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Licenciado para - P edro V ictor P ereira P assos - 07237968157 - P rotegido por E duzz.com Introdução. Fala, Caveira, tudo joia? Bem, espero que sim! Então, nessa aula iremos estudar sobre o tema Aplicação da lei penal, que é um assunto de suma importância e que despenca em provas. De início, lembro você que este tema está previsto no artigo 1º ao 12º do Código Penal. Por esse motivo, é necessário que você esteja o tempo todo com o Código aberto para fazer as comparações e anotações pertinentes. 1. Aplicação da lei penal. Antes de tudo, quero explicar como é o nosso método de ensino, basicamente trabalhamos com a letra da lei + explicação detalhada + jurisprudências e usando até mesmo exemplos, sabendo disso vamos nessa! 1. Lei penal no tempo. Legalidade e Anterioridade da Lei Art. 1º - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal. O princípio da legalidade é um princípio constitucional e uma garantia fundamental por meia da qual se estabelecem os limites de punir no estado democrático. Em resumo, o princípio da legalidade pressupõe que o estado não pode tomar nenhuma ação punitiva, administrativa ou restritiva contra o indivíduo se não houver, para tal, previsão em lei. Traduzindo: Somente pode-se dizer que há um crime ou contravenção penal se houver antes de sua prática uma lei definindo tal conduta como infração. Ex.: Se João pratica uma conduta em janeiro de 2025 só podemos afirmar que essa conduta é crime caso exista uma lei anterior definindo-a como tal, ou seja, a lei deve ter sido criada pelo menos em 2024, pois se ela não for anterior ao fato então João não poderá ser punido. Conseguiu entender? Caso não tenha entendido assista a primeira aula do tema na sua área do aluno e lá explicamos de forma mais que detalhada para que você entenda tudo. MATÉRIA: Direito Penal ASSUNTO: Aplicação da lei penal Licenciado para - P edro V ictor P ereira P assos - 07237968157 - P rotegido por E duzz.com Professor, como funciona a aplicação da lei penal no tempo? Em regra, aplica-se a lei penal vigente ao tempo da prática do fato criminoso, de acordo com o princípio do tempus regit actum. Quer-se dizer que a lei penal produzirá efeitos, em regra, no período da sua vigência, de acordo com a lei vigente na época do fato. Assim, praticado um crime, por exemplo, na data de 22 de julho de 2024, reger-se-á a pretensão punitiva estatal, a princípio, de acordo com as regras vigentes nesta data. Exceção à regra supracitada ocorre nos casos de extra-atividade da lei penal, em que abrange a retroatividade da lei mais benéfica e sua ultra- atividade. Em síntese: “O fenômeno jurídico pelo qual a lei regula todas as situações ocorridas durante seu período de vida, isto é, de vigência, denomina-se atividade. A atividade da lei é a regra. Quando a lei regula situações fora de seu período de vigência, ocorre a chamada extra-atividade, que é a exceção” (CAPEZ, 2007. P. 54) 1.1.1 Conflito de Leis penais no Tempo Ocorrendo a revogação de uma lei penal por outra, algumas situações irão ocorrer, e as consequências de cada uma delas dependerão da natureza da norma revogadora. ❖ Abolitio Criminis O Art. 2º do código penal diz que: Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória. (abolitio criminis-> exclui a punibilidade) Espaço para anotações Licenciado para - P edro V ictor P ereira P assos - 07237968157 - P rotegido por E duzz.com Professor, mas o que é Abolitio Criminis? A abolitio criminis se trata de uma das formas de extinção da punibilidade da pena. Ocorre quando em momento anterior havia lei penalizando determinada conduta e, com o advento de nova lei, a mesma deixou de ser considerada crime. Abolitio Criminis no Código Penal Embora não esteja prevista expressamente com essa nomenclatura, a abolitio criminis encontra amparo legal no artigo 107, inciso III, do Código Penal: O direito poderá ser reconhecido pelo juízo responsável pela fase de conhecimento do processo, bem como por aquele competente pela execução penal, que deverá declarar extinção da punibilidade e garantir o retorno do réu à vida em liberdade. Exemplo de abolitio criminis que se encontrava previsto no artigo 217 do Código Penal: Art. 217 – Seduzir mulher virgem, menor de dezoito anos e maior de quatorze, e ter sua inexperiência ou justificávelcom ela conjunção carnal, aproveitando-se de confiança: (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005) Pena – reclusão, de dois a quatro anos. Abolitio Criminis e o Princípio da Adequação Social A abolitio encontra respaldo onde? A abolitio criminis encontra respaldo no princípio da adequação social, segundo o qual há necessidade de as leis serem editadas e aplicadas de acordo com o contexto social vigente, de modo que devem ser levados em consideração os parâmetros morais, sociais e culturais de determinada época. Nesse sentido que determinadas condutas antes vistas pela sociedade como crime, passaram a ser naturais, não mais merecendo a tutela do ordenamento jurídico, que somente deverá se ocupar com os bens essenciais ao indivíduo sujeito de direitos. Como exemplo da aplicação do princípio da adequação social, tem-se a prática de Art. 107 – Extingue-se a punibilidade: III – pela retroatividade de lei que não mais considera o fato como criminoso; Licenciado para - P edro V ictor P ereira P assos - 07237968157 - P rotegido por E duzz.com capoeira, que não mais corresponde a crime como