimidade 
O Ministério Público, o querelante (ação penal privada), a defesa, o próprio réu e, ainda, o assistente de 
acusação podem interpor recurso em sentido estrito. 
O assistente de acusação poderá recorrer em sentido estrito somente da decisão que 
“decretar a prescrição ou julgar, por outro modo, extinta a punibilidade”, nos termos do 
art. 584, § 1º, c/c o art. 581, VIII, já que tal decisão impede a formação de título executivo 
para eventual reparação do dano. 
O assistente de acusação pode ser habilitado nos autos, hipótese que, nessa condição, será intimado de 
todos os atos e poderá recorrer, caso não o faça o Ministério Público, no prazo de cinco dias. 
No caso de assistente de acusação não habilitado, considerando que ainda não tinha tomado ciência dos 
atos praticados no processo e, portanto, não foi intimado das decisões, terá o prazo de 15 dias para interpor 
o recurso em sentido estrito (art. 584, § 1º, c/c o art. 598, parágrafo único, do CPP). 
A contagem do prazo para o assistente de acusação interpor recurso segue a regra disposta na Súmula 448 
do STF: “O prazo para o assistente recorrer, supletivamente, começa a correr imediatamente após o 
transcurso do prazo do Ministério Público”. 
4 - Competência Para O Julgamento 
A interposição do recurso deve ser dirigida ao juiz de primeiro grau que proferiu a decisão, para que este 
possa rever a decisão, em sede de juízo de retratação. 
As razões de recurso devem ser endereçadas ao tribunal competente (Tribunal de Justiça, se da 
competência da Justiça Comum Estadual; ou Tribunal Regional Federal, se da competência da Justiça 
Federal). 
 
 
 
15 
29 
5 - Efeito Regressivo 
Na hipótese de manutenção da decisão recorrida, ou, ainda, se houver retratação e agora a outra parte 
impugnar a nova decisão, o recurso passará a ter efeito devolutivo, devolvendo a discussão de toda a 
matéria ao Tribunal Competente. 
Além do efeito devolutivo, o RESE possui efeito regressivo, uma vez que a interposição do recurso obriga o 
juiz que prolatou a decisão recorrida a reapreciar a questão, mantendo-a ou reformando-a, conforme dispõe 
o art. 589, caput, do CPP. 
No tocante ao efeito regressivo do recurso: recebendo os autos, o juiz, dentro de dois dias, reformará ou 
sustentará a sua decisão, mandando instruir o recurso com as cópias que lhe parecerem necessárias. A falta 
de manifestação do juiz importa em nulidade, devendo o tribunal devolver os autos para esta providência. 
O juízo de retratação será sempre fundamentado. A fundamentação deficiente do juiz também obriga o 
tribunal a converter o julgamento em diligência para esse fim. 
Se o juiz decidir pela manutenção da decisão, remeterá os autos à instância superior; se reformá-la, o 
recorrido, por simples petição, e dentro do prazo do prazo de cinco dias, poderá requerer a subida dos autos. 
O recorrido deverá ser intimado, no caso de retratação do juiz. 
RECURSO EM SENTIDO ESTRITO: CONTRA DECISÃO DE 
PRONÚNCIA 
1 - Fundamento legal 
Se for recurso em sentido estrito contra uma decisão de pronúncia, a base legal será o art. 581, inciso IV, do 
CPP. 
2 - Identificação da peça 
Se, ao final da 1ª fase do procedimento do júri, o juiz proferir uma decisão de pronúncia, contra essa decisão 
cabe recurso em sentido estrito. 
Exemplo de como identificar a peça extraído RESE já cobrado pela FGV: 
XI Exame “[...] Finda a instrução probatória, o juiz competente, em decisão devidamente fundamentada, 
decidiu pronunciar Jerusa pelo crime apontado na inicial acusatória. O advogado de Jerusa é intimado da 
referida decisão em 02 de agosto de 2013 (sexta-feira).” 
 
 
 
16 
29 
3 - Conteúdo 
Assim como nas demais peças, deve-se buscar no enunciado preliminares e mérito. 
3.1 - Preliminares 
Como já referido, as questões preliminares são aquelas que não observam aspectos formais de determinado 
ato processual, gerando, invariavelmente, nulidade. 
Aqui, por questão de organização, recomenda-se que as causas extintivas de punibilidade, notadamente 
prescrição, sejam abordadas no campo destinado às preliminares. 
3.2 - Mérito 
Conforme abordado, nas peças prático-profissionais deverá ser desenvolvida uma tese que, ao final, 
viabilizará o correspondente pedido. Ou seja, somentese aborda na peça aquilo que, ao final, poderá ser 
objeto de pedido. 
No caso do recurso em sentido estrito contra decisão de pronúncia, as teses de mérito guardam relação com 
as hipóteses que podem ensejar decisão de: a) impronúncia (art. 414 do CPP); b) absolvição sumária (art. 
415 do CPP); c) ou desclassificação (art. 419 do CPP). 
Eventuais teses subsidiárias podem consistir no afastamento da qualificadora e/ou de causa de aumento de 
pena. 
3.3 - Pedido 
Quando se trata de recursos, deve-se formular pedido de REFORMA da decisão e PROVIMENTO do recurso. 
Além disso, no campo destinado aos pedidos, deve-se formular pedido específico para cada uma das teses 
desenvolvidas ao longo da peça. 
Ex.: Se sustentou alguma preliminar, nulidade, por exemplo, deve-se, ao final, formular pedido expresso no 
sentido de que seja declarada a nulidade. 
No que tange ao mérito, o pedido deve guardar relação com a(s) tese(s) invocadas: 
a) Impronúncia; e/ou absolvição sumária; e/ou desclassificação. 
b) Impronúncia, com base no art. 414 do Código de Processo Penal; e/ou 
c) Absolvição sumária, com base no art. 415 do Código de Processo Penal; e/ou 
d) Desclassificação, com base no art. 419 do Código de Processo Penal. 
e) Afastamento da qualificadora ou causa de aumento de pena. 
 
