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SNúcleo de Educação a Distância
GRUPO PROMINAS DE EDUCAÇÃO
Diagramação: Rhanya Vitória M. R. Cupertino
PRESIDENTE: Valdir Valério, Diretor Executivo: Dr. Willian Ferreira.
O Grupo Educacional Prominas é uma referência no cenário educacional e com ações voltadas para 
a formação de profissionais capazes de se destacar no mercado de trabalho.
O Grupo Prominas investe em tecnologia, inovação e conhecimento. Tudo isso é responsável por 
fomentar a expansão e consolidar a responsabilidade de promover a aprendizagem.
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Prezado(a) Pós-Graduando(a),
Seja muito bem-vindo(a) ao nosso Grupo Educacional!
Inicialmente, gostaríamos de agradecê-lo(a) pela confiança 
em nós depositada. Temos a convicção absoluta que você não irá se 
decepcionar pela sua escolha, pois nos comprometemos a superar as 
suas expectativas.
A educação deve ser sempre o pilar para consolidação de uma 
nação soberana, democrática, crítica, reflexiva, acolhedora e integra-
dora. Além disso, a educação é a maneira mais nobre de promover a 
ascensão social e econômica da população de um país.
Durante o seu curso de graduação você teve a oportunida-
de de conhecer e estudar uma grande diversidade de conteúdos. 
Foi um momento de consolidação e amadurecimento de suas escolhas 
pessoais e profissionais.
Agora, na Pós-Graduação, as expectativas e objetivos são 
outros. É o momento de você complementar a sua formação acadêmi-
ca, se atualizar, incorporar novas competências e técnicas, desenvolver 
um novo perfil profissional, objetivando o aprimoramento para sua atu-
ação no concorrido mercado do trabalho. E, certamente, será um passo 
importante para quem deseja ingressar como docente no ensino supe-
rior e se qualificar ainda mais para o magistério nos demais níveis de 
ensino.
E o propósito do nosso Grupo Educacional é ajudá-lo(a) 
nessa jornada! Conte conosco, pois nós acreditamos em seu potencial. 
Vamos juntos nessa maravilhosa viagem que é a construção de novos 
conhecimentos.
Um abraço,
Grupo Prominas - Educação e Tecnologia
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Olá, acadêmico(a) do ensino a distância do Grupo Prominas!
É um prazer tê-lo em nossa instituição! Saiba que sua escolha 
é sinal de prestígio e consideração. Quero lhe parabenizar pela dispo-
sição ao aprendizado e autodesenvolvimento. No ensino a distância é 
você quem administra o tempo de estudo. Por isso, ele exige perseve-
rança, disciplina e organização. 
Este material, bem como as outras ferramentas do curso (como 
as aulas em vídeo, atividades, fóruns, etc.), foi projetado visando a sua 
preparação nessa jornada rumo ao sucesso profissional. Todo conteúdo 
foi elaborado para auxiliá-lo nessa tarefa, proporcionado um estudo de 
qualidade e com foco nas exigências do mercado de trabalho.
Estude bastante e um grande abraço!
Professora: Adriana Penna
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O texto abaixo das tags são informações de apoio para você ao 
longo dos seus estudos. Cada conteúdo é preprarado focando em téc-
nicas de aprendizagem que contribuem no seu processo de busca pela 
conhecimento.
Cada uma dessas tags, é focada especificadamente em partes 
importantes dos materiais aqui apresentados. Lembre-se que, cada in-
formação obtida atráves do seu curso, será o ponto de partida rumo ao 
seu sucesso profisisional.
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 CAPÍTULO 01
INTRODUÇÃO
21Crescimento Demográfico _____________________________________
 CAPÍTULO 02
POPULAÇÃO MUNDIAL
Demografia, Regimes Demográficos, Crescimento Vegetativo __ 20
Estrutura Etária, Pirâmides Etárias ______________________________ 23
21Teorias Demográficas __________________________________________
Mortalidade e Natalidade nos Países Desenvolvidos e Subdesen-
volvidos _______________________________________________________ 28
 CAPÍTULO 03
POPULAÇÃO BRASILEIRA
Características Gerais _________________________________________ 33
Crescimento, Distribuição e Estrutura Etária ____________________ 35
Formação Étnica: Cor da Pele _________________________________ 37
Indicadores Sociais ____________________________________________ 38
Índice de Desenvolvimento Humano - IDH ____________________ 45
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 CAPÍTULO 04
MOVIMENTOS MIGRATÓRIOS
 CAPÍTULO 05
RECENSEAMENTOS
Referências __________________________________________________ 60
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Estudar geografia é uma forma de compreender o mundo em que 
vivemos. Por meio deste estudo, podemos entender melhor o local em que 
moramos – seja uma cidade, seja uma área rural – e o nosso país, assim 
como os demais países. O campo de preocupações da geografia é o es-
paço da sociedade humana, onde homens e mulheres vivem e, ao mesmo 
tempo, produzem modificações que o (re)constroem permanentemente.
Indústrias, cidades, agricultura, rios, solos, climas, populações: 
todos esses elementos – além de outros – constituem o espaço geográ-
fico, isto é, o meio ou a realidade material em que a humanidade vive e 
do qual é parte integrante.
Tudo neste espaço depende do ser humano e da natureza, 
esta última é fonte primeira de todo o mundo real. A água, a madeira, o 
petróleo, o ferro, o cimento e todas as outras coisas que existem nada 
mais são que aspectos da natureza. Mas o ser humano reelabora esses 
INTRODUÇÃO
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elementos naturais ao fabricar o plástico com o petróleo, ao represar 
rios e construir usinas hidrelétricas, ao aterrar pântanos e edificar ci-
dades, ao inventar velozes aviões para encurtar as distâncias. Assim, 
o espaço geográfico não é apenas o local de morada da sociedade 
humana, mas principalmente uma realidade que é a cada momento (re)
construída pela atividade do ser humano .
As modificações que a sociedade humana produz em seu es-
paço são hoje mais intensas que no passado.
Tudo o que nos rodeia se transforma rapidamente. Com a in-
terligação entre todas as partes do globo e com o desenvolvimento dos 
transportes e das comunicações, passa a existir um mundo cada vez 
mais unitário. Pode-se dizer que, em nosso planeta, há uma única so-
ciedade humana, embora seja uma sociedade plena de desigualdades 
e diversidades.
Os mundos ou sociedades isoladas, que viviam sem manter re-
lações com o restante da humanidade, cederam lugar ao espaço global 
da sociedade moderna.
Na atualidade, não existe nenhum país que não dependa dos de-
mais, seja para o suprimento de parte das suas necessidades materiais, 
seja pela internacionalização da tecnologia, da arte, dos valores, da cultura. 
Uma guerra civil, fortes geadas com perdas agrícolas, a construção de um 
novo tipo de computador, a descoberta de enormes jazidas petrolíferas, 
enfim, um acontecimento importante que ocorra numa parte qualquer da 
superfície terrestre provoca repercussões em todo o conjunto do globo.
Muito do que acontece em áreas distantes acaba nos afetando 
de uma forma ou de outra, mesmo que não tenhamos consciência dis-
so. Não vivemos mais em aldeias relativamente independentes, como 
nossos antepassados longínquos, mas num mundo interdependente erecalculado para os anos anteriores, a partir de 1975. Aos poucos, 
o IDH tornou-se referência mundial. É um índice-chave dos Objetivos de 
Desenvolvimento do Milênio das Nações Unidas e, no Brasil, tem sido 
utilizado pelo governo federal e por administração Índice de Desenvol-
vimento Humano Municipal (IDH-M), que pode ser consultado no Atlas 
do Desenvolvimento Humano no Brasil, um banco de dados eletrônico 
com informações socioeconômicas sobre os 5.507 municípios do país, 
os 26 Estados e o Distrito Federal.
Até 2009, o IDH usava os três índices seguintes como critério 
de avaliação:
1) Índice de educação – para avaliar a dimensão da educação, 
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o cálculo do IDH considera dois indicadores. O primeiro, com peso dois, 
é a taxa de alfabetização de pessoas com 15 anos ou mais de idade, na 
maioria dos países, uma criança já concluiu o primeiro ciclo de estudos 
(no Brasil, o Ensino Fundamental) antes dessa idade. Por isso a medi-
ção do analfabetismo se dá, tradicionalmente, a partir dos 15 anos. O 
segundo indicador é a taxa de escolarização, somatório das pessoas, 
independentemente da idade, matriculadas em algum curso, seja ele 
fundamental, médio ou superior, dividido pelo total de pessoas entre 
7 e 22 anos da localidade. Também entram na contagem os alunos do 
supletivo, de classes de aceleração e de pós-graduação universitária.
2) Longevidade – O item longevidade é avaliado considerando 
a expectativa de vida ao nascer. Esse indicador mostra a quantidade de 
anos que uma pessoa nascida em uma localidade, em um ano de refe-
rência, deve viver. Reflete as condições de saúde e de salubridade no 
local, já que o cálculo da expectativa de vida é fortemente influenciado 
pelo número de mortes precoces.
3) Renda – A renda é calculada tendo como base o PIB per 
capita (por pessoa) do país. Como existem diferenças entre o custo de 
vida de um país para o outro, a renda medida pelo IDH é em dólar PPC 
(Paridade do Poder de Compra), que elimina essas diferenças.
Resumindo: o IDH é um índice usado para medir o desenvolvi-
mento de um país.
Classificação de acordo com o IDH (leva em consideração a 
classificação, ranking): 
• 25% de menor IDH – desenvolvimento humano baixo (geral-
mente países pobres).
• 25% acima dos de menor IDH – desenvolvimento humano 
médio (geralmente países em processo de desenvolvimento).
• 25% abaixo dos países de melhor IDH – desenvolvimento 
humano alto (geralmente países em rápido processo de crescimento 
econômico - emergentes).
• 25% de melhor IDH – desenvolvimento humano muito alto 
(geralmente países ricos e bem desenvolvidos). 
De acordo com dados para 2010, o IDH do Brasil é 0,699. Em-
bora apresente deficiências no sistema educacional, o IDH do Brasil é 
considerado de alto desenvolvimento humano, pois o país vem apre-
sentando bons resultados econômicos e sociais. A expectativa de vida 
em nosso país também tem aumentado, colaborando para a melhoria 
do índice nos últimos anos. 
No relatório divulgado pelo PNUD, em 2010, ocorreram mu-
danças na metodologia, fato que impede a comparação com índices 
dos anos anteriores. A principal mudança foi a substituição do PIB (Pro-
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duto Interno Bruto) pela Renda Nacional no cálculo do índice. Outra 
mudança foi a substituição do índice de alfabetização da população de 
um país pelos anos médios de estudo. (http://www.pnud.org.br/idh/)
De acordo com o ranking anual de IDH (Índice de Desenvolvi-
mento Humano) realizado pela ONU (Organização das Nações Unidas), 
mesmo o Brasil obtendo uma nota abaixo da média da América Latina, que 
foi de 0,704, sua média ainda é superior à mundial, que alcançou 0,624.
O Chile é o país latino-americano mais bem colocado, no 45º 
lugar e nota de 0,783, seguido pela Argentina (46º). Na América Latina, 
o Brasil também aparece atrás do Uruguai (52º), Panamá (54º), México 
(56º), Trinidad e Tobago (59º). Costa Rica (62º) e Peru (63º).
A mudança de metodologia provocou alterações importantes 
no ranking dos países. A França caiu de 8º para 14º, enquanto Israel 
perdeu 12 posições e recuou de 15º para 27º. Por outro lado, o pequeno 
principado de Liechtenstein, que no ano passado era o 19º, na versão 
2010 do levantamento figura em sexto.
Após figurar em 13º no ano passado, os Estados Unidos subi-
ram para a 4ª colocação, à frente do Canadá – país vizinho e tido como 
exemplo de desenvolvimento no mundo.
