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Introdução.
Fala, Caveira, tudo joia? Bem, espero que
sim! Então, nessa aula iremos estudar sobre o
tema Aplicação da lei penal, que é um assunto de
suma importância e que despenca em provas. De
início, lembro você que este tema está previsto no
artigo 1º ao 12º do Código Penal. Por esse motivo,
é necessário que você esteja o tempo todo com o
Código aberto para fazer as comparações e
anotações pertinentes.
1. Aplicação da lei penal.
Antes de tudo, quero explicar como é o nosso método de ensino, basicamente
trabalhamos com a letra da lei + explicação detalhada + jurisprudências e usando até
mesmo exemplos, sabendo disso vamos nessa!
1. Lei penal no tempo.
Legalidade e Anterioridade da Lei
Art. 1º - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação
legal.
O princípio da legalidade é um princípio constitucional e uma garantia fundamental por
meia da qual se estabelecem os limites de punir no estado democrático. Em resumo, o
princípio da legalidade pressupõe que o estado não pode tomar nenhuma ação punitiva,
administrativa ou restritiva contra o indivíduo se não houver, para tal, previsão em lei.
Traduzindo: Somente pode-se dizer que há um crime ou contravenção penal se houver
antes de sua prática uma lei definindo tal conduta como infração.
Ex.: Se João pratica uma conduta em janeiro de 2025 só podemos afirmar que essa conduta
é crime caso exista uma lei anterior definindo-a como tal, ou seja, a lei deve ter sido criada
pelo menos em 2024, pois se ela não for anterior ao fato então João não poderá ser
punido. Conseguiu entender? Caso não tenha entendido assista a primeira aula do tema na
sua área do aluno e lá explicamos de forma mais que detalhada para que você entenda
tudo.
MATÉRIA: Direito Penal
ASSUNTO: Aplicação da lei penal
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Professor, como funciona a 
aplicação da lei penal no tempo?
Em regra, aplica-se a lei penal vigente
ao tempo da prática do fato criminoso, de
acordo com o princípio do tempus regit
actum. Quer-se dizer que a lei penal
produzirá efeitos, em regra, no período da
sua vigência, de acordo com a lei vigente na
época do fato. Assim, praticado um crime,
por exemplo, na data de 22 de julho de
2024, reger-se-á a pretensão punitiva estatal, a princípio, de acordo com as regras
vigentes nesta data. Exceção à regra supracitada ocorre nos casos de extra-atividade
da lei penal, em que abrange a retroatividade da lei mais benéfica e sua ultra-
atividade.
Em síntese: “O fenômeno jurídico pelo qual a lei regula todas as situações
ocorridas durante seu período de vida, isto é, de vigência, denomina-se atividade. A
atividade da lei é a regra. Quando a lei regula situações fora de seu período de
vigência, ocorre a chamada extra-atividade, que é a exceção” (CAPEZ, 2007. P. 54)
1.1.1 Conflito de Leis penais no Tempo
Ocorrendo a revogação de uma lei penal por outra, algumas situações irão
ocorrer, e as consequências de cada uma delas dependerão da natureza da norma
revogadora.
❖ Abolitio Criminis
O Art. 2º do código penal diz que: 
Ninguém pode ser punido por fato que lei 
posterior deixa de considerar crime, 
cessando em virtude dela a execução e os 
efeitos
penais da sentença condenatória. (abolitio
criminis-> exclui a punibilidade)
Espaço para anotações
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Professor, mas o que é Abolitio Criminis?
A abolitio criminis se trata de uma das formas de extinção da punibilidade da
pena. Ocorre quando em momento anterior havia lei penalizando determinada
conduta e, com o advento de nova lei, a mesma deixou de ser considerada crime.
Abolitio Criminis no Código Penal
Embora não esteja prevista expressamente com essa nomenclatura, a abolitio
criminis encontra amparo legal no artigo 107, inciso III, do Código Penal:
O direito poderá ser reconhecido pelo juízo responsável pela fase de conhecimento
do processo, bem como por aquele competente pela execução penal, que deverá
declarar extinção da punibilidade e garantir o retorno do réu à vida em liberdade.
Exemplo de abolitio criminis que se encontrava previsto no artigo 217 do Código
Penal:
Art. 217 – Seduzir mulher virgem, menor de dezoito anos e maior de quatorze, e ter
sua inexperiência ou justificávelcom ela conjunção carnal, aproveitando-se de 
confiança: (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005)
Pena – reclusão, de dois a quatro anos.
Abolitio Criminis e o Princípio
da Adequação Social
A abolitio encontra respaldo 
onde?
A abolitio criminis encontra
respaldo no princípio da
adequação social, segundo o
qual há necessidade de as leis
serem editadas e aplicadas de 
acordo com o contexto social
vigente, de modo que devem ser 
levados em consideração os
parâmetros morais, sociais e culturais de determinada época.
Nesse sentido que determinadas condutas antes vistas pela sociedade como
crime, passaram a ser naturais, não mais merecendo a tutela do ordenamento jurídico,
que somente deverá se ocupar com os bens essenciais ao indivíduo sujeito de direitos.
Como exemplo da aplicação do princípio da adequação social, tem-se a prática de
Art. 107 – Extingue-se a punibilidade:
III – pela retroatividade de lei que não mais considera o fato como criminoso;
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capoeira, que não mais corresponde a crime como outrora.