 
 
17 
29 
4 - Estrutura do Recurso em Sentido Estrito 
A estrutura do RESE segue dois momentos: interposição do recurso (afirmar que pretende recorrer) e as 
razões de recurso. 
4.1 - Interposição 
a) Endereçamento: Juiz de Direito da Vara do Tribunal do Júri (se crime doloso contra a vida). 
b) Preâmbulo: nome (desnecessário qualificar, pois já qualificado nos autos), capacidade postulatória (por 
seu procurador infra-assinado), fundamento legal (art. 581 e um dos incisos), nome da peça (recurso em 
sentido estrito), frase final (pelos fatos e fundamentos jurídicos a seguir expostos). 
c) Juízo de retratação, conforme o art. 589 do CPP (importante). 
d) Parte final: Nesses termos, requer o processamento do presente recurso. Pede deferimento, local, data, 
advogado e OAB. 
Via de regra, o recurso em sentido estrito exige formação de instrumento e relação de 
peças (é na interposição que se indica e requer o traslado de peças para formação do 
instrumento). 
4.2 - Razões 
a) Endereçamento: 
 Tribunal de Justiça (se da competência da Justiça Estadual); 
 Tribunal Regional Federal (se da competência da Justiça Federal). 
b) Identificação: recorrente, recorrido, número do processo 
c) Saudação: 
 Justiça Estadual: Egrégio Tribunal de Justiça – Colenda Câmara 
 Justiça Federal: Egrégio Tribunal Regional Federal – Colenda Turma 
d) Corpo da peça (breve relato, preliminares e mérito) 
e) Pedido: reforma da decisão + provimento do recurso + pedido específico 
f) Parte final: termos em que pede deferimento, local, data e OAB 
 
 
 
18 
29 
5 - Modelo De Peça 
PEÇA DE INTERPOSIÇÃO 
A) EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA... VARA CRIMINAL DO TRIBUNAL DO JÚRI DA 
COMARCA... (SE CRIME DOLOSO CONTRA A VIDA DA COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ESTADUAL) 
B) EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA... VARA CRIMINAL DO TRIBUNAL DO JÚRI DA 
SEÇÃO JUDICIÁRIA... (SE CRIME DOLOSO CONTRA A VIDA DA COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL) 
Processo n. ... 
FULANO DE TAL (não inventar dados), já qualificado nos autos, por seu procurador infra-assinado, 
com procuração anexa, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, inconformado com a 
decisão de fls., interpor o presente RECURSO EM SENTIDO ESTRITO, com base no art. 581, (indicar o 
inciso), do Código de Processo Penal. 
Nesse sentido, requer seja recebido o recurso e procedido o juízo de retratação, nos termos do art. 
589 do Código de Processo Penal57. Se mantida a decisão, requer seja encaminhado o presente recurso, 
já com as razões inclusas, ao Tribunal de Justiça ou Tribunal Regional Federal58, para o devido 
processamento. 
Nestes termos, 
Pede deferimento. 
Local..., data...59 
Advogado. OAB n. ... 
RAZÕES DE RECURSO EM SENTIDO ESTRITO 
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO... OU EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL 
Recorrente: Fulano de Tal 
Recorrido: Ministério Público 
Processo n. ... 
RAZÕES DE RECURSO EM SENTIDO ESTRITO 
Egrégio Tribunal de Justiça ou Egrégio Tribunal Regional Federal 
Colenda Câmara ou Colenda Turma (se Justiça Federal) 
I – DOS FATOS 
II – DO DIREITO 
A) DAS PRELIMINARES 
B) DO MÉRITO 
Ex.: Se for RESE contra decisão de pronúncia, seguem hipóteses: 
Mérito para pedido de impronúncia (art. 414 do CPP) 
Mérito para pedido de absolvição sumária (art. 415 do CPP) 
Mérito para pedido de desclassificação (art. 419 do CPP) 
C) SUBSIDIARIEDADE 
* Afastar qualificadora e/ou causa de aumento de pena 
III – DO PEDIDO 
 
 
 
19 
29 
Ante o exposto, requer seja conhecido e provido o presente recurso, com a REFORMA DA DECISÃO 
DE 1º GRAU, para o fim de que: 
a) sejam reconhecidas as preliminares invocadas 
b) seja o réu impronunciado, com base no art. 414 do Código de Processo Penal; e/ou 
Seja o réu absolvido sumariamente, com base no art. 415 do Código de Processo Penal; e/ou 
Seja desclassificado o delito, com base no art. 419 do Código de Processo Penal, remetendo-se os 
autos ao juízo competente. 
c) Seja afastada a qualificadora e/ou causa de aumento de pena. 
Local..., data... 
Advogado. OAB n. ... 
 