Cuba, que em 2009 figurava em 51º lugar, não aparece na lista 
deste ano, devido à mudança de metodologia (o país não teria os indi-
cadores requisitados pela ONU para compor o índice).
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S Segundo Oliva e Giansanti (2001, p. 190), as migrações popu-
lacionais referem-se aos deslocamentos de populações entre regiões 
de um mesmo país ou entre países. [...] Com a tendência mundial a uma 
estabilização do crescimento vegetativo das populações, as migrações 
estão se constituindo no elemento mais importante da vida de grandes 
contingentes populacionais. 
Tal deslocamento pressupõe causas estruturais. Ainda que exis-
tam causas político-ideológicas, naturais, religiosas, psicológicas e bélicas, 
as causas econômicas, ao longo da História, têm sido predominantes.
Todo movimento migratório pressupõe a relação entre duas áreas:
MOVIMENTOS MIGRATÓRIOS
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Outras causas que colocam milhões de pessoas em movimen-
to são:
a) Perseguições políticas, religiosas ou étnicas. 
b) Guerras. 
c) Desastres naturais (cheias, secas, vulcões em erupção). 
d) Estagnação econômica. 
Da mesma forma, para que outras áreas possam se constituir 
em lugares de atração devem apresentar, entre outras: 
a) Expansão das atividades econômicas. 
b) Tolerância política, ideológica, religiosa ou racial. 
c) Dinamismo econômico. 
d) Estímulos por parte do Estado. 
Podemos classificar os movimentos migratórios segundo al-
guns aspectos. Entre eles merecem destaque: 
 
Quanto ao Tipo: 
a) Espontâneo ou voluntário - Quando a decisão da saída parte 
do próprio sujeito. Exemplos: Italianos, alemães, espanhóis que vieram 
para a América. 
b) Forçado - Quando o sujeito é obrigado a migrar. Exemplo: 
Tráfico de escravos africanos. 
c) Controlado - Quando a migração faz parte da política de um 
Estado que atua regulando o fluxo de pessoas tanto para fora quanto 
para dentro de suas fronteiras. Subdivide-se em: 
1. Restringido - Quando o Estado impõe restrições, dificultando 
a imigração. 
Exemplo: A política atual de imigração dos EUA. 
2. Estimulado - Quando o Estado possibilita o fluxo migratório 
tanto interno quanto externamente (entrada de estrangeiros). Exemplo: 
A migração estrangeira para as fazendas de café no Brasil.
Quanto ao Espaço de Movimentação: 
a) Internos ou Nacionais - Quando o indivíduo muda de cidade, 
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estado ou região, mas não sai de seu país de origem. Exemplo: Migra-
ção de nordestinos para São Paulo. 
b) Externos ou Internacionais - Quando acontece migração en-
tre países. Exemplo: Migração de mexicanos para os EUA. 
Confusão de Movimentos
Muitas vezes, porém, esses movimentos se confundem. Há ca-
sos em que o migrante desloca-se diretamente da área rural de um país 
(Argélia, Marrocos e Tunísia) para Paris ou para alguma grande cidade 
da Espanha. Nesse exemplo, a migração é, ao mesmo tempo, rural-ur-
bana e internacional. 
Quanto ao Tempo de Duração: 
a) Temporário - Nesse tipo de migração, a saída é por tem-
po determinado, ou seja, já existe a intenção de retorno. Exemplo: Um 
turista em férias ou um profissionalque vai ao exterior para fazer um 
curso de especialização. 
1. Movimento Pendular - Tipo de migração diária na qual os tra-
balhadores de um grande centro urbano saem do subúrbio (periferia) para 
o local de trabalho (centro) ao amanhecer, e de lá regressam ao anoitecer. 
2. Transumância - Migração periódica (sazonal) e reversível 
(ida e volta). Exemplo – Por ocasião da colheita da cana-de-açúcar, 
muitos sertanejos migram para a zona da mata nordestina, de lá retor-
nando ao finalizarem os trabalhos. 
b) Definitivo - Quando o sujeito não quer ou não pode mais 
retornar ao seu lugar de origem. Exemplo: Os negros africanos trazidos 
como escravos para a América.
As motivações e as consequências dos processos migratórios 
são múltiplas. Seguramente, os movimentos modernos, em grande es-
cala, resultam da modernização das sociedades. Mas vistos mais de 
perto, notaremos que os deslocamentos populacionais variaram de in-
tensidade, de ritmo e de direção ao longo dos séculos XIX e XX. Porém, 
jamais as discussões em torno dos fluxos migratórios foram tão inflama-
das como atualmente. Além da magnitude de seus fluxos, são muitas as 
polêmicas e os conflitos que têm ocorrido nos países receptores. Muito 
se tem discutido sobre os prováveis efeitos no mercado e na economia 
dos países que recebem migrantes e, por outro lado, sobre o significado 
dos contatos entre universos culturais distintos.
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FLUXO IMIGRATÓRIO - A taxa de crescimento populacional é 
composta pelo crescimento vegetativo e pela entrada de imigrantes. O 
Brasil, desde o início de sua colonização, recebeu grandes contingentes 
populacionais. No Período Colonial, esse contingente foi quase exclusi-
vamente de portugueses e de negros.
A partir da última década do século XIX, vieram europeus de 
várias nacionalidades (principalmente italianos, alemães e espanhóis) 
para substituir a mão-de-obra escrava nas fazendas de café. Calcula-se 
que, desde aquela época até hoje, entraram no Brasil cerca de 4,5 mi-
lhões de imigrantes. 
FLUXO EMIGRATÓRIO - Nos últimos vinte anos, todavia, em 
decorrência das prolongadas crises socioeconômicas e da redução das 
oportunidades no mercado de trabalho, houve um importante fluxo emi-
gratório. Trata-se de uma emigração de natureza econômica: os brasileiros 
buscam melhores condições de emprego nos países ricos. Hoje, mais de 
2 milhões de brasileiros moram no exterior. Desse total, mais de 200 mil 
estão no Japão, os chamados decasséguis (filhos e netos de japoneses 
que vão trabalhar no Japão); mais de 600 mil residem na costa leste dos 
Estados Unidos; cerca de 165 mil estão vivendo no Paraguai (alguns são 
fazendeiros que dominam a produção de grãos e a pecuária daquele país). 
MIGRAÇÕES INTERNAS - As migrações internas têm igual-
mente causas econômicas. As populações das regiões mais pobres 
deslocam-se para as que apresentam maior desenvolvimento e opor-
tunidade de trabalho. Assim, fala-se em áreas de atração e áreas de 
expulsão. As migrações internacionais, hoje em dia ocorrem, principal-
mente, dos países do Sul subdesenvolvido para os do Norte desenvolvi-
do; ou então de países do Terceiro Mundo mais pobres para outros vizi-
nhos com economias mais dinâmicas. Detalhando mais, podemos dizer 
que os grandes fluxos migratórios internacionais vão da América Latina 
para os Estados Unidos, da África para a Europa e de inúmeras partes 
da Ásia para os Estados Unidos, a Europa, o Japão e eventualmente 
a Oceania (Austrália e Nova Zelândia). Mas existem também importan-
tes movimentos migratórios de países do Oriente Médio (Egito, Turquia, 
Iraque, Irã, Síria, Jordânia) até o Kuwait, os Emirados Árabes Unidos 
ou a Arábia Saudita, de refugiados do Sudão para países vizinhos, de 
trabalhadores dos países vizinhos para a África do Sul, entre outros.
Esse sentido principal das migrações internacionais, de áreas 
pobres para regiões mais ricas, já vem ocorrendo desde o final da Se-
gunda Guerra Mundial. Antes disso, esses fluxos migratórios se direcio-
navam, preferencialmente, das áreas então consideradas superpovoa-
das – Europa e Ásia (inclusive o Japão) – até as regiões vistas como 
“vazios a serem ocupados” (Estados Unidos, Canadá, Argentina, Brasil, 
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Austrália, entre outros). Mas, até por volta dos anos de 1980, a chegada 
de migrantes de países ou regiões pobres não constituía um problema 
– pelo contrário, as regiões ricas tinham necessidade dessa força de 
trabalho em geral barata – nem originava grandes conflitos.
A partir da década de 1980, aumentaram os índices de de-
semprego nos países desenvolvidos em geral e tornou-se marcante a 
presença de grupos de estrangeiros e seus descendentes, que, por via 
de regra, conservam o idioma e os hábitos tradicionais, o que, segundo 
alguns, ameaça a unidade nacional. Com isso, essas migrações passa-
ram a ser encaradas como um dos grandes problemas demográficos do 
fim do século XX e do século XXI.
Calcula-se que existam hoje em todo o mundo cerca de 180 
milhões de emigrantes, de pessoas que nasceram num país e vivem em 
outro. É bom deixar claro que esse número se refere somente aos emi-
grantes de fato, sem considerar os seus descendentes (filhos, netos, en-
tre outros). Uma boa parte desse montante, cerca de 30% no mínimo, é 
constituída por trabalhadores ilegais, ou seja, pessoas que entraram ile-
galmente no estrangeiro (ou que entraram legalmente, mas com um visto 
de turista que já venceu) e que, dessa forma, não possuem os documen-
tos em dia. Uma outra parte – cerca de 20% – constituída por refugiados, 
pessoas que fugiram para outro país em função de uma guerra, uma crise 
política no seu Estado natal com perseguições a certos grupos ou etnias.
Os Estados Unidos sozinhos possuem cerca de 31 milhões de 
emigrantes, e a Europa ocidental cerca de 30 milhões. Juntos, Estados 
Unidos e Europa ocidental recebem entre 1,5 a 2 milhões de emigrantes 
por ano. Em termos relativos, a presença dos emigrantes na população 
norte-americana é de 10%; nos países europeus, ela chega a 37,5% em 
Luxemburgo, 20% na Suíça, 9% na Alemanha, 8% na Bélgica, 5,5% na 
Suécia e na França. Mas alguns países do Sul com uma economia mais 
próspera que a de seus vizinhos também possuem uma elevada pro-
porção de emigrantes na sua população total: Emirados Árabes Unidos 
com 72%, Kuwait e Catar com 47%, Omã com 23% e Arábia Saudita 
com 21 %. Veja o mapa a seguir:
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Como podemos observar na tabela abaixo, um número expres-
sivo de países – sobretudo os desenvolvidos – tem um crescimento de-
mográfico quase totalmente dependente dos imigrantes, pois o cresci-
mento natural de suas populações nacionais é extremamente pequeno 
ou, às vezes, até negativo.
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Fonte: Vesentini (2005).
Justamente um dos grandes desafios do século XXI, se qui-
sermos evitar que ele seja igual ou pior que o século XX, considerado 
o mais sangrento da história pelo número e extensão das guerras, dos 
mortos em massacres, em genocídios, em campos de concentração, 
entre outros, é o de aprender a conviver com os outros, ou seja, com os 
que são diferentes na cultura, na religião, no idioma ou no jeito de falar, 
nos costumes, na idade, na sexualidade, etc..
Neste momento em que parece que o nosso planeta encolheu, 
ficou pequeno para a população mundial e suas tecnologias, mais do 
que nunca é necessário conhecer os outros povos e países, as outras 
culturas, aprendendo assim a aceitar e respeitar toda a diversidade ex-
tremamente positiva que existe na humanidade, mas ainda persistem 
– e às vezes até se multiplicam – inúmeros tipos de intolerância, de 
preconceitos ou de racismo no sentido amplo da palavra,ou seja, discri-
minações contra outros grupos humanos. É lógico que racismo hoje não 
tem praticamente nenhuma relação com a ideia de raça no sentido bio-
lógico, algo que a ciência já demonstrou não existir na espécie humana.
