Logo Passei Direto
Buscar
Material

Prévia do material em texto

ECONOMIA 
INDUSTRIAL
Professora Me. Marieli Vieira 
Google Play App Store
C397CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a 
Distância; VIEIRA, Marieli. 
Economia Industrial. Marieli Vieira.
Maringá-Pr.: UniCesumar, 2019. Reimpresso em 2024. 
160 p.
“Graduação - EaD”.
1. Economia. 2. Industrial . 3. EaD. I. Título.
ISBN 978-85-459-1658-1
CDD - 22 ed. 338.06
CIP - NBR 12899 - AACR/2
Ficha catalográfica elaborada pelo bibliotecário 
João Vivaldo de Souza - CRB-8 - 6828
Impresso por:
Reitor
Wilson de Matos Silva
Vice-Reitor
Wilson de Matos Silva Filho
Pró-Reitor Executivo de EAD
William Victor Kendrick de Matos Silva
Pró-Reitor de Ensino de EAD
Janes Fidélis Tomelin
Presidente da Mantenedora
Cláudio Ferdinandi
NEAD - Núcleo de Educação a Distância
Diretoria Executiva
Chrystiano Minco�
James Prestes
Tiago Stachon 
Diretoria de Graduação e Pós-graduação 
Kátia Coelho
Diretoria de Permanência 
Leonardo Spaine
Diretoria de Design Educacional
Débora Leite
Head de Produção de Conteúdos
Celso Luiz Braga de Souza Filho
Head de Curadoria e Inovação
Jorge Luiz Vargas Prudencio de Barros Pires
Gerência de Produção de Conteúdo
Diogo Ribeiro Garcia
Gerência de Projetos Especiais
Daniel Fuverki Hey
Gerência de Processos Acadêmicos
Taessa Penha Shiraishi Vieira
Gerência de Curadoria
Giovana Costa Alfredo
Supervisão do Núcleo de Produção 
de Materiais
Nádila Toledo
Supervisão Operacional de Ensino
Luiz Arthur Sanglard
Coordenador de Conteúdo
Silvio César de Castro
Designer Educacional
Agnaldo Ventura
Projeto Gráfico
Jaime de Marchi Junior
José Jhonny Coelho
Arte Capa
Arthur Cantareli Silva
Ilustração Capa
Bruno Pardinho
Editoração
Robson Yuiti Saito
Qualidade Textual
Talita Dias Tomé
Ilustração
Marta Sayuri Kakitani
Em um mundo global e dinâmico, nós trabalhamos 
com princípios éticos e profissionalismo, não so-
mente para oferecer uma educação de qualidade, 
mas, acima de tudo, para gerar uma conversão in-
tegral das pessoas ao conhecimento. Baseamo-nos 
em 4 pilares: intelectual, profissional, emocional e 
espiritual.
Iniciamos a Unicesumar em 1990, com dois cursos 
de graduação e 180 alunos. Hoje, temos mais de 
100 mil estudantes espalhados em todo o Brasil: 
nos quatro campi presenciais (Maringá, Curitiba, 
Ponta Grossa e Londrina) e em mais de 300 polos 
EAD no país, com dezenas de cursos de graduação e 
pós-graduação. Produzimos e revisamos 500 livros 
e distribuímos mais de 500 mil exemplares por 
ano. Somos reconhecidos pelo MEC como uma 
instituição de excelência, com IGC 4 em 7 anos 
consecutivos. Estamos entre os 10 maiores grupos 
educacionais do Brasil.
A rapidez do mundo moderno exige dos educa-
dores soluções inteligentes para as necessidades 
de todos. Para continuar relevante, a instituição 
de educação precisa ter pelo menos três virtudes: 
inovação, coragem e compromisso com a quali-
dade. Por isso, desenvolvemos, para os cursos de 
Engenharia, metodologias ativas, as quais visam 
reunir o melhor do ensino presencial e a distância.
Tudo isso para honrarmos a nossa missão que é 
promover a educação de qualidade nas diferentes 
áreas do conhecimento, formando profissionais 
cidadãos que contribuam para o desenvolvimento 
de uma sociedade justa e solidária.
Vamos juntos!
Pró-Reitor de 
Ensino de EAD
Diretoria de Graduação 
e Pós-graduação
Seja bem-vindo(a), caro(a) acadêmico(a)! Você está 
iniciando um processo de transformação, pois quando 
investimos em nossa formação, seja ela pessoal ou 
profissional, nos transformamos e, consequentemente, 
transformamos também a sociedade na qual estamos 
inseridos. De que forma o fazemos? Criando oportu-
nidades e/ou estabelecendo mudanças capazes de 
alcançar um nível de desenvolvimento compatível com 
os desafios que surgem no mundo contemporâneo. 
O Centro Universitário Cesumar mediante o Núcleo de 
Educação a Distância, o(a) acompanhará durante todo 
este processo, pois conforme Freire (1996): “Os homens 
se educam juntos, na transformação do mundo”.
Os materiais produzidos oferecem linguagem dialógica 
e encontram-se integrados à proposta pedagógica, con-
tribuindo no processo educacional, complementando 
sua formação profissional, desenvolvendo competên-
cias e habilidades, e aplicando conceitos teóricos em 
situação de realidade, de maneira a inseri-lo no mercado 
de trabalho. Ou seja, estes materiais têm como principal 
objetivo “provocar uma aproximação entre você e o 
conteúdo”, desta forma possibilita o desenvolvimento 
da autonomia em busca dos conhecimentos necessá-
rios para a sua formação pessoal e profissional.
Portanto, nossa distância nesse processo de cresci-
mento e construção do conhecimento deve ser apenas 
geográfica. Utilize os diversos recursos pedagógicos 
que o Centro Universitário Cesumar lhe possibilita. 
Ou seja, acesse regularmente o Studeo, que é o seu 
Ambiente Virtual de Aprendizagem, interaja nos fóruns 
e enquetes, assista às aulas ao vivo e participe das dis-
cussões. Além disso, lembre-se que existe uma equipe 
de professores e tutores que se encontra disponível para 
sanar suas dúvidas e auxiliá-lo(a) em seu processo de 
aprendizagem, possibilitando-lhe trilhar com tranqui-
lidade e segurança sua trajetória acadêmica.
CU
RR
ÍC
U
LO
Professora Me. Marieli Vieira
Mestra em Economia com ênfase em Teoria Econômica pela Universidade 
Estadual de Maringá (UEM - 2017) e bacharel em Ciências Econômicas pela 
Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste- 2014). 
http://lattes.cnpq.br/7670391331199061
SEJA BEM-VINDO(A)!
Caro(a) aluno(a), seja bem-vindo(a)! É com muita alegria que apresentamos a você o 
livro que fará parte da disciplina de Economia Industrial. Este livro tem como objetivo 
introduzir você ao estudo dos principais conceitos utilizados na economia industrial.
Este material é dividido em cinco unidades. Na Unidade I, conheceremos o surgimento 
da Economia Industrial e aprenderemos alguns conceitos que serão importantes para 
o desenvolvimento da disciplina, como os conceitos de empresa, indústria, mercado, 
cadeias e complexos industriais. Vamos aprender, ainda, sobre as relações entre as estru-
turas de custo e as economias de escala e escopo.
Na Unidade II, concentraremos o ensino sobre as estruturas de mercado, de modo a co-
nhecer as características e o comportamento dos mercados nas estruturas de mercado, 
como a competição perfeita, o monopólio, a competição monopolística e o oligopólio.
Na Unidade III, iremos aprender sobre as medidas de concentração de mercado parciais, 
também chamadas de razões de concentração, sobre as definições a respeito da inova-
ção industrial e dos elementos que compõem o processo. Iremos, também, compreen-
der o que envolve o modelo estrutura-conduta-desempenho.
Na Unidade IV, serão apresentados os conceitos de concorrência real e potencial, e co-
nheceremos os mecanismos utilizados nos mercados como forma de impor barreiras à 
entrada de empresas e também os que se constituem em barreiras à saída. A teoria dos 
jogos e como são tomadas as decisões estratégicas, assim como a escolha do melhor 
resultado, também fazem parte dos estudos desta unidade.
Na última unidade, vamos focar nas formas de defesa da concorrência e como é feita a 
regulação econômica, além de conhecermos instrumentos de política industrial e am-
biental e como as atividades econômicas são impactadas em cada uma dessas questões
APRESENTAÇÃO
ECONOMIA INDUSTRIAL
APRESENTAÇÃO
SUMÁRIO
09
UNIDADE I
EMPRESA, INDÚSTRIA E MERCADOS
15 Introdução
16 Escopo e História da Economia Industrial 
20 Natureza, Objetivos e Estrutura da Empresa 
26 Conceitos de Indústria e Mercado e Cadeias Produtivas 
28 Economias de Escala e Escopo 
37 Considerações Finais 
42 Referências 
43 Gabarito 
UNIDADE II
MODELOS DE CONCORRÊNCIA
47 Introdução
48 Modelo de Competição Perfeita 
53 Modelo de Monopólio 
56 Modelo de Competição Monopolística 
62 Modelos de Oligopólio 
66 Considerações Finais 
72 Referências 
73 Gabarito 
SUMÁRIOsão muito pequenos, geralmente próximos de 
zero. Neste mercado, os bens são exclusivos e contam com pouca ou nenhuma 
rivalidade. Esta característica torna necessária a presença de regulação ou a ope-
ração por parte do governo de maneira a tornar o monopólio natural eficiente.
Fonte: adaptado de Varian (2003). 
MODELOS DE CONCORRÊNCIA
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IIU N I D A D E54
O EQUILÍBRIO DE MONOPÓLIO
Esse modelo supõe que apenas uma empresa domine o mercado, de forma que a 
demanda de mercado é igual à demanda da empresa. O monopólio, por ser a única 
opção do comprador, tem o poder de determinar o preço de mercado. Esse poder 
permite que o monopolista obtenha lucros extraordinários, um markup (percentual 
do preço do produto acima dos custos de produção e distribuição) sobre os custos. 
A fórmula de fixação de preços de mercado do monopolista depende do 
custo marginal (CMg) e da elasticidade-preço da demanda (εd):
p CMg d� �� �/ /1 1 �
Sabendo que a receita marginal (RMg) é igual a: 
RMg p y p y� � � �� �/
Multiplicamos o segundo termo por (p/p) e colocamos p em evidência:
RMg p p l ld d� �� � � �� �1 1 1 1/ /� �
O equilíbrio é dado por:
RMg CMg=
p l l CMgd1 1�� � �/ �
p CMg l ld� �� �/ /1 1 �
Modelo de Monopólio
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
55
Segundo essa condição de maximização de lucros, o monopolista vai ope-
rar somente quando for possível estabelecer p > CMg. 
Maximizando os lucros quando RMg = CMg, o monopolista pode escolher usar 
a sua capacidade ou expandir. Porém, operar em condições de utilização ótima ou 
subótima depende inteiramente da demanda e do mercado, pois, devido à entrada 
de outras empresas bloqueadas, o monopolista não sofre pressões quanto a isso.
A operação em grau de utilização ótimo indica o ponto em que o custo 
médio é mínimo. Operar em grau subótimo indica operar em excesso de capa-
cidade. Um mercado pequeno não permite a expansão da produção até o ponto 
de custo médio mínimo. Quando o mercado for grande, o monopolista vai con-
siderar aumentar a sua planta, de maneira que seja possível atender a uma parte 
maior desse mercado, a depender do tamanho deste. Se operar com a mesma 
planta, acima da capacidade, o monopolista irá incorrer em custos mais altos.
De forma resumida, não existe concorrência que obrigue o monopolista a 
operar no ponto ótimo, e se ele o fizer, nada garante que ele abra mão do lucro 
extraordinário. Por este motivo que o lucro do monopolista vai ser sempre maior 
que o das empresas na concorrência perfeita.
A INEFICIÊNCIA DO MONOPÓLIO
Em comparação com a concorrência perfeita, o preço do monopólio vai ser 
maior, e a quantidade produzida, menor, dessa forma, afetando o bem-estar do 
consumidor, deixando-o em condições inferiores. 
A condição de equilíbrio do monopólio supõe que os consumidores esta-
riam dispostos a pagar por uma unidade do bem mais do que custa produzi-lo. 
Portanto, existe um potencial de melhoria entre o preço de monopólio e o preço 
da concorrência perfeita. Esse potencial, essa diferença, corresponde à ineficiência 
do monopólio, pois a produção é considerada ineficiente quando o consumidor 
paga por uma unidade adicional exatamente o que custou produzi-la. 
O monopólio vende unidades adicionais por preços menores, desde que 
isso não diminua o preço de todas as unidades, e ele faz isso por meio da dis-
criminação de preços.