Já Caiu Na OAB 
(XI Exame de Ordem Unificado) Jerusa, atrasada para importante compromisso profissional, dirige seu 
carro bastante preocupada, mas respeitando os limites de velocidade. Em uma via de mão dupla, Jerusa 
decide ultrapassar o carro à sua frente, o qual estava abaixo da velocidade permitida. Para realizar a referida 
manobra, entretanto, Jerusa não liga a respectiva seta luminosa sinalizadora do veículo e, no momento da 
ultrapassagem, vem a atingir Diogo, motociclista que, em alta velocidade, conduzia sua moto no sentido 
oposto da via. Não obstante a presteza no socorro que veio após o chamado da própria Jerusa e das demais 
testemunhas, Diogo falece em razão dos ferimentos sofridos pela colisão. 
Instaurado o respectivo inquérito policial, após o curso das investigações, o Ministério Público decide 
oferecer denúncia contra Jerusa, imputando-lhe a prática do delito de homicídio doloso simples, na 
modalidade dolo eventual (art. 121 c/c art. 18, I, parte final, ambos do CP). 
Argumentou o ilustre membro do Parquet a imprevisão de Jerusa acerca do resultado que poderia causar 
ao não ligar a seta do veículo para realizar a ultrapassagem, além de não atentar para o trânsito em sentido 
contrário. A denúncia foi recebida pelo juiz competente e todos os atos processuais exigidos em lei foram 
regularmente praticados. Finda a instrução probatória, o juiz competente, em decisão devidamente 
fundamentada, decidiu pronunciar Jerusa pelo crime apontado na inicial acusatória. O advogado de Jerusa 
é intimado da referida decisão em 2 de agosto de 2013 (sexta-feira). 
Atento ao caso apresentado e tendo como base apenas os elementos fornecidos, elabore o recurso cabível 
e date-o com o último dia do prazo para a interposição. 
A simples menção ou transcrição do dispositivo legal não pontua. 
 Gabarito: 
O examinando deverá elaborar um recurso em sentido estrito com fundamento no art. 581, IV, do CPP. A 
petição de interposição deverá ser endereçada ao Juiz da Vara Criminal do Tribunal do Júri. Deverá, o 
 
 
 
20 
29 
examinando, na própria petição de interposição, formular pedido de retratação (ou requerer o efeito 
regressivo/iterativo), com fundamento no art. 589 do CPP. 
Caso não seja feita petição de interposição, haverá desconto no item relativo à estrutura da peça, além 
daqueles relativos aos itens de referida petição. As razões do recurso deverão ser endereçadas ao Tribunal 
de Justiça. 
No mérito, o examinando deve alegar que Jerusa não agiu com dolo e sim com culpa. Isso porque o dolo 
eventual exige, além da previsão do resultado, que o agente assuma o risco pelaocorrência do mesmo, nos 
termos do art. 18, I (parte final) do CP, que adotou, em relação ao dolo eventual, a teoria do consentimento. 
Nesse sentido, a conduta de Jerusa amolda-se àquela descrita no art. 302 do CTB, razão pela qual ela deve 
responder pela prática, apenas, de homicídio culposo na direção de veículo automotor. Em consequência, 
não havendo crime doloso contra a vida, o Tribunal do Júri não é competente para apreciar a questão, razão 
pela qual deve ocorrer a desclassificação, nos termos do art. 419 do CPP. 
Ao final, o examinando deverá elaborar pedido de desclassificação do delito de homicídio simples doloso, para 
o delito de homicídio culposo na direção de veículo automotor (art. 302 do CTB). 
Levando em conta o comando da questão, que determina datar as peças com o último dia do prazo cabível 
para a interposição, ambas as petições (interposição e razões do recurso) deverão ser datadas do dia 9-8-
2013. 
Peça resolvida – Peça prático-profissional 
(III Exame da OAB FGV) No dia 17 de junho de 2010, uma criança recém-nascida é vista boiando em um 
córrego e, ao ser resgatada, não possuía mais vida. Helena, a mãe da criança, foi localizada e negou que 
houvesse jogado a vítima no córrego. Sua filha teria sido, segundo ela, sequestrada por um desconhecido. 
Durante a fase de inquérito, testemunhas afirmaram que a mãe apresentava quadro de profunda depressão 
no momento e logo após o parto. Além disso, foi realizado exame médico legal, o qual constatou que Helena, 
quando do fato, estava sob influência de estado puerperal. À míngua de provas que confirmassem a autoria, 
mas desconfiado de que a mãe da criança pudesse estar envolvida no fato, a autoridade policial representou 
pela decretação de interceptação telefônica da linha de telefone móvel usado pela mãe, medida que foi 
decretada pelo juiz competente. A prova constatou que a mãe efetivamente praticara o fato, pois, em 
conversa telefônica com uma conhecida, de nome Lia, ela afirmara ter atirado a criança ao córrego, por 
desespero, mas que estava arrependida. O delegado intimou Lia para ser ouvida, tendo ela confirmado, em 
sede policial, que Helena de fato havia atirado a criança, logo após o parto, no córrego. Em razão das aludidas 
provas, a mãe da criança foi então denunciada pela prática do crime descrito no art. 123 do Código Penal 
perante a 1ª Vara Criminal (Tribunal do Júri). Durante a ação penal, é juntado aos autos o laudo de necropsia 
realizada no corpo da criança. A prova técnica concluiu que a criança já nascera morta. Na audiência de 
instrução, realizada no dia 12 de agosto de 2010, Lia é novamente inquirida, ocasião em que confirmou ter 
a denunciada, em conversa telefônica, admitido ter jogado o corpo da criança no córrego. A mesma 
testemunha, no entanto, trouxe nova informação, que não mencionara quando ouvida na fase inquisitorial. 
Disse que, em outras conversas que tivera com a mãe da criança, Helena contara que tomara substância 
abortiva, pois não poderia, de jeito nenhum, criar o filho. Interrogada, a denunciada negou todos os fatos. 
Finda a instrução, o Ministério Público manifestou-se pela pronúncia, nos termos da denúncia, e a defesa, 
pela impronúncia, com base no interrogatório da acusada, que negara todos os fatos. O magistrado, na 
mesma audiência, prolatou sentença de pronúncia, não nos termos da denúncia, e sim pela prática do crime 
descrito no art. 124 do Código Penal, punido menos severamente do que aquele previsto no art. 123 do 
mesmo código, intimando as partes no referido ato. 
 