Por outro lado, vale dizer que novas condutas poderão ser tipificadas pelo
ordenamento, haja vista que deixaram de ser percebidas com bons olhos ou toleradas
pela população. Exemplo de conduta que antes era vista como manifestação da cultura
e hoje em dia corresponde a crime é a farra do boi, prática de violência contra a
integridade física dos animais.
Novatio legis in mellius ou lex 
mitior
O que é a Novatio Legis In 
Mellius?
Novatio Legis In Mellius é um
fenômeno que descreve a origem de
determinada lei (ou seja, lei nova) que
passa a dar tratamento mais benéfico ao crime. Ela não se aplica apenas a crimes que
ocorrem posteriormente ao seu surgimento, mas a crimes anteriores a ela também.
Não importa o status do processo do réu, se já rolou, se vai rolar condenação ou não.
Isso pode deixar muita gente na dúvida – fique atento (a).
A lei veio para “melar” os planos do Ministério Público ou os do da parte interessada
na condenação do réu. Ela não cria novo crime (cuidado com o termo novatio). Ela é
uma nova lei mais benéfica.
É reflexo do que dita o Código Penal no parágrafo único do artigo
2º, que assim dita:
Parágrafo único: A lei posterior, que de qualquer modo FAVORECER O AGENTE,
aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória
transitada em julgado. (Novatio legis in mellius ou lex mitior)
Ou seja, a é uma LEI NOVA MAIS BENÉFICA!
Professor, a Novatio legis in mellius ou lex mitior retroage?
Sim! Pois trata-se de uma lei benéfica.
❖
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Lex gravior ou
Novatio Legis in Pejus
O que é a Lex gravior ou 
Novatio Legis in Pejus?
A Lex gravior ou Novatio
Legis in Pejus, literalmente "lei
mais grave", ou seja, trata-se de
uma situação na qual uma lei
posterior adota penas mais
graves, como,por exemplo, uma
maior quantidade de anos para
certo crime, ou reclusão no
lugar dedetenção. Isto é, ela agrava a situação do acusado.
A novatio legis in pejus também pode ser observada no que diz respeito às
circunstâncias agravantes ou qualificadoras, como impor mais exigências para a
permissão de benefícios, por exemplo.
Professor, a Novatio Legis in Pejus retroage?
Não! Pois esse fenômeno jurídico não se aplica na esfera penal brasileira, visto 
que no artigo 5º, inciso XL da Constituição Federal de 1988 está explícito:
XL – A lei penalnão retroagirá, salvo para beneficiar o réu.
Ou seja, a lei não pode retroagir e colocar o réu em uma situação pior, mais 
rigorosa ou mais grave do que a que ele se encontrava antes do início de sua vigência.
Por não admitir a retroatividade nesse caso, a justiça brasileira adota a lei 
revogada ao aplicar a pena, ou seja, a lei vigente anteriormente, na época do
fato ocorrido.
❖
Atenção!
AQUI É APLICADA APENAS A RETROATIVIDADE!
RETROATIVIDADE: O que é hoje aplica-se ao passado (apenas se beneficiar o réu).
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1.1.2 Lei excepcional e
temporária e os
seus efeitos
O que são essas leis?
Como o próprio nome
diz, são leis criadas para
situações excepcionais ou
temporárias.
A lei Excepcional é criada para
vigorar sob determinadas
condições excepcionais
(calamidade, guerra etc.). Sua
vigência se dá, apenas, no período de tais condições, ou seja, fora dos períodos
“normais”
A lei Temporária, é aquela que já “nasce” sabendo quando vai “morrer”. É certa
a data do seu término.
É uma lei criada para ficar vigente, somente, por um período determinado.
Quais são as características principais das leis excepcionais e 
temporárias?
A) Autor revogabilidade (Autorrevogáveis) – não precisam de outra lei para revogá-
las, pois uma tem período condicional (até que termine a excepcionalidade) e a outra
tempo determinado (até o término previsto desde sua criação. Data determinada). Por
estes motivos, autor revogam-se dentro das peculiaridades de cada uma.
B) Ultratividade (Ultrativas) – é o fenômeno de que os fatos cometidos dentro de sua
vigência, mesmo após a extinção, continuam a ter efeitos.
Pelo fenômeno da ultratividade, os fatos praticados dentro do período da lei
excepcional ou temporária (mesmo que já extintas) continuam a produzir efeitos. Os
efeitos dos atos praticados não se extinguem com elas!
Professor, então a Lei excepcional e temporária são ULTRATIVAS em 
todas as hipóteses?
Não! A Lei excepcional e temporária são ULTRATIVAS, porém elas NÃO
retroagem para beneficiar o réu, logo elas são maléficas.
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Qual um exemplo de LEI TEMPORÁRIA?
É criada uma LEI TEMPORÁRIA que define como crime fumar cigarro por 30 dias.
Passam-se os 30 dias e a vigência desta lei termina. As pessoas que fumaram no tempo
da vigência da lei responderão pelo crime.
Qual um exemplo de LEI EXCEPCIONAL?
Cite-se a hipótese de declaração de guerra e a publicação de uma lei penal, cuja
vigência irá permanecer enquanto durar o estado de guerra.
1.2 Tempo do crime
Qual teoria é adotada para o 
tempo do crime?
Aqui é adotado a teoria da atividade!
O artigo 4º do código penal, 
diz que: “Considera-se praticado o
crime no MOMENTO da ação ou
omissão, ainda que outro seja o
momento do resultado “. Nossistemas
penais é possível adotar a teoria da atividade na qual o que importa é o momento da
conduta (omissiva ou comissiva) delituosa, pouco importando em que momento se
deu o resultado.
