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ESTIMULAÇÃO TRANSCRÂNIANA ELÉTRICA E MAGNÉTICA EM MEDICINA DE ADIÇÃO ANIBAL OKAMOTO JR (R3) DRA. Maria celia Introdução Estudos de neuroimagem – neurocircuitaria – dependência química Pesquisa translacional – Neuromodulação não invasiva (NIBS) Duas técnicas promissoras – Estimulação transcrâniana magnética (ETM) e elétrica (ETE) Existem 3 meta-analises com resultados preliminares favoráveis Desafios nas pesquisas atuais Grande variabilidade nos métodos e desfechos avaliados (I; O) Estudos com tamanho de amostra pequeno (P) As condições dos grupos de controle pouco rigorosas (C) Cegamento insuficiente P.I.C.O.T.* Criação de Grupo de Colaboração Internacional para Pesquisa em Neuromodulação e Adição (International network of tES/TMS trials for addiction medicine – INTAM) Estimulação transcrâniana magnética – especificações técnicas Estimulação baseada no princípio da indução eletromagnética Campo magnético gera despolarização dos neurônios abaixo do crânio/escalpo Os pulsos podem ser: Únicos (spTMS) Pareados dois a dois (PP-TMS) Repetidos – contínuos em frequência específica (rTMS) Padronizados conforme o intervalo – intermitente ou contínuo theta-burst (iTBS/cTBS) Frequência de estímulo; Padrão de estímulo; intensidade do estímulo Parâmetros de segurança – porcentagem de potencial motor evocado Estimulação transcrâniana magnética – especificações técnicas Estimulação Transcrâniana Elétrica por Corrente Contínua (tDCS / ETCC) Estimulação Transcrâniana Elétrica por Corrente Alternada (tACS/ ETCA) Doses de 2mA, durando até 30 minutos são geralmente seguras Não disparam diretamente os neurônios Modulação da excitabilidade cortical via mudanças no potencial de membrana neuronal Direção da polarização da membrana é determinado pela orientação do campo elétrico Ânodo / Cátodo – no córtex motor, respectivamente, aumenta e diminui excitabilidade Mecanismos Estimulação magnética (TMS) de alta frequência (>5Hz) aumenta excitabilidade Estimulação magnética (TMS) de baixa frequência ((Obsessive Compulsive Drinking Scale – OCDS) Questionário do desejo por álcool (Alcohol Urge Questionnaire – AUQ) Questionário de fissura por álcool (Alchohol Craving Questionnaire – AUC) Questionário do desejo por drogas (Desire for Drug Questionnaire – DDQ) Escala para múltiplas drogas - perspectiva Uso da Escala Visual Analógica (VAS) é controverso Uso da Avaliação Ecológica Momentânea – Ecological Momentary Assessment – é uma perspectiva Método de aquisição do Eletroencéfalograma: The experiment task was run using the Psychophysics Toolbox for Matlab (http://psychtoolbox.org/). The EEG data were recorded using a SynAmps RT amplifier (NeuroScan, Charlotte, NC, U.S). Sixty-four Ag/AgCl electrodes were placed on participants’ scalp at specific locations according to the extended International 10–20 System. Additionally, the electrical activities were recorded over the right and left mastoids. Vertical electrooculograms (EOGs) were recorded using bipolar channels placed above and below the left eye, and horizontal EOGs were recorded using bipolar channels placed lateral to the outer canthi of both eyes. The reference electrode was attached to the tip of each participant’s nose and the ground electrode was attached to AFz. Impedance between the reference electrode and any recording electrode was kept under 5 kΩ. All the signals were digitized at 500 Hz during data collection. outros equipamentos de EEG portáteis Antneuron Arcsynopsis Emotiv Neurosky Viabilidade? OUTROS DESFECHOS Marcadores comportamentais e cognitivos de Transtorno por Uso de Substâncias (TUS) Vários outros fenótipos associados ao TUS e recaídas Controle executivo (controle inibitório, memória de trabalho) Tolerância a estresse/frustração Processamento de recompensas Valoração de recompensas Exposição à risco / capacidade de tomada de decisões Técnicas de neuromodulação podem influenciar esses outros parâmetros Sugestões de marcadores cognitivos Controle inibitório – Go/No Go teste Memória de trabalho – N-back teste Processamento temporal (Delay Discounting) Tolerância ao estresse – TSST Risco na tomada de decisões – Iowa Gambling Task Processamento de recompensas - MID Comorbidades e correlatos psicossociais Frequentemente há comorbidades psiquiátricas Déficits sociais e ambientais Baixa qualidade de vida Sugestões de medidas funcionais e de saúde: Inventário Breve de Problemas por Álcool e Uso de Drogas (SIP-AD) World Health Organization Quality of Life (WHOQOL-BREF) Inventário breve de saúde de 36 itens (SF-36) INTERAÇÕES DA neuromodulação Resultados mistos relacionados à eficácia da tES/TMS para TUS Tratamento de curto prazo se mostrou efetivo para reduzir consumo de drogas e fissura Entretanto faltam os parâmetros ótimos da neuroestimulação Duração Número de sessões Frequência da estimulação Intensidade Região alvo no cérebro e lateralidade Proximidade entre tratamentos Pré-tratamento Desintoxicação Manutenção INTERAÇÕES DA neuromodulação Pré-tratamento Motivação, insight e comportamentos de risco