Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Desinfecção Cap 13 – Libânio 2010 Filtração em Membrana • Emprego da tecnologia de membranas (micro e ultrafiltração) no saneamento básico teve início na década de 90 • Eficiência plenamente satisfatória Desinfecção • Última etapa do tratamento convencional • Caso as etapas de potabilização não tenham cumprido com a redução do número de microrganismos cabe à desinfecção inativar os microrganismos patogênicos, além da prevenção de proliferação. Desinfecção • Necessidade de controle microbiológicos • Microrganismos responsáveis por: – Febre tifoide – Sabor e odor na água – Corrosão de estruturas (concreto e metais) Características hidrobiológicas Bactérias Vírus Protozoários Vermes Algas Desinfecção Inativação: pela ação de desinfetante, o objetivo é tornar os microrganismos incapazes de se reproduzirem ou de transmitir enfermidades, inativando-os. Remoção: retirada do microrganismo da massa liquida (etapas anteriores a desinfecção) Desinfecção: agentes germicidas; (cloro), Radiação ultravioleta (UV) Agentes químicos • Cloro • Dióxido de cloro • Peróxido de hidrogênio • Ácido acético • Bromo • Iodo • Permanganato de potássio • Cloreto de bromo • ozônio Agentes físicos • Energia de radiação – UV – Radiação gama – Radiação solar – fervura Objetivo do sistema de abastecimento • Máximo desempenho do sistema • Menor custo global • Atendimento ao padrão de potabilidade • Atendimento às condições sanitárias para minimizar riscos de transmissão de doenças • Minimização de formação de subprodutos • Máxima eficiência do desinfetante (considerando a variação das características da água e do tempo de contato) Fatores intervenientes na eficiência da desinfecção • Desinfetante • Da água • Tipo de microrganismo a ser inativado • Da instalação • Turbidez • Presença de matéria orgânica (cor) • Presença de compostos inorgênicos (ferro, manganês) • Temperatura da água • pH Fatores intervenientes na eficiência da desinfecção - Água Turbidez Eficiência da desinfecção Fatores intervenientes na eficiência da desinfecção - Instalação • Tempo de contato • Dosagem • homogeneidade Origem Indicador Padrão Água para consumo humano Coliformes fecais AUSÊNCIA em amostras 100 mL Água para consumo humano coletada na entrada da rede de distribuição Coliformes totais AUSÊNCIA em amostras 100 mL Água para consumo humano coletadas em redes de distribuição com tratamento Coliformes totais AUSÊNCIA em 95% das amostras de 100 mL (*) Água para consumo humano coletadas em redes de distribuição sem tratamento Coliformes totais AUSÊNCIA em 98% das amostras de 100 mL (**) Água para consumo humano coletadas de poços, minas, fontes e nascentes Coliformes totais AUSÊNCIA em 95% das amostras de 100 mL (***) Água para consumo humano Bactérias heterotróficas NÃO EXCEDER 500 UFC/ml em amostras 100 mL (****) (*) Nos 5% restantes tolera-se até 3 Coliformes Totais, desde que não ocorra em duas amostras consecutivas coletadas no mesmo ponto. (**) Nos 2% restantes tolera-se até 3 Coliformes Totais, respeitadas as mesmas condições do item anterior. (***) Nos 5% restantes tolera-se até 10 Coliformes Totais, respeitadas as mesmas condições do item anterior. (****) UFC = Unidades Formadoras de Colônias. Contagem realizada em 20% das amostras coletadas no mês. Características Bacteriológicas do Padrão de Potabilidade (Portaria 36 GM/90) Características Bacteriológicas do Padrão de Potabilidade (Portaria 1469/2000) (1) Valor Máximo Permitido (2) Água para consumo huimano em toda e qualquer situação, incluindo fontes individuais como poços, minas, nascentes, dentre outras;. (3) a detecção de Escherichia coli deve ser preferencialmente adotada Coliformes termotolerantes: subgrupo das