Segundo (CAPEZ, 2008), existem três teorias relacionadas com o tema. Nucci 
(2012) e Greco (2013) abordam o assunto.
Esse instituto é importante para aferir a idade do agente, se era ou não maior de
idade; se ao tempo do delito a pessoa tinha ou não capacidade de discernimento.
Importante para averiguar qual será a Lei aplicada ao caso (há relação direta com
a aplicação ou não de certa Lei), assim como trará dados necessários para aferição de
prescrição, decadência, etc.
Art. 3º A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração 
ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado
durante
sua vigência.
Aqui é aplicado apenas o fenômeno da ULTRATIVIDADE! 
Lei Excepcional: criada para situações excepcionais
Lei temporária: criada para um período determinado/certo
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TEMPO DO CRIME -
TEORIA DA ATIVIDADE
Vincula o tempo ao 
momento da conduta sendo a 
ação ou omissão, não 
interessando o momento do 
resultado, (teoria adotada pelo 
Código Penal).
Para Greco, “o momento da conduta, comissiva ou omissiva, será, portanto, o
nosso marco inicial” assim como para “todo tipo de raciocínio que se queira fazer em
sede de extra-atividade da lei penal, bem como nas situações onde não houver
sucessão de leis no tempo”. (2010, p. 102).
TEMPO DO CRIME -
TEORIA DO RESULTADO.
Vincula o tempo do crime
ao resultado.
TEMPO DE CRIME -
TEORIA MISTA.
Entende que tanto o momento da
conduta, como o momento do resultado,
servecomo aferição do tempo do crime.
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CRIMES PERMANENTES.
Nos crimes permanentes a
consumação se prolonga com o delito e
conforme adiantado, a reforma de 1984
optou por adotar a teoria da atividade.
EXCEÇÃO.
Existe exceção como nos casos onde pode ser operada a decadência, eis que
segundo Delmanto, (2010), “Decadência. Conta-se do dia em que a vítima veio a saber,
com grau de certeza, que houve um crime e quem foi seu autor”. (p. 95).
CPB - Art. 103 - Salvo disposição expressa em contrário, o ofendido decai do direito de
queixa ou de representação se não o exerce dentro do prazo de 6 (seis) meses,
contado do dia em que veio a saber quem é o autor do crime, ou, no caso do § 3º do
art. 100 deste Código, do dia em que se esgota o prazo para oferecimento da
denúncia.
Professor, mas isso não ofende o princípio da irretroatividade da lei
mais gravosa?
Não! pois neste caso NÃO HÁ RETROATIVIDADE. Neste caso, a lei mais grave
está sendo aplicada a um crime que ainda está sendo praticado, e não a um crime que já
foi praticado.
1.3 Lei penal no espaço.
Tão importante quanto
conhecer as minúcias referentes
à aplicação da lei penal no
tempo é conhecer as regras
atinentes à lei penal no espaço.
De acordo com Masson:
“O Código Penal brasileiro limita
o campo de validade dalei penal
com observância de dois
vetores fundamentais: 
territorialidade (art. 5.º) e
a
a extraterritorialidade (art. 7.º). Com base neles se
estabelecem princípios que buscam solucionar os conflitos de leis penais no
espaço”.
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TERRITORIALIDADE:
Dispõe o artigo 5º:
“Aplica-se a lei brasileira, sem
prejuízo de convenções,
tratados e regras de direito
internacional, ao 
cometido no
nacional”. Traduz o
crime
território
princípio
da Territorialidade, adotado no 
Brasil como regra.
De acordo com Masson: “território é o espaço em que o Estado exerce sua soberania 
política”. O mesmo autor aponta o que seria este território:
a) o espaço territorial delimitado pelas fronteiras, sem solução de continuidade,
inclusive rios, lagos, mares interiores e ilhas, bem como o respectivo subsolo.
b) o mar territorial, ou marginal, que corre ao longo da costa como parte integrante do
território brasileiro e que tem uma faixa de doze milhas marítimas de largura, medidas
a partir da baixa-mar do litoral continental e insular brasileiro, na forma definida pela
Lei 8.617/1993. A soberania brasileira alcança também o leito e o subsolo do mar
territorial.
c) a plataforma continental, medindo 200 milhas marítimas a partir do litoral brasileiro
(ou 188 milhas, deduzidas as 12 milhas do mar territorial), como zona econômica
exclusiva, instituída pela Lei 8.617/1993, que incorporou a Convenção da ONU de 1982,
sobre o direito do mar.
d) o espaço aéreo, compreendido como a dimensão estatal da altitude. Em relação ao
domínio aéreo, adotou-se a teoria da absoluta soberania do país subjacente, pela qual
o Brasil exerce completa e exclusiva soberania sobre o espaço aéreo acima de seu
território e mar territorial (art. 11 da Lei 7.565/1986).
(…)
g) os rios e lagos internacionais, que são aquelesque atravessam mais de um Estado.
Se forem sucessivos, ou seja, passarem por dois ou mais países, mas sem separá-los,
considera-se o trecho que atravessa o Brasil. Caso sejam simultâneos ou fronteiriços, isto
é, separarem os territórios de dois ou mais países, a delimitação da parte
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pertencente ao Brasil é fixada por tratados ou convenções internacionais entre os
Estados interessados.
Entende-se por território nacional: Espaço geográfico (delineado anteriormente) +
espaço jurídico. Este é composto pelas embarcações ou aeronaves privadas em alto-
mar são consideradas extensões do território brasileiro e embarcações ou aeronaves
privadas estrangeiras em pouso ou porto brasileiro.