MODELOS DE CONCORRÊNCIA
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IIU N I D A D E56
Discriminação de preços
A discriminação de preços é praticada de maneira a extrair o máximo do exce-
dente do consumidor e a aumentar a receita total do monopolista. 
A discriminação de preços - quando os preços praticados pelo monopolista 
são diferentes para diferentes grupos de consumidores - pode ser praticada de 
três maneiras, a depender da renda, preferência e localização dos consumidores:
1º grau: cada unidade é vendida a preços diferentes - é chamada discrimina-
ção perfeita de preços - pois cada unidade é vendida pelo preço máximo 
que um consumidor está disposto a pagar.
2º grau: o monopolista vende a preços diferentes de acordo com as quantidades 
compradas pelos consumidores, ou seja, o preço depende da quantidade.
3º grau: o monopolista vende o produto a preços diferentes de acordo com 
o grupo de compradores, e todos os integrantes que se encaixam neste 
grupo pagam o mesmo preço. 
Esta última é a forma mais comum, que podemos ver sendo aplicadas a idosos 
ou estudantes, por exemplo. O monopolista estabelece preços mais altos nos 
mercados com menor elasticidade e preços mais baixos nos mercados menos 
sensíveis a preços. Dessa forma, o lucro geral é maximizado.
MODELO DE COMPETIÇÃO MONOPOLÍSTICA
A insatisfação com os modelos de monopólio e da concorrência perfeita fez com 
que fossem geradas algumas críticas que levaram a um novo modelo de mercado. 
Esse modelo foi gerado principalmente pelas críticas ao modelo de competição 
perfeita, e as ineficiências formuladas por Piero Sraffa, em 1926, indicam que:
 ■ O modelo não explicava vários fatos da realidade.
 ■ A hipótese do produto homogêneo não se encaixava, pois as empresas se 
utilizavam de diversas outras formas de fidelizar os consumidores, como 
marketing e técnicas de vendas.
Modelo de Competição Monopolística
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
57
 ■ As empresas expandiam sua produção por meio dos retornos crescentes 
de escala, ao contrário do que indicava o modelo de competição perfeita.
A nova estrutura de mercado deveria combinar características do monopólio e 
da competição perfeita. Sendo assim, desenvolvida por Chamberlim (1933), a 
competição monopolística consiste na existência de livre entrada de empresas, 
e a demanda deste mercado possui uma curva negativamente inclinada, e não 
mais horizontal como na competição perfeita.
É possível as empresas obterem lucros econômicos positivos no longo prazo, 
o que faz com que novas empresas tenham anseio de entrar no mercado, e elas 
o farão devido ao fato de não haver restrições a isto. Nesta situação, as empresas 
estarão em equilíbrio de longo prazo. Se elas se deparam com curvas de demanda 
negativamente inclinadas, elas têm poder de mercado.
A principal característica dessa estrutura é a diferenciação de produtos, que 
se dá de duas maneiras: porque os consumidores pensam que os produtos são 
diferenciados, ou porque os consumidores preferem produtos diferenciados e 
estão dispostos a pagar um valor maior por estes. No primeiro, os consumidores 
são influenciados pelas propagandas e técnicas de vendas, enquanto no segundo, 
qualidade e aspectos técnicos são a diferença.
As empresas da competição monopolística maximizam seus lucros na quan-
tidade onde a RMg = CMg, e a sua receita marginal depende do total produzido 
MODELOS DE CONCORRÊNCIA
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IIU N I D A D E58
no mercado e também da quantidade produzida pelos seus competidores. Quanto 
maior o impacto da diferenciação dos produtos, maior a inclinação da curva de 
demanda, porque os produtos que podem ser considerados substitutos estão mais 
distantes. Quanto maior a inclinação, maior a diferenciação e maior o poder da 
empresa de elevar o seu preço acima do custo marginal.
Quanto maior a facilidade de entrada de empresas nesse mercado, mais vanta-
gens o consumidor tem, pois os preços baixam e a variedade de produtos aumenta.
DIFERENCIAÇÃO DE PRODUTOS
No mundo em que vivemos, os produtos dificilmente são idênticos e apresen-
tam preços iguais, o que deixa os consumidores vulneráveis a pagarem preços 
maiores, buscando atender às suas preferências ou à sualocalização geográfica. 
Os produtos podem ser diferenciados de acordo com várias características: 
especificações técnicas, adaptação, design e estética, desempenho e qualidade, 
imagem e marca, custo de utilização, formas de comercialização, assistência téc-
nica e suporte e financiamento aos usuários.
Basta que os consumidores percebam os produtos como diferentes. Eles podem 
até mesmo ter características idênticas, porém percebidos como distintos pela marca. 
Esses produtos diferenciados são considerados substitutos imperfeitos, o que 
faz com que as empresas sejam capazes de estabelecer também preços diferen-
ciados, pois se defrontam com um demanda residual inclinada, a qual dá espaço 
para fixação de preços. 
O modelo de competição monopolística foi um marco para a Economia 
Industrial, na qual passaram a ser analisados os aspectos de diferenciação dos 
produtos e, após este, diversas outras abordagens analisam o efeito da diferen-
ciação na dinâmica da estrutura da indústria.
Existem setores que têm maior capacidade de desenvolver produtos diferencia-
dos, como o setor tecnológico, por exemplo. É maior a capacidade de competição 
por meio da diferenciação quando os produtos são avaliados em diversas dimensões. 
Por exemplo, softwares podem ser analisados em diversas dimensões de diferen-
ciação e estão sujeitos a vários tipos de usuários que lhes atribuem ganhos de valor.
Modelo de Competição Monopolística
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
59
Um produto pode ser diferenciado de dois tipos: horizontal e vertical. 
Analisados verticalmente, quando um dos produtos apresenta atributos mais 
desejáveis que o outro, ou seja, a preços iguais, os consumidores irão escolher 
o melhor produto. Os mercados em que os produtos são diferenciados vertical-
mente têm diferenciais de preços elevados.
A diferenciação horizontal ocorre quando os produtos não podem ser con-
siderados melhores ou piores, pois não se pode ordenar as qualidades deles. O 
que significa que, em condições de preços iguais, a escolha do consumidor vai 
depender da sua preferência. A diferenciação de um produto é considerada hori-
zontal quando a modificação de um atributo causa aumento da utilidade daquele 
produto ou diminuição da utilidade de produtos semelhantes.
O modelo de Chamberlin foi o primeiro que incorporou a diferenciação 
de produtos e foi bastante importante para a evolução da ciência econômica, 
porém sofreu muitas críticas quanto ao seu desvio da realidade. O modelo con-
sidera que as empresas, apesar da diferenciação dos produtos, enfrentam custos 
e demanda homogêneos, o que não se encaixa na realidade, pois se os produtos 
são considerados diferentes, essas diferenças devem causar impactos sobre os 
custos, pois é o que se observa.
Juntamente a isso, temos a crítica quanto à livre entrada, pois a diferencia-
ção de produtos, por si só, causa barreiras à entrada, visto que as empresas que 
entram no mercado têm de fazer esforços extras para cativar a preferência dos 
consumidores e reverter o consumo para o seu produto.
MODELOS LOCACIONAIS
Os modelos locacionais são uma classe de modelos utilizados para analisar o 
processo de diferenciação na Economia Industrial. Esses modelos utilizam a 
analogia entre as características de produtos e a localização das lojas para ava-
liar os incentivos das empresas para produzirem mercadorias muito ou pouco 
diferenciadas. Dentro dos modelos locacionais, existem dois modelos: da cidade 
linear e da cidade circular.
MODELOS DE CONCORRÊNCIA
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IIU N I D A D E60
Modelo da cidade linear
Desenvolvido originalmente por Hotteling, em 1929, analisa os incentivos exis-
tentes para que duas empresas diferenciem seus produtos, sem considerar o efeito 
da entrada de novas empresas.
Para essa análise, é considerada uma cidade com uma única rua, onde os 
consumidores estão distribuídos e duas empresas que ofertam o mesmo produto 
decidem onde vão se localizar.
Considerando que os preços das empresas são iguais, os consumidores vão 
consumir os produtos das empresas que estiverem mais perto das suas residências, 
sendo aqueles que ficam entre as duas empresas indiferentes entre uma e outra.
O gráfico a seguir representa a situação inicial, em que as empresas se 
localizam nos pontos extremos e buscam se encaminhar ao centro da cidade, 
aumentando a participação de mercado.
a
Empresa 1 Empresa 2i
b c d
Figura 1 - Situação inicial modelo da cidade linear
Fonte: adaptado de Kupfer e Hasenclever (2002).
Depois de vários movimentos, as empresas estão no meio da cidade, onde se 
encontram em equilíbrio. Aplicando o resultado para a questão da diferenciação 
de produtos, temos que as empresas têm incentivos a não diferenciar seus pro-
dutos, resultado conhecido como princípio da diferenciação mínima. 
Esse ponto é criticado por outros autores, que desenvolvem modelos con-
trários, como D’Aspremont, Gabszewincs e Thisse (1979). Em seu modelo, as 
empresas também escolhem seus preços e não ficam em equilíbrio se escolhe-
rem se localizar na região central da cidade. Assume-se que os consumidores são 
mais sensíveis à distância e, então, o equilíbrio se dá com as empresas se locali-
zando nos extremos da cidade, sendo válido o princípio da máxima diferenciação.
Modelo de Competição Monopolística
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
61
Modelo da cidade circular
Desenvolvido por Salop, em 1979, este modelo analisa a localização das empre-
sas e também os efeitos da entrada de novas empresas na indústria, buscando 
verificar se o número de variedades geradas pelas empresas é socialmente ótimo.
Esse modelo analisa a localização das empresas e a entrada de novas no mer-
cado, considerando um espaço circular, de forma que, inicialmente, não existem 
vantagens de localização entre as empresas.
Empresa
n
Empresa
2
Empresa
11/n 1/n
Figura 2 - Cidade circular
Fonte: adaptado de Kupfer e Hasenclever (2002).
O modelo considera que os consumidores adquirem apenas uma quantidade de 
produto e que podem existir n empresas estabelecidas nesse círculo de períme-
tro, a uma distância de 1/n umas das outras. A simetria faz com que os preços 
sejam iguais e a entrada livre faz com que o número de empresas seja determi-
nado pelo lucro nulo.
O número de empresas e o preço do ponto de equilíbrio devem ser com-
parados com o número de empresas que maximiza o bem-estar social, e vai 
corresponder a metade do número que surge com livre atuação no mercado.
MODELOS DE CONCORRÊNCIA
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IIU N I D A D E62
MODELOS DE OLIGOPÓLIO
A realidade dos mercados é que, com frequência, são compostos por um grande 
número de vendedores, com alguma influência sobre o preço, situação que conhe-
cemos por oligopólio.
As variáveis de decisão dos produtores são as quantidades (q) e os preços 
(p). As decisões de um produtor individual são tomadas considerando as infor-
mações que ele tem dos outros produtores e considerando as reações que os 
outros produtores irão ter. 
Existem diversas interações estratégicas que podem ocorrer entre essas ações 
individuais dos produtores. As reações dos produtores rivais em relação à ação 
de um produtor individual são chamadas variações conjecturais. Quando os pro-
dutores atuam em um mercado de produtos homogêneos, a variação conjectural 
pode ser medida da seguinte forma:
v dQ
dqi
1 =
Enquanto para mercados em que os produtos são heterogêneos e os produtores 
competem por unidades:
v
dq
dqij
j
i
=
Modelos de Oligopólio
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98.
63
E se eles competem por preços, a variação conjectural é medida da seguinte forma: 
v
dp
dpij
j
i
=
Os modelos de concorrência da indústria são definidos a partir do valor atribu-
ído pelos produtores à variação conjectural.
Para simplificar o entendimento, vamos considerar a existência de um duopólio 
na economia, em que há apenas duas empresas fabricantes de produtos homogê-
neos, o que nos permite captar vários aspectos importantes da interação estratégica.
No caso de duas empresas, serão importantes os preços cobrados e as quan-
tidades produzidas de cada uma delas. A empresa que estabelece o seu preço 
primeiro é a líder de preço, e a outra é a seguidora de preço. Com a quantidade, 
da mesma forma, a primeira a estabelecer é a líder de quantidade, enquanto a 
segunda é a seguidora de quantidade. Essas interações formam um jogo sequencial.
Existe a possibilidade de nenhuma conhecer as escolhas da outra, o que faz 
com que ocorra um jogo simultâneo de escolha de quantidades e preços.
MODELO DE STACKELBERG
O caso em que ocorre liderança de quantidade e uma empresa escolhe antes da 
outra é conhecido como modelo de Stackelberg, em homenagem ao primeiro 
economista a estudar esse tipo de interação líder-seguidor.
