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Aula 10
Concursos da Área Fiscal - Curso Básico
de Direito Penal
Autor:
Renan Araujo
18 de Dezembro de 2023
39471799600 - Naldira Luiza Vieria
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Índice
..............................................................................................................................................................................................1) Crimes Contra a Administração Pública Estrangeira 3
..............................................................................................................................................................................................2) Crimes Contra a Administração da Justiça 7
..............................................................................................................................................................................................3) Crimes Contra as Finanças Públicas 45
..............................................................................................................................................................................................4) Questões Comentadas - Crimes Contra a Administração da Justiça - Multibancas 55
..............................................................................................................................................................................................5) Questões Comentadas - Crimes Contra a Administração da Justiça - Cebraspe 112
..............................................................................................................................................................................................6) Questões Comentadas - Crimes Contra a Administração da Justiça - FGV 138
..............................................................................................................................................................................................7) Questões Comentadas - Crimes Contra a Administração da Justiça - FCC 158
..............................................................................................................................................................................................8) Questões Comentadas - Crimes Contra a Administração da Justiça - VUNESP 183
..............................................................................................................................................................................................9) Questões Comentadas - Crimes Contra as Finanças Públicas - Cebraspe 210
..............................................................................................................................................................................................10) Questões Comentadas - Crimes Contra as Finanças Públicas - FGV 216
..............................................................................................................................................................................................11) Questões Comentadas - Crimes Contra as Finanças Públicas - Multibancas 223
..............................................................................................................................................................................................12) Lista de Questões - Crimes Contra a Administração da Justiça - Multibancas 248
..............................................................................................................................................................................................13) Lista de Questões - Crimes Contra a Administração da Justiça - Cebraspe 275
..............................................................................................................................................................................................14) Lista de Questões - Crimes Contra a Administração da Justiça - FGV 286
..............................................................................................................................................................................................15) Lista de Questões - Crimes Contra a Administração da Justiça - FCC 294
..............................................................................................................................................................................................16) Lista de Questões - Crimes Contra a Administração da Justiça - VUNESP 306
..............................................................................................................................................................................................17) Lista de Questões - Crimes Contra as Finanças Públicas - Multibancas 319
..............................................................................................................................................................................................18) Lista de Questões - Crimes Contra as Finanças Públicas - Cebraspe 330
..............................................................................................................................................................................................19) Lista de Questões - Crimes Contra as Finanças Públicas - FGV 334
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 CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
ESTRANGEIRA
Os crimes contra a administração pública estrangeira foram introduzidos no CP pela Lei
10.467/02, e vieram em homenagem ao art. 4°, IX da CRFB/88, que, dentre outros princípios,
estabelece o princípio da Cooperação Internacional para o progresso da Humanidade.1
O conceito de funcionário público estrangeiro, para fins penais, é semelhante ao do art.
327, que conceitua o que seria funcionário público (em geral) para fins penais. Vejamos:
Art. 337-D. Considera-se funcionário público estrangeiro, para os efeitos penais,
quem, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego
ou função pública em entidades estatais ou em representações diplomáticas de
país estrangeiro. (Incluído pela Lei nº 10467, de 11.6.2002)
Existe ainda, a figura do “equiparado a funcionário público estrangeiro” (o que
rigorosamente significa a mesma coisa para fins penais). Nos termos do art. 337-D, § único do
CP:
Parágrafo único. Equipara-se a funcionário público estrangeiro quem exerce
cargo, emprego ou função em empresas controladas, diretamente ou
indiretamente, pelo Poder Público de país estrangeiro ou em organizações
públicas internacionais. (Incluído pela Lei nº 10467, de 11.6.2002)
Vejamos, agora, cada um dos tipos penais previstos neste capítulo do CP:
Corrupção ativa em transação comercial internacional
Art. 337-B. Prometer, oferecer ou dar, direta ou indiretamente, vantagem indevida
a funcionário público estrangeiro, ou a terceira pessoa, para determiná-lo a
praticar, omitir ou retardar ato de ofício relacionado à transação comercial
internacional: (Incluído pela Lei nº 10467, de 11.6.2002)
Pena - reclusão, de 1 (um) a 8 (oito) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 10467, de
11.6.2002)
Parágrafo único. A pena é aumentada de 1/3 (um terço), se, em razão da
vantagem ou promessa, o funcionário público estrangeiro retarda ou omite o ato
de ofício, ou o pratica infringindo dever funcional. (Incluído pela Lei nº 10467, de
11.6.2002)
1 BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal – Parte especial. Volume 5. Ed. Saraiva, 9º edição. São
Paulo, 2015, p. 304
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O crime em tela busca tutelar o regular desenvolvimento das relações comerciais entre o
Brasil e demais países.
O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa, logo, CRIME COMUM. O sujeito passivo é
divergente. Uns consideram que é a administração pública lesada. Outros entendem que é a
credibilidade das relações comerciais internacionais, sendo, portanto, crime vago (aquele em que
a coletividade é vítima) . Eu ficaria com17 Patrocínio infiel 
Art. 355 - Trair, na qualidade de advogado ou procurador, o dever profissional, 
prejudicando interesse, cujo patrocínio, em juízo, lhe é confiado: 
Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa. 
Patrocínio simultâneo ou tergiversação 
Parágrafo único - Incorre na pena deste artigo o advogado ou procurador judicial 
que defende na mesma causa, simultânea ou sucessivamente, partes contrárias. 
Aqui se pune o advogado (ou qualquer outro, como Defensor Público, defensor dativo, etc.) 
que viola o dever profissional, prejudicando o interesse de quem ele representa. 
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O tipo objetivo consiste em “trair”. Somente pratica o crime aquele que, deliberadamente, 
toma decisões contrárias ao interesse da parte que representa, prejudicando seus interesses. A 
mera negligência (perder o prazo de um recurso) não configura o crime. Assim, exige-se o dolo 
como elemento subjetivo do delito. 
O crime se consuma com a ocorrência do prejuízo à parte. A tentativa é plenamente possível. 
O § único traz um crime autônomo, que é o de “patrocínio simultâneo ou tergiversação”. 
Vejamos: 
 Patrocínio simultâneo – Advogado, ao mesmo tempo, patrocina os interesses de partes 
contrárias (ainda que se valendo de pessoa interposta, como, por exemplo, de um 
colega advogado, desde que fique provado que quem realmente atuava no caso era o 
outro); 
 Tergiversação (ou patrocínio sucessivo) – Aqui o agente renuncia ao mandato recebido 
por uma das partes e passa a defender a outra. 
 
CUIDADO! Não se exige que o patrocínio se dê no mesmo processo, bastando 
que seja na MESMA CAUSA (ou seja, se o processo for extinto por questões 
processuais e recomeçar, com novo número, e o agente praticar estas condutas, 
haverá o crime). 
Nesse crime, dispensa-se o efetivo prejuízo, sendo crime formal, consumando-se com a mera 
prática das condutas descritas. 
A Doutrina admite a tentativa. 
A ação penal é pública incondicionada. 
18 Sonegação de papel ou objeto de valor probatório 
Art. 356 - Inutilizar, total ou parcialmente, ou deixar de restituir autos, documento 
ou objeto de valor probatório, que recebeu na qualidade de advogado ou 
procurador: 
Pena - detenção, de seis a três anos, e multa. 
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O crime só pode ser praticado por quem tenha a qualidade de advogado ou procurador. 
Pode ser praticado de duas formas distintas: 
 Inutilizar, total ou parcialmente, autos, documentos ou objeto de valor probatório; 
 Deixar de restituir autos, documentos ou objeto de valor probatório. 
O elemento subjetivo exigido é o dolo, consistente na intenção de inutilizar ou deixar de 
restituir os objetos citados, não importando os motivos que levaram o agente a fazer isto. 
Não se pune criminalmente a forma culposa, mas nada impede que o agente sofra punições 
pela OAB ou pelo órgão de classe. 
A consumação se dá: 
 Na inutilização – Quando o agente efetivamente torna inútil o documento, o objeto ou 
os autos (crime material) – Admite tentativa; 
 No “deixar de restituir” – É crime omissivo próprio, consumando-se quando o agente, 
mesmo intimado, se recusa a devolver os autos. Perfazendo-se num único ato, não se 
admite tentativa. 
A ação penal é pública incondicionada. 
19 Exploração de prestígio 
Art. 357 - Solicitar ou receber dinheiro ou qualquer outra utilidade, a pretexto de 
influir em juiz, jurado, órgão do Ministério Público, funcionário de justiça, perito, 
tradutor, intérprete ou testemunha: 
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa. 
Parágrafo único - As penas aumentam-se de um terço, se o agente alega ou insinua 
que o dinheiro ou utilidade também se destina a qualquer das pessoas referidas 
neste artigo. 
O sujeito ativo aqui pode ser qualquer pessoa, sendo, desta forma, crime comum. O sujeito 
passivo primeiramente é o Estado, podendo ser, também, o funcionário dito como corrupto pelo 
agente e o terceiro ludibriado. 
O tipo objetivo consiste no ato de alardear possuir influência sobre as pessoas indicadas no 
artigo, de forma que o agente solicita ou recebe dinheiro do terceiro ludibriado, ou qualquer outra 
utilidade, acreditando este (o terceiro), que o infrator é capaz de influenciar alguma daquelas 
pessoas e lhe trazer algum benefício. 
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O elemento subjetivo exigido é o dolo, consistente na vontade de obter vantagem ou 
promessa de vantagem da vítima, sob o pretexto de trazer-lhe benefício decorrente da alardeada 
influência (que pode ou não existir). 
O crime se consuma, no caso da solicitação, com a mera solicitação, sendo completamente 
irrelevante o recebimento da vantagem. Na modalidade “receber”, quando o agente não pediu 
dinheiro algum, o recebimento é o ato que consuma o crime. A tentativa é possível. 
O § único prevê uma causa de aumento de pena (1/3) se o agente alega que parte do 
dinheiro se destina também ao funcionário que ele diz ser corrupto e que irá ceder à influência. 
A ação penal é pública incondicionada. 
20 Violência ou fraude em arrematação judicial 
Art. 358 - Impedir, perturbar ou fraudar arrematação judicial; afastar ou procurar 
afastar concorrente ou licitante, por meio de violência, grave ameaça, fraude ou 
oferecimento de vantagem: 
Pena - detenção, de dois meses a um ano, ou multa, além da pena correspondente 
à violência. 
Trata-se de crime comum, pois pode ser praticado por qualquer pessoa, indistintamente. O 
sujeito passivo é o Estado, podendo ser sujeito passivo, ainda, eventual particular lesado pela 
conduta. 
O tipo objetivo é de ação múltipla, e consiste em: 
 Impedir, perturbar ou frustrar arrematação judicial; 
 Afastar ou procurar afastar concorrente ou licitante, por meio de: 
▪ Violência 
▪ Grave ameaça 
▪ Fraude 
▪ Oferecimento de vantagem 
 
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CUIDADO! Esse delito não se confunde com o tipo penal do art. 335. Lá, o ato é 
realizado pelo poder público. Aqui, embora a arrematação seja autorizada 
judicialmente, ela é realizada pelo particular interessado! 
O elemento subjetivo é somente o dolo, não se prevendo a forma culposa. 
A consumação, na primeira das duas modalidades, se dá com o impedimento, perturbação 
ou frustração efetiva da arrematação. Na segunda modalidade, a consumação se dá com a mera 
tentativa de afastar um concorrente ou licitante da disputa, através dos meios citados. 
A tentativa só é possível no primeiro caso, pois no segundo caso, a tentativa já é um dos 
núcleos do tipo, de forma que, ocorrendo, o crime será consumado. 
 
CUIDADO! Com relação à conduta de “afastar ou procurar afastar (...) licitante, 
por meio de violência, grave ameaça, fraude ou oferecimento de vantagem” o 
crime está parcialmente revogado pelo art. 95 da Lei 8.666/93: 
Art. 95. Afastar ou procura afastar licitante, por meio de violência, grave ameaça, 
fraude ou oferecimento de vantagem de qualquer tipo: 
Pena - detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa, além da pena 
correspondente à violência. 
A ação penal é pública incondicionada. 
21 Desobediência à decisão judicial sobre perda ou suspensão 
de direito 
Art. 359 - Exercer função, atividade, direito, autoridade ou múnus, de que foi 
suspenso ou privado por decisão judicial: 
Pena - detenção, de três meses a dois anos, ou multa. 
Pune-se aqui o camarada que, mesmo diante de uma sentença contra si, a ignora e exerce a 
atividade, ofício, direito, autoridade ou múnus de que foi suspenso pela decisão judicial.Renan Araujo
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Imagine que alguém tenha sido suspenso judicialmente por um ano do direito de dirigir. 
Caso descumpra a ordem judicial, estará cometendo o crime. 
O crime é PRÓPRIO, pois somente quem sofreu a decisão judicial inibitória é que poderá 
praticar o crime (controvertido, pois há quem entenda que qualquer pessoa pode vir a estar nesta 
situação, logo, seria crime comum. É minoritário). 
O elemento subjetivo, como sempre, é o dolo, consistente na intenção de pôr em prática a 
atividade de que está proibido por DECISÃO JUDICIAL. 
O delito se consuma no momento em que o agente dá início ao exercício da atividade de 
que está proibido. A tentativa é plenamente admitida. 
A ação penal é pública incondicionada. 
 DISPOSITIVOS LEGAIS IMPORTANTES 
 
CÓDIGO PENAL 
 Arts. 338 a 359 do CP – Tipificam os crimes contra a administração da Justiça: 
CAPÍTULO III 
DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO DA JUSTIÇA 
Reingresso de estrangeiro expulso 
Art. 338 - Reingressar no território nacional o estrangeiro que dele foi expulso: 
Pena - reclusão, de um a quatro anos, sem prejuízo de nova expulsão após o 
cumprimento da pena. 
Denunciação caluniosa 
Art. 339. Dar causa à instauração de inquérito policial, de procedimento 
investigatório criminal, de processo judicial, de processo administrativo disciplinar, 
de inquérito civil ou de ação de improbidade administrativa contra alguém, 
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imputando-lhe crime, infração ético-disciplinar ou ato ímprobo de que o sabe 
inocente: (Redação dada pela Lei nº 14.110, de 2020) 
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa. 
§ 1º - A pena é aumentada de sexta parte, se o agente se serve de anonimato ou 
de nome suposto. 
§ 2º - A pena é diminuída de metade, se a imputação é de prática de contravenção. 
Comunicação falsa de crime ou de contravenção 
Art. 340 - Provocar a ação de autoridade, comunicando-lhe a ocorrência de crime 
ou de contravenção que sabe não se ter verificado: 
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. 
Auto-acusação falsa 
Art. 341 - Acusar-se, perante a autoridade, de crime inexistente ou praticado por 
outrem: 
Pena - detenção, de três meses a dois anos, ou multa. 
Falso testemunho ou falsa perícia 
Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como testemunha, 
perito, contador, tradutor ou intérprete em processo judicial, ou administrativo, 
inquérito policial, ou em juízo arbitral: (Redação dada pela Lei nº 10.268, de 
28.8.2001) 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 
12.850, de 2013) (Vigência) 
§ 1º As penas aumentam-se de um sexto a um terço, se o crime é praticado 
mediante suborno ou se cometido com o fim de obter prova destinada a produzir 
efeito em processo penal, ou em processo civil em que for parte entidade da 
administração pública direta ou indireta.(Redação dada pela Lei nº 10.268, de 
28.8.2001) 
§ 2º O fato deixa de ser punível se, antes da sentença no processo em que ocorreu 
o ilícito, o agente se retrata ou declara a verdade.(Redação dada pela Lei nº 
10.268, de 28.8.2001) 
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Art. 343. Dar, oferecer ou prometer dinheiro ou qualquer outra vantagem a 
testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete, para fazer afirmação falsa, 
negar ou calar a verdade em depoimento, perícia, cálculos, tradução ou 
interpretação: (Redação dada pela Lei nº 10.268, de 28.8.2001) 
Pena - reclusão, de três a quatro anos, e multa.(Redação dada pela Lei nº 10.268, 
de 28.8.2001) 
Parágrafo único. As penas aumentam-se de um sexto a um terço, se o crime é 
cometido com o fim de obter prova destinada a produzir efeito em processo penal 
ou em processo civil em que for parte entidade da administração pública direta ou 
indireta. (Redação dada pela Lei nº 10.268, de 28.8.2001) 
Coação no curso do processo 
Art. 344 - Usar de violência ou grave ameaça, com o fim de favorecer interesse 
próprio ou alheio, contra autoridade, parte, ou qualquer outra pessoa que 
funciona ou é chamada a intervir em processo judicial, policial ou administrativo, 
ou em juízo arbitral: 
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa, além da pena correspondente à 
violência. 
Parágrafo único. A pena aumenta-se de 1/3 (um terço) até a metade se o processo 
envolver crime contra a dignidade sexual. (Incluído pela Lei nº 14.245, de 2021) 
Exercício arbitrário das próprias razões 
Art. 345 - Fazer justiça pelas próprias mãos, para satisfazer pretensão, embora 
legítima, salvo quando a lei o permite: 
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa, além da pena correspondente 
à violência. 
Parágrafo único - Se não há emprego de violência, somente se procede mediante 
queixa. 
Art. 346 - Tirar, suprimir, destruir ou danificar coisa própria, que se acha em poder 
de terceiro por determinação judicial ou convenção: 
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa. 
Fraude processual 
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Art. 347 - Inovar artificiosamente, na pendência de processo civil ou administrativo, 
o estado de lugar, de coisa ou de pessoa, com o fim de induzir a erro o juiz ou o 
perito: 
Pena - detenção, de três meses a dois anos, e multa. 
Parágrafo único - Se a inovação se destina a produzir efeito em processo penal, 
ainda que não iniciado, as penas aplicam-se em dobro. 
Favorecimento pessoal 
Art. 348 - Auxiliar a subtrair-se à ação de autoridade pública autor de crime a que 
é cominada pena de reclusão: 
Pena - detenção, de um a seis meses, e multa. 
§ 1º - Se ao crime não é cominada pena de reclusão: 
Pena - detenção, de quinze dias a três meses, e multa. 
§ 2º - Se quem presta o auxílio é ascendente, descendente, cônjuge ou irmão do 
criminoso, fica isento de pena. 
Favorecimento real 
 Art. 349 - Prestar a criminoso, fora dos casos de co-autoria ou de receptação, 
auxílio destinado a tornar seguro o proveito do crime: 
Pena - detenção, de um a seis meses, e multa. 
Art. 349-A. Ingressar, promover, intermediar, auxiliar ou facilitar a entrada de 
aparelho telefônico de comunicação móvel, de rádio ou similar, sem autorização 
legal, em estabelecimento prisional. (Incluído pela Lei nº 12.012, de 2009). 
Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano. (Incluído pela Lei nº 12.012, de 
2009). 
Exercício arbitrário ou abuso de poder 
Art. 350 - (Revogado pela Lei nº 13.869, de 2019) (Vigência) 
Fuga de pessoa presa ou submetida a medida de segurança 
Art. 351 - Promover ou facilitar a fuga de pessoa legalmente presa ou submetida 
a medida de segurança detentiva: 
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Pena - detenção, de seis meses a dois anos. 
§ 1º - Se o crime é praticado a mão armada, ou por mais de uma pessoa, ou 
mediante arrombamento, a pena é de reclusão, de dois a seis anos. 
§ 2º - Se há emprego de violência contra pessoa, aplica-se também a pena 
correspondente à violência. 
§ 3º - A pena é de reclusão, de um a quatro anos, se o crime é praticado por 
pessoa sob cuja custódia ou guarda está o preso ou o internado. 
§ 4º - No caso de culpa do funcionário incumbido da custódia ou guarda, aplica-
se a pena de detenção, de três meses a um ano, ou multa. 
Evasão mediante violência contra a pessoa 
Art. 352 - Evadir-se ou tentar evadir-se o preso ou o indivíduo submetido a medida 
de segurança detentiva, usando de violênciacontra a pessoa: 
Pena - detenção, de três meses a um ano, além da pena correspondente à 
violência. 
Arrebatamento de preso 
Art. 353 - Arrebatar preso, a fim de maltratá-lo, do poder de quem o tenha sob 
custódia ou guarda: 
Pena - reclusão, de um a quatro anos, além da pena correspondente à violência. 
Motim de presos 
Art. 354 - Amotinarem-se presos, perturbando a ordem ou disciplina da prisão: 
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, além da pena correspondente à 
violência. 
Patrocínio infiel 
Art. 355 - Trair, na qualidade de advogado ou procurador, o dever profissional, 
prejudicando interesse, cujo patrocínio, em juízo, lhe é confiado: 
Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa. 
Patrocínio simultâneo ou tergiversação 
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Parágrafo único - Incorre na pena deste artigo o advogado ou procurador judicial 
que defende na mesma causa, simultânea ou sucessivamente, partes contrárias. 
Sonegação de papel ou objeto de valor probatório 
Art. 356 - Inutilizar, total ou parcialmente, ou deixar de restituir autos, documento 
ou objeto de valor probatório, que recebeu na qualidade de advogado ou 
procurador: 
Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa. 
Exploração de prestígio 
Art. 357 - Solicitar ou receber dinheiro ou qualquer outra utilidade, a pretexto de 
influir em juiz, jurado, órgão do Ministério Público, funcionário de justiça, perito, 
tradutor, intérprete ou testemunha: 
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa. 
Parágrafo único - As penas aumentam-se de um terço, se o agente alega ou insinua 
que o dinheiro ou utilidade também se destina a qualquer das pessoas referidas 
neste artigo. 
Violência ou fraude em arrematação judicial 
Art. 358 - Impedir, perturbar ou fraudar arrematação judicial; afastar ou procurar 
afastar concorrente ou licitante, por meio de violência, grave ameaça, fraude ou 
oferecimento de vantagem: 
Pena - detenção, de dois meses a um ano, ou multa, além da pena correspondente 
à violência. 
Desobediência a decisão judicial sobre perda ou suspensão de direito 
Art. 359 - Exercer função, atividade, direito, autoridade ou múnus, de que foi 
suspenso ou privado por decisão judicial: 
Pena - detenção, de três meses a dois anos, ou multa. 
 JURISPRUDÊNCIA CORRELATA 
 STJ - HC 192.659/ES – O STJ decidiu no sentido de que o “compromisso de dizer a verdade” 
não é requisito exigido para a configuração do delito de falso testemunho, que pode ser praticado 
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inclusive pelas testemunhas não compromissadas (aquelas que não prestam compromisso de dizer 
a verdade): 
2. Não se desconhece a existência de discussão doutrinária e jurisprudencial 
acerca da imprescindibilidade ou não de a testemunha estar compromissada para 
a caracterização do crime previsto no artigo 342 do Código Penal, tendo esta 
Corte Superior de Justiça se orientado no sentido de que o compromisso de dizer 
a verdade não é pressuposto do delito. Precedentes do STJ e do STF. 
(...) 
(HC 192.659/ES, Rel. Ministro JORGE MUSSI, QUINTA TURMA, julgado em 
06/12/2011, DJe 19/12/2011) 
 STJ - HC 30.858/RS – O STJ decidiu no sentido de que o O STJ reiterou entendimento no 
sentido de que no crime de falso testemunho só cabe participação (alguém induz, instiga ou auxilia 
testemunha a não falar a verdade), não sendo cabível coautoria: 
2. O Superior Tribunal de Justiça firmou compreensão de que, apesar do crime de 
falso testemunho ser de mão própria, pode haver a participação do advogado no 
seu cometimento. 
3. Os argumentos relativos à falta de provas para a condenação e à inexistência 
de grave ameaça a configurar o delito de coação no curso do processo não podem 
ser analisados na via estreita do habeas corpus por exigirem exame aprofundado 
de provas. 
4. Ordem conhecida em parte e denegada. 
(HC 30.858/RS, Rel. Ministro PAULO GALLOTTI, SEXTA TURMA) 
 
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 CRIMES CONTRA AS FINANÇAS PÚBLICAS
Os crimes contra as finanças públicas surgiram para dar efetividade não só à LRF, mas
também ao próprio mandamento constitucional do art. 37 da CRFB/88, que visa, dentre outras
coisas, à responsabilidade na gestão da administração pública.
Os crimes contra as finanças públicas são crimes que foram inseridos pela Lei 10.028/00 no
Título XI do CP (Crimes contra a administração pública), donde se conclui que o sujeito passivo
imediato nestes crimes é sempre a ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA, sendo o bem jurídico tutelado a
MORALIDADE E RESPONSABILIDADE NA GESTÃO PÚBLICA.
Trata-se, portanto, de uma espécie de crimes contra a administração pública. São, ainda,
crimes funcionais, pois se exige do sujeito passivo a condição de funcionário público e a
utilização desta condição para a prática do delito. São, portanto, CRIMES PRÓPRIOS.
Vamos ver cada um dos tipos penais citados:
Contratação de operação de crédito
Nos termos do art. 359-A do CP:
Art. 359-A. Ordenar, autorizar ou realizar operação de crédito, interno ou externo,
sem prévia autorização legislativa: (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000)
Pena - reclusão, de 1 (um) a 2 (dois) anos. (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000)
O caput do artigo 359-A prevê a conduta daquele que ordena, autoriza ou realiza operação
de crédito interno ou externo sem prévia autorização legislativa. Essas condutas são, pois, o que
chamamos de TIPO OBJETIVO DO DELITO (Condutas incriminadas).
O sujeito ativo do delito será o funcionário público responsável pela prática do ato. A
Doutrina entende que tanto aquele que determina a prática do ato, quanto aquele que realiza,
de fato, a conduta, são sujeitos ativos do delito.
O elemento subjetivo é o dolo, ou seja, a vontade livre e consciente de praticar a conduta
incriminada sem autorização legislativa. Não se exige nenhum fim especial de agir (não há o
chamado dolo específico).
NÃO SE ADMITE NA FORMA CULPOSA!
A consumação do crime é MUITO controvertida na Doutrina, mas prevalece o entendimento
de que nas modalidades de:
⇒ Ordenar – Basta que o agente ordene a realização da operação de crédito, AINDA QUE
ESTA NÃO SE CONCRETIZE (CRIME FORMAL).
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⇒ Autorizar – Basta que o agente autorize a realização da operação (sem autorização
legislativa, é claro), não sendo necessária a efetiva realização desta (Também CRIME
FORMAL).
⇒ Realizar – Aqui se exige que a operação de crédito seja efetivamente realizada (CRIME
MATERIAL).
Há quem defenda que o crime é FORMAL em todas as suas modalidades, pois o resultado que
se “dispensa” é a efetiva ocorrência de prejuízo aos cofres públicos.
A tentativa só é admitida pela Doutrina majoritária na modalidade “realizar”, pois se pode
fracionar a conduta do agente em vários atos, de forma que é possível que ele não consiga
consumar o crime por circunstâncias alheias à sua vontade (art. 14, II do CP). Nas demais
modalidades, a tentativa não é admitida pela maioria da Doutrina, pois é difícil imaginar
fracionamento das condutas “ordenar” e “autorizar”. Parcela da Doutrina, no entanto, defende
que, se no caso concreto se puder fracionar a conduta do agente (crime plurissubsistente), haverá
possibilidade de tentativa.
O § único do art. 559-A traz uma forma equiparada:
Parágrafo único. Incide na mesma pena quem ordena, autoriza ou realiza
operação de crédito, interno ou externo: (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000)
I - com inobservância de limite, condição ou montante estabelecido em lei ou em
resolução do Senado Federal; (Incluído pela Leinº 10.028, de 2000)
II - quando o montante da dívida consolidada ultrapassa o limite máximo
autorizado por lei. (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000)
No caso do inciso I, o agente ordena, autoriza ou realiza a operação de crédito COM
AUTORIZAÇÃO LEGISLATIVA, mas ULTRAPASSA OS LIMITES DA AUTORIZAÇÃO LEGISLATIVA.
No caso do inciso II, o agente pratica a conduta mediante autorização legislativa, mas no
final das contas, o montante da dívida consolidada ultrapassa o limite autorizado por lei. Ou seja,
a operação, em si, não é ilegal, mas em razão dela é ultrapassado o limite da dívida consolidada.
Inscrição de despesas não empenhadas em restos a pagar
Vejamos o que diz o art. 359-B do CP:
Art. 359-B. Ordenar ou autorizar a inscrição em restos a pagar, de despesa que
não tenha sido previamente empenhada ou que exceda limite estabelecido em
lei: (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000)
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos. (Incluído pela Lei nº 10.028, de
2000)
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Aqui se visa a proteger a administração orçamentária, mais precisamente para evitar que as
futuras gestões herdem dificuldades financeiras em razão das atitudes ímprobas dos
antecessores.
O sujeito ativo, mais uma vez, é o agente público responsável pela prática do ato. O sujeito
passivo será o ente público lesado.
Duas são as modalidades:
⇒ Ordenar ou autorizar a inscrição da dívida, QUE NÃO TENHA SIDO EMPENHADA, em
restos a pagar – Aqui o agente inclui em “restos a pagar”, dívida ainda não empenhada.
⇒ Ordenar ou autorizar a inscrição de dívida que, embora empenhada, ultrapassa o limite
previsto em lei para “restos a pagar”.
A consumação se dá com a ordenação ou autorização da inscrição da dívida em restos a
pagar, pouco importando se ela vem ou não a ser, de fato, inscrita em restos a pagar. Essa é a
posição da maioria da Doutrina. Cézar Roberto Bitencourt, no entanto, entende que a dívida
deve vir a ser efetivamente inscrita em restos a pagar.
Em qualquer caso, a efetiva ocorrência de lesão ao erário é DISPENSÁVEL. Até por isso,
consolidou-se o entendimento de que se trata de CRIME FORMAL.
O elemento subjetivo é o DOLO, não se exigindo nenhuma finalidade especial de agir.
Lembrando que não se admite na forma culposa, logo, o agente deve saber que a dívida não foi
empenhada (1° caso) ou que a sua inscrição em restos a pagar excede o limite autorizado em lei
(2° caso).
Assunção de obrigação no último ano do mandato
O art. 359-C do CP assim dispõe:
Art. 359-C. Ordenar ou autorizar a assunção de obrigação, nos dois últimos
quadrimestres do último ano do mandato ou legislatura, cuja despesa não possa
ser paga no mesmo exercício financeiro ou, caso reste parcela a ser paga no
exercício seguinte, que não tenha contrapartida suficiente de disponibilidade de
caixa: (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000)
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.(Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000)
Aqui, não basta que o agente seja funcionário público, a Doutrina exige que ele seja
DETENTOR DE MANDATO! Mandato eletivo, certo? Errado! O mandato não precisa
necessariamente ser eletivo, podendo ser um mandato decorrente de indicação
(Procurador-Geral de Justiça ou Defensor-Público-Geral Federal, por exemplo). O que importa é
que o agente seja um agente público detentor de mandato!
A conduta incriminada é a de:
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⇒ Ordenar ou autorizar a assunção de obrigação, nos dois últimos quadrimestres do
mandato ou legislatura, cuja DESPESA NÃO POSSA SER PAGA NO MESMO
EXERCÍCIO; ou
⇒ Ordenar ou autorizar a assunção de obrigação, nos dois últimos quadrimestres do
mandato ou legislatura, que deva ser paga no exercício seguinte, MAS SEM QUE HAJA
VERBA PARA ISSO.
Vejam, portanto, que são condutas diferentes. Na primeira o agente ordena ou autoriza a
assunção da dívida que não pode ser paga no mesmo exercício. Na segunda, a dívida, apesar de
ser paga parcialmente no mesmo exercício financeiro, vai sobrar um “restinho” (resto de dívida,
claro) para o sucessor, mas não vai sobrar dinheiro para isso.
O elemento subjetivo, claro, é o dolo, não se admitindo na forma culposa. Não é
necessário, ainda que o agente tenha a finalidade específica de prejudicar o próximo
mandatário, basta apenas, que ele saiba que a despesa não pode ser paga no mesmo exercício
ou que vai sobrar parte dela para ser paga no próximo, mas não vai sobrar contrapartida
financeira para isso.
A maioria da Doutrina entende que o crime se consuma com a mera ordenação ou
autorização da assunção da dívida, não sendo necessária a sua efetiva realização ou a lesão aos
cofres públicos. Trata-se, portanto, de CRIME FORMAL. A tentativa é possível, pois a conduta
pode ser fracionada.
Ordenação de despesa não autorizada por lei
O art. 359-D do CP diz:
Art. 359-D. Ordenar despesa não autorizada por lei: (Incluído pela Lei nº 10.028,
de 2000)
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000)
Como todos nós sabemos, num Estado verdadeiramente democrático de Direito, onde
vigora o princípio Republicano, a separação dos poderes deve ser respeitada, de forma a que o
sistema dos “freios e contrapesos” não seja prejudicado. Assim, é bastante salutar que seja
respeitada a necessidade de autorização legal para a ordenação de determinada despesa.
CUIDADO! Aqui, diferentemente do que ocorre no art. 359-A, somente é punido
quem ORDENA a despesa não autorizada por lei, não sendo punível aquele que
EXECUTA A ORDEM e realiza a despesa!
O elemento subjetivo é o dolo, não se admitindo a forma culposa.
O sujeito ativo é o agente público responsável pela ordenação de despesas no ente
público. O sujeito passivo será o ente público lesado.
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A consumação se dá com a ordenação da despesa, ainda que esta não venha a ser realizada
ou ainda que não haja qualquer prejuízo aos cofres públicos, sendo, portanto, crime
FORMAL. Parte da Doutrina (sempre tem um!) entende que o crime é MATERIAL, ou seja, é
necessária a efetiva realização da despesa, caso contrário o crime será tentado. Para esta parcela
da Doutrina, o “resultado” exigido para a consumação do delito é a efetiva realização da
despesa com prejuízo ao erário.
Prestação de garantia graciosa
Vejamos o disposto no art. 359-E do CP:
Art. 359-E. Prestar garantia em operação de crédito sem que tenha sido
constituída contragarantia em valor igual ou superior ao valor da garantia
prestada, na forma da lei: (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000)
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano. (Incluído pela Lei nº 10.028, de
2000)
O sujeito ativo é o gestor público (funcionário público) responsável pela prática dos atos
dessa natureza. O sujeito passivo será o ente público lesado.
A LRF prevê, em seu art. 40, que o gestor, ao contratar operação de crédito que exija
garantia de adimplência (art. 29, IV da LRF) deverá exigir do beneficiário que preste
CONTRAGARANTIA, resguardando o patrimônio público (art. 40, §1° da LRF). Assim, a lei pune
exatamente o gestor que oferece a garantia na operação de crédito, MAS NÃO EXIGE A
CONTRAGARANTIA EM VALOR IGUAL OU SUPERIOR.
De nada adianta, portanto, exigir, por exemplo, contragarantia em valor INFERIOR ao da
garantia. Essa conduta também é crime!
A consumação se dá com a mera prática da conduta, consistente na prestação da garantia
sem contragarantia, sendo, portanto, CRIME FORMAL, pois não se exige a ocorrência de
prejuízo ao erário. A Doutrina admite a tentativa, pois a conduta é fracionável.1
Não cancelamento de restos a pagar
O art. 359-F do CP diz:
Art. 359-F. Deixar de ordenar, de autorizar ou de promovero cancelamento do
montante de restos a pagar inscrito em valor superior ao permitido em lei:
(Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000)
1 CUIDADO! Parte da Doutrina, capitaneada pelo prof. Luiz Flavio Gomes, entende que, a despeito de se tratar de
crime formal, é necessário que haja algum RISCO DE LESÃO AO ERÁRIO, ou seja, teríamos aqui um crime de
PERIGO CONCRETO. Não basta, portanto, que seja prestada garantia sem contrapartida, é necessário que desta
operação decorra algum risco para o erário do ente público a que pertence o sujeito ativo.
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Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos. (Incluído pela Lei nº 10.028, de
2000)
A conduta aqui é OMISSIVA, pois o agente DEIXA DE FAZER algo que está obrigado por
lei. O agente deve deixar de ordenar, autorizar ou promover o cancelamento do montante de
restos a pagar superior ao limite permitido por lei. Assim, a contrario sensu, se o agente deixa de
cancelar restos a pagar que não ultrapassa o limite previsto em lei, NÃO HÁ CRIME (O fato é
atípico).
O elemento subjetivo exigido é o dolo, não se punindo a forma culposa.
CUIDADO! A mera demora (negligência) não constitui o crime em questão,
devendo o agente QUERER CONSCIENTEMENTE DEIXAR DE ORDENAR,
AUTORIZAR OU PROMOVER O CANCELAMENTO DO MONTANTE.
O crime se CONSUMA quando SE ESGOTA O PRAZO PARA QUE O AGENTE REALIZE O
ATO AO QUAL ESTÁ OBRIGADO. Lembrando que não basta o esgotamento do prazo, deve ter
havido VONTADE do agente em não realizar o ato, E NÃO MERO ESQUECIMENTO, por
exemplo. Trata-se de CRIME FORMAL.
Sendo crime omissivo puro, não cabe a tentativa, pois ou o agente deixa, voluntariamente,
correr o prazo sem realizar o ato, e o crime se consuma, ou o agente não pratica crime algum,
pois se o fizer no último dia do prazo, não cometeu o crime.
Aumento de despesa total com pessoal no último ano do
mandato ou legislatura
Vejamos a norma inserida no art. 359-G do CP:
Art. 359-G. Ordenar, autorizar ou executar ato que acarrete aumento de despesa
total com pessoal, nos cento e oitenta dias anteriores ao final do mandato ou da
legislatura: (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000))
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000)
A conduta punida aqui é bastante simples. Pune-se o ato que importe em aumento de
despesa total com pessoal nos últimos 180 dias (Não são seis meses!) anteriores ao término do
mandato ou legislatura.
Mais uma vez, exige-se que o agente não seja apenas um servidor público, mas um agente
público detentor de mandato, que pode ser eletivo ou não.
Além de o ato ser nulo (art. 21 da LRF), o ato também é crime, conforme vimos. Como a
maioria dos crimes contra as finanças públicas, trata-se de CRIME DE AÇÃO MÚLTIPLA (Ou crime
PLURINUCLEAR), pois a conduta incriminada pode ser praticada de DIVERSAS MANEIRAS. Em
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todas elas, no entanto, está presente o elemento temporal, que é o fato de o ato dever ser
praticado nos 180 dias anteriores ao término do mandato ou legislatura.
A maioria da Doutrina entende que o crime é FORMAL, consumando-se com a mera prática
da conduta, não importando se da conduta ocorre prejuízo ao erário. A tentativa é possível.
Oferta pública ou colocação de títulos no mercado
Nos termos do art. 359-H do CP:
Art. 359-H. Ordenar, autorizar ou promover a oferta pública ou a colocação no
mercado financeiro de títulos da dívida pública sem que tenham sido criados por
lei ou sem que estejam registrados em sistema centralizado de liquidação e de
custódia: (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000)
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000)
Trata-se, como em todos os outros crimes contra as finanças públicas, de crime PRÓPRIO,
pois se exige do agente uma qualidade especial (funcionário público). Exige-se que seja o
funcionário responsável pela prática do ato de colocação de títulos no mercado ou promoção de
oferta pública.
CUIDADO! Aqui, os sujeitos passivos, além de serem os entes públicos lesados,
podem ser, ainda, EVENTUAIS TERCEIROS ADQUIRENTES DOS TÍTULOS
COLOCADOS NO MERCADO.
Também temos mais um crime de ação múltipla, que pode ser praticado na modalidade
ordenar, autorizar ou promover A OFERTA PÚBLICA OU COLOCAÇÃO DE TÍTULOS NO
MERCADO, sem que tenham sido criados por lei ou sem que estejam registrados no sistema
centralizado de liquidação e custódia.
Essa última parte, destacada, é o que se chama de “elemento normativo do tipo”. Sempre
que vocês virem a menção às expressões “sem permissão legal”, “sem autorização”, etc.,
estaremos diante de elementos normativos do tipo, pois a conduta só será típica se realizada
com a inobservância de alguma regra. Caso a conduta seja praticada com a observância das
regras pertinentes, não haverá crime, por atipicidade.
A consumação, para a maioria da Doutrina se dá com a mera autorização ou ordenação da
realização do ato (promoção da oferta ou colocação no mercado), sendo a sua realização
irrelevante para a consumação. Para outra parte da Doutrina, é indispensável que a oferta pública
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seja efetivamente promovida ou os títulos colocados no mercado. O único consenso doutrinário é
quanto à última modalidade, “PROMOVER”, sendo necessária a efetiva inserção do título no
mercado ou promoção da oferta pública.
Em qualquer caso, porém, é DISPENSÁVEL a ocorrência de prejuízo ao erário ou a
terceiros, de forma que firmou-se o entendimento no sentido de que estaríamos diante de
CRIME FORMAL.
 DISPOSITIVOS LEGAIS IMPORTANTES
CÓDIGO PENAL
฀ Arts. 359-A a 359-H do CP – Tipificam os crimes contra as finanças públicas:
CAPÍTULO IV
DOS CRIMES CONTRA AS FINANÇAS PÚBLICAS (Incluído pela Lei nº 10.028, de
2000)
Contratação de operação de crédito
Art. 359-A. Ordenar, autorizar ou realizar operação de crédito, interno ou externo,
sem prévia autorização legislativa: (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000)
Pena – reclusão, de 1 (um) a 2 (dois) anos. (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000)
Parágrafo único. Incide na mesma pena quem ordena, autoriza ou realiza
operação de crédito, interno ou externo: (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000)
I – com inobservância de limite, condição ou montante estabelecido em lei ou em
resolução do Senado Federal; (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000)
II – quando o montante da dívida consolidada ultrapassa o limite máximo
autorizado por lei. (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000)
Inscrição de despesas não empenhadas em restos a pagar (Incluído pela Lei nº
10.028, de 2000)
Art. 359-B. Ordenar ou autorizar a inscrição em restos a pagar, de despesa que
não tenha sido previamente empenhada ou que exceda limite estabelecido em
lei: (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000)
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==1365fc==
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos. (Incluído pela Lei nº 10.028,
de 2000)
Assunção de obrigação no último ano do mandato ou legislatura (Incluído pela
Lei nº 10.028, de 2000)
Art. 359-C. Ordenar ou autorizar a assunção de obrigação, nos dois últimos
quadrimestres do último ano do mandato ou legislatura, cuja despesa não possa
ser paga no mesmo exercício financeiro ou, caso reste parcela a ser paga no
exercício seguinte, que não tenha contrapartida suficiente de disponibilidade de
caixa: (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000)
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.(Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000)
Ordenação de despesa não autorizada (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000)
Art. 359-D.Ordenar despesa não autorizada por lei: (Incluído pela Lei nº 10.028,
de 2000)
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. (Incluído pela Lei nº 10.028, de
2000)
Prestação de garantia graciosa (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000)
Art. 359-E. Prestar garantia em operação de crédito sem que tenha sido
constituída contragarantia em valor igual ou superior ao valor da garantia
prestada, na forma da lei: (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000)
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano. (Incluído pela Lei nº 10.028, de
2000)
Não cancelamento de restos a pagar (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000)
Art. 359-F. Deixar de ordenar, de autorizar ou de promover o cancelamento do
montante de restos a pagar inscrito em valor superior ao permitido em
lei: (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000)
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos. (Incluído pela Lei nº 10.028,
de 2000)
Aumento de despesa total com pessoal no último ano do mandato ou
legislatura  (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000)
Art. 359-G. Ordenar, autorizar ou executar ato que acarrete aumento de despesa
total com pessoal, nos cento e oitenta dias anteriores ao final do mandato ou da
legislatura: (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000))
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. (Incluído pela Lei nº 10.028, de
2000)
Oferta pública ou colocação de títulos no mercado (Incluído pela Lei nº 10.028,
de 2000)
Art. 359-H. Ordenar, autorizar ou promover a oferta pública ou a colocação no
mercado financeiro de títulos da dívida pública sem que tenham sido criados por
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lei ou sem que estejam registrados em sistema centralizado de liquidação e de
custódia: (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000)
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. (Incluído pela Lei nº 10.028, de
2000)
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 EXERCÍCIOS COMENTADOS 
1. (FGV/2023/MPE-SP) 
As opções a seguir apresentam hipóteses de crime contra a Administração da Justiça, à exceção de uma. 
Assinale-a. 
(A) Mário, gerente de instituição financeira, recebeu ordem judicial de prestação de informações sobre 
correntista, deliberadamente descumprida. 
(B) Marcos, suspeito de homicídio, alterou a posição do cadáver para induzir em erro a atividade de polícia 
técnico-científica. 
(C) Marcelo, funcionário do Ministério Público, solicitou dinheiro de parte em processo criminal, sob pretexto 
de influir em manifestação do órgão. 
(D) Messias induziu em erro um concorrente, mediante fraude, com intuito de obter vantagem em 
arrematação judicial. 
(E) Moisés continuou a exercer a atividade empresarial de que foi afastado por decisão judicial, mesmo após 
devidamente intimado da decisão respectiva. 
COMENTÁRIOS 
Nesse caso, apenas a letra A traz uma conduta que não corresponde a um crime contra a administração da 
Justiça, sendo um crime praticado por particular contra a administração em geral, mais precisamente o crime 
de desobediência, tipificado no art. 330 do CP: 
Art. 330 - Desobedecer a ordem legal de funcionário público: 
Pena - detenção, de quinze dias a seis meses, e multa. 
As demais alternativas apresentam condutas que podem se amoldar a crimes contra a administração da Justiça: 
LETRA B – Fraude processual, art. 347 do CP. 
LETRA C – Exploração de prestígio, art. 357 do CP. 
LETRA D – Violência ou fraude em arrematação judicial, art. 358 do CP. 
LETRA E – Desobediência a decisão judicial sobre perda ou suspensão de direito, art. 359 do CP. 
GABARITO: Letra A 
2. (FGV/2023/MPE-SP) 
As opções a seguir apresentam hipóteses de coação no curso do processo, à exceção de uma. Assinale-a. 
(A) João, a fim de preservar seu filho Luiz, réu em processo criminal, proferiu ameaças contra Ana, 
testemunha arrolada pela acusação, para que esta deixasse de prestar depoimento. 
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(B) Carlos, para garantir interesse próprio, valeu-se de ardil para enganar o oficial de justiça, e, assim, evitar 
a conclusão do ato judicial de penhora ordenado em seu desfavor. 
(C) Antônio, no curso de procedimento de arbitragem em que não é parte, proferiu ameaças em desfavor do 
filho de um dos árbitros do procedimento, a fim de garantir de vantagem em favor de seu amigo Paulo. 
(D) André agrediu Mauro, servidor público do MPSP, com vistas a evitar a sua intimação para ser ouvido no 
curso de inquérito civil em tramitação no âmbito da Promotoria de Justiça local. 
(E) Enéas, visando frustrar execução de título judicial contra si, proferiu ameaças contra Pedro, o avaliador, 
visando impedir a conclusão da avaliação dos bens destinados ao leilão. 
COMENTÁRIOS 
Nesse caso, a Letra B definitivamente não corresponde a uma conduta que possa se amoldar ao tipo penal do 
crime de coação no curso do processo, pois este se verifica quando o agente usa de violência ou grave ameaça, 
com o fim de favorecer interesse próprio ou alheio, contra autoridade, parte, ou qualquer outra pessoa que 
funciona ou é chamada a intervir em processo judicial, policial ou administrativo, ou em juízo arbitral. No caso 
da letra B, o agente apenas usou de um expediente ardiloso (enganoso), fraudulento, para enganar o Oficial 
de Justiça. 
As demais alternativas mencionam situações em que o agente emprega violência ou ameaça contra alguém 
que atua em processo judicial, policial ou administrativo, ou em juízo arbitral, com o fim de favorecer interesse 
próprio ou alheio. Friso, porém, que a Letra D também poderia configurar o crime de resistência, a depender 
da finalidade do agente (se seria apenas impedir a execução daquele ato específico ou obter efetivamente 
alguma vantagem para si ou para outrem no processo como um todo). 
GABARITO: Letra B 
3. (FGV/2022/PREF.MANAUS/ADVOGADO) 
Quanto ao delito de coação no curso do processo, assinale a afirmativa correta. 
A) Trata-se de crime comum, desprovido de especial fim de agir. 
B) Trata-se de crime material, de perigo concreto à adequada prestação de resolução de conflitos. 
C) Para a configuração do crime é necessário que a pessoa intimidada atue no processo. 
D) É irrelevante para a configuração do crime se a ameaça deriva de um motivo justo. 
E) O delito, por ser formal, não admite a forma tentada na sua execução. 
COMENTÁRIOS 
A) ERRADA: Item errado, pois, apesar de se tratar de crime comum, exige-se o especial fim de agir, 
consistente na finalidade de “favorecer interesse próprio ou alheio”, nos termos do art. 344 do CP. 
B) ERRADA: Item errado, pois trata-se de crime formal, consumando-se com a prática da conduta, ainda que 
o resultado pretendido (o favorecimento de interesse próprio ou alheio) não ocorra. 
C) ERRADA: Item errado, pois, para a configuração do crime NÃO é necessário que a pessoa intimidada 
efetivamente atue no processo, bastando que a pessoa seja chamada a atuar no processo, ainda que não 
chegue efetivamente a atuar. 
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D) CORRETA: Item correto, pois é irrelevante para a configuração do crime se a ameaça deriva de um motivo 
justo (ex.: José, sabendo que seu filho é inocente, ameaça o Juiz da causa, para que profira sentença de 
absolvição). 
E) ERRADA: Item errado, pois apesar de ser crime formal, é perfeitamente possível a configuração da 
tentativa (ex.: José, para beneficiar o filho Pedro, réu em determinado processo criminal, tenta agredir o 
Promotor de Justiça do caso, mas não consegue). 
GABARITO: Letra D 
4. (FGV/2022/PCAM/DELEGADO) 
No dia 29 de novembro de 2017, na sede do Distrito Policial, Maria compareceupara dar causa à instauração 
de investigação policial em desfavor de João, imputando-lhe a autoria de tentativa de homicídio de que ela 
sabia ser João inocente. Segundo consta dos autos, Maria teria narrado à autoridade policial que seu irmão 
João, em 28 de novembro de 2017, havia acelerado o veículo que conduzia, em sua direção, no interior do 
estacionamento do Esporte Clube Manaus, tudo com a intenção de matá-la. Tais notícias foram então 
registradas no Boletim de Ocorrência 171/2017 daquela unidade policial, o que ocasionou a instauração de 
inquérito policial para investigação. 
Também no dia 29 de novembro de 2017, na mesma unidade policial, João compareceu para registrar 
ocorrência (Boletim de Ocorrência 173/2017), consistente em lesões corporais graves realizadas por Maria, 
haja vista ter alegado que Maria se jogou sobre o capô do seu carro em movimento e, quando parou seu 
carro, foi veementemente agredido. Tais fatos foram incorporados no mesmo inquérito policial. 
No decorrer das investigações, teria ficado afinal apurado que Maria teria se colocado intencionalmente na 
frente do carro conduzido por João, que trafegava em baixa velocidade no interior do estacionamento, 
consoante laudo pericial e, ademais, tendo em vista as declarações das testemunhas presenciais, culminando 
com a sugestão de arquivamento da investigação daquela hipotética tentativa de homicídio. 
Quanto ao delito de denunciação caluniosa referido, é correto afirmar que 
A) não há configuração do delito, pois houve a investigação de outros fatos diversos, o que retira a tipicidade 
da conduta de Maria. 
B) há configuração do delito, pois o crime consiste em fazer a autoridade policial investigar ilícito de que sabe 
inocente o investigado. 
C) não há configuração do delito, pois houve a investigação de outros fatos diversos, o que retira a ilicitude 
da conduta de Maria. 
D) há configuração do delito, pois o crime consiste em fazer a autoridade policial investigar qualquer fato. 
E) não há configuração do delito, pois houve a investigação de outros fatos diversos, o que retira a 
culpabilidade da conduta de Maria. 
COMENTÁRIOS 
Nesse caso, há configuração do delito de denunciação caluniosa, pois o crime consiste em fazer a autoridade 
policial investigar ilícito de que sabe inocente o investigado, nos termos do art. 339 do CP: 
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Art. 339. Dar causa à instauração de inquérito policial, de procedimento investigatório 
criminal, de processo judicial, de processo administrativo disciplinar, de inquérito civil ou 
de ação de improbidade administrativa contra alguém, imputando-lhe crime, infração 
ético-disciplinar ou ato ímprobo de que o sabe inocente: (Redação dada pela Lei nº 
14.110, de 2020) 
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa. 
Assim, tendo sido instaurada investigação criminal em razão da denunciação caluniosa empreendida por 
Maria, deverá esta responder pelo crime do art. 339 do CP, em sua forma consumada. 
GABARITO: Letra B 
5. (FGV/2021/OAB) 
João e Carlos procuram Paulo para que, juntos, pratiquem um crime de roubo de carga. Apesar de se recusar 
a acompanhá-los na ação delituosa, Paulo oferece a garagem de sua casa para a guarda da carga roubada, 
conduta que seria fundamental na empreitada criminosa, já que João e Carlos não teriam outro local para 
esconder os bens subtraídos. 
Apenas por terem conseguido o acordo com Paulo, João e Carlos operam a subtração. Ao chegarem à casa 
de Paulo, este lhes informa que a garagem estava ocupada naquele momento e não poderia mais ser 
utilizada. Assim, o trio que dividiria os lucros procura o vizinho Pedro e, após contarem o ocorrido, pedem a 
garagem emprestada por um tempo, proposta que é aceita por Pedro. Sendo todos os fatos apurados e 
recuperada a carga na garagem de Pedro, as famílias de Paulo e Pedro procuram um(a) advogado(a) para 
saber acerca da situação jurídica deles. 
Na ocasião da assistência jurídica, o(a) advogado(a) deverá esclarecer que 
A) ambos poderão ser responsabilizados pelo crime de roubo majorado. 
B) Paulo poderá ser responsabilizado pelo crime de roubo majorado, enquanto Pedro, apenas pelo crime de 
receptação. 
C) Paulo poderá ser responsabilizado pelo crime de roubo majorado, enquanto Pedro, apenas pelo crime de 
favorecimento real. 
D) Pedro e Paulo poderão ser responsabilizados pelo crime de favorecimento real. 
COMENTÁRIOS 
Nesse caso, Paulo poderá ser responsabilizado pelo crime de roubo majorado, pois sua conduta de aceitar 
guardar o produto do crime de roubo foi realizada antes do roubo, ou seja, Paulo aceitou ser partícipe do 
crime de roubo, garantindo aos executores a futura guarda da coisa roubada. Logo, a aceitação de Paulo 
configura um auxílio prévio à prática do roubo, ainda que a concretização do auxílio fosse se dar apenas após 
a subtração da coisa. Paulo, então, é partícipe do crime de roubo. 
Pedro, porém, responderá apenas pelo crime de favorecimento real, pois prestou aos criminosos um auxílio 
destinado a tornar seguro o proveito do crime, nos termos do art. 349 do CP: 
Art. 349 - Prestar a criminoso, fora dos casos de co-autoria ou de receptação, auxílio 
destinado a tornar seguro o proveito do crime: 
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Pena - detenção, de um a seis meses, e multa. 
GABARITO: Letra C 
6. (FGV/2014/DPDF) 
Luiz é muito amigo do magistrado Paulo. Certo dia, sabedor de que seu vizinho é parte em ação indenizatória 
a ser julgada por Paulo, oferece ajuda para exercer influência sobre a decisão do referido magistrado. Para 
tanto, solicita que seu vizinho lhe dê 30% do valor a ser obtido em caso de êxito na ação indenizatória. O 
magistrado, que não sabia o que estava ocorrendo, acabou julgando a causa em favor do vizinho de Luiz, 
que, por sua vez, cumpriu o combinado, repassando parte do valor obtido a Luiz. 
O crime cometido por Luiz foi: 
A) tráfico de influência (Artigo 332 do Código Penal brasileiro). 
B) corrupção ativa (Artigo 333 do Código Penal brasileiro). 
C) fraude processual (Artigo 347 do Código Penal brasileiro). 
D) advocacia administrativa (Artigo 321 do Código Penal brasileiro). 
E) exploração de prestígio (Artigo 357 do Código Penal brasileiro). 
COMENTÁRIOS 
Nesse caso, Luiz praticou o crime de exploração de prestígio (Artigo 357 do Código Penal brasileiro). Vejamos: 
Art. 357 - Solicitar ou receber dinheiro ou qualquer outra utilidade, a pretexto de influir em 
juiz, jurado, órgão do Ministério Público, funcionário de justiça, perito, tradutor, intérprete 
ou testemunha: 
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa. 
Perceba que a conduta, no crime em questão, consiste em “enganar” a vítima, alegando que irá exercer 
influência sobre uma terceira pessoa (alguma daquelas citadas no tipo penal: Juiz, jurado, etc.), a fim de 
obter uma vantagem indevida. 
O crime em questão é bastante semelhante ao de tráfico de influência (art. 332 do CP), diferenciando-se 
apenas em relação a quem supostamente seria influenciado: no tráfico de influência o destinatário da 
suposta influência seria “funcionário público” (genericamente considerado); na exploração de prestígio o 
infrator deve alardear que irá exercer influência sobre alguma daquelas pessoas expressamente 
mencionadas no art. 357 (juiz, jurado, órgão do Ministério Público, funcionário de justiça, perito, tradutor, 
intérprete ou testemunha). 
GABARITO: Letra E 
7. (FGV/2011/PCERJ) 
Além de ser competente, o perito tem que ser imparcial e primar pelo culto à verdade. A não-observância 
desse compromisso pode levá-lo a cometer o crime de falsa perícia previsto no art. 342 do Código Penal. 
A partir do fragmento acima, analise as afirmativas a seguir. 
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I. Quando o delito é cometido mediante suborno, a pena é aumentada de metade. 
II. O fato deixa de ser punível se o perito declarar a verdade antes de ser prolatada a sentença. 
III. Não há crime se o perito apenas omitir parte do que apurar, em processo administrativo. 
Assinale: 
A) se apenas a afirmativa I estiver correta. 
B) se apenas a afirmativa II estiver correta. 
C) se apenas a afirmativa III estiver correta. 
D) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas. 
E) se todas as afirmativas estiverem corretas. 
COMENTÁRIOS 
I. ERRADA: Item errado, pois, quando o delito é cometido mediante suborno, a pena é aumentada de um 
sexto a um terço, nos termos do art. 342, §1º do CP: 
Art. 342 (...) § 1o As penas aumentam-se de um sexto a um terço, se o crime é praticado 
mediante suborno ou se cometido com o fim de obter prova destinada a produzir efeito 
em processo penal, ou em processo civil em que for parte entidade da administração 
pública direta ou indireta.(Redação dada pela Lei nº 10.268, de 28.8.2001) 
 