É a previsão do artigo 5º, §§1º e 2º do Código Penal:
§ 1º – Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional
as embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo
brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações
brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no
espaço aéreo correspondente ou em alto-mar.
§ 2º – É também aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de
aeronaves ou embarcações estrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas
em pouso no território nacional ou em voo no espaço aéreo correspondente, e estas
em porto ou mar territorial do Brasil
Princípio da Passagem Inocente: Não se aplica a lei brasileira em caso de crime
cometido a bordo de embarcação, ainda que em espaço/mar territorial nacional,
quando esta estava apenas de passagem necessária para outro país. Também abrange
aeronaves, embora não haja previsão expressa. Artigo 3º da Lei 8.617/93. Porém, se o
crime de alguma forma afetar o interesse nacional será aplicado a lei brasileira.
O princípio da territorialidade não soluciona todos os problemas. Muitas
vezes, o delito é cometido por brasileiro no exterior ou, então, por estrangeiro no Brasil,
por este motivo o Código Penal adotou como regra geral o princípio da territorialidade de
forma temperada ou mitigada.
É necessário analisar outros princípios como:
1) Nacionalidade/ Personalidade ativa: Aplica-se a lei penal da nacionalidade do sujeito
ativo, previsto no art. 7.º, I, alínea “d” (“quando o agente for brasileiro”), e também
pelo inciso II, alínea “b”, do Código Penal.
2) Nacionalidade/ Personalidade passiva: a vítima é brasileira. O autor do delito que
se encontrar em território brasileiro, embora seja estrangeiro, deverá ser julgado de
acordo com a nossa lei penal. É adotado pelo art. 7.º, § 3.º, do Código Penal.
3) Defesa (ou real): Leva-se em consideração a nacionalidade do bem jurídico atingido.
Previsto no art. 7.º, I, alíneas “a”, “b” e “c”, do Código Penal, compreendendo os
crimes contra:
a) a vida ou a liberdade do Presidente da República;
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b) o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, de Território,
de Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou
fundação instituída pelo Poder Público; e
c) a administração pública, por quem está a seu serviço.
4) Justiça penal universal: aplica-se a lei do local em que o agente for encontrado,
todos os Estados da comunidade internacional podem punir os autores de
determinados crimes que se encontrem em seu território, de acordo com as
convenções ou tratados internacionais, pouco importando a nacionalidade do agente,
o local do crime ou o bem jurídico atingido. Vide art. 7.º, II, “a”, do Código Penal: “os
crimes que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir”.
5) Representação, pavilhão, subsidiário ou da substituição: Utilizado quando o crime
for praticado em aeronaves e embarcações privadas e o país em que foi praticado o
crime demonstrar desinteresse em puni-lo. 7.º, II, “c”, do Código Penal.
Masson, traz a seguinte pergunta: E se a aeronave ou embarcação 
brasileira for pública ou estiver a serviço do governo brasileiro?
Essa questão é simples, mas capciosa, já foi formulada em diversos concursos.
Não incide no caso o princípio da representação, mas sim o da territorialidade.
Lembre-se: aeronaves e embarcações brasileiras, públicas ou a serviço do governo
brasileiro, constituem extensão do território nacional (art. 5.º, § 1.º, do Código Penal).
Assim, há casos em que a lei penal brasileira é aplicada aos crimes cometidos no
exterior (extraterritorialidade). Há também casos em que a lei penal estrangeira é
aplicada aos crimes cometidos no Brasil (intraterritorialidade).
A extraterritorialidade pode 
ser:
A) Incondicionada: Aplica-se a lei
brasileira, ainda que os crimes
tenham sido cometidos no
estrangeiro, sem exigir qualquer
condição (art. 7º, §1º, CP).
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§ 1 º – Nos c a s os do i nc i s o I , o a g e nte é puni do s e g undo a l e i
brasileira, ainda que absolvido ou condenado no estrangeira.
Porém, de acordo com o artigo 8º no caso de extraterritorialidade
incondicionada, a pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo
mesmo crime, quando diversas, ou nela é computada, quando idênticas, forma de
atenuar a dupla punição.
Art. 8º do CP: “A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo 
mesmo crime, quando diversas, ou nela é computada, quando idênticas”.
Apesar da literalidade do art. 8º, há um julgado do STF que diz que o art. 8º do CP foi 
considerado inconvencional, ou seja, não pode ser aplicado, vejamos o julgado:
O agente não pode responder à
ação penal no Brasil se já foi
processado criminalmente, pelos
mesmos fatos, em um Estado
estrangeiro.
O art. 5º do Código Penal afirma
que a lei brasileira se aplica ao
crime cometido no território
nacional, mas ressalva aquilo que
for previsto em “convenções,
(Princípio da proteção ou da defesa ou real)
(Princípio da proteção ou da defesa ou real)
(Princípio da proteção ou da defesa ou real)
(Princípio da justiça universal ou cosmopolita)
Art. 7º Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro:
I - Os crimes:
(EXTRATERRITORIALIDADE INCONDICIONADA)
1 Contra a vida ou a liberdade do Presidente da República.
2 Contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, de
Território, de Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia
ou fundação instituída pelo Poder Público.
3 Contra a administração pública, por quem está a seu serviço.
4 De genocídio, quando o AGENTE for brasileiro ou domiciliado no Brasil.
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tratados e regras de direito internacional”.
A Convenção Americana de Direitos Humanos (CADH) e o Pacto Internacional de
Direitos Civis e Políticos (PIDCP) proíbem de forma expressa a dupla persecução penal
pelos mesmos fatos.