O racismo consiste numa tendência a desvalorizar certos gru-
pos (étnicos, culturais ou sociais), atribuindo-Ihes características inferio-
res às de outro considerado superior.
O pensamento racista não tem nenhuma base científica e apre-
senta erros grosseiros de lógica e de informação. Assim, insiste na exis-
tência de raças na humanidade, confundindo raça com nação, povo, 
grupo cultural ou linguístico, local de origem, entre outros, atribuindo a 
fatores raciais – e, portanto, hereditários – comportamentos que nada 
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têm a ver com raça e que são condicionados pela cultura, pelo meio 
social e pelas condições econômicas, por trás do racismo, geralmente 
existem motivos políticos e econômicos ligados = exploração de um 
grupo social ou à competição por empregos (VESENTINI, 2005).
Vejamos, muito por alto, alguns exemplos que são conhecidos 
de todos nós!
• O nazismo na Alemanha, antes e durante a segunda guerra 
mundial;
• A escravização dos negros africanos;
• O apartheid – segregação racial na África do Sul;
• O novo racismo – que não se preocupa tanto mais com a cor 
da pele, mas com a origem – e decorre das migrações (países do leste 
europeu para os países da Europa ocidental; dos países pobres para 
os países ricos). 
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A palavra Censo vem do latim “census”, que quer dizer “con-
junto dos dados estatísticos dos habitantes de uma cidade, província, 
estado, nação, entre outros”.
Para aqueles que foram criados na religião católica ou dentro 
do cristianismo, já ouviram falar do Censo que aconteceu nas vésperas 
do nascimento de Jesus , ou seja, o Censo é uma coisa que já era feita 
na Antiguidade. Pelo que se tem notícia, o Censo mais antigo é o da 
China. Em 2238 a.C., o imperador Yao mandou realizar um Censo da 
população e das lavouras cultivadas. 
No Oriente, os mais antigos são os hebraicos e o Censo de 
Israel no tempo de Moisés (cerca de 1700 a.C.). Os egípcios realizavam 
Censos anualmente no século XVI a.C. E os romanos e os gregos já 
realizavam Censos por volta do século VIII a IV a.C. Em 578-534 a.C., 
o imperador Servo Túlio mandou realizar um Censo de população e ri-
RECENSEAMENTOS
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queza que serviu para estabelecer o recrutamento para o exército, para 
o exercício dos direitos políticos e para o pagamento de impostos. Os 
romanos fizeram 72 Censos entre 555 a.C. e 72 d.C. 
Naquela época, o objetivo mais importante do Censo era saber 
o número de pessoas disponíveis para fazer a guerra e cobrar impostos. 
A punição para quem não respondia geralmente era a morte.
Na Idade Média, na Europa, houve diversos recenseamentos: 
na Península Ibérica durante a dominação muçulmana nos séculos 
VII a XV; no reinado de Carlos Magno (712-814); e ainda o Doomaday 
Book, que é o maior registro estatístico feito na época, na Inglaterra, por 
ordem de Guilherme, o Conquistador. Também foram feitos recensea-
mentos nas repúblicas italianas do século XII ao XIII. 
Nas Américas, muito antes de Cristóvão Colombo, os Incas já 
mantinham um registro numérico de dados de população em “quipus”, 
um engenhoso sistema de cordas com nós que representavam núme-
ros no sistema decimal (IBGE, 2010).
No Brasil, desde o período colonial sabia-se o tamanho da po-
pulação brasileira. 
Até 1872, os dados sobre a população brasileira eram obtidos 
de forma indireta, isto é, não eram feitos levantamentos com o objeti-
vo estrito de contar o número de habitantes. As fontes de dados eram 
relatórios preparados com outras finalidades, como os relatórios de au-
toridades eclesiásticas, sobre os fiéis que frequentavam a igreja, e os 
relatórios de funcionários da Colônia, enviados para as autoridades da 
Metrópole. Usava-se, também, como fonte de informação, as estimati-
vas da população fornecidas pelos Ouvidores, ou outras autoridades, à 
Intendência Geral da Polícia. 
Somente a partir de 1750, visando a objetivos estritamente milita-
res, a Coroa Portuguesa decidiu realizar levantamentos, de forma direta, da 
população livre e adulta, apta a ser convocada para a defesa do território. 
O primeiro regulamento censitário no Brasil data de 1846. Tal 
regulamento definiu o caráter periódico do Censo demográfico, fixando 
um intervalo de 8 anos. Somente em 1850 o governo foi autorizado a 
despender os recursos necessários para a realização de uma operação 
do porte de um Censo demográfico. O primeiro Censo, então, foi pro-
gramado para ocorrer em 1852. 
Entretanto, a operação prevista para 1852 não foi realizada: 
a população revoltou-se e impediu o levantamento que já estava em 
pleno início de execução. Revoltou-se contra o Decreto nº 797 de junho 
de 1851, então conhecido como a “lei do cativeiro”. Acreditava-se que o 
decreto era uma odiosa medida governamental visando à escravização 
dos homens de cor. Este episódio foi suficiente para adiar por 20 anos 
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a realização do primeiro Censo. 
Em 1870, um novo regulamento censitário determinou que os 
Censos cobrissem todo o território nacional e que deveriam ocorrer a 
cada 10 anos. Dois anos mais tarde, em 1872, foi realizado o primeiro 
recenseamento nacional no país, o qual recebeu o nome de Recense-
amento da População do Império do Brasil. Depois deste e até 1940, 
novas operações censitárias sucederam-se em 1890, 1900 e 1920. Em 
1910 e em 1930, não foram realizados os recenseamentos. 
Com a criação do IBGE, em 1938, e com a contribuição do 
renomado demógrafo italiano Giorgio Mortara, inaugurou-se a moderna 
fase censitária no Brasil. Caracterizada, principalmente, pela periodici-
dade decenal dos Censos demográficos, nessa nova fase foi ampliada 
a abrangência temática do questionário com introdução de quesitos de 
interesse econômico e social, tais como os de mão-de-obra, emprego, 
desemprego, rendimento, fecundidade, migrações internas, dentre ou-
tros temas (IBGE, 2010).
O período logo após o Censo de 1991 esteve fortemente mar-
cado pela integração com a sociedade. O IBGE incentivou essa integra-
ção: estimulando a discussão para reformular alguns itens já constantes 
do questionário e para incorporar novos ao Censo 2000. A participação 
cada vez maior e a importantíssima contribuição dos governos muni-
cipais e estaduais no preparo dos mapas que apoiam os trabalhos do 
Censo são um reflexo dessa tendência. 
Os Censos populacionais constituem a única fonte de infor-
mação sobre a situação de vida da população nos municípios e locali-
dades. As realidades locais, rurais ou urbanas dependem dos Censos 
para serem conhecidas e atualizadas.
O Censo produz informações imprescindíveis para a definição 
de políticas públicas nacional, estadual e municipal e para a tomada 
das mais variadas decisões de investimentos, sejam eles provenientes 
da iniciativa privada ou de governos. Entre as principais utilizações dos 
resultados censitários estão as de:
1. Acompanhar o crescimento, a distribuição geográfica e a 
evolução de outras características da população ao longo do tempo;
2. Identificar áreas de investimentos prioritários em saúde, 
educação, habitação, saneamento básico, transporte, energia, progra-
mas de assistência à infância e à velhice, possibilitando a avaliação e 
revisão da alocação de recursos público e privado;
3. Selecionar locais que necessitam de programas de estímulo 
ao crescimento econômico e desenvolvimento social;
4. Forneceras referências para as projeções populacionais com 
base nas quais o Tribunal de Contas da União define as cotas do Fundo 
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de Participação dos Estados e do Fundo de Participação dos Municípios;
5. Fornecer as referências para as projeções populacionais com 
base nas quais é definida a representação política do País: o número de 
deputados federal, estadual e vereadores de cada estado e município;
6. Fornecer parâmetros para conhecer e analisar o perfil da 
mão-de-obra em nível municipal, informação esta de grande importân-
cia para organizações sindical, profissional e de classe, assim como 
para decisões de investimentos do setor privado;
7. Fornecer parâmetros para selecionar locais para a instalação de 
fábricas, shopping centers, escolas, creches, cinemas, restaurantes, etc.;
8. Fundamentar diagnósticos e reivindicações pelos cidadãos, 
de maior atenção dos governos estadual ou municipal para problemas 
local e específico, como de insuficiência das redes de água e esgoto, de 
atendimento médico ou escolar, etc.; e,
9. Subsidiar as comunidades acadêmicas e técnico-científicas 
em seus estudos e projetos.
Recenseamento ou Censo: consiste num processo de cál-
culo da população de um determinado local. No Brasil, o órgão 
responsável pela realização do Censo é o IBGE (Instituto Brasileiro 
de Geografia e Estatística), normalmente ocorre a cada dez anos.
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Sno qual as transformações se sucedem numa velocidade acelerada.
Para nos posicionarmos inteligentemente em relação a este 
mundo, temos de conhecê-Io bem. Para nele vivermos de forma cons-
ciente e crítica, devemos estudar os seus fundamentos, desvendar os 
seus mecanismos. Ser cidadão pleno em nossa época significa antes de 
tudo estar integrado criticamente na sociedade, participando de maneira 
ativa de suas transformações. Para isso, devemos refletir sobre o nos-
so mundo, compreendendo-o do âmbito local até os âmbitos nacional e 
planetário. E a geografia é um instrumento indispensável para empreen-
dermos essa reflexão, que deve ser a base da nossa atuação no mundo.
Essa breve introdução do professor Doutor José William Ve-
sentini nos mostra claramente a importância de estudar, de entender, de 
refletir sobre a geografia. Autor de vários livros voltados aos estudantes 
tanto da educação básica quanto nível universitário, sempre é um con-
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vite agradável conhecer e analisar a geografia atual que se mostra de 
forma crítica e contextualizada.
 E a geografia da população?
É um ramo da geografia (humana) que analisa, descreve e in-
terpreta a composição, a distribuição, as migrações e o crescimento da 
população, em relação com o espaço. 
A distribuição dos homens sobre a Terra traz ao mesmo tempo 
a marca dos caracteres originais das civilizações e dos condicionamen-
tos ecológicos. A geografia da população propõe-se esclarecer tudo o 
que, nas estruturas dos grupos humanos, reflete a influência daqueles 
dois fatores. Constitui assim o primeiro aspecto da orientação que expli-
ca a diversidade concreta das configurações espaciais e dos traços da 
paisagem a partir das regularidades postas em evidência pelas análises 
do meio natural e do meio social.
A geografia da população permite, com efeito, por em evidên-
cia o modo como os fatores técnicos e os fatores ecológicos interferem: 
refere a existência de escalões caracterizados por certos regimes de-
mográficos e por uma certa capacidade de dominar o ambiente. Pre-
para assim a compreensão dos sistemas regionais de organização do 
espaço (INFOPEDIA, 2010).
Veremos ao longo desta apostila como os povos se distribuem ao 
longo do espaço geográfico; fatores que aumentam e diminuem a popula-
ção; os movimentos e a mobilidade das populações e a estrutura destas.
Salientamos que esta apostila é uma compilação dos estudos 
de vários autores e material do que entendemos ser o mais importante 
para introduzir os estudos da Geografia das Populações. Dúvidas po-
dem surgir e pedimos desculpas por eventuais lacunas, mas tanto por 
isso, ao final da apostila estão diversas referências utilizadas e consul-
tadas através das quais poderão aprofundar algum conhecimento que 
chame a atenção ou tenha despertado dúvida.
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O estudo da população é fundamental para podermos verificar 
a realidade quantitativa e qualitativa da mesma. Para governantes, em 
especial, é de fundamental importância, pois permite traçar planos e 
estratégias de atuação, além de poder desenvolver um planejamento 
de interesse social.