II. CORRETA: Item correto, pois o fato deixa de ser punível se o perito declarar a verdade antes de ser 
prolatada a sentença, nos termos do art. 342, §2º do CP: 
Art. 342 (...) § 2o O fato deixa de ser punível se, antes da sentença no processo em que 
ocorreu o ilícito, o agente se retrata ou declara a verdade.(Redação dada pela Lei nº 10.268, 
de 28.8.2001) 
III. ERRADA: Item errado, pois o crime se verifica se o agente faz afirmação falsa, nega a verdade ou cala a 
verdade (omitindo informação) em processo judicial, ou administrativo, inquérito policial, ou em juízo 
arbitral, nos termos do art. 342 do CP. 
GABARITO: Letra B 
8. (FGV/2021/PCRN/DELEGADO) 
Gustavo, ouvido na condição de testemunha em ação penal, prestou declarações falsas em busca de auxiliar 
seu amigo Luiz, que figurava como réu no processo. Dias depois, após alegações finais apresentadas pelo 
Ministério Público, mas antes da sentença, Gustavo se arrependeu de sua conduta, comparecendo em juízo 
e apresentando declarações no sentido de que tinha prestado informações na condição de testemunha que 
não condiziam com a realidade, se retratando daquelas declarações prestadas em audiência. O magistrado 
competente determinou a reprodução da prova, bem como a extração de cópias para apurar o 
ocorrido. Com base nas informações expostas, a autoridade policial deverá concluir que Gustavo praticou a 
conduta tipificada abstratamente como crime de: 
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A) falso testemunho, punível na modalidade tentada, com causa de aumento de pena pela circunstância de 
as declarações se destinarem a produzir prova em processo penal; 
B) falso testemunho, punível na forma consumada, com causa de aumento de pena pela circunstância de as 
declarações se destinarem a produzir prova em processo penal; 
C) falso testemunho, punível na modalidade tentada, sem qualquer causa de aumento de pena; 
D) falso testemunho, punível na forma consumada, sem qualquer causa de aumento de pena; 
E) falso testemunho, mas o fato não será punível em razão da retratação realizada. 
COMENTÁRIOS 
Nesse caso, Gustavo praticou crime de falso testemunho, majorado por ser destinado a produzir prova em 
processo penal, nos termos do art. 342, §1º do CP. Todavia, o fato não será punível em razão da retratação 
realizada, nos termos do art. 342, §2º do CP: 
Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como testemunha, perito, 
contador, tradutor ou intérprete em processo judicial, ou administrativo, inquérito policial, 
ou em juízo arbitral: (Redação dada pela Lei nº 10.268, de 28.8.2001) 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 12.850, 
de 2013) (Vigência) 
§ 1o As penas aumentam-se de um sexto a um terço, se o crime é praticado mediante 
suborno ou se cometido com o fim de obter prova destinada a produzir efeito em processo 
penal, ou em processo civil em que for parte entidade da administração pública direta ou 
indireta.(Redação dada pela Lei nº 10.268, de 28.8.2001) 
§ 2o O fato deixa de ser punível se, antes da sentença no processo em que ocorreu o ilícito, 
o agente se retrata ou declara a verdade.(Redação dada pela Lei nº 10.268, de 28.8.2001) 
GABARITO: Letra E 
9. (FGV/2021/OAB) 
Francisco foi vítima de uma contravenção penal de vias de fato, pois, enquanto estava de costas para o autor, 
recebeu um tapa em sua cabeça. Acreditando que a infração teria sido praticada por Roberto, seu desafeto 
que estava no local, compareceu em sede policial e narrou o ocorrido, apontando, de maneira precipitada, 
o rival como autor. 
Diante disso, foi instaurado procedimento investigatório em desfavor de Roberto, sendo, posteriormente, 
verificado em câmeras de segurança que, na verdade, um desconhecido teria praticado o ato. Ao tomar 
conhecimento dos fatos, antes mesmo de ouvir Roberto ou Francisco, o Ministério Público ofereceu 
denúncia em face deste, por denunciação caluniosa. 
Considerando apenas as informações expostas, você, como advogado(a) de Francisco, deverá, sob o ponto 
de vista técnico, pleitear 
A) a absolvição, pois Francisco deu causa à instauração de investigação policial imputando a Roberto a prática 
de contravenção, e não crime. 
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B) extinção da punibilidade diante da ausência de representação, já que o crime é de ação penal pública 
condicionada à representação. 
C) reconhecimento de causa de diminuição de pena em razão da tentativa, pois não foi proposta ação penal 
em face de Roberto. 
D) a absolvição, pois o tipo penal exige dolo direto por parte do agente. 
COMENTÁRIOS 
Nesse caso, deve ser buscada a absolvição do agente, já que o tipo penal da denunciação caluniosa (art. 339 
do CP) exige dolo direto por parte do agente, pois o agente deve realizar a imputação sabendo que o 
imputado é inocente. Vejamos: 
Art. 339. Dar causa à instauração de inquérito policial, de procedimento investigatório 
criminal, de processo judicial, de processo administrativo disciplinar, de inquérito civil ou 
de ação de improbidade administrativa contra alguém, imputando-lhe crime, infração 
ético-disciplinar ou ato ímprobo de que o sabe inocente: (Redação dada pela Lei nº 
14.110, de 2020) 
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa. 
(...) § 2º - A pena é diminuída de metade, se a imputação é de prática de contravenção. 
Como se vê, o agente deve agir com dolo de imputar o fato a alguém que SABE ser inocente. Logo, a mera 
imputação do fato a alguém de quem se suspeita ser o infrator não configura o crime de denunciação 
caluniosa, ainda que posteriormente se comprove que o imputado era inocente. 
GABARITO: Letra D 
10. (FGV/2018/TJAL/OJA) 
Jorge, de origem humilde, atua como Oficial de Justiça em determinado Tribunal de Justiça. Quando cumpria 
ordem de busca e apreensão na comunidade em que nasceu, viu, de longe, que seu irmão dispensou uma 
sacola plástica com grande quantidade de drogas, empurrou um policial militar e tentava empreender fuga 
e evitar o flagrante de crime de tráfico, crime este punido com pena mínima de cinco anos de reclusão. 
Diante disso, quando seu irmão corre em sua direção, o auxilia, escondendo-o dentro de seu veículo 
particular, enquanto continua a cumprir o mandado pendente. 
Descobertos os fatos, considerando apenas a situação narrada, o ato de Jorge configura: 
A) crime de evasão mediante violência contra a pessoa; 
B) conduta típica, mas não punível; 
C) crime de favorecimento pessoal; 
D) crime de favorecimento real; 
E) conduta atípica. 
COMENTÁRIOS 
Nesse caso, Jorge praticouconduta típica, consistente em favorecimento pessoal, art. 348 do CP: 
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Art. 348 - Auxiliar a subtrair-se à ação de autoridade pública autor de crime a que é 
cominada pena de reclusão: 
Pena - detenção, de um a seis meses, e multa. 
Todavia, Jorge não será punível, eis que isento de pena por ser irmão do beneficiado, nos termos do art. 348, 
§2º do CP: 
Art. 348 (...) § 2º - Se quem presta o auxílio é ascendente, descendente, cônjuge ou irmão 
do criminoso, fica isento de pena. 
GABARITO: Letra B 
11. (FGV – 2017 – TRT-SC – OFICIAL DE JUSTIÇA) 
Caio, oficial de justiça, todos os dias da semana chega em sua residência cansado após um longo dia de 
trabalho e passa a ficar incomodado com o fato de que Bruno, namorado de sua filha, com 26 anos, recebe 
um salário alto para a quantidade de serviço que realiza no órgão criminal do Ministério Público em que 
trabalha. Diante disso, objetivando que Bruno trabalhe mais, afirma para a Promotora de Justiça chefe de 
Bruno, que era sua conhecida, que sua esposa foi vítima de um crime de estelionato e que o fato deveria ser 
investigado, informando nada saber sobre a autoria delitiva. Diante disso, foi instaurado procedimento 
investigatório criminal no órgão. Caio, então, se arrepende e procura seu advogado para saber as 
consequências de sua conduta, caso seja descoberto que o fato narrado era falso. 
Considerando as informações narradas, o advogado deverá esclarecer que Caio: 
a) não praticou crime, em razão do arrependimento posterior; 
b) praticou crime de denunciação caluniosa, consumado; 
c) praticou crime de comunicação falsa de crime ou contravenção, consumado; 
d) praticou crime de falso testemunho, consumado; 
e) praticou crime contra administração da justiça na modalidade tentada. 
COMENTÁRIOS 
Neste caso, o agente praticou o crime de comunicação falsa de crime ou contravenção, em sua forma 
consumada, previsto no art. 340 do CP: 
Comunicação falsa de crime ou de contravenção 
Art. 340 - Provocar a ação de autoridade, comunicando-lhe a ocorrência de crime ou de 
contravenção que sabe não se ter verificado: 
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. 
Houve a consumação do delito porque o agente, efetivamente, conseguiu provocar a ação da autoridade, ou 
seja, em razão da comunicação falsa, a autoridade acabou adotando alguma providência. 
O fato de o agente ter se arrependido, aqui, é irrelevante quanto à consumação do delito. 
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GABARITO: Letra C 
12. (FGV – 2017 – ALERJ – PROCURADOR) 
Após constatar a subtração de grande quantia em dinheiro do seu escritório profissional, João Carlos 
promoveu o devido registro na Delegacia própria, apontando como autor do fato o empregado Lúcio, já que 
possuía razões para desconfiar dele, por ser o único que sabia da existência do dinheiro no cofre do qual foi 
subtraído. Instaurado o respectivo inquérito policial, Lúcio foi ouvido e comprovou não ter sido ele o autor 
da subtração, reclamando do constrangimento que passou com o seu indevido indiciamento. Por falta de 
justa causa, o inquérito foi arquivado a requerimento do Ministério Público. 
Diante da situação narrada, é correto afirmar que a conduta de João Carlos configura: 
a) crime de calúnia; 
b) fato típico, mas lícito; 
c) crime de denunciação caluniosa; 
d) crime de comunicação falsa de crime; 
e) fato criminal atípico. 
COMENTÁRIOS 
Neste caso o agente não praticou crime algum, pois o simples fato de imputar o fato a alguém não configura 
o delito de denunciação caluniosa, previsto no art. 339, que pressupõe que o agente impute FALSAMENTE o 
fato a alguém, SABENDO que a pessoa não participou daquela infração penal, o que não ocorreu na hipótese, 
já que João acreditava que pudesse ter sido Lúcio o infrator. 
GABARITO: Letra E 
13. (FGV - 2016 - OAB - XIX EXAME DE ORDEM) 
Patrício, ao chegar em sua residência, constatou o desaparecimento de um relógio que havia herdado de seu 
falecido pai. Suspeitando de um empregado que acabara de contratar para trabalhar em sua casa e que ficara 
sozinho por todo o dia no local, Patrício registrou o fato na Delegacia própria, apontando, de maneira 
precipitada, o empregado como autor da subtração, sendo instaurado o respectivo inquérito em desfavor 
daquele “suspeito”. Ao final da investigação, o inquérito foi arquivado a requerimento do Ministério Público, 
ficando demonstrado que o indiciado não fora o autor da infração. 
Considerando que Patrício deu causa à instauração de inquérito policial em desfavor de empregado cuja 
inocência restou demonstrada, é correto afirmar que o seu comportamento configura 
A) fato atípico. 
B) crime de denunciação caluniosa dolosa. 
C) crime de denunciação caluniosa culposa. 
D) calúnia. 
COMENTÁRIOS 
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Temos aqui um fato atípico. O agente, apesar de ter dado causa à instauração de inquérito policial em 
desfavor de alguém cuja inocência restou demonstrada, não praticou o crime de denunciação caluniosa, 
previsto no art. 339 do CP. Isto porque o delito de denunciação caluniosa exige que o agente impute 
falsamente o crime a alguém, SABENDO que a pessoa é inocente, ou seja, pratique a conduta para prejudicar 
a pessoa, sabendo que ela não praticou o fato. No caso, o patrão apenas se equivocou, de maneira que não 
teve a intenção de prejudicar o empregado. Não há que se falar, ainda, em denunciação caluniosa culposa, 
por ausência de previsão legal. 
Por fim, incabível falar em calúnia, eis que também não há previsão na forma culposa. 
GABARITO: Letra A 
14. (FGV / 2016 / OAB / XIX EXAME DE ORDEM) 
Após realizarem o roubo de um caminhão de carga, os roubadores não sabem como guardar as coisas 
subtraídas até o transporte para outro Estado no dia seguinte. Diante dessa situação, procuram Paulo, amigo 
dos criminosos, e pedem para que ele guarde a carga subtraída no seu galpão por 24 horas, admitindo a 
origem ilícita do material. Paulo, para ajudá-los, permite que a carga fique no seu galpão, que é utilizado 
como uma oficina mecânica, até o dia seguinte. A polícia encontra na mesma madrugada todo o material no 
galpão de Paulo, que é preso em flagrante. 
Diante desse quadro fático, Paulo deverá responder pelo crime de 
A) receptação. 
B) receptação qualificada. 
C) roubo majorado. 
D) favorecimento real. 
COMENTÁRIOS 
Neste caso Paulo responderá pelo delito de favorecimento real, previsto no art. 349 do CP. Isso porque Paulo 
prestou auxílio aos criminosos para que pudessem tornar seguro o proveito do crime. Não se trata, aqui, de 
coautoria ou participação no delito de roubo, eis que Paulo somente aceitou prestar auxílio quando o crime 
já havia se consumado. Assim, Paulo não pode mais ser coautor ou partícipe de um crime que já ocorreu. 
Contudo, caso Paulo já tivesse, previamente, combinado com os infratores que prestaria o auxílio necessário, 
responderia como partícipe do roubo praticado. 
GABARITO: Letra D 
15. (FGV / 2012 / OAB / EXAME DE ORDEM) 
Baco, após subtrair um carro esportivo de determinada concessionária de veículos, telefona para Minerva, 
sua amiga, a quem conta a empreitada criminosa e pede ajuda. Baco sabia que Minerva morava em uma 
grande casa e que poderia esconder o carro facilmente lá. Assim, pergunta se Minerva poderia ajudá-lo, 
escondendo o carro em sua residência. Minerva, apaixonada por Baco, aceita prestar a ajuda. Nessa 
situação, Minerva deve responder por 
a) participação no crime de furto praticado por Baco. 
b) receptação. 
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c) favorecimento pessoal. 
d) favorecimento real. 
COMENTÁRIOS 
Como Minerva prestou auxílio a Baco, cuja finalidade era tornar seguro o PROVEITO do crime, deverá 
responder pelo delito de FAVORECIMENTO REAL, nos termos do art. 349 do CP: 
Favorecimento real 
Art. 349 - Prestar a criminoso, fora dos casos de co-autoria ou de receptação, auxílio 
destinado a tornar seguro o proveito do crime: 
Pena - detenção, de um a seis meses, e multa. 
GABARITO: Letra D 
16. (FGV / 2011 / OAB / EXAME DE ORDEM) 
Ao tomar conhecimento de um roubo ocorrido nas adjacências de sua residência, Caio compareceu à 
delegacia de polícia e noticiou o crime, alegando que vira Tício, seu inimigo capital, praticar o delito, mesmo 
sabendo que seu desafeto se encontrava na Europa na data do fato. Em decorrência do exposto, foi 
instaurado inquérito policial para apurar as circunstâncias do ocorrido. 
A esse respeito, é correto afirmar que Caio cometeu 
a) delito de calúnia. 
b) delito de comunicação falsa de crime. 
c) delito de denunciação caluniosa. 
d) crime de falso testemunho. 
COMENTÁRIOS 
Neste caso, o agente comunicou à polícia um fato criminoso que, de fato, ocorreu. Contudo, imputou a 
autoria a uma pessoa que SABIA SER INOCENTE, de forma que praticou o delito de DENUNCIAÇÃO 
CALUNIOSA, nos termos do art. 339 do CP: 
Denunciação caluniosa 
Art. 339. Dar causa à instauração de inquérito policial, de procedimento investigatório 
criminal, de processo judicial, de processo administrativo disciplinar, de inquérito civil ou 
de ação de improbidade administrativa contra alguém, imputando-lhe crime, infração 
ético-disciplinar ou ato ímprobo de que o sabe inocente: (Redação dada pela Lei nº 14.110, 
de 2020) 
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa. 
GABARITO: Letra C 
17. (FGV / 2008 / TJMS / JUIZ) 
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Maria de Souza devia R$ 500,00 (quinhentos reais) a José da Silva e vinha se recusando a fazer o pagamento 
havia meses. Cansado de cobrar a dívida de Maria pelos meios amistosos, José decide obter a quantia que 
lhe é devida de qualquer forma. Ao encontrar Maria fazendo compras no centro da cidade, José retira a bolsa 
das mãos de Maria puxando-a com força. A fivela da alça causa uma lesão leve no braço de Maria. José abre 
a bolsa de Maria, constatando que ela levava consigo R$ 2.000,00 (dois mil reais), e pega R$ 500,00 
(quinhentos reais), deixando a bolsa com os pertences de Maria no chão. 
Qual será a punição para o crime praticado por José? 
a) Incidirá na pena de roubo simples. 
b) Incidirá na pena de furto simples. 
c) Incidirá nas penas de exercício arbitrário das próprias razões. 
d) Incidirá nas penas de exercício arbitrário das próprias razões, além da pena correspondente à violência. 
e) Incidirá nas penas de exercício arbitrário das próprias razões, além da pena de furto simples. 
COMENTÁRIOS 
José deverá responder pelo delito de exercício arbitrário das próprias razões, nos termos do art. 345 do CP: 
Exercício arbitrário das próprias razões 
Art. 345 - Fazer justiça pelas próprias mãos, para satisfazer pretensão, embora legítima, 
salvo quando a lei o permite: 
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa, além da pena correspondente à 
violência. 
Vemos, ainda, que como resultou lesão corporal em razão da violência empregada, José responderá também 
pela violência empregada, ou seja, pelo crime de lesão corporal. 
GABARITO: Letra D 
18. (FGV / 2014 / TJGO / ANALISTA JUDICIÁRIO) 
A postura de profissional de advocacia que, atuando em causa própria de natureza penal, deixa de devolver 
processo para procrastinar o normal andamento pode configurar o delito de: 
a) favorecimento pessoal; 
b) favorecimento real; 
c) fraude processual; 
d) sonegação de papel ou objeto de valor probatório; 
e) exercício arbitrário das próprias razões. 
COMENTÁRIOS 
A conduta do agente caracteriza o delito de sonegação de papel ou objeto de valor probatório, prevista no 
art. 356 do CP: 
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Sonegação de papel ou objeto de valor probatório 
Art. 356 - Inutilizar, total ou parcialmente, ou deixar de restituir autos, documento ou 
objeto de valor probatório, que recebeu na qualidade de advogado ou procurador: 
Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa. 
GABARITO: Letra D 
19. (VUNESP – 2019 – PREF. DE FRANCISCO MORATO – PROCURADOR/ADAPTADA) 
O crime de favorecimento pessoal (art. 348 do CP) só se caracteriza se o auxílio é prestado a autor de crime 
a que cominada pena de reclusão. 
COMENTÁRIOS 
Item errado, pois tal delito também se caracteriza (em sua forma privilegiada, é verdade) quando o auxílio é 
prestado a autor de crime a que é cominada pena de detenção, na forma do art. 348, §1º do CP: 
Art. 348 - Auxiliar a subtrair-se à ação de autoridade pública autor de crime a que é 
cominada pena de reclusão: 
Pena - detenção, de um a seis meses, e multa. 
§ 1º - Se ao crime não é cominada pena de reclusão: 
Pena - detenção, de quinze dias a três meses, e multa. 
GABARITO: ERRADA 
20. (VUNESP – 2019 – CÂMARA DE PIRACICABA – ADVOGADO/ADAPTADA) 
Inovar artificialmente em processo administrativo o estado de lugar, com o fim de induzir a erro o juiz, 
caracteriza crime de fraude processual. 
COMENTÁRIOS 
Item correto, pois esta é a previsão do art. 347 do CPP: 
Fraude processual 
Art. 347 - Inovar artificiosamente, na pendência de processo civil ou administrativo, o 
estado de lugar, de coisa ou de pessoa, com o fim de induzir a erro o juiz ou o perito: 
Pena - detenção, de três meses a dois anos, e multa. 
Como se vê, o fato de a conduta ser praticada no bojo de processo ADMINISTRATIVO não descaracteriza o 
delito. 
GABARITO: CORRETA 
21. (VUNESP – 2019 – CÂMARA DE SERTÃOZINHO-SP – PROCURADOR/ADAPTADA) 
O crime de exercício arbitrário das próprias razões apenas se configura se a pretensão a ser satisfeita for 
ilegítima. 
COMENTÁRIOS 
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Item errado, pois o crime de exercício arbitrário das próprias razões se verifica quando o agente busca 
satisfazer, por meios próprios, uma pretensão legítima, mas que deveria ser requerida junto ao Poder 
Judiciário (e não pelas próprias mãos): 
Exercício arbitrário das próprias razões 
Art. 345 - Fazer justiça pelas próprias mãos, para satisfazer pretensão, embora legítima, 
salvo quando a lei o permite: 
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa, além da pena correspondente à 
violência. 
GABARITO: ERRADA 
22. (VUNESP – 2019 – CÂMARA DE SERTÃOZINHO-SP – PROCURADOR/ADAPTADA) 
O crime de promover ou facilitar a fuga de pessoa só admite sujeito ativo funcionário público. 
COMENTÁRIOS 
Item errado, pois o crime do art. 351 do CP é crime comum, podendo ser praticado por qualquer pessoa, e 
não apenas por funcionário público. 
GABARITO: ERRADA 
23. (VUNESP – 2019 – CÂMARA DE SERTÃOZINHO-SP – PROCURADOR/ADAPTADA) 
O crime de exploração de prestígio somente pode ser praticado por funcionário público. 
COMENTÁRIOS 
Item errado, pois o crime do art. 357 do CP é crime comum, podendo ser praticado por qualquer pessoa, e 
não apenas por funcionário público: 
Exploração de prestígio 
Art. 357 - Solicitar ou receber dinheiro ou qualquer outra utilidade, a pretexto de influir em 
juiz, jurado, órgão do Ministério Público, funcionário de justiça, perito, tradutor, intérprete 
ou testemunha: 
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa. 
GABARITO: ERRADA 
24. (VUNESP – 2018 – TJ-SP – ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO) A respeito dos crimesa primeira corrente.2
O tipo objetivo (conduta proibida), consiste em três núcleos: “oferecer”, “prometer” e
“dar” alguma vantagem a funcionário público OU TERCEIRA PESSOA, com A FINALIDADE DE
FAZER COM QUE ESTE FAÇA ALGO QUE FUNCIONALMENTE NÃO DEVERIA (agindo ou se
omitindo). Não é necessário que a vantagem seja direta, podendo ser oferecida, prometida ou
dada de maneira indireta, implícita.
O efetivo recebimento da vantagem é irrelevante, consumando-se o crime no momento em
que a vantagem é oferecida ou prometida, desde que chegue ao conhecimento do funcionário
público estrangeiro . Na modalidade “dar”, o crime só se consuma quando o agente recebe a3
vantagem. A tentativa é possível, nas três modalidades.
Se o funcionário público estrangeiro, em razão da vantagem ou promessa, retarda ou omite
o ato de ofício, ou o pratica infringindo dever funcional, a pena será aumentada em 1/3.
O elemento subjetivo exigido é o dolo, não se admitindo a forma culposa. Exige-se, ainda,
a finalidade especial de agir, consistente na intenção de ver o ato ser praticado, omitido ou
retardado (Dolo específico).4
Tráfico de influência em transação comercial internacional
Art. 337-C. Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para outrem, direta ou
indiretamente, vantagem ou promessa de vantagem a pretexto de influir em ato
praticado por funcionário público estrangeiro no exercício de suas funções,
relacionado a transação comercial internacional: (Incluído pela Lei nº 10467, de
11.6.2002)
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 10467,
de 11.6.2002)
Parágrafo único. A pena é aumentada da metade, se o agente alega ou insinua
que a vantagem é também destinada a funcionário estrangeiro. (Incluído pela Lei
nº 10467, de 11.6.2002)
O bem jurídico tutelado, aqui, é o mesmo do artigo anterior.
4 BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. Cit., p. 308
3 BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. Cit., p 308. CUNHA, Rogério Sanches. Manual de Direito Penal. Parte Especial.
7º edição. Ed. Juspodivm. Salvador, 2015, p. 814
2 Bitencourt defende que ambos são sujeitos passivos. BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. Cit., p. 30
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==1365fc==
Quanto aos sujeitos, aplicam-se, também as mesmas disposições do crime anterior, sendo
crime COMUM.
A conduta proibida (tipo objetivo) é idêntica à do art. 332 (tráfico de influência), e consiste
na solicitação, exigência, cobrança ou obtenção de vantagem, para si ou para outrem, de
vantagem de terceiro, a pretexto de que o infrator irá interceder perante funcionário público
estrangeiro para que este faça ou deixe de fazer alguma coisa que não deva, e seja relacionada à
transação internacional.
Aqui, o fulaninho chega para Joãozinho e diz: “Meu amigo, me dá uma prata aí que eu vou
falar com o Pedrinho, que trabalha lá no Consulado do Chile (por exemplo), pra ele adiantar a tua
parada.” A conduta é, em resumo, essa. Entretanto, o infrator não pretende, efetivamente, fazer
o que prometeu! Ele pretende ludibriar o “besta” que vai comprar a influência. Se o indivíduo, de
fato, possui influência sobre o funcionário público estrangeiro e pretende utilizá-la, não pratica
este delito.5
O elemento subjetivo também é o dolo, não se admitindo na forma culposa. Há finalidade
especial de agir, consistente na intenção de obter a vantagem “para si ou para outrem” (o “a6
pretexto de”, não indica uma finalidade especial, pois o agente não pretende fazer o prometido).
O crime se consuma com a mera solicitação, exigência ou cobrança da vantagem (crime
formal). Na modalidade “obter”, o crime é material. A tentativa é admitida.
O § único estabelece uma causa de aumento de pena (majorante), que incidirá caso o
infrator alegue que está pedindo a vantagem, mas que parte dela se destina ao funcionário
público que se pretende “comprar”.
A ação penal, tanto aqui como no crime anterior, é PÚBLICA INCONDICIONADA. Aliás, só
para lembrar a vocês, sempre que a Lei não disser NADA, o crime é de ação penal pública
incondicionada, pois ESTA É A REGRA.
 DISPOSITIVOS LEGAIS IMPORTANTES
CÓDIGO PENAL
฀ Arts. 337-B a 337-D do CP – Tipificam os crimes contra a administração pública estrangeira:
6 CUNHA, Rogério Sanches. Op. Cit., p. 816/817. BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. Cit., p. 311
5 BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. Cit., p. 311
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DOS CRIMES PRATICADOS POR PARTICULAR CONTRA A ADMINISTRAÇÃO
PÚBLICA ESTRANGEIRA
Corrupção ativa em transação comercial internacional
Art. 337-B. Prometer, oferecer ou dar, direta ou indiretamente, vantagem indevida
a funcionário público estrangeiro, ou a terceira pessoa, para determiná-lo a
praticar, omitir ou retardar ato de ofício relacionado à transação comercial
internacional:  (Incluído pela Lei nº 10467, de 11.6.2002)
Pena – reclusão, de 1 (um) a 8 (oito) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 10467, de
11.6.2002)
Parágrafo único. A pena é aumentada de 1/3 (um terço), se, em razão da
vantagem ou promessa, o funcionário público estrangeiro retarda ou omite o ato
de ofício, ou o pratica infringindo dever funcional. (Incluído pela Lei nº 10467, de
11.6.2002)
Tráfico de influência em transação comercial internacional (Incluído pela Lei nº
10467, de 11.6.2002)
Art. 337-C. Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para outrem, direta ou
indiretamente, vantagem ou promessa de vantagem a pretexto de influir em ato
praticado por funcionário público estrangeiro no exercício de suas funções,
relacionado a transação comercial internacional: (Incluído pela Lei nº 10467, de
11.6.2002)
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 10467,
de 11.6.2002)
Parágrafo único. A pena é aumentada da metade, se o agente alega ou insinua
que a vantagem é também destinada a funcionário estrangeiro. (Incluído pela Lei
nº 10467, de 11.6.2002)
Funcionário público estrangeiro (Incluído pela Lei nº 10467, de 11.6.2002)
Art. 337-D. Considera-se funcionário público estrangeiro, para os efeitos penais,
quem, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego
ou função pública em entidades estatais ou em representações diplomáticas de
país estrangeiro. (Incluído pela Lei nº 10467, de 11.6.2002)
Parágrafo único. Equipara-se a funcionário público estrangeiro quem exerce
cargo, emprego ou função em empresas controladas, diretamente ou
indiretamente, pelo Poder Público de país estrangeiro ou em organizações
públicas internacionais. (Incluído pela Lei nº 10467, de 11.6.2002)
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 DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO DA 
JUSTIÇA 
Os crimes contra a administração da Justiça não tutelam apenas a atividade do Poder 
Judiciário, mas as funções relacionadas à prestação Jurisdicional, inclusive as de natureza policial, 
por exemplo.1 
Trata-se de um grupo de crimes que atentam contra o prestígio ou a credibilidade da Justiça 
pátria, de forma que são altamente lesivos à sociedade. 
Vejamos cada um deles. 
1 Reingresso de estrangeiro expulso 
Art. 338 - Reingressar no território nacional o estrangeiro que dele foi expulso: 
Pena - reclusão, de um a quatro anos, sem prejuízo de nova expulsão após o 
cumprimento da pena. 
O bem jurídico tutelado é o regular desenvolvimento das atividades da Justiça, bem como a 
soberania das decisões. Na verdade, quando se fala em soberania das decisões, não estamos 
falando, propriamente, de ato do Judiciário, eis que o ato administrativo de expulsão é PRIVATIVO 
DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA. 
O sujeito ativo somente poderá ser o ESTRANGEIRO expulso do país, logo, o crime é 
PRÓPRIO. Mais que isso: trata-se de crime de mão própria2, pois a execução do delitocontra a 
administração da justiça (arts. 339 a 347 do CP), assinale a alternativa correta. 
(A) O crime de falso testemunho exige, para configuração, que o agente receba vantagem econômica ou 
outra de qualquer natureza. 
 
(B) Provocar a ação de autoridade, comunicando a ocorrência de crime que sabe não ter se verificado, em 
tese, caracteriza o crime de denunciação caluniosa. 
 
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(C) O crime de exercício arbitrário das próprias razões procede-se mediante queixa, ainda que haja emprego 
de violência. 
 
(D) Dar causa a inquérito civil contra alguém, imputando-lhe falsamente a prática de crime, em tese, 
caracteriza o crime de denunciação caluniosa. 
(E) A autoacusação para acobertar ascendente ou descendente é atípica. 
COMENTÁRIOS 
a) ERRADA: Item errado, pois o crime pode se configurar mesmo que o agente não receba nenhuma 
vantagem para praticá-lo. Caso seja praticado mediante suborno, a pena será aumentada de um sexto a um 
terço, na forma do art. 342, §1º do CP. 
b) ERRADA: Item errado, pois tal conduta configura o crime de comunicação falsa de crime ou contravenção, 
previsto no art. 340 do CP. 
c) ERRADA: Item errado, pois tal crime só é de ação penal privada (depende de queixa-crime) quando não 
há emprego de violência, na forma do art. 345, § único do CP. 
d) CORRETA: Item correto, pois esta é a conduta prevista no art. 339 do CP, que trata da denunciação 
caluniosa: 
Art. 339. Dar causa à instauração de inquérito policial, de procedimento investigatório 
criminal, de processo judicial, de processo administrativo disciplinar, de inquérito civil ou 
de ação de improbidade administrativa contra alguém, imputando-lhe crime, infração 
ético-disciplinar ou ato ímprobo de que o sabe inocente: (Redação dada pela Lei nº 14.110, 
de 2020) 
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa. 
e) ERRADA: Item errado, pois a autoacusação falsa de crime (art. 341 do CP) é típica, ou seja, corresponde 
ao crime do art. 341 mesmo quando realizada para acobertar qualquer parente. 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D. 
25. (VUNESP – 2018 – TJ-SP – ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO) A respeito do crime de exploração de 
prestígio (art. 357 do CP), é correto afirmar que 
(A) se caracteriza pela conduta de receber dinheiro a pretexto de influir em ato praticado por qualquer 
funcionário público. 
 
(B) prevê causa de aumento se o agente alega ou insinua que o dinheiro é também destinado a funcionário 
público estrangeiro. 
 
(C) para se configurar, exige o efetivo recebimento de dinheiro pelo agente. 
 
(D) prevê modalidade culposa. 
 
(E) se trata de crime comum, não se exigindo qualquer qualidade especial do autor. 
 
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COMENTÁRIOS 
a) ERRADA: Item errado, pois tal delito se caracteriza pela conduta de receber dinheiro a pretexto de influir 
em juiz, jurado, órgão do Ministério Público, funcionário de justiça, perito, tradutor, intérprete ou 
testemunha, na forma do art. 357 do CP. Ou seja, não se trata da conduta de receber dinheiro a pretexto de 
influir em ato praticado por QUALQUER funcionário público, pois isso configura, em tese, o crime de tráfico 
de influência, previsto no art. 332 do CP. 
b) ERRADA: Item errado, pois as penas aumentam-se de um terço se o agente alega ou insinua que o dinheiro 
ou utilidade também se destina a qualquer das pessoas referidas no art. 357. 
c) ERRADA: Item errado, pois se trata de crime formal, não se exigindo que o agente, efetivamente, consiga 
obter a vantagem pretendida. 
d) ERRADA: Item errado, pois tal crime só é punido na forma dolosa, não havendo modalidade culposa. 
e) CORRETA: Item correto, pois tal delito é crime comum, não sendo exigida do agente qualquer qualidade 
especial. 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E. 
26. (VUNESP – 2017 – TJ SP – ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO) Imagine que um perito nomeado pelo 
juiz, em processo judicial, mediante suborno, produza um laudo falso para favorecer uma determinada 
parte, praticando a conduta que configura crime do art. 342 do CP (falsa perícia). Ocorre que, arrependido 
e antes de proferida a sentença no mesmo processo, o perito retrata-se, corrigindo a falsidade. De acordo 
com o texto literal do art. 342, § 2º do CP, como consequência jurídica da retratação, 
(A) o perito fica impedido, por 5 (cinco) anos, de prestar tal serviço. 
(B) o fato deixa de ser punível. 
 
(C) o perito fica isento de pena criminal, mas deverá indenizar o prejudicado pela falsidade que cometeu. 
 
(D) o perito fica isento de pena criminal, mas deverá devolver os honorários recebidos em dobro. 
 