Desse modo, o art. 8º do CP deve ser lido em conformidade com os preceitos
convencionais e a jurisprudência da Corte Interamericana de Direitos Humanos (CIDH),
vedando-se a dupla persecução penal por idênticos fatos.
Vale, por fim, fazer um importante alerta: a proibição de dupla persecução penal em
âmbito internacional deve ser ponderada com a soberania dos Estados e com as
obrigações processuais positivas impostas pela CIDH.Isso significa que, se ficar
demonstrado que o Estado que “processou” o autor do fato violou os deveres de
investigação e de persecução efetiva, o julgamento realizado no país estrangeiro pode
ser considerado ilegítimo. Portanto, se houver a devida comprovação de que o
julgamento em outro país sobre os mesmos fatos não se realizou de modo justo e
legítimo, desrespeitando obrigações processuais positivas, a vedação de dupla
persecução pode ser eventualmente ponderadapara complementação em persecução
interna.
STF. 2ª Turma. HC 171118/SP, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 12/11/2019
(Info 959).
Porém apesar da jurisprudência em contrário, VAMOS ENTENDER O QUE AS BANCAS
DE CONCURSO ADOTAM:
O Art. 8º de acordo com o entendimento das questões de concurso só se
aplica aos casos de EXTRATERRITORIALIDADE INCONDICIONADA. Pois, um dos
requisitos da EXTRATERRITORIALIDADE CONDICIONADA é o agente não ter sido o
agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena.
Se é uma hipótese de EXTRATERRITORIALIDADE CONDICIONADA e o agente já
cumpriu pena no exterior ou foi absolvido, então não há nem que se falar em pena no
Brasil. Portanto, nesse caso, essa pena não será atenuada e nem computada, pois na
verdade, nem tem que cumprir pena aqui. Trago dois exemplos de questões cobradas
pelo INSTITUTO AOCP:
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Três chilenos,
revoltados com a
derrota da seleção de
futebol de seu país
para o Brasil,
depredaram uma sede
internacional da
Petrobrás, localizada
em Paris (França).
Nesse caso, eles estão
sujeitos à aplicação da
lei penal brasileira,
uma vez que se trata
de hipótese de?
Nesse caso, temos a aplicação da extraterritorialidade incondicionada, pois a
Petrobrás é uma sociedade de economia mista, logo se inclui na alínea “B” do art. 7º
“b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, de
Território, de Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia
ou fundação instituída pelo Poder Público.
brasileiro, 
férias em 
(Rússia),
Vicente,
durante
Moscou
cometeu
suas
o crime de
roubo contra uma loja de 
conveniência local e, lá, 
foi processado e 
condenado à pena de 
quatro anos de reclusão, 
os quais já foram 
integralmente cumpridos.
Ocorreque, pelo
mesmo crime, 
também foi processado e
condenado, no Brasil, à pena de sete anos de reclusão. De acordo 
com o Código Penal, Vicente deverá cumprir pena no Brasil?
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Não deverá cumprir pena alguma no Brasil, tendo em vista que já cumpriu
integralmente sua pena na Rússia. Veja que aqui temos uma hipótese de
extraterritorialidade condicionada (crime praticado por brasileiro), portanto não vai
aplicar o art. 8º do CP. Conforme vimos anteriormente, o art. 8º só se aplica à
extraterritorialidade incondicionada.
O art. 2.º da Lei 9.455/1997 apresenta outro exemplo: “O disposto nesta Lei
aplica-se ainda quando o crime não tenha sido cometido em território nacional, sendo
a vítima brasileira ou encontrando-se o agente em local sob jurisdição brasileira”.
B) Condicionada: depende do preenchimento dos de todos os requisitos presentes no 
art. 7º, § 2º, do CP.
asson: “lei penal brasileira é subsidiária em relação aos crimes praticados fora 
do território nacional”
§ 2º – Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira
depende do concurso das seguintes condições:
Verifica-se ainda uma outra situação que alguns doutrinadores chamam de
hipercondicionada, quando ocorre no caso de crime cometido por estrangeiro contra
brasileiro, fora do Brasil, exigindo-se outras duas condições, além das anteriormente
indicadas, quais sejam:
a) não ter sido pedida ou ter sido negada a extradição; e
b) ter havido requisição do Ministro da Justiça.
Aplica-se a EXTRATERRITORIALIDADE CONDICIONADA com as seguintes condições:
1 Entrar o agente no território nacional.
2 Ser o fato punível também no país em que foi praticado.
3 Está o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a 
extradição.
5 NÃO ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou NÃO ter cumprido a pena.
6 NÃO ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, NÃO
estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorável.
Atenção!
É inaplicável o princípio da extraterritorialidade nas contravenções penais.
Isso porque, nos termos do art. 2º da LCP, “a lei brasileira só é aplicável à 
contravenção praticada no território nacional”.
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2.3 Lugar do Crime
De forma similar ao que foi estudado quando tratamos da lei penal no tempo,
existem três teorias sobre a aplicação da norma:
a) atividade: considera-
se local do delito aquele 
onde foi praticada a 
conduta (atosexecutórios).
b) resultado: o lugar do 
crime é aquele onde ocorreu
o resultado (consumação).
c) mista ou da 
ubiquidade: é lugar do 
crime tanto onde houve a 
conduta quanto olocal onde 
se deu o resultado (Adotada
pelo Código Penal)
De acordo com o art. 6° essa última é a teoria adotada pelo Código Penal: Art. 6º
Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo
ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado (teoria
da Ubiquidade/Mista).