Frequentemente utilizado para descrever casos em que há uma empresa 
dominante, esse modelo entende que as empresas menores esperam a decisão 
da dominante para depois ajustarem seus produtos.
A empresa líder escolhe o seu nível de produção de acordo com a reação 
que espera de sua seguidora, ou seja, considerando o problema de maximiza-
ção de lucro da seguidora.
MODELOS DE CONCORRÊNCIA
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IIU N I D A D E64
REGIME DE COURNOT
Homenagem ao matemático francês Augustin Cournot, que foi o primeiro a 
examinar as consequências do modelo em que a competição se dá pelas quan-
tidades, e onde cada produtor deve fazer uma previsão da escolha de produção 
dos rivais e, com base nessa previsão, irá escolher a quantidade que produzirá.
O regime de Cournot é preferido em relação ao regime de concorrência 
perfeita, pois proporciona às empresas maiores lucros. Com base na previsão, a 
empresa vai escolher produzir uma quantidade que maximiza os seus lucros e 
,para cada expectativa sobre a produção das empresas concorrentes (2), existirá 
uma escolha ótima por parte da empresa 1:
y f ye1 1 2� � �
Esta equação nos diz que a escolha ótima da empresa 1 é uma função da expectativa 
de produção esperada da empresa 2. Devemos procurar, então, um equilíbrio das 
previsões, em que cada empresa verifica que as suas crenças sobre a outra são verda-
deiras. A esta combinação de níveis de produção chamamos de equilíbrio de Cournot.
As equações a seguir são utilizadas para encontrarmos o nível de produção 
ótimo da empresa 1 e da empresa 2:
y f y1 1 2
* *� � �
y f y2 1 1
* *� � �
Portanto, o equilíbrio de Cournot é o par de produções em que as duas curvas de 
reação se cruzam, e cada empresa não achará lucrativo mudar a sua produção, pois 
estará produzindo em um nível que maximiza os lucros dada a produção da outra.
REGIME DE BERTRAND
Outro matemático francês, Joseph Bertrand, formulou o seu trabalho numa 
resenha do trabalho de Cournot. Nesta abordagem, a competição se dá via pre-
ços e cada produtor não espera que as alterações de preços sejam previstas pelas 
Modelos de Oligopólio
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
65
concorrentes. As empresas fixam os preços e esperam que o mercado determine 
a quantidade vendida, chamamos isso de concorrência de Bertrand.
Quando uma empresa fixa o preço, ela precisa prever o preço que será fixado 
pela outra empresa. Nesse caso, também buscamos um equilíbrio, no qual tere-
mos o par de preços correspondente às escolhas que maximizam o lucro de cada 
empresa dada a escolha feita pela concorrente.
Se as empresas atuam em um mercado com produtos homogêneos, o equi-
líbrio de Bertrand se dá onde o preço é igual ao custo marginal. Nessa situação, 
a empresa com menor custo marginal irá monopolizar o mercado, ofertando o 
produto a qualquer preço (p) menor que o custo marginal da segunda empresa 
mais eficiente do mercado: ct ≤ pda informação e livre entrada e saída.
c) Maximização de lucros e grande número de empresas.
d) Perfeita mobilidade de fatores e barreiras anteriores à entrada.
2. O modelo de mercado conhecido como monopólio tem suas hipóteses bási-
cas defendidas pelos economistas neoclássicos, que fazem suposições acerca 
das empresas e do mercado. A respeito desta estrutura de mercado, avalie as 
seguintes afirmações:
I. O monopólio maximiza os lucros produzindo a quantidade correspondente 
ao ponto em que a receita marginal é igual ao custo marginal.
II. Nesse modelo, apenas uma empresa domina o mercado, de forma que a 
demanda de mercado é a demanda da empresa.
III. Os lucros extraordinários obtidos por essas empresa fazem com que novas 
empresas entrem no mercado.
IV. O fato de uma empresa monopolista ser formadora de preços faz com que 
produtor e consumidor tenham suas condições de bem-estar melhoradas.
Assinale a alternativa correta:
a) Apenas I e II estão corretas.
b) Apenas II e III estão corretas.
c) Apenas IV está correta.
d) Apenas I, II e III estão corretas.
3. A competição monopolística combina características do monopólio e da com-
68 
petição perfeita. Assinale verdadeiro (V) ou falso (F) para as afirmativas sobre 
essa estrutura de mercado:
 )( A principal característica da competição monopolística é a diferenciação 
de produtos.
 )( As empresas em competição monopolística maximizam seus lucros no 
ponto onde a receita marginal é igual ao custo marginal.
 )( Nessa estrutura de mercado, as empresas não possuem lucros no longo 
prazo, de forma que o mercado permanece em equilíbrio no longo prazo.
Assinale a alternativa que corresponde à ordem correta das sentenças:
a) V, F, F.
b) F, F, V.
c) V, V, F.
d) F, V, F.
e) Nenhum das alternativas anteriores está correta.
4. O oligopólio é a estrutura de mercado composta por empresas que possuem 
uma certa influência sobre os preços. Existem duas variáveis de decisão dos 
produtores que fazem parte de um oligopólio. Quais são elas e o que é consi-
derado para que essas escolhas sejam feitas?
5. O modelo de competição monopolística foi criado a partir da insatisfação com 
os modelos de monopólio e concorrência perfeita. Quais foram as críticas que 
levaram à criação desse novo modelo?
69 
Vimos que a presença de regulação por parte do governo pode exercer vários papéis. 
Um deles é desenvolver mecanismos que incentivem a eficiência das empresas presta-
doras de serviço para que os recursos possam ser canalizados para a expansão da in-
fraestrutura. Vamos ver algumas formas de regulação dos serviços públicos oferecidos 
pelas empresas monopolistas.
Formas de regulação
As empresas monopolistas de serviços públicos apresentam dois tipos de regulação: estru-
tural e de condutas. A regulação estrutural aborda as condições de entrada e de saída das 
firmas nos setores regulados e as medidas para separação vertical de segmentos da presta-
ção dos serviços (PINHEIRO; SADDI, 2005). Na separação vertical, o processo de produção de 
bens e serviços é segmentado em várias etapas, o que permite a atuação de várias empresas 
nas diferentes fases da cadeia produtiva (JOURAVLEV, 2001a). Já a de condutas regula o com-
portamento das empresas dentro do mercado e engloba preços, qualidade e investimentos 
(JOURAVLEV, 2001b). Como cada setor da infraestrutura apresenta estágios diferentes de 
desenvolvimento tecnológico e características específicas quanto ao nível de competição 
em alguns segmentos da prestação dos serviços, os papéis da regulação estrutural e de con-
dutas assumem configurações variadas para cada setor. Por exemplo, na energia, a cadeia 
produtiva é dividida em geração, transmissão e distribuição. Essa condição de desverticaliza-
ção permite que na geração várias empresas, inclusive com diferentes matrizes energéticas, 
concorram para ofertar energia aos distribuidores. Assim, nessa área, assume um papel rele-
vante a regulação estrutural que define as condições de participação das firmas no mercado 
de produção de energia. No entanto, o segmento final desse setor, a distribuição, é mono-
pólio natural, onde a regulação de condutas é necessária para simular competição e corrigir 
falhas de mercado. Ao mesmo tempo, no saneamento básico, as características do setor não 
permitem competição, seja pela inviabilidade econômica da desverticalização da prestação 
dos serviços, seja pela falta de mudanças no padrão tecnológico. Há também outros fatores 
que dificultam a desagregação do saneamento básico, como a geração de economias de 
escopo em função da verticalização do setor e a dificuldade de tarifação das diversas etapas 
da produção (JOURAVLEV, 2004). 
Já para o setor de telecomunicações, a tecnologia viabiliza a competição das empresas 
para operação dos serviços. Nesse caso, a concorrência originou-se da dinâmica da evo-
lução tecnológica e impõe participação efetiva da regulação estrutural nas condições de 
acesso das empresas ao mercado. De acordo com Jouravlev (2003), a diferença entre o 
saneamento básico e os setores de telecomunicações e energia, é que a regulação deve 
se estender a todos os segmentos da prestação dos serviços, em virtude da dificuldade 
de competição nesses segmentos. Quanto à regulação de condutas, a fixação de preços 
é a mais relevante, pois interfere diretamente nas condições econômico-financeiras dos 
serviços regulados. Independentemente do método adotado para regulação de preços, 
as atividades necessárias para determinação de custos e valoração de ativos são com-
plexas e exigem elevada expertise dos reguladores. No Brasil, o principal mecanismo 
de precificação utilizado é o da taxa de retorno, adotado desde a edição do Decreto nº 
70 
24.643, de 10 de julho de 1934, que instituiu o Código das Águas (BRASIL, 1934). Com 
efeito, a principal crítica a esse método diz respeito à possibilidade de sobreinvestimen-
to, o que geraria desincentivos para a busca de eficiência pelos prestadores de serviços. 
Já a regulação da qualidade tem como objetivo fixar condições e parâmetros para a 
qualidade dos produtos e serviços prestados e, também, verificar o cumprimento dessas 
disposições. Especificamente em relação aos setores da infraestrutura, a regulação da 
qualidade dos serviços públicos exige mecanismos diretos e indiretos para acompanha-
mento dos parâmetros e indicadores regulados, que demandam recursos humanos e 
custos elevados.
De acordo com Jouravlev (2001b), as regulações de preço e de qualidade são interde-
pendentes, pois uma redução da qualidade equivale a um aumento de preços. Entre-
tanto, essa abordagem não tem sido compreendida pelos reguladores, provavelmente 
em decorrência da complexidade da análise da regulação da qualidade com métodos 
de regulação de preços.
Fonte: Júnior (2009).
Material Complementar
MATERIAL COMPLEMENTAR
CÓDIGO DE HONRA (2011)
Sinopse: Mike (Chris Evans) e Paul (Mark Kassen) são advogados e 
sócios. O primeiro tem uma vida marcada pelo vício em drogas, já 
o segundo leva uma vida familiar estável. Os dois aceitam o caso de 
Vicky Rogers (Vinessa Shaw), uma enfermeira infectada pelo vírus HIV 
através de uma agulha contaminada. Com a ajuda de um engenheiro, 
esta mulher desenvolveu um novo tipo de agulha, que se retrai em caso 
de introdução forçada, mas ninguém comprou a patente da invenção. 
Mike e Chris decidem levar o caso aos tribunais, enfrentando uma das 
companhias médicas mais poderosas, defendida por um advogado 
renomado.
REFERÊNCIASREFERÊNCIAS
CARLTON, D. W.; PERLOFF, J. M. Modern Industrial Organization. New York: Fores-
man Little Brown, 1994.
CHAMBERLIN, E. H. The Theory of Monopolist Competition. Cambridge: Harvard 
University Press, 1933.
D’ASPREMOND, C.; GABSSEWICZ, J.; THISSE, J. On Hotelling’s Stability in Competi-
tion. Econometrica, n.17, p. 10445-1151, 1979.
HOTELLING, H. Stability in Competition. Economic Journal, n. 39, p. 41-57, 1929.
JUNIOR, G.; CASTRO, A.; SILVA PAGANINI, W. Aspectos conceituais daregulação dos 
serviços de água e esgoto no Brasil. Engenharia Sanitária e Ambiental, v. 14, n. 1, 
p. 79-88, 2009.
KUPFER, D.; HASENCLEVER, L. Economia Industrial: fundamentos teóricos e práti-
cas no Brasil. Rio de Janeiro: Elsevier, 2002.
SALOP, S. Monopolistic Competition with Outside Goods. Bell Journal of Economi-
cs, n. 10, p. 141-156, 1979. 
SRAFFA, P. The Laws of Returns under Competitive Conditions. Economic Journal, 
v. 36, n. 2, p. 535-550, 1926.
VARIAN, H. R. Microeconomia: Princípios Básicos. Rio de Janeiro: Campus, 2003.
WAQUIL. P. D.; ALVIM, A. M. Acordos Comerciais e o Setor Produtivo de Carne Bovina: 
estimativas de ganhos para o Mercosul. Revista de Economia e Agronegócio, v. 4, 
n. 2, 2015.
72
GABARITO
73
1. d.
2. a.
3. c.
4. As variáveis de decisão dos produtores são as quantidades (q) e os preços (p). As 
decisões de um produtor individual são tomadas considerando as informações 
que ele tem dos outros produtores e considerando as reações que os outros pro-
dutores irão ter.
5. As críticas que deram origem ao modelo de competição monopolística são: o 
modelo de competição perfeita não explicava vários fatos da realidade; a hipóte-
se do produto homogêneo não se encaixava, pois as empresas se utilizavam de 
diversas outras formas de fidelizar os consumidores, como marketing e técnicas 
de vendas; e as empresas expandiam sua produção por meio dos retornos cres-
centes de escala, ao contrário do que indicava o modelo de competição perfeita.