 
 
21 
29 
Com base somente nas informações de que dispõe e nas que podem ser inferidas pelo caso concreto acima, 
na condição de advogado(a) de Helena, redija a peça cabível à impugnação da mencionada decisão, 
acompanhada das razões pertinentes, as quais devem apontar os argumentos para o provimento do recurso, 
mesmo que em caráter sucessivo. 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 1ª VARA DO TRIBUNAL DO JÚRI DA COMARCA... 
Processo n. ... 
HELENA, já qualificada nos autos, por seu procurador infra-assinado, com procuração anexa, vem, 
respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, inconformado com a decisão de pronúncia de fls., 
interpor o presente RECURSO EM SENTIDO ESTRITO, com base no art. 581, IV, do Código de Processo 
Penal. 
Nesse sentido, requer seja recebido o recurso e procedido o juízo de retratação, nos termos do art. 
589 do Código de Processo Penal. Se mantida a decisão, requer seja encaminhado o presente recurso, 
já com as razões inclusas, ao Tribunal de Justiça para o devido processamento. 
Nestes termos, 
Pede deferimento. 
Local..., data... 
Advogado. OAB n. ... 
 
Recorrente: Helena 
Recorrido: Justiça Publica 
Processo n. ... 
RAZÕES DE RECURSO EM SENTIDO ESTRITO 
Egrégio Tribunal de Justiça 
Colenda Câmara 
I – DOS FATOS 
No dia 17 de junho de 2010, um criança recém-nascida é vista boiando em córrego e, ao ser 
resgatada, não possuía mais vida. 
A autoridade policial representou pela interceptação telefônica da linha de telefone móvel de 
Helena. 
O Ministério Público denunciou a recorrente pela prática do crime previsto no art. 123 do Código 
Penal. 
Durante a ação penal foi juntado aos autos o laudo de necropsia realizado no corpo da criança. A 
prova técnica concluiu que a criança já nascera morta. 
Durante a instrução, a testemunha Lia trouxe nova informação, que não mencionara quando ouvida 
na fase inquisitorial. Disse, em outras palavras que tivera com a mãe da criança, Helena contou que 
tomou substância abortiva. 
Interrogada, a recorrente negou os fatos. 
Encerrada a instrução, o Magistrado prolatou sentença de pronuncia, pronunciando a recorrente 
pela pratica do crime previsto no art. 124 do Código Penal. 
II – DO DIREITO 
A) DAS PRELIMINARES 
A.1) Da nulidade da sentença de pronúncia 
O Ministério Publico ofereceu denúncia contra a recorrente pela prática do delito previsto no art. 
 