outrora. Por outro lado, vale dizer que novas condutas poderão ser tipificadas pelo ordenamento, haja vista que deixaram de ser percebidas com bons olhos ou toleradas pela população. Exemplo de conduta que antes era vista como manifestação da cultura e hoje em dia corresponde a crime é a farra do boi, prática de violência contra a integridade física dos animais. Novatio legis in mellius ou lex mitior O que é a Novatio Legis In Mellius? Novatio Legis In Mellius é um fenômeno que descreve a origem de determinada lei (ou seja, lei nova) que passa a dar tratamento mais benéfico ao crime. Ela não se aplica apenas a crimes que ocorrem posteriormente ao seu surgimento, mas a crimes anteriores a ela também. Não importa o status do processo do réu, se já rolou, se vai rolar condenação ou não. Isso pode deixar muita gente na dúvida – fique atento (a). A lei veio para “melar” os planos do Ministério Público ou os do da parte interessada na condenação do réu. Ela não cria novo crime (cuidado com o termo novatio). Ela é uma nova lei mais benéfica. É reflexo do que dita o Código Penal no parágrafo único do artigo 2º, que assim dita: Parágrafo único: A lei posterior, que de qualquer modo FAVORECER O AGENTE, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado. (Novatio legis in mellius ou lex mitior) Ou seja, a é uma LEI NOVA MAIS BENÉFICA! Professor, a Novatio legis in mellius ou lex mitior retroage? Sim! Pois trata-se de uma lei benéfica. ❖ Licenciado para - P edro V ictor P ereira P assos - 07237968157 - P rotegido por E duzz.com Lex gravior ou Novatio Legis in Pejus O que é a Lex gravior ou Novatio Legis in Pejus? A Lex gravior ou Novatio Legis in Pejus, literalmente "lei mais grave", ou seja, trata-se de uma situação na qual uma lei posterior adota penas mais graves, como,por exemplo, uma maior quantidade de anos para certo crime, ou reclusão no lugar dedetenção. Isto é, ela agrava a situação do acusado. A novatio legis in pejus também pode ser observada no que diz respeito às circunstâncias agravantes ou qualificadoras, como impor mais exigências para a permissão de benefícios, por exemplo. Professor, a Novatio Legis in Pejus retroage? Não! Pois esse fenômeno jurídico não se aplica na esfera penal brasileira, visto que no artigo 5º, inciso XL da Constituição Federal de 1988 está explícito: XL – A lei penalnão retroagirá, salvo para beneficiar o réu. Ou seja, a lei não pode retroagir e colocar o réu em uma situação pior, mais rigorosa ou mais grave do que a que ele se encontrava antes do início de sua vigência. Por não admitir a retroatividade nesse caso, a justiça brasileira adota a lei revogada ao aplicar a pena, ou seja, a lei vigente anteriormente, na época do fato ocorrido. ❖ Atenção! AQUI É APLICADA APENAS A RETROATIVIDADE! RETROATIVIDADE: O que é hoje aplica-se ao passado (apenas se beneficiar o réu). Licenciado para - P edro V ictor P ereira P assos - 07237968157 - P rotegido por E duzz.com 1.1.2 Lei excepcional e temporária e os seus efeitos O que são essas leis? Como o próprio nome diz, são leis criadas para situações excepcionais ou temporárias. A lei Excepcional é criada para vigorar sob determinadas condições excepcionais (calamidade, guerra etc.). Sua vigência se dá, apenas, no período de tais condições, ou seja, fora dos períodos “normais” A lei Temporária, é aquela que já “nasce” sabendo quando vai “morrer”. É certa a data do seu término. É uma lei criada para ficar vigente, somente, por um período determinado. Quais são as características principais das leis excepcionais e temporárias? A) Autor revogabilidade (Autorrevogáveis) – não precisam de outra lei para revogá- las, pois uma tem período condicional (até que termine a excepcionalidade) e a outra tempo determinado (até o término previsto desde sua criação. Data determinada). Por estes motivos, autor revogam-se dentro das peculiaridades de cada uma. B) Ultratividade (Ultrativas) – é o fenômeno de que os fatos cometidos dentro de sua vigência, mesmo após a extinção, continuam a ter efeitos. Pelo fenômeno da ultratividade, os fatos praticados dentro do período da lei excepcional ou temporária (mesmo que já extintas) continuam a produzir efeitos. Os efeitos dos atos praticados não se extinguem com elas! Professor, então a Lei excepcional e temporária são ULTRATIVAS em todas as hipóteses? Não! A Lei excepcional e temporária são ULTRATIVAS, porém elas NÃO retroagem para beneficiar o réu, logo elas são maléficas. Licenciado para - P edro V ictor P ereira P assos - 07237968157 - P rotegido por E duzz.com Qual um exemplo de LEI TEMPORÁRIA? É criada uma LEI TEMPORÁRIA que define como crime fumar cigarro por 30 dias. Passam-se os 30 dias e a vigência desta lei termina. As pessoas que fumaram no tempo da vigência da lei responderão pelo crime. Qual um exemplo de LEI EXCEPCIONAL? Cite-se a hipótese de declaração de guerra e a publicação de uma lei penal, cuja vigência irá permanecer enquanto durar o estado de guerra. 