GABARITO
U
N
ID
A
D
E III
Professora Me. Marieli Vieira
O PARADIGMA ESTRUTURA-
CONDUTA-DESEMPENHO
Objetivos de Aprendizagem
 ■ Introduzir as principais medidas de concentração e os méritos 
relativos.
 ■ Apresentar as principais definições sobre inovação industrial e os 
elementos deste processo.
 ■ Entender o modelo estrutura-conduta e desempenho.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
 ■ Medidas de concentração
 ■ Estrutura industrial e inovação
 ■ Estrutura, conduta e desempenho
INTRODUÇÃO
Nesta unidade, iremos aprender sobre as medidas de concentração, que apre-
sentam noções do comportamento dominante dos agentes em determinados 
mercados, considerando as participações desses agentes no mercado. As medi-
das de concentração auxiliam no conhecimento dos setores que têm poder de 
mercado significativo.
As medidas de concentração são classificadas em parciais ou sumárias, ou 
como positivas ou normativas. Nesta unidade, nosso objeto de estudo serão as 
medidas de concentração parciais, onde estudaremos o índice de entropia de 
Theil e o índice de Hirschman-Herfindahl, também chamadas de razões de con-
centração. Vamos ver, ainda, que os índices de concentração precisam atender a 
alguns requisitos básicos para que sejam considerados bons. 
No tópico seguinte, a respeito da estrutura industrial e inovação, veremos 
que as empresas e instituições podem contribuir para o desenvolvimento eco-
nômico por meio da introdução de mudanças, sejam elas em métodos, insumos, 
bens ou serviços. Conheceremos, ainda, cada um dos três estágios do ciclo de 
inovação: invenção, inovação, imitação.
Procura-se saber se as estruturas de mercado em que as empresas estão inse-
ridas têm alguma influência na possibilidade de investimento em pesquisa e 
desenvolvimento e, dessa forma, aumentar as chances de introdução de inovações.
Finalizando a unidade, estudaremos os princípios do modelo de Estrutura-
Conduta-Desempenho, que surgiu em resposta às discordâncias da economia 
neoclássica, esse modelo busca explicar o funcionamento do mercado a partir da 
maximização de lucro e o equilíbrio. No desenvolvimento desse modelo, vere-
mos que cada um dos componentes - estrutura, conduta e desempenho - têm 
uma influência no funcionamento do mercado. O modelo é utilizado na análise 
de setores considerados importantes economicamente. 
Introdução
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
77
O PARADIGMA ESTRUTURA-CONDUTA-DESEMPENHO
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IIIU N I D A D E78
MEDIDAS DE CONCENTRAÇÃO
Olá! Neste tópico, iremos introduzir as principais medidas de concentração que 
costumam ser utilizadas e discutiremos as suas propriedades.
As medidas de concentração são utilizadas para se ter uma ideia da concor-
rência de um determinado mercado. Maior a concentração quanto menor o grau 
de concorrência entre as empresas, e menor a concentração quanto mais empresas 
disputam o poder de mercado da indústria (KUPFER; HASENCLEVER, 2002).
O poder de mercado de uma empresa se relaciona com o controle dos preços de 
venda do produto. Quanto mais eficiente na produção as empresas são, maior a capa-
cidade de competição e elas conseguem dominar uma parcela maior de mercado. 
Empresas com poder de mercado são capazes de fixar o preço de mercado acima das 
concorrentes e mantê-lo assim sem ter a sua participação de mercado prejudicada.
O poder de mercado é medido pela participação de mercado, que se traduz 
na razão entre a sua oferta e a oferta total de produtos da indústria. São usadas 
como medida, também, a capacidade instalada, o PL e o número de emprega-
dos, embora isso não reflita necessariamente o poder de mercado.
O padrão concorrencial é resultado de vários fatores, como as preferências 
dos consumidores, a escolha dos níveis de preços ou quantidades ofertadas, e a 
existência ou não de barreiras à entrada no mercado. O padrão concorrencial 
contribui de acordo com a maior ou a menor eficiência produtiva e gerencial, 
conforme os resultados obtidos, para a obtenção de poder de mercado.
Medidas de Concentração
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
79
Maior poder de mercado faz com que, devido a maior concentração da pro-
dução, sejam causadas desigualdades na repartição de mercado. Porém maiores 
desigualdades na participação do mercado podem também causar a existência 
de concentração industrial.
As medidas de concentração podem ser classificadas como parciais ou sumá-
rias, ou como positivas ou normativas. As medidas de concentração parciais não 
utilizam dados da totalidade das empresas que atuam na indústria, enquanto as 
sumárias requerem dados de todas as empresas em operação. As medidas de 
contração positivas dependem da estrutura aparente do mercado e não do com-
portamento dos produtores ou consumidores, enquanto as normativas, além da 
estrutura aparente, levam em conta esses comportamentos, relacionados às pre-
ferências dos consumidores e produtores.
As razões de concentração são o principal exemplo das medidas de con-
centração parciais, nessa modalidade, veremos um pouco do índice de 
Hirschman-Herfindahl e da entropia. 
As razões de concentração de ordem k fornecem a parcela de mercado das k, 
maiores empresas da indústria. No índice, dado pela fórmula seguinte, utiliza-se 
comumente k = 4 e k = 8, e quanto maior o índice, maior o poder de mercado 
exercido pelas k maiores empresas.
CR k si
i
k
� � �
�
�
1
As razões de concentração ignoram as empresas que se classificam abaixo das pri-
meiras posições, desde que fusões e aquisições entre elas não alterem a sua posição. 
Desconsideram, também, as participações dessas empresas menores nas empre-
sas maiores, pois não afetam a concentração medida pelo índice. Estas duas falhas 
fazem com que a razão de concentração tenha dificuldade para ser utilizada como 
medida do poder de mercado ou mesmo para acompanhar a evolução da estru-
tura industrial e, por isso, considera-se as medidas sumárias como mais atraentes.
Índice de Hirschman-Herfindahl - HH
Esse índice positivo é definido por:
HH si
i
n
�
�
� 2
1
O PARADIGMA ESTRUTURA-CONDUTA-DESEMPENHO
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de1998.
IIIU N I D A D E80
Essa fórmula, elevando cada parcela de mercado ao quadrado, atribui um 
peso maior às empresas maiores, o que nos traz a interpretação de que quanto 
maior o índice HH, mais elevada a concentração de mercado e menor a concor-
rência entre os produtores.
O índice HH varia entre 1/n e 1. O limite inferior decresce à medida que 
aumenta o número de empresas, enquanto o limite superior está associado ao 
caso da existência de monopólio, quando uma única empresa atua no mercado. 
Portanto, o índice não vai necessariamente reduzir com o aumento de empresas. 
Uma empresa adicional no mercado pode fazer com que a concentração medida 
pelo índice reduza ou aumente.
Índice de entropia de Theil - ET proposto por Theil (1967), o pode ser inter-
pretado, para a economia industrial, como uma medida inversa da concentração.
A fórmula original foi desenvolvida para o contexto da teoria da informa-
ção, e posteriormente, foi adaptada por Braga e Mascolo (1982), substituindo o 
que era probabilidade de ocorrência pela parcela de mercado da firma:
ET s ln si i
i
n
� � � �
�
�
1
O índice ET vai indicar o conteúdo informacional esperado da ocorrência, cal-
culado sobre todas as empresas da indústria. Portanto, esta informação será a 
média das empresas. 
Uma mensagem confirmando a ocorrência de um evento vem associada 
ao grau de surpresa que esse evento vai ocasionar. O grau de surpresa é maior 
quanto menor a probabilidade de ocorrência, válido para o contrário. 
Quanto maior a empresa, menor o grau de surpresa associado à mensagem 
e menor o índice de entropia, assim, maior o grau de concentração na indústria.
O limite inferior desse índice corresponde a zero, que indica concentração 
máxima, que ocorre em caso de existência de monopólio. Para encontrarmos o 
limite superior, sabemos que ET assume o valor mínimo quando todas as empre-
sas são iguais (s1 = 1/n), neste caso, teremos:
0 � � � �ET ln n
Medidas de Concentração
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
81
Propriedades básicas dos índices de concentração
Considerando o índice de concentração genérico como uma função posi-
tiva das distribuições de mercado, Encaoua e Jacquemin (1980) desenvolveram 
propriedades básicas a serem consideradas para que os índices de concentração 
sejam considerados bons:
 ■ Princípio da transferência: se uma empresa maior ocupar a parcela de 
mercado de uma empresa menor, o índice de concentração irá diminuir.
 ■ Minimalidade em simetria: o índice deve apresentar valor mínimo quando 
todas as empresas têm parcelas iguais de mercado.
 ■ Critério de Lorenz: se duas indústrias possuírem o mesmo número de 
empresas e as mesmas parcelas de mercado, em que a primeira distribuição 
domine a segunda, a concentração da primeira será maior que na segunda.
 ■ Não decrescimento em fusões horizontais: fusões horizontais nunca são 
benéficas para a concorrência, ou seja, a concentração continua a mesma.
 ■ Não crescimento em simetria: quando as empresas de uma indústria têm 
o mesmo tamanho e existe a possibilidade de uma nova empresa entrar, 
o índice de concentração não aumenta.
Os índices HH e ET atendem os cinco requisitos, enquanto as razões de concen-
tração não atendem a primeira e a quarta propriedades.
O trabalho de Schimidt e Lima (2002) apresenta diferentes medidas de con-
centração que são utilizadas por órgãos antitruste de vários países, inclusive 
o índice de Hirschman-Herfindahl. Para saber mais, acesso: .
Fonte: a autora.
O PARADIGMA ESTRUTURA-CONDUTA-DESEMPENHO
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IIIU N I D A D E82
ESTRUTURA INDUSTRIAL E INOVAÇÃO
Iniciada por Joseph Schumpeter após a Segunda Guerra Mundial, a Economia 
da Inovação veio com objetivo de estudar as inovações tecnológicas e organiza-
cionais que são feitas pelas empresas para fazerem frente à concorrência.
Para Schumpeter (1988), o desenvolvimento econômico vem das mudanças 
que são iniciadas espontaneamente na vida econômica. A inovação tecnológica 
tira o sistema econômico do equilíbrio e representa um papel muito importante 
no desenvolvimento regional e no desenvolvimento de um país.
Uma empresa realiza uma inovação quando utiliza métodos ou insumos novos 
para ela ou quando produz bens ou serviços com mudanças, neste momento, ela 
realiza mudanças tecnológicas.
Além das empresas e das atividades de P&D, as instituições também contri-
buem para a inovação nacional, entre elas estão as universidades, os institutos 
públicos de pesquisa, as agências públicas e privadas e o sistema educacional.
A Pesquisa e Desenvolvimento refere-se à pesquisa básica, à aplicada e ao 
desenvolvimento experimental. A pesquisa básica é o trabalho teórico e experi-
mental utilizado para compreender questões da natureza, enquanto a pesquisa 
aplicada envolve a busca pelo conhecimento que gere finalidades práticas, e o 
desenvolvimento experimental é a comprovação da viabilidade e do aperfeiço-
amento de novos produtos, processos, sistemas ou serviços.
Estrutura Industrial e Inovação
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
83
O ciclo da inovação ocorre em três estágios:
 ■ Invenção: criação de coisas que não existiam anteriormente por meio de 
novos conhecimentos ou aplicação de conhecimentos já existentes com 
novas formulações. As invenções geram direitos de propriedade, porém 
nem todas as invenções vão se transformar em inovações.
 ■ Inovação: introdução de invenções ou melhorias de processos já existen-
tes de produtos e/ou serviços que busquem atender às novas necessidades 
do usuários.
 ■ Imitação: introdução de variações que causam a difusão das inovações, 
porém, sem acrescentar melhorias ou com melhorias incrementais.
O modelo de incitação, desenvolvido por Kenneth Arrow, em 1962, é um modelo 
de análise econômica da inovação que é utilizado para a concorrência pura e 
para o monopólio. 
 O objetivo principal é descobrir se existem vantagens dessas duas estrutu-
ras quanto à motivação ao investimento em Pesquisa e Desenvolvimento, pois, 
para que uma empresa faça esse investimento, é necessário que os retornos que 
serão obtidos sejam suficientes para financiar esse processo.
O monopólio tem vantagem, pois, devido ao poder de mercado, já garante 
lucros extraordinários, logo o incentivo a inovação vem do fato de ele conse-
guir, com isso, reduzir os custos envolvidos no processo de produção. Enquanto 
a empresa que atua em modo concorrencial e sem poder de mercado é motivada 
a aumentar a sua margem de lucros, mesmo que a entrada de empresas imitan-
tes seja capaz de reduzir novamente essa margem pouco tempo depois.