bactérias do grupo coliforme que fermentam a lactose a 44,5 +/- 0,2oC em 24 horas; tendo como princiapl representante a Escherichia coli , de origem exclusivamente fecal Parâmetro VMP (1) Água para consumo humano (2) Escheríchia coli ou coliformes termotolerantes (3) Ausência em 100ml Água na saída do tratamento Coliformes totais Ausência em 100ml Água tratada no sistema de distribuição (reservatórios e rede) Escheríchia coli ou coliformes termotolerantes (3) Ausência em 100ml Coliformes totais Sistemas que analisam 40 ou mais amostras por mês: Ausência em 100 ml em 95% das amostras examinadas no mês; Sistemas que analisam menos de 40 amostras por mês: Apenas uma amostra poderá apresentar mensalmente resultado positivo em 100 ml Portaria MS n.º 518/2004 Fluoretação • Adição de flúor com objetivo de prevenção de cárie • ajustar a água deficiente em fluoreto para o nível recomendado para a saúde dental ideal. • Os fluoretos que são utilizados – fluoreto de sódio, – fluorsilicato de sódio – ácido fluorsilícico. • Desde 1974 a agregação de F ao tratamento das águas de abastecimento (fluoretação das águas) é obrigatória no Brasil, “ onde exista estação de tratamento de água ”, com base na Lei Federal nº 6.050, de 24/5/1974 (BRASIL, 1974), regulamentada pelo Decreto nº 76.872, de 22/12/1975. • O Rio Grande do Sul foi o primeiro estado brasileiro onde se estabeleceu, mediante lei, em 18 de junho de 1957, a obrigatoriedade da fluoretação das águas Biossegurança • Os cuidados de biossegurança envolvidos com a fluoretação das águas dizem respeito, basicamente, à estocagem dos produtos uma vez que, dada a concentração em que são armazenados, podem causar danos aos manipuladores. Observações • eficiência de 14% na redução da cárie dentária em crianças • constitui requisito de vigilância, sendo medida altamente recomendável • A efetividade da medida depende da continuidade da sua execução, durante anos seguidos, e da manutenção do teor adequado de flúor. O teor adequado e a variação aceitável são definidos de acordo com a variação da temperatura no local (Gallagan e Vermillion,1957) • Regulamentado pela Resolução MS-GM-518, de 25/3/2004 (BRASIL, 2004a). O Valor Máximo Permitido – VMP de fluoreto é 1,5 ppm, ou seja, 1,5 mg de fluoreto por litro de água • Na maior parte do território brasileiro, contudo, o teor ideal de flúor na água é 0,7 ppm ou 0,7 mg/L, na região sul é de 0,8 ppm ou 0,8 mg/L Qual é a origem do ferro (Fe) e do manganês (Mn) na água? • A característica das águas subterrâneas é fortemente influenciada pelo tipo de solo através dos quais ela percola • Pelo lançamento de resíduos industriais • Pela dissolução de minérios de ferro (hematita, siderita) e minerais contendo manganês • Pela decomposição anaeróbica de matéria orgânica (águas de pH baixo e alto teor de gás carbônico) 05/08/2015 20 Águas contendo ferro e manganês Ferro: • Esta presente em quase todas as águas subterrâneas em concentrações relativamente baixas (< 0,3 mg/L) • Em situações muito específicas, a concentração de ferro pode ser superior, atingindo valores próximos de 15 mg/L – Favorecimento de aparecimento de ferrobactérias Manganês: • Geralmente associado ao ferro, ocorre em teores abaixo de 0,2 mg/L 05/08/2015 21 À partir do momento que uma água é retirada de sua fonte natural, onde ela se encontra em estado de equilíbrio e é tratada para abastecimento público, ela normalmente é exposta a bombeamento, aeração e reações químicas diversas, que pode levar à sua desestabilização, criando oportunidades de corrosão ouincrustação nas canalizações em todo o seu percurso (Coimbra et al,1998). 