(E) o perito, se condenado pelo crime de falsa perícia, terá a pena reduzida de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois 
terços). 
COMENTÁRIOS 
Temos aqui o crime do art. 342 do CP (falso testemunho ou falsa perícia), que prevê a EXTINÇÃO DA 
PUNIBILIDADE do agente quando houver a retratação antes de ser proferida sentença no processo em que 
ocorreu o crime, como é o caso da questão, nos termos do art. 342, §2º do CP. 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B. 
27. (VUNESP – 2015 – MPE/SP – ANALISTA DE PROMOTORIA – ADAPTADA) O crime de coação no curso 
do processo (art. 344, CP) se configura quando, na modalidade “violência”, resultar lesão corporal no 
coacto. 
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COMENTÁRIOS 
Item errado, pois tal delito se consuma no momento em que o agente emprega a coação, 
independentemente de a vítima vir a sofrer lesões corporais. 
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA. 
28. (VUNESP – 2015 – tj-sp – Escrevente Judiciário) Com intuito de proteger seu filho, João comparece 
perante a autoridade policial e, falsamente, diz ter praticado o crime que em verdade fora praticado por 
seu filho. João 
(A) comete falsa comunicação de crime. 
(B) comete falso testemunho, mas não será punido por expressa disposição legal. 
(C) comete falso testemunho. 
(D) não comete crime algum, pois não está descrito expressamente como crime no CP. 
(E) comete autoacusação falsa. 
COMENTÁRIOS 
João, neste caso, praticou o delito de autoacusação falsa de crime, previsto no art. 341 do CP: 
Auto-acusação falsa 
Art. 341 - Acusar-se, perante a autoridade, de crime inexistente ou praticado por outrem: 
Pena - detenção, de três meses a dois anos, ou multa. 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E. 
29. (VUNESP – 2015 – TJ-SP – ESCREVENTE JUDICIÁRIO) Marcos, advogado, solicita certa quantia em 
dinheiro a Pedro, seu cliente, pois esclarece que mediante o pagamento dessa quantia em dinheiro pode 
“acelerar” o andamento de um processo. Informa que seria amigo do escrevente do cartório judicial – o 
qual também seria remunerado pela celeridade, segundo Marcos. Pedro, inicialmente, tem intenção de 
aceitar a oferta, mas verifica que Marcos mentiu, pois não é amigo do funcionário público. Pedro negase 
a entregar a Marcos qualquer quantia e não aceita a oferta. 
É correto afirmar que Marcos 
(A) praticou corrupção passiva (CP, art. 317) e Pedro não cometeu crime algum. 
(B) praticou exploração de prestígio (CP, art. 357) e Pedro não cometeu crime algum. 
(C) praticou corrupção passiva (CP, art. 317) e Pedro corrupção ativa (CP, art. 333). 
(D) e Pedro praticaram corrupção passiva (CP, art. 317). 
(E) e Pedro não praticaram crime algum, pois os fatos não evoluíram. 
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COMENTÁRIOS 
Neste caso, Marcos praticou o delito de exploração de prestígio consumado, com causade aumento de pena, 
nos termos do art. 357 e seu § único, do CP: 
Exploração de prestígio 
Art. 357 - Solicitar ou receber dinheiro ou qualquer outra utilidade, a pretexto de influir em 
juiz, jurado, órgão do Ministério Público, funcionário de justiça, perito, tradutor, intérprete 
ou testemunha: 
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa. 
Parágrafo único - As penas aumentam-se de um terço, se o agente alega ou insinua que o 
dinheiro ou utilidade também se destina a qualquer das pessoas referidas neste artigo. 
Pedro, porém, não praticou crime algum. 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B. 
30. (VUNESP – 2014 – PC-SP – AUXILIAR DE NECROPSIA) Perivaldo é perito criminal e está atuando em 
processo administrativo de interesse do Estado, porém, ao entregar laudo pericial, omitiu-se em dizer a 
verdade sobre determinado fato relevante. Nesse caso, segundo dispõe o Código Penal, é correto afirmar 
que Perivaldo 
a) não cometeu crime algum, uma vez que para caracterizar o crime teria que estar atuando em processo 
judicial. 
b) cometeu o crime de falsa perícia. 
c) cometeu o crime de omissão dolosa contra o Estado. 
d) não cometeu crime algum, uma vez que para caracterizar o crime teria que ter feito afirmação falsa. 
e) cometeu o crime de advocacia administrativa. 
COMENTÁRIOS 
O agente, aqui, cometeu o crime de falso testemunho ou falsa perícia, previsto no art. 342 do CP. O fato de 
a conduta ter sido praticada no bojo de processo administrativo não afasta o caráter criminoso da conduta: 
Falso testemunho ou falsa perícia 
Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como testemunha, perito, 
contador, tradutor ou intérprete em processo judicial, ou administrativo, inquérito policial, 
ou em juízo arbitral: (Redação dada pela Lei nº 10.268, de 28.8.2001) 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 12.850, 
de 2013) (Vigência) 
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Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B. 
31. (VUNESP – 2014 – PC-SP – DELEGADO) Levar ao conhecimento da autoridade policial a ocorrência 
de um crime, por vingança, sabedor de que o suposto fato criminoso jamais ocorreu, supostamente, 
tipifica o delito de 
a) fraude processual. 
b) exercício arbitrário das próprias razões. 
c) comunicação falsa de crime ou de contravenção. 
d) denunciação caluniosa. 
e) falso testemunho. 
COMENTÁRIOS 
A conduta, aqui, corresponde ao crime de comunicação falsa de crime ou contravenção, previsto no art. 340 
do CP: 
Comunicação falsa de crime ou de contravenção 
Art. 340 - Provocar a ação de autoridade, comunicando-lhe a ocorrência de crime ou de 
contravenção que sabe não se ter verificado: 
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. 
Todavia, é importante ressaltar que, para a consumação de tal delito, é necessário que a autoridade adote 
alguma providência, ou seja, se movimente de alguma forma no sentido de investigar o fato informado. 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C. 
32. (VUNESP – 2014 – PC-SP – ESCRIVÃO) A esposa que comprovadamente ludibria autoridade policial 
e auxilia marido, autor de crime de roubo, a subtrair-se à ação da autoridade pública. 
a) deve cumprir pena por exercício arbitrário das próprias razões (CP, art. 345). 
b) deve cumprir pena por favorecimento real (CP, art. 349). 
c) fica isenta de pena. 
d) deve cumprir pena por crime de favorecimento pessoal (CP, art. 348) 
e) deve cumprir pena por fuga de pessoa presa (CP, art. 351). 
COMENTÁRIOS 
Tal esposa, em tese, pratica o crime de favorecimento pessoal, do art. 348 do CP. Todavia, por ser esposa do 
infrator a quem o auxílio é prestado, ficará isenta de pena, na forma do art. 348, §2º do CP: 
Favorecimento pessoal 
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Art. 348 - Auxiliar a subtrair-se à ação de autoridade pública autor de crime a que é 
cominada pena de reclusão: 
Pena - detenção, de um a seis meses, e multa. 
(..) 
§ 2º - Se quem presta o auxílio é ascendente, descendente, cônjuge ou irmão do criminoso, 
fica isento de pena. 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C. 
33. (VUNESP – 2012 – TJ/SP – ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO) O crime de "fraude processual", do 
art. 347 do CP, 
I. é punido com pena de reclusão e multa; 
II. só se configura se a fraude se destina a produzir efeito em processo penal, ainda que não iniciado; 
III. configura-se se a fraude tem o fim de induzir a erro o juiz ou o perito. É correto o que se afirma, apenas, 
em 
A) I e II. 
B) II e III. 
C) II. 
D) I. 
E) III. 
COMENTÁRIOS 
I - ERRADA: Nos termos do art. 347 do CP, a pena prevista é de detenção e multa; 
II - ERRADA: O crime se configura se a fraude se destina a produzir efeitos em processo civil, administrativo 
ou penal, este último, ainda que não iniciado (e neste caso a pena se aplica em dobro), conforme art. 347 e 
seu § único do CP; 
III - CORRETA: Esta é a finalidade da prática da fraude neste crime, conforme dispõe o art. 347 do CP. 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E. 
34. (VUNESP – 2012 – TJ/SP – ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO) Imagine que um advogado solicite 
dinheiro de seu cliente, deixando claro que, mediante o pagamento do valor, procurará uma testemunha 
do processo, a fim de influenciá-la a prestar um depoimento mais favorável à pretensão do cliente. Além 
disso, o advogado insinua que a quantia será repartida com a testemunha. O advogado recebe o dinheiro, 
mas engana seu cliente e não procura a testemunha. 
Nesse caso, o advogado 
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A) cometeu o crime de corrupção passiva. 
B) cometeu o crime de usurpação de função pública. 
C) cometeu o crime de exploração de prestígio. 
D) cometeu o crime de corrupção ativa. 
E) não cometeu crime algum. 
COMENTÁRIOS 
No presente caso o advogado cometeu o delito de exploração de prestígio, previsto no art. 357 do CP. 
Vejamos: 
Exploração de prestígio 
Art. 357 - Solicitar ou receber dinheiro ou qualquer outra utilidade, a pretexto de influir em 
juiz, jurado, órgão do Ministério Público, funcionário de justiça, perito, tradutor, intérprete 
ou testemunha: 
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa. 
Além disso, a pena será aumentada de 1/3, em razão do fato de o agente ter afirmado que o dinheiro seria 
repartido com a testemunha supostamente corrupta. Vejamos: 
Art. 357 (...) 
Parágrafo único - As penas aumentam-se de um terço, se o agente alega ou insinua que o 
dinheiro ou utilidade também se destina a qualquer das pessoas referidas neste artigo. 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C. 
35. (VUNESP - 2013 - TJ-SP - JUIZ) A, testemunha compromissada, mediante suborno, presta falso 
testemunho, em fases sucessivas de um processo penal, por homicídio doloso, ou seja, no inquérito 
policial, na instrução criminal e em plenário. 
A cometeu crime de 
a) falso testemunho em continuidade delitiva. 
b) falso testemunho único, com aumento de pena. 
c) falso testemunho em concurso material. 
d) falso testemunho em concurso formal. 
COMENTÁRIOS 
Nesse caso a testemunha praticou um único crime, eis que praticou uma única conduta criminosa, que é 
faltar com a verdade em relação àquele fato, embora sua conduta tenha sido dividida em vários atos. 
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No caso em tela, ainda há aumento de pena, eis que a conduta foi praticada mediante suborno. Vejamos: 
Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como testemunha, perito, 
contador, tradutorou intérprete em processo judicial, ou administrativo, inquérito policial, 
ou em juízo arbitral: (Redação dada pela Lei nº 10.268, de 28.8.2001) 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 12.850, 
de 2013) (Vigência) 
§ 1º As penas aumentam-se de um sexto a um terço, se o crime é praticado mediante 
suborno ou se cometido com o fim de obter prova destinada a produzir efeito em processo 
penal, ou em processo civil em que for parte entidade da administração pública direta ou 
indireta. (Redação dada pela Lei nº 10.268, de 28.8.2001) 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B. 
36. (VUNESP - 2013 - TJ-SP - MÉDICO JUDICIÁRIO - CLÍNICO GERAL) Faristeu da Silva fez afirmação falsa 
como perito em processo judicial, praticando o crime de falsa perícia previsto no artigo 342 do Código 
Penal. Para que não seja punido, Faristeu 
a) terá que pagar uma multa de cem salários mínimos. 
b) poderá retratar-se antes da sentença no processo em que ocorreu o ilícito. 
c) deve recorrer da sentença que o condenou se esta já tiver transitado em julgado. 
d) pode pedir o perdão judicial a qualquer tempo no mesmo processo judicial. 
e) pode fazer um acordo de delação premiada com o Ministério Público. 
COMENTÁRIOS 
Para que não seja punido, o agente, neste caso, poderá se retratar de sua afirmação falsa, mas deverá fazer 
isso no próprio processo em que fez a afirmação falsa, e mesmo assim, antes da sentença. Vejamos: 
Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como testemunha, perito, 
contador, tradutor ou intérprete em processo judicial, ou administrativo, inquérito policial, 
ou em juízo arbitral: (Redação dada pela Lei nº 10.268, de 28.8.2001) 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 12.850, 
de 2013) (Vigência) 
§ 2º O fato deixa de ser punível se, antes da sentença no processo em que ocorreu o ilícito, 
o agente se retrata ou declara a verdade. (Redação dada pela Lei nº 10.268, de 28.8.2001) 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B. 
37. (VUNESP - 2013 - TJ-SP - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO) “O fato deixar de ser punível se, antes 
da sentença, no processo em que ocorreu o ilícito, o agente se retrata ou declara a verdade”. 
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A previsão legal citada corresponde ao crime de 
a) fraude processual. 
b) coação no curso do processo. 
c) denunciação caluniosa. 
d) comunicação falsa de crime ou contravenção. 
e) falso testemunho ou falsa perícia. 
COMENTÁRIOS 
A previsão legal citada, que consiste numa causa de isenção de pena, está prevista para o crime de falso 
testemunho ou falsa perícia, no §2º do art. 342 do CP: 
Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como testemunha, perito, 
contador, tradutor ou intérprete em processo judicial, ou administrativo, inquérito policial, 
ou em juízo arbitral: (Redação dada pela Lei nº 10.268, de 28.8.2001) 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 12.850, 
de 2013) (Vigência) 
§ 2º O fato deixa de ser punível se, antes da sentença no processo em que ocorreu o ilícito, 
o agente se retrata ou declara a verdade. (Redação dada pela Lei nº 10.268, de 28.8.2001) 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E. 
38. (VUNESP – 2010 – TJ/SP – ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO) O crime de falso testemunho, do art. 
342 do Código Penal, 
A) pode ser praticado no âmbito de inquérito policial; somente pode ser praticado por conduta positiva. 
B) pode ser praticado no âmbito de processo administrativo; somente pode ser praticado por conduta 
negativa. 
C) somente pode ser praticado no âmbito de processo judicial; pode ser praticado tanto por conduta positiva 
como por conduta negativa. 
D) somente pode ser praticado no âmbito de processo judicial; somente pode ser praticado por conduta 
negativa. 
E) pode ser praticado no âmbito de juízo arbitral; pode ser praticado tanto por conduta positiva como por 
conduta negativa. 
COMENTÁRIOS 
O crime de falso testemunho, previsto no art. 342 do CP, pode ser praticado no âmbito de juízo arbitral, 
inquérito policial, processo administrativo ou judicial, bem como ser realizado por conduta positiva (ação) 
ou negativa (omissão). Vejamos: 
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Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como testemunha, perito, 
contador, tradutor ou intérprete em processo judicial, ou administrativo, inquérito policial, 
ou em juízo arbitral:(Redação dada pela Lei nº 10.268, de 28.8.2001) 
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa. 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E, pois é a única que não traz condicionantes ("somente, 
apenas"). 
39. (VUNESP – 2010 – TJ/SP – ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO) Analise as seguintes afirmações com 
relação aos crimes de exercício arbitrário das próprias razões (CP, art. 345) e fraude processual (CP, art. 
347): 
I. ambos estão inseridos no capítulo dos Crimes Praticados por Funcionário Público Contra a Administração 
em Geral; 
II. no primeiro deles, caso não haja emprego de violência, somente se procede mediante queixa; 
III. no segundo deles, as penas são aplicadas em dobro se a inovação se destina a produzir efeito em processo 
penal. 
É correto apenas o que se afirma em 
A) I. 
B) II. 
C) III. 
D) I e II. 
E) II e III. 
COMENTÁRIOS 
I - ERRADA: Ambos estão inseridos no capítulo referente aos crimes contra a administração da Justiça; 
II - CORRETA: Não havendo emprego de violência no crime de exercício arbitrário das próprias razões, de 
fato, o crime somente se procede mediante queixa (ação penal privada), nos termos do art. 345, § único do 
CP; 
III - CORRETA: De fato, no crime de fraude processual, se a inovação se destina a produzir efeito em processo 
penal, as penas são dobradas, nos termos do art. 347, § único do CP. 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E. 
40. (VUNESP – 2011 – TJ/SP – ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO) Ao agente do crime de denunciação 
caluniosa (CP, art. 339), a pena é 
I. aumentada, se ele se serve de anonimato; 
II. aumentada, se ele se serve de nome suposto; 
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III. diminuída, se a imputação é de prática de contravenção. 
É correto o que se afirma em 
A) II, apenas. 
B) I e II, apenas. 
C) I e III, apenas. 
D) II e III, apenas. 
E) I, II e III. 
COMENTÁRIOS 
Todas as afirmativas estão corretas, pois a pena é aumentada se ele se serve de anonimato ou nome suposto 
(nome falso) e diminuída se ele imputa falsamente a prática de contravenção e não crime. Vejamos o que 
dizem os §§1º e 2º do art. 339 do CP: 
Art. 339. Dar causa à instauração de inquérito policial, de procedimento investigatório 
criminal, de processo judicial, de processo administrativo disciplinar, de inquérito civil ou 
de ação de improbidade administrativa contra alguém, imputando-lhe crime, infração 
ético-disciplinar ou ato ímprobo de que o sabe inocente: (Redação dada pela Lei nº 14.110, 
de 2020) 
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa. 
§ 1º - A pena é aumentada de sexta parte, se o agente se serve de anonimato ou de nome 
suposto. 
§ 2º - A pena é diminuída de metade, se a imputação é de prática de contravenção. 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E. 
41. (VUNESP – 2011 – TJ/SP – ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO) O ato de fazer justiça pelas próprias 
mãos para satisfazer pretensão, embora legítima, mas sem permissão legal, configura o crime de 
A) fraude processual. 
B) violência arbitrária. 
C) condescendência criminosa. 
D) coação no curso do processo. 
E) exercício arbitrário das própriasrazões. 
COMENTÁRIOS 
Esta conduta representa o delito previsto no art. 345 do CP, que traz o crime de exercício arbitrário das 
próprias razões. Vejamos: 
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==1365fc==
Exercício arbitrário das próprias razões 
Art. 345 - Fazer justiça pelas próprias mãos, para satisfazer pretensão, embora legítima, 
salvo quando a lei o permite: 
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa, além da pena correspondente à 
violência. 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E. 
42. (VUNESP – 2011 – TJ/SP – ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO) O crime de exploração de prestígio 
está inserido no capítulo dos crimes praticados 
A) contra a moralidade pública. 
B) contra a administração da justiça. 
C) por particular, contra a administração em geral. 
D) por funcionário público, contra a administração em geral. 
E) por particular, contra a administração pública estrangeira. 
COMENTÁRIOS 
Este delito está previsto no art. 357 do CP, estando inserido, portanto, no capítulo dos crimes contra a 
administração da Justiça. Vejamos: 
Exploração de prestígio 
Art. 357 - Solicitar ou receber dinheiro ou qualquer outra utilidade, a pretexto de influir em 
juiz, jurado, órgão do Ministério Público, funcionário de justiça, perito, tradutor, intérprete 
ou testemunha: 
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa. 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B. 
43. (VUNESP – 2007 – TJ/SP – ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO) Receber dinheiro, iludindo o 
interessado, a pretexto de influir na nota a ser atribuída, para certo candidato, por Desembargador 
membro da banca de concurso público, para ingresso na carreira da Magistratura no Estado de São Paulo, 
A) tipifica o crime de corrupção ativa. 
B) tipifica o crime de exploração de prestígio. 
C) tipifica o crime de concussão. 
D) tipifica o crime de corrupção passiva. 
E) não é fato que recebe punição de acordo com o Código Penal Brasileiro. 
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COMENTÁRIOS 
A Banca deu como certa a alternativa B, ou seja, trata-se de crime de exploração de prestígio, previsto no 
art. 357 do CP. Vejamos: 
Exploração de prestígio 
Art. 357 - Solicitar ou receber dinheiro ou qualquer outra utilidade, a pretexto de influir 
em juiz, jurado, órgão do Ministério Público, funcionário de justiça, perito, tradutor, 
intérprete ou testemunha: 
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa. 
Contudo, entendo que nenhuma das respostas está correta, eis que, nesse caso, o Desembargador (que é 
um Juiz) não está no exercício de sua função judicante (função de julgar), de modo que entendo que o delito 
em questão seria o de tráfico de influência, previsto no art. 332 do CP: 
Art. 332 - Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para outrem, vantagem ou promessa 
de vantagem, a pretexto de influir em ato praticado por funcionário público no exercício 
da função: (Redação dada pela Lei nº 9.127, de 1995) 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 9.127, de 
1995) 
Porém, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B. 
44. (VUNESP – 2007 – TJ/SP – ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO) A pena da testemunha que receber 
suborno para calar a verdade em juízo 
A) será aumentada de 1/2. 
B) será aumentada de 2/3. 
C) será de reclusão de 1 a 4 anos e multa. 
D) não será aplicada na hipótese de a testemunha declarar a verdade no processo em que se apura o crime 
de falso testemunho. 
E) não será aplicada na hipótese da retratação da testemunha, antes da sentença, no processo em que 
ocorreu o ilícito. 
COMENTÁRIOS 
O ato de a testemunha receber suborno para calar a verdade em Juízo caracteriza o delito do art. 342 do CP, 
com a causa de aumento de pena do §1º do referido artigo. Vejamos: 
Falso testemunho ou falsa perícia 
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Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como testemunha, perito, 
contador, tradutor ou intérprete em processo judicial, ou administrativo, inquérito policial, 
ou em juízo arbitral: (Redação dada pela Lei nº 10.268, de 28.8.2001) 
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa. 
§ 1º As penas aumentam-se de um sexto a um terço, se o crime é praticado mediante 
suborno ou se cometido com o fim de obter prova destinada a produzir efeito em processo 
penal, ou em processo civil em que for parte entidade da administração pública direta ou 
indireta. (Redação dada pela Lei nº 10.268, de 28.8.2001) 
Contudo, a pena relativa a este delito de falso testemunho não será aplicada se a testemunha se retratar, 
antes da sentença, no processo em que ocorreu o delito. Vejamos: 
Art. 342 (...) 
§ 2º O fato deixa de ser punível se, antes da sentença no processo em que ocorreu o ilícito, 
o agente se retrata ou declara a verdade. (Redação dada pela Lei nº 10.268, de 28.8.2001) 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E. 
45. (VUNESP – 2007 – TJ/SP – ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO) O crime de exploração de prestígio 
I. tem como condutas previstas no "caput" do art. 357 do Código Penal os verbos solicitar ou receber; 
II. somente pode ser praticado por funcionário público; 
III. consiste, em uma de suas modalidades, na solicitação de dinheiro ou qualquer outra utilidade a pretexto 
de influir em determinado elenco de pessoas indicado pela lei. 
Está correto o contido apenas em 
A) I e II. 
B) I e III. 
C) II e III. 
D) I. 
E) III. 
COMENTÁRIOS 
I - CORRETA: Esta é a previsão do art. 357 do CP: 
Exploração de prestígio 
Art. 357 - Solicitar ou receber dinheiro ou qualquer outra utilidade, a pretexto de influir em 
juiz, jurado, órgão do Ministério Público, funcionário de justiça, perito, tradutor, intérprete 
ou testemunha: 
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Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa. 
II - ERRADA: Trata-se de crime COMUM, que pode ser praticado por qualquer pessoa; 
III - CORRETA: De fato, a caracterização do delito consiste na prática destas condutas. Vejamos: 
Exploração de prestígio 
Art. 357 - Solicitar ou receber dinheiro ou qualquer outra utilidade, a pretexto de influir em 
juiz, jurado, órgão do Ministério Público, funcionário de justiça, perito, tradutor, intérprete 
ou testemunha: 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B. 
46. (VUNESP – 2006 – TJ/SP – ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO) Assinale a alternativa que tipifica a 
conduta do crime de exercício arbitrário das próprias razões. 
A) Falsificar carteira de trabalho para instruir processo em seu favor. 
B) Subtrair documentos que lhe pertencem, mas que se acham em poder de terceiro por determinação 
judicial. 
C) Subtrair dinheiro do ex-empregador como forma de pagamento de salários atrasados. 
D) Suprimir nota promissória que lhe pertence, mas que se acha em poder de terceiro em razão de seqüestro 
judicial. 
E) Gritar com o policial rodoviário que, acertadamente, acaba de lhe impor uma multa por excesso de 
velocidade. 
COMENTÁRIOS 
O crime de exercício arbitrário das próprias razões está previsto no art. 345 do CP, e se caracteriza pelo ato 
de "fazer Justiça com as próprias mãos". Vejamos: 
Exercício arbitrário das próprias razões 
Art. 345 - Fazer justiça pelas próprias mãos, para satisfazer pretensão, embora legítima, 
salvo quando a lei o permite: 
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa, além da pena correspondente à 
violência. 
Assim, das alternativas fornecidas, a que traz um exemplo de exercício arbitrário das próprias razões é a letra 
C. 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C. 
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47. (VUNESP – 2006 – TJ/SP – ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO) Leia as afirmações relacionadas ao 
crime de exploração de prestígio. 
I. É crime que não exige do sujeito que o pratica qualquer qualidade especial. 
II. Os delegados de polícia, assim como os promotores de justiça, podem ser influenciados pelo explorador 
de prestígio. 
III. Comina-se à exploração de prestígio diminuição de pena se o agente, ao praticar o delito, alegar que o 
dinheiro será destinado a qualquer das pessoas referidas no tipo penal. 
Está correto o contido em 
A) I, apenas. 
B) I e II, apenas. 
C) I e III, apenas. 
D) II e III, apenas. 
E) I, II e III. 
COMENTÁRIOS 
I - CORRETA: Trata-se de crime COMUM, podendo ser praticado por qualquer pessoa; 
II - ERRADA: O Delegado de Polícia não consta como uma das pessoas que podem ser influenciadas pelo 
explorador de prestígio, nos termos do art. 357 do CP: 
III - ERRADA: Nesse caso, o CP prevê uma causa de aumento de pena, prevista no § único do art. 357 do CP. 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A. 
48. (VUNESP – 2010 – TJ/SP – CIRURGIÃO DENTISTA JUDICIÁRIO) Com relação ao crime de falso 
testemunho ou falsa perícia, 
A) a pena é aplicada em dobro, se o agente se serve de anonimato ou de nome suposto. 
B) as penas são aumentadas de um sexto a um terço, se o crime é cometido com o fim de obter prova 
destinada a produzir efeito em processo penal. 
C) a pena é diminuída da metade, se o processo em que o falso testemunho ocorreu imputa a prática de 
contravenção. 
D) não há conduta típica, se quem presta o falso depoimento ou realiza a falsa perícia é ascendente, 
descendente, cônjuge ou irmão do criminoso. 
E) o fato deixa de ser punível, se, a qualquer tempo, o agente se retrata ou declara a verdade. 
COMENTÁRIOS 
A) ERRADA: Se o agente se serve de anonimato ou nome suposto é causa de aumento de pena apenas em 
relação ao crime de denunciação caluniosa; 
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B) CORRETA: De fato, neste caso, aplica-se a causa de aumento de pena prevista no art. 342, §1º do CP: 
Falso testemunho ou falsa perícia 
Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como testemunha, perito, 
contador, tradutor ou intérprete em processo judicial, ou administrativo, inquérito policial, 
ou em juízo arbitral: (Redação dada pela Lei nº 10.268, de 28.8.2001) 
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa. 
§ 1º As penas aumentam-se de um sexto a um terço, se o crime é praticado mediante 
suborno ou se cometido com o fim de obter prova destinada a produzir efeito em processo 
penal, ou em processo civil em que for parte entidade da administração pública direta ou 
indireta. (Redação dada pela Lei nº 10.268, de 28.8.2001) 
C) ERRADA: Não há esta previsão no CP; 
D) ERRADA: A Jurisprudência entende que estas pessoas também podem praticar o delito em questão, 
mesmo que estas pessoas não prestem compromisso de dizer a verdade como testemunhas, de acordo com 
o que prevê o CPP. 
E) ERRADA: O fato só deixa de ser punível se o agente se retrata ou declara a verdade até a sentença, no 
processo em que ocorreu o delito. 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B. 
49. (VUNESP – 2009 – TJ/SP – OFICIAL DE JUSTIÇA) "X" mãe de "Z", ao descobrir que o filho praticou o 
furto de um veículo, dirige-se à delegacia de polícia e se apresenta como a autora do delito. Em tese, "X" 
praticou o crime de 
A) condescendência criminosa. 
B) falso testemunho. 
C) autoacusação falsa. 
D) denunciação caluniosa. 
E) prevaricação. 
COMENTÁRIOS 
No caso em tela o agente praticou o delito de AUTO-ACUSAÇÃO FALSA DE CRIME, delito previsto no art. 341 
do CP: 
Auto-acusação falsa 
Art. 341 - Acusar-se, perante a autoridade, de crime inexistente ou praticado por outrem: 
Pena - detenção, de três meses a dois anos, ou multa. 
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Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C. 
50. (FCC – 2018 – ALE-SE – ANALISTA LEGISLATIVO) Sobre o crime de falso testemunho ou falsa perícia, 
o Código Penal, em seu artigo 342, prevê que 
a) é fato atípico fazer afirmação falsa em juízo arbitral. 
b) é fato atípico fazer afirmação falsa em inquérito penal. 
c) as penas são aumentadas de um sexto a um terço, se o crime é praticado mediante suborno ou se 
cometido com o fim de obter prova destinada a produzir efeito em processo penal, ou em processo civil em 
que for parte entidade da Administração pública direta ou indireta. 
d) o fato deixa de ser típico se, antes da sentença no processo em que ocorreu o ilícito, o agente se retrata 
ou declara a verdade. 
e) é fato atípico fazer afirmação falsa em processo administrativo. 
COMENTÁRIOS 
O crime de falso testemunho ou falsa perícia está previsto no art. 342 do CP. Vejamos: 
Falso testemunho ou falsa perícia 
Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como testemunha, perito, 
contador, tradutor ou intérprete em processo judicial, ou administrativo, inquérito policial, 
ou em juízo arbitral: (Redação dada pela Lei nº 10.268, de 28.8.2001) 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 12.850, 
de 2013) (Vigência) 
§ 1º As penas aumentam-se de um sexto a um terço, se o crime é praticado mediante 
suborno ou se cometido com o fim de obter prova destinada a produzir efeito em processo 
penal, ou em processo civil em que for parte entidade da administração pública direta ou 
indireta.(Redação dada pela Lei nº 10.268, de 28.8.2001) 
§ 2º O fato deixa de ser punível se, antes da sentença no processo em que ocorreu o ilícito, 
o agente se retrata ou declara a verdade. (Redação dada pela Lei nº 10.268, de 28.8.2001) 
Como se vê, o fato é TÍPICO quando praticado em processo judicial, ADMINISTRATIVO, JUÍZO ARBITRAL ou 
INQUÉRITO POLICIAL (erradas as letras A, B e E). 
A letra D está errada, pois o fato deixa de ser PUNÍVEL se, antes da sentença no processo em que ocorreu o 
ilícito, o agente se retrata ou declara a verdade, conforme art. 342, §2º do CP. 
Por fim, a letra C está correta, pois esta é a exata previsão do art. 342, §1º do CP. 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C. 
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51. (FCC – 2018 – ALE-SE – ANALISTA LEGISLATIVO) São, dentre outros, crimes contra a administração 
da Justiça: 
a) resistência, desobediência, desacato e tráfico de influência. 
b) advocacia administrativa, condescendência criminosa, violação de sigilo funcional e abandono de função. 
c) auto-acusação falsa, exercício arbitrário das próprias razões, denunciação caluniosa e exploração de 
prestígio. 
d) falsidade ideológica, falso reconhecimento de firma ou letra, certidão ou atestado ideologicamente falso 
e adulteração de sinal identificador de veículo automotor. 
e) concussão, corrupção passiva, prevaricação e corrupção ativa. 
COMENTÁRIOS 
Dentre as alternativas apresentadas, apenas a letra C traz somente crimes contra a administração da Justiça, 
conforme arts. 341, 345, 339 e 357 do CP. 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C. 
52. (FCC – 2017 – TRE-SP – ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA) O Delegado de Polícia de um 
determinado município paulista recebe a notícia de um crime de roubo que vitimou Alfredo, que teve seu 
veículo subtraído por um agente mediante grave ameaça, com emprego de arma de fogo. Durante o 
trâmite do Inquérito Policial apura-se que Joaquim foi o autor do crime, o qual tem a sua prisão preventiva 
decretada. Ainda na fase policial Fabíola, a pedidode Joaquim, comparece na Delegacia de Polícia para 
prestar depoimento e alega que Joaquim, seu amigo, estava em sua companhia no momento do crime. 
Encerrado o Inquérito Policial o Ministério Público denuncia Joaquim pelo crime de roubo, denúncia esta 
recebida pelo Magistrado competente. Fabíola não é encontrada para prestar depoimento em juízo sob o 
crivo do contraditório, mesmo arrolada pela Defesa de Joaquim. Ao final do processo Joaquim é 
condenado pelo crime de roubo em primeira instância e, posteriormente, é instaurada ação penal contra 
Fabíola por crime de falso testemunho. Durante o trâmite do recurso interposto por Joaquim contra a 
sentença que o condenou por crime de roubo, e da ação penal instaurada por falso testemunho contra 
Fabíola, esta resolve se retratar, afirmando que Joaquim não estava com ela no dia do crime. 
No caso hipotético apresentado, na esteira do Código Penal, Fabíola 
(A) não cometeu crime de falso testemunho, pois prestou depoimento falso apenas durante o trâmite do 
Inquérito Policial. 
(B) será regularmente processada pelo crime de falso testemunho e estará sujeita à pena cominada ao delito, 
sem qualquer causa de redução de pena. 
(C) não poderá ser punida por crime de falso testemunho, pois se retratou antes da sentença proferida nos 
autos da ação penal instaurada por falto testemunho. 
(D) será regularmente processada pelo crime de falso testemunho e estará sujeita à pena cominada ao delito 
no Código Penal, reduzida de 1/3. 
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(E) será regularmente processada pelo crime de falso testemunho e estará sujeita à pena cominada ao delito 
no Código Penal, reduzida de 1/6. 
COMENTÁRIOS 
Neste caso, Fabíola praticou o delito de falso testemunho, previsto no art. 342 do CP, mesmo tendo o 
depoimento sido prestado em sede de inquérito policial. 
Todavia, a retratação de Fabíola não terá o condão de extinguir a punibilidade, eis que ocorreu APÓS a 
sentença no processo relativo ao fato criminoso que foi objeto do depoimento (o crime praticado por 
Joaquim), nos termos do art. 342, §2º do CP. 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B. 
53. (FCC – 2017 – TRE-SP – ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA) Ricardo reside na cidade 
de São Paulo e acaba testemunhando, da janela de sua residência, o furto de um veículo que estava 
estacionado na via pública, defronte ao seu imóvel, praticado por dois agentes. Para se vingar do seu 
desafeto e vizinho Rodolfo e sabendo de sua inocência, Ricardo apresenta uma denúncia anônima à Polícia 
noticiando que Rodolfo foi um dos autores do referido crime de furto. A autoridade policial determina a 
instauração de inquérito policial para apuração da autoria delitiva em relação a Rodolfo. 
Nesse caso hipotético, Ricardo cometeu crime de 
(A) falso testemunho. 
(B) denunciação caluniosa, com pena prevista de reclusão de dois a oito anos e multa, aumentada de sexta 
parte, pois serviu-se de anonimato. 
(C) comunicação falsa de crime, com pena prevista de detenção de um a seis meses ou multa, aumentada 
de sexta parte, pois serviu-se de anonimato. 
(D) denunciação caluniosa, com pena prevista de reclusão de dois a oito anos e multa, sem qualquer 
majoração. 
(E) comunicação falsa de crime, com pena prevista de detenção de um a seis meses ou multa sem qualquer 
majoração. 
COMENTÁRIOS 
Neste caso o agente praticou o crime de denunciação caluniosa, previsto no art. 339 do CP, pois deu causa à 
instauração de inquérito policial contra alguém em razão de uma falsa imputação de crime, quando sabia 
que a vítima era inocente, ou seja, não tinha praticado o delito. 
A pena, neste caso, será aumentada em 1/6, pois o agente se valeu do anonimato (art. 339, §1º do CP). 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B. 
54. (FCC – 2014 – TRF3 – OFICIAL DE JUSTIÇA) Segundo a jurisprudência dominante no âmbito do 
Tribunal Regional Federal da 3ª Região, bem como do Superior Tribunal de Justiça, aliás em sintonia com 
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segmento importante da doutrina brasileira mais contemporânea, no crime de falso testemunho ou falsa 
perícia, 
a) é possível participação e autoria mediata. 
b) é possível participação, mas não autoria mediata. 
c) não é possível participação, mas sim autoria mediata. 
d) é impossível participação ou autoria mediata. 
e) é possível autoria indireta, mas não autoria mediata. 
COMENTÁRIOS 
A Doutrina e a jurisprudência firmaram entendimento MAJORITÁRIO no sentido de ser cabível a participação, 
mas não a coautoria, nem autoria mediata. 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B. 
55. (FCC – 2014 – METRÔ-SP – ADVOGADO) Tício subtraiu um veículo automóvel e o levou até a oficina 
de Cezar, que modificou as placas identificadoras para assegurar-lhe a posse do produto do crime. Nesse 
caso, Cezar responderá por 
a) furto. 
b) favorecimento real. 
c) favorecimento pessoal. 
d) receptação. 
e) estelionato. 
COMENTÁRIOS 
A conduta de Cezar, neste caso, se amolda perfeitamente ao tipo penal de favorecimento real, previsto no 
art. 349 do CP: 
Favorecimento real 
Art. 349 - Prestar a criminoso, fora dos casos de co-autoria ou de receptação, auxílio 
destinado a tornar seguro o proveito do crime: 
Pena - detenção, de um a seis meses, e multa. 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B. 
56. (FCC – 2014 – TRF3 – ANALISTA JUDICIÁRIO) Para incluir-se no âmbito de proteção normativa do 
artigo 347 do Código Penal, a inovação da coisa na pendência de processo notadamente precisa ser; 
a) cênica e/ou ardilosa. 
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b) importante e/ou significativa. 
c) voluntária e/ou consciente. 
d) oculta e/ou sub-reptícia. 
e) irreversível e/ou irreparável. 
COMENTÁRIOS 
O crime de inovação artificiosa (ou fraude processual) está tipificado no art. 347 do CP. Vejamos: 
Fraude processual 
Art. 347 - Inovar artificiosamente, na pendência de processo civil ou administrativo, o 
estado de lugar, de coisa ou de pessoa, com o fim de induzir a erro o juiz ou o perito: 
Pena - detenção, de três meses a dois anos, e multa. 
Parágrafo único - Se a inovação se destina a produzir efeito em processo penal, ainda que 
não iniciado, as penas aplicam-se em dobro. 
A Doutrina entende que o tipo penal exige que a inovação seja um engodo, uma fraude, um ardil, ou seja, 
tenha por finalidade enganar o destinatário (aquele que deveria receber o local no estado em que se 
encontrava antes). Vejam, portanto, que o agente cria uma “cena” que não existia antes. 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A. 
57. (FCC – 2015 – TJ-GO – JUIZ) No que toca aos crimes contra a administração da justiça, acertado 
afirmar que 
a) não configura coação no curso do processo usar de violência ou grave ameaça, com o fim de favorecer 
interesse próprio ou alheio, contra autoridade, parte, ou qualquer outra pessoa que funciona ou é chamada 
a intervir em juízo arbitral. 
b) não configura crime a conduta de provocar a ação de autoridade, comunicando-lhe a ocorrência de 
contravenção que sabe não se ter verificado. 
c) configura favorecimento pessoal a conduta de auxiliar a subtrair-se à ação de autoridade pública autor de 
crime a que é cominada pena de detenção. 
d) não configura denunciação caluniosa dar causa à instauração de investigação policial contra alguém, 
imputando-lhe contravenção penal de que o sabe inocente. 
e) configura o crime de autoacusação falsa a conduta de acusar-se, perante a autoridade, de contravenção 
penal inexistente ou praticada por outrem. 
COMENTÁRIOS 
a) ERRADA: Tal conduta também configura o delito de coação no curso doprocesso, nos termos do art. 344 
do CP. 
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b) ERRADA: Item errado, pois esta conduta também se amolda ao tipo penal do delito de comunicação falsa 
de crime ou contravenção, previsto no art. 340 do CP. 
c) CORRETA: Item correto, pois o art. 348, §1º do CP assim prevê: 
Favorecimento pessoal 
Art. 348 - Auxiliar a subtrair-se à ação de autoridade pública autor de crime a que é 
cominada pena de reclusão: 
Pena - detenção, de um a seis meses, e multa. 
§ 1º - Se ao crime não é cominada pena de reclusão: 
Pena - detenção, de quinze dias a três meses, e multa. 
d) ERRADA: Item errado, pois trata-se de conduta também inserida no tipo penal do delito de denunciação 
caluniosa, nos termos do art. 339, §2º do CP. Caso haja a efetiva instauração do IP, o crime restará 
consumado; caso contrário, teremos a forma tentada do delito. 
e) ERRADA: Item errado, pois tal conduta não está prevista no art. 341 do CP: 
Auto-acusação falsa 
Art. 341 - Acusar-se, perante a autoridade, de crime inexistente ou praticado por outrem: 
Pena - detenção, de três meses a dois anos, ou multa. 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C. 
58. (FCC – 2015 – TRT 23º REGIÃO – JUIZ DO TRABALHO) Mediante suborno, João, ouvido como 
testemunha em processo trabalhista, fez afirmação falsa. No caso, 
a) João responderá pelo crime de falso testemunho, sem aumento de pena, cabível apenas quando o crime 
é cometido com o fim de obter prova destinada a produzir efeito em processo penal. 
b) compete à Justiça Estadual processar e julgar o crime de falso testemunho verificado. 
c) aquele que deu dinheiro a João para que prestasse depoimento falso não incidirá nas penas do crime de 
falso testemunho previsto no art. 342 do Código Penal. 
d) João responderá pelo crime de falso testemunho, tal qual ocorreria se tivesse prestado o depoimento na 
condição de parte. 
e) haverá extinção da punibilidade pela abolitio criminis se João se retratar após o trânsito em julgado da 
sentença no processo em que ocorreu o falso testemunho. 
COMENTÁRIOS 
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A) ERRADA: Item errado, pois o crime foi cometido mediante suborno, o que também autoriza a aplicação 
da causa de aumento de pena, nos termos do art. 342, §1º do CP. 
B) ERRADA: Item errado, pois em se tratando de crime praticado em processo trabalhista, há interesse da 
União (trata-se de Justiça Federalizada), de maneira que a competência é da Justiça estadual. O STJ editou a 
súmula 165 em relação ao caso: 
Súmula 165 
Compete à Justiça Federal processar e julgar crime de falso testemunho cometido no 
processo trabalhista. 
C) CORRETA: Item correto. Neste caso, temos o que se chama de exceção à teoria monista, pois cada um dos 
agentes responderá por um tipo penal próprio. No caso, o agente que oferece o suborno responderá pelo 
delito de corrupção ativa de testemunha, previsto no art. 343 do CP: 
Art. 343. Dar, oferecer ou prometer dinheiro ou qualquer outra vantagem a testemunha, 
perito, contador, tradutor ou intérprete, para fazer afirmação falsa, negar ou calar a 
verdade em depoimento, perícia, cálculos, tradução ou interpretação: (Redação dada pela 
Lei nº 10.268, de 28.8.2001) 
Pena - reclusão, de três a quatro anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 10.268, de 
28.8.2001) 
D) ERRADA: Item errado, pois o art. 342 do CP não se aplica àquele que pratica a conduta na qualidade de 
PARTE no processo, apenas àquele que pratica a conduta na qualidade de testemunha, perito, contador, 
tradutor ou intérprete. 
E) ERRADA: Item errado, pois a extinção da punibilidade só ocorrerá se o agente se retratar antes da 
sentença (e não depois do trânsito em julgado), nos termos do art. 342, §2º do CP. 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C. 
59. (FCC - 2011 - TRT - 1ª REGIÃO (RJ) - TÉCNICO JUDICIÁRIO - SEGURANÇA) Maria procurou Ana, que 
ia ser submetida a julgamento perante o Tribunal do Júri por crime de infanticídio e, dizendo-se amiga de 
dois jurados, solicitou a quantia de R$ 5.000,00 para influir a seu favor no julgamento destes. 
Maria responderá por crime de 
A) estelionato. 
B) corrupção ativa. 
C) exploração de prestígio. 
D) advocacia administrativa. 
E) favorecimento pessoal. 
COMENTÁRIOS 
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O crime praticado por Maira, no caso citado, é o de exploração de prestígio, previsto no art. 357 do CP: 
Art. 357 - Solicitar ou receber dinheiro ou qualquer outra utilidade, a pretexto de influir em 
juiz, jurado, órgão do Ministério Público, funcionário de justiça, perito, tradutor, intérprete 
ou testemunha: 
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa. 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C. 
60. (FCC - 2011 - TRF - 1ª REGIÃO - ANALISTA JUDICIÁRIO - EXECUÇÃO DE MANDADOS) A respeito dos 
Crimes contra a Administração da Justiça, considere: 
I. No delito de comunicação falsa de crime ou contravenção, há indicação expressa de pessoa determinada 
como autora da infração. 
II. No delito de denunciação caluniosa, não há indicação expressa de determinada pessoa como autora da 
infração. 
III. A vítima de um crime não comete crime de falso testemunho se calar a verdade em processo judicial. 
IV. No delito de falso testemunho, o fato deixa de ser punível se o agente se retrata ou declara a verdade até 
o trânsito em julgado da sentença ou do acórdão proferido no processo em que ocorreu a falsidade. 
Está correto o que se afirmar SOMENTE em: 
A) III. 
B) I, II e III. 
C) I e IV. 
D) II, III e IV. 
E) I, II e IV. 
COMENTÁRIOS 
I. ERRADA: Não é necessária a indicação de pessoa autora do delito, bastando a informação falsa acerca da 
existência do FATO; 
II. ERRADA: No Crime de denunciação caluniosa é indispensável que o agente proceda à individualização e 
determinação da pessoa a qual ele imputa o crime de que sabe ser a pessoa inocente. Nos termos do art. 
339 do CP: 
Art. 339. Dar causa à instauração de inquérito policial, de procedimento investigatório 
criminal, de processo judicial, de processo administrativo disciplinar, de inquérito civil ou 
de ação de improbidade administrativa contra alguém, imputando-lhe crime, infração 
ético-disciplinar ou ato ímprobo de que o sabe inocente: (Redação dada pela Lei nº 14.110, 
de 2020) 
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa. 
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III. CORRETA: O CP não prevê a figura da vítima como autora do crime de falso testemunho. Vejamos: 
Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como testemunha, perito, 
contador, tradutor ou intérprete em processo judicial, ou administrativo, inquérito policial, 
ou em juízo arbitral: (Redação dada pela Lei nº 10.268, de 28.8.2001) 
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa. 
IV. ERRADA: O fato só deixa de ser punível se a retratação ocorre até a sentença RECORRÍVEL, e não até o 
trânsito em julgado da sentença. 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A. 
61. (FCC - 2011 - TRE-TO - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA) Arrebatamento de preso é 
classificado como crime 
A) de abuso de autoridade. 
B) praticado por particular contra a administração em geral. 
C) praticado por funcionário público contra a administração em geral. 
D) contra a fé pública. 
E) contra a administração da Justiça. 
COMENTÁRIOS 
O crime de “arrebatamento de preso” está previsto no art. 353 do CP, estando incluído, portanto, no capítulo 
referente aos crimes contra a administração da justiça. 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETAÉ A LETRA E. 
62. (FCC - 2010 - TRE-RS - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA) Quanto ao crime de exercício 
arbitrário das próprias razões, somente se procede mediante queixa se 
A) cometido por ascendente, descendente, cônjuge ou irmão da vítima. 
B) não há emprego de violência. 
C) cometido para satisfazer pretensão legítima. 
D) visa a recuperar coisa própria que se acha em poder de terceiro por determinação judicial. 
E) não há dano ao patrimônio público. 
COMENTÁRIOS 
No crime de exercício arbitrário das próprias razões, o crime é, em regra, de ação penal pública 
incondicionada. Entretanto, se não há violência, somente se procede mediante queixa (ação penal privada), 
nos termos do § único do art. 345 do CP: 
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Art. 345 - Fazer justiça pelas próprias mãos, para satisfazer pretensão, embora legítima, 
salvo quando a lei o permite: 
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa, além da pena correspondente à 
violência. 
Parágrafo único - Se não há emprego de violência, somente se procede mediante queixa. 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B. 
63. (FCC - 2006 - TRF - 1ª REGIÃO - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA) Paulo e Pedro alugaram 
um helicóptero e, com a utilização da corda de salvamento, possibilitaram a fuga do chefe da quadrilha a 
que pertenciam, içando-o do pátio da penitenciária onde cumpria pena privativa de liberdade. Nesse caso, 
Paulo e Pedro responderão por crime de 
A) arrebatamento de preso. 
B) motim de presos. 
C) fuga de pessoa presa. 
D) favorecimento pessoal. 
E) evasão mediante violência. 
COMENTÁRIOS 
Paulo e Pedro, neste caso, cometeram o crime de “fuga de pessoa presa”, previsto no art. 351 do CP. 
Vejamos: 
Art. 351 - Promover ou facilitar a fuga de pessoa legalmente presa ou submetida a medida 
de segurança detentiva: 
Pena - detenção, de seis meses a dois anos. 
Cuidado com a pegadinha, povo! O crime de “arrebatamento de preso” só ocorrerá se o dolo específico do 
agente for o de arrebatar o preso para MALTRATÁ-LO, o que não ocorreu no caso concreto. 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C. 
64. (FCC - 2009 - MPE-SE - ANALISTA DO MINISTÉRIO PÚBLICO - ESPECIALIDADE DIREITO) Aquele que 
solicita dinheiro a pretexto de influir em órgão do Ministério Público pratica o crime de 
A) condescendência criminosa. 
B) advocacia administrativa. 
C) tráfico de influência. 
D) patrocínio infiel. 
E) exploração de prestígio. 
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COMENTÁRIOS 
A conduta daquele que solicita dinheiro (ou qualquer outra vantagem) a pretexto de influir em órgão do MP, 
jurado, testemunha, etc., comete o crime de “exploração de prestígio”, previsto no art. 357 do CP: 
Art. 357 - Solicitar ou receber dinheiro ou qualquer outra utilidade, a pretexto de influir em 
juiz, jurado, órgão do Ministério Público, funcionário de justiça, perito, tradutor, intérprete 
ou testemunha: 
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa. 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E. 
65. (FCC - 2010 - TRF - 4ª REGIÃO - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA) Paulo auxilia seu irmão, 
autor de crime a que é cominada pena de reclusão, a subtrair-se à ação de autoridade pública. Nesse caso, 
Paulo 
A) comete crime de fraude processual. 
B) comete crime de favorecimento real, com redução da pena aplicada em metade. 
C) comete crime de favorecimento pessoal, com redução da pena aplicada em metade. 
D) fica isento de pena. 
E) comete crime de favorecimento real. 
COMENTÁRIOS 
A conduta daquele que auxilia alguém, que acabara de cometer crime, a subtrair-se da autoridade policial, é 
considerada crime de FAVORECIMENTO PESSOAL. 
No entanto, o §2° do art. 348 prevê que se o favorecedor for irmão, descendente, ascendente ou cônjuge do 
favorecido, ficará isento de pena. Vejamos: 
Art. 348 - Auxiliar a subtrair-se à ação de autoridade pública autor de crime a que é 
cominada pena de reclusão: 
Pena - detenção, de um a seis meses, e multa. 
(...) 
§ 2º - Se quem presta o auxílio é ascendente, descendente, cônjuge ou irmão do criminoso, 
fica isento de pena. 
Lembrando que essa ressalva só se aplica ao favorecimento pessoal, não ao favorecimento real. 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D. 
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66. (FCC - 2009 - TRT - 3ª REGIÃO (MG) - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA - EXECUÇÃO DE 
MANDADOS) Quem dá causa à instauração de investigação policial ou de processo judicial contra alguém, 
imputando-lhe crime, sem ter certeza de ser ele o autor do delito, 
A) não comete nenhum delito. 
B) comete crime de denunciação caluniosa, na forma dolosa. 
C) comete crime de comunicação falsa de crime, na forma dolosa. 
D) comete crime de denunciação caluniosa, na forma culposa. 
E) comete crime de comunicação falsa de crime, na forma culposa. 
COMENTÁRIOS 
Para que o crime de comunicação falsa de crime ocorra, é necessário que o agente comunique à autoridade 
policial um fato que SABE NÃO TER OCORRIDO. Para a caracterização do delito de denunciação caluniosa é 
necessário que o agente dê causa à instauração do procedimento contra pessoa certa e determinada, em 
razão da prática de crime, SABENDO DE SUA INOCÊNCIA. Assim, fica claro que a conduta daquele que dá 
causa à instauração de investigação policial contra pessoa que não tem certeza se é ou não inocente, NÃO 
COMETE CRIME ALGUM, pois se exige o dolo, consistente na vontade de denunciar caluniosamente alguém 
que SABE SER INOCENTE. 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A. 
67. (FCC - 2009 - TRT - 3ª REGIÃO (MG) - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA) José encontrava-se 
preso, cumprindo pena por crime de roubo. Em determinado dia, trocou de roupa com um visitante e fugiu 
pela porta de entrada do presídio. Nesse caso, José 
A) cometeu crime de fuga de pessoa presa ou submetida a medida de segurança. 
B) cometeu crime de arrebatamento de preso. 
C) não cometeu nenhum crime, porque não empregou violência contra a pessoa. 
D) cometeu crime de fraude processual. 
E) cometeu crime de favorecimento pessoal. 
COMENTÁRIOS 
Por mais que possa parecer estranho, José não cometeu crime algum, pois a fuga do preso só é considerada 
crime, para ele (preso), quando o preso emprega violência na fuga, caracterizando o crime de evasão 
mediante violência contra a pessoa, previsto no art. 352 do CP: 
Art. 352 - Evadir-se ou tentar evadir-se o preso ou o indivíduo submetido a medida de 
segurança detentiva, usando de violência contra a pessoa: 
Pena - detenção, de três meses a um ano, além da pena correspondente à violência. 
A conduta do preso, no entanto, é considerada falta grave pela LEP, mas não crime, neste caso. 
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Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C. 
68. (FCC - 2007 - TRF-2R - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA) A pessoa que confessa, perante 
autoridade policial, delito inexistente, 
A) não pratica nenhum delito. 
B) pratica crime de autoacusação falsa. 
C) pratica crime de falso testemunho. 
D) pratica crime de comunicação falsa de crime. 
E) pratica crime de denunciação caluniosa. 
COMENTÁRIOS 
O crime praticado por quem afirma ter praticado crime que não ocorreu é o de AUTOACUSAÇÃO FALSA, nos 
termos do art. 341 do CP. Vejamos: 
Art. 341 - Acusar-se, perante a autoridade, de crime inexistente ou praticado por outrem: 
Pena - detenção, de três meses a dois anos, ou multa. 
Lembrando que este crime somente pode ser praticado por alguém“externo” ao crime, ou seja, alguém que 
dele não participou. O comparsa que assume a culpa sozinho para “livrar a cara” do outro comparsa não 
pratica este crime. 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B. 
69. (FCC - 2007 - TRF-2R - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA - EXECUÇÃO DE MANDADOS) O 
reingresso no território nacional de estrangeiro expulso do País, sem autorização de autoridade 
competente e sem que tenha sido revogada a expulsão 
A) não caracteriza crime definido no Código Penal se a expulsão foi injusta. 
B) não caracteriza crime, estando o agente sujeito apenas a nova expulsão. 
C) não caracteriza crime definido no Código Penal e o agente só está sujeito a nova expulsão se cometer 
delito apenado com reclusão. 
D) caracteriza crime definido no Código Penal e sujeita o agente apenas a nova expulsão após o término do 
processo. 
E) caracteriza crime definido no Código Penal, estando o agente sujeito a pena privativa de liberdade sem 
prejuízo de nova expulsão após o cumprimento da pena. 
COMENTÁRIOS 
A conduta praticada pelo estrangeiro expulso, consistente em reingressar no território nacional, sem 
autorização para tanto, configura o crime de “reingresso de estrangeiro expulso”, previsto no art. 338 do CP. 
Vejamos: 
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Art. 338 - Reingressar no território nacional o estrangeiro que dele foi expulso: 
Pena - reclusão, de um a quatro anos, sem prejuízo de nova expulsão após o cumprimento 
da pena. 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E. 
70. (FCC - 2007 - TRF-4R - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA - EXECUÇÃO DE MANDADOS) Fazer 
justiça pelas próprias mãos, para satisfazer pretensão, embora legítima, salvo quando a lei o permite, 
configura crime de 
A) peculato. 
B) abuso de poder. 
C) exercício arbitrário das próprias razões. 
D) concussão. 
E) prevaricação. 
COMENTÁRIOS 
A conduta daquele que faz justiça com as próprias mãos caracteriza o crime de “exercício arbitrário das 
próprias razões”, previsto no art. 345 do CP: 
Art. 345 - Fazer justiça pelas próprias mãos, para satisfazer pretensão, embora legítima, 
salvo quando a lei o permite: 
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa, além da pena correspondente à 
violência. 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C. 
71. (FCC - 2013 - TCE-SP - AUDITOR DO TRIBUNAL DE CONTAS) O crime de coação no curso do processo 
a) não se caracteriza quando da violência empregada contra testemunha para forçá-la a não dizer a verdade 
não resultaram lesões corporais. 
b) só pode ser praticado pelas partes, jamais por estranhos à relação processual ou pelo advogado de 
qualquer delas. 
c) exige apenas o dolo genérico, sendo desnecessária a finalidade de favorecer interesse próprio ou alheio. 
d) não se caracteriza quando o autor do delito ameaça de morte o escrivão de polícia no curso do inquérito 
policial, com o fim de impedir o seu indiciamento. 
e) consuma-se com a prática da violência ou grave ameaça, pouco importando se o agente conseguiu ou não 
a abstenção ou omissão da vítima em declarar ou apurar a verdade. 
COMENTÁRIOS 
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A) ERRADA: O crime se consuma com o mero exercício da violência pelo agente, imbuído da intenção de 
favorecer interesse próprio ou alheio no processo, na forma do art. 344 do CP; 
B) ERRADA: O item está errado, pois se trata de crime comum, podendo ser praticado por qualquer 
pessoa; 
C) ERRADA: O tipo penal deste delito exige, expressamente, que o agente pratique a conduta (usar da 
violência ou grave ameaça) com a finalidade específica de favorecer interesse próprio ou alheio. Vejamos: 
Coação no curso do processo 
Art. 344 - Usar de violência ou grave ameaça, com o fim de favorecer interesse próprio ou 
alheio, contra autoridade, parte, ou qualquer outra pessoa que funciona ou é chamada a 
intervir em processo judicial, policial ou administrativo, ou em juízo arbitral: 
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa, além da pena correspondente à violência. 
D) ERRADA: O item está errado pois, embora não seja o escrivão o responsável pelo indiciamento, isto é 
irrelevante, bastando que o agente pratique a conduta com a finalidade obter algum proveito (inclusive 
pode ter a finalidade forçar o Delegado a não indiciá-lo, utilizando a agressão ao escrivão como meio para 
isso); 
E) CORRETA: O item está correto, pois trata-se de crime formal, que não se consuma com a obtenção do 
resultado, mas com a mera prática da conduta visando o resultado. 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E. 
72. (FCC – 2012 – TJ/PE – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA) Paulus foi preso em flagrante e 
recolhido à cadeia pública de uma cidade do interior. No momento da alimentação, mediante violência 
física, dominou o carcereiro e tentou fugir, mas, na porta da delegacia, foi dominado por policiais que 
estavam chegando ao local. 
Paulus responderá por crime de 
A) arrebatamento de preso, na forma consumada. 
B) evasão mediante violência contra pessoa, na forma consumada. 
C) motim de presos, na forma consumada. 
D) evasão mediante violência contra pessoa, na forma tentada. 
E) fuga de pessoa presa, na forma tentada. 
COMENTÁRIOS 
Nesse caso Paulos cometeu o crime de evasão mediante violência contra a pessoa, NA FORMA CONSUMADA, 
eis que a ocorrência da evasão é irrelevante para a consumação do delito, que, nos termos do art. 352, se 
consuma com a simples tentativa de evasão do preso. Vejamos: 
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Art. 352 - Evadir-se ou tentar evadir-se o preso ou o indivíduo submetido a medida de 
segurança detentiva, usando de violência contra a pessoa: 
Pena - detenção, de três meses a um ano, além da pena correspondente à violência. 
Assim, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B. 
73. (FCC – 2012 – TJ/PE – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA) A respeito do crime de fraude 
processual, é INCORRETO afirmar que 
A) pode ser praticado por qualquer pessoa, ainda que não interessada na solução do processo. 
B) pode ser praticado pelo procurador de qualquer das partes. 
C) é punido com detenção e sanção pecuniária na modalidade culposa. 
D) pode ocorrer em processo civil, penal e até em processo administrativo. 
E) é admissível a tentativa, pois a conduta descrita no tipo é fracionável. 
COMENTÁRIOS 
O crime de fraude processual está previsto no art. 347 do CP: 
Art. 347 - Inovar artificiosamente, na pendência de processo civil ou administrativo, o 
estado de lugar, de coisa ou de pessoa, com o fim de induzir a erro o juiz ou o perito: 
Pena - detenção, de três meses a dois anos, e multa. 
Parágrafo único - Se a inovação se destina a produzir efeito em processo penal, ainda que 
não iniciado, as penas aplicam-se em dobro. 
Portanto, pode ocorrer em processo civil, penal e administrativo, bem como pode ser praticado por qualquer 
pessoa, incluindo o advogado das partes ou outra pessoa, ainda que não possua interesse na causa. Admite-
se a tentativa, eis que se trata de crime plurissubsistente (a conduta é fracionável). 
Entretanto, não é previsto na modalidade culposa. 
Assim, a alternativa INCORRETA É A LETRA C. 
74. (FCC – 2012 – TJ/PE – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA) Augustus compareceu ao distrito 
policial e acusou falsamente seu desafeto Paulus de ser o autor de crime de peculato, que sabia não ter se 
verificado. A autoridade policial lavrou um Boletim de Ocorrência, mas deixou de instaurar inquérito 
policial por ter constatado a falsidade da acusação. 
Nesse caso, Augustus 
A) responderá por tentativa de denunciação caluniosa. 
B) responderá por comunicaçãofalsa de crime, na forma consumada. 
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C) responderá por denunciação caluniosa, na forma consumada 
D) responderá por tentativa de comunicação falsa de crime. 
E) não responderá por nenhum delito, porque o inquérito policial não chegou a ser instaurado. 
COMENTÁRIOS 
Nesse caso, como a conduta de Augustus foi imputar a uma pessoa um fato criminoso QUE NÃO EXISTIU, o 
crime em tela é o de comunicação falsa de crime. Vejamos: 
Art. 340 - Provocar a ação de autoridade, comunicando-lhe a ocorrência de crime ou de 
contravenção que sabe não se ter verificado: 
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. 
Será na forma consumada, eis que a autoridade praticou algum ato, ainda que o Inquérito não tenha sido 
instaurado. 
Não se trata de crime de denunciação caluniosa, eis que o infrator não acusou a pessoa de crime que sabia 
ser a pessoa inocente, pois nesse crime é pressuposto que o fato criminoso tenha existido, e a autoria seja 
falsamente imputada a alguém, o que não é o caso. 
Assim, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B. 
75. (FCC – 2006 – TRF1 – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA) Paulo, valendo-se do anonimato, 
telefonou à polícia, informando falsamente que seu vizinho e desafeto José havia assaltado um banco 
situado nas proximidades. Instaurado inquérito policial, apurou-se que José era inocente e que o 
telefonema tinha vindo da residência de Paulo, que acabou confessando a prática do fato delituoso. 
Nesse caso, Paulo responderá por crime de 
A) comunicação falsa de crime. 
B) denunciação caluniosa. 
C) falso testemunho. 
D) fraude processual. 
E) auto-acusação falsa. 
COMENTÁRIOS 
Nesse caso, Paulo responderá por denunciação caluniosa, nos termos do art. 339 do CP. Vejamos: 
Art. 339. Dar causa à instauração de inquérito policial, de procedimento investigatório 
criminal, de processo judicial, de processo administrativo disciplinar, de inquérito civil ou 
de ação de improbidade administrativa contra alguém, imputando-lhe crime, infração 
ético-disciplinar ou ato ímprobo de que o sabe inocente: (Redação dada pela Lei nº 14.110, 
de 2020) 
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Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa. 
§ 1º - A pena é aumentada de sexta parte, se o agente se serve de anonimato ou de nome 
suposto. 
§ 2º - A pena é diminuída de metade, se a imputação é de prática de contravenção. 
A diferença para o crime de comunicação falsa de crime (art. 340) é que aqui, o fato ocorreu, mas a autoria 
é falsamente imputada a alguém. Já no crime de comunicação falsa de crime o FATO NÃO OCORREU. 
Assim, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B. 
76. (FCC - 2012 – TCE/AP – ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO) A respeito dos crimes contra a 
administração pública, considere: 
I. O funcionário público que não se encontra no exercício de suas funções não pode ser sujeito ativo de crime 
de prevaricação. 
II. O crime de advocacia administrativa não admite a forma tentada. 
III. O crime de denunciação caluniosa só é punível a título de dolo, enquanto o delito de comunicação falsa 
de crime ou contravenção admite a forma culposa. 
Está correto o que se afirma APENAS em 
A) I. 
B) I e II. 
C) I e III. 
D) II e III. 
E) III. 
COMENTÁRIOS 
Analisando cada item: 
I - CORRETA: Nos termos do art. 319, somente o funcionário público no exercício da função pode cometer o 
delito: 
Art. 319 - Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra 
disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal: 
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. 
II - ERRADA: O crime de advocacia administrativa admite a forma tentada, pois é possível o fracionamento 
da conduta criminosa (crime plurissubsistente), de forma que nada impede a tentativa; 
III - ERRADA: Ambos os crimes admitem apenas a forma dolosa, por ausência de expressa previsão legal de 
punição da forma culposa. Vejamos: 
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Art. 339. Dar causa à instauração de inquérito policial, de procedimento investigatório 
criminal, de processo judicial, de processo administrativo disciplinar, de inquérito civil ou 
de ação de improbidade administrativa contra alguém, imputando-lhe crime, infração 
ético-disciplinar ou ato ímprobo de que o sabe inocente: (Redação dada pela Lei nº 14.110, 
de 2020) 
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa. 
(...) 
Art. 340 - Provocar a ação de autoridade, comunicando-lhe a ocorrência de crime ou de 
contravenção que sabe não se ter verificado: 
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. 
Estando correta apenas a afirmativa I, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A. 
77. (FCC – 2011 – TCE/SP - PROCURADOR) Quanto aos crimes contra a administração da justiça, é 
correto afirmar que 
A) não configura o crime de coação no curso do processo o uso de violência ou grave ameaça contra 
testemunha em processo administrativo, com o fim de favorecer interesse próprio ou alheio. 
B) as penas são aumentadas de um terço no delito de exploração de prestígio, se o agente insinua que o 
dinheiro solicitado, a pretexto de influir em testemunha, a esta também se destina. 
C) constitui favorecimento pessoal prestar a criminoso, fora dos casos de coautoria ou receptação, auxílio 
destinado a tornar seguro o proveito do crime. 
D) configura o delito de auto-acusação falsa o ato da pessoa que, perante a autoridade, se atribui o 
cometimento de contravenção penal inexistente ou praticada por outrem. 
E) não incorre nas penas do delito de patrocínio infiel o advogado que defende na mesma causa, simultânea 
ou sucessivamente, partes contrárias. 
COMENTÁRIOS 
A) ERRADA - Essa conduta configura o crime de coação no curso do processo. Vejamos o art. 344 do CP: 
Coação no curso do processo 
Art. 344 - Usar de violência ou grave ameaça, com o fim de favorecer interesse próprio ou 
alheio, contra autoridade, parte, ou qualquer outra pessoa que funciona ou é chamada a 
intervir em processo judicial, policial ou administrativo, ou em juízo arbitral: 
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa, além da pena correspondente à violência. 
B) CORRETA - A afirmativa está correta, conforme previsão do art. 357, § único do CP: 
Exploração de prestígio 
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Art. 357 - Solicitar ou receber dinheiro ou qualquer outra utilidade, a pretexto de influir em 
juiz, jurado, órgão do Ministério Público, funcionário de justiça, perito, tradutor, intérprete 
ou testemunha: 
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa. 
Parágrafo único - As penas aumentam-se de um terço, se o agente alega ou insinua que o 
dinheiro ou utilidade também se destina a qualquer das pessoas referidas neste artigo. 
C) ERRADA - Nesse caso, o delito é de FAVORECIMENTO REAL, não favorecimento pessoal. Vejamos: 
Favorecimento real 
Art. 349 - Prestar a criminoso, fora dos casos de co-autoria ou de receptação, auxílio 
destinado a tornar seguro o proveito do crime: 
Pena - detenção, de um a seis meses, e multa. 
D) ERRADA - O crime só se configura se o agente se atribui falsamente a prática de crime. Vejamos: 
Auto-acusação falsa 
Art. 341 - Acusar-se, perante a autoridade, de crime inexistente ou praticado por outrem: 
Pena - detenção, de três meses a dois anos, ou multa. 
E) ERRADA - A conduta descrita caracteriza o delito de patrocínio infiel. Vejamos: 
Patrocínio infiel 
Art. 355 - Trair, na qualidade de advogado ou procurador, o dever profissional, 
prejudicando interesse, cujo patrocínio,não pode 
ser “delegada” a uma terceira pessoa. Somente o próprio estrangeiro expulso, pessoalmente, 
pode praticar o delito. Nada impede que outra pessoa seja partícipe, auxiliando-o na prática do 
delito, desde que conheça sua condição de estrangeiro expulso, nos termos do art. 30 do CP. 
O tipo objetivo consiste em REINGRESSAR, o estrangeiro expulso, no território nacional. 
Assim, pressupomos três requisitos: 
 Ter o estrangeiro sido expulso por ato do Presidente da República 
 Ter saído do Brasil 
 Ter retornado ao Brasil 
 