1.2 Tempo do crime Qual teoria é adotada para o tempo do crime? Aqui é adotado a teoria da atividade! O artigo 4º do código penal, diz que: “Considera-se praticado o crime no MOMENTO da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado “. Nossistemas penais é possível adotar a teoria da atividade na qual o que importa é o momento da conduta (omissiva ou comissiva) delituosa, pouco importando em que momento se deu o resultado. Segundo (CAPEZ, 2008), existem três teorias relacionadas com o tema. Nucci (2012) e Greco (2013) abordam o assunto. Esse instituto é importante para aferir a idade do agente, se era ou não maior de idade; se ao tempo do delito a pessoa tinha ou não capacidade de discernimento. Importante para averiguar qual será a Lei aplicada ao caso (há relação direta com a aplicação ou não de certa Lei), assim como trará dados necessários para aferição de prescrição, decadência, etc. Art. 3º A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigência. Aqui é aplicado apenas o fenômeno da ULTRATIVIDADE! Lei Excepcional: criada para situações excepcionais Lei temporária: criada para um período determinado/certo Licenciado para - P edro V ictor P ereira P assos - 07237968157 - P rotegido por E duzz.com TEMPO DO CRIME - TEORIA DA ATIVIDADE Vincula o tempo ao momento da conduta sendo a ação ou omissão, não interessando o momento do resultado, (teoria adotada pelo Código Penal). Para Greco, “o momento da conduta, comissiva ou omissiva, será, portanto, o nosso marco inicial” assim como para “todo tipo de raciocínio que se queira fazer em sede de extra-atividade da lei penal, bem como nas situações onde não houver sucessão de leis no tempo”. (2010, p. 102). TEMPO DO CRIME - TEORIA DO RESULTADO. Vincula o tempo do crime ao resultado. TEMPO DE CRIME - TEORIA MISTA. Entende que tanto o momento da conduta, como o momento do resultado, servecomo aferição do tempo do crime. Licenciado para - P edro V ictor P ereira P assos - 07237968157 - P rotegido por E duzz.com CRIMES PERMANENTES. Nos crimes permanentes a consumação se prolonga com o delito e conforme adiantado, a reforma de 1984 optou por adotar a teoria da atividade. EXCEÇÃO. Existe exceção como nos casos onde pode ser operada a decadência, eis que segundo Delmanto, (2010), “Decadência. Conta-se do dia em que a vítima veio a saber, com grau de certeza, que houve um crime e quem foi seu autor”. (p. 95). CPB - Art. 103 - Salvo disposição expressa em contrário, o ofendido decai do direito de queixa ou de representação se não o exerce dentro do prazo de 6 (seis) meses, contado do dia em que veio a saber quem é o autor do crime, ou, no caso do § 3º do art. 100 deste Código, do dia em que se esgota o prazo para oferecimento da denúncia. Professor, mas isso não ofende o princípio da irretroatividade da lei mais gravosa? Não! pois neste caso NÃO HÁ RETROATIVIDADE. Neste caso, a lei mais grave está sendo aplicada a um crime que ainda está sendo praticado, e não a um crime que já foi praticado. 1.3 Lei penal no espaço. Tão importante quanto conhecer as minúcias referentes à aplicação da lei penal no tempo é conhecer as regras atinentes à lei penal no espaço. De acordo com Masson: “O Código Penal brasileiro limita o campo de validade dalei penal com observância de dois vetores fundamentais: territorialidade (art. 5.º) e a a extraterritorialidade (art. 7.º). Com base neles se estabelecem princípios que buscam solucionar os conflitos de leis penais no espaço”. Licenciado para - P edro V ictor P ereira P assos - 07237968157 - P rotegido por E duzz.com TERRITORIALIDADE: Dispõe o artigo 5º: “Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao cometido no nacional”. Traduz o crime território princípio da Territorialidade, adotado no Brasil como regra. De acordo com Masson: “território é o espaço em que o Estado exerce sua soberania política”. O mesmo autor aponta o que seria este território: a) o espaço territorial delimitado pelas fronteiras, sem solução de continuidade, inclusive rios, lagos, mares interiores e ilhas, bem como o respectivo subsolo. b) o mar territorial, ou marginal, que corre ao longo da costa como parte integrante do território brasileiro e que tem uma faixa de doze milhas marítimas de largura, medidas a partir da baixa-mar do litoral continental e insular brasileiro, na forma definida pela Lei 8.617/1993. A soberania brasileira alcança também o leito e o subsolo do mar territorial. c) a plataforma continental, medindo 200 milhas marítimas a partir do litoral brasileiro (ou 188 milhas, deduzidas as 12 milhas do mar territorial), como zona econômica exclusiva, instituída pela Lei 8.617/1993, que incorporou a Convenção da ONU de 1982, sobre o direito do mar. d) o espaço aéreo, compreendido como a dimensão estatal da altitude. Em relação ao domínio aéreo, adotou-se a teoria da absoluta soberania do país subjacente, pela qual o Brasil exerce completa e exclusiva soberania sobre o espaço aéreo acima de seu território e mar territorial (art. 11 da Lei 7.565/1986). (…) g) os rios e lagos internacionais, que são aquelesque atravessam mais de um Estado. Se forem sucessivos, ou seja, passarem por dois ou mais países, mas sem separá-los, considera-se o trecho que atravessa o Brasil. Caso sejam simultâneos ou fronteiriços, isto é, separarem os territórios de dois ou mais países, a delimitação da parte Licenciado para - P edro V ictor P ereira P assos - 07237968157 - P rotegido por E duzz.com pertencente ao Brasil é fixada por tratados ou convenções internacionais entre os Estados interessados. Entende-se por território nacional: Espaço geográfico (delineado anteriormente) + espaço jurídico. Este é composto pelas embarcações ou aeronaves privadas em alto- mar são consideradas extensões do território brasileiro e embarcações ou aeronaves privadas estrangeiras em pouso ou porto brasileiro. É a previsão do artigo 5º, §§1º e 2º do Código Penal: § 1º – Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional as embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar. § 2º – É também aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves ou embarcações estrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas em pouso no território nacional ou em voo no espaço aéreo correspondente, e estas em porto ou mar territorial do Brasil Princípio da Passagem Inocente: Não se aplica a lei brasileira em caso de crime cometido a bordo de embarcação, ainda que em espaço/mar territorial nacional, quando esta estava apenas de passagem necessária para outro país. Também abrange aeronaves, embora não haja previsão expressa. Artigo 3º da Lei 8.617/93. Porém, se o crime de alguma forma afetar o interesse nacional será aplicado a lei brasileira. O princípio da territorialidade não soluciona todos os problemas. Muitas vezes, o delito é cometido por brasileiro no exterior ou, então, por estrangeiro no Brasil, por este motivo o Código Penal adotou como regra geral o princípio da territorialidade de forma temperada ou mitigada. É necessário analisar outros princípios como: 1) Nacionalidade/ Personalidade ativa: Aplica-se a lei penal da nacionalidade do sujeito ativo, previsto no art. 7.º, I, alínea “d” (“quando o agente for brasileiro”), e também pelo inciso II, alínea “b”, do Código Penal. 2) Nacionalidade/ Personalidade passiva: a vítima é brasileira. O autor do delito que se encontrar em território brasileiro, embora seja estrangeiro, deverá ser julgado de acordo com a nossa lei penal. É adotado pelo art. 7.º, § 3.º, do Código Penal. 3) Defesa (ou real): Leva-se em consideração a nacionalidade do bem jurídico atingido. Previsto no art. 7.º, I, alíneas “a”, “b” e “c”, do Código Penal, compreendendo os crimes contra: a) a vida ou a liberdade do Presidente da República; Licenciado para - P edro V ictor P ereira P assos - 07237968157 - P rotegido por E duzz.com b) o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, de Território, de Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público; e c) a administração pública, por quem está a seu serviço. 4) Justiça penal universal: aplica-se a lei do local em que o agente for encontrado, todos os Estados da comunidade internacional podem punir os autores de determinados crimes que se encontrem em seu território, de acordo com as convenções ou tratados internacionais, pouco importando a nacionalidade do agente, o local do crime ou o bem jurídico atingido. Vide art. 7.º, II, “a”, do Código Penal: “os crimes que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir”. 5) Representação, pavilhão, subsidiário ou da substituição: Utilizado quando o crime for praticado em aeronaves e embarcações privadas e o país em que foi praticado o crime demonstrar desinteresse em puni-lo. 7.º, II, “c”, do Código Penal. Masson, traz a seguinte pergunta: E se a aeronave ou embarcação brasileira for pública ou estiver a serviço do governo brasileiro? Essa questão é simples, mas capciosa, já foi formulada em diversos concursos. Não incide no caso o princípio da representação, mas sim o da territorialidade. Lembre-se: aeronaves e embarcações brasileiras, públicas ou a serviço do governo brasileiro, constituem extensão do território nacional (art. 5.º, § 1.º, do Código Penal). Assim, há casos em que a lei penal brasileira é aplicada aos crimes cometidos no exterior (extraterritorialidade). Há também casos em que a lei penal estrangeira é aplicada aos crimes cometidos no Brasil (intraterritorialidade). A extraterritorialidade pode ser: A) Incondicionada: Aplica-se a lei brasileira, ainda que os crimes tenham sido cometidos no estrangeiro, sem exigir qualquer condição (art. 7º, §1º, CP). Licenciado para - P edro V ictor P ereira P assos - 07237968157 - P rotegido por E duzz.com § 1 º – Nos c a s os do i nc i s o I , o a g e nte é puni do s e g undo a l e i brasileira, ainda que absolvido ou condenado no estrangeira. Porém, de acordo com o artigo 8º no caso de extraterritorialidade incondicionada, a pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando diversas, ou nela é computada, quando idênticas, forma de atenuar a dupla punição. Art. 8º do CP: “A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando diversas, ou nela é computada, quando idênticas”. Apesar da literalidade do art. 8º, há um julgado do STF que diz que o art. 8º do CP foi considerado inconvencional, ou seja, não pode ser aplicado, vejamos o julgado: O agente não pode responder à ação penal no Brasil se já foi processado criminalmente, pelos mesmos fatos, em um Estado estrangeiro. O art. 5º do Código Penal afirma que a lei brasileira se aplica ao crime cometido no território nacional, mas ressalva aquilo que for previsto em “convenções, (Princípio da proteção ou da defesa ou real) (Princípio da proteção ou da defesa ou real) (Princípio da proteção ou da defesa ou real) (Princípio da justiça universal ou cosmopolita) Art. 7º Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: I - Os crimes: (EXTRATERRITORIALIDADE INCONDICIONADA) 1 Contra a vida ou a liberdade do Presidente da República. 2 Contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, de Território, de Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público. 3 Contra a administração pública, por quem está a seu serviço. 