Para se aplicar a lei penal brasileira basta que um único ato executório, dos
diversos realizados pela conduta criminosa, toque em nosso território ou, então, que o
resultado aqui se verifique.
Ex: Se dá margem do Rio Paraguai, lado deste país, uma pessoa atira em um
Brasileiro que está na margem do lado do nosso território, o Brasil dispõe de
legitimidade para o julgamento do crime, porquanto uma parcela dos atos executórios
realizou-se em nosso país, se fosse ao contrário o Brasil também teria legitimidade.
Considera-se o crime praticado nos dois países.
Quais hipóteses não se aplica a teoria da ubiquidade?
1 CRIMES CONEXOS (Dois ou mais crimes que estão ligados)
2 CRIMES PLURILOCAIS (Aquele que envolve duas ou mais comarcas)
3 INFRAÇÕES PENAIS DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO
Mnemônico: LUTA
Lugar: Ubiquidade/mista
Tempo: Atividade
Atenção!
Não se aplica a teoria da ubiquidade/mista em crimes conexos.
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4 CRIMES FALIMENTARES (são aqueles que decorrem de qualquer ato fraudulento,
praticado pelo devedor ou terceiro envolvido que resulte ou possa resultar em prejuízo
aos credores da empresa falida)
5 ATOS INFRACIONAIS
2.4 Lei penal em relação 
às pessoas.
Os sujeitos do crime são
aqueles que, de alguma forma,
se relacionam com a conduta
criminosa. Existe dois sujeitos
do crime: Sujeito ativo e passivo
● O SUJEITO ATIVO é a pessoa
direta ou
a conduta 
seja
que realiza 
indiretamente 
criminosa, 
isoladamente, 
concurso. Autor 
realizam crime
seja em e
coautor de
forma
direta, ao passo que o
participe e o autor mediato
o fazem indiretamente.
O sujeito ativo da infração penal pode ser pessoa física ou pessoa jurídica,
porém, nocaso de pessoa jurídica, apenas crimes ambientais são levados em conta,
conforme a Constituição Federal, art. 225 p. (Teoria da dupla imputação)
Em regra, somente o ser humano pode ser sujeito ativo de uma infração penal.
Os animais, por exemplo, não podem ser sujeitos ativos da infração penal, embora
possam ser instrumentos para a prática de crimes.
Atualmente vem-se admitindo a RESPONSABILIDADE PENAL DA PESSOA
JURÍDICA, ou seja, tem se admitido que a pessoa jurídica seja considerada SUJEITO 
ATIVO DE INFRAÇÕES PENAIS.
Em regra, a Lei Penal é aplicável a todas as pessoas indistintamente.
Entretanto, em relação a algumas pessoas, existem disposições especiais do Código
Penal. São as chamadas imunidades diplomáticas (diplomáticas e de chefes de
governos estrangeiros) e parlamentares (referentes aos membros do Poder Legislativo).
A) AGENTES DIPLOMÁTICOS
Princípio da territorialidade, adotado pelo Brasil, não é absoluto e a parte final
do artigo 5º do Código penal autoriza a criação das imunidades diplomáticas e de chefes de
governos estrangeiros. Cabe ressaltar que seus funcionários particulares NÃO
possuem a imunidade.
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A Convenção deViena sobre Relações Diplomáticas, incorporada ao direito
pátrio pelo Decreto 56.435/1965, assegura ao diplomata, embaixadores, secretários da
embaixada, pessoal técnico e administrativo das representações, seus familiares,
funcionários da ONU, OEA e demais organizações internacionais quando em serviço, o
Chefe de Estado estrangeiro que visita o país, e inclusive, os membros da sua comitiva,
a respectiva imunidade que não permite sua prisão nem a submissão a qualquer
procedimento sem autorização de seu país.
A imunidade é irrenunciável por parte do seu destinatário, podendo apenas o Estado 
a que representa fazer a renúncia.
As sedes das embaixadas não são extensões de territórios estrangeiros no Brasil,
porém, não podendo ser objeto de busca, requisição, embargo ou medida de execução
as autoridades nacionais não podem adentrar nas sedes diplomáticas sem autorização,
salvo se o crime tenha sido praticado em seu interior por alguém que não faça parte
do corpo diplomático.
A1) Cônsules
Masson: “Os cônsules, por seu turno, são funcionários públicos de carreira ou 
honorários e indicados para a realização de determinadas funções em outros países, 
com imunidades e privilégios inferiores aos dos diplomatas. A imunidade penal é 
limitada aos atos de ofício, podendo ser processados e condenados por outros crimes”.
B) PARLAMENTARES
De acordo com Nucci: São espécies de imunidades parlamentares:
a) substantiva (material, absoluta, real ou irresponsabilidade legal), que é um
privilégio de direito penal substantivo e visa a assegurar a liberdade de palavra 
e de debates.
b) processual (formal ou relativa), que é um privilégio de natureza processual e
tem por fim garantir a inviolabilidade pessoal, evitando que o parlamentar seja
submetido a processos tendenciosos ou prisões arbitrárias.
A imunidade substantiva/ material está prevista no art. 53, caput da
Constituição Federal: “os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por
quaisquer de suas opiniões, palavras e votos”.
Por outro lado, a imunidade processual/ formal está prevista no art. 53, § 2.º, da
CF: “desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não poderão
ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável. Nesse caso, os autos serão
remetidos dentro de vinte e quatro horas à Casa respectiva, para que, pelo voto da
maioria de seus membros, resolva sobre a prisão”.