1 CUNHA, Rogério Sanches. Op. Cit., p. 818 
2 CUNHA, Rogério Sanches. Op. Cit., p. 819. BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. Cit., p. 314 
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Assim, não basta que o agente se recuse a sair do país. Nesse caso, o crime não se configura.3 
Com relação ao momento da entrada no país (reingresso), a Doutrina diverge. Seria no 
momento em que ultrapassa as fronteiras do NOSSO TERRITÓRIO? Ou bastaria que entrasse em 
Território por extensão? A posição que prevalece (MUITO divergente) é a de que o tipo penal só 
abrange o Território propriamente dito, não abrangendo o território por extensão (navios e 
aeronaves militares brasileiros, por exemplo).4 
Trata-se de crime material, conforme entendimento quase majoritário.5 
A consumação se dá, como vimos, com o reingresso, e a tentativa é plenamente admissível. 
É possível, ainda, que o agente pratique o crime em estado de necessidade (Está sofrendo 
perseguição política no país de origem, e não tem para onde ir, ou o país de origem está em 
guerra, por exemplo). Neste caso, nada impede que se verifique a causa de exclusão da ilicitude. 
Aqui vai uma dica de Processo Penal: parcela da Doutrina (com decisões 
jurisprudenciais nesse sentido) vem entendendo que o CRIME É PERMANENTE6, 
logo, caberia prisão em flagrante a qualquer momento (camarada retornou ao país 
há 05 anos, por exemplo. Não importa, continuaria a situação de flagrância). Além 
disso, sendo crime permanente, aplicar-se-ia a súmula n° 711 do STF. Logo, se o 
estrangeiro ainda estivesse no Brasil e sobreviesse lei agravando a pena, ele 
responderia pela lei nova. 
A ação penal é pública incondicionada. 
2 Denunciação caluniosa 
O crime de denunciação caluniosa está tipificado no art. 339 do CP: 
Art. 339. Dar causa à instauração de inquérito policial, de procedimento 
investigatório criminal, de processo judicial, de processo administrativo disciplinar, 
de inquérito civil ou de ação de improbidade administrativa contra alguém, 
imputando-lhe crime, infração ético-disciplinar ou ato ímprobo de que o sabe 
inocente: (Redação dada pela Lei nº 14.110, de 2020) 
 
3 BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. Cit., p. 315 
4 Em sentido contrário, por exemplo, CEZAR ROBERTO BITENCOURT. BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. Cit., p. 
314/315 
5 CUNHA, Rogério Sanches. Op. Cit., p. 820 
6 Cezar Roberto Bitencourt sustenta tratar-se de crime instantâneo de efeitos permanentes. BITENCOURT, Cezar 
Roberto. Op. Cit., p. 316 
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==1365fc==
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa. 
 
Busca-se tutelar o regular desenvolvimento das atividades policias, judiciárias e 
administrativas, de forma a não serem prejudicadas por indivíduos que pretendem prejudicar 
alguém sabidamente inocente, gerando transtornos (instauração de processo judicial, inquérito 
policial, etc.) para aquele que não praticou qualquer ato criminoso, ímprobo ou infração funcional. 
Protege-se, subsidiariamente, a honra da pessoa ofendida. 
Professor, então se o agente, nesse caso, der causa a instauração de um inquérito policial 
imputando a alguém sabidamente inocente a prática de um CRIME, responderá pelo crime de 
calúnia (art. 138 do CP) e por denunciação caluniosa? Não! O agente responderá só pelo último, 
pois ele absorve o crime de calúnia (alguns Doutrinadores chamam este crime de calúnia 
qualificada).7 
Para a consumação do delito, é indispensável que haja a instauração de algum procedimento 
em face da pessoa a quem se imputa falsamente o ato. Esse procedimento instaurado pode ser: 
 Inquérito policial (IP) – Procedimento investigatório conduzido pela autoridade policial 
(delegado de polícia), com vistas à apuração da materialidade e autoria de uma 
infração penal. Nesse caso a consumação se dá com a instauração do inquérito. 
 Procedimento investigatório criminal (PIC) - Procedimento investigatório conduzido 
pelo Ministério Público, com vistas à apuração da materialidade e autoria de uma 
infração penal. Nesse caso a consumação se dá com a instauração do PIC. 
 Processo judicial - Nesse caso a consumação se dá com o recebimento da ação penal. 
 Processo administrativo disciplinar – Processo instaurado no âmbito da administração 
pública (não é processo judicial) com a finalidade de apurar a ocorrência de uma 
suposta infração ético-disciplinar por um determinado servidor público. Nesse caso a 
consumação se dá com a instauração do processo administrativo disciplinar. A mera 
instauração de investigação administrativa (procedimento preliminar ao processo 
administrativo disciplinar) não é suficiente para a consumação do delito. 
 Inquérito civil – Procedimento preparatório à ação civil pública, destinado a investigar 
eventual ocorrência de atos danosos ao meio-ambiente, ao consumidor, a bens e 
direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico. Nesse caso a 
consumação se dá com a instauração do inquérito civil. 
 Ação de improbidade administrativa – Ação judicial movida pelo Ministério Público, 
com vistas à responsabilização de alguém pela prática de ato de improbidade 
 
7 CUNHA, Rogério Sanches. Op. Cit., p. 821 
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administrativa (Lei 8.429/92). Nesse caso a consumação se dá com a instauração do 
inquérito. 
Caso o agente impute a alguém sabidamente inocente o fato (crime, infração ético-disciplinar 
ou ato de improbidade) mas não consiga obter seu intento (gerar a instauração de procedimento 
contra a pessoa), o crime não alcançará sua consumação, de forma que teremos o crime de 
denunciação caluniosa em sua forma tentada. Logo, temos aqui um crime material, na medida em 
que o resultado naturalístico previsto no tipo (instauração do procedimento contra o imputado) é 
necessário para a consumação do delito. 
O elemento subjetivo exigido pelo tipo é o dolo, a vontade livre e consciente de dar causa à 
instauração do procedimento contra a vítima, mediante a imputação sabidamente falsa. Frise-se 
que para a caracterização do delito é necessário que o agente saiba que o imputado (aquele a 
quem se imputa falsamente o fato) é inocente, não bastando que ele tenha dúvidas a respeito 
disso. Vamos a dois exemplos distintos: 
EXEMPLO: José e Maria namoraram por vários anos. Em certo dia, Maria, enjoada 
de olhar para a cara de José, decide terminar o relacionamento amoroso. José, 
revoltado, comparece à delegacia e narra ao delegado que Maria teria sido a 
autora de um crime de furto. José, todavia, sabe que Maria é inocente, e age 
assim apenas para prejudicá-la, criando para a ex-namorada transtornos junto ao 
aparato policial. O delegado, então, resolve instaurar inquérito policial para 
apurar os fatos noticiados por José. Há, aqui, o crime de denunciação caluniosa, 
em sua forma consumada. 
 
EXEMPLO 2: José e Pedro são amigos de longa data. Em certo dia, José convida 
Pedro para passar o fim de semana em sua casa na serra fluminense, na belíssima 
cidade de Petrópolis/RJ. Na segunda-feira, José se despede do amigo Pedro. 
Logo após, José sente falta de um relógio, que estaria guardado em seuem juízo, lhe é confiado: 
Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa. 
Parágrafo único - Incorre na pena deste artigo o advogado ou procurador judicial que 
defende na mesma causa, simultânea ou sucessivamente, partes contrárias. 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B. 
78. (FCC – 2007 – ISS/SP - AUDITOR FISCAL TRIBUTÁRIO MUNICIPAL) O contador que, em declaração 
prestada em processo administrativo, cala a verdade pratica o crime de 
A) desacato. 
B) desobediência. 
C) fraude processual. 
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D) condescendência criminosa. 
E) falso testemunho. 
COMENTÁRIOS 
O crime de falsa perícia ou falso testemunho, previsto no art. 342 do CP, e se caracteriza pela omissão, 
negação ou afirmação falsa em testemunho ou perícia de qualquer natureza, quando em processo 
administrativo, judicial, Juízo arbitral ou Inquérito Policial. Se consuma com a realização da conduta, SENDO 
CRIME FORMAL. Vejamos: 
Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como testemunha, perito, 
contador, tradutor ou intérprete em processo judicial, ou administrativo, inquérito policial, 
ou em juízo arbitral: (Redação dada pela Lei nº 10.268, de 28.8.2001) 
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa. 
No caso concreto restou configurado, portanto, o crime de FALSO TESTEMUNHO OU FALSA PERÍCIA. 
Portanto, a alternativa CORRETA É A LETRA E. 
79. (FCC – 2012 – TRT18 – JUIZ) Configura o crime de coação no curso do processo o uso de violência 
ou grave ameaça, com o fim de favorecer interesse próprio ou alheio, contra autoridade, parte, ou 
qualquer outra pessoa que funciona ou é chamada a intervir em 
a) processo judicial, havendo aumento da pena se ocorrer em feito penal. 
b) processo administrativo, mas não em inquérito policial. 
c) processo judicial de qualquer natureza, mas não em processo administrativo. 
d) juízo arbitral. 
e) inquérito policial e apenas em processo judicial penal. 
COMENTÁRIOS 
A conduta está tipificada no art. 344 do CP: 
Coação no curso do processo 
Art. 344 - Usar de violência ou grave ameaça, com o fim de favorecer interesse próprio ou 
alheio, contra autoridade, parte, ou qualquer outra pessoa que funciona ou é chamada a 
intervir em processo judicial, policial ou administrativo, ou em juízo arbitral: 
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa, além da pena correspondente à violência. 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D. 
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80. (FCC – 2012 – TRF5 – ANALISTA JUDICIÁRIO-EXECUÇÃO DE MANDADOS) Em audiência judicial, o 
intérprete que, dolosamente, traduz declaração de testemunha de modo contrário ao teor do depoimento, 
todavia que se retrata por escrito, depois de proferida a sentença, mas antes do trânsito em julgado, 
a) não comete o crime de falso testemunho ou perícia por ocorrência de causa excludente da ilicitude. 
b) comete o crime de falso testemunho ou falsa perícia no modo tentado. 
c) não comete o crime de falso testemunho ou perícia, pois intérprete não é testemunha ou perito. 
d) comete o crime de falso testemunho ou perícia, mas está isento de pena pela retratação. 
e) comete o crime de falso testemunho ou falsa perícia no modo consumado. 
COMENTÁRIOS 
O agente, aqui, pratica o delito de falso testemunho, e não há extinção da punibilidade pela retratação, eis 
que foi realizada APÓS a sentença: 
Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como testemunha, perito, 
contador, tradutor ou intérprete em processo judicial, ou administrativo, inquérito policial, 
ou em juízo arbitral: (Redação dada pela Lei nº 10.268, de 28.8.2001) 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 12.850, 
de 2013) (Vigência) 
(...) 
§ 2º O fato deixa de ser punível se, antes da sentença no processo em que ocorreu o ilícito, 
o agente se retrata ou declara a verdade. (Redação dada pela Lei nº 10.268, de 28.8.2001) 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E. 
81. (FCC - 2012 – TRT1 – JUIZ) NÃO constitui crime contra a administração da justiça 
a) a denunciação caluniosa. 
b) o exercício arbitrário das próprias razões. 
c) o favorecimento pessoal. 
d) o patrocínio infiel. 
e) a desobediência. 
COMENTÁRIOS 
O crime de desobediência não é um crime contra a administração da Justiça, e sim um crime praticado por 
particular contra a administração pública em geral, pois inserido no Capítulo II do Título XI do CP. 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E. 
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82. (FCC – 2012 – TRT11 – JUIZ) A retratação do agente, antes da sentença no processo em que ocorreu 
o falso testemunho, é causa 
a) de exclusão da imputabilidade. 
b) de extinção da punibilidade. 
c) de diminuição da pena. 
d) de exclusão da culpabilidade. 
e) supralegal de exclusão da ilicitude. 
COMENTÁRIOS 
A retratação, desde que ANTES da sentença (não é da sentença irrecorrível, mas da PRIMEIRA SENTENÇA no 
processo!), é causa de extinção da punibilidade, nos termos do art. 342, §2º do CP. 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B. 
83. (FCC – 2012 – MPE-PE – TÉCNICO MINISTERIAL) Considere: 
I. Facilitar a fuga de pessoa legalmente presa. 
II. Auxiliar a subtrair-se à ação de autoridade pública o autor de crime a que é cominada pena de reclusão. 
Essas condutas tipificam, respectivamente, os delitos de 
a) fuga de pessoa presa ou submetida à medida de segurança e favorecimento pessoal. 
b) arrebatamento de preso e favorecimento real. 
c) motim de presos e favorecimento real. 
d) condescendência criminosa e favorecimento pessoal. 
e) arrebatamento de preso e favorecimento pessoal. 
COMENTÁRIOS 
As condutas caracterizam, respectivamente, os delitos de “fuga de pessoa presa” e “favorecimento pessoal”, 
nos termos dos arts. 351 e 348 do CP, respectivamente. 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A. 
84. (FCC – 2012 – TRF2 – ANALISTA JUDICIÁRIO) José percebeu que seu conhecido João havia cometido 
crime de desobediência e estava fugindo a pé, sendo perseguido por policiais. Em vista disso, despistou os 
milicianos e colocou João no interior de seu veículo, deixando o local e impedindo, dessa forma, a prisão 
em flagrante deste. Nesse caso, José responderá pelo crime de 
a) favorecimento pessoal privilegiado. 
b) favorecimento real. 
c) favorecimento pessoal em seu tipo fundamental. 
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d) arrebatamento de preso. 
e) facilitar a fuga de pessoa presa. 
COMENTÁRIOS 
O agente praticou, aqui, o delito de FAVORECIMENTO PESSOAL, nos termos do art. 348 do CP: 
Favorecimento pessoal 
Art. 348 - Auxiliar a subtrair-se à ação de autoridade pública autor de crime a que é 
cominada pena de reclusão: 
Pena - detenção, de um a seis meses, e multa. 
§ 1º - Se ao crime não é cominada pena de reclusão: 
Pena - detenção, de quinze dias a três meses, e multa. 
Como o delito de desobediência, previsto no art. 330 do CP, é punido apenas com DETENÇÃO, o agente será 
enquadrado no §1º do art. 348, que é a forma “privilegiada” do delito, pois possui pena mais branda. 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A. 
85. (FCC – 2014 – TRT18 – JUIZ) No crime de exercício arbitrário das próprias razões, a ação penal é 
a) sempre pública condicionada. 
b) privada, se não há emprego de violência. 
c) sempre privada. 
d) pública condicionada, se não há emprego de violência. 
e) sempre pública incondicionada. 
COMENTÁRIOS 
A ação penal, neste delito, em regra será pública incondicionada,salvo se não houver violência, pois neste 
caso a ação penal será privada: 
Exercício arbitrário das próprias razões 
Art. 345 - Fazer justiça pelas próprias mãos, para satisfazer pretensão, embora legítima, 
salvo quando a lei o permite: 
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa, além da pena correspondente à 
violência. 
Parágrafo único - Se não há emprego de violência, somente se procede mediante queixa. 
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Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B. 
86. (FCC – 2014 – CÂMARA MUNICIPAL-SP – PROCURADOR) A testemunha retratou-se de seu 
depoimento anteriormente mendaz, agora para declarar a verdade nos autos do processo, o que ela fez 
às vésperas do julgamento da apelação respectiva. Segundo o entendimento hoje dominante na doutrina 
brasileira, pode-se afirmar: 
a) É caso de perdão judicial. 
b) Não se extingue a punibilidade, nem cabe perdão judicial. 
c) Extingue-se a punibilidade. 
d) Extingue-se a punibilidade, salvo se o crime tiver sido praticado mediante suborno ou com o fim de obter 
prova destinada a produzir efeito em processo penal ou em processo civil em que for parte entidade da 
administração pública direta ou indireta. 
e) Ocorre perempção 
COMENTÁRIOS 
A retratação, aqui, não terá o condão de levar à extinção da punibilidade, pois foi realizada APÓS a sentença 
(pois se já está às vésperas do julgamento da apelação, isso significa que já houve sentença), nos termos do 
art. 342, §2º do CP. 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B. 
 