4 De genocídio, quando o AGENTE for brasileiro ou domiciliado no Brasil. Licenciado para - P edro V ictor P ereira P assos - 07237968157 - P rotegido por E duzz.com tratados e regras de direito internacional”. A Convenção Americana de Direitos Humanos (CADH) e o Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos (PIDCP) proíbem de forma expressa a dupla persecução penal pelos mesmos fatos. Desse modo, o art. 8º do CP deve ser lido em conformidade com os preceitos convencionais e a jurisprudência da Corte Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), vedando-se a dupla persecução penal por idênticos fatos. Vale, por fim, fazer um importante alerta: a proibição de dupla persecução penal em âmbito internacional deve ser ponderada com a soberania dos Estados e com as obrigações processuais positivas impostas pela CIDH.Isso significa que, se ficar demonstrado que o Estado que “processou” o autor do fato violou os deveres de investigação e de persecução efetiva, o julgamento realizado no país estrangeiro pode ser considerado ilegítimo. Portanto, se houver a devida comprovação de que o julgamento em outro país sobre os mesmos fatos não se realizou de modo justo e legítimo, desrespeitando obrigações processuais positivas, a vedação de dupla persecução pode ser eventualmente ponderadapara complementação em persecução interna. STF. 2ª Turma. HC 171118/SP, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 12/11/2019 (Info 959). Porém apesar da jurisprudência em contrário, VAMOS ENTENDER O QUE AS BANCAS DE CONCURSO ADOTAM: O Art. 8º de acordo com o entendimento das questões de concurso só se aplica aos casos de EXTRATERRITORIALIDADE INCONDICIONADA. Pois, um dos requisitos da EXTRATERRITORIALIDADE CONDICIONADA é o agente não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena. Se é uma hipótese de EXTRATERRITORIALIDADE CONDICIONADA e o agente já cumpriu pena no exterior ou foi absolvido, então não há nem que se falar em pena no Brasil. Portanto, nesse caso, essa pena não será atenuada e nem computada, pois na verdade, nem tem que cumprir pena aqui. Trago dois exemplos de questões cobradas pelo INSTITUTO AOCP: Licenciado para - P edro V ictor P ereira P assos - 07237968157 - P rotegido por E duzz.com Três chilenos, revoltados com a derrota da seleção de futebol de seu país para o Brasil, depredaram uma sede internacional da Petrobrás, localizada em Paris (França). Nesse caso, eles estão sujeitos à aplicação da lei penal brasileira, uma vez que se trata de hipótese de? Nesse caso, temos a aplicação da extraterritorialidade incondicionada, pois a Petrobrás é uma sociedade de economia mista, logo se inclui na alínea “B” do art. 7º “b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, de Território, de Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público. brasileiro, férias em (Rússia), Vicente, durante Moscou cometeu suas o crime de roubo contra uma loja de conveniência local e, lá, foi processado e condenado à pena de quatro anos de reclusão, os quais já foram integralmente cumpridos. Ocorreque, pelo mesmo crime, também foi processado e condenado, no Brasil, à pena de sete anos de reclusão. De acordo com o Código Penal, Vicente deverá cumprir pena no Brasil? Licenciado para - P edro V ictor P ereira P assos - 07237968157 - P rotegido por E duzz.com Não deverá cumprir pena alguma no Brasil, tendo em vista que já cumpriu integralmente sua pena na Rússia. Veja que aqui temos uma hipótese de extraterritorialidade condicionada (crime praticado por brasileiro), portanto não vai aplicar o art. 8º do CP. Conforme vimos anteriormente, o art. 8º só se aplica à extraterritorialidade incondicionada. O art. 2.º da Lei 9.455/1997 apresenta outro exemplo: “O disposto nesta Lei aplica-se ainda quando o crime não tenha sido cometido em território nacional, sendo a vítima brasileira ou encontrando-se o agente em local sob jurisdição brasileira”. B) Condicionada: depende do preenchimento dos de todos os requisitos presentes no art. 7º, § 2º, do CP. asson: “lei penal brasileira é subsidiária em relação aos crimes praticados fora do território nacional” § 2º – Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira depende do concurso das seguintes condições: Verifica-se ainda uma outra situação que alguns doutrinadores chamam de hipercondicionada, quando ocorre no caso de crime cometido por estrangeiro contra brasileiro, fora do Brasil, exigindo-se outras duas condições, além das anteriormente indicadas, quais sejam: a) não ter sido pedida ou ter sido negada a extradição; e b) ter havido requisição do Ministro da Justiça. Aplica-se a EXTRATERRITORIALIDADE CONDICIONADA com as seguintes condições: 1 Entrar o agente no território nacional. 2 Ser o fato punível também no país em que foi praticado. 3 Está o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição. 5 NÃO ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou NÃO ter cumprido a pena. 6 NÃO ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, NÃO estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorável. Atenção! É inaplicável o princípio da extraterritorialidade nas contravenções penais. Isso porque, nos termos do art. 2º da LCP, “a lei brasileira só é aplicável à contravenção praticada no território nacional”. Licenciado para - P edro V ictor P ereira P assos - 07237968157 - P rotegido por E duzz.com 2.3 Lugar do Crime De forma similar ao que foi estudado quando tratamos da lei penal no tempo, existem três teorias sobre a aplicação da norma: a) atividade: considera- se local do delito aquele onde foi praticada a conduta (atosexecutórios). b) resultado: o