A população deve ser entendida como um recurso na medida 
em que representa mão-de-obra para o mercado de trabalho, soldados 
para a defesa nacional, dentre outras coisas.
O ramo do conhecimento que estuda a população chama-se 
Demografia, portanto o profissional da área é o demógrafo.
A população mundial, em 2005, atingiu a cifra das 6,45 bilhões 
de pessoas e, em 2010, chegará aos 6,83 bilhões (VESENTINI, 2005).
Todavia, ao contrário do que alguns imaginam, o grande pro-
blema demográfico ou populacional do século XXI não é o crescimento 
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nem o número total de habitantes do nosso planeta. Os principais desa-
fios demográficos deste século são:
• O rápido envelhecimento da população em geral, principal-
mente (embora não apenas), nos países ricos;
• As migrações em massa de regiões ou países pobres para 
regiões ou países desenvolvidos;
• Os diversos tipos de racismo ou preconceitos étnicos, cultu-
rais e outros;
• A persistência da questão alimentar que, resumidamente, seria 
a fome ou subnutrição de uma significativa parcela da população mundial, 
algo já secular, ao lado de uma novidade: o excesso de consumo de ali-
mentos por uma parcela crescente e já sensível da população mundial, 
especialmente nos países e áreas mais ricos (VESENTINI, 2005).
Ao longo desta apostila estudaremos em mais detalhes, o cres-
cimento populacional, o envelhecimento da população e suas conse-
quências; os gêneros, a população. Vamos abordar principalmente a 
questão alimentar, as migrações e a importância do recenseamento.
Sobre a fome, podemos distinguir dois tipos principais: a fome 
aberta ou epidêmica e a fome oculta ou endêmica.
1. A fome aberta, ou epidêmica, ocorre raramente, em geral nos 
períodos de guerra, crises, mudanças climáticas, pragas ou doenças que 
de forma ampla e súbita atingem a agricultura, entre outros. Ela se mani-
festa durante um certo período e significa uma grande ausência temporária 
de alimentos, fato que provoca a morte de milhares ou, eventualmente, 
milhões de pessoas. Esse tipo de fome, que se manifestou várias vezes na 
história, é extremamente raro nos dias de hoje e ocorre mais em períodos 
de guerra ou de regimes políticos autoritários e negligentes com a produ-
ção de alimentos para a população em geral. Mas, na maioria das vezes, 
a comunidade internacional ajuda a área afetada, enviando alimentos para 
socorrer as vítimas, tal como ocorreu no Afeganistão durante os anos de 
1990, no Sudão desde há uns quinze anos (com uma guerra civil) ou na 
Coréia do Norte (com o seu regime político e econômico medieval).
2. O segundo tipo de fome, a oculta, ou endêmica, é o mes-
mo que subnutrição, algo que, apesar de todo o avanço tecnológico na 
agricultura, ainda alcança cerca de 800 milhões de pessoas no mundo. 
A subnutrição costuma ser definida como o consumo insufi-
ciente de alimentos por uma pessoa. Segundo os critérios internacio-
nais, um adulto necessita, em média, de no mínimo 2.500 calorias por 
dia; uma ingestão de calorias inferior a essa caracteriza um estado de 
subnutrição ou fome endêmica. A subnutrição debilita bastante a saúde 
da pessoa e abre caminho para uma série de doenças.
Conforme se observa nas três primeiras tabelas, vem ocorren-
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do uma diminuição absoluta e, principalmente, uma pequena diminui-
ção relativa (isto é, em termos percentuais) da população subnutrida no 
mundo, embora o seu número total ainda seja extremamente alarmante. 
Segundo Visentini (2005), isso ocorre não por causa de uma produção 
insuficiente de alimentos, pelo contrário, existe até uma produção supe-
rior à necessidade média de toda a população mundial, mas sim pela 
distribuição muito desigual desses víveres.
Em algumas áreas e principalmente entre as pessoas mais ri-
cas, há um consumo excessivo de alimentos, o que costuma ocasionar 
sérios problemas de obesidade e de doenças cardiovasculares, algo 
cada vez mais comum nos dias de hoje, enquanto, em outras áreas ou 
regiões do globo, há um consumo insuficiente, sobretudo para as cama-
das populacionais de baixa renda.
A grande questão aqui é que os alimentos são, antes de tudo, 
mercadorias, isto é, objetos destinados ao mercado, à compra e à ven-
da. Isso significa que quem não dispõe de recursos financeiros não 
pode adquirir os mantimentos necessários à sua sobrevivência, mesmo 
que eles existam em abundância. Para se ter uma ideia melhor da gravi-
dade dessa situação,cabe lembrar que cerca de 1,2 bilhão de pessoas 
no mundo vivem abaixo da linha internacional da pobreza, ou seja, dis-
põem de menos de um dólar por dia para sobrevivência (isso não quer 
dizer menos de um dólar só para alimentar, mas para sobreviver, o que 
inclui moradia, lazer, segurança, saúde, entre outros).
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Esse imenso número de pobres e em boa parte subnutridos 
localiza-se em primeiro lugar na África subsaariana, em segundo lugar 
na Ásia, com exceção do Japão e dos Tigres Asiáticos, e, por fim, na 
América Latina. Também alguns países ex-socialistas – vários membros 
da CEI (Comunidade de Estados Independentes) e algumas nações da 
Europa oriental – possuem um número relativamente significativo de 
pessoas subnutridas.
Além da pobreza ou insuficiência de rendimentos, existem tam-
bém outros fatores que explicam esse elevado número de subnutridos 
na superfície terrestre.
Um deles é que, justamente nos países mais pobres e com 
maior proporção de pessoas subnutridas, é muito comum que a agricul-
tura mais moderna e produtiva seja voltada para a exportação, para o 
mercado externo, que remunera melhor os produtos agropecuários (ce-
reais, frutas, legumes, carne etc.). Já o mercado interno, o consumo da 
população, nesses países é relegado a um se-gundo plano e é atendido 
por sistemas agrícolas tradicionais e pouco produtivos.
Outro fator ainda é a perda de bons solos agricultáveis, notada-
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mente em alguns países subdesenvolvidos, ocasionada pela erosão, pelo 
uso indevido do solo ou pelo avanço da desertificação em várias regiões do 
globo, especialmente no sul do deserto do Saara, que se localiza na África.
A Expansão da Obesidade
Pela primeira vez na história, o número de pessoas obesas em 
todo o mundo é pratica¬mente igual ou talvez até superior ao de pesso-
as subnutridas.
A obesidade significa um excesso de gordura corpórea, uma 
situação na qual a pessoa está bastante acima do seu peso ideal. Ela 
aumenta bastante os riscos de contrair inúmeras doenças, como hiper-
tensão arterial, diabetes, problemas cardiovasculares, alguns tipos de 
câncer, entre outras; além disso, uma pessoa obesa possui, em média, 
uma expectativa de vida muito menor que um indivíduo no seu peso ideal.
A obesidade vem se expandindo rapidamente no mundo nas 
últimas décadas, e não apenas nos países desenvolvidos. Vejamos es-
tes exemplos retirados de Vesentini (2005):
- No país mais populoso do mundo, a China, uma pesquisa 
realizada em 2003 descobriu que a proporção de obesos já chegava a 
15% da população total - percentagem, portanto, maior que os 11 % de 
subnutridos com o agravante de que, enquanto a subnutrição tende a 
diminuir, a obesidade aumenta a cada ano;
- Nos Estados Unidos, talvez o caso mais sério no mundo, a 
percentagem de obesos atinge mais de 30% da população. Na realida-
de, talvez atinja 50% da população, pois os norte-americanos adotam 
um critério menos rígido que os europeus para definir obesidade;
- Na Europa e até no Japão, a proporção de obesos já ultrapas-
sa os 20% da população total;
- Aqui mesmo no Brasil, uma pesquisa do Instituto Brasileiro de 
Geografia e Estatística (IBGE) publicada em 2004 mostrou que estão aci-
ma do peso ideal mais de 38 milhões de brasileiros adultos – com mais de 
19 anos de idade – , dos quais cerca de 10,5 milhões podem ser conside-
rados obesos. Isso quer dizer que por volta de 11 % da população adulta 
brasileira (95 milhões, no total) sofre de obesidade, proporção bem maior 
que os 4% da população que o IBGE considerou subnutridos.
As causas da obesidade são excesso de alimentos e, princi-
palmente, um estilo de vida e de alimentação pouco saudável, com o 
sedentarismo (insuficiência de atividade física) e um consumo exagera-
do de alimentos industria¬lizados ou de fast-food (VESENTINI, 2005).
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DEMOGRAFIA, REGIMES DEMOGRÁFICOS, CRESCIMENTO VE-
GETATIVO
Alguns conceitos demográficos são fundamentais para a análi-
se da população, abaixo estão aqueles mais importantes:
População absoluta – corresponde à população total de um 
determinado território. 
População relativa ou densidade demográfica – é a média de 
habitantes por quilômetros quadrado. É obtida através da divisão da 
população absoluta pela área de um determinado território. 
Populoso – é um território que apresenta sua população abso-
luta elevada. 
Povoado – é um território que apresenta sua densidade demo-
gráfica elevada. Em outras palavras, quando a população relativa de um 
local é numerosa dizemos que esse local é muito povoado.
Superpovoamento – corresponde a um descompasso entre as 
condições socioeconômicas da população e a área ocupada. Isso quer 
dizer que, superpovoamento não depende apenas da densidade de-
mográfica, mas principalmente das condições de vida da população. 
Alguns países com grande densidade demográfica podem não ser con-
siderados superpovoados, enquanto outros com densidade baixa assim 
o podem ser classificados.
Recenseamento ou Censo – corresponde à coleta periódica de 
dados estatísticos dos habitantes de um determinado local. (Deixamos 
um tópico final para falar exclusivamente dos recenseamentos).
No Brasil, os recenseamentos são feitos de 10 em 10 anos, o 
último foi feito em 2010, pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e 
Estatística), órgão estatal. Sua página na Internet é www.ibge.gov.br.
Crescimento vegetativo ou natural – corresponde a diferença 
entre a taxa de natalidade e a taxa de mortalidade.
C.V. = natalidade - mortalidade.
O crescimento vegetativo corresponde a única forma possível 
de crescimento ou redução da população mundial, quando analisamos 
o crescimento de áreas específicas temos que levar em consideração 
também as migrações.
Taxa de natalidade – corresponde a relação entre o número de 
nascimentos ocorridos em um ano e a população absoluta, o resultado 
em geral é expresso por mil.
Taxa de mortalidade – corresponde a relação entre o número 
de óbitos ocorridos em um ano e a população absoluta, o resultado é 
expresso por mil.
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Taxa de fecundidade – corresponde a média de filhos por mu-
lher na idade de reprodução. 
Taxa de mortalidade infantil – corresponde ao número de crian-
ças de 0 à 1 ano que morrem para cada grupo de mil nascidas vivas.
Expectativa de vida – corresponde a quantidade de anos que 
vive em média a população.
Este é um indicador muito utilizado para se verificar o nível de 
desenvolvimento dos países.
CRESCIMENTO DEMOGRÁFICO
Segundo a teoria da transição demográfica, o crescimento po-
pulacional se daria em fases, o período anterior a transição ou pré-tran-
sicional, conhecido como regime demográfico tradicional, seria aquele 
no qual as taxas de natalidade e mortalidade seriam elevadas, fazendo 
com que o crescimento vegetativo fosse pequeno.
A grande ruptura com esse período começa a se dar nos paí-
ses desenvolvidos com a Revolução industrial, já nos subdesenvolvidos 
isso ocorre apenas em meados do século XX.