05/08/2015 22 Processos Possíveis para o Tratamento da água (Fe e Mn) – processo de oxidação, para a formação do precipitado é o mais apropriado, e pode ser viabilizado através de processos de aeração ou de oxidações químicas – processo de aeração conjugado ao uso de oxidantes – Uso de Zeólita OBS: Em oxidação e aeração é necessário o uso de : • Filtração ou com sedimentação e filtração para remoção dos sólidos • A escolha do processo de remoção de ferro/manganês dependerá da forma como as impurezas se apresentarem 05/08/2015 23 Instalação típica de remoção de ferro/manganês Fonte: Richter,1991 05/08/2015 24 Processo de Oxidação • O aerador de tabuleiro, é o mais indicado para a adição de oxigênio e consequentemente oxidação de compostos ferrosos ou manganosos • A oxidação do ferro com oxigênio é relativamente rápida para valores de pH próximos à neutralidade ou ligeiramente alcalinos • A oxidação do manganês é mais difícil, sendo adequado a utilização de pH alcalino • O uso de oxigênio ou ar só é indicado quando não há material orgânico na água com Fe/Mn 05/08/2015 25 Processos a serem considerados para um projeto de oxidação • Seleção do agente de oxidação adequado • Determinação da dosagem do agente de oxidação • Garantia do tempo mínimo de contato • Promoção e remoção do material precipitado 05/08/2015 26 Podem ser utilizados os seguintes oxidantes: • Oxigênio ou ar • Cloro e derivados • Permanganato de potássio • Ozônio • Peróxido de hidrogênio • Alcalinizantes 05/08/2015 27 Quantidade estequiométrica para oxidação Oxidante Dosagem mg/mg Ferro Manganês Oxigênio 0,14 0,29 Cloro (Cl2) 0,63 1,29 Permanganato de Potássio 0,94 1,92 Ozônio 0,43 0,87 Peróxido de Hidrogênio 0,30 0,62 05/08/2015 28 Processo de Aeração Introdução de ar na massa de líquido seguida de filtração, sedimentação e filtração Sedimentação: utilização da força da gravidade para separar partículas de densidade superior a da água, depositando-as em uma superfície ou zona de armazenamento Filtração: separação sólido-líquido 05/08/2015 29 Filtração ferro/manganês • Predominantemente nos filtros rápidos • através de um meio filtrante à base de zeólitos naturais e sintéticos ativados, onde a remoção desses metais se daria pelo processo de oxidação e adsorção. (Prianti Jr, et al., 2003) 05/08/2015 30 Zeólitos • são compostos por tetraedros SiO4 e AlO4 conectados pelos átomos de oxigênio dos vértices. Uma das principais diferenças entre um zeólito e qualquer outra peneira molecular é o fato de que a estrutura de um zeólito tem que ser obrigatoriamente cristalina, enquanto que a estrutura de outras peneiras moleculares não são • Adequado para sistemas de pequeno porte 05/08/2015 31 32 Composição química do zeólito • A maioria das estruturas zeolíticas pode ser sintetizada dentro de uma faixa bastante extensa de razão silício/alumínio • Quanto maior o número de alumínios, maior a capacidade de trocador iônico para o zeólito • para ocorrer a troca iônica usa-se uma solução aquosa contendo um sal do cátion de interesse, facilitando o processo com aumento da temperatura e agitação 05/08/2015 Tratamento da ferrobactéria • Problema de encrustação: – Nos canos – nas colunas filtrantes – nas bombas • saúde publica • Tratamento : – desinfetantes, ácidos e surfactantes – desincrustante a base de orto-fosfatos de sódio 05/08/2015 33 34 Metodologia desenvolvida por FREITAS, INEZ & JOROSKI (2002) foi: • aplicação inicial de um bactericida de contato para tratamento de choque nas bactérias, com recirculação da solução dentro do poço com a própria bomba instalada, durante 30 min • aplicação de produto a base de orto fosfatos de sódio para limpeza e desincrustação do poço, com recirculação da solução durante 90 minutos • descarte da solução durante 60 minutos, ou até o retorno do pH da água às condições iniciais • dosagem constante no poço com um