lugar do crime é aquele onde ocorreu o resultado (consumação). c) mista ou da ubiquidade: é lugar do crime tanto onde houve a conduta quanto olocal onde se deu o resultado (Adotada pelo Código Penal) De acordo com o art. 6° essa última é a teoria adotada pelo Código Penal: Art. 6º Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado (teoria da Ubiquidade/Mista). Para se aplicar a lei penal brasileira basta que um único ato executório, dos diversos realizados pela conduta criminosa, toque em nosso território ou, então, que o resultado aqui se verifique. Ex: Se dá margem do Rio Paraguai, lado deste país, uma pessoa atira em um Brasileiro que está na margem do lado do nosso território, o Brasil dispõe de legitimidade para o julgamento do crime, porquanto uma parcela dos atos executórios realizou-se em nosso país, se fosse ao contrário o Brasil também teria legitimidade. Considera-se o crime praticado nos dois países. Quais hipóteses não se aplica a teoria da ubiquidade? 1 CRIMES CONEXOS (Dois ou mais crimes que estão ligados) 2 CRIMES PLURILOCAIS (Aquele que envolve duas ou mais comarcas) 3 INFRAÇÕES PENAIS DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO Mnemônico: LUTA Lugar: Ubiquidade/mista Tempo: Atividade Atenção! Não se aplica a teoria da ubiquidade/mista em crimes conexos. Licenciado para - P edro V ictor P ereira P assos - 07237968157 - P rotegido por E duzz.com 4 CRIMES FALIMENTARES (são aqueles que decorrem de qualquer ato fraudulento, praticado pelo devedor ou terceiro envolvido que resulte ou possa resultar em prejuízo aos credores da empresa falida) 5 ATOS INFRACIONAIS 2.4 Lei penal em relação às pessoas. Os sujeitos do crime são aqueles que, de alguma forma, se relacionam com a conduta criminosa. Existe dois sujeitos do crime: Sujeito ativo e passivo ● O SUJEITO ATIVO é a pessoa direta ou a conduta seja que realiza indiretamente criminosa, isoladamente, concurso. Autor realizam crime seja em e coautor de forma direta, ao passo que o participe e o autor mediato o fazem indiretamente. O sujeito ativo da infração penal pode ser pessoa física ou pessoa jurídica, porém, nocaso de pessoa jurídica, apenas crimes ambientais são levados em conta, conforme a Constituição Federal, art. 225 p. (Teoria da dupla imputação) Em regra, somente o ser humano pode ser sujeito ativo de uma infração penal. Os animais, por exemplo, não podem ser sujeitos ativos da infração penal, embora possam ser instrumentos para a prática de crimes. Atualmente vem-se admitindo a RESPONSABILIDADE PENAL DA PESSOA JURÍDICA, ou seja, tem se admitido que a pessoa jurídica seja considerada SUJEITO ATIVO DE INFRAÇÕES PENAIS. Em regra, a Lei Penal é aplicável a todas as pessoas indistintamente. Entretanto, em relação a algumas pessoas, existem disposições especiais do Código Penal. São as chamadas imunidades diplomáticas (diplomáticas e de chefes de governos estrangeiros) e parlamentares (referentes aos membros do Poder Legislativo). A) AGENTES DIPLOMÁTICOS Princípio da territorialidade, adotado pelo Brasil, não é absoluto e a parte final do artigo 5º do Código penal autoriza a criação das imunidades diplomáticas e de chefes de governos estrangeiros. Cabe ressaltar que seus funcionários particulares NÃO possuem a imunidade. Licenciado para - P edro V ictor P ereira P assos - 07237968157 - P rotegido por E duzz.com A Convenção deViena sobre Relações Diplomáticas, incorporada ao direito pátrio pelo Decreto 56.435/1965, assegura ao diplomata, embaixadores, secretários da embaixada, pessoal técnico e administrativo das representações, seus familiares, funcionários da ONU, OEA e demais organizações internacionais quando em serviço, o Chefe de Estado estrangeiro que visita o país, e inclusive, os membros da sua comitiva, a respectiva imunidade que não permite sua prisão nem a submissão a qualquer procedimento sem autorização de seu país. A imunidade é irrenunciável por parte do seu destinatário, podendo apenas o Estado a que representa fazer a renúncia. As sedes das embaixadas não são extensões de territórios estrangeiros no Brasil, porém, não podendo ser objeto de busca, requisição, embargo ou medida de execução as autoridades nacionais não podem adentrar nas sedes diplomáticas sem autorização, salvo se o crime tenha sido praticado em seu interior por alguém que não faça parte do corpo diplomático. A1) Cônsules Masson: “Os cônsules, por seu turno, são funcionários públicos de carreira ou honorários e indicados para a realização de determinadas funções em outros países, com imunidades e privilégios inferiores aos dos diplomatas. A imunidade penal é limitada aos atos de ofício, podendo ser processados e condenados por outros crimes”. B) PARLAMENTARES De acordo com Nucci: São espécies de imunidades parlamentares: a) substantiva (material, absoluta, real ou irresponsabilidade legal), que é um privilégio de direito penal substantivo e visa a assegurar a liberdade de palavra e de debates. b) processual (formal ou relativa), que é um privilégio de natureza processual e tem por fim garantir a inviolabilidade pessoal, evitando que o parlamentar seja submetido a processos tendenciosos ou prisões arbitrárias. A imunidade substantiva/ material está prevista no art. 53, caput da Constituição Federal: “os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos”. Por outro lado, a imunidade processual/ formal está prevista no art. 53, § 2.