O período posterior a transição ou pós-transicional, chamado 
de regime demográfico moderno, se daria quando as taxas de nata-
lidade e mortalidade baixassem. Devido ao fato de que as taxas de 
mortalidade caem primeiro que as de natalidade, durante a transição, 
viveria-se um período de intenso crescimento populacional, chamado 
de explosão demográfica, processo pelo qual passam ainda hoje vários 
países subdesenvolvidos (VESENTINI, 2005).
TEORIAS DEMOGRÁFICAS
Lei de Malthus ou MalthusianismoNo final do século XVIII, o pastor anglicano Thomas Robert 
Malthus, lançou sua famosa teoria, segundo a qual a razão para a exis-
tência da miséria e das enfermidades sociais, seria o descompasso 
entre: a capacidade de produção de alimentos, que se daria numa pro-
gressão aritmética (1,2,3,4,5), em relação ao crescimento populacional 
que se daria numa progressão geométrica (1,2,4,8,16).
Seus dois postulados foram:
1º. A população, senão ocorrerem guerras, epidemias, desas-
tres naturais, entre outros, tenderia a duplicar a cada 25 anos. Ela cres-
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ceria em progressão geométrica (2,4,8,16,32...) e constituiria um fator 
variável, que cresceria sem parar.
2º. O crescimento da produção de alimentos ocorreria apenas em 
progressão aritmética (2,4,6,8,10...) e possuiria certo limite de produção, 
por depender de um fator fixo: a própria extensão territorial dos continentes.
Conforme Sene; Moreira (2005), ao considerar esses dois postu-
lados, Malthus concluiu que o ritmo de crescimento populacional seria mais 
acelerado que o ritmo de crescimento da produção de alimentos (progres-
são geométrica versus progressão aritmética). Previu também que um dia 
as possibilidades de aumento da área cultivada estariam esgotadas, pois 
todos os continentes estariam plenamente ocupados pela agropecuária e, 
no entanto, a população mundial ainda continuaria crescendo.
A consequência disso seria a fome, ou seja, a falta de alimen-
tos para abastecer as necessidades de consumo do planeta, e as mor-
tes, doenças, guerras civis, disputas por territórios, entre outros.
Para evitar esse flagelo, Malthus, que além de economista era 
pastor da Igreja Anglicana, na época contrária aos métodos anticoncep-
cionais, propunha que as pessoas só tivessem filhos se possuíssem 
terras cultiváveis para poder alimentá-los.
Hoje, verifica-se que suas previsões não se concretizaram: a popu-
lação do planeta não duplicou a cada 25 anos, e a produção de alimentos se 
acelerou graças ao desenvolvimento tecnológico. Mesmo que se considere 
uma área fixa de cultivo, a quantidade produzida aumentou, uma vez que a 
produtividade (quantidade produzida por área; toneladas de arroz por hecta-
re, por exemplo) também vem aumentando ao longo das décadas.
Essa teoria, quando foi elaborada, parecia muito consistente. 
Os erros de previsão estão ligados principalmente às limitações da épo-
ca para a coleta de dados, já que Malthus tirou suas conclusões par-
tindo da observação do comportamento demográfico em uma determi-
nada região, com população predominantemente rural, e as considerou 
válidas para todo o planeta no transcorrer da história, sem considerar os 
progressos técnicos advindos da natural evolução humana. Não previu 
os efeitos decorrentes da urbanização na evolução demográfica e do 
progresso tecnológico aplicado à agricultura.
Com isso podemos concluir que, se há fome no mundo e no 
Brasil hoje, isso não se deve a falta de alimentos ou ao excesso de pes-
soas, mas a má distribuição e destinação dos mesmos.
Neomalthusianismo
No pós 2ª Guerra Mundial, o crescimento populacional ace-
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lerado nos países subdesenvolvidos, fez despertarem os adeptos de 
Malthus chamados de neomalthusianos.
Segundo eles, a pobreza e o subdesenvolvimento seriam ge-
rados pelo grande crescimento populacional, e em virtude disso seriam 
necessárias drásticas políticas de controle de natalidade, que se dariam 
através do famoso e bastante difundido, “planejamento familiar”. Muitos 
países subdesenvolvidos adotaram essas políticas antinatalistas, mas 
com exceção da China onde a natalidade caiu pela metade em quarenta 
anos nos outros praticamente não surtiu efeito.
Hoje em dia existem também os chamados ecomalthusianos, 
que defendem a tese de que o rápido crescimento populacional geraria 
enorme pressão sobre os recursos naturais, e por consequência sérios 
riscos para o futuro. 
Reformistas ou Marxistas 
Diferentemente do que defendem os neomalthusianos, os de-
mógrafos marxistas, consideram que é a própria miséria a responsável 
pelo acelerado crescimento populacional. E por conta disso, defendem 
reformas de caráter socioeconômico que possibilitem a melhoria do pa-
drão de vida das populações dos países subdesenvolvidos. Segundo 
eles, isso traria por consequência o planejamento familiar espontâneo, 
e com isso a redução das taxas de natalidade e crescimento vegetativo, 
como ocorreu em vários países hoje desenvolvidos.
ESTRUTURA ETÁRIA, PIRÂMIDES ETÁRIAS
A estrutura etária de uma população é a sua distribuição por 
idade que, tradicionalmente, divide-se em três faixas:
1º. A base - É a parte inferior da pirâmide, onde está relaciona-
da a população jovem (0 a 14 anos ou 0 a 19 anos).
2º. O corpo - É a porção intermediária da pirâmide, onde está 
representada a população adulta (15 a 59 anos ou 20 a 59 anos).
3º. O cume, o ápice ou o pico - É a porção superior da pirâmide, 
onde está representada a população idosa ou velha (igual ou acima de 
60 anos).
População jovem: é própria de países subdesenvolvidos, pois 
estes possuem altas taxas de natalidade e baixa expectativa de vida.
População madura: caracteriza os países desenvolvidos jovens 
que ainda não completaram a transição demográfica. Possuem baixa 
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taxa de natalidade e de mortalidade, baixo crescimento vegetativo.
População envelhecida: corresponde aos países desenvol-
vidos antigos que já completaram a transição demográfica. Possuem 
elevada expectativa de vida e crescimento vegetativo baixo, nulo ou ne-
gativo, tendo suas pirâmides estreitas na base e com o topo bem largo.
Pirâmide da População Mundial em 2002 e 2025
Fonte: Nações Unidas (2001 apud BRASIL, 2005, p. 9).
O número total de habitantes de uma cidade, país ou região, 
por si só tem grande significado. Mas quando aliamos esses números a 
outros dados populacionais, como os da economia, da saúde, da edu-
cação, da habitação, dos transportes, da produção de alimentos, entre 
outros, poderemos traçar um perfil mais fidedigno dessa população. 
Por idade e por sexo - Entre os dados mais importantes de uma 
população, encontra-se a composição por idades e por sexo. Seu estudo 
possibilita uma interpretação situacional da população para planejamento 
socioeconômico. Esses dados sobre a estrutura etária informam a adminis-
tração de uma cidade ou de um país, por exemplo, quantos empregos pre-
cisam ser criados anualmente para que se possa absorver o contingente 
de mão-de-obra que, a cada ano, chega ao mercado. Podem, ainda, inter-
ferir no crescimento demográfico, ora estimulando, caso haja necessidade, 
ora desestimulando o crescimento por meio de políticas públicas.
Para representar essas informações da estrutura etária, utiliza-
-se a pirâmide etária – representação gráfica da composição da popula-
ção de um lugar em função da idade e do sexo, em um ano determinado.
A pirâmide etária é também um histograma e é muito utilizada 
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em análises demográficas por permitir visualizar numa única imagem a 
distribuição da população por idades e simultaneamente compará-la en-
tre os dois sexos em um determinado ano. Pode esboçar o perfil demo-
gráfico de um país, estado, região ou município, podendo associar-se 
com seu grau de desenvolvimento e ao seu estágio econômico.
Segundo Adas (2000, p. 488), esse gráfico é construído mar-
cando-se, na linha da ordenada (vertical), as idades da população de 
zero até o limite superior (80 anos ou mais); na linha da abscissa (ho-
rizontal) os efetivos da população, ou seja, sua quantidade ou número 
em cada idade – ou em cada grupo de idades – em valores absolutos ou 
ainda em percentagem, representandoa população do sexo masculino 
de um lado da pirâmide e a do sexo feminino de outro.
A análise das pirâmides é fundamental para os estudos de po-
pulações e nos permite verificar a situação de desenvolvimento ou sub-
desenvolvimento dos países.
Exemplo: uma pirâmide de base larga indica grande cresci-
mento vegetativo; o topo estreito indica baixa expectativa de vida, o que 
nos faz concluir que essa seja de um país subdesenvolvido. Por outro 
lado, uma base mais estreita, indica pequeno crescimento vegetativo; 
um topo mais largo indica grande expectativa de vida, o que nos leva a 
concluir que seja um país desenvolvido.
Os países que apresentam um elevado crescimento vegetati-
vo, por exemplo, os subdesenvolvidos, apresentam uma estrutura etá-
ria jovem, ao mesmo tempo em que os que apresentam um moderado 
crescimento demográfico, os desenvolvidos, apresentam uma estrutura 
etária adulta e velha, devido à baixa taxa de natalidade.
Estrutura Ocupacional
Com base na estrutura ocupacional, a população de um país 
pode ser dividida em dois grupos:
a) População economicamente ativa (PEA) – corresponde as 
pessoas que trabalham em um dos setores formais da economia ou 
que estão a procura de emprego. Subdividi-se em desempregados e 
população ocupada.
b) População economicamente inativa (PEI) ou população não 
economicamente ativa (PNEA) – corresponde a parcela da população 
que não está empregada como crianças, velhos, deficientes, estudan-
tes, entre outros, ou que não exercem atividades remuneradas como 
donas de casa. Essa camada da sociedade demanda grandes investi-
mentos sociais, e é bancada pela população ativa.
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O quadro abaixo nos mostra uma aproximação entre idade bio-
lógica e idade profissional: 
Fonte: Piffer (2000)
Desemprego e Subemprego
Hoje o maior problema enfrentado pela maioria dos países do 
mundo é o desemprego, ele é uma realidade não apenas em países 
subdesenvolvidos, mas também, em países altamente desenvolvidos 
como a Alemanha.
O desemprego se divide em dois tipos fundamentais:
a) Desemprego conjuntural – é aquele que está ligado a con-
junturas de crise econômica, nas quais a oferta de empregos e os pos-
tos ocupados diminuem.
b) Desemprego estrutural ou tecnológico – que está ligado a es-
trutura produtiva, e aos avanços tecnológicos introduzidos na produção, em 
substituição da mão-de-obra humana, como o que é gerado pela robótica.
Além do desemprego, é comum hoje a existência dos chamados 
subempregos, onde o trabalhador além de trabalhar na maioria das vezes 
em condições precárias, ganha baixíssimos salários e não tem nenhuma 
garantia legal. Esse tipo de atividade é muito comum hoje em países sub-
desenvolvidos como o Brasil, onde o número de subempregados é enor-
me, e grande parte da população depende do trabalho dessas pessoas.
Trabalho Infantil 
Além do fato de a juventude ser a maior afetada com o desempre-
go, existe nos países subdesenvolvidos o problema do trabalho infantil, o 
qual é gerado por sérios problemas econômicos e sociais enfrentados por 
esses países, onde crianças precisam trabalhar para ajudar na renda fami-
liar. Muitas vezes, as condições de trabalho que se encontram essas crian-
ças são de completa insalubridade. Além disso, outros problemas como 
o abandono dos estudos são gerados em virtude desse tipo de atividade. 