bactericida para tratamento preventivo, através de uma bomba dosadora ligada em paralelo com o conjunto moto bomba submerso instalado 05/08/2015 Resíduo (Lodo) da ETA Antes de iniciar o tratamento dos resíduos gerados pelas ETAs, deve-se realizar um estudo com a finalidade de reduzir sua quantidade, como, por exemplo, mudanças no tipo de coagulante, no sistema de lavagem dos filtros e outras que só serão realizadas após o conhecimento do funcionamento da ETA (Di Bernardo, 2002) Os principais resíduos gerados em ETA a partir dos processos tradicionais de tratamento são: – as águas de lavagem dos filtros – os lodos dos decantadores; e – os rejeitos de limpeza dos tanques de produtos químicos 05/08/2015 35 Condicionamento/destinação final do Lodo contendo Fe e Mn O condicionamento é um processo preparatório, no qual produtos químicos (coagulantes, polieletrólitos etc.) são adicionados ao lodo, visando aumentar a captura de sólidos no processo de tratamento (Santos, 2003) • em decantadores podendo permanecer retido por um longo período (meses) ou por um curto período dependo da forma de tratamento empregado 05/08/2015 36 Destinação do lodo resultante de ETA contendo (Fe) e (Mn • Despejo in natura em corpos hídricos (comprometimento da estabilidade da vida aquática )ou na rede da ETE • Recuperação de áreas degradadas • Dependendo da temperatura de queima, pode ser misturado com a massa cerâmica para produzir tijolos maciços 05/08/2015 37 Utilização do lodo - Vegetação Fonte: Bittencourt – Sanepar , 2008 05/08/2015 38 39 Conclusões e Recomendações • No Brasil, a realidade de descarte dos resíduos de ETAs e ETEs nos corpos hídricos estão passando por alterações desde a última década, esse fato decorre dos incentivos governamentais aos municípios, dos legais e da pressão externa • Recomenda-se que no processo de destinação final da torta proveniente de ETA seja observado os seguintes itens: – Código de águas – Direito Ambiental – Deliberações do Comitê de Bacias Hidrográficas – Análise de Risco Ambiental – Avaliação dos Impactos Ambientais – PDOT – Plano Municipal de Saneamento – PMS – Monitoramento da área de disposição do resíduo – Recomenda-se a formação de parceria com as academias para realização de pesquisas – Recomenda-se a destinação da torta/lodo para o reflorestamento de eucalipto como fonte de biomassa 05/08/2015 Referências FREITAS, Carlos Alberto de; INEZ, Gildo Batista; JOROSKI, Rogério. PROJETO PILOTO DE COMBATE ÀS FERRO BACTÉRIAS EM POÇOS TUBULARES NO AQUÍFERO ALUVIONAR DE AMARO LANARI NO VALE DO AÇO - MG. In: 12º CONGRESSO BRASILEIRO DE ÁGUAS SUBTERRÂNEAS, 2002, Florianópolis: Dnpm, 2002. p. 01 - 17. PRIANTI JúNIOR, Nelson et al. Remoção e Controle de Ferro e Manganês em águas para consumo humano. Disponível em: <www.semasa.sp.gov.br/admin/biblioteca/docs/.../35Assemae032.pdf>. Acesso em: 26 nov. 2011. BRESAOLA JUNIOR, Ruben; SAMPAIO, Caio Antônio Do Amaral. REMOÇÃO DE FERRO E MANGANÊS PELO TRATAMENTO DE ÁGUAS DE ABASTECIMENTO COM PERMANGANATO DE POTÁSSIO. Disponível em: <www.bvsde.paho.org/bvsaidis/caliagua/mexico/02152p04.>. Acesso em: 26 nov. 2011. VIANA, Marcos Rocha. Hidráulica aplicada às estações de tratamento de água. 4. ed. Belo Horizonte: Imprimatur, 2002. 576 p. RICHER, Carlos A.; AZEVEDO NETO, José M. de. Tratamento de água:tecnologia atualizada. São Paulo: Blucher, 1991. 332 p. Di BERNARDO, L.; Di BERNARDO, A.; CENTURIONE FILHO, P. L.. Ensaios de tratabilidade de água e dos resíduos gerados em Estações de Tratamento de Água. São Carlos: Rima, 2002. BITTENCOURT, Simone et al. Uso do lodo de ETA na recuperação de áreas degradadas. Disponível em: <site.sabesp.com.br/.../Simone%20Bittencourt%20-%20Sanepar.pdf>. Acesso em: 27 nov. 2011. 05/08/2015 40
Compartilhar