● O SUJEITO PASSIVO DO CRIME é o titular do bem jurídico lesado ou ameaçado
pela conduta criminosa, ou seja, aquele que sofreu pela infração penal cometida pelo
sujeito ativo.
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1) Sujeito passivo mediato ou formal – É o Estado, pois a ele pertence o dever de
manter a ordem pública e punir aqueles que cometem crimes. Todo crime possui o
Estado como sujeito passivo mediato, pois todo crime é uma ofensa ao Estado, à
ordem estatuída;
2) Sujeito passivo imediato ou material – É o titular do bem jurídico efetivamente
lesado.
Por exemplo: A pessoa que sofre a lesão no crime de lesão corporal (art. 129 do
CP), o dono do carro roubado no crime de roubo (art. 157 do CP), etc.
Em regra, a Lei Penal é aplicável a todas as pessoas indistintamente. Entretanto,
em relação a algumas pessoas, existem disposições especiais do Código Penal. São as
chamadas imunidades diplomáticas (diplomáticas e de chefes de governos
estrangeiros) e parlamentares (referentes aos membros do Poder Legislativo).
2.5 Pena cumprida no estrangeiro
O art. 8 do Código Penal aduz que, o agente que praticou um crime no
estrangeiro e outro no Brasil, sendo condenado à pena de mesma natureza, a pena
cumprida pelo agente no estrangeiro será descontada no Brasil. Ou seja, caso a pena
cumprida pelo agente seja maior do que a pena a ser cumprida no Brasil, nada
restará a cumprir.
Art. 8º A pena cumprida no estrangeiro ATENUA a pena imposta no Brasil pelo
mesmo crime, quando DIVERSAS, ou nela é COMPUTADA, quando IDÊNTICAS.
Atenção! O ESTADO também pode ser sujeito passivo imediato ou material, nos
crimes em que for o titular do bem jurídico especificamente violado, como nos crimes
contra a administração pública, por exemplo.
Exemplo: peculato
O Estado sempre figura como sujeito passivo constante.
A pessoa jurídica pode ser vítima de diversos delitos, desde que compativeis com a sua 
natureza.
Atenção?
Extraterritorialidade CONDICIONADA - NÃO CUMPRE O RESTANTE DA PENA.
Só se aplica aos casos de EXTRATERRITORIALIDADE
INCONDICIONADA. A sentença estrangeira NÃO faz coisa julgada no
Brasil
Mnemônico = CIDA
COMPUTA = IDÊNTICAS 
ATENUA = DIVERSAS
Penas idênticas = privativa de liberdade (no estrangeiro) + privativa de liberdade
(no Brasil) ou restritiva de direitos (no estrangeiro) + restritiva de direitos (no Brasil) =
COMPUTA
Penas diversas = privativa (no estrangeiro) + restritiva (no Brasil), ou vice-versa =
ATENUA
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2.6 Contagem de prazos
Quais são as regras de 
contagem dos prazos do 
Direito Penal?
a) Inclui-se o dia do início 
e exclui-se o dia do
fim.
b) Os prazos não se 
interrompem por 
feriados, finais de 
semana ou dia em que
ofórum não funciona (dias sem expediente forense).
c) Os prazos podem terminar em dia não úteis.
Art. 10. O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. Contam-se os dias, os 
meses e os anos pelo calendário comum.
Como se vê, a lei estabelece que os prazos previstos na Lei Penal sejam contados de 
forma a incluir o dia do começo.
2.7 Frações não computáveis da pena
As frações de pena são desprezadas, de modo que:
EXEMPLO: João, no dia 15/01/2019, é vítima de crime de lesão corporal leve (CP,
art. 129, caput), que exige representação para ser processado (Lei 9.099/1995, art.
88), sob pena de decadência (CP, art. 103). Assim, como o prazo para
representação é de 6 meses, contados a partir da ciência da autoria, de João já sabia
no dia do fato quem era o autor, terá até o dia 14/07/2019 para representar, e não
até o dia 15/07/2019, pois, em sendo a decadência instituto do Direito Penal,
exclui-se o dia do fim do prazo e, ainda, de nada importam os feriados ocorridos no
meio desse prazo.
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a) As frações de dias, que são 
as horas, não são computadas na 
fixação da penaprivativa de 
liberdade;
b) As frações de moeda, que 
são os centavos, não são 
computadas na fixação dapena de 
multa.
Art. 11. Desprezam-se, nas penas PRIVATIVAS DE LIBERDADE e nas RESTRITIVAS DE 
DIREITOS, as frações de dia, e, na PENA DE MULTA, as frações de centavos).
HORÁRIO DA PRISÃO:
Se uma pessoa é presa para cumprir pena, independentemente do horário da prisão, o dia valerá 
como dia de pena cumprida. Assim, se um sujeito é preso às 22h00min de um dia, esse dia é
integralmente computado, ainda que faltem somente 2 horas para findar.
2.8 Eficácia da sentença 
estrangeira
A sentença estrangeira é
um fato jurídico e, nessa qualidade,
produz alguns efeitos, ainda que não
homologada. Se a sentença
estrangeira for homologada no
Brasil, pode produzir efeitos
adicionais.
Exemplo: José é condenado, inicialmente, a 6 meses e 15 dias de detenção, pena 
da qual o juiz subtrai 1/6 (um sexto) em razão de alguma atenuante. Seria o caso
de
subtrair 1 mês, 2 dias e 12 horas do total, mas, diante da regra que vimos, reduz-se 
somente 1 mês e 2 dias, rejeitando-se as horas.