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Setores da Economia
A economia dos países se divide em três setores chamados 
de formais, pois, contribuem com a arrecadação de impostos, assinam 
carteira, dentre outras formalidades legais. São eles:
a) Setor primário – que envolve em geral atividades ligadas ao 
meio rural, como a agricultura, pecuária, extrativismo vegetal e a pesca.
b) Setor secundário – que envolve as atividades industriais.
c) Setor terciário – que envolve as atividades do comércio, 
prestação de serviços, funcionalismo público, entre outras.
É importante ressaltar que o espaço onde se desenvolvem es-
sas atividades não é rígido, ou seja, podemos ter atividades primárias 
no espaço urbano, como o que ocorre com os cinturões verdes, ou ativi-
dades secundárias no espaço rural, como o que ocorre na agroindústria.
Hoje em dia, em virtude do grande avanço tecnológico, alguns 
autores passam a trabalhar com a ideia de um setor quaternário, onde 
se desenvolveriam as atividades de pesquisa de ponta, envolvendo uni-
versidades, centros de pesquisas, entre outros, esse setor surge em 
função da Revolução Tecnocientífica em andamento.
A Participação da Mulher no Mercado de Trabalho
Apesar de crescente, a participação das mulheres no mercado 
de trabalho não tem significado ainda melhorias das condições de vida, 
pelo contrário, pesquisas mostram que com o aumento de lares lidera-
dos por mulheres, houve uma redução na renda familiar. Isso se deve 
ao fato de as mulheres em média ganharem salários mais baixos que 
os homens para desempenharem as mesmas funções. As causas que 
estão por trás deste fato são, por exemplo:
- a herança patriarcal de nossa sociedade;
- o machismo ainda muito forte e presente no nosso dia-a-dia;
- a desvalorização do trabalho doméstico;
- o preconceito que coloca a mulher como sexo frágil.
Além dos menores salários, do preconceito, do machismo, entre 
outros, as mulheres ainda tem que enfrentar as jornadas duplas (trabalho 
e casa) ou triplas (casa, trabalho e estudos). Também é a mulher a maior 
vítima da violência doméstica, em geral praticada por maridos violentos.
Mesmo com todas essas dificuldades, as mulheres vêm avan-
çando em seus direitos e conseguindo espaços cada vez maiores na 
nossa sociedade, como, por exemplo, o fato de a maioria dos universi-
tários brasileiros serem mulheres.
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MORTALIDADE E NATALIDADE NOS PAÍSES DESENVOLVIDOS E 
SUBDESENVOLVIDOS
Vimos que a taxa de natalidade é a relação entre o número de 
nascimentos ocorridos em um ano e o número de habitantes. Obtemos 
essa taxa tomando os nascimentos ocorridos durante um ano, multiplican-
do-se por 1000 e dividindo o resultado pela população absoluta, ou seja:
Já a taxa de mortalidade é a relação entre o número de óbitos 
ocorridos em um ano e o número de habitantes. Obtemos essa taxa 
tomando os óbitos ocorridos durante um ano, multiplicando-os por 1000 
e dividindo o resultado pela população absoluta, ou seja:
Os países do primeiro mundo, considerados desenvolvidos, fo-
ram os pioneiros no declínio da mortalidade.
No Reino Unido (principalmente na Inglaterra), até o fim do sé-
culo XVIII, os índices de morte eram de 35%o (35 por mil, isto é, para 
cada mil habitantes morriam anualmente 35 pessoas). No início do sé-
culo XIX, esses índices caíram para 25%o e, em 1880, encontravam-se 
na casa dos 20%o. Em 1970, esse indicador era de apenas 6%o e hoje 
é de aproximadamente 10,5%o.
Praticamente o mesmo processo ocorreu nos demais países 
desenvolvidos, cujas taxas de mortalidade atuais se situam entre 7%o e 
10%o. Esse pequeno aumento da taxa de mortalidade nos últimos anos 
ou nas últimas décadas (de 6-7%o para 9-10%o) é normal e deve-se ao 
envelhecimento da população. Com a queda da mortalidade, seguida 
da queda da natalidade, chega um momento em que a proporção de 
idosos (pessoas com mais de 60 ou 65 anos de idade) na população 
total é grande, o que leva a um ligeiro aumento na mortalidade.
Isso apenas reflete os limites da vida humana: não se pode 
envelhecer eternamente. Assim, os países com elevado número de 
idosos, mesmo dispondo de boa alimentação e excelente atendimento 
médico-hospitalar, acabam conhecendo um novo aumento nas taxas 
de mortalidade. Esse aumento é relativamente pequeno e tende a se 
estabilizar na faixa dos 9%o a 12%o.
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Nosdemais países, especialmente no Terceiro Mundo, a que-
da nos índices de mortalidade é bem mais recente, em geral a partir da 
segunda metade do século XX, até as primeiras décadas do século XX, 
os países subdesenvolvidos e também a maioria das atuais economias 
de transição possuíam taxas de mortalidade de 30%o a 40%o. O de-
clínio desses índices foi brutal: em poucas décadas, especialmente a 
partir de 1945, desceram para 15%o a 10%o, ou até um pouco menos.
Esse processo não é igual em toda parte. Existem países onde 
a queda na mortalidade foi mais pronunciada, como Argentina, Coréia 
do Sul, Chile, Cuba, Uruguai, Brasil, Venezuela, entre outros. Mas hoje 
ainda predominam índices relativamente elevados, sobretudo na África e 
no sul da Ásia. Em países como Uganda, Serra Leoa, Angola e Lesoto, a 
taxa de mortalidade ainda é superior aos 15%o. Na Eritréia, no Laos, no 
Quênia, no Sudão e na Nigéria, é de 10%o a 15%o. Mas é bom ressaltar 
que, em parte, essas relativamente altas taxas de mortalidade, em muitos 
casos – sobretudo na África negra ou subsaariana –, também refletem a 
epidemia de Aids, que se alastrou em várias partes do mundo desde os 
anos de 1980 e que contribuiu para manter elevados – ou para que a que-
da não fosse tão intensa como deveria ser – os índices de mortalidade.
No Brasil, na Argentina, na Índia e no Egito, é inferior a 10%o. 
Veja a taxa de mortalidade em mais alguns países na tabela abaixo.
 
No Primeiro Mundo, como vimos, a queda da mortalidade de-
veu-se a transformações da própria sociedade: industrialização, urba-
nização, saneamento básico e avanços na alimentação e na medicina.
Nos países do Sul, esse declínio foi resultado essencialmente 
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da utilização de técnicas médico-sanitárias importadas dos países de-
senvolvidos.
Mesmo os países subdesenvolvidos, até hoje pouco industriali-
zados e com a maioria da população ainda vivendo no meio rural, tam-
bém vem acontecendo uma sensível diminuição nas taxas de mortalida-
de. Isso se deve à utilização de vacinas, antibióticos e outros remédios, 
inseticidas para combater mosquitos e demais agentes transmissores 
de doenças, entre outros.
Apesar dos países do Sul dominarem hoje algumas dessas 
técnicas, é importante ressaltar que elas vieram do Primeiro Mundo, 
onde foram criadas. Isso é essencial porque em inúmeros países do Sul 
não houve melhoria do padrão de vida, especialmente da alimentação, 
fato de extrema importância nos Estados desenvolvidos.
Ou, conforme Vesentini (2005), se houve essa melhoria nos 
países mais pobres do Sul, ela se deu em pequena escala, apenas para 
alguns poucos setores populacionais.
As taxas de nascimento também declinaram (e continuam de-
clinando), embora com algumas décadas de atraso em relação à queda 
da mortalidade. Nos países líderes da Revolução Industrial, o declínio 
da natalidade vem ocorrendo desde o século XIX ou nas primeiras dé-
cadas do século XX. Nos países do Sul, esse declínio verificou-se ape-
nas nas últimas décadas. Na maioria dos países subdesenvolvidos e 
em alguns ex-socialistas, essa queda da natalidade ainda prossegue. 
Em alguns países, o governo procura incentivar esse processo usando 
medidas de controle ou limitação da concepção.
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A Nova Questão Demográfica
O principal aspecto da questão demográfica do século XXI é a 
disparidade regional do crescimento populacional.
Segundo análises de Vesentini (2005), se toda a população 
mundial estivesse se expandindo e consumindo recursos em ritmo igual 
em todo o planeta, isso já seria bastante sério. Mas o fato de que há 
enormes diferenças regionais – alguns crescem depressa, outros nem 
tanto e outros ainda estão estagnados ou até em declínio – torna a 
questão mais problemática.
Talvez a maneira mais dramática de mostrar esse fato seja ob-
servar que, em 1950, a população africana era a metade da europeia, 
em 1985, já tinha empatado e em 2025 deverá ser três vezes maior.
Embora o crescimento demográfico, combinado com a escas-
sez dos recursos (principalmente água potável), seja o maior problema 
populacional enfrentado por muitos países subdesenvolvidos, uma boa 
parte dos países do Primeiro Mundo enfrenta um problema oposto: uma 
população estagnada ou mesmo em declínio. Esses países, com eleva-
do padrão de vida e boa assistência à saúde, têm hoje baixas taxas de 
mortalidade; porém, para manter o tamanho da população seria neces-
sária uma taxa de fecundidade de reposição de no mínimo 2,1 filhos por 
mulher, algo que não é atingido em inúmeras nações.
Na Espanha, por exemplo, essa taxa é de apenas 1,7 e na Itália 
de 1,5. A causa mais óbvia desse declínio são a posição e as expectati-
vas das mulheres nas sociedades ocidentais, onde o maior número delas 
recebe educação superior e segue carreiras profissionais. A procriação é 
retardada e o número de filhos reduzido, o que se torna possível graças 
aos sofisticados métodos anticoncepcionais (KENNEDY, 1993, p. 19).
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CARACTERÍSTICAS GERAIS
O Brasil está entre os países mais populosos do mundo. Pos-
sui uma população de 191.715.083, mas apesar da enorme população 
absoluta, a densidade demográfica do Brasil é baixa não ultrapassando 
20 habitantes por quilômetro quadrado.
A população brasileira ocupa o território de modo bastante ir-
regular. A regra geral, no Brasil, é a diminuição progressiva da popula-
ção absoluta e da densidade demográfica, no sentido litoral-interior, isso 
ocorre por duas razões fundamentais:
- A condição do país como ex-colônia de exploração e a conse-
quente dependência econômica criaram a necessidade de contato com 
o mundo exterior;
POPULAÇÃO BRASILEIRA
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- A concentração das principais atividades econômicas (agri-
cultura, indústria) e da urbanização no setor oriental do país.
A transição demográfica brasileira:
- Primeira Fase – caracterizada por elevadas taxas de natalida-
de, mas com taxas de mortalidade altas, originando baixo crescimento 
populacional. O Brasil saiu dessa fase no início do século XX;
- Segunda Fase – caracterizada por elevadas taxas de natali-
dade e declínio das taxas de mortalidade, gerando elevado crescimen-
to populacional, seu auge foi na década de 1950. Nessa fase, Vargas 
instituiu um decreto-lei aumentando em 10% sobre o imposto de renda 
daqueles maiores de 25 anos e que não tivessem filhos;
- Terceira Fase – caracterizada por baixas taxas de natalidade 
e de mortalidade, gerando baixíssimo crescimento populacional, estag-
nação e até mesmo taxas negativas de crescimento.
Enfim, as taxas de natalidade no Brasil caíram muito nos últi-
mos anos, isso se deve em especial ao processo de urbanização que 
gerou transformações de ordem socioeconômicas e culturais na popu-
lação brasileira.
 
Pirâmide etária por sexo. Brasil (1996-2006)
Fonte: IBGE/PNAD (1996-2006)
O Brasil ao longo das décadas apresentou queda na taxa de 
fecundidade, ou seja, o número médio de filhos por mulher em idade 
fértil (15 a 49 anos).