º, da CF: “desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não poderão ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável. Nesse caso, os autos serão remetidos dentro de vinte e quatro horas à Casa respectiva, para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão”. ● O SUJEITO PASSIVO DO CRIME é o titular do bem jurídico lesado ou ameaçado pela conduta criminosa, ou seja, aquele que sofreu pela infração penal cometida pelo sujeito ativo. Licenciado para - P edro V ictor P ereira P assos - 07237968157 - P rotegido por E duzz.com 1) Sujeito passivo mediato ou formal – É o Estado, pois a ele pertence o dever de manter a ordem pública e punir aqueles que cometem crimes. Todo crime possui o Estado como sujeito passivo mediato, pois todo crime é uma ofensa ao Estado, à ordem estatuída; 2) Sujeito passivo imediato ou material – É o titular do bem jurídico efetivamente lesado. Por exemplo: A pessoa que sofre a lesão no crime de lesão corporal (art. 129 do CP), o dono do carro roubado no crime de roubo (art. 157 do CP), etc. Em regra, a Lei Penal é aplicável a todas as pessoas indistintamente. Entretanto, em relação a algumas pessoas, existem disposições especiais do Código Penal. São as chamadas imunidades diplomáticas (diplomáticas e de chefes de governos estrangeiros) e parlamentares (referentes aos membros do Poder Legislativo). 2.5 Pena cumprida no estrangeiro O art. 8 do Código Penal aduz que, o agente que praticou um crime no estrangeiro e outro no Brasil, sendo condenado à pena de mesma natureza, a pena cumprida pelo agente no estrangeiro será descontada no Brasil. Ou seja, caso a pena cumprida pelo agente seja maior do que a pena a ser cumprida no Brasil, nada restará a cumprir. Art. 8º A pena cumprida no estrangeiro ATENUA a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando DIVERSAS, ou nela é COMPUTADA, quando IDÊNTICAS. Atenção! O ESTADO também pode ser sujeito passivo imediato ou material, nos crimes em que for o titular do bem jurídico especificamente violado, como nos crimes contra a administração pública, por exemplo. Exemplo: peculato O Estado sempre figura como sujeito passivo constante. A pessoa jurídica pode ser vítima de diversos delitos, desde que compativeis com a sua natureza. Atenção? Extraterritorialidade CONDICIONADA - NÃO CUMPRE O RESTANTE DA PENA. Só se aplica aos casos de EXTRATERRITORIALIDADE INCONDICIONADA. A sentença estrangeira NÃO faz coisa julgada no Brasil Mnemônico = CIDA COMPUTA = IDÊNTICAS ATENUA = DIVERSAS Penas idênticas = privativa de liberdade (no estrangeiro) + privativa de liberdade (no Brasil) ou restritiva de direitos (no estrangeiro) + restritiva de direitos (no Brasil) = COMPUTA Penas diversas = privativa (no estrangeiro) + restritiva (no Brasil), ou vice-versa = ATENUA Licenciado para - P edro V ictor P ereira P assos - 07237968157 - P rotegido por E duzz.com 2.6 Contagem de prazos Quais são as regras de contagem dos prazos do Direito Penal? a) Inclui-se o dia do início e exclui-se o dia do fim. b) Os prazos não se interrompem por feriados, finais de semana ou dia em que ofórum não funciona (dias sem expediente forense). c) Os prazos podem terminar em dia não úteis. Art. 10. O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. Contam-se os dias, os meses e os anos pelo calendário comum. Como se vê, a lei estabelece que os prazos previstos na Lei Penal sejam contados de forma a incluir o dia do começo. 2.7 Frações não computáveis da pena As frações de pena são desprezadas, de modo que: EXEMPLO: João, no dia 15/01/2019, é vítima de crime de lesão corporal leve (CP, art. 129, caput), que exige representação para ser processado (Lei 9.099/1995, art. 88), sob pena de decadência (CP, art. 103). Assim, como o prazo para representação é de 6 meses, contados a partir da ciência da autoria, de João já sabia no dia do fato quem era o autor, terá até o dia 14/07/2019 para representar, e não até o dia 15/07/2019, pois, em sendo a decadência instituto do Direito Penal, exclui-se o dia do fim do prazo e, ainda, de nada importam os feriados ocorridos no meio desse prazo. Licenciado para - P edro V ictor P ereira P assos - 07237968157 - P rotegido por E duzz.com a) As frações de dias, que são as horas, não são computadas na fixação da penaprivativa de liberdade; b) As frações de moeda, que são os centavos, não são computadas na fixação dapena de multa. Art. 11. Desprezam-se, nas penas PRIVATIVAS DE LIBERDADE e nas RESTRITIVAS DE DIREITOS, as frações de dia, e, na PENA DE MULTA, as frações de centavos). HORÁRIO DA PRISÃO: Se uma pessoa é presa para cumprir pena, independentemente do horário da prisão, o dia valerá como dia de pena cumprida. Assim, se um sujeito é preso às 22h00min de um dia, esse dia é integralmente computado, ainda que faltem somente 2 horas para findar. 