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 EXERCÍCIOS COMENTADOS
1. CEBRASPE (CESPE) - AJ 02 (TJ ES)/TJ ES/Judiciária/Direito/2023
Ava foi denunciada por ter oferecido vantagem econômica para que uma testemunha mentisse
em depoimento colhido em ação civil. Um servidor da vara criminal solicitou grande quantia em
dinheiro, alegando ser essa uma exigência do juiz para absolvê-la. O valor foi pago, entretanto
houve condenação. O juiz não tinha conhecimento do suborno.
A partir da situação hipotética apresentada, julgue o item a seguir, de acordo com as disposições
do Código Penal.
Quanto ao valor que foi pago ao servidor da vara criminal, a conduta de Ava é atípica.
COMENTÁRIOS
Item correto, pois o servidor que solicitou a quantia praticou o crime de exploração de prestígio,
tipificado no art. 357 do CP. Ava, porém, ao pagar a quantia que foi solicitada, não cometeu
crime algum, sendo, inclusive, vítima do crime de exploração de prestígio praticado pelo
servidor, já que foi enganada pelo mesmo, figurando na posição do que a doutrina chama de
“corruptora putativa”, ou seja, Ava acreditava estar atuando para corromper o Juiz, mas estava,
na verdade, sendo vítima de um “golpe” aplicado por aquele que solicitou o dinheiro. Assim, a
conduta de Ava é moralmente reprovável, mas não configura crime.
GABARITO: Correta
2. CEBRASPE (CESPE) - AJ 02 (TJ ES)/TJ ES/Judiciária/Direito/2023
Ava foi denunciada por ter oferecido vantagem econômica para que uma testemunha mentisse
em depoimento colhido em ação civil. Um servidor da vara criminal solicitou grande quantia em
dinheiro, alegando ser essa uma exigência do juiz para absolvê-la. O valor foi pago, entretanto
houve condenação. O juiz não tinha conhecimento do suborno.
A partir da situação hipotética apresentada, julgue o item a seguir, de acordo com as disposições
do Código Penal.
Ava não seria punida em relação ao depoimento falso ocorrido na ação civil se, antes da sentença
penal, houvesse declarado a verdade dos fatos.
COMENTÁRIOS
Item errado.
Primeiramente, a extinção da punibilidade em relação ao falso testemunho somente ocorre
quando o agente se retrata e declara a verdade antes da sentença no processo em que foi
praticado o crime de falso testemunho, ou seja, o autor do falso testemunho deveria se retratar
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antes da sentença no processo civil, o processo no qual prestou depoimento falso, nos termos do
art. 342, §2º do CP.
Em segundo lugar, Ava não praticou falso testemunho, e sim o crime de corrupção ativa de
testemunha, previsto no art. 343 do CP, para o qual não há previsão de extinção da punibilidade
pela retratação:
Art. 343. Dar, oferecer ou prometer dinheiro ou qualquer outra vantagem a
testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete, para fazer afirmação falsa,
negar ou calar a verdade em depoimento, perícia, cálculos, tradução ou
interpretação: (Redação dada pela Lei nº 10.268, de 28.8.2001)
Pena - reclusão, de três a quatro anos, e multa.(Redação dada pela Lei nº 10.268,
de 28.8.2001)
Parágrafo único. As penas aumentam-se de um sexto a um terço, se o crime é
cometido com o fim de obter prova destinada a produzir efeito em processo
penal ou em processo civil em que for parte entidade da administração pública
direta ou indireta. (Redação dada pela Lei nº 10.268, de 28.8.2001)
GABARITO: Errada
3. CEBRASPE (CESPE) - Proc (MP TCERJ)/TCE RJ/2023
Considerando os crimes contra a administração pública, julgue o item a seguir.
O gestor que promete vantagem a contador para que este apresente conclusões falsas em
perícia a ser juntada em processo em que for parte a administração pública comete o crime de
falso testemunho ou falsa perícia, em coautoria.
COMENTÁRIOS
Item errado, pois o agente nesse caso não pratica falso testemunho (art. 342 do CP), e sim o
crime de corrupção ativa específica, previsto no art. 343 do CP:
Art. 343. Dar, oferecer ou prometer dinheiro ou qualquer outra vantagem a
testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete, para fazer afirmação falsa,
negar ou calar a verdade em depoimento, perícia, cálculos, tradução ou
interpretação: (Redação dada pela Lei nº 10.268, de 28.8.2001)
Pena - reclusão, de três a quatro anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 10.268,
de 28.8.2001)
Parágrafo único. As penas aumentam-se de um sexto a um terço, se o crime é
cometido com o fim de obter prova destinada a produzir efeito em processo
penal ou em processo civil em que for parte entidade da administração pública
direta ou indireta. (Redação dada pela Lei nº 10.268, de 28.8.2001)
GABARITO: Errada
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4. CEBRASPE (CESPE) - AJ 02 (TJ ES)/TJ ES/Judiciária/Direito/2023
Ava foi denunciada por ter oferecido vantagem econômica para que uma testemunha mentisse
em depoimento colhido em ação civil. Um servidor da vara criminal solicitou grande quantia em
dinheiro, alegando ser essa uma exigência do juiz para absolvê-la. O valor foi pago, entretanto
houve condenação. O juiz não tinha conhecimento do suborno.
A partir da situação hipotética apresentada, julgue o item a seguir, de acordo com as disposições
do Código Penal.
A conduta do servidor configura o crime de exploração de prestígio, de ação penal pública
incondicionada, com causa de aumento de pena.
COMENTÁRIOS
Item correto, pois o servidor que solicitou a quantia praticou o crime de exploração de prestígio,
majorado em um terço, pois o agente alegou ou insinuou que o dinheiro também era destinado
ao Juiz, nos termos do art. 357, parágrafo único, do CP:
Exploração de prestígio
Art. 357 - Solicitar ou receber dinheiro ou qualquer outra utilidade, a pretexto de
influir em juiz, jurado, órgão do Ministério Público, funcionário de justiça, perito,
tradutor, intérprete ou testemunha:
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa.
Parágrafo único - As penas aumentam-se de um terço, se o agente alega ou
insinua que o dinheiro ou utilidade também se destina a qualquer das pessoas
referidas neste artigo.Ava, por sua vez, ao pagar a quantia que foi solicitada, não cometeu crime algum, sendo,
inclusive, vítima do crime de exploração de prestígio praticado pelo servidor, já que foi enganada
pelo mesmo, figurando na posição do que a doutrina chama de “corruptora putativa”, ou seja,
Ava acreditava estar atuando para corromper o Juiz, mas estava, na verdade, sendo vítima de um
“golpe” aplicado por aquele que solicitou o dinheiro.
GABARITO: Correta
5. (CESPE / 2022 / PCRO / AGENTE)
O indiciado por latrocínio que altera suas feições por cirurgia plástica para evitar ser
responsabilizado criminalmente não comete crime.
COMENTÁRIOS
Item errado, pois a conduta pode configurar o crime de fraude processual, previsto no art. 347
do CP:
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Art. 347 - Inovar artificiosamente, na pendência de processo civil ou
administrativo, o estado de lugar, de coisa ou de pessoa, com o fim de induzir a
erro o juiz ou o perito:
Pena - detenção, de três meses a dois anos, e multa.
GABARITO: ERRADA
6. (CESPE / 2022 / PCRO / AGENTE)
É isenta de pena a conduta da mãe do criminoso que, não sendo coautora ou receptadora, lhe
presta auxílio para tornar seguro o proveito do crime.
COMENTÁRIOS
Item errado, pois não há isenção de pena em relação ao crime praticado, que é o de
favorecimento real, previsto no art. 349 do CP. A isenção de pena pelo parentesco é prevista em
relação ao favorecimento pessoal, crime do art. 348, não sendo aplicável ao favorecimento real:
Favorecimento pessoal
Art. 348 - Auxiliar a subtrair-se à ação de autoridade pública autor de crime a que
é cominada pena de reclusão:
Pena - detenção, de um a seis meses, e multa.
§ 1º - Se ao crime não é cominada pena de reclusão:
Pena - detenção, de quinze dias a três meses, e multa.
§ 2º - Se quem presta o auxílio é ascendente, descendente, cônjuge ou irmão do
criminoso, fica isento de pena.
Favorecimento real
Art. 349 - Prestar a criminoso, fora dos casos de co-autoria ou de receptação,
auxílio destinado a tornar seguro o proveito do crime:
Pena - detenção, de um a seis meses, e multa.
GABARITO: ERRADA
7. (CESPE / 2022 / PCRO / AGENTE)
É atípica a conduta do indivíduo que assume perante a autoridade policial a prática de
contravenção penal cometida por outra pessoa.
COMENTÁRIOS
Item errado, pois tal conduta configura o crime de autoacusação falsa de crime, nos termos do
art. 341 do CP:
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Art. 341 - Acusar-se, perante a autoridade, de crime inexistente ou praticado por
outrem:
Pena - detenção, de três meses a dois anos, ou multa.
GABARITO: ERRADA
8. (CESPE / 2022 / PCRO / AGENTE)
Fernando praticou conduta criminosa contra a administração da justiça utilizando-se de nome
suposto, o que configura causa de aumento de pena nesse tipo penal. Da leitura dessa situação
conclui-se que Fernando praticou o crime de
A) denunciação caluniosa.
B) comunicação falsa de crime ou de contravenção penal.
C) reingresso de estrangeiro expulso.
D) patrocínio simultâneo ou tergiversação.
E) E coação no curso do processo.
COMENTÁRIOS
O agente, aqui, praticou o crime de denunciação caluniosa, previsto no art. 339 do CP, pois para
tal há aumento de pena de um sexto a um terço caso o agente se valha de anonimato ou de
nome falso:
Art. 339. Dar causa a ̀ instauração de inquérito policial, de procedimento
investigatório criminal, de processo judicial, de processo administrativo
disciplinar, de inquérito civil ou de ação de improbidade administrativa contra
alguém, imputando-lhe crime, infração ético-disciplinar ou ato ímprobo de que o
sabe inocente: (Redação dada pela Lei nº 14.110, de 2020)
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.
§ 1º - A pena é aumentada de sexta parte, se o agente se serve de anonimato ou
de nome suposto.
GABARITO: LETRA A
9. (CESPE / 2022 / PGDF / PROCURADOR)
O item a seguir, é apresentada uma situação hipotética seguida de uma assertiva a ser julgada
em relação a diversos tipos de crimes e espécies de penas aplicáveis. Julgue-o à luz da legislação
penal e do entendimento dos tribunais superiores.
Raquel encontrou Beatriz na rua, que lhe devia a quantia de R$ 1.000, e passou a exigir que esta
lhe entregasse o aparelho celular como pagamento da dívida. Na oportunidade, Raquel puxou o
braço de Beatriz e abriu a bolsa de sua devedora, que, todavia, conseguiu fugir do local
mantendo seu telefone celular. Nessa situação, Raquel praticou o crime de exercício arbitrário das
próprias razões na modalidade consumada.
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COMENTÁRIOS
Item correto, pois o crime em questão é o de exercício arbitrário das próprias razões, já que
Raquel não buscava uma vantagem indevida, mas sim satisfazer uma pretensão legítima (de
ressarcimento pela dívida), embora não tenha autorização legal para fazer o que fez (“fazer justiça
pelas próprias mãos”):
Exercício arbitrário das próprias razões
Art. 345 - Fazer justiça pelas próprias mãos, para satisfazer pretensão, embora
legítima, salvo quando a lei o permite:
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa, além da pena
correspondente à violência.
Trata-se de crime consumado, eis que é pacífico o entendimento no sentido de se tratar de crime
formal, consumando-se com a prática da conduta visando à satisfação da pretensão, ainda que o
agente não consiga alcançar seu intento:
1. Pela interpretação da elementar "para satisfazer", conclui-se ser suficiente,
para a consumação do delito do art. 345 do Código Penal, que os atos que
buscaram fazer justiça com as próprias mãos tenham visado obter a pretensão,
mas não é necessário que o Agente tenha conseguido efetivamente satisfazê-la,
por meio da conduta arbitrária. A satisfação, se ocorrer, constitui mero
exaurimento da conduta.
2. Por se tratar de crime formal, uma vez praticados todos os atos executórios,
consumou-se o delito, a despeito de o Recorrente não ter logrado êxito em sua
pretensão, que era a de pegar o celular de propriedade da vítima, a fim de
satisfazer dívida que esta possuía com ele.
3. Recurso especial desprovido.
(REsp n. 1.860.791/DF, relatora Ministra Laurita Vaz, Sexta Turma, julgado em
9/2/2021, DJe de 22/2/2021.)
GABARITO: CORRETA
10. (CESPE / 2022 / PCPB / ESCRIVÃO)
O carro de Pedro foi apreendido por força de mandado de busca e apreensão expedido por juízo
cível competente, para servir de garantia a uma dívida executada judicialmente. Conforme
ordenado, o veículo apreendido foi levado para o pátio aberto do DETRAN, onde deveria ficar
até ulterior decisão judicial que nomeasse a pessoa do diretor da referida instituição como
depositário. Contudo, inconformado com a apreensão do veículo, Pedro foi ao local e, utilizando
uma chave mestra, retirou-o de lá sem que os funcionários percebessem.
Nessa situação hipotética, Pedro praticou
A) crime de furto de coisa comum, previsto no art. 156 do CP, pois subtraiu o veículo de quem
legitimamente o detinha.
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B) uma forma especial do crime de exercício arbitrário das próprias razões, tipificado no art. 346
do CP, pois resolveu fazer justiça com as próprias mãos.
C) crime de desobediência a decisão judicial, previsto no art. 359 do CP, pois exerceu direito do
qual estava suspenso.
D) delito contra a administração da justiça, tipificado no art. 358 do CP, pois impediu arrematação
judicial.
E) crime de furto qualificado pelo emprego de chave falsa e pela destreza com que ludibriou os
funcionários do DETRAN.
COMENTÁRIOS
Nessa situação, Pedro praticou uma formaespecial do crime de exercício arbitrário das próprias
razões, tipificado no art. 346 do CP, pois resolveu fazer justiça com as próprias mãos, subtraindo
coisa própria, mas que se achava em poder de terceiro por determinação judicial ou convenção:
Art. 346 - Tirar, suprimir, destruir ou danificar coisa própria, que se acha em poder
de terceiro por determinação judicial ou convenção:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa.
GABARITO: LETRA B
11. (CESPE / 2022 / PCPB / ESCRIVÃO)
De acordo com o Código Penal brasileiro, a conduta de solicitar dinheiro a pretexto de influir em
ato praticado por perito judicial caracteriza o crime de
A) exploração de prestígio.
B) corrupção passiva.
C) corrupção ativa.
D) tráfico de influência.
E) advocacia administrativa.
COMENTÁRIOS
Tal conduta configura o crime de exploração de prestígio, tipificado no art. 357 do CP. Vejamos:
Art. 357 - Solicitar ou receber dinheiro ou qualquer outra utilidade, a pretexto de
influir em juiz, jurado, órgão do Ministério Público, funcionário de justiça, perito,
tradutor, intérprete ou testemunha:
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa.
Frise-se que, nos termos do § único do mesmo artigo, a pena será aumentada de um terço se o
agente alegar ou insinuar que o dinheiro ou utilidade também se destina ao perito.
GABARITO: LETRA A
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12. (CESPE / 2022 / SERES-PE / POLICIAL PENAL)
Aníbal praticou um furto e, no dia seguinte, pediu a Beto que guardasse o objeto subtraído,
porque Aníbal estava sendo procurado pela polícia. Um mês depois, Aníbal reencontrou Beto,
recuperou o objeto furtado e o levou consigo.
Nesse caso hipotético, Beto
A) foi partícipe de furto.
B) foi coautor de furto.
C) praticou favorecimento pessoal.
D) praticou favorecimento real.
E) praticou conduta atípica.
COMENTÁRIOS
O agente, aqui, praticou o crime de favorecimento real, previsto no art. 349 do CP:
Art. 349 - Prestar a criminoso, fora dos casos de co-autoria ou de receptação,
auxílio destinado a tornar seguro o proveito do crime:
Pena - detenção, de um a seis meses, e multa.
GABARITO: LETRA D
13. (CESPE / 2022 / PCPB / DELEGADO)
O filho de um tesoureiro furtou certa quantia em dinheiro da associação em que o pai trabalha. O
tesoureiro, sabendo do fato, atribuiu a autoria do delito ao faxineiro da associação após, por
insistência da diretoria, ter registrado a ocorrência policial e solicitado instauração do inquérito
policial. Considerando-se as informações apresentadas, é correto afirmar que, nesse caso, o
tesoureiro responderá por
A) calúnia.
B) favorecimento real.
C) falso testemunho.
D) comunicação falsa de crime.
E) denunciação caluniosa.
COMENTÁRIOS
O agente, aqui, praticou o crime de denunciação caluniosa, previsto no art. 339 do CP, por ter
atribuído a autoria de tal delito a uma pessoa sabidamente inocente:
Art. 339. Dar causa a ̀ instauração de inquérito policial, de procedimento
investigatório criminal, de processo judicial, de processo administrativo
disciplinar, de inquérito civil ou de ação de improbidade administrativa contra
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alguém, imputando-lhe crime, infração ético-disciplinar ou ato ímprobo de que o
sabe inocente: (Redação dada pela Lei nº 14.110, de 2020)
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.
GABARITO: LETRA E
14. (CESPE / 2021 / PF / DELEGADO)
Com relação aos crimes contra a fé pública, julgue o item que se segue.
O advogado de réu pode vir a responder pelo crime de falso testemunho, na hipótese de induzir
testemunha a prestar determinado depoimento.
COMENTÁRIOS
Item correto, pois apesar de o crime de falso testemunho ser considerado um crime de
mão-própria, ou seja, um crime que não admite delegação da execução (só pode ser praticado
direta e pessoalmente pela própria testemunha), é perfeitamente possível que uma terceira
pessoa seja partícipe do delito, induzindo, instigando ou auxiliando a testemunha a mentir em
Juízo.
Assim, caso o advogado induza a testemunha a prestar afirmação falsa em Juízo, deverá
responder pelo crime de falso testemunho, na qualidade de partícipe, nos termos do art. 342 c/c
art. 29 do CP.
GABARITO: CORRETA
15. (CESPE / 2020 / MPE-CE / ANALISTA)
Acerca dos princípios aplicáveis ao direito penal e das disposições gerais acerca dos crimes
contra o patrimônio, contra a dignidade sexual e contra a administração pública, julgue o item a
seguir.
No crime de favorecimento pessoal, a prestação de auxílio por irmão do criminoso configura
hipótese de redução de pena.
COMENTÁRIOS
Item errado, pois no crime de favorecimento pessoal, a prestação de auxílio por irmão do
criminoso configura hipótese de ISENÇÃO de pena, nos termos do art. 348, §2º do CP:
Art. 348 - Auxiliar a subtrair-se à ação de autoridade pública autor de crime a que
é cominada pena de reclusão:
Pena - detenção, de um a seis meses, e multa.
(...) § 2º - Se quem presta o auxílio é ascendente, descendente, cônjuge ou irmão
do criminoso, fica isento de pena.
GABARITO: ERRADA
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16. (CESPE – 2019 – TCE-RO – PROCURADOR)
Carlos, servidor público municipal, negou-se, após sua função ter sido alterada, a devolver um
notebook do município que lhe fora cedido em razão de seu cargo para realização de serviços
que não mais faria para a prefeitura. Na delegacia, Carlos informou falsamente à autoridade
policial que o aparelho havia sido furtado por alguém desconhecido. Durante a investigação
policial, verificou-se que o notebook era utilizado, na realidade, pela filha do servidor, para fins
particulares.
Considerando-se essa situação hipotética, a legislação penal vigente e o entendimento sumulado
do STJ, é correto afirmar que Carlos responderá por
A) peculato-furto e denunciação caluniosa.
B) peculato-desvio e falsa comunicação de crime.
C) peculato mediante erro de outrem e denunciação caluniosa.
D) fraude processual e falsa comunicação de crime.
E) favorecimento real e fraude processual.
COMENTÁRIOS
O agente, aqui, evidentemente praticou o crime de peculato, art. 312 do CP, na modalidade de
peculato-desvio, pois desviou o bem público em proveito alheio.
Especificamente em relação aos crimes contra a administração da Justiça, o agente praticou o
crime de comunicação falsa de crime ou contravenção, previsto no art. 340 do CP:
Comunicação falsa de crime ou de contravenção
Art. 340 - Provocar a ação de autoridade, comunicando-lhe a ocorrência de crime
ou de contravenção que sabe não se ter verificado:
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
O agente, aqui, apenas comunica a ocorrência de um crime que não ocorreu, sem, contudo,
imputar o fato a alguém que sabe ser inocente (o que configuraria o crime de denunciação
caluniosa).
GABARITO: LETRA B
17. (CESPE – 2018 – ABIN – AGENTE DE INTELIGÊNCIA) Acerca dos crimes contra a
administração pública, julgue o item a seguir.
Situação hipotética: Com o intuito de prejudicar a candidatura de Flávio, seu concorrente
eleitoral, Alberto procurou uma delegacia de polícia e imputou falsamente a Flávio os crimes de
corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Reduzida a termo essas declarações, a autoridade
policial instaurou inquérito policial para apurar os delitos. Assertiva: Nessa situação, Alberto
responderá pelo crime de fraude processual.
COMENTÁRIOS
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Item errado, pois o agente, nesse caso, praticou o delito de denunciação caluniosa, previsto no
art. 339 do CP, já que imputou falsamente a seu concorrente eleitorala prática de crimes que
sabia não terem sido por ele praticados. Como a questão é de 2018, o crime praticado é o de
denunciação caluniosa, do art. 339 do CP.
Todavia, vale frisar que atualmente, com a criação do art. 326-A no Código Eleitoral (criado pela
Lei 13.834/19), a conduta configura crime eleitoral:
Art. 326-A. Dar causa à instauração de investigação policial, de processo judicial,
de investigação administrativa, de inquérito civil ou ação de improbidade
administrativa, atribuindo a alguém a prática de crime ou ato infracional de que o
sabe inocente, com finalidade eleitoral:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos, e multa.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.
18. (CESPE – 2018 – ABIN – AGENTE DE INTELIGÊNCIA) Acerca dos crimes contra a
administração pública, julgue o item a seguir.
Situação hipotética: Gustavo, sabedor de um crime praticado por seu filho Cácio, procurou a
autoridade policial e assumiu a autoria do delito, com o objetivo de impedir que ele fosse
processado e condenado. Assertiva: Nessa situação, a conduta de Gustavo configura o tipo penal
de autoacusação falsa.
COMENTÁRIOS
Item correto, pois tal conduta, de fato, configura o crime de autoacusação falsa, previsto no art.
341 do CP:
Auto-acusação falsa
Art. 341 - Acusar-se, perante a autoridade, de crime inexistente ou praticado por
outrem:
Pena - detenção, de três meses a dois anos, ou multa.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA.
19. (CESPE – 2018 – PC-MA – ESCRIVÃO) Rui e Lino, irmãos, combinaram a prática de furto a
uma loja. Depois de subtraídos os bens, Pedro, pai de Rui e de Lino, foi procurado e permitiu,
em benefício dos filhos, a ocultação dos objetos furtados em sua residência por algum tempo,
porque eles estavam sendo investigados.
Nessa situação hipotética, a conduta de Pedro configura
a) receptação.
b) favorecimento real.
c) favorecimento pessoal.
d) hipótese de isenção de pena.
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e) furto.
COMENTÁRIOS
Neste caso, Pedro praticou o crime de favorecimento real, previsto no art. 349 do CP:
Favorecimento real
Art. 349 - Prestar a criminoso, fora dos casos de co-autoria ou de receptação,
auxílio destinado a tornar seguro o proveito do crime:
Pena - detenção, de um a seis meses, e multa.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
20. (CESPE – 2017 – TRF1 – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA) No que se refere
aos crimes contra a administração da justiça, julgue o item seguinte.
Situação hipotética: Jonas usou de grave ameaça contra perito com o objetivo de favorecer os
interesses da empresa onde trabalha, que está envolvida em contenda submetida ao juízo
arbitral. Assertiva: Nessa situação, o crime cometido por Jonas é tipificado como coação no curso
do processo.
COMENTÁRIOS
Item correto, pois esta é a exata previsão contida no art. 344 do CP, que criminaliza a conduta
daquele que “usar de violência ou grave ameaça, com o fim de favorecer interesse próprio ou
alheio, contra autoridade, parte, ou qualquer outra pessoa que funciona ou é chamada a intervir
em processo judicial, policial ou administrativo, ou em juízo arbitral”, tipificando-a como “coação
no curso do processo”.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA.
21. (CESPE – 2017 – TRF1 – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA) No que se refere
aos crimes contra a administração da justiça, julgue o item seguinte.
As condutas subornar testemunha, coagir no curso do processo e fraudar o processo, caso
tenham por escopo obter prova destinada a produzir efeito em processo penal, configuram
causas de aumento de pena.
COMENTÁRIOS
Item errado, pois apesar de tal circunstância ser causa de aumento de pena nos crimes dos arts.
343 e 347, não é causa de aumento de pena em relação ao crime de coação no curso do
processo (art. 344 do CP), motivo pelo qual a afirmativa está errada.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.
22. (CESPE – 2017 – TRF1 – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA) No que se refere
aos crimes contra a administração da justiça, julgue o item seguinte.
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O crime de suborno de testemunha só será consumado com a efetiva realização de depoimento
em juízo, no qual sejam feitas afirmações falsas ou seja negada ou silenciada a verdade.
COMENTÁRIOS
Item errado, pois se trata de crime formal, consumando-se com a mera prática da conduta, ou
seja, tal delito se consuma quando o agente dá, oferece ou promete o dinheiro ou qualquer
outra vantagem à testemunha.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.
23. (CESPE – 2017 – TRF1 – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA) No que se refere
aos crimes contra a administração da justiça, julgue o item seguinte.
O crime de fraude processual, que consiste na inovação artificiosa do estado de lugar, de coisa
ou de pessoa, com o objetivo de induzir o julgador a erro, tem incidência em demandas que
tramitam junto a juízo arbitral.
COMENTÁRIOS
Item errado, pois o tipo penal do art. 347 c/c seu § único, tipifica como fraude processual a
conduta daquele que inova, artificiosamente, na pendência de processo civil, penal (ou nas
etapas anteriores do processo penal) ou administrativo, o estado de lugar, de coisa ou de pessoa,
com o fim de induzir a erro o juiz ou o perito, não abarcando, portanto, o juízo arbitral.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.
24. (CESPE – 2017 – TRF1 – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA) O canadense
Michael, após cumprir pena no Brasil por tráfico internacional de drogas, teve decretada sua
expulsão do país. No entanto, quando foi determinada a execução da medida compulsória de
sua retirada, Michael não foi localizado, permanecendo no Brasil. No ano seguinte ao ato
executório, ele foi detido em região de fronteira, em território brasileiro, com mercadoria
nacional, destinada à exportação.
Com referência a essa situação hipotética, julgue o item a seguir.
Michael praticou o crime de reingresso de estrangeiro expulso: a sua permanência em território
nacional, de acordo com o Código Penal, é equiparada a reingresso.
COMENTÁRIOS
Item errado, pois o crime de reingresso de estrangeiro expulso não se verifica quando o agente,
uma vez expulso, deixa de sair do país, descumprindo o decreto de expulsão. Tal delito só se
verifica quando o agente, uma vez expulso, sai do Brasil e depois retorna, na forma do art. 338
do CP.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.
25. (CESPE – 2017 – TRF1 – ANALISTA JUDICIÁRIO – OFICIAL DE JUSTIÇA) Julgue o item
subsequente, relativo a crimes contra a administração pública.
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A distinção fundamental entre os tipos penais tráfico de influência e exploração de prestígio diz
respeito à pessoa sobre a qual recairá a suposta prática delitiva.
COMENTÁRIOS
Item correto, pois, de fato, a diferença fundamental entre os crimes dos arts. 332 e 357 do CP
reside na figura daquele que seria o suposto destinatário da influência exercida pelo infrator. No
crime de tráfico de influência este suposto destinatário da influência pode ser qualquer
funcionário público. Na exploração de prestígio somente aquelas figuras ali indicadas
(testemunha, juiz, membro do MP, etc.).
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA.
26. (CESPE – 2017 – TRF1 – ANALISTA JUDICIÁRIO – OFICIAL DE JUSTIÇA) Julgue o item
subsequente, relativo a crimes contra a administração pública.
Situação hipotética: Enquanto aguardava a audiência de custódia, um indivíduo preso em
flagrante pelo delito de tráfico internacional de drogas pediu para ir ao banheiro. Por descuido
dos agentes, quebrou uma janela e, mediante grave ameaça, conseguiu fugir. Assertiva: Nessa
situação, a evasão do preso é considerada atípica, pois ocorreu violência apenascontra a coisa.
COMENTÁRIOS
Item correto, pois esta é a exata previsão contida no art. 352 do CP, que exige que a conduta
seja praticada mediante violência contra a pessoa para que tenhamos o crime do art. 352 do CP.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA.
27. (CESPE – 2017 – TRF1 – ANALISTA JUDICIÁRIO – OFICIAL DE JUSTIÇA) Julgue o item
subsequente, relativo a crimes contra a administração pública.
O crime de tergiversação é caracterizado pela conduta do advogado que, após ter sido
dispensado por uma das partes, tiver assumido a defesa da parte contrária na mesma causa. A
sua consumação exige a prática de ato processual, não bastando a simples outorga de
procuração.
COMENTÁRIOS
Item correto, pois este é o entendimento doutrinário a respeito da consumação do crime de
tergiversação, no sentido de que é necessária a prática de qualquer ato pelo causídico, em
defesa da causa da parte contrária.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA.
28. (CESPE – 2017 – TRE-BA – ANALISTA – ÁREA ADMINISTRATIVA) Marcos estava sendo
acusado de roubo. Preocupado com o futuro de Marcos, que havia recentemente sido aprovado
em um concurso para a carreira policial, Carlos, pai de Marcos, comunicou à autoridade ser o
autor do roubo e assumiu, em juízo, a prática do crime.
Nessa situação hipotética, caso seja descoberta a mentira, Carlos responderá pela prática do
crime de
a) falso testemunho.
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b) fraude processual.
c) autoacusação falsa.
d) denunciação caluniosa.
e) comunicação falsa de crime.
COMENTÁRIOS
Neste caso, o agente praticou o crime de autoacusação falsa de crime, pois assumiu a prática de
crime que não fora por ele praticado, na forma do art. 341 do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
29. (CESPE – 2016 – TCE-PA – AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO) Julgue o próximo item,
de acordo com a jurisprudência e a legislação brasileira em vigor.
O delito de reingresso de estrangeiro expulso não é classificado como delito de mão-própria,
uma vez que admite participação.
COMENTÁRIOS
A despeito de se tratar de crime de mão-própria, nada impede que haja participação (ex.:
alguém auxilia o estrangeiro a entrar no Brasil, fornecendo-lhe transporte), desde que o partícipe
conheça sua condição de estrangeiro expulso, nos termos do art. 30 do CP.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.
30. (CESPE – 2016 – TRT 8 – OFICIAL DE JUSTIÇA – ADAPTADA) É atípica a conduta do
agente que faz justiça pelas próprias mãos sem o emprego de violência ou com o objetivo de
satisfazer pretensão legítima.
COMENTÁRIOS
Item errado, pois em ambos os casos a conduta será típica, configurando o crime do art. 345 do
CP.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.
31. (CESPE – 2016 – TRT 8 – OFICIAL DE JUSTIÇA – ADAPTADA) A configuração do crime de
exploração de prestígio depende de a conduta do agente incluir a alegação ou a insinuação de
que o dinheiro ou a utilidade também se destina ao juiz, jurado, órgão do Ministério Público,
funcionário de justiça, perito, tradutor, intérprete ou testemunha.
COMENTÁRIOS
Item errado, pois tal alegação ou insinuação não é indispensável à ocorrência do delito. Todavia,
se houve, funcionará como causa de aumento de pena, nos termos do art. 357, § único do CP.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.
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32. (CESPE – 2016 – TRT 8 – OFICIAL DE JUSTIÇA – ADAPTADA) O agente que acusa a si
mesmo, perante a autoridade, de ter cometido infração penal que não ocorreu pratica o crime
de comunicação falsa de crime.
COMENTÁRIOS
Item errado, pois o agente, neste caso, estará cometendo o crime de autoacusação falsa, nos
termos do art. 341 do CP, desde que essa infração penal seja um crime (não serve se for
contravenção penal).
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.
33. (CESPE – 2016 – TRT 8 – OFICIAL DE JUSTIÇA – ADAPTADA) Em se tratando do crime de
falso testemunho, o agente que se retrata ainda durante o processo no qual testemunhou faz jus
a causa de diminuição de pena.
COMENTÁRIOS
Item errado, pois se a retratação ocorrer antes da sentença, o agente terá sua punibilidade
extinta, e não mera causa de diminuição de pena, nos termos do art. 342, §2º do CP.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.
34. (CESPE – 2016 – TRT 8 – OFICIAL DE JUSTIÇA – ADAPTADA) É isento de pena, ainda que
pratique o crime de favorecimento pessoal, o ascendente, o descendente, o cônjuge ou o irmão
de criminoso que o auxilia a fugir da ação da autoridade policial.
COMENTÁRIOS
Item correto, pois tal causa pessoal de isenção de pena está prevista no art. 348, §2º do CP.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA.
35. (CESPE – 2016 - PC/PE – ESCRIVÃO DE POLÍCIA – ADAPTADA) O crime de denunciação
caluniosa consiste em dar causa à instauração de inquérito civil ou de ação de improbidade
administrativa contra alguém, imputando-se a esse alguém infração administrativa de que o sabe
inocente.
COMENTÁRIOS
Item errado, pois o crime de denunciação caluniosa ocorrerá quando o agente der causa à
instauração de inquérito policial, de procedimento investigatório criminal, de processo judicial,
de processo administrativo disciplinar, de inquérito civil ou de ação de improbidade
administrativa contra alguém, imputando-lhe crime (ou contravenção), infração ético-disciplinar
ou ato de improbidade de que o sabe inocente, nos termos do art. 339 e seu §2º do CP.
Art. 339. Dar causa a ̀ instauração de inquérito policial, de procedimento
investigatório criminal, de processo judicial, de processo administrativo
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disciplinar, de inquérito civil ou de ação de improbidade administrativa contra
alguém, imputando-lhe crime, infração ético-disciplinar ou ato ímprobo de que o
sabe inocente: (Redação dada pela Lei nº 14.110, de 2020)
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.
Perceba que a mera imputação falsa de infração administrativa não configura o delito do art. 339,
a menos que se trate de infração administrativa também tipificada como crime (ou contravenção),
ato de improbidade ou infração ético-disciplinar.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.
36. (CESPE – 2014 – MPE-AC – PROMOTOR – ADPATADA) De acordo com o entendimento
firmado pelo STJ, mostra-se imprescindível, para a configuração do delito de falso testemunho, o
compromisso de dizer a verdade.
COMENTÁRIOS
Item errado, pois o STJ entende que o “compromisso de dizer a verdade” não é requisito
exigido para a configuração do delito de falso testemunho, que pode ser praticado inclusive
pelas testemunhas não compromissadas (aquelas que não prestam compromisso de dizer a
verdade).
Portanto, A AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.
37. (CESPE – 2014 – MPE-AC – PROMOTOR – ADPATADA) Para a consumação do delito de
falso testemunho, é essencial que o depoimento falso seja determinante para o resultado do
processo.
COMENTÁRIOS
Item errado. O delito estará consumado com a simples declaração falsa/omissão da verdade
(desde que haja dolo nesse sentido, ou seja, dolo de enganar). É irrelevante se a declaração falsa
é ou não determinante para o resultado do processo, considerando-se mero exaurimento, já que
o delito já se consumou.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.
38. (CESPE – 2015 – TCU – PROCURADOR - ADAPTADA) O tipo penal consistente em
ordenar despesa não autorizada por lei configura crime material, o qual vem a consumar-se com
o efetivo pagamento da despesa ordenada.
COMENTÁRIOS
Item errado. Tal delito é considerado FORMAL, ou seja, considera-se consumado com a mera
prática da conduta, sendo desnecessário, para fins de consumação do delito, que haja o efetivo
pagamento da despesa ordenada.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.
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39. (CESPE – 2013 – TJ-BA – TITULAR NOTARIAL - ADAPTADA) Não cometerá crime a
testemunha que fizer afirmação falsa no âmbito de processo administrativo.
COMENTÁRIOS
Item errado, pois o delito de falso testemunho, previsto no art. 342 do CP, configura-se também
quando a conduta é praticada no bojo de processo administrativo, e não apenas em processo
judicial:
Falso testemunho ou falsa perícia
Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como testemunha,
perito, contador, tradutor ou intérprete em processo judicial, ou administrativo,
inquérito policial, ou em juízo arbitral: (Redação dada pela Lei nº 10.268, de
28.8.2001)
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº
12.850, de 2013) (Vigência)
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.
40. (CESPE – 2013 – MPE-RO – PROMOTOR DE JUSTIÇA – ADPATADA) Para a configuração
do crime de favorecimento real, a pessoa a quem o agente auxiliar já deverá ter consumado o
crime anterior, sendo-lhe assegurada a fuga.
COMENTÁRIOS
Item errado. De fato, para a ocorrência do favorecimento real é necessário que o agente já tenha
consumado o crime anterior. Contudo, o favorecimento real não tem a finalidade de assegurar a
fuga do infrator, mas assegurar o proveito da infração. O delito que tem a finalidade de assegurar
a fuga é o favorecimento PESSOAL, nos termos dos arts. 348 e 349 do CP:
Favorecimento pessoal
Art. 348 - Auxiliar a subtrair-se à ação de autoridade pública autor de crime a que
é cominada pena de reclusão:
Pena - detenção, de um a seis meses, e multa.
§ 1º - Se ao crime não é cominada pena de reclusão:
Pena - detenção, de quinze dias a três meses, e multa.
§ 2º - Se quem presta o auxílio é ascendente, descendente, cônjuge ou irmão do
criminoso, fica isento de pena.
Favorecimento real
Art. 349 - Prestar a criminoso, fora dos casos de co-autoria ou de receptação,
auxílio destinado a tornar seguro o proveito do crime:
Pena - detenção, de um a seis meses, e multa.
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Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.
41. (CESPE – 2013 – TJ-RR – TITULAR NOTARIAL – ADAPTADA) O crime de falso testemunho
ou falsa perícia somente se configura se for praticado em processo judicial criminal.
COMENTÁRIOS
Item errado, pois tal delito se configura também quando o agente pratica a conduta em processo
judicial de natureza não criminal, processo administrativo, inquérito policial, ou até mesmo em
juízo arbitral, nos termos do art. 342 do CP:
Falso testemunho ou falsa perícia
Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como testemunha,
perito, contador, tradutor ou intérprete em processo judicial, ou administrativo,
inquérito policial, ou em juízo arbitral: (Redação dada pela Lei nº 10.268, de
28.8.2001)
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº
12.850, de 2013) (Vigência)
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.
42. (CESPE – 2013 – TRT5°REGIÃO – JUIZ DO TRABALHO - ADAPTADA) O indivíduo que
emprestar motocicleta de sua propriedade para que o irmão cometa o crime de furto em uma
agência bancária, de modo a auxiliá-lo na fuga, será beneficiado, na ação penal movida por
favorecimento pessoal, com a isenção de pena, não respondendo, portanto, por sua conduta.
COMENTÁRIOS
Item errado. Se o auxílio é prestado PARA a prática do delito (ainda que para a fuga posterior),
ou seja, se o auxílio é ANTERIOR à realização do delito, não se pode falar em favorecimento
pessoal. Neste caso o agente responde como partícipe do crime que será praticado, por ter
prestado auxílio material.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.
43. (CESPE – 2013 – DPE-ES – DEFENSOR PÚBLICO) Em se tratando de crime de falso
testemunho, o fato deixa de ser punível caso, antes do trânsito em julgado da sentença, a
testemunha se retrate ou declare a verdade para o juiz da causa.
COMENTÁRIOS
Item errado. O marco temporal para que o agente tenha sua punibilidade extinta em razão da
retratação é a sentença de primeira instância, e não o trânsito em julgado, nos termos do art.
342, §2º do CP:
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==1365fc==
Art. 342 (...) § 2º O fato deixa de ser punível se, antes da sentença no processo
em que ocorreu o ilícito, o agente se retrata ou declara a verdade. (Redação dada
pela Lei nº 10.268, de 28.8.2001)
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.
44. (CESPE - 2011 - PC-ES - PERITO PAPILOSCÓPICO - ESPECÍFICOS) A retratação do
agente, ou a decisão de falar a verdade, terá o efeito penal de impossibilitar a punição, se
realizada a qualquer tempo antes da sentença condenatória no processo penal por falso
testemunho ao qual o agente responderá em razão de seu(s) testemunhos(s) falso(s).
COMENTÁRIOS
A retratação do agente só tem o condão de extinguir a punibilidade quando realizada NO BOJO
DO PROCESSO em que ocorreu o falso testemunho, e não no processo em que o agente
responde pelo falso testemunho! Cuidado com a pegadinha!
Além disso, em qualquer caso, a retratação (ou decisão de falar a verdade) deve ocorrer ANTES
DA SENTENÇA PENAL CONDENATÓRIA (e nisso a questão está correta).
Assim, a afirmativa está errada.
45. (CESPE - 2011 - PC-ES - PERITO PAPILOSCÓPICO - ESPECÍFICOS) Se Jair, em vez de
apenas pedir e induzir, tivesse oferecido a Lino quantia em dinheiro para que este prestasse seus
depoimentos falsos, e este tivesse aceito, responderiam ambos também por crimes de
corrupção ativa e passiva. Contudo, nada se alteraria em relação às imputações por falso
testemunho narradas, uma vez que o dano à administração da justiça e à administração pública é
o mesmo, independentemente da razão que tenha levado ao depoimento mentiroso.
COMENTÁRIOS
Se Jair oferecer a Lino para que este preste testemunho falso, responderá por crime de
corrupção ativa de testemunha, previsto no art. 343 do CP. Vejamos:
Art. 343. Dar, oferecer ou prometer dinheiro ou qualquer outra vantagem a
testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete, para fazer afirmação falsa,
negar ou calar a verdade em depoimento, perícia, cálculos, tradução ou
interpretação: (Redação dada pela Lei nº 10.268, de 28.8.2001)
Caso Lino aceitasse a vantagem oferecida, responderia por crime de falso testemunho
circunstanciado (pena aumentada), nos termos do art. 342, § 1° do CP.
Assim, A AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.
46. (CESPE - 2011 - PC-ES - PERITO PAPILOSCÓPICO - ESPECÍFICOS) Há crime de falso
testemunho, ainda que não faça o agente qualquer declaração falsa, se acaso omitir-se em dizer
a verdade sobre fato que conhece, juridicamente relevante para o caso, e sobre o qual seja
perguntado.
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COMENTÁRIOS
A conduta proibida no tipo de falso testemunho (tipo objetivo) engloba, dentre outras, a
conduta de calar a verdade, nos termos do art. 342 do CP. Vejamos:
Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como testemunha,
perito, contador, tradutor ou intérprete em processo judicial, ou administrativo,
inquérito policial, ou em juízo arbitral: (Redação dada pela Lei nº 10.268, de
28.8.2001)
Assim, A AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA.
47. (CESPE - 2011 - PC-ES - ESCRIVÃO DE POLÍCIA - ESPECÍFICOS) Frederico, na condição
de advogado constituído por um investigado, recebeu das mãos do escrivão da delegacia os
autos do inquérito policial para exame e, ao final da consulta, deixou de restituí-los ao cartório
da delegacia, levando-os consigo, sem autorização para tanto. Nessa situação, caracterizou-se o
crime de sonegação de papel ou objeto de valor probatório.
COMENTÁRIOSA questão é polêmica. A Doutrina diverge quanto à consumação do delito. Parte entende que é
necessário que o agente, embora intimado judicialmente, não devolva os autos. Outra parte,
minoritária, entende que basta a retirada dos autos sem autorização ou a resistência em
entregá-los para que se caracterize o crime. A Banca acabou por adotar esta última posição.
Assim, A AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA.
48. (CESPE - 2011 - STM - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA - ESPECÍFICOS) Nos
crimes de favorecimento pessoal e real, caso o sujeito ativo seja ascendente ou descendente do
criminoso, fica isento de pena.
COMENTÁRIOS
No crime de favorecimento pessoal, o § 2° do art. 348 do CP estabelece que se o auxílio é
prestado por ascendente, descendente, cônjuge ou irmão, este fica isento de pena. Vejamos:
Art. 348 - Auxiliar a subtrair-se à ação de autoridade pública autor de crime a que
é cominada pena de reclusão:
Pena - detenção, de um a seis meses, e multa.
(...)
§ 2º - Se quem presta o auxílio é ascendente, descendente, cônjuge ou irmão do
criminoso, fica isento de pena.
Já no crime de favorecimento real, não há essa permissão. Praticando o crime uma destas
pessoas, não ficará isenta de pena, por ausência de previsão legal.
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Assim, A AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.
49. (CESPE - 2009 - DETRAN-DF - ANALISTA - ADVOCACIA) Caso assumisse a autoria do
atropelamento, o pai de João cometeria denunciação caluniosa, crime de ação penal pública
condicionada a representação, por dar causa à instauração de investigação policial sabendo-se
inocente.
COMENTÁRIOS
Quando alguém assume a autoria de um delito que não cometera, pratica o delito de
autoacusação falsa, previsto no art. 341 do CP. In verbis:
Art. 341 - Acusar-se, perante a autoridade, de crime inexistente ou praticado por
outrem:
Pena - detenção, de três meses a dois anos, ou multa.
Assim, A AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.
50. (CESPE - 2009 - DETRAN-DF - ANALISTA - ADVOCACIA) O pai de João praticou o crime
de favorecimento pessoal, na medida em que modificou, de maneira tendenciosa, o lugar do
crime, no intuito de induzir o perito em erro para favorecer o filho.
COMENTÁRIOS
Embora não haja o texto da questão, podemos resolvê-la tranquilamente. Aquele que inova
(modifica) o lugar do crime, com o intuito de induzir o perito a erro, de forma a favorecer
alguém, não comete o crime de favorecimento pessoal (que se caracteriza por auxiliar alguém a
se furtar das autoridades policias), mas pratica o crime de fraude processual, previsto no art. 347
do CP:
Art. 347 - Inovar artificiosamente, na pendência de processo civil ou
administrativo, o estado de lugar, de coisa ou de pessoa, com o fim de induzir a
erro o juiz ou o perito:
Pena - detenção, de três meses a dois anos, e multa.
Assim, A AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.
51. (CESPE – 2010 – TRT/1 – JUIZ DO TRABALHO – ADAPTADA) Aquele que provoca a ação
de autoridade, comunicando-lhe a ocorrência de simples contravenção penal que sabe não se
ter verificado, não comete crime contra a administração da justiça.
COMENTÁRIOS
Item errado, pois comete o crime de comunicação falsa de crime ou contravenção, previsto no
art. 340 do CP, que é um crime contra a administração da Justiça.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.
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52. (CESPE – 2010 – TRT/1 – JUIZ DO TRABALHO – ADAPTADA) Aquele que facilita a
entrada de aparelho telefônico de comunicação móvel, de rádio ou similar, sem autorização
legal, em estabelecimento prisional comete crime contra a administração da justiça.
COMENTÁRIOS
Item correto, pois, de fato, quem pratica esta conduta incorre nas penas do art. 349-A do CP, que
se trata de um crime contra a administração da Justiça.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA.
53. (CESPE – 2010 – TRT/1 – JUIZ DO TRABALHO – ADAPTADA) A respeito do delito de falso
testemunho, o Código Penal adotou, em relação à falsidade, a teoria objetiva, segundo a qual o
delito se consuma com a mera divergência entre o fato narrado e a realidade dos fatos.
COMENTÁRIOS
Item errado, pois, na verdade, adotou-se a teoria subjetiva, de forma que é necessário que além
da divergência entre o testemunho e os fatos reais, tenha havido a vontade de prejudicar a
elucidação dos fatos.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.
54. (CESPE – 2010 – TRT/1 – JUIZ DO TRABALHO – ADAPTADA) A fraude processual é crime
comum e material, exigindo-se, para a sua consumação, que o juiz ou o perito tenham sido
efetivamente induzidos a erro, não podendo ser cometido por pessoa que não tenha interesse
no processo.
COMENTÁRIOS
Item errado, pois este delito, previsto no art. 347 do CP, é FORMAL, e se consuma com a prática
da conduta, ainda que o Juiz ou perito não sejam efetivamente enganados, e trata-se de crime
comum, podendo ser cometido por qualquer pessoa.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.
55. (CESPE – 2010 – TRE/BA – ANALISTA JUDICIÁRIO) Francisco, renomado advogado
eleitoral, em audiência, induziu a testemunha José a fazer afirmação falsa em processo judicial,
instruindo-o a prestar depoimento inverídico, com o fim de obter prova destinada a produzir
efeito em ação penal em curso.
Com base nessa situação hipotética, julgue os itens que se seguem.
Segundo os tribunais superiores, não se admite a participação de Francisco no crime de falso
testemunho, por se tratar de crime de mão própria, isto é, somente José pode ser seu sujeito
ativo.
COMENTÁRIOS
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O item está errado, pois os Tribunais Superiores firmaram entendimento no sentido de que a
participação do advogado no crime de falso testemunho é possível, quando este induz a
testemunha a prestar o falso testemunho, pois haveria participação moral no delito (induzimento
ou instigação a praticar o crime).
Vejamos:
EMENTA: Recurso ordinário. Habeas corpus. Falso testemunho (art. 342 do CP).
Alegação de atipicidade da conduta, consistente em depoimento falso sem
potencialidade lesiva. Aferição que depende do cotejo entre o teor do
depoimento e os fundamentos da sentença. Exame de matéria probatória,
inviável no âmbito estreito do writ. Coautoria. Participação. Advogado que instrui
testemunha a prestar depoimento inverídico nos autos de reclamação trabalhista.
Conduta que contribuiu moralmente para o crime, fazendo nascer no agente a
vontade delitiva. Art. 29 do CP. Possibilidade de coautoria. Relevância do objeto
jurídico tutelado pelo art. 342 do CP: a administração da justiça, no tocante à
veracidade das provas e ao prestígio e seriedade da sua coleta. Relevância
robustecida quando o partícipe é advogado, figura indispensável à administração
da justiça (art. 133 da CF). Circunstâncias que afastam o entendimento de que o
partícipe só responde pelo crime do art. 343 do CP. Recurso ordinário improvido.
(RHC 81327, Relator(a):  Min. ELLEN GRACIE, Primeira Turma, julgado em
11/12/2001, DJ 05-04-2002 PP-00059 EMENT VOL-02063-01 PP-00196) 
Desta forma, fica claro que o STF admite a participação no crime de falso testemunho.
Portanto, a afirmativa está ERRADA.
56. (CESPE – 2012 – PF – AGENTE) Juan, cidadão espanhol, que havia sido expulso do Brasil
após cumprimento de pena por tráfico internacional de drogas, retornou ao país, sem
autorização de autoridade competente, para visitar sua companheira e seu filho, nascido no
curso do cumprimento da pena. Nessa situação, para que o simples reingresso de Juan ao Brasil
configurasse crime, seria necessário que ele praticasse nova infração, de natureza dolosa, em
território nacional.
COMENTÁRIOS
A afirmativa está errada, pois a conduta de Juan, por si só, já caracteriza o delito de “reingresso
de estrangeiroexpulso”, previsto no art. 338 do CP, que se consuma com a mera entrada do
agente no território nacional, depois de ter sido expulso. Vejamos:
Reingresso de estrangeiro expulso
Art. 338 - Reingressar no território nacional o estrangeiro que dele foi expulso:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, sem prejuízo de nova expulsão após o
cumprimento da pena.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.
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57. (CESPE - 2013 - TJ-DF - ANALISTA JUDICIÁRIO - OFICIAL DE JUSTIÇA AVALIADOR)
Considere a seguinte situação hipotética.
Maurício, advogado regularmente inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil, deixou de restituir
autos de processo, recebidos em carga, na qualidade de advogado da parte ré.
Depois da regular intimação pessoal para a restituição dos autos e do decurso do prazo
estabelecido para tanto, Maurício quedou-se inerte e, somente após comunicação do juízo ao
órgão do Ministério Público, antes do oferecimento da denúncia, entregou os autos na secretaria
da vara.
Nessa situação hipotética, consumou-se o crime de sonegação de papel ou objeto de valor
probatório, previsto no Código Penal.
COMENTÁRIOS
O item está correto, pois a conduta de Maurício se amolda perfeitamente ao tipo penal previsto
no art. 356 do CP, que configura o delito apontado pela questão:
Art. 356 - Inutilizar, total ou parcialmente, ou deixar de restituir autos, documento
ou objeto de valor probatório, que recebeu na qualidade de advogado ou
procurador:
Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa.
Segundo a Doutrina majoritária, o referido crime se consuma (na modalidade de “deixar de
restituir autos”) quando o agente, mesmo após intimado, não devolve os autos judiciais no prazo
estabelecido pelo Juiz.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA.
58. (CESPE – 2016 – TCE-PA – AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO) Com base no Código
Penal e na jurisprudência dos tribunais superiores, julgue o item a seguir, a respeito dos crimes
contra a administração pública.
O crime de ordenação de despesa não autorizada é de natureza material, consumando-se no
momento em que a despesa é efetuada.
COMENTÁRIOS
Em relação a tal delito, a consumação com a ordenação da despesa, ainda que esta não venha a
ser realizada ou ainda que não haja qualquer prejuízo aos cofres públicos, sendo, portanto, crime
FORMAL, de acordo com a maioria da Doutrina.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.
59. (CESPE – 2016 – TCE-PA – AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO) Com base no Código
Penal e na jurisprudência dos tribunais superiores, julgue o item a seguir, a respeito dos crimes
contra a administração pública.
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O agente público que ordena despesa sem o conhecimento de que tal despesa não era
autorizada por lei incide em erro de proibição.
COMENTÁRIOS
Item errado, pois o conhecimento de que a despesa não era autorizada é elemento do TIPO
(elemento normativo do tipo), de forma que se o agente incide em erro sobre tal elemento estará
incidindo em erro de TIPO, não em erro de proibição.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.
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 EXERCÍCIOS COMENTADOS
1. FGV - JT (CSJT)/CSJT/2023
Maia, ao ser despedida por sua empregadora Asterope, ajuizou uma ação trabalhista em face
dela e requereu o pagamento de horas extras e de adicional de insalubridade. Celeno foi
nomeada como perita do juízo para verificar a existência de insalubridade e Alcíone depôs como
testemunha da ré na audiência de instrução. Considerando o disposto no Código Penal, analise
as afirmativas a seguir.
I. Se Alcíone sabe que Maia realizava horas extras, mas nega conscientemente a verdade em seu
depoimento na audiência de instrução, configura-se o crime de falso testemunho, punido com a
pena de reclusão, de dois a quatro anos, e multa.
II. Se Alcíone se retrata na ação trabalhista antes da sentença, o fato deixa de ser punível.
III. Se Asterope oferece dinheiro para que Celeno afirme falsamente no laudo pericial que Maia
não trabalhava em condições insalubres, configura-se crime punido com reclusão, de três a
quatro anos, e multa.
IV. Se Celeno aceita o suborno de Asterope e afirma falsamente no laudo pericial entregue no
processo que Maia não trabalhava em condições insalubres, configura-se o crime de falsa perícia,
com causa de aumento de pena de um sexto a um terço.
Está correto o que se afirma em:
a) somente I e II;
b) somente II e IV;
c) somente I, II e III;
d) somente I, III e IV;
e) I, II, III e IV.
COMENTÁRIOS
I. CORRETA: Item correto, pois se Alcíone sabe que Maia realizava horas extras, mas nega
conscientemente a verdade em seu depoimento na audiência de instrução, configura-se o crime
de falso testemunho, punido com a pena de reclusão, de dois a quatro anos, e multa, nos termos
do art. 342 do CP.
II. CORRETA: Item correto, pois se Alcíone se retrata na ação trabalhista antes da sentença, o fato
deixa de ser punível, já que no falso testemunho a retratação antes da sentença (no próprio
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processo em que praticado o crime) gera extinção da punibilidade, nos termos do art. 342, §2º
do CP.
III. CORRETA: Item correto, pois se Asterope oferece dinheiro para que Celeno afirme falsamente
no laudo pericial que Maia não trabalhava em condições insalubres, configura-se crime punido
com reclusão, de três a quatro anos, e multa, que é o crime de corrupção ativa específica,
tipificado no art. 343 do CP:
Art. 343. Dar, oferecer ou prometer dinheiro ou qualquer outra vantagem a
testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete, para fazer afirmação falsa,
negar ou calar a verdade em depoimento, perícia, cálculos, tradução ou
interpretação: (Redação dada pela Lei nº 10.268, de 28.8.2001)
Pena - reclusão, de três a quatro anos, e multa.(Redação dada pela Lei nº 10.268,
de 28.8.2001)
IV. CORRETA: Item correto, pois se Celeno aceita o suborno de Asterope e afirma falsamente no
laudo pericial entregue no processo que Maia não trabalhava em condições insalubres,
configura-se o crime de falsa perícia, com causa de aumento de pena de um sexto a um terço,
nos termos do art. 342, §1º do CP:
Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como testemunha,
perito, contador, tradutor ou intérprete em processo judicial, ou administrativo,
inquérito policial, ou em juízo arbitral: (Redação dada pela Lei nº 10.268, de
28.8.2001)
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. (Redação dada pela Lei
nº 12.850, de 2013) (Vigência)
§ 1o As penas aumentam-se de um sexto a um terço, se o crime é praticado
mediante suborno ou se cometido com o fim de obter prova destinada a produzir
efeito em processo penal, ou em processo civil em que for parte entidade da
administração pública direta ou indireta.(Redação dada pela Lei nº 10.268, de
28.8.2001)
GABARITO: LETRA E
2. FGV - Of Prom (MPE SP)/MPE SP/2023
As opções a seguir apresentam hipóteses de coação no curso do processo, à exceção de uma.
Assinale-a.
a) João, a fim de preservar seu filho Luiz, réu em processo criminal, proferiu ameaças contra Ana,
testemunha arrolada pela acusação, para que esta deixasse de prestar depoimento.
b) Carlos, para garantir interesse próprio, valeu-se de ardil para enganar o oficial de justiça, e,
assim, evitar a conclusão do ato judicial de penhora ordenado em seu desfavor.
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c) Antônio, no curso de procedimento de arbitragemem que não é parte, proferiu ameaças em
desfavor do filho de um dos árbitros do procedimento, a fim de garantir de vantagem em favor
de seu amigo Paulo.
d) André agrediu Mauro, servidor público do MPSP, com vistas a evitar a sua intimação para ser
ouvido no curso de inquérito civil em tramitação no âmbito da Promotoria de Justiça local.
e) Enéas, visando frustrar execução de título judicial contra si, proferiu ameaças contra Pedro, o
avaliador, visando impedir a conclusão da avaliação dos bens destinados ao leilão.
COMENTÁRIOS
O crime de coação no curso do processo está tipificado no art. 344 do CP:
Coação no curso do processo
Art. 344 - Usar de violência ou grave ameaça, com o fim de favorecer interesse
próprio ou alheio, contra autoridade, parte, ou qualquer outra pessoa que
funciona ou é chamada a intervir em processo judicial, policial ou administrativo,
ou em juízo arbitral:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa, além da pena correspondente à
violência.
Parágrafo único. A pena aumenta-se de 1/3 (um terço) até a metade se o
processo envolver crime contra a dignidade sexual. (Incluído pela Lei nº
14.245, de 2021)
Nesse caso, a Letra B definitivamente não corresponde a uma conduta que possa se amoldar ao
tipo penal do crime de coação no curso do processo, pois este se verifica quando o agente usa
de violência ou grave ameaça, com o fim de favorecer interesse próprio ou alheio, contra
autoridade, parte, ou qualquer outra pessoa que funciona ou é chamada a intervir em processo
judicial, policial ou administrativo, ou em juízo arbitral. No caso da letra B, o agente apenas usou
de um expediente ardiloso (enganoso), fraudulento, para enganar o Oficial de Justiça.
As demais alternativas mencionam situações em que o agente emprega violência ou ameaça
contra alguém que atua em processo judicial, policial ou administrativo, ou em juízo arbitral, com
o fim de favorecer interesse próprio ou alheio. Friso, porém, que a Letra D também poderia
configurar o crime de resistência, a depender da finalidade do agente (se seria apenas impedir a
execução daquele ato específico ou obter efetivamente alguma vantagem para si ou para outrem
no processo como um todo).
GABARITO: LETRA B
3. FGV - Of Prom (MPE SP)/MPE SP/2023
As opções a seguir apresentam hipóteses de crime contra a Administração da Justiça, à exceção
de uma. Assinale-a.
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a) Mário, gerente de instituição financeira, recebeu ordem judicial de prestação de informações
sobre correntista, deliberadamente descumprida.
b) Marcos, suspeito de homicídio, alterou a posição do cadáver para induzir em erro a atividade
de polícia técnico-científica.
c) Marcelo, funcionário do Ministério Público, solicitou dinheiro de parte em processo criminal,
sob pretexto de influir em manifestação do órgão.
d) Messias induziu em erro um concorrente, mediante fraude, com intuito de obter vantagem em
arrematação judicial.
e) Moisés continuou a exercer a atividade empresarial de que foi afastado por decisão judicial,
mesmo após devidamente intimado da decisão respectiva.
COMENTÁRIOS
Nesse caso, apenas a letra A traz uma conduta que não corresponde a um crime contra a
administração da Justiça, sendo um crime praticado por particular contra a administração em
geral, mais precisamente o crime de desobediência, tipificado no art. 330 do CP:
Art. 330 - Desobedecer a ordem legal de funcionário público:
Pena - detenção, de quinze dias a seis meses, e multa.
Os demais praticaram crimes contra a administração da Justiça (art. 338 a 359 do CP). Vejamos:
Marcos praticou crime de fraude processual, art. 347 do CP.
Marcelo praticou crime de exploração de prestígio, art. 357 do CP.
Messias praticou crime de violência ou fraude em arrematação judicial, art. 358 do CP.
Moisés praticou crime de desobediência a decisão judicial sobre perda ou suspensão de direito,
art. 359 do CP.
GABARITO: LETRA A
4. FGV - JL (TJ BA)/TJ BA/2023
João, com o objetivo precípuo de prejudicar o seu desafeto, comunicou o delegado de polícia
que Tício teria estuprado Petônia, muito embora soubesse ser ele inocente. A autoridade policial,
tomando ciência dos fatos, deflagrou inquérito policial para fins de apuração.
Nesse cenário, considerando as disposições do Código Penal, João responderá pelo crime de:
a) comunicação falsa de crime;
b) denunciação caluniosa;
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c) difamação;
d) calúnia;
e) injúria.
COMENTÁRIOS
Nesse caso, João responderá pelo crime de denunciação caluniosa, previsto no art. 339 do CP:
Art. 339. Dar causa a ̀ instauração de inquérito policial, de procedimento
investigatório criminal, de processo judicial, de processo administrativo
disciplinar, de inquérito civil ou de ação de improbidade administrativa contra
alguém, imputando-lhe crime, infração ético-disciplinar ou ato ímprobo de que o
sabe inocente: (Redação dada pela Lei nº 14.110, de 2020)
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.
GABARITO: LETRA B
5. FGV - Of Prom (MPE SP)/MPE SP/2023-ADAPTADA
A pena do delito de coação no curso do processo é aumentada de 1/3 se o processo versar
sobre crimes contra a vida.
COMENTÁRIOS
Item errado, pois a pena relativa ao crime de coação no curso do processo será aumentada de
1/3 (um terço) até a metade se o processo envolver crime contra a dignidade sexual, nos termos
do art. 344, parágrafo único, do CP.
GABARITO: Errada
6. (FGV/2023/MPE-SP)
As opções a seguir apresentam hipóteses de crime contra a Administração da Justiça, à exceção
de uma. Assinale-a.
(A) Mário, gerente de instituição financeira, recebeu ordem judicial de prestação de informações
sobre correntista, deliberadamente descumprida.
(B) Marcos, suspeito de homicídio, alterou a posição do cadáver para induzir em erro a atividade
de polícia técnico-científica.
(C) Marcelo, funcionário do Ministério Público, solicitou dinheiro de parte em processo criminal,
sob pretexto de influir em manifestação do órgão.
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(D) Messias induziu em erro um concorrente, mediante fraude, com intuito de obter vantagem em
arrematação judicial.
(E) Moisés continuou a exercer a atividade empresarial de que foi afastado por decisão judicial,
mesmo após devidamente intimado da decisão respectiva.
COMENTÁRIOS
Nesse caso, apenas a letra A traz uma conduta que não corresponde a um crime contra a
administração da Justiça, sendo um crime praticado por particular contra a administração em
geral, mais precisamente o crime de desobediência, tipificado no art. 330 do CP:
Art. 330 - Desobedecer a ordem legal de funcionário público:
Pena - detenção, de quinze dias a seis meses, e multa.
As demais alternativas apresentam condutas que podem se amoldar a crimes contra a
administração da Justiça:
LETRA B – Fraude processual, art. 347 do CP.
LETRA C – Exploração de prestígio, art. 357 do CP.
LETRA D – Violência ou fraude em arrematação judicial, art. 358 do CP.
LETRA E – Desobediência a decisão judicial sobre perda ou suspensão de direito, art. 359 do CP.
GABARITO: Letra A
7. (FGV/2023/MPE-SP)
As opções a seguir apresentam hipóteses de coação no curso do processo, à exceção de uma.
Assinale-a.
(A) João, a fim de preservar seu filho Luiz, réu em processo criminal, proferiu ameaças contra Ana,
testemunha arrolada pela acusação, para que esta deixasse de prestar depoimento.
(B) Carlos, para garantir interesse próprio, valeu-se de ardil para enganar o oficial de justiça, e,
assim, evitar a conclusão do ato judicial de penhora ordenado em seu desfavor.
(C) Antônio, no curso de procedimento de arbitragem em que não é parte, proferiu ameaças em
desfavorarmário 
e não mais se encontra lá. Imaginando ter sido furtado pelo amigo (agora ex-
amigo) Pedro, José vai a delegacia e narra ter sido vítima de um furto. Quando 
perguntado se suspeitava de alguém, José afirma que não tem como provar, mas 
acredita ter sido furtado por Pedro. O delegado, então, instaura inquérito policial 
para investigar o fato. Nesse caso, NÃO HÁ crime de denunciação caluniosa, vez 
que que José não agiu para incriminar alguém sabidamente inocente. Embora 
Pedro seja inocente, José não tinha conhecimento da inocência de Pedro, tendo 
agido no seu legítimo direito de narrar o fato e apontar eventuais suspeitos, 
cabendo ao delegado apurar os fatos. 
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A Doutrina majoritária entende que não cabe dolo eventual8 neste crime, apenas dolo direto, 
pois quando a lei diz que o agente deve “saber que o ofendido é inocente”. 
Trata-se de um crime comum, eis que qualquer pessoa pode praticar o delito. Todavia, em 
se tratando da conduta de dar causa a IP, PIC ou processo criminal por crime de ação penal privada 
ou pública condicionada à representação, somente os legitimados (para oferecer queixa-crime ou 
representação) é que podem praticar o crime de denunciação caluniosa (a suposta vítima do crime, 
seu representante legal ou seus sucessores legais9), pois somente eles podem oferecer a queixa-
crime (ação penal privada) ou representar autorizando a persecução penal (ação penal pública 
condicionada à representação). 
Vale ressaltar que os §§ 1º e 2º do art. 339 trazem, respectivamente, uma causa de aumento 
e uma causa de diminuição de pena. Vejamos: 
Art. 339 (...) 
§ 1º - A pena é aumentada de sexta parte, se o agente se serve de anonimato ou 
de nome suposto. 
§ 2º - A pena é diminuída de metade, se a imputação é de prática de contravenção. 
Assim, se o agente utiliza um nome falso para praticar a conduta, ou apresenta uma notícia 
anônima, caso seja descoberto, responderá pelo crime e terá sua pena aumentada em 1/6. 
Por outro lado, caso o agente impute falsamente a alguém a prática de contravenção penal 
(infração penal mais branda que um crime), sua pena será reduzida de metade. 
A ação penal pela prática do crime de denunciação caluniosa é pública incondicionada, 
cabendo, portanto, ao Ministério Público ajuizar denúncia em face do infrator. 
Por fim, vale ressaltar que, pelo princípio da especialidade, a caracterização do crime do art. 
339 ficará afastada quando a imputação falsa (de crime, contravenção ou ato infracional) se der 
com finalidade eleitoral. Nesse caso, será aplicável o art. 326-A do Código Eleitoral, criado pela 
Lei 13.834/19: 
Art. 326-A. Dar causa à instauração de investigação policial, de processo judicial, 
de investigação administrativa, de inquérito civil ou ação de improbidade 
 