Independentemente da realização de uma inovação drástica ou não drástica, 
radical ou incremental, o monopólio tem menor motivação ao investimento em 
Pesquisa e Desenvolvimento do que as empresas em concorrência perfeita, pois 
o seu retorno é menor em ambos os casos.
Uma versão posterior do modelo de Arrow foi desenvolvida por Dasgupta 
e Stiglitz (1980), na qual foi feita uma adaptação para utilização em várias 
formas de concorrência. Esse modelo busca avaliar como a taxa de inovação 
interage com a estrutura de mercado e o impacto de outras variáveis centrais 
desta interação.
O PARADIGMA ESTRUTURA-CONDUTA-DESEMPENHO
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IIIU N I D A D E84
Outro modelo de análise da inovação é o modelo de seleção iniciada por Penrose 
a Alchian nos anos 50, retomada por Winter nos anos 60 e, finalmente, conso-
lidada nos anos 80 por Richard Nelson.
Considerando que o mercado está em constante evolução, as empresasten-
dem a buscar alternativas de atuação no lugar daquelas já existentes, procurando 
se desenvolver, pois aquelas que param no tempo entram em processo de falência.
Visando a este desenvolvimento, as empresas que inovam sem ser imitadas 
rapidamente e aquelas que imitam rapidamente possuem destaque na indústria. 
Considerando isso, o modelo leva em consideração as políticas voltadas para a 
inovação e as políticas voltadas para a imitação.
As empresas desenvolvem essas políticas sempre em busca da maximização 
de lucros. Um investimento a ser realizado em P&D é incerto, pois não se sabe 
se vai ser bem-sucedido ou não, somente o decorrer dos acontecimentos é que 
revelarão se a atitude adotada foi bem-sucedida.
Quando não houver inovações, a estrutura de mercado é estabelecida pela 
maneira como as empresas se comportam frente à pesquisa de informações tec-
nológicas e às modalidades de difusão dos conhecimentos. Outra suposição do 
modelo é que a estrutura mais competitiva possui um desempenho médio infe-
rior, enquanto a menos competitiva possui uma produtividade mais elevada.
ESTRUTURA INDUSTRIAL E MUDANÇA TECNOLÓGICA
A questão que se fez ao longo do tempo, dentro da economia industrial, é se 
existe a possibilidade de algumas estruturas industriais serem mais propensas e 
mais eficazes no investimento em Pesquisa e Desenvolvimento?
O artigo de Dasgupta e Stiglitz (1980) pode ser acessado integralmente no 
endereço eletrônico: .
Fonte: a autora.
Estrutura Industrial e Inovação
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
85
Partindo da ideia de Schumpeter (1984), de que a maior frequência de ino-
vação está ligada às empresas maiores, alguns estudos empíricos estabeleceram 
duas proposições independentes: de que a inovação cresce conforme aumenta 
o tamanho das empresas e de que a inovação cresce quanto mais concentrado 
o mercado.
Vários argumentos foram formulados, tanto para afirmar estas hipóteses como 
para contrariá-las. Buscando justificar o tamanho da empresa quando se fala em 
grau de concentração, utiliza-se os recursos próprios das empresas, a existência 
de economias de escala na tecnologia e as imperfeições no mercado de capitais 
que levam o financiamento de forma mais fácil até as empresas. Por outro lado, 
sugere-se as economias de escala, a perda do incentivo ao empreendedorismo 
ou o aumento da burocratização das atividades.
Os investimentos realizados em Pesquisa e Desenvolvimento transformam 
recursos em conhecimentos, que afetarão diretamente os produtos e processos 
das empresas. Existem diferentes tipos de indicadores que possibilitam medir os 
esforços das empresas e a eficácia da aplicação desses recursos.
As empresas inovadoras podem analisar seus processos de Pesquisa e 
Desenvolvimento de maneira incremental e fundamental. A primeira mede a 
agilidade em explorar o conhecimento existente, a segunda mede a capacidade 
de criar conhecimento - aquele conhecimento que é novo para a empresa e para 
o mundo.
Na Tabela a seguir podemos ver alguns dos indicadores utilizados em casos 
de empresas que investem na Pesquisa e Desenvolvimento de novos produtos:
Você considera que é possível, nesses casos, a utilização do termo “concen-
tração do bem”?
O PARADIGMA ESTRUTURA-CONDUTA-DESEMPENHO
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IIIU N I D A D E86
Tabela 1 - Indicadores financeiros de novos produtos
INDICADORES FINANCEIROS
Aumento do Market Share devido aos novos produtos.
Percentual da receita gerada por novos produtos.
Crescimento da receita proveniente de novos produtos.
Custo das devoluções provenientes de novos produtos.
Gastos com o desenvolvimento de novos produtos.
Percentual dos investimentos destinados aos novos produtos.
INDICADORES NÃO-FINANCEIROS
Nível de satisfação dos clientes pelos novos produtos.
Vantagem competitiva devido aos novos produtos.
Número de reclamações devido à qualidade do produto.
Tempo de desenvolvimento de novos produtos.
Número de novos produtos lançados no ano.
Número de novos clientes com pedidos de novos produtos.
Pontualidade na entrega de novos produtos.
Novos produtos sustentáveis.
Fonte: adaptado de Nantes (2015).
Esses indicadores apresentam também algumas limitações, pois o Manual Frascati 
registra somente os esforços que são contínuos:
 ■ São incluídas somente as despesas em P&D, o que pode estar subesti-
mando essas despesas, pois os custos com processos de aprendizagem 
também deveriam ser considerados.
 ■ A mudança tecnológica também pode ser proveniente de atividades de 
pesquisa de outras fontes.
 ■ O número de patentes é a melhor maneira de medir a propensão a ino-
var do que a propensão a investir; existem outras formas de transformar 
tecnologias em ativos rentáveis; e nem todas as patentes se transformam 
em novos produtos ou processos.
Estrutura, Conduta e Desempenho
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
87
ESTRUTURA, CONDUTA E DESEMPENHO
O modelo de Estrutura-Conduta-Desempenho (E-C-D) analisa como a orga-
nização de mercado afeta as estratégias das empresas e o seu desempenho e é 
referência quando se trata de análise da concorrência.
Os desdobramentos do paradigma E-C-D advêm da insatisfação com a teo-
ria neoclássica. Essa teoria neoschumpeteriana busca explicar o comportamento 
das empresas e o funcionamento do mercado a partir da maximização de lucro 
e o equilíbrio.
Tendo como precursor E. Mason, J. Bain formalizou o modelo em seu livro 
Industrial Organization, onde estudou cada um dos elementos presentes no 
paradigma.
O PARADIGMA ESTRUTURA-CONDUTA-DESEMPENHO
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IIIU N I D A D E88
Segundo Bain (1968), a estrutura trata das características de organização 
das empresas que influenciam a competição e os preços. Uma das variáveis mais 
importantes é o número de empresas e seu tamanho relativo, variável essa que 
pode ser conhecida por meio do grau de concentração de mercado, um dos ele-
mentos na concorrência nas indústrias. Pode envolver, também, a diferenciação 
de produtos, integração vertical e diversificação da produção.
Além da estrutura de mercado, são consideradas importantes as barreiras à 
entrada, afetadas pela concorrência e pela concentração. 
As condutas, que ficam entre a estrutura e o desempenho, são fundamen-
tais para a competitividade e pressionam as políticas públicas junto ao governo. 
Referem-se ao comportamento adotado pelas empresas para se adaptarem aos 
mercados e melhorarem o desempenho. Porém com a evolução do paradigma, 
aceitou-se que as condutas também afetam a estrutura - no modelo tradicional, 
o sentido da causalidade era unidirecional, indo da estrutura para a conduta. 
Partindo das estratégias das empresas para interação com os consumido-
res no mercado, o desempenho é definido pelo retorno econômico e o nível de 
bem-estar gerado.
O modelo ECD inicial tinha algumas falhas, como a falta de importância 
das condutas das empresas no processo de concorrência e a incapacidade de 
lidar com a existência de diferenciais de lucratividade entre as empresas em uma 
mesma indústria, devido às variações nos tamanhos das empresas.
Na Figura 1, é possível identificar o que envolve as condições básicas de 
oferta e demanda, assim como as estruturas de mercado, conduta e desempe-
nho nas relações de mercado:
Estrutura, Conduta e Desempenho
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
89
 CONDIÇÕES BÁSICAS
OFERTA
Matérias-primas
Tecnologia
Durabilidade do produto
Valor/peso
Atitudes comerciais
Organização sindical
ESTRUTURA DE MERCADO
Número de vendedorese compradores
Diferenciação do produto
Barreiras à entrada
Estrutura de custos
Integração vertical
Diversi�cação
CONDUTA
Forma de determinação de preços
Estratégia de produto
Pesquisa e inovação
Propaganda
Táticas legais
DESEMPENHO
Produção e e�ciência alocativa
Avanço tecnológico
Nível de emprego
Equidade
DEMANDA
Elasticidade-preço
Taxa de crescimento
Substitutos
Tipo de comercialização
Método de compra
Características clínicas e sazonais
Figura 1 - Condições básicas do modelo Estrutura-Conduta-Desempenho.
Fonte: adaptado de Scherer e Ross (1990).
O PARADIGMA ESTRUTURA-CONDUTA-DESEMPENHO
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IIIU N I D A D E90
A resposta para os problemas do modelo foi a aceitação da existência de cau-
salidades menos rígidas, que se expressavam em uma relação interativa entre 
as variáveis de estrutura, conduta e desempenho. Passou-se a avaliar empirica-
mente todos os possíveis feedbacks entre as três categorias. Ou seja, a partir de 
então, a conduta pode afetar a estrutura e não apenas ser afetada por ela, e afe-
tar também as condições básicas.
Encerrando esta unidade, desejo bons estudos! Nos vemos na próxima uni-
dade, onde iniciaremos os estudos sobre concorrência real e potencial, e também 
o modelo de preço limite.
O modelo E-C-D é utilizado para análise de setores específicos, buscando co-
nhecer aspectos de setores com revelada importância econômica no mer-
cado brasileiro ou no mercado externo. Seguindo este gênero, o trabalho 
de Lopes (2016) dá especial atenção ao setor calçadista gaúcho. Acesse o 
trabalho em: .
Fonte: a autora.
Considerações Finais
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
91
CONSIDERAÇÕES FINAIS
As medidas de concentração são utilizadas para conhecer o nível de concorrên-
cia do mercado, que será menor quanto maior a concentração de empresas e 
maior quanto menor a concentração de empresas. 
No primeiro tópico, estudamos o índice de Hirschman-Herfindahl, que varia 
entre 1/n e 1, e sua interpretação de que, quanto maior o índice, maior será a con-
centração do mercado. Conhecemos também o índice de entropia de Theil, que 
é uma medida inversa da concentração e nos diz que, quanto menor o índice, 
maior a concentração e menor a concorrência. 
Os estágios do ciclo de inovação são a invenção, a inovação e a imitação. A 
invenção se refere à criação de coisas novas por meio de novos conhecimentos 
ou novas formulações de conhecimentos já existentes. A inovação corresponde 
à introdução de invenções e das melhorias de produtos e serviços para atender 
às necessidades futuras dos usuários e, por último, a imitação é quando as varia-
ções de produto são utilizadas difundindo as inovações, mas sem acrescentar 
melhorias, ou apenas com aperfeiçoamentos.
Bain estudou o que significam cada um dos componentes do modelo 
Estrutura-Conduta-Desempenho. A estrutura se refere às características da orga-
nização das empresas que influenciam nos preços e na competição. As condutas, 
ficam entre a estrutura e o desempenho, e referem-se ao comportamento das 
empresas que buscam se adaptar ao mercado e obter um desempenho melhor. 
O desempenho melhor se traduz em maior retorno econômico e em aumento 
do nível de bem-estar gerado.
O modelo ECD inicial apresentava falhas, como a ausência de importân-
cia das condutas para o processo de concorrência e a incapacidade de lidar com 
diferentes níveis de lucratividade devido às diferenças de tamanho das empre-
sas. Com o desenvolvimento do modelo, estas questões foram resolvidas por 
meio da aceitação de uma relação interativa entre os elementos de Estrutura, 
Conduta e Desempenho. A partir de então, a conduta pode afetar a estrutura e 
não somente ser afetada por ela.