A região brasileira com a maior taxa de fecundidade é a Norte, 
com 2,6 filhos por mulher, seguida pela Nordeste, com 2,29, e a Centro-
-Oeste, com 2,01. A menor taxa é a da região Sudeste, com 1,62 filho 
por mulher. Na região Sul, foi registrado 1,78 filho por mulher.
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No Brasil, assim como a natalidade, a mortalidade caiu, especial-
mente a partir do processo de industrialização, que trouxe melhorias naas-
sistência médica e sanitária à população, além da urbanização acentuada.
O crescimento vegetativo brasileiro encontra-se em processo 
de diminuição, mas já foi muito acentuado, em especial nas décadas de 
1950 à 1970, em virtude especialmente da industrialização.
Essa idade se inicia aos 15 anos, o que faz com que em países 
como o Brasil, onde é comum meninas abaixo dessa idade terem filhos, 
ela possa ficar um pouco distorcida.
No Brasil a expectativa de vida nas últimas décadas tem se 
ampliado, em 1999, as mulheres viviam em média 72,3 anos, enquanto 
os homens 64,6 anos, esse aumento na expectativa também se deve 
a melhorias na qualidade médico sanitária da população em virtude do 
processo de urbanização.
CRESCIMENTO, DISTRIBUIÇÃO E ESTRUTURA ETÁRIA
Em 1872, foi decretado que a população era composta por 10 
milhões de habitantes, já em 1900, o número de habitantes aumentou para 
17,5 milhões, em 1940, o número de habitantes aumentou para 41,2 mi-
lhões, já no século XX, a população aumentou cinco vezes mais o seu total.
A partir daí a população no ano de 1970 chegou a ter 93 milhões 
de pessoas, em 1980 chegou a 119 milhões, em 1991 chegou a ter mais 
de 145 milhões e em 2000 chegou a quase 166 milhões de pessoas. Esses 
dados fazem com que o Brasil fique em quinto lugar dos países mais popu-
losos do mundo. As principais causas do crescimento da população brasi-
leira são o grande número de filhos nas famílias e o grande fluxo migratório. 
Mais ou menos no ano de 1970, esse crescimento ficou mais 
lento, por ter ocorrido algumas mudanças em alguns fatores, como por 
exemplo, o grande aumento dos custos para sobreviver e o fácil acesso 
aos métodos anticoncepcionais.
Neste período, as mulheres enfrentaram uma nova realidade, 
de deixarem os serviços domésticos e começarem a trabalhar fora de 
casa. Esses fatores fizeram com que elas não tivessem mais tempo 
para cuidar dos filhos, e vissem que o custo para a criação e educação 
dos filhos seria muito alto.
Nas últimas décadas a população idosa vem aumentando cada 
vez mais, e isso faz com que a exigência dos direitos deles aumente 
perante o poder público. 
Os países que contêm um grande número de idosos apresen-
tam uma previdência social muito sobrecarregada, pois o número de 
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idosos vem em quantidades crescentes. Estes aposentados são manti-
dos com alguns recursos provenientes do trabalho.
A população brasileira está irregularmente distribuída no territó-
rio, isso fica evidente quando se compara algumas regiões ou estados, o 
Sudeste do país, por exemplo, apresenta uma densidade demográfica de 
87 hab./km2, as regiões Nordeste, Sudeste e Sul reúnem juntas 88% da 
população, distribuída em 36% de todo o território, fato contrário à den-
sidade demográfica do Norte e Centro-Oeste, que são, respectivamente, 
4,1 hab./km2 e 8,7 hab./km2, correspondendo a 64% do território total. 
Os brasileiros atualmente exercem um grande fluxo migratório, 
internacional e nacionalmente, nesse processo é importante salientar a 
diferença entre emigração (saída voluntária do país de origem) e imigra-
ção (o ato de estabelecer-se em país estrangeiro). 
Acerca das migrações externas o significado está no fluxo de 
pessoas que saem do seu país para viver, ou mesmo visitar, outro país, 
geralmente países desenvolvidos; já as migrações internas caracteri-
zam-se pelo deslocamento populacional que se realiza dentro de um 
mesmo país, seja entre regiões, estado ou municípios. No Brasil, cerca 
de 40% dos habitantes residem fora dos municípios que nasceram.
Os principais fluxos migratórios no Brasil estão voltados para 
os nordestinos que saem em direção ao Sudeste e Centro-Oeste, isso 
muitas vezes é provocado devido às questões de seca, falta de empre-
go, baixo índice de industrialização em relação às outras regiões, dentre 
outros fatores.
Outro fluxo bastante difundido é em relação aos migrantes do 
Sul que saem em direção às regiões do Centro-Oeste e Norte, esse 
processo deve-se aos agricultores gaúchos que procuram novas áreas 
de cultivo com preços mais baixos.
Projeção da população total, absoluta e relativa, segundo os grupos de idade 
- Brasil - 2010/2050
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Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de População e Indicado-
res Sociais, Projeção da População do Brasil por Sexo e Idade para o Período 
1980-2050 – Revisão 2004. 
No Brasil, temos verificado uma mudança na pirâmide etária, 
que tem alargado o topo, e estreitado a base. Essas mudanças decor-
rem em especial da urbanização do país, que mudou significativamente 
o modo de vida de grande parte dos brasileiros, principalmente com 
relação aos filhos, e também garantiu avanços fundamentais a nível 
médico-sanitário (LOPES, 2010).
FORMAÇÃO ÉTNICA: COR DA PELE
O povo brasileiro é composto etnicamente por brancos de ori-
gem europeia, negros de origem africana, amarelos (indígenas e asiá-
ticos) e mestiços. 
A partir do período colonial, no século XVI, a miscigenação da 
população se tornou mais intensa. A relação entre colonos portugueses 
e escravos gerou os mestiços, bem como o relacionamento entre ne-
gros e indígenas deu origem ao cafuzo.
Quanto à etnia, podemos dizer que a maioria da população 
brasileira é mestiça. Porém, os últimos Censos ressaltaram apenas a 
cor da pele da população.
Classificando a população quanto à cor da pele, podemos dizer 
que os indígenas estão reduzidos a cerca de 0,4% da população brasilei-
ra, repercutindo o etnocídio a que foi sujeitada, com a extinção de inúme-
ras nações indígenas. Os negros representam 6% da população total, os 
brancos representam 53,8% e os mestiços (pardos) representam 39,1% 
da população brasileira. Vale lembrar que esses índices não representam 
especificamente a formação étnica da população brasileira.
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BRASIL – População (em %) segundo cor da pele
Fonte: Vesentini (2005)
Segundo o IBGE, o número de índios cresceu consideravelmen-
te de 1991 a 2000, com um aumento de 138,5%, representando 0,4% da 
população brasileira. Porém, o chefe do departamento de documentação 
da Funai (Fundação Nacional do Índio), André Ramos alerta que os nú-
meros devem ser considerados com ressalvas, pois segundo ele o IBGE 
usa critérios de autodeclaração, o que pode causar distorções, no entan-
to, André acredita que há tendências de crescimento (VESENTINI, 2005).
INDICADORES SOCIAIS
Indicadores Sociais são estatísticas sobre aspectos da vida de 
uma nação que, em conjunto, retratam o estado social dessa nação e 
permitem conhecer o seu nível de desenvolvimento social.
Os Indicadores Sociais constituem um sistema, isto é, para que 
tenham sentido, é preciso que sejam vistos uns em relação aos outros, 
como elementos de um mesmo conjunto.
Indicador social é uma medida, geralmente estatística, usada 
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para traduzir quantitativamente um conceito social abstrato e informar 
algo sobre determinado aspecto da realidade social, para fins de pes-
quisa ou visando a formulação, monitoramento e avaliação de progra-
mas e políticas públicas.
Para a OCDE, indicador é um parâmetro, ou valor derivado de 
parâmetros, que indica, fornece informações ou descreve o estado de 
um fenômeno área/ambiente, com maior significado que aquele apenas 
relacionado diretamente ao seu valor quantitativo. A European Environ-
ment Agency (EEA) define os indicadores como sendo uma medida, 
geralmente quantitativa, que pode ser usada para ilustrar e comunicar 
um conjunto de fenômenos complexos de uma forma simples, incluindo 
tendências e progressos ao longo do tempo (FAUSTINO, 2010).
A escolha dos aspectos que retratam o estado social de uma 
nação é uma tarefa difícil,porque depende de acordo entre o governo, 
políticos em geral e a sociedade organizada (sindicatos, associações de 
moradores, associações de classe, grupos religiosos, dentre outros) so-
bre os critérios mais importantes para se fazer esta escolha. Por exem-
plo, você pode achar que o mais importante para se dizer que um país 
está se desenvolvendo é a quantidade de exportações que ele realiza; 
um amigo seu pode achar que o aumento do número de trabalhadores 
é que indica o progresso da nação.
Hoje em dia, porém, como já existe um consenso sobre os cri-
térios de seleção dos aspectos que melhor retratam o estado social de 
uma nação, já se pode falar de um conjunto mínimo de Indicadores So-
ciais. Tal conjunto é composto por informações sobre as características 
da população, sobre a dinâmica demográfica, sobre trabalho e rendi-
mento; sobre saúde, justiça e segurança pública, educação e condições 
de vida das famílias.
O aparecimento e o desenvolvimento dos indicadores sociais 
estão intrinsecamente ligados à consolidação das atividades de plane-
jamento do setor público ao longo do século XX. Embora seja possível 
citar algumas contribuições importantes para a construção de um marco 
conceitual sobre os indicadores sociais nos anos de 1920 e 1930, o 
desenvolvimento da área é recente, tendo ganhado corpo científico em 
meados dos anos de 1960 no bojo das tentativas de organização de 
sistemas mais abrangentes de acompanhamento das transformações 
sociais e aferição do impacto das políticas sociais nas sociedades de-
senvolvidas e subdesenvolvidas.
Nesse período começaram a se avolumar evidências do des-
compasso entre crescimento econômico e melhoria das condições sociais 
da população em países do Terceiro Mundo. A despeito do crescimento 
do Produto Interno Bruto (PIB), persistiam altos os níveis de pobreza e 
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acentuavam-se as desigualdades sociais em vários países. Crescimento 
econômico não era, pois, condição suficiente para garantir o desenvol-
vimento social. O indicador PIB per capita, até então usado como re-
presentante de nível de desenvolvimento socioeconômico pelos países, 
mostrava-se cada vez menos apropriado como medida representativa do 
bem-estar social. Nos países centrais, tal medida tampouco prestava-se 
aos objetivos de monitoramento efetivo da mudança social em seus múlti-
plos aspectos e de formulação de políticas sociais de cunho redistributivo 
ou compensatório nas diversas áreas (CARLEY, 1985).
Face a esse quadro, empreendeu-se um imenso esforço con-
ceitual e metodológico para desenvolvimento de instrumentos de men-
suração do bem-estar e da mudança social, sob os auspícios das insti-
tuições multilaterais como OCDE, UNESCO, FAO, OIT, OMS, UNICEF 
e Divisão de Estatística das Nações Unidas.
A publicação dos livros Social Indicators e Toward a Social Re-
port, elaborados sob encomenda do governo americano em meados 
dos anos de 1960, representaram marcos importantes no processo, 
inaugurando o que viria se chamar de “Movimento de Indicadores So-
ciais” na época. Os sistemas nacionais de produção e disseminação 
de estatísticas públicas passaram a incorporar novas dimensões inves-
tigativas e produzir relatórios sociais de forma sistemática. Deposita-
vam-se grandes esperanças de que, com a organização de sistemas 
abrangentes de indicadores sociais, os governos nacionais pudessem 
orientar melhor suas ações, proporcionando níveis crescentes de bem-
-estar social, redistribuindo melhor as riquezas geradas e superando as 
iniquidades do desenvolvimento econômico acelerado (BAUER, 1966).