8 Parte da Doutrina, capitaneada por Bitencourt, sustenta que é admissível o dolo eventual, quando o agente (sabendo 
que a vítima é inocente), por exemplo, divulga a diversas pessoas que a vítima praticou o fato X, assumindo o risco de 
que alguma delas procure a autoridade e, com isso, dê causa ao crime de denunciação caluniosa. BITENCOURT, Cezar 
Roberto. Op. Cit., p. 324/325 
9 Cônjuge, companheiro, ascendente, descendente ou irmão. 
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administrativa, atribuindo a alguém a prática de crime ou ato infracional de que o 
sabe inocente, com finalidade eleitoral: 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos, e multa. 
(...) 
§ 2º A pena é diminuída de metade, se a imputação é de prática de contravenção. 
Vejam que só haverá o crime eleitoral acima transcrito se o agente, com finalidade eleitoral, 
dá causa à instauração do procedimento mediante a imputação falsa de crime, contravenção penal 
ou ato infracional (fato definido como crime ou contravenção, mas praticado por menores de 18 
anos). Caso a imputação falsa seja de infração ético-disciplinar ou ato de improbidade, a conduta 
não irá configurar o crime eleitoral, e sim o crime de denunciação caluniosa do art. 339 do CP, 
mesmo que seja praticada com finalidade eleitoral. 
 
2.1 Modificações provocadas pela Lei 14.110/20 – Regramento novo x 
regramento antigo 
Como se pode ver, a redação atual do art. 339 do CP foi dada pela Lei 14.110/20, que alterou 
significativamente os contornos desse delito no Código Penal. A redação antiga assim estabelecia: 
Art. 339. Dar causa à instauração de investigação policial, de processo judicial, 
instauração de investigação administrativa, inquérito civil ou ação de improbidade 
administrativa contra alguém, imputando-lhe crime de que o sabe inocente: 
(Redação dada pela Lei nº 10.028, de 2000) 
Então, o que mudou? Vamos sintetizar: 
Na redação antiga, a conduta era a de, mediante imputação sabidamente falsa contra 
alguém, dar causa à instauração de: 
 Investigação policial – Expressão substituída por duas expressões mais específicas: 
inquérito policial (IP) e procedimento investigatório criminal (PIC). Consequência 
importante: dar causa à instauração de PIC (não abarcada pela expressão anterior) passou 
a configurar o referido delito. Frise-se que o PIC é instaurado pelo Ministério Público, logo, 
não é uma investigação policial, motivo pelo qual não estava abarcado pela expressão 
antiga. Além disso, hoje é necessário que haja a instauração do IP ou do PIC. Na redação 
antiga, a Doutrina e jurisprudência entendiam que bastava a instauração de alguma 
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investigação pela polícia, ainda que fosse uma mera investigação policial preliminar10 (Já 
que o tipo penal não exigia, na época, a instauração do IP). Há quem sustente, porém, que 
a expressão “procedimento investigatório criminal” seria genérica, englobando qualquer 
atividade de investigação criminal, e não somente o PIC (conduzido pelo MP), motivo pelo 
qual uma investigação policial preliminar, sem instauração do IP, já consumaria o delito de 
denunciação caluniosa (não concordamos com essa posição, pois a nova redação do art. 
339 fala em “procedimento investigatório criminal”, dando a entender que se refere 
especificamente ao PIC (conduzido pelo MP). Caso quisesse ser mais abrangente, poderia 
ter sido usada a expressão “investigação criminal”). 
 Processo judicial – Manteve-se 
 Instauração de investigação administrativa – Substituída por “processo administrativo 
disciplinar”. Consequência prática: a mera instauração de uma investigação administrativa 
(espécie de sindicância ou investigação preliminar) não consuma o delito, sendo necessária 
para a consumação a instauração do PAD contra o servidor. 
 Inquérito civil – Manteve-se 
 Ação de improbidade administrativa – Manteve-se 
 