92 
1. O cálculo das medidas de concentração é feito buscando conhecer o grau de 
concorrência entre as empresas em determinado mercado. Sobre as medidas 
de concentração, assinale a alternativa incorreta:
a) As razões de concentração são uma das formas de medir a concentração e 
fornecem a parcela de mercado das x maiores indústrias do mercado.
b) O índice de Hirschman-Herfindahl atribui peso maior às maiores empresas e 
,quando igual ao limite superior, indica a existência de monopólio.
c) Quando o índice de entropia corresponde ao seu limite superior, indica a 
concentração máxima.
d) O índice de Hirschman-Herfindahl atende a todas as propriedades.
e) Quanto maior a concentração de mercado, maiores as desigualdades cau-
sadas no mercado.
2. As medidas de concentração industrial indicam que, quanto maior a concen-
tração, maiores serão as desigualdades na participação do mercado. Como são 
classificadas as medidas de concentração?
3. Tanto o índice ET, que foi desenvolvido por Henri Theil, quanto o índice HH, 
desenvolvido por Orris Hirschman e Albert Herfindahl, são medidas de con-
centração parciais. Qual a diferença na interpretação da concentração entre o 
índice de entropia de Theil e o índice de Hirschman-Herfindahl?
4. A inovação pode ser a introdução ou o aperfeiçoamento de novos processos, 
produtos ou serviços, e o ciclo da inovação ocorre em três estágios. Quais são 
eles e o que eles envolvem?
5. O modelo ECD analisa como a organização de mercado afeta a maneira como 
as empresas agem e como o seu desempenho é afetado. O que correspondem 
cada um dos fatores do modelo Estrutura-Conduta-Desempenho?
93 
As medidas de concentração dão ideia da concorrência de um mercado, e as políticas 
de defesa da concorrência são instrumentos para criar uma economia mais eficiente 
e inovadora, e também preservar o bem-estar econômico da sociedade. No trecho a 
seguir veremos alguns indicadores concorrenciais baseados nas variáveis das empresas.
“Segundo o relatório elaborado pelo instituto Copenhagem Economics, não há um indi-
cador que reflita fidedignamente a intensidade da concorrência, pois esta é um fenôme-
no complexo, multidimensional e, especialmente, dinâmico, que tende a ter equilíbrio 
instável no médio prazo. Por outro lado, cada indicador pode capturar algumas partes 
dessa complexidade. O objetivo do relatório foi discutir os principais índices que têm 
sido usados sistematicamente pelas autoridades de países como Estados Unidos, Reino 
Unido, Holanda e nórdicos (Noruega, Suécia, Dinamarca, Finlândia). O estudo elenca em 
oito grupos de 57 indicadores, tanto de estrutura quando de conduta e desempenho. A 
Tabela 1 em anexo apresenta esses indicadores que, além da “concentração”, envolvem 
aspectos tais como: “barreiras à entrada”, “lucro”, “produtividade”, preços”, “inovação”, 
“qualidade do produto” e “mobilidade”. 
O relatório sugere, portanto, 31 indicadores considerados mais eficientes e viáveis para 
avaliar a concorrência, de acordo com dois critérios: (i) o embasamento teórico e (ii) a apli-
cação prática. A Tabela 1 a seguir apresenta os 31 indicadores recomendados pela Cope-
nhagen Economics e sua categoria de classificação” (OLIVEIRA, 2014, p. 11).
Tabela 1 - Indicadores para análise da concorrência
TIPO INDICADOR ESPECÍFICO
Concentração
Percentual de concentração de N firmas.
Índice de Hirschmann-Herfindahl (IHH).
Razão entre importações e produção.
Fatia de mercado das autoridades públicas.
Variação na parcela de concentração.
Variação no IHH.
Barreiras à entra-
da
Razão capital e custo.
Razão de custo de marketing.
Razão de desvantagem de custo.
Taxa de entrada.
Taxa de abandono de consumidores.
Taxa de crescimento da indústria.
94 
Mobilidade
Coeficiente de variância da concentração.
Estabilidade da parcela de mercado.
Inovação
Percentual de P&D de dado custo.
Percentual de patentes.
Preços
Variação de preços dentro de um setor.
Paridade do poder de compra.
Número de variações de preço.
Lucros
Retorno dos ativos.
Retorno do capital empregado.Retorno do capital investido.
Retorno do capital de terceiros.
Retorno das vendas.
Renda residual bruta.
Renda residual líquida.
Produtividade
Variação na produtividade do trabalho.
Dispersão da produtividade do trabalho.
Variação na produtividade total dos fatores.
Dispersão da produtividade total dos fatores.
Qualidade do 
produto Reclamações dos consumidores.
Fonte: adaptado de Olivera (2014, p. 13).
Você pode conhecer a metodologia de alguns indicadores da Tabela apresentada por 
meio do documento completo do Conselho Administrativo de Defesa Econômica escri-
to por Glauco Avelino Sampaio Oliveira (2014). 
Fonte: a autora.
Material Complementar
MATERIAL COMPLEMENTAR
A Fantástica Fábrica de Chocolate (2005)
Sinopse: Willy Wonka (Johnny Depp) é o excêntrico dono da maior fábrica 
de doces do planeta, que decide realizar um concurso mundial para 
escolher um herdeiro para seu império. Cinco crianças de sorte, entre 
elas Charlie Bucket (Freddie Highmore), encontram um convite dourado 
em barras de chocolate Wonka e com isso ganham uma visita guiada pela 
lendária fábrica de chocolate, que não era visitada por ninguém há 15 
anos. Encantado com as maravilhas da fábrica, Charlie fi ca cada vez mais 
fascinado com a visita.
REFERÊNCIASREFERÊNCIAS
BAIN, J. S. Industrial organization. New York: John Wiley, 1968.
BRAGA, C. H.; MASCOLO, J. L. Mensuração da concentração industrial no Brasil. Pes-
quisa e Planejamento Econômico, Rio de Janeiro, v. 12, n. 2, p. 401, ago. 1982.
DASGUPTA, P.; STIGLITZ, J. Uncertainty, industrial structure, and the speed of R&D. 
The Bell Journal of Economics, v. 11, n. 1, p. 1-28, 1980.
ENCAOUA, D.; JACQUEMIN, A. Degree of monopoly, Indeces of Concentration and 
Threat of Entry. International Economic Review, n. 21, p. 87-105, 1980.
KUPFER, D.; HASENCLEVER, L. Economia Industrial: fundamentos teóricos e práti-
cas no Brasil. Rio de Janeiro: Elsevier, 2002.
LOPES, H. C. O Setor Calçadista do Vale dos Sinos/RS: Um Estudo a partir do Modelo 
Estrutura-Conduta-Desempenho. Revista de Economia, Curitiba, v. 40, n. 3, a. 38, p. 
68-90, set./dez. 2014. 
NANTES, J. F. D. Indicadores de Desempenho em Projetos de Desenvolvimento de 
Produtos: Estudo de Caso em uma Empresa do Setor Têxtil. In: ENCONTRO NACIO-
NAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO. 35., 2015, Fortaleza. Anais... Fortaleza: ENE-
GEP, 2015. 
OLIVEIRA, G. A. S. Conselho Administrativo de Defesa Econômica. Documentos de 
Trabalho 001/2014: Indicadores de Concorrência. Brasília: CADE, set. 2014. Dispo-
nível em: . Acesso em: 19 set. 2018.
SCHERER, F.; ROSS, D. Industrial market structure and economic performance. 
Boston: Houghton Mifflin, 1990.
SCHMIDT, C. A. J.; LIMA, M. A. Secretaria de Acompanhamento Econômico do Minis-
tério da Fazenda. Índices de concentração. Brasília: SEAE/MF. Documento de Traba-
lho n. 13. 2002. 
SCHUMPETER, J. A. A teoria do desenvolvimento econômico. São Paulo: Nova Cul-
tural, 1988.
______. Capitalismo, Socialismo e Democracia. Rio de Janeiro: Zahar, 1984.
THEIL, H. Economics and Information Theory. Chicago: Rand McNally, 1967.
96
GABARITO
97
GABARITO
1. c.
2. As medidas de concentração podem ser classificadas como parciais ou sumárias, 
ou como positivas ou normativas. As medidas de concentração parciais não uti-
lizam dados da totalidade das empresas que atuam na indústria, enquanto as 
sumárias requerem dados de todas as empresas em operação. As medidas de 
contração positivas dependem da estrutura aparente do mercado e não do com-
portamento dos produtores ou consumidores, enquanto as normativas, além da 
estrutura aparente, levam em conta esses comportamentos, relacionados às pre-
ferências dos consumidores e produtores.
3. O índice de Hirschman-Herfindahl eleva cada parcela de mercado ao quadrado 
e atribui um peso maior às empresas maiores, o que nos traz a interpretação 
de que quanto maior o índice HH, mais elevada a concentração de mercado e 
menor a concorrência entre os produtores. O índice HH varia entre 1/n e 1. O 
limite inferior decresce à medida que aumenta o número de empresas, enquan-
to o limite superior está associado ao caso da existência de monopólio, quando 
uma única empresa atua no mercado. Já o índice de Theil é uma medida inversa 
da concentração. O índice ET vai indicar o conteúdo informacional esperado da 
ocorrência, e a confirmação da ocorrência de um evento vem associada ao grau 
de surpresa que esse evento vai ocasionar. O grau de surpresa é maior quanto 
menor a probabilidade de ocorrência, válido para o contrário. Quanto maior a 
empresa, menor o grau de surpresa associado à mensagem e menor o índice 
de entropia, assim, maior o grau de concentração na indústria. O limite inferior 
desse índice corresponde a zero, que indica concentração máxima, indicando a 
existência de monopólio.
4. Os três estágios são invenção, inovação e imitação. A invenção se refere à criação 
de coisas que não existiam anteriormente por meio de novos conhecimentos ou 
aplicação de conhecimentos já existentes com novas formulações. A inovação 
envolve a introdução de invenções ou melhorias de processos já existentes de 
produtos e/ou serviços que busquem atender novas às necessidades do usuá-
rios. Por último, a imitação diz respeito à introdução de variações que causam 
a difusão das inovações, porém, sem acrescentar melhorias ou com melhorias 
incrementais.
5. A estrutura trata das características de organização das empresas que influen-
ciam a competição e os preços. As condutas se referem ao comportamento ado-
tado pelas empresas para se adaptarem aos mercados e melhorar o desempe-
nho. E o desempenho é definido pelo retorno econômico e o nível de bem-estar 
gerado.
U
N
ID
A
D
E IV
Professora Me. Marieli Vieira
BARREIRAS E ESTRATÉGIAS 
COMPETITIVAS
Objetivos de Aprendizagem
 ■ Discutir os conceitos de concorrência real e potencial e apresentar o 
modelo de preço-limite.
 ■ Apresentar os mecanismos de barreiras à entrada e à saída.
 ■ Estudar as tomadas de decisões estratégicas.
 ■ Entender a escolha do melhor resultado.
 ■ Aprender os conceitos de jogos com comunicação.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
 ■ Concorrência real e potencial e o modelo de preço limite
 ■ Barreiras à entrada e barreiras à saída
 ■ Jogos e decisões estratégicas
 ■ Estratégias dominantes
 ■ Ameaças, compromisso e credibilidade
INTRODUÇÃO
Iniciaremos unidade IV com a discussão entre os conceitos de concorrência 
real, que é objeto de estudo dos modelos tradicionais, e concorrência potencial, 
que é estudada pelos clássicos. Os autores clássicos entendem que se as empre-
sas apresentam lucros elevados, a tendência é que outras empresas tentem entrar 
nos mercados para compartilhar desses lucros. 
Veremos, ainda no primeiro tópico, que, apesar de todas as fontes que impe-
dem a livre mobilidade de capital ou a existência de lucros extraordinários serem 
consideradas barreiras à entrada, existem várias definições operacionais. Na sequ-
ência, estudaremos o preço-limite.
No segundo tópico, veremos as barreiras à entrada de maneira mais apro-
fundada, e conheceremos os quatro elementos que compõem a estrutura das 
indústrias e que podem se constituir em barreiras: vantagem absoluta de custos, 
diferenciação dos produtos, existência de economias de escala e a necessidade 
de capital inicial. Concluindo esse tópico, vamos aprender sobre as barreiras à 
saída, que envolvem os custos que as empresas enfrentam caso saiam do mer-
cado, encerrando sua produção.
Seguindo para o terceiro tópico, saberemos que a teoria dos jogos estuda as 
diversas interações estratégicas entre os agentes econômicos, que chamamos de 
jogadores. As interações estratégicas podem envolver muitas estratégias e muitos 
jogadores, podem se tratar de jogos com ou sem manipulaçãode informações. 
Vamos aprender o que significa um equilíbrio de Nash em um jogo.
Durante o quarto tópico, veremos a possibilidade de existência de uma estra-
tégia dominante e o que isto implica. Um equilíbrio em um jogo é uma ótima 
situação, mas, ao mesmo tempo, é muito difícil de ocorrer.