 
 
22 
29 
123 do Código Penal. O Magistrado proferiu decisão pronunciando a recorrente pela prática do art. 124 
do Código Penal. Todavia, a decisão de pronúncia deve ser anulada. 
Conforme se observa dos autos, a testemunha Lia trouxe nova informação, que não consta na 
denúncia, no sentido de que a recorrente teria contado que ingeriu substância abortiva, razão pela qual 
o Magistrado proferiu decisão de pronúncia pela prática do crime previsto no art. 124 do Código Penal. 
Todavia, o Magistrado violou o disposto no art. 411, § 3º, do Código de Processo Penal, c/c o art. 
3 8 4 d o C ó d i g o d e P r o c e s s o P e n a l , j á q u e , t e n d o e m v i s t a o s u r g i m e n t o d e 
 
fato novo durante a instrução criminal, deveria ter concedido vista para o Ministério Publico aditar a 
denúncia, nos termos do art. 384 do Código de Processo Penal. 
Logo, deve ser declarada a nulidade da decisão de pronúncia. 
A.2) Da prova ilícita 
A autoridade policial representou pela interceptação telefônica, o que foi deferido pelo Magistrado. 
Todavia, trata-se de prova ilícita. 
O crime de infanticídio, previsto no art. 123 do Código Penal, e apenado com detenção. Todavia, nos 
termos do art. 2º, III, da Lei n. 9.296/96, somente e admitida a interceptação telefônica se o fato 
investigado constituir infração penal apenado com reclusão. Além disso, o crime de aborto, previsto no 
art. 124 do Código Penal, também e apenado com detenção. Logo, trata-se de prova ilícita. 
Além disso, a autoridade policial representou pela interceptação telefônica porque “estava 
desconfiado” de que a recorrente estaria envolvida na morte da criança. Logo, não poderia ser admitida 
a interceptação telefônica, porque não havia indícios razoáveis da autoria ou participação da 
requerente na morte da criança, nos termos do art. 2º, I, da Lei n. 9.296/96. 
Por fim, a autoridade policial não esgotou todos os meios de investigação antes de representar pela 
interceptação telefônica, violando o disposto no art. 2º, II, da Lei n. 9.296/96.Logo, a interceptação telefônica se trata de prova ilícita, devendo ser desentranhada dos autos, nos 
termos do art. 157 do Código de Processo Penal. 
A.3) Da prova ilícita por derivação 
A autoridade policial tomou conhecimento da testemunha Lia a partir da interceptação telefônica 
ilícita. Logo, o testemunho de Lia se trata de prova ilícita por derivação, devendo ser desentranhada dos 
autos, nos termos do art. 157, § 1º, do Código de Processo Penal. 
B) DO MÉRITO 
B.1) Da materialidade 
Durante a ação penal, foi juntado aos autos laudo de necropsia realizado no corpo da criança. A prova 
técnica concluiu que a criança já nascera morta. Todavia, não há prova da materialidade do crime de 
aborto, uma vez que a perícia não apontou que a criança faleceu em decorrência de eventual ingestão 
de substância abortiva. 
Logo, a requerente deverá ser absolvida sumariamente, nos termos do art. 415, I, do Código de 
Processo Penal, ou, sucessivamente, ser impronunciada, nos termos do art. 414 do Código de Processo 
Penal. 
 
B.2) Da autoria 
 
 
 
23 
29 
A recorrente sempre negou todos os fatos. O Magistrado se baseou na interceptação telefônica e no 
testemunho de Lia para proferir a sentença de pronuncia. 
Todavia, conforme referido acima, a interceptação telefônica e a testemunha são provas ilícitas, 
devendo ser desentranhadas dos autos, nos termos do art. 157 do Código de Processo Penal. 
Assim, não havendo mais nenhum elemento de prova acerca da autoria, deveria o Magistrado 
proferir sentença de impronuncia ou de absolvição sumaria. 
Logo, a recorrente requer seja reformada a decisão para o fim de que seja proferida decisão de 
absolvição sumaria ou, sucessivamente, de impronuncia. 
III – DO PEDIDO 
Ante o exposto, requer seja conhecido e provido o presente recurso, com a REFORMA DA DECISÃO 
DE 1º GRAU, para o fim de que: 
a) seja declarada a nulidade da decisão de pronuncia; 
b) seja declarada a ilicitude e nulidade da interceptação telefônica, devendo ser desentranhada dos 
autos, nos termos do art. 157 do Código de Processo Penal. 
c) seja declarada a ilicitude e nulidade do testemunho de Lia, porque se trata de prova ilícita por 
derivação, devendo ser desentranhada dos autos, nos termos do art. 157, § 1º, do Código de Processo 
Penal. 
d) seja a recorrente absolvida sumariamente, com base no art. 415, II, do Código de Processo Penal, 
ou subsidiariamente; 
e) seja a recorrente impronunciada, nos termos do art. 414 do Código de Processo Penal. 
Local..., data... 
Advogado. OAB n. ... 
RAZÕES DE RECURSO EM SENTIDO ESTRITO 
Em todas as oportunidades em que cobrou a peça recurso em sentido estrito, a FGV exigiu que o candidato 
fizesse a interposição e, de forma concomitante, já apresentasse as razões de apelação. 
Todavia, se considerado o procedimento previsto para o recurso em sentido estrito, pode-se aventar a 
possibilidade de a FGV cobrar do candidato a peça RAZÕES DE RECURSO EM SENTIDO ESTRITO. 
Isso porque, nos termos do art. 586 do CPP, se não concordar com a decisão proferida, a parte irresignada 
deverá apresentar a petição de interposição de recurso em sentido estrito no prazo de cinco dias. O juiz de 
1º grau fará o primeiro juízo de admissibilidade, recebendo ou não recurso em sentido estrito. Recebendo o 
recurso, o recorrente será intimado para apresentar as respectivas razões de recurso em sentido, no prazo 
de dois dias. 
Ou seja, poderá constar no enunciado que o juiz proferiu decisão e que a parte interpôs recurso em sentido 
estrito, exigindo, após, que o candidato apresente a peça correspondente, qual seja, razões de recurso em 
sentido estrito. 
E, nesse caso, deve-se apresentar a petição de juntada e depois as razões do recurso em sentido estrito. 
 