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“Nenhuma sentença de caráter criminal emanada de jurisdição estrangeira
pode ter eficácia num Estado sem o seu consentimento, uma vez que o Direito Penal é
essencialmente territorial, devendo ser aplicado apenas dentro dos limites do país que
o criou. A execução de uma sentença é ato de soberania e, portanto, necessita de
homologação do Estado no qual se dará seu cumprimento,quando proferida por
autoridade estrangeira. Isso porque somente a soberania proporciona força executória
aos julgados, então, a execução de sentença em território diverso daquele onde ela foi
proferida a prova dessa força, a qual somente a soberania pode lhe atribuir” (CAPEZ,
2020, pp. 226/227).
HIPÓTESES, REQUISITOS e EFEITOS DA HOMOLOGAÇÃO DA
SENTENÇA ESTRANGEIRA (Art. 9)
A sentença criminal estrangeira, para ser executada, no Brasil, depende de 
homologação da Justiça Brasileira, tanto para impor pena como também para:
I. – Obrigar o condenado à reparação do dano, a restituições e a outros efeitos civis,
desde que a requerimento da parte interessada;
OU
II.– Sujeitar o condenado inimputável ou semi-imputável a medida de segurança (não é
pena), desde que haja tratado de extradição com o país que expediu a sentença
estrangeira ou, na falta de tratado, haja requisição do Ministro da Justiça.
Súmula 420 – STF: “Não se homologa sentença proferida no estrangeiro sem prova 
do trânsito em julgado”.
Demais requisitos:
EFEITOS COMUNS DA SENTENÇA ESTRANGEIRA, AINDA QUE NÃO 
HOMOLOGADA (Art. 788, CPP)
Por outro lado, a sentença criminal estrangeira, ainda que não homologada, 
produz alguns efeitos mínimos no Brasil, por exemplo:
a) gera reincidência caso o agente cometa novo crime, no Brasil.
b) proíbe a suspensão condicional da pena ao agente que cometa novo crime, 
no Brasil.
c) proíbe o livramento condicional ao agente que cometa novo crime, no 
Brasil.
Atenção! Em qualquer caso, é requisito da homologação da sentença estrangeira
no Brasil que haja prova do seu trânsito em julgado no estrangeiro (prova de que
contra ela não caibam mais recursos).
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d) é válida no Brasil caso seja absolutória ou extintiva da punibilidade.
Quem possui competência para homologação 
estrangeira?
A competência é do Superior Tribunal de Justiça (STJ)
da sentença
CF/88 – Art. 105, I, “i”
NATUREZA JURÍDICA DA DECISÃO QUE HOMOLOGA A SENTENÇA ESTRANGEIRA
“Trata-se de decisão judicial de mera delibação, sem análise do conteúdo da
sentença estrangeira, mas de seus aspectos formais extrínsecos, com a finalidade
de atribuir-lhe eficácia executória. Sem a homologação, a sentença estrangeira é
ineficaz no Estado em que se pretenda executá-la, daí por que a doutrina costuma
dizer que a sua natureza jurídica é a de uma sentença de delibação de caráter
integrante, até porque a homologação confere à sentença deliberada aquilo que
lhe falta para o exercício de sua eficácia jurídica” (CAPEZ, 2020, p. 227).
TÍTULO EXECUTIVO JUDICIAL
De acordo com o art. 515, VIII, do Código de Processo Civil (CPC), a sentença
estrangeira homologada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) é titulo executivo
judicial. Assim, se a Justiça Estrangeira fixar, mesmo numa sentença criminal, valor
para reparação do dano, poderá a vítima executá-la no Brasil, desde que
homologada, sem necessitar, contudo, de rediscutir a culpa do agente no evento,
já partindo para a fase da execução, “saltando” a fase de conhecimento, pois, vale
dizer, o conhecimento já foi exercido.
2. JURISPRUDÊNCIA
Veremos agora as jurisprudências sobre esse assunto.
1. SÚMULAS
Súmula 659-STJ: A fração de aumento em razão da prática de crime continuado deve
ser fixada de acordo com o número de delitos cometidos, aplicando-se 1/6 pela prática
de duas infrações, 1/5 para três, 1/4 para quatro,1/3 para cinco, 1/2 para seis e 2/3 para
sete ou mais infrações.
STJ. 3ª Seção. Aprovada em 13/9/2023.
A Súmula 711 do STF determina que “a lei penal mais grave se aplica ao crime
continuado ou ao crime permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da
continuidade ou da permanência.”
Súmula 711 do STF: A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime
Atenção!
Atualmente quem homologa sentença estrangeira é o STJ.
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permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou da 
permanência.
Súmula nº 420 do STF - O STF exige que tenha havido o trânsito em julgado da 
sentença penal condenatória para que possa ser realizada a homologação:
Súmula 420 do STF: Não se homologa sentença proferida no estrangeiro sem prova 
Do trânsito em julgado.
Súmula 611 do STF: Transitada em julgado a sentença condenatória, compete ao juízo
das execuções a aplicação de lei mais benigna. - Quem aplica a lei mais nova é o juízo
das execuções.
Súmula 74 do STJ - Para efeitos penais, o reconhecimento da menoridade do réu 
requer prova por documento hábil.
Súmula 171 do STJ- Cominadas cumulativamente, em lei especial, penas privativas de
liberdade e pecuniária, é defeso a substituição da prisão por multa.
3. CONCLUSÃO
Chegamos ao fim dessa aula! Foi um prazer estar com você até aqui. #Caveira
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