Finalmente, ameaças e promessas são ações por parte dos agentes econô-
micos que representam compromisso e buscam limitar as escolhas de um ou de 
outro no futuro, sem a possibilidade de reversão.
Introdução
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
101
BARREIRAS E ESTRATÉGIAS COMPETITIVAS
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IVU N I D A D E102
CONCORRÊNCIA REAL E POTENCIAL E O MODELO DE 
PREÇO LIMITE
A concorrência real é aquela que ocorre em função do número e do tamanho 
relativo das empresas que formam uma determinada indústria. Enquanto a con-
corrência potencial acontece quando as empresas que já fazem parte da indústria 
competem pelos lucros com as empresas entrantes, ou seja, aquelas que têm 
potencial para entrar no mercado.
A concorrência real é estudada pelos modelos tradicionais, enquanto a con-
corrência potencial é estudada pelos clássicos. Segundo os clássicos, se a empresa 
apresenta lucros elevados, faz sentido que novas empresas busquem entrar nesses 
mercados para compartilhar desses lucros. Assim como as empresas podem encerrar 
suas atividades naquele setor, buscando outros setores que sejam mais atraentes. Esta 
movimentação só acabaria quando os lucros das indústrias estivessem em equilíbrio.
Dessa forma, a concorrência é a livre movimentação de capitais e a tendência 
à equalização das taxas de lucro, e essas interações das empresas entre os mer-
cados são a base da teoria geral de preços e da produção.
Segundo esta visão, a empresa só poderia obter lucros acima da média por 
Concorrência Real e Potencial e o Modelo de Preço Limite
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
103
um tempo, pois a movimentação das empresas no mercado e entre os mercados 
fariam com que os lucros existissem ou não. O tempo de duração desses lucros 
extraordinários seria o tempo de aumentar a capacidade de produção. 
Dessa forma, se uma indústria consegue ter lucros extraordinários perma-
nentes, significa que, de alguma forma, novas empresas estão impossibilitadas 
de entrar nesse mercado. Por isto, essas barreiras à entrada sempre constituí-
ram um problema para o entendimento do funcionamento dos mercados, que 
podem ser definidos nos elementos básicos a seguir:
 ■ Geralmente são empresas que já atuam naquela indústria e se coordenam 
de modo a impedir a entrada de outras.
 ■ As empresas potenciais são aquelas que apresentam a capacidade de inves-
tir nesse mercado, sendo que as primeiras da fila seriam aquelas com os 
melhores requisitos.
 ■ Os incentivos à entrada se relacionam com os ótimos lucros que as empre-
sas podem obter em caso de participarem da indústria, desde que esses 
lucros possam ser obtidos no momento em que comecem as suas atividades.
 ■ Uma entrada corresponde ao início de atuação de uma nova empresa, 
portanto, ficam excluídas aquelas que já atuam e aumentam a sua capa-
cidade, ou aquelas que compram uma empresa já atuante.
 ■ Uma saída corresponde ao encerramento das atividades com a desativa-
ção da capacidade produtiva, pois, em caso de venda, por exemplo, só 
haverá transferência da capacidade produtiva.
Dentre os vários enfoques existentes na questão das barreiras à entrada, todos 
eles destacam a questão do longo prazo e da concorrência potencial. Todo fator 
que impeça a livre mobilidade do capital e possibilite a existência de lucros extra-
ordinários no longo prazo se constitui em barreiras à entrada.
Quando, nas definições operacionais existem divergências, podemos citar 
alguns grupos:
BARREIRAS E ESTRATÉGIAS COMPETITIVAS
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IVU N I D A D E104
Quadro 1 - Definições de barreiras à entrada
Representantes Definições
Joe Bain
Barreiras à entrada se traduzem condições que permitam 
às empresas já participantes do mercado praticarem preços 
acima do competitivo sem atrair novos competidores.
J. Stigler
Há barreiras quando as empresas entrantes precisam arcar 
com custos os quais as empresas estabelecidas não precisa-
ram arcar.
R. Gilbert
Há barreiras à entrada caso as empresas já estabelecidas 
apresentem vantagens comparativas ou diferencial econô-
mico frentes às entrantes, como se fosse um “prêmio pela 
existência”.
C. Von Weizsa-
cker
Consideram que, além dos diferenciais de custos, precisa 
haver distorções na alocação de recursos do ponto de vista 
social entre as empresas estabelecidas e as entrantes.
Fonte: adaptado de Kupfer e Hasenclever (2002, on-line)1.
MODELO DE PREÇO LIMITE
Para entendermos o modelo de preço limite, vamos visualizar uma indústria em 
equilíbrio, na qual as empresas possam produzir tanto bens homogêneos quanto 
diferenciados. Essas empresas utilizam tecnologias que lhes permitem apresen-
tar ganhos de escala, ou seja, os custos médios são decrescentes até atingirem o 
ponto de escala mínima eficiente, quando se tornam constantes.
Consideramos que o longo prazo dessa indústria corresponde ao período 
de pré-entrada e de pós-entrada e, ainda, que a empresa só vai avaliar entrar no 
mercado se for possível que obtenha os lucros acima da média já no segundo 
momento, o pós-entrada. Esta hipótese faz parte da ideia de que uma empresa 
entrante não tem capital financeiro constituído, o que faz com que ela não possa 
suportar prejuízos de maneira alguma. O que não ocorre quando se trata de 
empresas com capital já estabelecido em outra indústria, por exemplo. 
As empresas atuantes no mercado têm duas opções extremas: trabalhar sem-
pre com os preços no nível competitivo, de maneira a tornar pouco atrativa a 
entrada para novas empresas, porém, assim, estariam prejudicando elas próprias, 
Concorrência Real e Potencial e o Modelo de Preço Limite
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
105
de forma que não obteriam lucro em nenhum dos períodos; ou poderiam estabe-
lecer os preços acima do competitivo, de forma que teriam lucros até o segundo 
período, quando a entrada de novas empresas levaria o preço ao equilíbrio, tor-
nando os lucros das indústrias normais.
Além dessas duas opções, pode haver ainda uma decisão intermediária, na 
qual as empresas poderiam trabalhar com preços acima do competitivo, porém 
não obtendo o lucro máximo. Dessa forma, elas teriam lucros no longo prazo de 
forma permanente, porém não os lucros extraordinários que tornam a indústria 
atrativa a empresas entrantes. O preço que possibilita essa situação é conhecido 
como preço limite. Mas quando esse preço limite seria escolhido pelas empresas?
O preço limite seria dependente do preço competitivo de longo prazo e das 
condições de entrada:
P P EL C� �� �1
Nas quais podem ocorrer algumas situações:
1. Quando as empresas já estabelecidas no mercado não têm vantagem sobre as 
entrantes, ou seja, a entrada no mercado é fácil, pois não existem barreiras.
2. Quando as empresas já estabelecidas têm alguma vantagem e preferem 
praticar a maximização de lucros no curto prazo, mesmo que isso dure 
somente até o segundo período. Fazem isso considerando também que 
as empresas entrantes demorem até materializar os investimentos. Essa 
situação é descrita pela entrada ineficazmente impedida.
3. Quando as empresas estabelecidas têm vantagem competitiva e buscam 
praticar o preço limite para barrar novas entradas. Esta decisão depende 
de os lucros obtidos nos dois períodos serem maiores do que10
UNIDADE III
O PARADIGMA ESTRUTURA-CONDUTA-DESEMPENHO
77 Introdução
78 Medidas de Concentração 
82 Estrutura Industrial e Inovação 
87 Estrutura, Conduta e Desempenho 
91 Considerações Finais 
96 Referências 
97 Gabarito 
UNIDADE IV
BARREIRAS E ESTRATÉGIAS COMPETITIVAS
101 Introdução
102 Concorrência Real e Potencial e o Modelo de Preço Limite 
106 Barreiras à Entrada e Barreiras à Saída 
110 Jogos e Decisões Estratégicas 
114 Estratégias Dominantes 
118 Ameaças, Compromisso e Credibilidade 
121 Considerações Finais 
126 Referências 
127 Gabarito 
SUMÁRIO
11
UNIDADE V
POLÍTICAS E REGULAÇÃO ECONÔMICA
131 Introdução
132 Defesa da Concorrência 
136 Regulação Econômica 
140 Política Industrial 
145 Política Ambiental 
149 Considerações Finais 
153 Referências 
154 Gabarito 
155 Conclusão 
U
N
ID
A
D
E I
Professora Me. Marieli Vieira
EMPRESA, INDÚSTRIA E 
MERCADOS
Objetivos de Aprendizagem
 ■ Expor informações sobre o surgimento da Economia Industrial.
 ■ Analisar a evolução dos conceitos de empresa e as formas assumidas.
 ■ Refletir sobre os conceitos de Indústria e Mercado e as cadeias e 
complexos industriais.
 ■ Entender a relação existente entre as estruturas de custo e as 
economias de escala e escopo.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
 ■ Escopo e história da Economia Industrial
 ■ Natureza, objetivos e estrutura da empresa
 ■ Conceitos de indústria e mercado e cadeias produtivas
 ■ Economias de escala e escopo
INTRODUÇÃO
Caro(a) aluno(a), nesta unidade, você irá conhecer um pouco mais acerca do sur-
gimento da Economia Industrial e alguns conceitos importantes que nos levam 
ao seu aprofundamento.
É importante conhecermos os desdobramentos da Economia Industrial por 
meio da visão tradicional e alternativa. A abordagem tradicional, trazida pelos 
autores neoclássicos, defende que a empresa combina os fatores de produção, 
resgatando dos autores clássicos a lei dos rendimentos, que relacionam o cresci-
mento à produtividade. As escolhas individuais dessas empresas eram baseadas 
na maximização de lucros. 
A abordagem alternativa, uma corrente contemporânea, enfatiza a ideia de 
que a empresa acumula capacidades organizacionais que são transmitidas. O 
que não implica um comportamento imutável, pois estão sempre suscetíveis à 
introdução de inovações na busca de melhorias.
A partir da ideia de inovação, surge o processo de concorrência na atividade 
econômica. A concorrência ocorre na busca pela dominância de maior parcela 
de mercado - definido pela existência de oferta e demanda.
O aumento da concorrência leva a incorporação de mercados acima e abaixo 
das cadeias produtivas, que surgiram com a divisão dos trabalhos e são defini-
das como as diversas etapas de transformação dos insumos.
Por último, você vai ver porque o comportamento dos custos de curto e longo 
prazo é considerado, pelos economistas, parte importante do processo decisó-
rio das empresas na busca de uma melhor lucratividade e mesmo na alocação de 
recursos, as fontes de economias de escala reais e economias de escopo e como 
elas se relacionam com a utilização das plantas das empresas, justificativa para 
a utilização de economias multiplantas e também quais são os fatores causado-
res das deseconomias de escala.
Espero que esta unidade seja proveitosa. Bons estudos!
Introdução
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
15
EMPRESA, INDÚSTRIA E MERCADOS
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IU N I D A D E16
ESCOPO E HISTÓRIA DA ECONOMIA INDUSTRIAL
Também chamada de organização industrial, a disciplina de Economia Industrial 
surgiu a partir de 1950, na busca de novos métodos para estudar a dinâmica de 
diversos setores industriais e foi iniciada por autores que estavam insatisfeitos 
com as justificativas da microeconomia neoclássica.
A disciplina foi incluída no currículo mínimo de economia em 1985, quando 
passou a ser ministrada como disciplina obrigatória e eletiva para os cursos de 
graduação e pós-graduação.
A economia industrial é composta pela abordagem tradicional (mainstream) 
e pela abordagem alternativa (shumpteriana/institucionalista). Ambas partem de 
questões comuns sobre o funcionamento das empresas e dos mercados, porém 
divergem na análise (KUPFER; HASENCLEVER, 2002).
A abordagem tradicional foi iniciada pelo trabalho de Joe S. Bain e 
atingiu a proposta de M. Scherer, conhecida como modelo Estrutura-Conduta-
Desempenho, recentemente chamada de Nova Economia Industrial (NEI). Essa 
abordagem busca a alocação dos recursos escassos considerando o equilíbrio e 
a maximização dos lucros. 
A abordagem alternativa é ligada a Joseph Shumpeter e busca estudar a 
Escopo e História da Economia Industrial
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
17
dinâmica da criação de riqueza das empresas, que se acredita não resultar do pro-
cesso de minimização de custos, mas da capacidade de inovação. Para os autores 
dessa linha, é obrigatório o entendimento da dinâmica dos setores industriais.
Oliver Williamson, que aperfeiçoou a tradição de Ronald Coase, é contri-
buinte desta corrente, pois enfatizou a natureza institucional das empresas e 
buscou explicar as implicações sobre os mercados.