 
 
24 
29 
1 - Identificação no caso de decisão de pronúncia 
O recurso em sentido estrito é interposto, sendo, na sequência, o recorrente intimado para apresentar as 
respectivas razões. 
2 - Fundamento legal – art. 588, CPP 
 
3 - Prazo 
Conforme o art. 588 do CPP, o prazo para razões de recurso em sentido estrito é de dois dias. 
4 - Conteúdo 
Como visto, em se tratando de recurso em sentido estrito contra decisão de pronúncia, deve-se buscar no 
enunciado informações relacionadas a preliminares e mérito, que, no caso, consiste, basicamente, em 
informações que permitem desenvolver tese envolvendo impronúncia e/ou absolvição sumária e/ou 
desclassificação. 
As teses subsidiárias giram, basicamente, em torno do afastamento da qualificadora e/ou causa de aumento 
de pena. 
5 - Pedido 
Quando se trata de recursos, deve-se formular pedido de REFORMA da decisão e PROVIMENTO do recurso. 
Além disso, no campo destinado aos pedidos, deve-se formular pedido específico para cada uma das teses 
desenvolvidas ao longo da peça. 
Ex.: Se sustentou alguma preliminar, nulidade, por exemplo, deve-se, ao final, formular pedido expresso no 
sentido de que seja declarada a nulidade. 
No que tange ao mérito, o pedido deve guardar relação com a(s) tese(s) invocadas: 
a) impronúncia, com base no art. 414 do Código de Processo Penal; e/ou 
b) absolvição sumária, com base no art. 415 do Código de Processo Penal; e/ou 
c) desclassificação, com base no art. 419 do Código de Processo Penal; 
d) afastar qualificadora e/ou causa de aumento de pena. 
 
 
 
25 
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6 - Modelo de peça 
ESTRUTURA DA PETIÇÃO DE JUNTADA 
A) EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA... VARA CRIMINAL DO TRIBUNAL DO JÚRI DA 
COMARCA... (SE CRIME DOLOSO CONTRA A VIDA DA COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ESTADUAL) 
B) EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA... VARA CRIMINAL DO TRIBUNAL DO JÚRI DA 
SEÇÃO JUDICIÁRIA... (SE CRIME DOLOSO CONTRA A VIDA DA COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL) 
C) EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA... VARA CRIMINAL DA COMARCA... (SE CRIME 
DA COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ESTADUAL) 
D) EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA... VARA CRIMINAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DE... 
(SE CRIME DA COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL) 
Processo n. 
FULANO DE TAL (não inventar dados), já qualificado nos autos, por seu procurador infra-assinado, 
com procuração anexa, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, apresentar as presentes 
RAZÕES DE RECURSO EM SENTIDO ESTRITO, com base no art. 588 do Código de Processo Penal, 
requerendo sejam recebidas, com posterior remessa dos autos ao Egrégio Tribunal de Justiça (ou 
Egrégio Tribunal Regional Federal). 
Nestes termos, 
Pede deferimento. 
Local..., data... 
Advogado. OAB n. ... 
RAZÕES DO RECURSO EM SENTIDO ESTRITO: ENDEREÇAMENTO AO TRIBUNAL 
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO... OU EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL 
Recorrente: Fulano de Tal 
Recorrido: Ministério Público 
Processo n. ... 
RAZÕES DE RECURSO EM SENTIDO ESTRITO 
Egrégio Tribunal de Justiça ou Egrégio Tribunal Regional Federal 
Colenda Câmara ou Colenda Turma (se Justiça Federal) 
I – DOS FATOS 
II – DO DIREITO 
A) DAS PRELIMINARES 
B) DO MÉRITO 
Ex.: Se for RESE contra decisão de pronúncia, seguem hipóteses: 
Mérito para pedido de impronúncia (art. 414 do CPP); 
Mérito para pedido de absolvição sumária (art. 415 do CPP); 
Mérito para pedido de desclassificação (art. 419 do CPP). 
C) SUBSIDIARIEDADE 
* Afastar qualificadora e/ou causa de aumento de pena 
III – DO PEDIDO 
 
 
 