2.8 Eficácia da sentença estrangeira A sentença estrangeira é um fato jurídico e, nessa qualidade, produz alguns efeitos, ainda que não homologada. Se a sentença estrangeira for homologada no Brasil, pode produzir efeitos adicionais. Exemplo: José é condenado, inicialmente, a 6 meses e 15 dias de detenção, pena da qual o juiz subtrai 1/6 (um sexto) em razão de alguma atenuante. Seria o caso de subtrair 1 mês, 2 dias e 12 horas do total, mas, diante da regra que vimos, reduz-se somente 1 mês e 2 dias, rejeitando-se as horas. Licenciado para - P edro V ictor P ereira P assos - 07237968157 - P rotegido por E duzz.com “Nenhuma sentença de caráter criminal emanada de jurisdição estrangeira pode ter eficácia num Estado sem o seu consentimento, uma vez que o Direito Penal é essencialmente territorial, devendo ser aplicado apenas dentro dos limites do país que o criou. A execução de uma sentença é ato de soberania e, portanto, necessita de homologação do Estado no qual se dará seu cumprimento,quando proferida por autoridade estrangeira. Isso porque somente a soberania proporciona força executória aos julgados, então, a execução de sentença em território diverso daquele onde ela foi proferida a prova dessa força, a qual somente a soberania pode lhe atribuir” (CAPEZ, 2020, pp. 226/227). HIPÓTESES, REQUISITOS e EFEITOS DA HOMOLOGAÇÃO DA SENTENÇA ESTRANGEIRA (Art. 9) A sentença criminal estrangeira, para ser executada, no Brasil, depende de homologação da Justiça Brasileira, tanto para impor pena como também para: I. – Obrigar o condenado à reparação do dano, a restituições e a outros efeitos civis, desde que a requerimento da parte interessada; OU II.– Sujeitar o condenado inimputável ou semi-imputável a medida de segurança (não é pena), desde que haja tratado de extradição com o país que expediu a sentença estrangeira ou, na falta de tratado, haja requisição do Ministro da Justiça. Súmula 420 – STF: “Não se homologa sentença proferida no estrangeiro sem prova do trânsito em julgado”. Demais requisitos: EFEITOS COMUNS DA SENTENÇA ESTRANGEIRA, AINDA QUE NÃO HOMOLOGADA (Art. 788, CPP) Por outro lado, a sentença criminal estrangeira, ainda que não homologada, produz alguns efeitos mínimos no Brasil, por exemplo: a) gera reincidência caso o agente cometa novo crime, no Brasil. b) proíbe a suspensão condicional da pena ao agente que cometa novo crime, no Brasil. c) proíbe o livramento condicional ao agente que cometa novo crime, no Brasil. Atenção! Em qualquer caso, é requisito da homologação da sentença estrangeira no Brasil que haja prova do seu trânsito em julgado no estrangeiro (prova de que contra ela não caibam mais recursos). Licenciado para - P edro V ictor P ereira P assos - 07237968157 - P rotegido por E duzz.com d) é válida no Brasil caso seja absolutória ou extintiva da punibilidade. Quem possui competência para homologação estrangeira? A competência é do Superior Tribunal de Justiça (STJ) da sentença CF/88 – Art. 105, I, “i” NATUREZA JURÍDICA DA DECISÃO QUE HOMOLOGA A SENTENÇA ESTRANGEIRA “Trata-se de decisão judicial de mera delibação, sem análise do conteúdo da sentença estrangeira, mas de seus aspectos formais extrínsecos, com a finalidade de atribuir-lhe eficácia executória. Sem a homologação, a sentença estrangeira é ineficaz no Estado em que se pretenda executá-la, daí por que a doutrina costuma dizer que a sua natureza jurídica é a de uma sentença de delibação de caráter integrante, até porque a homologação confere à sentença deliberada aquilo que lhe falta para o exercício de sua eficácia jurídica” (CAPEZ, 2020, p. 227). TÍTULO EXECUTIVO JUDICIAL De acordo com o art. 515, VIII, do Código de Processo Civil (CPC), a sentença estrangeira homologada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) é titulo executivo judicial. Assim, se a Justiça Estrangeira fixar, mesmo numa sentença criminal, valor para reparação do dano, poderá a vítima executá-la no Brasil, desde que homologada, sem necessitar, contudo, de rediscutir a culpa do agente no evento, já partindo para a fase da execução, “saltando” a fase de conhecimento, pois, vale dizer, o conhecimento já foi exercido. 2. JURISPRUDÊNCIA Veremos agora as jurisprudências sobre esse assunto. 1. SÚMULAS Súmula 659-STJ: A fração de aumento em razão da prática de crime continuado deve ser fixada de acordo com o número de delitos cometidos, aplicando-se 1/6 pela prática de duas infrações, 1/5 para três, 1/4 para quatro,1/3 para cinco, 1/2 para seis e 2/3 para sete ou mais infrações. STJ. 3ª Seção. Aprovada em 13/9/2023. A Súmula 711 do STF determina que “a lei penal mais grave se aplica ao crime continuado ou ao crime permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou da permanência.” Súmula 711 do STF: A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime Atenção! Atualmente quem homologa sentença estrangeira é o STJ. Licenciado para - P edro V ictor P ereira P assos - 07237968157 - P rotegido por E duzz.com permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou da permanência. Súmula nº 420 do STF - O STF exige que tenha havido o trânsito em julgado da sentença penal condenatória para que possa ser realizada a homologação: Súmula 420 do STF: Não se homologa sentença proferida no estrangeiro sem prova Do trânsito em julgado. Súmula 611 do STF: Transitada em julgado a sentença condenatória, compete ao juízo das execuções a aplicação de lei mais benigna. - Quem aplica a lei mais nova é o juízo das execuções. Súmula 74 do STJ - Para efeitos penais, o reconhecimento da menoridade do réu requer prova por documento hábil. Súmula 171 do STJ- Cominadas cumulativamente, em lei especial, penas privativas de liberdade e pecuniária, é defeso a substituição da prisão por multa. 3. CONCLUSÃO Chegamos ao fim dessa aula! Foi um prazer estar com você até aqui. #Caveira Licenciado para - P edro V ictor P ereira P assos - 07237968157 - P rotegido por E duzz.com Slide 1 Slide 2 Slide 3 Slide 4 Slide 5 Slide 6 Slide 7 Slide 8 Slide 9 Slide 10 Slide 11 Slide 12 Slide 13 Slide 14 Slide 15 Slide 16 Slide 17 Slide 18 Slide 19 Slide 20 Slide 21 Slide 22 Slide 23 Slide 24 Slide 25 Slide 26