O otimismo exacerbado com as potencialidades do planeja-
mento governamental acabou gerando expectativas acima do que era 
passível de realização em curto e médio prazo, sobretudo no contexto 
de crise fiscal do Estado a partir dos anos de 1970. Os insucessos, 
sucessos parciais e excessos do planejamento tecnocrático no período 
acabaram criando um grande ceticismo com relação às atividades de 
planejamento público e, portanto, com relação à finalidade e utilidade 
dos sistemas de indicadores sociais (JANNUZZI, 2004).
Esse descrédito durou pouco, já que em meados da década de 
1980, com aprimoramento das novas experiências de formulação e im-
plementação de políticas públicas – planejamento local, planejamento 
participativo – a pertinência instrumental dos indicadores sociais acabou 
sendo restabelecida. Universidades, sindicatos, centros de pesquisa e 
as agências vinculadas ao sistema de planejamento público – cada um 
ao seu tempo e modo – passaram a desenvolver esforços para aprimo-
ramento conceitual e metodológico de instrumentos mais específicos de 
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quantificação e qualificação das condições de vida, da pobreza estrutu-
ral e outras dimensões da realidade social, dando origem aos sistemas 
de indicadores sociais, isto é, a conjunto de indicadores sociais referi-
dos a uma temática social específica para análise e acompanhamento 
de políticas ou da mudança social.
Mais recentemente, as informações sociais e demográficas para 
fins de formulação de políticas públicas municipais vêm apresentando 
uma demanda crescente no Brasil, no contexto da descentralização admi-
nistrativa e tributária em favor dos municípios e da institucionalização do 
processo de planejamento público em âmbito local pela Constituição de 
1988. Diversos municípios de médio e grande porte passaram a deman-
dar com maior frequência uma série de indicadores sociodemográficos 
às agências estatísticas, empresas de consultoria e outras instituições li-
gadas ao planejamento público, com o objetivo de subsidiar a elaboração 
de planos diretores de desenvolvimento urbano, de planos plurianuais de 
investimentos, para permitir a avaliação dos impactos ambientais decor-
rentes da implantação de grandes projetos, para justificar o repasse de 
verbas federais para implementação de programas sociais ou ainda pela 
necessidade de disponibilizar equipamentos ou serviços sociais para pú-
blicos específicos, por exigência legal (para portadores de deficiência, 
por exemplo) ou por pressão política da sociedade local (melhoria dos 
serviços de transporte urbano, por exemplo) (JANNUZZI, 2004).
Diferentemente de outros países latino-americanos, no Brasil, 
as estatísticas sociais, econômicas e demográficas usadas para cons-
trução dos indicadores são produzidas, compiladas e disseminadas por 
diferentes agências, situadas em âmbito federal ou estadual. Através de 
uma rede capilarizada pelo território nacional, com delegacias estaduais 
e agências municipais, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 
(IBGE) cumpre seu papel de agente coordenador do Sistema de Produ-
ção e Disseminação de Estatísticas Públicas, como produtor de dados 
primários, compilador de informação proveniente de ministérios e como 
agente disseminador de estatísticas.
As agências estaduais de estatística também compilam uma 
ampla variedade de dados administrativos produzidos pelas secreta-
rias de Estado e, em alguns casos, também produzem dados primários 
provenientes de pesquisas amostrais. Alguns ministérios e secretarias 
estaduais também têm órgãos encarregados da produção ou organiza-
ção de seus dados administrativos. Assim, IBGE, agências estaduais de 
estatística e ministérios/secretarias integram, pois, o Sistema de Produ-
ção e Disseminação de Estatísticas Públicas no Brasil.
Segundo Hakkert (1996), pela abrangência temática e possibi-
lidades de desagregação espacial, a principal fonte de informação para 
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construção de indicadores municipais no país é o Censo demográfico, 
realizado a cada dez anos. 
A finalidade original dos Censos demográficos nos séculos pas-
sados era o de contabilizar o tamanho da população de um país e suasregiões para fins militares e fiscais. Modernamente, além de quantificar 
a demanda potencial de bens e serviços públicos e privados, os Censos 
se prestam ao levantamento de uma gama variada de informações. No 
Censo 2000 foram levantados mais de 65 quesitos de informações nos 
boletins da amostra, versando sobre diversos temas: características de-
mográficas da população (sexo, idade, migração, nupcialidade, fecundi-
dade, mortalidade), características socioeconômicas (rendimento, pos-
se de bens de consumo, situação de trabalho, ocupação, escolaridade, 
entre outras) e características dos domicílios particulares (composição 
material, número de cômodos, dormitórios, banheiros, formas de liga-
ção de água e esgoto, entre outras). 
Além dos Censos demográficos, há as contagens de popu-
lação realizadas em meados do período intercensitário. Esse tipo de 
Censo serve para atualizar os quantitativos populacionais municipais e 
melhorar a precisão das estimativas das projeções demográficas para 
o resto do período intercensitário, podendo coletar um ou outro aspecto 
da realidade social. O tamanho populacional cumpre uma função nor-
mativa importante no sistema político-legal brasileiro, como na defini-
ção de vagas no sistema de representação política e na repartição dos 
recursos públicos arrecadados, especialmente no nível municipal. Daí 
a importância dessa fonte de dados. O primeiro levantamento desta na-
tureza foi realizado em 1996. Na ocasião levantou-se as informações 
demográficas básicas (sexo, idade, status migratório), condição de fre-
quência ou não à escola e escolaridade alcançada.
Principais Fontes de Indicadores Sociais
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Fonte: Jannuzzi (2001)
Além dos Censos, há outras pesquisas institucionais do IBGE 
e registros administrativos dos ministérios – da Saúde, da Educação 
e Trabalho – que podem ser também bastante úteis na construção de 
indicadores sociais, como as fontes apresentadas no Quadro acima.
Vale observar que, enquanto os Censos demográficos permitem 
construir indicadores do tipo produto, os indicadores elaborados a partir 
das fontes alternativas são, em geral, do tipo insumo ou processo. Contu-
do, ainda que com essas limitações e ainda que existam problemas com 
relação à cobertura populacional ou espacial de algumas dessas fontes ou 
mesmo dúvidas com relação à confiabilidade das informações coletadas, 
não há no país muitas outras alternativas para dispor de informação esta-
tística mais atualizada no período inter-censitário em âmbito municipal.
Em nível estadual, no entanto, é possível atualizar-se o quadro 
socioeconômico e demográfico através das edições anuais da Pesquisa 
Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD).
A disponibilidade de um sistema amplo de indicadores sociais 
relevantes, válidos e confiáveis certamente potencializa as chances de 
sucesso do processo de formulação e implementação de políticas pú-
blicas, na medida que permite, em tese, diagnósticos sociais, monitora-
mento de ações e avaliações de resultados mais abrangentes e tecni-
camente mais bem respaldados (JANNUZZI, 2004). 
Produto Interno Bruto (PIB) ou Produto Nacional Bruto (PNB)?
Uma das confusões em torno do PIB é a que mistura taxas tri-
mestrais de crescimento, divulgadas periodicamente pelo IBGE com ta-
xas anuais. A taxa trimestral mede o crescimento do PIB num trimestre 
em relação ao trimestre anterior e se constitui numa medida mais aproxi-
mada de velocidade corrente de crescimento do PIB. Essa taxa é anua-
lizada, ou seja, indica o quanto o PIB cresceria no ano todo se sua velo-
cidade de expansão continuasse a mesma. Para se evitar confusões no 
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tratamento das variações do PIB deve-se sempre tomar a base inicial da 
medida como 100, e aplicar sobre ela os índices de crescimento divulga-
dos. Isso permite visualizar corretamente o fenômeno em curso.
Outras confusões se dão entre os conceitos de Produto Interno 
Bruto - PIB e Produto Nacional Bruto - PNB. Nos Estados Unidos, o con-
ceito preferido é o de PNB, e por isso ele aparece nos principais livros 
de macroeconomia. Na Grã Bretanha e no Brasil, é mais usado o PIB.
Qual a diferença entre os dois conceitos?
O PIB é o valor de toda a produção de bens e serviços ocorrida 
dentro das fronteiras do país, sem considerar a nacionalidade dos que 
se apropriaram dessas rendas, sem descontar rendas eventualmente 
enviadas ao exterior e sem considerar as recebidas do exterior, daí o 
qualificativo de interno.
O PNB considera as rendas recebidas do exterior por nacio-
nais do país e desconta as que foram apropriadas por nacionais de 
outros países, daí o qualificativo nacional.
No caso do Brasil, o PNB é menor do que o PIB porque uma par-
cela da ordem de 3 por cento do PIB brasileiro não é usufruída por brasilei-
ros e sim enviada ao exterior na forma de lucros, dividendos e juros do ca-
pital estrangeiro. Assim, a renda interna bruta é de fato menor do que PIB.
Nos Estados Unidos, ao contrário, o PNB é maior do que o 
PIB porque as rendas obtidas pelas empresas americanas no exterior 
e enviadas aos Estados Unidos na forma de remessa de lucros e divi-
dendos são consideradas parte do PNB americano. Portanto: O PIB, 
descontado dessa renda enviada ao exterior, ou somado à renda rece-
bida do exterior é chamado PNB. O conceito de PNB, por esse motivo, 
está mais próximo ao conceito de Renda Nacional. O Produto Nacional 
Bruto, descontadas as perdas por depreciação, é exatamente igual à 
Renda Nacional Líquida. Assim:
PIB
(-) Renda enviada ao exterior
(+) Renda recebida do exterior
(=) PNB
(-) Depreciação
(=) Produto Nacional Líquido = Renda Nacional Líquida.
Renda Nacional Líquida/População = renda per capita.
Renda Per Capita: Resultado da divisão do montante total da 
renda tributável pelo número de pessoas, em economia, indicador usado 
para medir o grau de desenvolvimento de um país (FAUSTINO, 2010).
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ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO - IDH
O conceito de Desenvolvimento Humano é a base do Relatório 
de Desenvolvimento Humano (RDH), publicado anualmente, e também 
do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Ele parte do pressuposto 
de que para aferir o avanço de uma população não se deve considerar 
apenas a dimensão econômica, mas também outras características so-
ciais, culturais e políticas que influenciam a qualidade da vida humana. 
Esse enfoque é apresentado desde 1990 nos RDHs, que pro-
põem uma agenda sobre temas relevantes ligados ao desenvolvimento 
humano e reúnem tabelas estatísticas e informações sobre o assun-
to. A cargo do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento 
(PNUD), o relatório foi idealizado pelo economista paquistanês Mahbub 
ul Haq (1934-1998). Atualmente, é publicado em dezenas de idiomas e 
em mais de cem países.
O objetivo da elaboração do Índice de Desenvolvimento Huma-
no é oferecer um contraponto a outro indicador muito utilizado, o Pro-
duto Interno Bruto (PIB) per capita, que considera apenas a dimensão 
econômica do desenvolvimento. O IDH pretende ser uma medida geral, 
sintética, do desenvolvimento humano.
Além de computar o PIB per capita, depois de corrigi-lo pelo 
poder de compra da moeda de cada país, o IDH também leva em con-
ta dois outros componentes: a longevidade e a educação. Para aferir 
a longevidade, o indicador utiliza números de expectativa de vida ao 
nascer. O item educação é avaliado pelo índice de analfabetismo e pela 
taxa de matrícula em todos os níveis de ensino. A renda é mensurada 
pelo PIB per capita, em dólar PPC (paridade do poder de compra, que 
elimina as diferenças de custo de vida entre os países). Essas três di-
mensões têm a mesma importância no índice, que varia de zero a um.
Apesar de ter sido publicado pela primeira vez em 1990, o índi-
ce foi

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