Além disso, não foi apenas o “rol de procedimentos” que foi alterado. O fato imputado, 
hoje, não precisa mais ser necessariamente um fato criminoso. Pode-se imputar falsamente a 
alguém sabidamente inocente a prática de: 
 Crime 
 Infração ético-disciplinar 
 Ato de improbidade administrativa 
Tal alteração também traz consequências relevantes, pois as duas últimas expressões não 
estavam previstas no CP. 
No que tange à conduta de dar causa à instauração de um procedimento (um dos previstos 
no art. 339) contra alguém sabidamente inocente, imputando-lhe infração ético-disciplinar, temos 
verdadeira novatio legis incriminadora, pois tal conduta era considerada atípica até então. 
EXEMPLO: José apresenta representação à Corregedoria do Ministério Público, 
alegando que o Promotor Ricardo não reside na comarca em que atua. Isso 
representaria uma infração disciplinar (art. 43, X da Lei 8.625/93). José, todavia, 
sabe que o Promotordo filho de um dos árbitros do procedimento, a fim de garantir de vantagem em favor
de seu amigo Paulo.
(D) André agrediu Mauro, servidor público do MPSP, com vistas a evitar a sua intimação para ser
ouvido no curso de inquérito civil em tramitação no âmbito da Promotoria de Justiça local.
(E) Enéas, visando frustrar execução de título judicial contra si, proferiu ameaças contra Pedro, o
avaliador, visando impedir a conclusão da avaliação dos bens destinados ao leilão.
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Nesse caso, a Letra B definitivamente não corresponde a uma conduta que possa se amoldar ao
tipo penal do crime de coação no curso do processo, pois este se verifica quando o agente usa
de violência ou grave ameaça, com o fim de favorecer interesse próprio ou alheio, contra
autoridade, parte, ou qualquer outra pessoa que funciona ou é chamada a intervir em processo
judicial, policial ou administrativo, ou em juízo arbitral. No caso da letra B, o agente apenas usou
de um expediente ardiloso (enganoso), fraudulento, para enganar o Oficial de Justiça.
As demais alternativas mencionam situações em que o agente emprega violência ou ameaça
contra alguém que atua em processo judicial, policial ou administrativo, ou em juízo arbitral, com
o fim de favorecer interesse próprio ou alheio. Friso, porém, que a Letra D também poderia
configurar o crime de resistência, a depender da finalidade do agente (se seria apenas impedir a
execução daquele ato específico ou obter efetivamente alguma vantagem para si ou para outrem
no processo como um todo).
GABARITO: Letra B
8. (FGV/2022/PREF.MANAUS/ADVOGADO)
Quanto ao delito de coação no curso do processo, assinale a afirmativa correta.
A) Trata-se de crime comum, desprovido de especial fim de agir.
B) Trata-se de crime material, de perigo concreto à adequada prestação de resolução de
conflitos.
C) Para a configuração do crime é necessário que a pessoa intimidada atue no processo.
D) É irrelevante para a configuração do crime se a ameaça deriva de um motivo justo.
E) O delito, por ser formal, não admite a forma tentada na sua execução.
COMENTÁRIOS
A) ERRADA: Item errado, pois, apesar de se tratar de crime comum, exige-se o especial fim de
agir, consistente na finalidade de “favorecer interesse próprio ou alheio”, nos termos do art. 344
do CP.
B) ERRADA: Item errado, pois trata-se de crime formal, consumando-se com a prática da
conduta, ainda que o resultado pretendido (o favorecimento de interesse próprio ou alheio) não
ocorra.
C) ERRADA: Item errado, pois, para a configuração do crime NÃO é necessário que a pessoa
intimidada efetivamente atue no processo, bastando que a pessoa seja chamada a atuar no
processo, ainda que não chegue efetivamente a atuar.
D) CORRETA: Item correto, pois é irrelevante para a configuração do crime se a ameaça deriva de
um motivo justo (ex.: José, sabendo que seu filho é inocente, ameaça o Juiz da causa, para que
profira sentença de absolvição).
E) ERRADA: Item errado, pois apesar de ser crime formal, é perfeitamente possível a
configuração da tentativa (ex.: José, para beneficiar o filho Pedro, réu em determinado processo
criminal, tenta agredir o Promotor de Justiça do caso, mas não consegue).
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GABARITO: Letra D
9. (FGV/2022/PCAM/DELEGADO)
No dia 29 de novembro de 2017, na sede do Distrito Policial, Maria compareceu para dar causa à
instauração de investigação policial em desfavor de João, imputando-lhe a autoria de tentativa
de homicídio de que ela sabia ser João inocente. Segundo consta dos autos, Maria teria narrado
à autoridade policial que seu irmão João, em 28 de novembro de 2017, havia acelerado o veículo
que conduzia, em sua direção, no interior do estacionamento do Esporte Clube Manaus, tudo
com a intenção de matá-la. Tais notícias foram então registradas no Boletim de Ocorrência
171/2017 daquela unidade policial, o que ocasionou a instauração de inquérito policial para
investigação.
Também no dia 29 de novembro de 2017, na mesma unidade policial, João compareceu para
registrar ocorrência (Boletim de Ocorrência 173/2017), consistente em lesões corporais graves
realizadas por Maria, haja vista ter alegado que Maria se jogou sobre o capô do seu carro em
movimento e, quando parou seu carro, foi veementemente agredido. Tais fatos foram
incorporados no mesmo inquérito policial.
No decorrer das investigações, teria ficado afinal apurado que Maria teria se colocado
intencionalmente na frente do carro conduzido por João, que trafegava em baixa velocidade no
interior do estacionamento, consoante laudo pericial e, ademais, tendo em vista as declarações
das testemunhas presenciais, culminando com a sugestão de arquivamento da investigação
daquela hipotética tentativa de homicídio.
Quanto ao delito de denunciação caluniosa referido, é correto afirmar que
A) não há configuração do delito, pois houve a investigação de outros fatos diversos, o que retira
a tipicidade da conduta de Maria.
B) há configuração do delito, pois o crime consiste em fazer a autoridade policial investigar ilícito
de que sabe inocente o investigado.
C) não há configuração do delito, pois houve a investigação de outros fatos diversos, o que retira
a ilicitude da conduta de Maria.
D) há configuração do delito, pois o crime consiste em fazer a autoridade policial investigar
qualquer fato.
E) não há configuração do delito, pois houve a investigação de outros fatos diversos, o que retira
a culpabilidade da conduta de Maria.
COMENTÁRIOS
Nesse caso, há configuração do delito de denunciação caluniosa, pois o crime consiste em fazer a
autoridade policial investigar ilícito de que sabe inocente o investigado, nos termos do art. 339
do CP:
Art. 339. Dar causa a ̀ instauração de inquérito policial, de procedimento
investigatório criminal, de processo judicial, de processo administrativo
disciplinar, de inquérito civil ou de ação de improbidade administrativa contra
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alguém, imputando-lhe crime, infração ético-disciplinar ou ato ímprobo de que o
sabe inocente: (Redação dada pela Lei nº 14.110, de 2020)
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.
Assim, tendo sido instaurada investigação criminal em razão da denunciação caluniosa
empreendida por Maria, deverá esta responder pelo crime do art. 339 do CP, em sua forma
consumada.
GABARITO: Letra B
10. (FGV/2021/OAB)
João e Carlos procuram Paulo para que, juntos, pratiquem um crime de roubo de carga. Apesar
de se recusar a acompanhá-los na ação delituosa, Paulo oferece a garagem de sua casa para a
guarda da carga roubada, conduta que seria fundamental na empreitada criminosa, já que João e
Carlos não teriam outro local para esconder os bens subtraídos.
Apenas por terem conseguido o acordo com Paulo, João e Carlos operam a subtração. Ao
chegarem à casa de Paulo, este lhes informa que a garagem estava ocupada naquele momento e
não poderia mais ser utilizada. Assim, o trio que dividiria os lucros procura o vizinho Pedro e,
após contarem o ocorrido, pedem a garagem emprestada por um tempo, proposta que é aceita
por Pedro. Sendo todos os fatos apurados e recuperada a carga na garagem de Pedro, as
famílias de Paulo e Pedro procuram um(a) advogado(a) para saber acerca da situação jurídica
deles.
Na ocasião da assistência jurídica, o(a) advogado(a) deverá esclarecer que
A) ambos poderão ser responsabilizados pelo crime de roubo majorado.
B) Paulo poderá ser responsabilizado pelo crime de roubo majorado, enquanto Pedro, apenas
pelo crime de receptação.
C) Paulo poderá ser responsabilizado pelo crime de roubo majorado, enquanto Pedro,apenas
pelo crime de favorecimento real.
D) Pedro e Paulo poderão ser responsabilizados pelo crime de favorecimento real.
COMENTÁRIOS
Nesse caso, Paulo poderá ser responsabilizado pelo crime de roubo majorado, pois sua conduta
de aceitar guardar o produto do crime de roubo foi realizada antes do roubo, ou seja, Paulo
aceitou ser partícipe do crime de roubo, garantindo aos executores a futura guarda da coisa
roubada. Logo, a aceitação de Paulo configura um auxílio prévio à prática do roubo, ainda que a
concretização do auxílio fosse se dar apenas após a subtração da coisa. Paulo, então, é partícipe
do crime de roubo.
Pedro, porém, responderá apenas pelo crime de favorecimento real, pois prestou aos criminosos
um auxílio destinado a tornar seguro o proveito do crime, nos termos do art. 349 do CP:
Art. 349 - Prestar a criminoso, fora dos casos de co-autoria ou de receptação,
auxílio destinado a tornar seguro o proveito do crime:
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Pena - detenção, de um a seis meses, e multa.
GABARITO: Letra C
11. (FGV/2014/DPDF)
Luiz é muito amigo do magistrado Paulo. Certo dia, sabedor de que seu vizinho é parte em ação
indenizatória a ser julgada por Paulo, oferece ajuda para exercer influência sobre a decisão do
referido magistrado. Para tanto, solicita que seu vizinho lhe dê 30% do valor a ser obtido em caso
de êxito na ação indenizatória. O magistrado, que não sabia o que estava ocorrendo, acabou
julgando a causa em favor do vizinho de Luiz, que, por sua vez, cumpriu o combinado,
repassando parte do valor obtido a Luiz.
O crime cometido por Luiz foi:
A) tráfico de influência (Artigo 332 do Código Penal brasileiro).
B) corrupção ativa (Artigo 333 do Código Penal brasileiro).
C) fraude processual (Artigo 347 do Código Penal brasileiro).
D) advocacia administrativa (Artigo 321 do Código Penal brasileiro).
E) exploração de prestígio (Artigo 357 do Código Penal brasileiro).
COMENTÁRIOS
Nesse caso, Luiz praticou o crime de exploração de prestígio (Artigo 357 do Código Penal
brasileiro). Vejamos:
Art. 357 - Solicitar ou receber dinheiro ou qualquer outra utilidade, a pretexto de
influir em juiz, jurado, órgão do Ministério Público, funcionário de justiça, perito,
tradutor, intérprete ou testemunha:
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa.
Perceba que a conduta, no crime em questão, consiste em “enganar” a vítima, alegando que irá
exercer influência sobre uma terceira pessoa (alguma daquelas citadas no tipo penal: Juiz, jurado,
etc.), a fim de obter uma vantagem indevida.
O crime em questão é bastante semelhante ao de tráfico de influência (art. 332 do CP),
diferenciando-se apenas em relação a quem supostamente seria influenciado: no tráfico de
influência o destinatário da suposta influência seria “funcionário público” (genericamente
considerado); na exploração de prestígio o infrator deve alardear que irá exercer influência sobre
alguma daquelas pessoas expressamente mencionadas no art. 357 (juiz, jurado, órgão do
Ministério Público, funcionário de justiça, perito, tradutor, intérprete ou testemunha).
GABARITO: Letra E
12. (FGV/2011/PCERJ)
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Além de ser competente, o perito tem que ser imparcial e primar pelo culto à verdade. A
não-observância desse compromisso pode levá-lo a cometer o crime de falsa perícia previsto no
art. 342 do Código Penal.
A partir do fragmento acima, analise as afirmativas a seguir.
I. Quando o delito é cometido mediante suborno, a pena é aumentada de metade.
II. O fato deixa de ser punível se o perito declarar a verdade antes de ser prolatada a sentença.
III. Não há crime se o perito apenas omitir parte do que apurar, em processo administrativo.
Assinale:
A) se apenas a afirmativa I estiver correta.
B) se apenas a afirmativa II estiver correta.
C) se apenas a afirmativa III estiver correta.
D) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas.
E) se todas as afirmativas estiverem corretas.
COMENTÁRIOS
I. ERRADA: Item errado, pois, quando o delito é cometido mediante suborno, a pena é
aumentada de um sexto a um terço, nos termos do art. 342, §1º do CP:
Art. 342 (...) § 1o As penas aumentam-se de um sexto a um terço, se o crime é
praticado mediante suborno ou se cometido com o fim de obter prova destinada
a produzir efeito em processo penal, ou em processo civil em que for parte
entidade da administração pública direta ou indireta.(Redação dada pela Lei nº
10.268, de 28.8.2001)
II. CORRETA: Item correto, pois o fato deixa de ser punível se o perito declarar a verdade antes
de ser prolatada a sentença, nos termos do art. 342, §2º do CP:
Art. 342 (...) § 2o O fato deixa de ser punível se, antes da sentença no processo
em que ocorreu o ilícito, o agente se retrata ou declara a verdade.(Redação dada
pela Lei nº 10.268, de 28.8.2001)
III. ERRADA: Item errado, pois o crime se verifica se o agente faz afirmação falsa, nega a verdade
ou cala a verdade (omitindo informação) em processo judicial, ou administrativo, inquérito
policial, ou em juízo arbitral, nos termos do art. 342 do CP.
GABARITO: Letra B
13. (FGV/2021/PCRN/DELEGADO)
Gustavo, ouvido na condição de testemunha em ação penal, prestou declarações falsas em busca
de auxiliar seu amigo Luiz, que figurava como réu no processo. Dias depois, após alegações finais
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apresentadas pelo Ministério Público, mas antes da sentença, Gustavo se arrependeu de sua
conduta, comparecendo em juízo e apresentando declarações no sentido de que tinha prestado
informações na condição de testemunha que não condiziam com a realidade, se retratando
daquelas declarações prestadas em audiência. O magistrado competente determinou a
reprodução da prova, bem como a extração de cópias para apurar o ocorrido. Com base nas
informações expostas, a autoridade policial deverá concluir que Gustavo praticou a conduta
tipificada abstratamente como crime de:
A) falso testemunho, punível na modalidade tentada, com causa de aumento de pena pela
circunstância de as declarações se destinarem a produzir prova em processo penal;
B) falso testemunho, punível na forma consumada, com causa de aumento de pena pela
circunstância de as declarações se destinarem a produzir prova em processo penal;
C) falso testemunho, punível na modalidade tentada, sem qualquer causa de aumento de pena;
D) falso testemunho, punível na forma consumada, sem qualquer causa de aumento de pena;
E) falso testemunho, mas o fato não será punível em razão da retratação realizada.
COMENTÁRIOS
Nesse caso, Gustavo praticou crime de falso testemunho, majorado por ser destinado a produzir
prova em processo penal, nos termos do art. 342, §1º do CP. Todavia, o fato não será punível em
razão da retratação realizada, nos termos do art. 342, §2º do CP:
Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como testemunha,
perito, contador, tradutor ou intérprete em processo judicial, ou administrativo,
inquérito policial, ou em juízo arbitral: (Redação dada pela Lei nº 10.268, de
28.8.2001)
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. (Redação dada pela Lei
nº 12.850, de 2013) (Vigência)
§ 1o As penas aumentam-se de um sexto a um terço, se o crime é praticado
mediante suborno ou se cometido com o fim de obter prova destinada a produzir
efeito em processo penal, ou em processo civil em que for parte entidade da
administração pública direta ou indireta.(Redação dada pela Lei nº 10.268, de
28.8.2001)
§ 2o O fato deixa de ser punível se, antes da sentença no processo em que
ocorreu o ilícito, o agente se retrata ou declara a verdade.(Redação dada pela Lei
nº 10.268, de 28.8.2001)GABARITO: Letra E
14. (FGV/2021/OAB)
Francisco foi vítima de uma contravenção penal de vias de fato, pois, enquanto estava de costas
para o autor, recebeu um tapa em sua cabeça. Acreditando que a infração teria sido praticada
por Roberto, seu desafeto que estava no local, compareceu em sede policial e narrou o ocorrido,
apontando, de maneira precipitada, o rival como autor.
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Diante disso, foi instaurado procedimento investigatório em desfavor de Roberto, sendo,
posteriormente, verificado em câmeras de segurança que, na verdade, um desconhecido teria
praticado o ato. Ao tomar conhecimento dos fatos, antes mesmo de ouvir Roberto ou Francisco,
o Ministério Público ofereceu denúncia em face deste, por denunciação caluniosa.
Considerando apenas as informações expostas, você, como advogado(a) de Francisco, deverá,
sob o ponto de vista técnico, pleitear
A) a absolvição, pois Francisco deu causa à instauração de investigação policial imputando a
Roberto a prática de contravenção, e não crime.
B) extinção da punibilidade diante da ausência de representação, já que o crime é de ação penal
pública condicionada à representação.
C) reconhecimento de causa de diminuição de pena em razão da tentativa, pois não foi proposta
ação penal em face de Roberto.
D) a absolvição, pois o tipo penal exige dolo direto por parte do agente.
COMENTÁRIOS
Nesse caso, deve ser buscada a absolvição do agente, já que o tipo penal da denunciação
caluniosa (art. 339 do CP) exige dolo direto por parte do agente, pois o agente deve realizar a
imputação sabendo que o imputado é inocente. Vejamos:
Art. 339. Dar causa a ̀ instauração de inquérito policial, de procedimento
investigatório criminal, de processo judicial, de processo administrativo
disciplinar, de inquérito civil ou de ação de improbidade administrativa contra
alguém, imputando-lhe crime, infração ético-disciplinar ou ato ímprobo de que o
sabe inocente: (Redação dada pela Lei nº 14.110, de 2020)
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.
(...) § 2º - A pena é diminuída de metade, se a imputação é de prática de
contravenção.
Como se vê, o agente deve agir com dolo de imputar o fato a alguém que SABE ser inocente.
Logo, a mera imputação do fato a alguém de quem se suspeita ser o infrator não configura o
crime de denunciação caluniosa, ainda que posteriormente se comprove que o imputado era
inocente.
GABARITO: Letra D
15. (FGV/2018/TJAL/OJA)
Jorge, de origem humilde, atua como Oficial de Justiça em determinado Tribunal de Justiça.
Quando cumpria ordem de busca e apreensão na comunidade em que nasceu, viu, de longe,
que seu irmão dispensou uma sacola plástica com grande quantidade de drogas, empurrou um
policial militar e tentava empreender fuga e evitar o flagrante de crime de tráfico, crime este
punido com pena mínima de cinco anos de reclusão. Diante disso, quando seu irmão corre em
sua direção, o auxilia, escondendo-o dentro de seu veículo particular, enquanto continua a
cumprir o mandado pendente.
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Descobertos os fatos, considerando apenas a situação narrada, o ato de Jorge configura:
A) crime de evasão mediante violência contra a pessoa;
B) conduta típica, mas não punível;
C) crime de favorecimento pessoal;
D) crime de favorecimento real;
E) conduta atípica.
COMENTÁRIOS
Nesse caso, Jorge praticou conduta típica, consistente em favorecimento pessoal, art. 348 do CP:
Art. 348 - Auxiliar a subtrair-se à ação de autoridade pública autor de crime a que
é cominada pena de reclusão:
Pena - detenção, de um a seis meses, e multa.
Todavia, Jorge não será punível, eis que isento de pena por ser irmão do beneficiado, nos termos
do art. 348, §2º do CP:
Art. 348 (...) § 2º - Se quem presta o auxílio é ascendente, descendente, cônjuge
ou irmão do criminoso, fica isento de pena.
GABARITO: Letra B
16. (FGV – 2017 – TRT-SC – OFICIAL DE JUSTIÇA)
Caio, oficial de justiça, todos os dias da semana chega em sua residência cansado após um longo
dia de trabalho e passa a ficar incomodado com o fato de que Bruno, namorado de sua filha,
com 26 anos, recebe um salário alto para a quantidade de serviço que realiza no órgão criminal
do Ministério Público em que trabalha. Diante disso, objetivando que Bruno trabalhe mais, afirma
para a Promotora de Justiça chefe de Bruno, que era sua conhecida, que sua esposa foi vítima de
um crime de estelionato e que o fato deveria ser investigado, informando nada saber sobre a
autoria delitiva. Diante disso, foi instaurado procedimento investigatório criminal no órgão. Caio,
então, se arrepende e procura seu advogado para saber as consequências de sua conduta, caso
seja descoberto que o fato narrado era falso.
Considerando as informações narradas, o advogado deverá esclarecer que Caio:
a) não praticou crime, em razão do arrependimento posterior;
b) praticou crime de denunciação caluniosa, consumado;
c) praticou crime de comunicação falsa de crime ou contravenção, consumado;
d) praticou crime de falso testemunho, consumado;
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e) praticou crime contra administração da justiça na modalidade tentada.
COMENTÁRIOS
Neste caso, o agente praticou o crime de comunicação falsa de crime ou contravenção, em sua
forma consumada, previsto no art. 340 do CP:
Comunicação falsa de crime ou de contravenção
Art. 340 - Provocar a ação de autoridade, comunicando-lhe a ocorrência de crime
ou de contravenção que sabe não se ter verificado:
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
Houve a consumação do delito porque o agente, efetivamente, conseguiu provocar a ação da
autoridade, ou seja, em razão da comunicação falsa, a autoridade acabou adotando alguma
providência.
O fato de o agente ter se arrependido, aqui, é irrelevante quanto à consumação do delito.
GABARITO: Letra C
17. (FGV – 2017 – ALERJ – PROCURADOR)
Após constatar a subtração de grande quantia em dinheiro do seu escritório profissional, João
Carlos promoveu o devido registro na Delegacia própria, apontando como autor do fato o
empregado Lúcio, já que possuía razões para desconfiar dele, por ser o único que sabia da
existência do dinheiro no cofre do qual foi subtraído. Instaurado o respectivo inquérito policial,
Lúcio foi ouvido e comprovou não ter sido ele o autor da subtração, reclamando do
constrangimento que passou com o seu indevido indiciamento. Por falta de justa causa, o
inquérito foi arquivado a requerimento do Ministério Público.
Diante da situação narrada, é correto afirmar que a conduta de João Carlos configura:
a) crime de calúnia;
b) fato típico, mas lícito;
c) crime de denunciação caluniosa;
d) crime de comunicação falsa de crime;
e) fato criminal atípico.
COMENTÁRIOS
Neste caso o agente não praticou crime algum, pois o simples fato de imputar o fato a alguém
não configura o delito de denunciação caluniosa, previsto no art. 339, que pressupõe que o
agente impute FALSAMENTE o fato a alguém, SABENDO que a pessoa não participou daquela
infração penal, o que não ocorreu na hipótese, já que João acreditava que pudesse ter sido Lúcio
o infrator.
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GABARITO: Letra E
18. (FGV - 2016 - OAB - XIX EXAME DE ORDEM)
Patrício, ao chegar em sua reside ̂ncia, constatou o desaparecimento de um relo ́gio que havia
herdado de seu falecido pai. Suspeitando de um empregado que acabara de contratar para
trabalhar em sua casa e que ficara sozinho por todo o dia no local, Patrício registrou o fato na
Delegacia pro ́pria, apontando,de maneira precipitada, o empregado como autor da subtrac ̧ão,
sendo instaurado o respectivo inque ́rito em desfavor daquele “suspeito”. Ao final da
investigac ̧ão, o inque ́rito foi arquivado a requerimento do Ministe ́rio Público, ficando
demonstrado que o indiciado na ̃o fora o autor da infrac ̧ão.
Considerando que Patrício deu causa a ̀ instaurac ̧ão de inque ́rito policial em desfavor de
empregado cuja inoce ̂ncia restou demonstrada, e ́ correto afirmar que o seu comportamento
configura
A) fato atípico.
B) crime de denunciac ̧ão caluniosa dolosa.
C) crime de denunciac ̧ão caluniosa culposa.
D) calu ́nia.
COMENTÁRIOS
Temos aqui um fato atípico. O agente, apesar de ter dado causa a ̀ instauração de inquérito
policial em desfavor de alguém cuja inocência restou demonstrada, não praticou o crime de
denunciação caluniosa, previsto no art. 339 do CP. Isto porque o delito de denunciação caluniosa
exige que o agente impute falsamente o crime a alguém, SABENDO que a pessoa é inocente, ou
seja, pratique a conduta para prejudicar a pessoa, sabendo que ela não praticou o fato. No caso,
o patrão apenas se equivocou, de maneira que não teve a intenção de prejudicar o empregado.
Não há que se falar, ainda, em denunciação caluniosa culposa, por ausência de previsão legal.
Por fim, incabível falar em calúnia, eis que também não há previsão na forma culposa.
GABARITO: Letra A
19. (FGV / 2016 / OAB / XIX EXAME DE ORDEM)
Após realizarem o roubo de um caminhão de carga, os roubadores não sabem como guardar as
coisas subtraídas até o transporte para outro Estado no dia seguinte. Diante dessa situação,
procuram Paulo, amigo dos criminosos, e pedem para que ele guarde a carga subtraída no seu
galpão por 24 horas, admitindo a origem ilícita do material. Paulo, para ajudá-los, permite que a
carga fique no seu galpão, que é utilizado como uma oficina mecânica, até o dia seguinte. A
polícia encontra na mesma madrugada todo o material no galpão de Paulo, que é preso em
flagrante.
Diante desse quadro fático, Paulo deverá responder pelo crime de
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A) receptação.
B) receptação qualificada.
C) roubo majorado.
D) favorecimento real.
COMENTÁRIOS
Neste caso Paulo responderá pelo delito de favorecimento real, previsto no art. 349 do CP. Isso
porque Paulo prestou auxílio aos criminosos para que pudessem tornar seguro o proveito do
crime. Não se trata, aqui, de coautoria ou participação no delito de roubo, eis que Paulo somente
aceitou prestar auxílio quando o crime já havia se consumado. Assim, Paulo não pode mais ser
coautor ou partícipe de um crime que já ocorreu. Contudo, caso Paulo já tivesse, previamente,
combinado com os infratores que prestaria o auxílio necessário, responderia como partícipe do
roubo praticado.
GABARITO: Letra D
20. (FGV / 2012 / OAB / EXAME DE ORDEM)
Baco, após subtrair um carro esportivo de determinada concessionária de veículos, telefona para
Minerva, sua amiga, a quem conta a empreitada criminosa e pede ajuda. Baco sabia que
Minerva morava em uma grande casa e que poderia esconder o carro facilmente lá. Assim,
pergunta se Minerva poderia ajudá-lo, escondendo o carro em sua residência. Minerva,
apaixonada por Baco, aceita prestar a ajuda. Nessa situação, Minerva deve responder por
a) participação no crime de furto praticado por Baco.
b) receptação.
c) favorecimento pessoal.
d) favorecimento real.
COMENTÁRIOS
Como Minerva prestou auxílio a Baco, cuja finalidade era tornar seguro o PROVEITO do crime,
deverá responder pelo delito de FAVORECIMENTO REAL, nos termos do art. 349 do CP:
Favorecimento real
Art. 349 - Prestar a criminoso, fora dos casos de co-autoria ou de receptação,
auxílio destinado a tornar seguro o proveito do crime:
Pena - detenção, de um a seis meses, e multa.
GABARITO: Letra D
21. (FGV / 2011 / OAB / EXAME DE ORDEM)
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Ao tomar conhecimento de um roubo ocorrido nas adjacências de sua residência, Caio
compareceu à delegacia de polícia e noticiou o crime, alegando que vira Tício, seu inimigo
capital, praticar o delito, mesmo sabendo que seu desafeto se encontrava na Europa na data do
fato. Em decorrência do exposto, foi instaurado inquérito policial para apurar as circunstâncias do
ocorrido.
A esse respeito, é correto afirmar que Caio cometeu
a) delito de calúnia.
b) delito de comunicação falsa de crime.
c) delito de denunciação caluniosa.
d) crime de falso testemunho.
COMENTÁRIOS
Neste caso, o agente comunicou à polícia um fato criminoso que, de fato, ocorreu. Contudo,
imputou a autoria a uma pessoa que SABIA SER INOCENTE, de forma que praticou o delito de
DENUNCIAÇÃO CALUNIOSA, nos termos do art. 339 do CP:
Denunciação caluniosa
Art. 339. Dar causa a ̀ instauração de inquérito policial, de procedimento
investigatório criminal, de processo judicial, de processo administrativo
disciplinar, de inquérito civil ou de ação de improbidade administrativa contra
alguém, imputando-lhe crime, infração ético-disciplinar ou ato ímprobo de que o
sabe inocente: (Redação dada pela Lei nº 14.110, de 2020)
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.
GABARITO: Letra C
22. (FGV / 2008 / TJMS / JUIZ)
Maria de Souza devia R$ 500,00 (quinhentos reais) a José da Silva e vinha se recusando a fazer o
pagamento havia meses. Cansado de cobrar a dívida de Maria pelos meios amistosos, José
decide obter a quantia que lhe é devida de qualquer forma. Ao encontrar Maria fazendo compras
no centro da cidade, José retira a bolsa das mãos de Maria puxando-a com força. A fivela da alça
causa uma lesão leve no braço de Maria. José abre a bolsa de Maria, constatando que ela levava
consigo R$ 2.000,00 (dois mil reais), e pega R$ 500,00 (quinhentos reais), deixando a bolsa com
os pertences de Maria no chão.
Qual será a punição para o crime praticado por José?
a) Incidirá na pena de roubo simples.
b) Incidirá na pena de furto simples.
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c) Incidirá nas penas de exercício arbitrário das próprias razões.
d) Incidirá nas penas de exercício arbitrário das próprias razões, além da pena correspondente à
violência.
e) Incidirá nas penas de exercício arbitrário das próprias razões, além da pena de furto simples.
COMENTÁRIOS
José deverá responder pelo delito de exercício arbitrário das próprias razões, nos termos do art.
345 do CP:
Exercício arbitrário das próprias razões
Art. 345 - Fazer justiça pelas próprias mãos, para satisfazer pretensão, embora
legítima, salvo quando a lei o permite:
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa, além da pena
correspondente à violência.
Vemos, ainda, que como resultou lesão corporal em razão da violência empregada, José
responderá também pela violência empregada, ou seja, pelo crime de lesão corporal.
GABARITO: Letra D
23. (FGV / 2014 / TJGO / ANALISTA JUDICIÁRIO)
A postura de profissional de advocacia que, atuando em causa própria de natureza penal, deixa
de devolver processo para procrastinar o normal andamento pode configurar o delito de:
a) favorecimento pessoal;
b) favorecimento real;
c) fraude processual;
d) sonegação de papel ou objeto de valor probatório;
e) exercício arbitrário das próprias razões.
COMENTÁRIOS
A conduta do agente caracteriza o delito de sonegação de papel ou objeto de valor probatório,
prevista no art. 356 do CP:
Sonegação de papel ou objeto de valor probatório
Art. 356 - Inutilizar, total ou parcialmente, ou deixar de restituir autos, documento
ou objeto de valor probatório, que recebeu na qualidade de advogado ou
procurador:
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Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa.
GABARITO: Letra D
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 EXERCÍCIOS COMENTADOS
1. (FCC – 2018 – ALE-SE – ANALISTA LEGISLATIVO) Sobre o crime de falso testemunho ou
falsa perícia, o Código Penal, em seu artigo 342, prevê que
a) é fato atípico fazer afirmação falsa em juízo arbitral.
b) é fato atípico fazer afirmação falsa em inquérito penal.
c) as penas são aumentadas de um sexto a um terço, se o crime é praticado mediante suborno ou
se cometido com o fim de obter prova destinada a produzir efeito em processo penal, ou em
processo civil em que for parte entidade da Administração pública direta ou indireta.
d) o fato deixa de ser típico se, antes da sentença no processo em que ocorreu o ilícito, o agente
se retrata ou declara a verdade.
e) é fato atípico fazer afirmação falsa em processo administrativo.
COMENTÁRIOS
O crime de falso testemunho ou falsa perícia está previsto no art. 342 do CP. Vejamos:
Falso testemunho ou falsa perícia
Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como testemunha,
perito, contador, tradutor ou intérprete em processo judicial, ou administrativo,
inquérito policial, ou em juízo arbitral: (Redação dada pela Lei nº 10.268, de
28.8.2001)
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº
12.850, de 2013) (Vigência)
§ 1º As penas aumentam-se de um sexto a um terço, se o crime é praticado
mediante suborno ou se cometido com o fim de obter prova destinada a produzir
efeito em processo penal, ou em processo civil em que for parte entidade da
administração pública direta ou indireta.(Redação dada pela Lei nº 10.268, de
28.8.2001)
§ 2º O fato deixa de ser punível se, antes da sentença no processo em que
ocorreu o ilícito, o agente se retrata ou declara a verdade. (Redação dada pela
Lei nº 10.268, de 28.8.2001)
Como se vê, o fato é TÍPICO quando praticado em processo judicial, ADMINISTRATIVO, JUÍZO
ARBITRAL ou INQUÉRITO POLICIAL (erradas as letras A, B e E).
A letra D está errada, pois o fato deixa de ser PUNÍVEL se, antes da sentença no processo em
que ocorreu o ilícito, o agente se retrata ou declara a verdade, conforme art. 342, §2º do CP.
Por fim, a letra C está correta, pois esta é a exata previsão do art. 342, §1º do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
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2. (FCC – 2018 – ALE-SE – ANALISTA LEGISLATIVO) São, dentre outros, crimes contra a
administração da Justiça:
a) resistência, desobediência, desacato e tráfico de influência.
b) advocacia administrativa, condescendência criminosa, violação de sigilo funcional e abandono
de função.
c) auto-acusação falsa, exercício arbitrário das próprias razões, denunciação caluniosa e
exploração de prestígio.
d) falsidade ideológica, falso reconhecimento de firma ou letra, certidão ou atestado
ideologicamente falso e adulteração de sinal identificador de veículo automotor.
e) concussão, corrupção passiva, prevaricação e corrupção ativa.
COMENTÁRIOS
Dentre as alternativas apresentadas, apenas a letra C traz somente crimes contra a administração
da Justiça, conforme arts. 341, 345, 339 e 357 do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
3. (FCC – 2017 – TRE-SP – ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA) O Delegado de
Polícia de um determinado município paulista recebe a notícia de um crime de roubo que
vitimou Alfredo, que teve seu veículo subtraído por um agente mediante grave ameaça, com
emprego de arma de fogo. Durante o trâmite do Inquérito Policial apura-se que Joaquim foi o
autor do crime, o qual tem a sua prisão preventiva decretada. Ainda na fase policial Fabíola, a
pedido de Joaquim, comparece na Delegacia de Polícia para prestar depoimento e alega que
Joaquim, seu amigo, estava em sua companhia no momento do crime. Encerrado o Inquérito
Policial o Ministério Público denuncia Joaquim pelo crime de roubo, denúncia esta recebida pelo
Magistrado competente. Fabíola não é encontrada para prestar depoimento em juízo sob o crivo
do contraditório, mesmo arrolada pela Defesa de Joaquim. Ao final do processo Joaquim é
condenado pelo crime de roubo em primeira instância e, posteriormente, é instaurada ação
penal contra Fabíola por crime de falso testemunho. Durante o trâmite do recurso interposto por
Joaquim contra a sentença que o condenou por crime de roubo, e da ação penal instaurada por
falso testemunho contra Fabíola, esta resolve se retratar, afirmando que Joaquim não estava com
ela no dia do crime.
No caso hipotético apresentado, na esteira do Código Penal, Fabíola
(A) não cometeu crime de falso testemunho, pois prestou depoimento falso apenas durante o
trâmite do Inquérito Policial.
(B) será regularmente processada pelo crime de falso testemunho e estará sujeita à pena
cominada ao delito, sem qualquer causa de redução de pena.
(C) não poderá ser punida por crime de falso testemunho, pois se retratou antes da sentença
proferida nos autos da ação penal instaurada por falto testemunho.
(D) será regularmente processada pelo crime de falso testemunho e estará sujeita à pena
cominada ao delito no Código Penal, reduzida de 1/3.
(E) será regularmente processada pelo crime de falso testemunho e estará sujeita à pena
cominada ao delito no Código Penal, reduzida de 1/6.
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COMENTÁRIOS
Neste caso, Fabíola praticou o delito de falso testemunho, previsto no art. 342 do CP, mesmo
tendo o depoimento sido prestado em sede de inquérito policial.
Todavia, a retratação de Fabíola não terá o condão de extinguir a punibilidade, eis que ocorreu
APÓS a sentença no processo relativo ao fato criminoso que foi objeto do depoimento (o crime
praticado por Joaquim), nos termos do art. 342, §2º do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
4. (FCC – 2017 – TRE-SP – ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA) Ricardo reside
na cidade de São Paulo e acaba testemunhando, da janela de sua residência, o furto de um
veículo que estava estacionado na via pública, defronte ao seu imóvel, praticado por dois
agentes. Para se vingar do seu desafeto e vizinho Rodolfo e sabendo de sua inocência, Ricardo
apresenta uma denúncia anônima à Polícia noticiando que Rodolfo foi um dos autores do
referido crime de furto. A autoridade policial determina a instauração de inquérito policial para
apuração da autoria delitiva em relação a Rodolfo.
Nesse caso hipotético, Ricardo cometeu crime de
(A) falso testemunho.
(B) denunciação caluniosa, com pena prevista de reclusão de dois a oito anos e multa, aumentada
de sexta parte, pois serviu-se de anonimato.
(C) comunicação falsa de crime, com pena prevista de detenção de um a seis meses ou multa,
aumentada de sexta parte, pois serviu-se de anonimato.
(D) denunciação caluniosa, com pena prevista de reclusão de dois a oito anos e multa, sem
qualquer majoração.
(E) comunicação falsa de crime, com pena prevista de detenção de um a seis meses ou multa sem
qualquer majoração.
COMENTÁRIOS
Neste caso o agente praticou o crime de denunciação caluniosa, previsto no art. 339 do CP, pois
deu causa à instauração de inquérito policial contra alguém em razão de uma falsa imputação de
crime, quando sabia que a vítima era inocente, ou seja, não tinha praticado o delito.
A pena, neste caso, será aumentada em 1/6, pois o agente se valeu do anonimato (art. 339, §1º
do CP).
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
5. (FCC – 2014 – TRF3 – OFICIAL DE JUSTIÇA) Segundo a jurisprudência dominante no
âmbito do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, bem como do Superior Tribunal de Justiça,
aliás em sintonia com segmentoimportante da doutrina brasileira mais contemporânea, no crime
de falso testemunho ou falsa perícia,
a) é possível participação e autoria mediata.
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b) é possível participação, mas não autoria mediata.
c) não é possível participação, mas sim autoria mediata.
d) é impossível participação ou autoria mediata.
e) é possível autoria indireta, mas não autoria mediata.
COMENTÁRIOS
A Doutrina e a jurisprudência firmaram entendimento MAJORITÁRIO no sentido de ser cabível a
participação, mas não a coautoria, nem autoria mediata.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
6. (FCC – 2014 – METRÔ-SP – ADVOGADO) Tício subtraiu um veículo automóvel e o levou
até a oficina de Cezar, que modificou as placas identificadoras para assegurar-lhe a posse do
produto do crime. Nesse caso, Cezar responderá por
a) furto.
b) favorecimento real.
c) favorecimento pessoal.
d) receptação.
e) estelionato.
COMENTÁRIOS
A conduta de Cezar, neste caso, se amolda perfeitamente ao tipo penal de favorecimento real,
previsto no art. 349 do CP:
Favorecimento real
Art. 349 - Prestar a criminoso, fora dos casos de co-autoria ou de receptação,
auxílio destinado a tornar seguro o proveito do crime:
Pena - detenção, de um a seis meses, e multa.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
7. (FCC – 2014 – TRF3 – ANALISTA JUDICIÁRIO) Para incluir-se no âmbito de proteção
normativa do artigo 347 do Código Penal, a inovação da coisa na pendência de processo
notadamente precisa ser;
a) cênica e/ou ardilosa.
b) importante e/ou significativa.
c) voluntária e/ou consciente.
d) oculta e/ou sub-reptícia.
e) irreversível e/ou irreparável.
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COMENTÁRIOS
O crime de inovação artificiosa (ou fraude processual) está tipificado no art. 347 do CP. Vejamos:
Fraude processual
Art. 347 - Inovar artificiosamente, na pendência de processo civil ou
administrativo, o estado de lugar, de coisa ou de pessoa, com o fim de induzir a
erro o juiz ou o perito:
Pena - detenção, de três meses a dois anos, e multa.
Parágrafo único - Se a inovação se destina a produzir efeito em processo penal,
ainda que não iniciado, as penas aplicam-se em dobro.
A Doutrina entende que o tipo penal exige que a inovação seja um engodo, uma fraude, um
ardil, ou seja, tenha por finalidade enganar o destinatário (aquele que deveria receber o local no
estado em que se encontrava antes). Vejam, portanto, que o agente cria uma “cena” que não
existia antes.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
8. (FCC – 2015 – TJ-GO – JUIZ) No que toca aos crimes contra a administração da justiça,
acertado afirmar que
a) não configura coação no curso do processo usar de violência ou grave ameaça, com o fim de
favorecer interesse próprio ou alheio, contra autoridade, parte, ou qualquer outra pessoa que
funciona ou é chamada a intervir em juízo arbitral.
b) não configura crime a conduta de provocar a ação de autoridade, comunicando-lhe a
ocorrência de contravenção que sabe não se ter verificado.
c) configura favorecimento pessoal a conduta de auxiliar a subtrair-se à ação de autoridade
pública autor de crime a que é cominada pena de detenção.
d) não configura denunciação caluniosa dar causa à instauração de investigação policial contra
alguém, imputando-lhe contravenção penal de que o sabe inocente.
e) configura o crime de autoacusação falsa a conduta de acusar-se, perante a autoridade, de
contravenção penal inexistente ou praticada por outrem.
COMENTÁRIOS
a) ERRADA: Tal conduta também configura o delito de coação no curso do processo, nos termos
do art. 344 do CP.
b) ERRADA: Item errado, pois esta conduta também se amolda ao tipo penal do delito de
comunicação falsa de crime ou contravenção, previsto no art. 340 do CP.
c) CORRETA: Item correto, pois o art. 348, §1º do CP assim prevê:
Favorecimento pessoal
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==1365fc==
Art. 348 - Auxiliar a subtrair-se à ação de autoridade pública autor de crime a que
é cominada pena de reclusão:
Pena - detenção, de um a seis meses, e multa.
§ 1º - Se ao crime não é cominada pena de reclusão:
Pena - detenção, de quinze dias a três meses, e multa.
d) ERRADA: Item errado, pois trata-se de conduta também inserida no tipo penal do delito de
denunciação caluniosa, nos termos do art. 339, §2º do CP. Caso haja a efetiva instauração do IP, o
crime restará consumado; caso contrário, teremos a forma tentada do delito.
e) ERRADA: Item errado, pois tal conduta não está prevista no art. 341 do CP:
Auto-acusação falsa
Art. 341 - Acusar-se, perante a autoridade, de crime inexistente ou praticado por
outrem:
Pena - detenção, de três meses a dois anos, ou multa.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
9. (FCC – 2015 – TRT 23º REGIÃO – JUIZ DO TRABALHO) Mediante suborno, João, ouvido
como testemunha em processo trabalhista, fez afirmação falsa. No caso,
a) João responderá pelo crime de falso testemunho, sem aumento de pena, cabível apenas
quando o crime é cometido com o fim de obter prova destinada a produzir efeito em processo
penal.
b) compete à Justiça Estadual processar e julgar o crime de falso testemunho verificado.
c) aquele que deu dinheiro a João para que prestasse depoimento falso não incidirá nas penas
do crime de falso testemunho previsto no art. 342 do Código Penal.
d) João responderá pelo crime de falso testemunho, tal qual ocorreria se tivesse prestado o
depoimento na condição de parte.
e) haverá extinção da punibilidade pela abolitio criminis se João se retratar após o trânsito em
julgado da sentença no processo em que ocorreu o falso testemunho.
COMENTÁRIOS
A) ERRADA: Item errado, pois o crime foi cometido mediante suborno, o que também autoriza a
aplicação da causa de aumento de pena, nos termos do art. 342, §1º do CP.
B) ERRADA: Item errado, pois em se tratando de crime praticado em processo trabalhista, há
interesse da União (trata-se de Justiça Federalizada), de maneira que a competência é da Justiça
estadual. O STJ editou a súmula 165 em relação ao caso:
Súmula 165
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Compete à Justiça Federal processar e julgar crime de falso testemunho
cometido no processo trabalhista.
C) CORRETA: Item correto. Neste caso, temos o que se chama de exceção à teoria monista, pois
cada um dos agentes responderá por um tipo penal próprio. No caso, o agente que oferece o
suborno responderá pelo delito de corrupção ativa de testemunha, previsto no art. 343 do CP:
Art. 343. Dar, oferecer ou prometer dinheiro ou qualquer outra vantagem a
testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete, para fazer afirmação falsa,
negar ou calar a verdade em depoimento, perícia, cálculos, tradução ou
interpretação: (Redação dada pela Lei nº 10.268, de 28.8.2001)
Pena - reclusão, de três a quatro anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 10.268,
de 28.8.2001)
D) ERRADA: Item errado, pois o art. 342 do CP não se aplica àquele que pratica a conduta na
qualidade de PARTE no processo, apenas àquele que pratica a conduta na qualidade de
testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete.
E) ERRADA: Item errado, pois a extinção da punibilidade só ocorrerá se o agente se retratar
antes da sentença (e não depois do trânsito em julgado), nos termos do art. 342, §2º do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
10. (FCC - 2011 - TRT - 1ª REGIÃO (RJ) - TÉCNICO JUDICIÁRIO - SEGURANÇA) Maria
procurou Ana, que ia ser submetida a julgamento perante o Tribunal do Júri por crime de
infanticídio e, dizendo-se amiga dedois jurados, solicitou a quantia de R$ 5.000,00 para influir a
seu favor no julgamento destes.
Maria responderá por crime de 
A) estelionato.
B) corrupção ativa.
C) exploração de prestígio.
D) advocacia administrativa.
E) favorecimento pessoal.
COMENTÁRIOS
O crime praticado por Maira, no caso citado, é o de exploração de prestígio, previsto no art. 357
do CP:
Art. 357 - Solicitar ou receber dinheiro ou qualquer outra utilidade, a pretexto de
influir em juiz, jurado, órgão do Ministério Público, funcionário de justiça, perito,
tradutor, intérprete ou testemunha:
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa.
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Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
11. (FCC - 2011 - TRF - 1ª REGIÃO - ANALISTA JUDICIÁRIO - EXECUÇÃO DE MANDADOS)
A respeito dos Crimes contra a Administração da Justiça, considere: 
I. No delito de comunicação falsa de crime ou contravenção, há indicação expressa de pessoa
determinada como autora da infração. 
II. No delito de denunciação caluniosa, não há indicação expressa de determinada pessoa como
autora da infração. 
III. A vítima de um crime não comete crime de falso testemunho se calar a verdade em processo
judicial. 
IV. No delito de falso testemunho, o fato deixa de ser punível se o agente se retrata ou declara a
verdade até o trânsito em julgado da sentença ou do acórdão proferido no processo em que
ocorreu a falsidade. 
Está correto o que se afirmar SOMENTE em:
A) III.
B) I, II e III.
C) I e IV.
D) II, III e IV.
E) I, II e IV.
COMENTÁRIOS
I. ERRADA: Não é necessária a indicação de pessoa autora do delito, bastando a informação
falsa acerca da existência do FATO;
II. ERRADA: No Crime de denunciação caluniosa é indispensável que o agente proceda à
individualização e determinação da pessoa a qual ele imputa o crime de que sabe ser a pessoa
inocente. Nos termos do art. 339 do CP:
Art. 339. Dar causa a ̀ instauração de inquérito policial, de procedimento
investigatório criminal, de processo judicial, de processo administrativo
disciplinar, de inquérito civil ou de ação de improbidade administrativa contra
alguém, imputando-lhe crime, infração ético-disciplinar ou ato ímprobo de que o
sabe inocente: (Redação dada pela Lei nº 14.110, de 2020)
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.
III. CORRETA: O CP não prevê a figura da vítima como autora do crime de falso testemunho.
Vejamos:
Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como testemunha,
perito, contador, tradutor ou intérprete em processo judicial, ou administrativo,
inquérito policial, ou em juízo arbitral: (Redação dada pela Lei nº 10.268, de
28.8.2001)
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Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.
IV. ERRADA: O fato só deixa de ser punível se a retratação ocorre até a sentença RECORRÍVEL,
e não até o trânsito em julgado da sentença.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
12. (FCC - 2011 - TRE-TO - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA) Arrebatamento de
preso é classificado como crime
A) de abuso de autoridade.
B) praticado por particular contra a administração em geral.
C) praticado por funcionário público contra a administração em geral.
D) contra a fé pública.
E) contra a administração da Justiça.
COMENTÁRIOS
O crime de “arrebatamento de preso” está previsto no art. 353 do CP, estando incluído,
portanto, no capítulo referente aos crimes contra a administração da justiça.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
13. (FCC - 2010 - TRE-RS - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA) Quanto ao
crime de exercício arbitrário das próprias razões, somente se procede mediante queixa se
A) cometido por ascendente, descendente, cônjuge ou irmão da vítima.
B) não há emprego de violência.
C) cometido para satisfazer pretensão legítima.
D) visa a recuperar coisa própria que se acha em poder de terceiro por determinação judicial.
E) não há dano ao patrimônio público.
COMENTÁRIOS
No crime de exercício arbitrário das próprias razões, o crime é, em regra, de ação penal pública
incondicionada. Entretanto, se não há violência, somente se procede mediante queixa (ação
penal privada), nos termos do § único do art. 345 do CP:
Art. 345 - Fazer justiça pelas próprias mãos, para satisfazer pretensão, embora
legítima, salvo quando a lei o permite:
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa, além da pena
correspondente à violência.
Parágrafo único - Se não há emprego de violência, somente se procede mediante
queixa.
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Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
14. (FCC - 2006 - TRF - 1ª REGIÃO - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA) Paulo e
Pedro alugaram um helicóptero e, com a utilização da corda de salvamento, possibilitaram a fuga
do chefe da quadrilha a que pertenciam, içando-o do pátio da penitenciária onde cumpria pena
privativa de liberdade. Nesse caso, Paulo e Pedro responderão por crime de
A) arrebatamento de preso.
B) motim de presos.
C) fuga de pessoa presa.
D) favorecimento pessoal.
E) evasão mediante violência.
COMENTÁRIOS
Paulo e Pedro, neste caso, cometeram o crime de “fuga de pessoa presa”, previsto no art. 351
do CP. Vejamos:
Art. 351 - Promover ou facilitar a fuga de pessoa legalmente presa ou submetida
a medida de segurança detentiva:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
Cuidado com a pegadinha, povo! O crime de “arrebatamento de preso” só ocorrerá se o dolo
específico do agente for o de arrebatar o preso para MALTRATÁ-LO, o que não ocorreu no caso
concreto.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
15. (FCC - 2009 - MPE-SE - ANALISTA DO MINISTÉRIO PÚBLICO - ESPECIALIDADE DIREITO)
Aquele que solicita dinheiro a pretexto de influir em órgão do Ministério Público pratica o crime
de
A) condescendência criminosa.
B) advocacia administrativa.
C) tráfico de influência.
D) patrocínio infiel.
E) exploração de prestígio.
COMENTÁRIOS
A conduta daquele que solicita dinheiro (ou qualquer outra vantagem) a pretexto de influir em
órgão do MP, jurado, testemunha, etc., comete o crime de “exploração de prestígio”, previsto no
art. 357 do CP:
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Art. 357 - Solicitar ou receber dinheiro ou qualquer outra utilidade, a pretexto de
influir em juiz, jurado, órgão do Ministério Público, funcionário de justiça, perito,
tradutor, intérprete ou testemunha:
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
16. (FCC - 2010 - TRF - 4ª REGIÃO - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA) Paulo auxilia
seu irmão, autor de crime a que é cominada pena de reclusão, a subtrair-se à ação de autoridade
pública. Nesse caso, Paulo
A) comete crime de fraude processual.
B) comete crime de favorecimento real, com redução da pena aplicada em metade.
C) comete crime de favorecimento pessoal, com redução da pena aplicada em metade.
D) fica isento de pena.
E) comete crime de favorecimento real.
COMENTÁRIOS
A conduta daquele que auxilia alguém, que acabara de cometer crime, a subtrair-se da
autoridade policial, é considerada crime de FAVORECIMENTO PESSOAL.
No entanto, o §2° do art. 348 prevê que se o favorecedor for irmão, descendente, ascendente ou
cônjuge do favorecido, ficará isento de pena. Vejamos:
Art. 348 - Auxiliar a subtrair-se à ação de autoridade pública autor de crime a que
é cominada pena de reclusão:
Pena - detenção, de um a seis meses, e multa.
(...)
§ 2º - Se quem presta o auxílio é ascendente, descendente, cônjuge ou irmão do
criminoso, fica isento de pena.Lembrando que essa ressalva só se aplica ao favorecimento pessoal, não ao favorecimento real.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
17. (FCC - 2009 - TRT - 3ª REGIÃO (MG) - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA -
EXECUÇÃO DE MANDADOS) Quem dá causa à instauração de investigação policial ou de
processo judicial contra alguém, imputando-lhe crime, sem ter certeza de ser ele o autor do
delito,
A) não comete nenhum delito.
B) comete crime de denunciação caluniosa, na forma dolosa.
C) comete crime de comunicação falsa de crime, na forma dolosa.
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D) comete crime de denunciação caluniosa, na forma culposa.
E) comete crime de comunicação falsa de crime, na forma culposa.
COMENTÁRIOS
Para que o crime de comunicação falsa de crime ocorra, é necessário que o agente comunique à
autoridade policial um fato que SABE NÃO TER OCORRIDO. Para a caracterização do delito de
denunciação caluniosa é necessário que o agente dê causa à instauração do procedimento contra
pessoa certa e determinada, em razão da prática de crime, SABENDO DE SUA INOCÊNCIA.
Assim, fica claro que a conduta daquele que dá causa à instauração de investigação policial
contra pessoa que não tem certeza se é ou não inocente, NÃO COMETE CRIME ALGUM, pois se
exige o dolo, consistente na vontade de denunciar caluniosamente alguém que SABE SER
INOCENTE.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
18. (FCC - 2009 - TRT - 3ª REGIÃO (MG) - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA) José
encontrava-se preso, cumprindo pena por crime de roubo. Em determinado dia, trocou de roupa
com um visitante e fugiu pela porta de entrada do presídio. Nesse caso, José
A) cometeu crime de fuga de pessoa presa ou submetida a medida de segurança.
B) cometeu crime de arrebatamento de preso.
C) não cometeu nenhum crime, porque não empregou violência contra a pessoa.
D) cometeu crime de fraude processual.
E) cometeu crime de favorecimento pessoal.
COMENTÁRIOS
Por mais que possa parecer estranho, José não cometeu crime algum, pois a fuga do preso só é
considerada crime, para ele (preso), quando o preso emprega violência na fuga, caracterizando o
crime de evasão mediante violência contra a pessoa, previsto no art. 352 do CP:
Art. 352 - Evadir-se ou tentar evadir-se o preso ou o indivíduo submetido a
medida de segurança detentiva, usando de violência contra a pessoa:
Pena - detenção, de três meses a um ano, além da pena correspondente à
violência.
A conduta do preso, no entanto, é considerada falta grave pela LEP, mas não crime, neste caso.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
19. (FCC - 2007 - TRF-2R - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA) A pessoa que
confessa, perante autoridade policial, delito inexistente,
A) não pratica nenhum delito.
B) pratica crime de autoacusação falsa.
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C) pratica crime de falso testemunho.
D) pratica crime de comunicação falsa de crime.
E) pratica crime de denunciação caluniosa.
COMENTÁRIOS
O crime praticado por quem afirma ter praticado crime que não ocorreu é o de
AUTOACUSAÇÃO FALSA, nos termos do art. 341 do CP. Vejamos:
Art. 341 - Acusar-se, perante a autoridade, de crime inexistente ou praticado por
outrem:
Pena - detenção, de três meses a dois anos, ou multa.
Lembrando que este crime somente pode ser praticado por alguém “externo” ao crime, ou seja,
alguém que dele não participou. O comparsa que assume a culpa sozinho para “livrar a cara” do
outro comparsa não pratica este crime.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
20. (FCC - 2007 - TRF-2R - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA - EXECUÇÃO DE
MANDADOS) O reingresso no território nacional de estrangeiro expulso do País, sem
autorização de autoridade competente e sem que tenha sido revogada a expulsão
A) não caracteriza crime definido no Código Penal se a expulsão foi injusta.
B) não caracteriza crime, estando o agente sujeito apenas a nova expulsão.
C) não caracteriza crime definido no Código Penal e o agente só está sujeito a nova expulsão se
cometer delito apenado com reclusão.
D) caracteriza crime definido no Código Penal e sujeita o agente apenas a nova expulsão após o
término do processo.
E) caracteriza crime definido no Código Penal, estando o agente sujeito a pena privativa de
liberdade sem prejuízo de nova expulsão após o cumprimento da pena.
COMENTÁRIOS
A conduta praticada pelo estrangeiro expulso, consistente em reingressar no território nacional,
sem autorização para tanto, configura o crime de “reingresso de estrangeiro expulso”, previsto
no art. 338 do CP. Vejamos:
Art. 338 - Reingressar no território nacional o estrangeiro que dele foi expulso:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, sem prejuízo de nova expulsão após o
cumprimento da pena.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
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21. (FCC - 2007 - TRF-4R - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA - EXECUÇÃO DE
MANDADOS) Fazer justiça pelas próprias mãos, para satisfazer pretensão, embora legítima,
salvo quando a lei o permite, configura crime de
A) peculato.
B) abuso de poder.
C) exercício arbitrário das próprias razões.
D) concussão.
E) prevaricação.
COMENTÁRIOS
A conduta daquele que faz justiça com as próprias mãos caracteriza o crime de “exercício
arbitrário das próprias razões”, previsto no art. 345 do CP:
Art. 345 - Fazer justiça pelas próprias mãos, para satisfazer pretensão, embora
legítima, salvo quando a lei o permite:
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa, além da pena
correspondente à violência.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
22. (FCC - 2013 - TCE-SP - AUDITOR DO TRIBUNAL DE CONTAS) O crime de coação no
curso do processo 
a) não se caracteriza quando da violência empregada contra testemunha para forçá-la a não dizer
a verdade não resultaram lesões corporais. 
b) só pode ser praticado pelas partes, jamais por estranhos à relação processual ou pelo
advogado de qualquer delas. 
c) exige apenas o dolo genérico, sendo desnecessária a finalidade de favorecer interesse próprio
ou alheio. 
d) não se caracteriza quando o autor do delito ameaça de morte o escrivão de polícia no curso
do inquérito policial, com o fim de impedir o seu indiciamento. 
e) consuma-se com a prática da violência ou grave ameaça, pouco importando se o agente
conseguiu ou não a abstenção ou omissão da vítima em declarar ou apurar a verdade.
COMENTÁRIOS
A) ERRADA: O crime se consuma com o mero exercício da violência pelo agente, imbuído da
intenção de favorecer interesse próprio ou alheio no processo, na forma do art. 344 do CP;
B) ERRADA: O item está errado, pois se trata de crime comum, podendo ser praticado por
qualquer pessoa;
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C) ERRADA: O tipo penal deste delito exige, expressamente, que o agente pratique a conduta
(usar da violência ou grave ameaça) com a finalidade específica de favorecer interesse próprio ou
alheio. Vejamos:
Coação no curso do processo
Art. 344 - Usar de violência ou grave ameaça, com o fim de favorecer interesse
próprio ou alheio, contra autoridade, parte, ou qualquer outra pessoa que
funciona ou é chamada a intervir em processo judicial, policial ou administrativo,
ou em juízo arbitral:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa, além da pena correspondente à
violência.
D) ERRADA: O item está errado pois, embora não seja o escrivão o responsável pelo
indiciamento, isto é irrelevante, bastando que o agente pratique a conduta com a finalidade
obter algum proveito (inclusive pode tera finalidade forçar o Delegado a não indiciá-lo,
utilizando a agressão ao escrivão como meio para isso);
E) CORRETA: O item está correto, pois trata-se de crime formal, que não se consuma com a
obtenção do resultado, mas com a mera prática da conduta visando o resultado.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
23. (FCC – 2012 – TJ/PE – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA) Paulus foi preso em
flagrante e recolhido à cadeia pública de uma cidade do interior. No momento da alimentação,
mediante violência física, dominou o carcereiro e tentou fugir, mas, na porta da delegacia, foi
dominado por policiais que estavam chegando ao local.
Paulus responderá por crime de
A) arrebatamento de preso, na forma consumada.
B) evasão mediante violência contra pessoa, na forma consumada.
C) motim de presos, na forma consumada.
D) evasão mediante violência contra pessoa, na forma tentada.
E) fuga de pessoa presa, na forma tentada.
COMENTÁRIOS
Nesse caso Paulos cometeu o crime de evasão mediante violência contra a pessoa, NA FORMA
CONSUMADA, eis que a ocorrência da evasão é irrelevante para a consumação do delito, que,
nos termos do art. 352, se consuma com a simples tentativa de evasão do preso. Vejamos:
Art. 352 - Evadir-se ou tentar evadir-se o preso ou o indivíduo submetido a
medida de segurança detentiva, usando de violência contra a pessoa:
Pena - detenção, de três meses a um ano, além da pena correspondente à
violência.
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Assim, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
24. (FCC – 2012 – TJ/PE – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA) A respeito do crime
de fraude processual, é INCORRETO afirmar que
A) pode ser praticado por qualquer pessoa, ainda que não interessada na solução do processo.
B) pode ser praticado pelo procurador de qualquer das partes.
C) é punido com detenção e sanção pecuniária na modalidade culposa.
D) pode ocorrer em processo civil, penal e até em processo administrativo.
E) é admissível a tentativa, pois a conduta descrita no tipo é fracionável.
COMENTÁRIOS
O crime de fraude processual está previsto no art. 347 do CP:
Art. 347 - Inovar artificiosamente, na pendência de processo civil ou
administrativo, o estado de lugar, de coisa ou de pessoa, com o fim de induzir a
erro o juiz ou o perito:
Pena - detenção, de três meses a dois anos, e multa.
Parágrafo único - Se a inovação se destina a produzir efeito em processo penal,
ainda que não iniciado, as penas aplicam-se em dobro.
Portanto, pode ocorrer em processo civil, penal e administrativo, bem como pode ser praticado
por qualquer pessoa, incluindo o advogado das partes ou outra pessoa, ainda que não possua
interesse na causa. Admite-se a tentativa, eis que se trata de crime plurissubsistente (a conduta é
fracionável).
Entretanto, não é previsto na modalidade culposa.
Assim, a alternativa INCORRETA É A LETRA C.
25. (FCC – 2012 – TJ/PE – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA) Augustus
compareceu ao distrito policial e acusou falsamente seu desafeto Paulus de ser o autor de crime
de peculato, que sabia não ter se verificado. A autoridade policial lavrou um Boletim de
Ocorrência, mas deixou de instaurar inquérito policial por ter constatado a falsidade da
acusação.
Nesse caso, Augustus
A) responderá por tentativa de denunciação caluniosa.
B) responderá por comunicação falsa de crime, na forma consumada.
C) responderá por denunciação caluniosa, na forma consumada
D) responderá por tentativa de comunicação falsa de crime.
E) não responderá por nenhum delito, porque o inquérito policial não chegou a ser instaurado.
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COMENTÁRIOS
Nesse caso, como a conduta de Augustus foi imputar a uma pessoa um fato criminoso QUE NÃO
EXISTIU, o crime em tela é o de comunicação falsa de crime. Vejamos:
Art. 340 - Provocar a ação de autoridade, comunicando-lhe a ocorrência de crime
ou de contravenção que sabe não se ter verificado:
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
Será na forma consumada, eis que a autoridade praticou algum ato, ainda que o Inquérito não
tenha sido instaurado.
Não se trata de crime de denunciação caluniosa, eis que o infrator não acusou a pessoa de crime
que sabia ser a pessoa inocente, pois nesse crime é pressuposto que o fato criminoso tenha
existido, e a autoria seja falsamente imputada a alguém, o que não é o caso.
Assim, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
26. (FCC – 2006 – TRF1 – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA) Paulo, valendo-se do
anonimato, telefonou à polícia, informando falsamente que seu vizinho e desafeto José havia
assaltado um banco situado nas proximidades. Instaurado inquérito policial, apurou-se que José
era inocente e que o telefonema tinha vindo da residência de Paulo, que acabou confessando a
prática do fato delituoso.
Nesse caso, Paulo responderá por crime de
A) comunicação falsa de crime.
B) denunciação caluniosa.
C) falso testemunho.
D) fraude processual.
E) auto-acusação falsa.
COMENTÁRIOS
Nesse caso, Paulo responderá por denunciação caluniosa, nos termos do art. 339 do CP.
Vejamos:
Art. 339. Dar causa a ̀ instauração de inquérito policial, de procedimento
investigatório criminal, de processo judicial, de processo administrativo
disciplinar, de inquérito civil ou de ação de improbidade administrativa contra
alguém, imputando-lhe crime, infração ético-disciplinar ou ato ímprobo de que o
sabe inocente: (Redação dada pela Lei nº 14.110, de 2020)
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.
§ 1º - A pena é aumentada de sexta parte, se o agente se serve de anonimato ou
de nome suposto.
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§ 2º - A pena é diminuída de metade, se a imputação é de prática de
contravenção.
A diferença para o crime de comunicação falsa de crime (art. 340) é que aqui, o fato ocorreu, mas
a autoria é falsamente imputada a alguém. Já no crime de comunicação falsa de crime o FATO
NÃO OCORREU.
Assim, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
27. (FCC - 2012 – TCE/AP – ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO) A respeito dos crimes
contra a administração pública, considere:
I. O funcionário público que não se encontra no exercício de suas funções não pode ser sujeito
ativo de crime de prevaricação.
II. O crime de advocacia administrativa não admite a forma tentada.
III. O crime de denunciação caluniosa só é punível a título de dolo, enquanto o delito de
comunicação falsa de crime ou contravenção admite a forma culposa.
Está correto o que se afirma APENAS em
A) I.
B) I e II.
C) I e III.
D) II e III.
E) III.
COMENTÁRIOS
Analisando cada item:
I - CORRETA: Nos termos do art. 319, somente o funcionário público no exercício da função
pode cometer o delito:
Art. 319 - Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou
praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou
sentimento pessoal:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
II - ERRADA: O crime de advocacia administrativa admite a forma tentada, pois é possível o
fracionamento da conduta criminosa (crime plurissubsistente), de forma que nada impede a
tentativa;
III - ERRADA: Ambos os crimes admitem apenas a forma dolosa, por ausência de expressa
previsão legal de punição da forma culposa. Vejamos:
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Art. 339. Dar causa a ̀ instauração de inquérito policial, de procedimento
investigatório criminal, de processo judicial, de processo administrativo
disciplinar, de inquérito civil ou de ação de improbidade administrativa contra
alguém, imputando-lhe crime, infração ético-disciplinarou ato ímprobo de que o
sabe inocente: (Redação dada pela Lei nº 14.110, de 2020)
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.
(...)
Art. 340 - Provocar a ação de autoridade, comunicando-lhe a ocorrência de crime
ou de contravenção que sabe não se ter verificado:
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
Estando correta apenas a afirmativa I, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
28. (FCC – 2011 – TCE/SP - PROCURADOR) Quanto aos crimes contra a administração da
justiça, é correto afirmar que
A) não configura o crime de coação no curso do processo o uso de violência ou grave ameaça
contra testemunha em processo administrativo, com o fim de favorecer interesse próprio ou
alheio.
B) as penas são aumentadas de um terço no delito de exploração de prestígio, se o agente
insinua que o dinheiro solicitado, a pretexto de influir em testemunha, a esta também se destina.
C) constitui favorecimento pessoal prestar a criminoso, fora dos casos de coautoria ou
receptação, auxílio destinado a tornar seguro o proveito do crime.
D) configura o delito de auto-acusação falsa o ato da pessoa que, perante a autoridade, se atribui
o cometimento de contravenção penal inexistente ou praticada por outrem.
E) não incorre nas penas do delito de patrocínio infiel o advogado que defende na mesma causa,
simultânea ou sucessivamente, partes contrárias.
COMENTÁRIOS
A) ERRADA - Essa conduta configura o crime de coação no curso do processo. Vejamos o art.
344 do CP:
Coação no curso do processo
Art. 344 - Usar de violência ou grave ameaça, com o fim de favorecer interesse
próprio ou alheio, contra autoridade, parte, ou qualquer outra pessoa que
funciona ou é chamada a intervir em processo judicial, policial ou administrativo,
ou em juízo arbitral:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa, além da pena correspondente à
violência.
B) CORRETA - A afirmativa está correta, conforme previsão do art. 357, § único do CP:
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Exploração de prestígio
Art. 357 - Solicitar ou receber dinheiro ou qualquer outra utilidade, a pretexto de
influir em juiz, jurado, órgão do Ministério Público, funcionário de justiça, perito,
tradutor, intérprete ou testemunha:
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa.
Parágrafo único - As penas aumentam-se de um terço, se o agente alega ou
insinua que o dinheiro ou utilidade também se destina a qualquer das pessoas
referidas neste artigo.
C) ERRADA - Nesse caso, o delito é de FAVORECIMENTO REAL, não favorecimento pessoal.
Vejamos:
Favorecimento real
Art. 349 - Prestar a criminoso, fora dos casos de co-autoria ou de receptação,
auxílio destinado a tornar seguro o proveito do crime:
Pena - detenção, de um a seis meses, e multa.
D) ERRADA - O crime só se configura se o agente se atribui falsamente a prática de crime.
Vejamos:
Auto-acusação falsa
Art. 341 - Acusar-se, perante a autoridade, de crime inexistente ou praticado por
outrem:
Pena - detenção, de três meses a dois anos, ou multa.
E) ERRADA - A conduta descrita caracteriza o delito de patrocínio infiel. Vejamos:
Patrocínio infiel
Art. 355 - Trair, na qualidade de advogado ou procurador, o dever profissional,
prejudicando interesse, cujo patrocínio, em juízo, lhe é confiado:
Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa.
Parágrafo único - Incorre na pena deste artigo o advogado ou procurador judicial
que defende na mesma causa, simultânea ou sucessivamente, partes contrárias.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
29. (FCC – 2007 – ISS/SP - AUDITOR FISCAL TRIBUTÁRIO MUNICIPAL) O contador que, em
declaração prestada em processo administrativo, cala a verdade pratica o crime de
A) desacato.
B) desobediência.
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C) fraude processual.
D) condescendência criminosa.
E) falso testemunho.
COMENTÁRIOS
O crime de falsa perícia ou falso testemunho, previsto no art. 342 do CP, e se caracteriza pela
omissão, negação ou afirmação falsa em testemunho ou perícia de qualquer natureza, quando
em processo administrativo, judicial, Juízo arbitral ou Inquérito Policial. Se consuma com a
realização da conduta, SENDO CRIME FORMAL. Vejamos:
Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como testemunha,
perito, contador, tradutor ou intérprete em processo judicial, ou administrativo,
inquérito policial, ou em juízo arbitral: (Redação dada pela Lei nº 10.268, de
28.8.2001)
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.
No caso concreto restou configurado, portanto, o crime de FALSO TESTEMUNHO OU FALSA
PERÍCIA.
Portanto, a alternativa CORRETA É A LETRA E.
30. (FCC – 2012 – TRT18 – JUIZ) Configura o crime de coação no curso do processo o uso de
violência ou grave ameaça, com o fim de favorecer interesse próprio ou alheio, contra
autoridade, parte, ou qualquer outra pessoa que funciona ou é chamada a intervir em
a) processo judicial, havendo aumento da pena se ocorrer em feito penal.
b) processo administrativo, mas não em inquérito policial.
c) processo judicial de qualquer natureza, mas não em processo administrativo.
d) juízo arbitral.
e) inquérito policial e apenas em processo judicial penal.
COMENTÁRIOS
A conduta está tipificada no art. 344 do CP:
Coação no curso do processo
Art. 344 - Usar de violência ou grave ameaça, com o fim de favorecer interesse
próprio ou alheio, contra autoridade, parte, ou qualquer outra pessoa que
funciona ou é chamada a intervir em processo judicial, policial ou administrativo,
ou em juízo arbitral:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa, além da pena correspondente à
violência.
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Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.
31. (FCC – 2012 – TRF5 – ANALISTA JUDICIÁRIO-EXECUÇÃO DE MANDADOS) Em audiência
judicial, o intérprete que, dolosamente, traduz declaração de testemunha de modo contrário ao
teor do depoimento, todavia que se retrata por escrito, depois de proferida a sentença, mas
antes do trânsito em julgado,
a) não comete o crime de falso testemunho ou perícia por ocorrência de causa excludente da
ilicitude.
b) comete o crime de falso testemunho ou falsa perícia no modo tentado.
c) não comete o crime de falso testemunho ou perícia, pois intérprete não é testemunha ou
perito.
d) comete o crime de falso testemunho ou perícia, mas está isento de pena pela retratação.
e) comete o crime de falso testemunho ou falsa perícia no modo consumado.
COMENTÁRIOS
O agente, aqui, pratica o delito de falso testemunho, e não há extinção da punibilidade pela
retratação, eis que foi realizada APÓS a sentença:
Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como testemunha,
perito, contador, tradutor ou intérprete em processo judicial, ou administrativo,
inquérito policial, ou em juízo arbitral: (Redação dada pela Lei nº 10.268, de
28.8.2001)
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº
12.850, de 2013) (Vigência)
(...)
§ 2º O fato deixa de ser punível se, antes da sentença no processo em que
ocorreu o ilícito, o agente se retrata ou declara a verdade. (Redação dada pela
Lei nº 10.268, de 28.8.2001)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
32. (FCC - 2012 – TRT1 – JUIZ) NÃO constitui crime contra a administração da justiça
a) a denunciação caluniosa.
b) o exercício arbitrário das próprias razões.
c) o favorecimento pessoal.
d) o patrocínio infiel.
e) a desobediência.
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O crime de desobediência não é um crime contra a administração da Justiça, e sim um crime
praticadonão praticou qualquer infração disciplinar, pois reside na 
 
10 Ver, como exemplo: STJ CC32496/SP 
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comarca em que exerce suas funções, embora passe os finais de semana na casa 
de praia. Nesse exemplo, temos duas situações: 
 Conduta anterior à Lei 14.110/20 – Fato atípico 
 Conduta posterior à Lei 14.110/20 – Crime de denunciação caluniosa, consumado ou 
tentado, a depender das circunstâncias (caso haja, ou não, instauração de PAD contra 
o denunciado). 
No que se refere à conduta de dar causa à instauração de um procedimento (um dos 
previstos no art. 339) contra alguém sabidamente inocente, imputando-lhe ato de improbidade 
administrativa, temos verdadeira novatio legis in pejus, ou seja, lei penal mais grave que a anterior. 
Como assim, professor? Se a redação anterior do art. 339 do CP não previa a imputação falsa de 
ato de improbidade, como há aqui nova lei mais grave ao invés de nova lei incriminadora? Isso se 
dá porque tal conduta, apesar de não abarcada na redação antiga do art. 339 do CP, estava 
prevista no art. 19 da Lei de improbidade administrativa. Vejamos: 
Art. 19. Constitui crime a representação por ato de improbidade contra agente 
público ou terceiro beneficiário, quando o autor da denúncia o sabe inocente. 
Pena: detenção de seis a dez meses e multa. 
Vale ressaltar que o art. 19 da Lei de Improbidade (Lei 8.429/92) não foi expressamente 
revogado, mas a melhor interpretação doutrinária indica que a nova redação do art. 339 do CP 
passou a cuidar integralmente do tema, logo, o art. 19 da Lei de Improbidade (Lei 8.429/92) estaria 
tacitamente revogado. 
Segue, abaixo, um quadro sinóptico das alterações: 
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3 Comunicação falsa de crime ou contravenção 
Art. 340 - Provocar a ação de autoridade, comunicando-lhe a ocorrência de crime 
ou de contravenção que sabe não se ter verificado: 
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. 
Neste crime, o bem jurídico tutelado é o mesmo do anterior, com a exceção de que não se 
individualiza o infrator, mas se comunica um crime que NÃO OCORREU. 
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O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa (CRIME COMUM), sendo sujeito passivo o Estado, 
que sofre prejuízo no desenvolvimento de suas atividades. Parte da Doutrina entende que se o 
crime comunicado for de ação penal privada, somente o suposto ofendido é que poderia cometer 
o crime.11 
A conduta incriminada é a de dar causa (provocar) a ação da autoridade, comunicando crime 
ou contravenção que o agente SABE QUE NÃO OCORREU. Vejam que, aqui, o FATO NÃO 
OCORREU. Diversamente do crime anterior, aqui o agente não aponta um culpado, não 
individualiza um suposto infrator. 
A Doutrina majoritária entende que a comunicação falsa de crime perante policiais militares 
NÃO CONFIGURA O DELITO EM QUESTÃO, eis que os policiais militares não são autoridade 
para estes fins (instauração de investigação).12 
O elemento subjetivo é o dolo, consistente na vontade de comunicar à autoridade a 
ocorrência falsa de um crime. Boa parte da Doutrina entende, ainda, que deve haver a especial 
finalidade de agir, consistente na INTENÇÃO DE VER A AUTORIDADE “SE MEXER” E PRATICAR 
ALGUM ATO INVESTIGATÓRIO. Ficaria com esta corrente se fosse vocês!13 14 
O crime se consuma no momento em que a autoridade, em razão da comunicação falsa, 
pratica algum ato, não sendo necessária a instauração do Inquérito15. Admite-se a tentativa. 
A ação penal é pública incondicionada. 
4 Autoacusação falsa de crime 
Art. 341 - Acusar-se, perante a autoridade, de crime inexistente ou praticado por 
outrem: 
Pena - detenção, de três meses a dois anos, ou multa. 
O sujeito ativo aqui pode ser qualquer pessoa (CRIME COMUM). Não pratica o crime, 
entretanto, quem ASSUME SOZINHO A PRÁTICA DE UM CRIME DO QUAL PARTICIPOU16! O 
sujeito passivo é o Estado. 
 