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Ante o exposto, requer seja conhecido e provido o presente recurso, com a REFORMA DA DECISÃO 
DE 1º GRAU, para o fim de que: 
a) sejam reconhecidas as preliminares invocadas; 
b) seja o réu impronunciado, com base no art. 414 do Código de Processo Penal; e/ou 
Seja o réu absolvido sumariamente, com base no art. 415 do Código de Processo Penal; e/ou 
Seja desclassificado o delito, com base no art. 419 do Código de Processo Penal, remetendo-se os 
autos ao juízo competente. 
c) Seja afastada a qualificadora e/ou causa de aumento de pena. 
Local..., data... 
Advogado. OAB n. ... 
CONTRARRAZÕES DO RECURSO EM SENTIDO ESTRITO 
Nos termos do art. 586 do CPP, se não concordarcom a decisão proferida, a parte irresignada deverá 
apresentar a petição de interposição de recurso em sentido estrito no prazo de cinco dias. Após, o juízo a 
quo fará o primeiro juízo de admissibilidade, recebendo ou não recurso em sentido estrito, intimando-se o 
recorrente para apresentar, no prazo de dois dias, as respectivas razões de recurso em sentido estrito, se 
não apresentadas simultaneamente à interposição. 
Na sequência, intima-se o recorrido para oferecer suas contrarrazões ou razões do recorrido, voltada à 
manutenção da decisão recorrida. 
1 - Identificação 
O recurso em sentido estrito é interposto e arrazoado pelo recorrente, sendo, na sequência, o recorrido 
intimado para oferecer as contrarrazões. 
2 - Prazo 
Conforme o art. 588 do CPP, o prazo para contrarrazões é de dois dias. 
3 - Conteúdo 
Deve-se buscar no enunciado informações que permitem desenvolver teses voltadas à manutenção da 
decisão recorrida, bem como refutar os argumentos lançados pelo Ministério Público. 
4 - Competência 
Será o juiz de direito que proferiu a decisão passível de ser atacada via RESE. Pode ser o juiz da Vara Criminal 
comum ou o juiz da Vara Criminal do Júri. 
 
 
 
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Outros endereçamentos possíveis da petição de juntada de razões e contrarrazões são: 
Se a infração penal for de competência da Justiça comum estadual: Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de 
Direito da... Vara Criminal da Comarca de... . 
Se o crime for de competência da Justiça Federal: Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Federal da... Vara 
Criminal da Justiça Federal da Seção Judiciária de... . 
5 - Estrutura da peça 
a) Endereçamento: EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA... VARA DO JÚRI DA 
COMARCA DE... 
b) Identificação das partes: recorrente e recorrido. 
c) Nome da ação e fundamento legal: CONTRARRAZÕES DE RECURSO EM SENTIDO ESTRITO. Art. 588 
do Código de Processo Penal. 
d) Narrativa dos fatos (“Dos Fatos”) 
e) Fundamentação (“Do Direito”) 
f) Pedido: requer seja negado provimento ao recurso em sentido estrito interposto pelo representante 
do Ministério Público, mantendo-se a respeitável decisão atacada. 
g) Fechamento da peça: local, data, Advogado, OAB n. ... . 
6 - Modelo de peça 
A) EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA... VARA CRIMINAL DO TRIBUNAL DO JÚRI DA 
COMARCA... (SE CRIME DOLOSO CONTRA A VIDA DA COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ESTADUAL) 
B) EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA... VARA CRIMINAL DO TRIBUNAL DO JÚRI DA 
SEÇÃO JUDICIÁRIA... (SE CRIME DOLOSO CONTRA A VIDA DA COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL) 
C) EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ... VARA CRIMINAL DA COMARCA... (SE 
CRIME DA COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ESTADUAL) 
D) EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA... VARA CRIMINAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DE... 
(SE CRIME DA COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL) 
(6 a 10 linhas) 
Processo n. ... 
FULANO DE TAL (não inventar dados), já qualificado nos autos, por seu procurador infra-assinado, 
com procuração anexa, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, apresentar as presentes 
CONTRARRAZÕES DE RECURSO EM SENTIDO ESTRITO, com base no art. 588 do Código de Processo 
Penal, requerendo sejam recebidas, mantendo-se a decisão recorrida, conforme o art. 589 do Código 
de Processo Penal, com posterior remessa dos autos ao Egrégio Tribunal de Justiça (ou Egrégio Tribunal 
Regional Federal). 
Nestes termos, 
Pede deferimento. 
Local..., data... 
Advogado. OAB n. ... 
 
 
 
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EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO... OU EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL 
Recorrente: Ministério Público 
Recorrido: Fulano de Tal 
Processo n. ... 
CONTRARRAZÕES DE RECURSO EM SENTIDO ESTRITO 
Egrégio Tribunal de Justiça ou Egrégio Tribunal Regional Federal 
Colenda Câmara Criminal ou Colenda Turma (se Justiça Federal) 
I – DOS FATOS 
II – DO DIREITO 
III – DO PEDIDO 
Ante o exposto, requer o NÃO CONHECIMENTO do recurso e, no mérito, seja IMPROVIDO o recurso 
em sentido estrito interposto, MANTENDO-SE, por conseguinte, a decisão recorrida nos seus exatos 
termos. 
Local..., data... 
Advogado. OAB n. ... 
 