Influência do contexto - Estressores psicossociais, incentivos financeiros, necessidades sociais Desintoxicação Período crítico do tratamento, primeiros dias Múltiplas falhas Fissura e sintomas de abstinência Manutenção Poucos estudos Possibilidades de combinação com intervenções psicoterápicas – especialmente tDCS/ETC INTERAÇÕES DA neuromodulação Comorbidades Neuromodulação como adjuvante ao tratamento Redução na fissura pode não significar redução do consumo/abstinência Combinação de intervenções Psicoterapia – TCC, Manejo de Contingência, Entrevista Motivacional Farmacoterapia – Tabaco Importância dos efeitos positivos em cognição – reverte alterações de neuroplasticidade em circuitos Usos em dependências não relacionadas a substâncias Jogo patológico tem sido muito estudado É um dos transtornos de dependência não relacionados a substâncias mais comum Guarda muitas similaridades Genética; neurobiológica, processos psicológicos e efetividade do tratamento psicológico LATERALIDADE DA ESTIMULAÇÃO Pouca informação para embasar a escolha do lado Maioria - estímulo excitatório no DLPFC esquerdo com rTMS Na pesquisa sobre álcool – ênfase na estimulação do lado direito Uma meta-análise não encontrou diferença devido à lateralidade Efeitos positivos tanto na estimulação de um lado quanto do outro Estímulo unilateral influencia a conectividade dos circuitos fronto-estriatais em repouso bilateralmente Importância da perspectiva da conectividade e redes neuronais Dosagem da estimulação Os parâmetros da estimulação devem ser investigados: Duração; Número de sessões; Frequência da estimulação; Intensidade; Região cerebral alvo; Intervalo entre as sessões Maioria dos protocolos estimulou o DLPFC Redução da fissura espontânea e induzida por dicas - LTP Estudos devem focar em: Personalização da estimulação Otimização dos parâmetros da estimulação Eletrodos Tamanho e formato da bobina Duração Número de estimulações – evidências dos estudos sobre depressão Insights pré-clínicos e farmacológicos Efeitos celulares: Modulação dos receptores de glutamato – NMDA/AMPA Neuroplasticidade via LTP/LTD Modificação na transmissão dopaminérgica Possível influência na expressão de fatores neurotróficos – BDNF Plasticidade relacionada à expressão gênica e neurogênese Modelos animais: Limitações – espécies diferentes, aparelhos diferentes Indução de ativação neuronal em áreas corticais e subcorticais Interações entre estados cerebrais (anestesia) e parâmetros de estimulação Biomarcadores Atualmente não há biomarcadores úteis para TUS Dificuldade em prever a vulnerabilidade à dependência, gravidade, efetividade do tratamento e risco de recaída Uso de checklist de sintomas e marcadores periféricos de uso Desenvolvimento de medidas baseadas em parâmetros cerebrais Uso persistente -> desregulação de múltiplos construtos cognitivos -> circuitos neurais, redes e sistemas de neurotransmissores Alterações na organização topológica da conectividade cerebral Coeficiente de Participação (medida de conectividade em redes amplas) Em repouso / realizando tarefas Medido por fMRI e/ou EEG Biomarcadores Transição de comportamento impulsivo para compulsivo (no estriado) influencia construtos cognitivos e respectivas redes: Processamento de recompensa Detecção de saliência Controle executivo Ruminações internas (default mode network) Dependência tem caráter dinâmico e cíclico: Binge/intoxicação (procura de recompensa) Sintomas de abstinência (afetivo negativo) Fissura relacionada aos circuitos e redes neuronais Biomarcadores Medidas de conectividade podem usar fMRI EEG Potenciais evocados (ERP) – Nakamura Palacios Desregulação nos circuitos de processamento de recompensa e controle executivo Medidas multimodais Identificação de fatores protetores e de risco Personalização do tratamento Identificação de fenótipos – redes neurais Avanços Resposta à estimulação depende do momento e do indivíduo Perspectiva de individualizar a estimulação Estímulo em fases específicas Estímulo em resposta a uma forma específica de onda no EEG Estimulação em função de uma variável fisiológica não neurológica Desenvolvimento de equipamentos que produzam campos mais intensos e estimulem áreas profundas Conclusão Evidências da efetividade da neuromodulação Consenso difícil devido à heterogeneidade da metodologia Necessários estudos maiores (multicêntricos inclusive) Matriz compartilhada de protocolos Pergunta da pesquisa; Desfechos clínicos Biomarcadores Mecanismos População (substancia, gravidade, idade, comorbidades) Cenário de tratamento Conclusão Protocolos deveriam conter: Materiais e equipamentos de forma detalhada Instruções passo-a-passo com vídeos Informações e estratégias para resolver problemas Guias para processar, analisar e interpretar os dados Embasa o desenvolvimento de estudos multicêntricos A neuromodulação pode ser uma aliada à farmacoterapia e às intervenções psicoterápicas e comportamentais no transtorno de abusode substâncias image2.png image3.png image1.jpeg image4.jpg image5.emf image6.emf image7.emf image8.png image9.jpg image10.jpg