11 CUNHA, Rogério Sanches. Op. Cit., p. 828 
12 CUNHA, Rogério Sanches. Op. Cit., p. 829 
13 BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. Cit., p. 335. CUNHA, Rogério Sanches. Op. Cit., p. 829 
14 CUIDADO! Se o agente comunica falsamente um crime, COM A FINALIDADE DE OBTER INDENIZAÇÃO DE 
SEGURO, comete o crime de fraude contra seguro (art. 171, §2°, V do CP). 
15 BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. Cit., p. 336 
16 CUNHA, Rogério Sanches. Op. Cit., p. 831. BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. Cit., p. 338 
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Aqui o objeto NÃO PODE SER CONTRAVENÇÃO PENAL! 
A conduta punida é a de autoacusar-se (incriminar a si próprio) falsamente, PERANTE A 
AUTORIDADE COMPETENTE (autoridade policial, MP ou Judiciário). É crime de ação livre, ou 
seja, pode ser praticado por qualquer meio. 
O elemento subjetivo é o dolo, consistente na vontade de se autoacusar. Pouco importa o 
motivo! Ainda que o motivo seja nobre (evitar a punição de um filho, por exemplo), haverá o 
crime.17 
Não há necessidade de que seja espontâneo! Comete o crime, por exemplo, aquele que, em 
sede de interrogatório (policial ou judicial) confessa crime que não cometeu. Se a confissão se deu 
sob coação, há inexigibilidade de conduta diversa, que exclui a CULPABILIDADE, logo, NÃO HÁ 
CRIME. 
O crime se consuma no momento em que A AUTORIDADE TOMA CONHECIMENTO DA 
AUTOACUSAÇÃO FALSA, pouco importando se toma qualquer providência.18 A tentativa é 
admissível. 
A ação penal é pública incondicionada. 
5 Falso testemunho ou falsa perícia 
Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como testemunha, 
perito, contador, tradutor ou intérprete em processo judicial, ou administrativo, 
inquérito policial, ou em juízo arbitral: (Redação dada pela Lei nº 10.268, de 
28.8.2001) 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 
12.850, de 2013) (Vigência) 
§ 1º As penas aumentam-se de um sexto a um terço, se o crime é praticado 
mediante suborno ou se cometido com o fim de obter prova destinada a produzir 
efeito em processo penal, ou em processo civil em que for parte entidade da 
administração pública direta ou indireta. (Redação dada pela Lei nº 10.268, de 
28.8.2001) 
 
17 BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. Cit., p. 339 
18 CUNHA, Rogério Sanches. Op. Cit., p. 833 
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§ 2º O fato deixa de ser punível se, antes da sentença no processo em que ocorreu 
o ilícito, o agente se retrata ou declara a verdade. (Redação dada pela Lei nº 
10.268, de 28.8.2001) 
O sujeito ativo aqui somente pode ser a testemunha, o perito, o contador, o tradutor ou o 
intérprete. Assim, o crime é PRÓPRIO. O sujeito passivo é o Estado. 
CUIDADO! A Doutrina majoritária entende que a vítima não pode ser sujeito ativo 
deste delito, pois não é “testemunha”. Ela não presta depoimento, e sim 
“declarações”. 
CUIDADO II! Se a testemunha proferir falso testemunho com a intenção de não 
produzir prova contra si (pois a verdade poderia gerar um futuro processo contra 
ela), também não estará praticando crime. 
Mais do que um crime próprio, aqui temos um CRIME DE MÃO PRÓPRIA, ou seja, além de 
só poder ser praticado por aquela pessoa que possui a condição especial, ele NÃO ADMITE 
COAUTORIA, nem execução por intermédio de outra pessoa. O próprio perito, intérprete, 
testemunha, etc. é quem deve praticar a conduta. 
Embora existam vozes na Doutrina defendendo tese contrária, a regra Doutrinária é: 
 No crime de falso testemunho só cabepor particular contra a administração pública em geral, pois inserido no Capítulo II do
Título XI do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
33. (FCC – 2012 – TRT11 – JUIZ) A retratação do agente, antes da sentença no processo em
que ocorreu o falso testemunho, é causa
a) de exclusão da imputabilidade.
b) de extinção da punibilidade.
c) de diminuição da pena.
d) de exclusão da culpabilidade.
e) supralegal de exclusão da ilicitude.
COMENTÁRIOS
A retratação, desde que ANTES da sentença (não é da sentença irrecorrível, mas da PRIMEIRA
SENTENÇA no processo!), é causa de extinção da punibilidade, nos termos do art. 342, §2º do
CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
34. (FCC – 2012 – MPE-PE – TÉCNICO MINISTERIAL) Considere:
I. Facilitar a fuga de pessoa legalmente presa.
II. Auxiliar a subtrair-se à ação de autoridade pública o autor de crime a que é cominada pena de
reclusão.
Essas condutas tipificam, respectivamente, os delitos de
a) fuga de pessoa presa ou submetida à medida de segurança e favorecimento pessoal.
b) arrebatamento de preso e favorecimento real.
c) motim de presos e favorecimento real.
d) condescendência criminosa e favorecimento pessoal.
e) arrebatamento de preso e favorecimento pessoal.
COMENTÁRIOS
As condutas caracterizam, respectivamente, os delitos de “fuga de pessoa presa” e
“favorecimento pessoal”, nos termos dos arts. 351 e 348 do CP, respectivamente.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
35. (FCC – 2012 – TRF2 – ANALISTA JUDICIÁRIO) José percebeu que seu conhecido João
havia cometido crime de desobediência e estava fugindo a pé, sendo perseguido por policiais.
Em vista disso, despistou os milicianos e colocou João no interior de seu veículo, deixando o
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local e impedindo, dessa forma, a prisão em flagrante deste. Nesse caso, José responderá pelo
crime de
a) favorecimento pessoal privilegiado.
b) favorecimento real.
c) favorecimento pessoal em seu tipo fundamental.
d) arrebatamento de preso.
e) facilitar a fuga de pessoa presa.
COMENTÁRIOS
O agente praticou, aqui, o delito de FAVORECIMENTO PESSOAL, nos termos do art. 348 do CP:
Favorecimento pessoal
Art. 348 - Auxiliar a subtrair-se à ação de autoridade pública autor de crime a que
é cominada pena de reclusão:
Pena - detenção, de um a seis meses, e multa.
§ 1º - Se ao crime não é cominada pena de reclusão:
Pena - detenção, de quinze dias a três meses, e multa.
Como o delito de desobediência, previsto no art. 330 do CP, é punido apenas com DETENÇÃO,
o agente será enquadrado no §1º do art. 348, que é a forma “privilegiada” do delito, pois possui
pena mais branda.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
36. (FCC – 2014 – TRT18 – JUIZ) No crime de exercício arbitrário das próprias razões, a ação
penal é
a) sempre pública condicionada.
b) privada, se não há emprego de violência.
c) sempre privada.
d) pública condicionada, se não há emprego de violência.
e) sempre pública incondicionada.
COMENTÁRIOS
A ação penal, neste delito, em regra será pública incondicionada, salvo se não houver violência,
pois neste caso a ação penal será privada:
Exercício arbitrário das próprias razões
Art. 345 - Fazer justiça pelas próprias mãos, para satisfazer pretensão, embora
legítima, salvo quando a lei o permite:
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Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa, além da pena
correspondente à violência.
Parágrafo único - Se não há emprego de violência, somente se procede mediante
queixa.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
37. (FCC – 2014 – CÂMARA MUNICIPAL-SP – PROCURADOR) A testemunha retratou-se de
seu depoimento anteriormente mendaz, agora para declarar a verdade nos autos do processo, o
que ela fez às vésperas do julgamento da apelação respectiva. Segundo o entendimento hoje
dominante na doutrina brasileira, pode-se afirmar:
a) É caso de perdão judicial.
b) Não se extingue a punibilidade, nem cabe perdão judicial.
c) Extingue-se a punibilidade.
d) Extingue-se a punibilidade, salvo se o crime tiver sido praticado mediante suborno ou com o
fim de obter prova destinada a produzir efeito em processo penal ou em processo civil em que
for parte entidade da administração pública direta ou indireta.
e) Ocorre perempção
COMENTÁRIOS
A retratação, aqui, não terá o condão de levar à extinção da punibilidade, pois foi realizada APÓS
a sentença (pois se já está às vésperas do julgamento da apelação, isso significa que já houve
sentença), nos termos do art. 342, §2º do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
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 EXERCÍCIOS COMENTADOS
1. VUNESP - Proc Leg (CM SBO)/CM SBO/2023
Com relação às descrições típicas que compõem todas as ações humanas previstas no art. 351 do
CP (fuga de pessoa presa ou submetida à medida de segurança), é correto afirmar que
a) todos elas preveem a utilização de arma de fogo.
b) só se configura o delito em questão se ocorrer violência ou grave ameaça.
c) a pena é aumentada caso o preso sofra lesão grave ou morra durante a fuga.
d) o funcionário público incumbido da custódia do preso não é punido em caso de conduta
culposa.
e) há possibilidade de aplicação de pena de detenção ou reclusão, a depender da gravidade da
conduta.
COMENTÁRIOS
a) ERRADA: Item errado, pois o crime não necessariamente será praticado mediante utilização
de arma de fogo. Caso isso ocorra, haverá a forma qualificada do delito:
Art. 351 - Promover ou facilitar a fuga de pessoa legalmente presa ou submetida
a medida de segurança detentiva:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
§ 1º - Se o crime é praticado a mão armada, ou por mais de uma pessoa, ou
mediante arrombamento, a pena é de reclusão, de dois a seis anos.
b) ERRADA: Item errado, pois o emprego de violência ou grave ameaça não é elemento do tipo.
Caso haja emprego de violência contra pessoa, aplica-se também a pena correspondente à
violência, nos termos do art. 351, §2º do CP.
c) ERRADA: Item errado, pois a pena não há previsão de tal majorante.
d) ERRADA: Item errado, pois o funcionário público incumbido da custódia do preso é punido em
caso de conduta culposa, nos termos do art. 351, §4º do CP:
Art. 351 (...) § 4º - No caso de culpa do funcionário incumbido da custódia ou
guarda, aplica-se a pena de detenção, de três meses a um ano, ou multa.
e) CORRETA: Item correto, pois há possibilidade de aplicação de pena de detenção ou reclusão,
a depender da gravidade da conduta, já que, na forma simples e na forma culposa (art. 351,
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caput e §4º, respectivamente), a pena cominada é a de detenção; já nas formas qualificadas (art.
351, §§1º e 3º), a pena cominada é a de reclusão.
GABARITO: Letra E
2. VUNESP - Esc (TJ SP)/TJ SP/2023
A respeito dos Crimes contra a Administração da Justiça, previstos no Código Penal, é correto
afirmar que
a) o crime de coação no curso do processo será qualificado se praticado em processo que
envolva crime contra a dignidade sexual.
b) a imputação de prática de contravenção penal que sabe ser inverídica não configura o crime
de denunciação caluniosa, pois o tipo penal fala apenas em crime, ato improbo e infração
ética-disciplinar.
c) o crime de fraude processual será qualificado se a inovação tiver como objetivo produzir efeito
em processo penal.
d) a retração ou declaração da verdade pelo agente, antes de proferida a sentença no processo
em que se deu o falso testemunho, é causa de diminuição de pena do crime de falso testemunhoparticipação19 (alguém induz, instiga ou auxilia 
testemunha a não falar a verdade)20. Há decisão do STF admitindo a COAUTORIA – MAS 
É DECISÃO ISOLADA!!21 
 No crime de falsa perícia, cabe tanto a coautoria quanto a participação (Ex.: perícia feita 
por dois peritos que, em conluio, decidem elaborar laudo falso). 
Testemunha sem compromisso de dizer a verdade (informante) comete o crime? É 
divergente, mas A MAIORIA DA DOUTRINA ENTENDE QUE SIM22, pois o CP não distingue 
testemunha compromissada e não compromissada para fins de aplicação deste tipo penal. 
 
19 Posição doutrinária amplamente majoritária. CUNHA, Rogério Sanches. Op. Cit., p. 836. 
20 Ver, como exemplo: STJ HC 36287/SP. 
21 Advogado que instrui testemunha a apresentar falsa versão favorável à causa que patrocina. Posterior comprovação 
de que o depoente sequer estava presente no local do evento. Entendimento desta Corte de que é possível, em tese, 
atribuir a advogado a co-autoria pelo crime de falso testemunho. Habeas-Corpus conhecido e indeferido. (HC 75037, 
Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, Relator(a) p/ Acórdão: Min. MAURÍCIO CORRÊA, Segunda Turma, julgado em 
10/06/1997, DJ 20-04-2001 PP-00105 EMENT VOL-02027-04 PP-00687) – ISSO É DECISÃO ISOLADA! 
22 Em sentido contrário, Bitencourt. BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. Cit., p. 350 
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338
O tipo objetivo é DE AÇÃO MÚLTIPLA (ou plurinuclear), pois pode ser praticado de diversas 
formas: 
 Negando a verdade (que lhe fora perguntada objetivamente. Ex.: Fulano matou cicrano?); 
 Fazendo afirmação falsa (Ex.: O que você sabe sobre o crime? Resposta: Eu sei que fulano 
não matou cicrano, pois estava comigo na hora); 
 Calando-se (Pode ser deixando de falar ou sendo evasivo, lacônico. Ex.: “Não sei”, “não 
me lembro”, “não estou me recordando”). 
 
CUIDADO! Pode ocorrer de a afirmação falsa decorrer de uma percepção errada 
da realidade. Assim, imaginem que uma testemunha diga que viu o cidadão A 
estuprar a cidadã B. Agora imagine que, na verdade, ela tenha se enganado, pois 
no momento o cidadão A estava se engalfinhando com a cidadã B por causa de 
um pão-de-mel (Foi braba essa, reconheço!). Nesse caso não há falso testemunho, 
pois não há dolo.23 
Nesse caso não há crime, pois não há intenção de prestar falso testemunho, e o crime não admite 
modalidade culposa. O crime só é punido a título doloso. 
O crime se consuma no momento em que o agente faz a declaração ou perícia falsa, pouco 
importando se dessa afirmação falsa sobrevém algum resultado (sentença condenatória ou 
absolutória com base nela). Assim, o crime se consuma mesmo que o testemunho ou a perícia não 
fundamentem a convicção do Juiz. 
CUIDADO! Ainda que o processo no qual ocorreu o falso testemunho seja anulado 
por algum vício (incompetência absoluta, por exemplo), o crime permanece! 
A tentativa só é admitida, pela maioria da Doutrina, no caso de falsa perícia, pois no caso de 
falso testemunho, em razão da oralidade, não pode haver fracionamento do ato.24 
 
23 CUNHA, Rogério Sanches. Op. Cit., p. 839 
24 Seria possível a tentativa no caso de depoimento prestado por escrito, nas hipóteses admitidas por lei. CUNHA, 
Rogério Sanches. Op. Cit., p. 839 
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O §1° prevê causa de aumento de pena nas seguintes hipóteses: 
 Crime cometido mediante suborno. 
 Praticado com vistas (dolo específico) a obter prova que deva produzir efeitos em 
processo civil em que seja parte a administração direta ou indireta. 
 Praticado com vistas a obter prova que deva produzir efeitos em processo criminal. 
O § 2° prevê uma hipótese de extinção da punibilidade, que ocorrerá caso o agente se retrate 
da declaração falsa antes da sentença. 
Sentença definitiva? Não. A maioria da Doutrina entende que a retratação, para gerar a 
extinção da punibilidade, deve ocorrer antes da sentença recorrível. Entretanto, tem crescido o 
entendimento de que a retratação, a qualquer momento, antes do trânsito em julgado, seria causa 
de extinção da punibilidade. 
E se o crime foi praticado em concurso (participação ou coautoria), a retratação de um se 
estende aos demais? A Doutrina sempre entendeu que não, por ser circunstância pessoal, mas 
vem crescendo na Doutrina25 (tendo, inclusive, decisão do STJ nesse sentido) o entendimento de 
que se comunica.26 
Além disso, a retratação deve ocorrer no processo em que fora prestado o falso testemunho 
ou falsa perícia, e não no eventual futuro processo que será instaurado para punir o infrator. 
A ação penal é pública incondicionada. 
6 Corrupção ativa de testemunha, contador, perito, intérprete 
ou tradutor 
Art. 343. Dar, oferecer ou prometer dinheiro ou qualquer outra vantagem a 
testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete, para fazer afirmação falsa, 
negar ou calar a verdade em depoimento, perícia, cálculos, tradução ou 
interpretação: (Redação dada pela Lei nº 10.268, de 28.8.2001) 
Pena - reclusão, de três a quatro anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 10.268, 
de 28.8.2001) 
 
25 CUNHA, Rogério Sanches. Op. Cit., p. 841 
26 (...) A retratação de um dos acusados, tendo em vista a redação do art. 342, § 2º, do Código Penal, estende-se aos 
demais co-réus ou partícipes. 
Writ concedido. 
(HC 36.287/SP, Rel. Ministro FELIX FISCHER, QUINTA TURMA, julgado em 17/05/2005, DJ 20/06/2005, p. 305) 
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Parágrafo único. As penas aumentam-se de um sexto a um terço, se o crime é 
cometido com o fim de obter prova destinada a produzir efeito em processo penal 
ou em processo civil em que for parte entidade da administração pública direta ou 
indireta. (Redação dada pela Lei nº 10.268, de 28.8.2001) 
O nome do delito não está previsto no CP, mas é dado pela Doutrina. 
Trata-se de delito idêntico ao de corrupção ativo, com a peculiaridade de que a vantagem 
deve ser oferecida a uma daquelas pessoas, com a finalidade (dolo específico) de obter a prática 
de algum dos atos que importam em FALSO TESTEMUNHO OU FALSA PERÍCIA (exceção à teoria 
monista, pois, no mesmo fato, quem paga pela afirmação falsa comete um crime, e quem recebe 
a vantagem, realizando a afirmação falsa, comete outro)27. 
CUIDADO! Parte da Doutrina entende que se o destinatário da corrupção é 
funcionário público (perito oficial, por exemplo), o crime praticado é o de 
corrupção ativa, e não este!28 
O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa. O sujeito passivo é o Estado. 
O elemento subjetivo é somente o dolo, agregado da finalidade especial de agir, consistente 
na intenção de ver ser praticado um daqueles atos pelo destinatário da vantagem. 
O crime se consuma com o oferecimento ou promessa da vantagem, desde que chegue ao 
conhecimento do destinatário (crime formal). Ocorrendo a modalidade “dar”, o crime é material, 
pois se exige a entrega da vantagem. A tentativa só é admissível quando o suborno se der por 
meio que permita o fracionamento do ato (e-mail ou carta interceptados por terceiro, por 
exemplo).29 
O § único prevê causa de aumento de pena nas seguintes hipóteses: 
 Praticado com vistas (dolo específico) a obter prova que deva produzir efeitos em 
processo civil em que seja parte a administração direta ou indireta. 
 Praticado com vistas a obter prova que deva produzir efeitos em processo criminal. 
A ação penal é pública incondicionada. 
 
27 Caso queiram, podem analisar o seguinte julgado do STJ, abordando esta questão: REsp 169212/PE 
28 CUNHA, Rogério Sanches. Op. Cit., p. 844 
29 CUNHA, Rogério Sanches. Op. Cit., p. 845 
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7 Coação no curso do processo 
Art. 344 - Usar de violência ou grave ameaça, com o fim de favorecer interesse 
próprio ou alheio, contra autoridade, parte, ou qualquer outra pessoa que 
funciona ou é chamada a intervir em processo judicial, policial ou administrativo, 
ou em juízo arbitral: 
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa, além da pena correspondente à 
violência. 
O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa. Já o sujeito passivo, sendo, além do Estado, a 
pessoa que sofre ameaça ou violência, só pode ser uma daquelas pessoas enumeradas no tipo 
penal. 
O tipo objetivo consiste em se utilizar de violência ou grave ameaça, sobre qualquer das 
pessoas que funcionam ou são chamadas a intervir no processo, COM A FINALIDADE DE 
FAVORECER INTERESSE PRÓPRIO OU ALHEIO. Vejam que aqui temos INTERPRETAÇÃO 
ANALÓGICA, pois o CP dá uma série de exemplos e, ao final, aplica uma regra genérica, abrindo 
possibilidade expressa de que o ato seja praticado em face de outros sujeitos do processo. 
O elemento subjetivo exigido é o dolo, acompanhado do dolo específico, consistente na 
intenção de favorecer a si ou a outra pessoa. Não há modalidade culposa. 
O crime se consuma quando a coação (moral ou física) é exercida, não importando se a vítima 
cede ao que o infrator exige, não sendo necessário, sequer, que a vítima se sinta efetivamente 
ameaçada (no caso da grave ameaça). 
EXEMPLO: José é réu em processo criminal pela suposta prática do crime de homicídio. 
No curso do processo, o MP arrola Ricardo como testemunha. Pedro, pai de José, liga 
para a testemunha Ricardo e diz que este deve tomar cuidado com o que vai falar, pois 
se o filho vier a ser prejudicado por seu depoimento, “Ricardo será um homem morto”. 
Ricardo não se intimida e presta depoimento firme, prestando várias informações 
verdadeiras que acabam sendo prejudiciais ao réu José. 
Nesse caso, Pedro responderá por coação no curso do processo consumada. 
A tentativa é possível. 
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No caso de a coação no curso do processo ser praticada mediante violência, o agente 
responderá pela coação no curso do processo e também receberá as penas referentes à violência 
empregada:30 
EXEMPLO: José, réu em determinado processo criminal, visando intimidar uma 
testemunha, a agrediu e exigiu que esta não “abrisse o bico”. A testemunha agredida 
acabou sofrendo lesão corporal grave. Nesse caso, José deverá receber as penas 
relativas aos crimes de coação no curso do processo e lesão corporal grave. 
A ação penal é pública incondicionada. 
Importante destacar que a Lei 12.245/21 acrescentou o § único ao art. 344, criando uma 
causa de aumento de pena caso a coação ocorra com vistas a produzir efeito em processo que 
apure crime contra a dignidade sexual: 
Art. 344 - (…) Parágrafo único. A pena aumenta-se de 1/3 (um terço) até a 
metade se o processo envolver crime contra a dignidade sexual. (Incluído pela 
Lei nº 14.245, de 2021) 
EXEMPLO: José é réu em processo criminal pela suposta prática do crime de estupro, 
em tese praticado contra Maria. Pedro, pai de José, ameaça uma das testemunhas no 
referido processo, afirmando que, se esta falar algo que prejudique seu filho, “sofrerá 
as consequências”. Nesse caso, teremos coação no curso do processo, majorada de um 
terço até a metade porque se deu em processo que envolve crime contra a dignidade 
sexual. 
8 Exercício arbitrário das próprias razões 
Art. 345 - Fazer justiça pelas próprias mãos, para satisfazer pretensão, embora 
legítima, salvo quando a lei o permite: 
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa, além da pena correspondente 
à violência. 
Parágrafo único - Se não há emprego de violência, somente se procede mediante 
queixa. 
 
30 CUNHA, Rogério Sanches. Op. Cit., p. 848 
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Art. 346 - Tirar, suprimir, destruir ou danificar coisa própria, que se acha em poder 
de terceiro por determinação judicial ou convenção: 
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa. 
O crime de exercício arbitrário das próprias razões está previsto no art. 345 do CP, sendo o 
art. 346 um crime “sem nome”, mas que por guardar traços de “Justiça com as próprias mãos”, 
será estudado aqui. 
O sujeito ativo do delito pode ser qualquer pessoa, tanto no primeiro quanto no segundo 
caso. O sujeito passivo, em ambos os casos, é o Estado, e, secundariamente, o particular que sofre 
a ação do infrator. 
O tipo objetivo, no primeiro caso, é composto por apenas um verbo (fazer), mas que 
comporta a maior das possibilidades (fazer = qualquer conduta). Assim, qualquer atitude apta a 
externar a intenção do agente em obter Justiça própria caracteriza o delito. 
Imagine o caso do dono do restaurante que, ao saber que os clientes decidiram não pagar a 
conta por não terem “gostado da comida”, resolve subtrair o dinheiro de suas carteiras e bolsas, 
à força, para obter o que lhe é devido. Nesse caso, a atitude do dono do restaurante, embora 
fundamentada em um direito (o de receber o que é devido) é ilícita, pois quem detém o monopólio 
da Jurisdição é o ESTADO, não sendo lícito aos particulares fazerem sua própria Justiça. 
CUIDADO! É necessário que a pretensão “legítima” do sujeito ativo, que fundamenta a conduta, 
seja possível de ser obtida junto ao Poder Judiciário, caso contrário, teremos outro crime, e não 
este. 
Ex.: Imagine que o dono do restaurante, irritado pelo não pagamento da conta, 
resolve matar os clientes. Neste caso, ele pode até, na sua cabeça, ter feito 
“justiça”, mas na verdade estará praticando homicídio, pois sua pretensão não 
poderia ter sido satisfeita pelo Judiciário (pretensão de matar os clientes). 
CUIDADO II! A Doutrina entende que a “ilegitimidade” da pretensão não afasta, de plano, a 
possibilidade de ocorrência deste delito, desde que o agente esteja convencido de que sua 
pretensão é legítima.31 
Ex.: José deve mil reais a Maria. Contudo, a dívida já prescreveu. Maria, porém, 
acredita sinceramente que a dívida ainda é devida. Num domingo de sol, 
enquanto ambos conversavam, Maria se aproveita de um descuido de José e 
subtrai seu celular, avaliado em R$ 950,00. Nesse caso, a pretensão de Maria não 
 
31 BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. Cit., p. 369 
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era mais legítima (pois não poderia obter a satisfação da pretensão em Juízo, já 
que estava prescrita). Contudo, por acreditar piamente na legitimidade da mesma, 
não responderá por furto, e sim pelo crime do art. 345. 
Entretanto, existem casos em que o uso da força pelo particular é legitimado pelo Estado, 
como no caso da legítima defesa, por exemplo. Nesses casos, não há crime. 
O elemento subjetivo exigido é o dolo, não havendo forma culposa. Se o agente pratica o 
ato sem saber que sua pretensão possui algum amparo legal, não comete este crime, podendo 
cometer, por exemplo, constrangimento ilegal ou cárcere privado (no caso do nosso exemplo). 
A consumação se dá, segundo a Doutrina MAIS QUE MAJORITÁRIA, no momento em que 
o agente tem sua pretensão satisfeita pelas próprias mãos (Imaginem que, no nosso exemplo), o 
dono do restaurante recebesse o valor da conta. A tentativa, portanto, é plenamente possível. 
A ação penal é, em regra, pública incondicionada. Entretanto, se da ação do agente NÃO 
resultar violência, a ação penal será PRIVADA. 
COM VIOLÊNCIA = PÚBLICA 
SEM VIOLÊNCIA = PRIVADA 
O art. 346, por sua vez, é uma espécie de exercício arbitrário das próprias razões, com a 
peculiaridade de que há um objeto que se encontra em poder de terceiro por determinaçãojudicial ou convenção, mas QUE PERTENÇA AO AGENTE. 
Nelson Hungria (Talvez o maior penalista brasileiro de todos os tempos) entendia que este 
delito não é espécie de exercício arbitrário das próprias razões, eis que o agente, aqui, não possui 
qualquer pretensão legítima a salvaguardar (Faz algum sentido...). 
O tipo objetivo consiste em suprimir, tirar, destruir ou danificar. Perceba, caro aluno, que o 
sujeito passivo aqui é o Estado, bem como a pessoa que estava de posse da coisa.32 O dono não 
é sujeito passivo, pois o dono da coisa é o próprio infrator. 
O elemento subjetivo exigido é o dolo, não havendo previsão de forma culposa. A Doutrina 
diverge quanto à necessidade de a atitude do agente visar à satisfação de pretensão legítima. 
O delito consuma-se com a prática das condutas descritas no tipo penal, não havendo 
necessidade de que o agente consiga qualquer benefício ou satisfaça qualquer anseio pessoal 
(Prevalece, portanto, a Doutrina que entende não haver dolo específico necessário). 
 
32 BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. Cit., p. 374 
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A tentativa é plenamente possível. 
A ação penal será, em qualquer caso, pública incondicionada. 
9 Fraude processual 
Art. 347 - Inovar artificiosamente, na pendência de processo civil ou administrativo, 
o estado de lugar, de coisa ou de pessoa, com o fim de induzir a erro o juiz ou o 
perito: 
Pena - detenção, de três meses a dois anos, e multa. 
Parágrafo único - Se a inovação se destina a produzir efeito em processo penal, 
ainda que não iniciado, as penas aplicam-se em dobro. 
O crime pode ser praticado por qualquer pessoa, tenha ou não interesse no processo, 
participe ou não dele. O sujeito passivo será o Estado, pois se tutela o regular exercício da 
atividade jurisdicional. 
O tipo objetivo consiste em alterar o lugar, de coisa ou de pessoa. Ou seja, pune-se o 
camarada que, mediante a intenção de praticar fraude processual, muda os fatos (retira manchas 
de sangue, limpa o local do crime, etc.). A intenção, aqui, é ludibriar o Juiz (ou o perito, que, no 
final das contas, acaba ludibriando o Juiz se fizer uma perícia com base em elementos errados). 
O tipo fala em processo civil ou administrativo. Mas você acha mesmo que isso seria 
permitido no processo penal? Mas é claro que não! No processo penal é pior ainda! Tanto o é, 
que o § único estabelece uma causa de aumento de pena (majorante) no caso de o crime ser 
praticado com vistas à fraude em processo penal, AINDA QUE NÃO INICIADO (desde que a 
intenção seja, no futuro, induzir a erro o Juiz do processo penal). Nesse caso, a pena se aplica em 
dobro. 
PROCESSO CIVIL OU ADMINISTRATIVO = PENA COMUM 
PROCESSO PENAL = PENA EM DOBRO 
O crime se consuma com a mera realização do ato, desde que CAPAZ DE LUDIBRIAR O JUIZ, 
ainda que este, efetivamente, não seja enganado pela manobra do infrator.33 
A ação penal é pública incondicionada. 
 
33 BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. Cit., p. 386 
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10 Favorecimento Pessoal 
Art. 348 - Auxiliar a subtrair-se à ação de autoridade pública autor de crime a que 
é cominada pena de reclusão: 
Pena - detenção, de um a seis meses, e multa. 
§ 1º - Se ao crime não é cominada pena de reclusão: 
Pena - detenção, de quinze dias a três meses, e multa. 
§ 2º - Se quem presta o auxílio é ascendente, descendente, cônjuge ou irmão do 
criminoso, fica isento de pena. 
O crime é comum, podendo ser praticado por qualquer pessoa. Sujeito passivo é o Estado. 
O crime não se verifica quando o próprio autor do crime ajuda um comparsa a fugir, eis que 
é necessário que aquele que presta o auxílio não tenha participado da conduta criminosa, na 
medida em que o fato de fugir ou auxiliar na fuga do comparsa é inerente à prática criminosa (Ou 
vocês queriam que além de responder pelo crime o camarada respondesse pela fuga!?). 
Além disso, é necessário que o auxílio seja prestado APÓS A PRÁTICA DO DELITO e, ainda, 
não tenha sido previamente acordado entre o favorecedor e o favorecido. Caso contrário, o 
favorecedor pode ser considerado partícipe do delito praticado.34 CUIDADO COM ISSO! 
COMBINAÇÃO PRÉVIA = CONCURSO DE AGENTES (responde pelo delito praticado) 
SEM COMBINAÇÃO PRÉVIA = FAVORECIMENTO PESSOAL 
O favorecimento deve ser, ainda, CONCRETO, ou seja, o auxílio prestado deve ter sido eficaz 
para a subtração do infrator às autoridades. 
O elemento subjetivo exigido é o dolo, a intenção de colaborar, auxiliar o infrator na sua 
empreitada. Assim, pode ocorrer na forma direta ou na forma eventual. 
EXEMPLO: Imagine que Ricardo bata à porta de José, e, com uma bolsa de 
dinheiro na mão, sangrando no braço e com uma pistola na cintura, lhe peça para 
ficar algumas horas em sua casa, já que são conhecidos de longa data. José até 
pode não saber (efetivamente) que Ricardo acaba de cometer um latrocínio. 
 
34 BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. Cit., p. 389/390 
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Entretanto, convenhamos, ele, no mínimo, assumiu o risco de estar ajudando um 
criminoso. Não se admite a forma culposa. 
 
Não é necessário que o favorecedor saiba exatamente que crime acabara de 
cometer o favorecido, desde que saiba ou possa imaginar que ele acaba de 
cometer um crime.35 
O delito se consuma com a efetiva prestação do auxílio e A OBTENÇÃO DE ÊXITO NA 
OCULTAÇÃO DO FAVORECIDO. Assim, se o favorecedor fornece sua casa para o criminoso, mas 
a polícia o vê entrando e o prende, não há crime consumado, mas tentado (art. 14, II do CP).36 
Parte minoritária da Doutrina entende que a obtenção de êxito na ocultação É DISPENSÁVEL 
PARA A CONSUMAÇÃO DO DELITO. 
O §1° prevê a forma privilegiada do crime, que ocorre quando o agente presta auxílio a quem 
acaba de cometer crime que não é apenado com reclusão (pena mais branda, pois o crime 
anteriormente cometido é, em tese, menos grave). 
O §2° traz a chamada “escusa absolutória”. O que é isso? A escusa absolutória é uma causa 
de isenção de pena que ocorre, neste caso, quando o agente (o favorecedor) é ascendente, 
descendente, irmão ou cônjuge do favorecido. 
A ação penal é pública incondicionada. 
11 Favorecimento real 
Art. 349 - Prestar a criminoso, fora dos casos de co-autoria ou de receptação, 
auxílio destinado a tornar seguro o proveito do crime: 
Pena - detenção, de um a seis meses, e multa. 
O delito aqui previsto é um pouco diferente do anterior. Enquanto no crime de 
favorecimento pessoal o agente ajuda o criminoso a se esconder, nesse crime o agente ajuda o 
criminoso a tornar seguro o proveito do crime. 
Macete: 
 
35 BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. Cit., p. 393 
36 CUNHA, Rogério Sanches. Op. Cit., p. 861. Em sentido contrário, Bitencourt. BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. 
Cit., p. 393 
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Favorecimento PESSOAL = PESSOA 
Favorecimento REAL = Res (Do latim = COISA) 
Aqui também se exige que o favorecimento seja posterior ao crime (até porque fala em 
“proveito do crime” = crime já aconteceu). Além disso, não deve ter havido prévio acordo. Se 
tiver havido este acordo, o favorecedor responde como partícipe do delito cometido.37 
Também é necessário que o agente não ADQUIRA PARA SI O PRODUTO. Nesse caso, o 
crime seria o de RECEPTAÇÃO. 
Não se exige (tanto aqui como no anterior) que o crime praticado pelo favorecido tenha sido 
objeto de processo criminal e tenha transitado em julgado a sentença penal condenatória. Basta 
que fique comprovada a materialidade e a autoria do primeiro. 
Oelemento subjetivo é o dolo, acrescido da especial finalidade de agir, consistente na 
intenção de tornar seguro o proveito do crime. 
A consumação se dá com a prestação do auxílio, ainda que a pretensão não seja alcançada 
(o proveito do crime não se torne seguro). A tentativa é plenamente possível. 
AQUI NÃO SE APLICA A ESCUSA ABSOLUTÓRIA prevista no § 2° do artigo anterior. Ou 
seja, ainda que o favorecimento seja prestado a um parente próximo, o crime permanece! 
A ação penal é pública incondicionada. 
O art. 349-A, inserido no CP pela Lei 12.012/09, prevê a conduta daquele que ingressa de 
qualquer modo auxilia na entrada de aparelho celular em presídio, sem autorização legal. Vejamos: 
Art. 349-A. Ingressar, promover, intermediar, auxiliar ou facilitar a entrada de 
aparelho telefônico de comunicação móvel, de rádio ou similar, sem autorização 
legal, em estabelecimento prisional. (Incluído pela Lei nº 12.012, de 2009). 
Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano. (Incluído pela Lei nº 12.012, de 
2009). 
O sujeito ativo, aqui, pode ser qualquer pessoa, logo, O CRIME É COMUM. 
É imprescindível que o agente promova a entrada do celular no presídio SEM 
AUTORIZAÇÃO LEGAL (elemento normativo do tipo penal). 
 
37 BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. Cit., p. 399/400. CUNHA, Rogério Sanches. Op. Cit., p. 863 
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O elemento subjetivo do tipo é o dolo, não sendo prevista a modalidade culposa. É claro 
que a intenção deve ser a de levar o aparelho celular até algum dos detentos. Assim, o camarada 
que entra no presídio com o seu celular, porque se esqueceu de deixá-lo na portaria, não comete 
crime. 
O crime é considerado de MERA CONDUTA, consumando-se no momento em que o agente 
entra no presídio com o celular (desde que tenha a intenção de levá-lo a alguém). 
A tentativa não é admitida pela maioria da Doutrina. 
12 Exercício arbitrário ou abuso de poder (revogado) 
Exercício arbitrário ou abuso de poder 
Art. 350 - (Revogado pela Lei nº 13.869, de 2019) (Vigência) 
Como se vê, este artigo foi revogado expressamente pela Lei 13.869/19 (Nova lei de Abuso 
de autoridade). 
13 Fuga de pessoa presa ou submetida à medida de segurança 
Art. 351 - Promover ou facilitar a fuga de pessoa legalmente presa ou submetida 
a medida de segurança detentiva: 
Pena - detenção, de seis meses a dois anos. 
§ 1º - Se o crime é praticado a mão armada, ou por mais de uma pessoa, ou 
mediante arrombamento, a pena é de reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos. 
§ 2º - Se há emprego de violência contra pessoa, aplica-se também a pena 
correspondente à violência. 
§ 3º - A pena é de reclusão, de um a quatro anos, se o crime é praticado por 
pessoa sob cuja custódia ou guarda está o preso ou o internado. 
§ 4º - No caso de culpa do funcionário incumbido da custódia ou guarda, aplica-
se a pena de detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, ou multa. 
O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa. Entretanto, somente poderá ser cometido pelo 
funcionário público (sendo, portanto, PRÓPRIO), nas modalidades culposa (§4°) e qualificada (§3°). 
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O tipo objetivo (conduta incriminada) é promover ou facilitar a fuga. Promove quem dá causa 
à fuga, e facilita quem ajuda alguém a realizá-la. 
 
CUIDADO! Não se exige que a pessoa esteja efetivamente presa, podendo, por exemplo, estar 
sendo conduzida para a cadeia, desde que esteja sob a custódia do Estado!38 
Além disso, se a prisão é ilegal, quem pratica o ato de promover ou facilitar a fuga não 
comete crime, pois age em LEGÍTIMA DEFESA DE TERCEIRO. 
O crime se consuma com a obtenção de êxito na fuga, sendo crime material. A tentativa é 
plenamente possível. 
O § 1° estabelece uma forma qualificada, que ocorrerá sempre que: 
 For cometido à mão armada 
 Por mais de uma pessoa 
 Mediante arrombamento 
O §2° estabelece que, havendo violência contra a pessoa, além da pena deste crime, aplica-
se a pena relativa à violência. 
O §3° estabelece outra qualificadora, que incide no caso de o crime ser praticado por quem 
tinha a custódia do preso. Nesse caso, o crime é PRÓPRIO. 
O §4° traz a modalidade culposa, que também só pode ser praticada pelo funcionário público 
responsável pelo preso, sendo crime próprio. 
A ação penal é pública incondicionada. 
14 Evasão mediante violência contra a pessoa 
Art. 352 - Evadir-se ou tentar evadir-se o preso ou o indivíduo submetido a medida 
de segurança detentiva, usando de violência contra a pessoa: 
 
38 CUNHA, Rogério Sanches. Op. Cit., p. 870 
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Pena - detenção, de três meses a um ano, além da pena correspondente à 
violência. 
Esse crime é próprio, pois somente pode ser praticado por quem esteja preso ou submetido 
à medida de segurança. 
O elemento subjetivo aqui é o dolo, não se punindo a forma culposa. 
O tipo objetivo é bastante claro: Fugir ou “tentar fugir”. Percebam, assim, que não há 
diferença entre fugir e tentar fugir, logo, NÃO SE ADMITE TENTATIVA, consumando-se o crime 
no momento em que o agente tenta fugir (pois já pratica um dos núcleos do tipo). 
Exige-se, ainda, que o preso TENHA USADO VIOLÊNCIA CONTRA A PESSOA (se usou 
violência contra coisa, não caracteriza o crime). 
O elemento subjetivo é o dolo, não havendo previsão típica para a forma culposa. 
A ação penal é pública incondicionada. 
15 Arrebatamento de preso 
Art. 353 - Arrebatar preso, a fim de maltratá-lo, do poder de quem o tenha sob 
custódia ou guarda: 
Pena - reclusão, de um a quatro anos, além da pena correspondente à violência. 
O crime é comum, podendo ser praticado por qualquer pessoa. O sujeito passivo é o estado 
e, subsidiariamente, o preso. Como não se admite analogia incriminadora, não há crime se o ato 
é cometido contra pessoa internada por medida de segurança. 
O tipo objetivo consiste em retirar o preso da custódia do Estado (independentemente da 
legalidade da prisão) com o fim de MALTRATÁ-LO (linchamento, por exemplo). Assim, o elemento 
subjetivo exigido é o dolo, acompanhado DO ESPECIAL FIM DE AGIR, consistente na intenção de 
dar uma “sova” (por exemplo) no preso. 
O crime se consuma com a retirada do preso sob custódia da autoridade, sendo irrelevante 
para a consumação a ocorrência dos maus-tratos. Nesse caso, ocorrendo os maus-tratos, o agente 
responde, ainda, pela pena relativa à violência. Admite-se a tentativa. 
A ação penal é pública incondicionada. 
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16 Motim de presos 
Art. 354 - Amotinarem-se presos, perturbando a ordem ou disciplina da prisão: 
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, além da pena correspondente à 
violência. 
Esse crime é PRÓPRIO, pois somente pode ser cometido por presos. 
O tipo objetivo é o de reunirem-se os presos, fazendo baderna, rebelião, PERTURBANDO A 
ORDEM OU DISCIPLINA DA PRISÃO. 
A Doutrina admite, no entanto, que o crime possa ser praticado, por exemplo, em veículo de 
transporte de presos. 
Em qualquer caso, é necessário um número expressivo de presos (não se diz quantos, mas a 
Doutrina entende que devam ser, pelo menos, quatro). 
O elemento subjetivo é o dolo, consistente na vontade de realizar a rebelião, o motim, a 
baderna, independentemente de quais sejam as finalidades do motim. Não há forma culposa. 
O crime se consuma com a efetiva PERTURBAÇÃO DA ORDEM OU DISCIPLINA DA PRISÃO, 
por um tempo relevante (Doutrina majoritária). Não ocorrendo isto, o crime será tentado. 
A ação penal é pública incondicionada.

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