7 - Questão Simulada 
Ivan foi denunciado pela prática de ameaça. O juiz acatou a tese de nulidade do processo, apresentada pela 
defesa em resposta à acusação, pela ausência da formalidade essencial. Contra a decisão que reconheceu a 
nulidade processual, o representante do Ministério Público interpôs recurso em sentido estrito. A respeitável 
decisão do juízo a quo foi mantida em seu juízo de retratação que, em seguida, abriu prazo para a 
manifestação da defesa sobre o recurso interposto pela acusação. 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA... VARA DO JÚRI DA COMARCA DE... . 
(6 linhas) 
Ivan, já qualificado nos autos do Processo-crime n. ..., que lhe move a Justiça Pública, por seu advogado 
infra-assinado, vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, dentro do prazo legal, requerer a 
juntada das inclusas, CONTRARRAZÕES DE RECURSO EM SENTIDO ESTRITO, com fundamento no art. 588 
do Código de Processo Penal, requerendo sejam recebidas, mantendo-se a decisão recorrida, conforme 
art. 589 do Código de Processo Penal, com posterior remessa dos autos ao Egrégio Tribunal de Justiça. 
Termos em que 
pede e espera deferimento. 
 
 
 
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29 
Local..., data... 
Advogado. OAB n. ... 
 
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA 
RECORRENTE: Justiça Pública 
RECORRIDO: Ivan 
Processo n. ... 
CONTRARRAZÕES DE RECURSO EM SENTIDO ESTRITO 
Egrégio Tribunal de Justiça, 
Colenda Câmara, 
Douto Procurador de Justiça. 
Com a devida vênia, não merece prosperar o presente recurso, devendo ser mantida a respeitável 
decisão proferida em favor do recorrido, pelas razões de fato e de direito a seguir expostas. 
I – DOS FATOS 
O recorrido foi denunciado pela prática de (especificar o artigo da lei que prevê o tipo penal em 
espécie). 
O juiz acatou a tese de nulidade do processo, pela ausência da formalidade essencial (especificar a 
nulidade). Contra a decisão que reconheceu a nulidade processual, o representante do Ministério 
Público interpôs recurso em sentido estrito. 
A respeitável decisão do juízo a quo foi mantida em seu juízo de retratação. 
II – DO DIREITO 
Não merece prosperar o recurso em sentido estrito interposto pela acusação (especificar e utilizar 
os argumentos aceitos pelo juiz ao decidir favoravelmente a seu cliente). 
III – DO PEDIDO 
Diante do exposto, requer seja negado provimento ao recurso em sentido estrito interposto pelo 
representante do Ministério Público, mantendo-se a decisão atacada por força de seus próprios e 
sólidos argumentos, como medida de justiça. 
Local..., data... 
Advogado. OAB n. ... 
 
 
	Recurso Em Sentido Estrito - Rese
	1 - Hipóteses De Cabimento
	I - Da sentença que não receber/rejeitar a denúncia ou queixa
	II - Da decisão que concluir pela incompetência do juízo
	III - Da decisão que julgar procedentes as exceções, salvo a de suspeição
	IV - Da decisão que pronunciar
	V - Da decisão que conceder, negar, arbitrar, cassar ou julgar inidônea a fiança, indeferir requerimento de prisão preventiva ou revogá-la, conceder liberdade provisória ou relaxar a prisão em flagrante
	VI - (REVOGADO)
	VII - Da decisão que julgar quebrada a fiança ou perdido o seu valor
	VIII - Da decisão que decreta a prescrição ou julga, por outro modo, extinta a punibilidade do acusado
	IX - Da decisão que indeferir pedido de extinção de punibilidade
	X - Da decisão que conceder ou negar a ordem de habeas corpus
	XIII - Da decisão que anular a instrução criminal no todo ou em parte
	XIV - Da decisão que incluir ou excluir jurado na lista geral
	XV - Da decisão que denegar a apelação ou julgá-la deserta
	XVI - Que ordenar a suspensão do processo, em virtude de questão prejudicial
	XVII - Que decidir o incidente de falsidade
	XVII - Que recusar homologação à proposta de acordo de não persecução penal, previsto no art. 28-A desta Lei.
	2 - Prazo
	3 - Legitimidade
	4 - Competência Para O Julgamento
	5 - EfeitoRegressivo
	Recurso Em Sentido Estrito: Contra Decisão De Pronúncia
	1 - Fundamento legal
	2 - Identificação da peça
	3 - Conteúdo
	4 - Estrutura do Recurso em Sentido Estrito
	5 - Modelo De Peça
	Razões De Recurso Em Sentido Estrito
	1 - Identificação no caso de decisão de pronúncia
	2 - Fundamento legal – art. 588, CPP
	3 - Prazo
	4 - Conteúdo
	5 - Pedido
	6 - Modelo de peça
	Contrarrazões Do Recurso Em Sentido Estrito
	1 - Identificação
	2 - Prazo
	3 - Conteúdo
	4 - Competência
	5 - Estrutura da peça
	6 - Modelo de peça
	7 - Questão Simulada

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