ABORDAGEM TRADICIONAL
Esta linha é trazida pelos neoclássicos, que consideram as condutas empresariais 
importantes para as estruturas de mercado. A empresa é a junção do compor-
tamento de diversos atores econômicos. É dessa corrente que vêm os principais 
fundamentos da defesa da concorrência sustentada pelo governo.
O modelo de concorrência perfeita é alvo de questionamento devido à 
realidade econômica, e com os debates, foram surgindo diversas revisões das 
proposições neoclássicas originais.
Foi sob o paradigma do modelo ECD (Estrutura Conduta Desempenho) 
que a economia industrial se estabeleceu como uma matéria específica da ciên-
cia econômica. É consensual a importância da obra de Joe S. Bain na constituição 
dessa metodologia como ferramenta básica de análise. 
Na visão tradicional de Bain, hipótese estruturalista básica, as condutas não 
importavam. Era a estrutura que determinava o desempenho do mercado e este 
era avaliado de acordo com a taxa de lucro efetiva em relação à taxa ideal em 
eficiência alocativa - o ótimo de Pareto. 
A partir das formulações de Bain, que foram se aprofundando, ocorreu a 
ampliação das variáveis incluídas no esquema analítico original, especialmente 
quanto aos elementos de conduta, assim como o aumento da realização de pes-
quisas empíricas a partir da década de 60. 
Uma das falhas do modelo ECD inicial era a falta de importância das condutas 
das empresas no processo de concorrência. A resposta foi a aceitação da existência 
de causalidades menos rígidas, que se expressavam em uma relação interativa entre 
as variáveis de estrutura, conduta e desempenho. Passou-se a avaliar empiricamente 
EMPRESA, INDÚSTRIA E MERCADOS
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IU N I D A D E18
todos os possíveis feedbacks entre as três categorias e duas alternativas foram busca-
das: estudos de caso e soluções matemáticas. Ambas infrutíferas. Os estudos de caso 
eram muito particulares e pouco generalizáveis, voltando a privilegiar a conduta das 
empresas - e sua rivalidade - como a principal variável explicativa do funcionamento 
dos mercados, desconsiderando as suas características técnico-administrativas.
Outra falha do paradigma era sua incapacidade de lidar com a existência de 
diferenciais de lucratividade entre as empresas em uma mesma indústria, devido 
às variações nos tamanhos das empresas. Não tem porque todas as empresas de 
uma indústria concentrada partilharemaquele que 
seria obtido em apenas um período de maximização de lucros. Isto é o 
que chamamos de entrada eficazmente impedida.
4. Quando as empresas estabelecidas têm uma vantagem competitiva muito 
grande, as novas empresas têm entradas bloqueadas. Isto acontece quando 
o preço de maximização de lucros está em uma faixa que não incentiva 
entradas, o que faz com que essas empresas consigam manter esses lucros 
permanentemente.
BARREIRAS E ESTRATÉGIAS COMPETITIVAS
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IVU N I D A D E106
Alguns mecanismos são capazes de constituir fontes de barreiras à entrada 
dentro das indústrias:
 ■ Existência de vantagem absoluta de custos: esta situação ocorre quando 
o custo médio de longo prazo das empresas que estão entrando no mer-
cado é muito maior do que o das empresas que já estão estabelecidas no 
mercado, independentemente do nível de produção.
 ■ Existência de preferências dos consumidores: em casos que os consumi-
dores são leais ao produtos vendidos pelas empresas já estabelecidas no 
mercado pode fazer com que as empresas que estão entrando nesse mer-
cado tenham que vender seus produtos a preços bem baixos para deslocar 
as preferências.
 ■ Existência de significativas economias de escala: quando novas empre-
sas ficam impedidas de atuar devido à existência de economias de escala. 
 ■ Existência da necessidade de elevados investimentos iniciais: quando há a 
necessidade de mobilização elevada de capital para o investimento inicial.
BARREIRAS À ENTRADA E BARREIRAS À SAÍDA
BARREIRAS À ENTRADA
Barreiras para a entrada de empresas em determinados mercados se traduzem 
basicamente na falta de incentivos à entrada de empresas novas, devido à exis-
tência de vantagem competitiva das empresas já estabelecidas. Maiores serão as 
barreiras à entrada quanto maiores forem as vantagens competitivas. Existem 
quatro elementos nas estruturas das indústrias que podem constituir barreiras 
à entrada, os quais veremos a seguir.
Barreiras à Entrada e Barreiras à Saída
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
107
Vantagem absoluta de custos
Essa vantagem é presente quando os custos das empresas entrantes é superior 
aos das que já estão estabelecidas no mercado, independentemente do nível de 
produção para um bem homogêneo. Existem algumas fontes dessas vantagens, 
como a tecnologia. As empresas atuantes podem ter desenvolvido técnicas de 
produção mais eficientes ou até mesmo, acumulado aprendizado que expliquem 
esses diferenciais.
Outra fonte pode ser as matérias-primas, as quais a aquisição pelas empresas 
já estabelecidas é mais favorável. Os recursos naturais são exemplos, as empre-
sas estabelecidas exploram uma melhor relação custo-qualidade, podendo fazer 
uso, também, da mão-de-obra mais qualificada para o processo de produção e 
impondo altos custos de treinamento às empresas entrantes. Da mesma forma 
ocorre com o acesso ao capital: empresas já estabelecidas têm melhores avalia-
ções e, assim, acesso mais fácil e taxas menores que as entrantes.
Contudo, devemos considerar que existem, também, maneiras de anular essas 
vantagens de custos. Um exemplo disso é quando a empresa que está entrando 
no mercado é inovadora, nesse caso, ela terá a melhor tecnologia que as empre-
sas existentes. As vantagens de custos são consideradas restritas, pois, muitas 
vezes, se aplicam somente a um grupo limitado de ramos industriais.
BARREIRAS E ESTRATÉGIAS COMPETITIVAS
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IVU N I D A D E108
Diferenciação dos produtos
De acordo com a ideia de competição real, a existência de diferenciação de pro-
dutos implica em algum grau de poder sobre os preços, tornando possível praticar 
os preços acima do custo marginal sem comprometer completamente a receita. 
Na competição potencial, a existência de diferenciação implica em barreiras 
à entrada. Os consumidores podem ter preferências pelas marcas já conhecidas, 
fazendo com que a diferença no preço praticado pelas empresas entrantes tenha 
que ser grande para ocorrer uma reavaliação. 
Dessa forma, as barreiras à entrada vão depender bastante das característi-
cas do produto, dos impostos e do esforço de vendas das empresas já existentes.
Os economistas, em geral, concordam que essa seja a fonte mais forte das 
barreiras de entrada, pois são amplas as possibilidades de criação de vantagens 
- buscando as preferências dos consumidores. A diferenciação e a qualidade do 
produto fazem parte de um processo muito custoso. Porém a eficácia dessa bar-
reira pode ser diminuída quando uma empresa entra em determinada indústria, 
trazendo consigo marcas conceituadas em outros mercados, isso faz com que a 
credibilidade seja transferida do mercado original para o novo mercado, efeito 
esse que chamamos de spill-over, ou transbordamento.
Existência de economias de escala
Sugerida por Bain (1956), com uma fonte fraca de barreiras à entrada, as con-
dições para existência de barreiras de escala são:
 ■ Escala mínima eficiente considerada na comparação com o tamanho do 
mercado.
 ■ Custos médios de produção maiores na escala subótima do que os cus-
tos médios mínimos de longo prazo.
A existência de economias de escala não impõe necessariamente à empresa 
entrante nenhum custo o qual a empresa já estabelecida não tenha incorrido. 
Por este motivo, Stigler (1968) e seus seguidores rejeitam esse tipo de barreiras, 
Barreiras à Entrada e Barreiras à Saída
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
109
pois se não existe assimetria de custos entre as empresas entrantes e as estabe-
lecidas, não há porque a empresa que está entrando no mercado acreditar que 
haverá uma guerra de preços após a entrada.
Necessidade de capital inicial
Considerada por Bain (1956) a quarta fonte de barreiras à entrada, a necessidade de 
capital inicial reflete a dificuldade de financiar grandes volumes de capital quando 
o investimento inicial requerido é muito alto. Não tendo essa barreira nada a ver 
com os preços e as lucratividades provocadas pelo aumento da oferta da indústria.
A rigor, barreiras de capital não são barreiras, salvo em situações em que 
haja imperfeições no mercado de capitais, o que gera controvérsias na literatura. 
Essa questão é, no entanto, intuitiva, devido ao fato de que os altos investimen-
tos iniciais são formados por altos custos irrecuperáveis, que irão implicar nas 
decisões estratégicas das empresas.
BARREIRAS À SAÍDA
As barreiras à saída envolvem os custos que as empresas incorrem ao sair do 
mercado, encerrando a sua produção. Esses custos podem envolver desde que-
bras de contrato até a perda de investimentos ou custos irrecuperáveis. 
No final dos anos 80, entrou em foco a teoria da contestabilidade, na qual 
estrutura e condutas são pouco valorizadas por se considerar que as as condi-
ções básicas é que são essenciais ao desempenho dos mercados.
Para a teoria da contestabilidade, o mecanismo de equilíbrio se dá na entrada 
e saída das empresas, pela existência de livre mobilidade. Ou seja, a concorrên-
cia é dada pela existência ou não de custos irrecuperáveis para a empresa que 
está entrando no mercado.
A teoria aplica os conceitos de factível e sustentável: uma configuração indus-
trial é factível quando todas as empresas atendem a toda a demanda, sem ter 
prejuízos; uma configuração industrial é sustentável quando é factível e quando 
BARREIRAS E ESTRATÉGIAS COMPETITIVAS
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IVU N I D A D E110
uma empresa entrante não vá obter lucros com as quantidades e preços que estão 
vigorando no mercado. Ou seja, quando os custos de entrada são maiores do 
que seriam as vendas,menos os custos de produção dessa empresa no mercado.
Uma configuração não-sustentável é aquela que está em equilíbrio, porém 
sempre tendendo ao equilíbrio. A exceção ocorre quando as empresas que estão 
entrando no mercado esperam que as empresas atuantes reduzam os preços 
para o nível sustentável após a sua entrada, ou seja, após a entrada de uma nova 
empresa, vai haver um novo equilíbrio, e as empresas já atuantes podem esco-
lher baixar os preços para se moverem ao equilíbrio. 
A condição estrutural suficiente para assegurar a existência de uma confi-
guração industrial sustentável é um mercado perfeitamente contestável, que é 
atingido quando: não existem barreiras à entrada, pois as empresas entrantes 
têm acesso aos mesmos fatores de produção e às mesmas habilidades; e quando 
não existem barreiras à saída, não há custos irrecuperáveis, o que indica que os 
investimentos realizados inicialmente foram completamente recuperados.
Essas duas condições permitem uma competição que disciplina as decisões das 
empresas, pois qualquer sobrepreço cobrado dá oportunidade à entrada lucrativa, 
possibilitando a empresa entrante sair do mercado sem custos irrecuperáveis e com 
lucros. Um exemplo dessa competição é o mercado de linhas aéras, pois o investi-
mento inicial, o avião, não é um custo irrecuperável, apesar de ser um custo fixo.
JOGOS E DECISÕES ESTRATÉGICAS
A teoria dos jogos estuda as diversas situações de interações estratégicas dos 
agentes econômicos, ela lida com a análise geral da interação estratégica e pode 
ser usada, além de estudar o comportamento econômico, para o estudo de jogos 
de salão e de negociações políticas.
Jogos e Decisões Estratégicas
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
111
As interações estratégicas podem envolver muitas estratégias e muitos jogado-
res, porém, buscando simplificar e facilitar o entendimento, trataremos de um 
jogo simples, entre apenas duas pessoas. Assim, poderemos representar facil-
mente o jogo por meio de uma matriz de ganhos.
Jogos não cooperativos com informação completa são jogos nos quais a 
interação estratégica não contempla a manipulação de informações. Quando os 
jogadores podem observar as ações dos seus concorrentes, os jogos são de infor-
mação completa e perfeita. Quando isso não ocorre, os jogos são de informação 
imperfeita. Podemos caracterizar os jogos de forma extensiva com informação 
completa, incompleta e estratégica. Veremos cada uma delas no tópico seguinte.
EQUILÍBRIO DE NASH
O equilíbrio de Nash significa que temos um par de estratégias ótimas. Nesse 
caso, podemos ter apenas uma escolha ótima de A para a escolha ótima de B. O 
equilíbrio de Nash se traduz na escolha de A ser a melhor considerando a esco-
lha de B, e a escolha de B ser a melhor considerando a escolha de A.
O equilíbrio de Nash é um par de expectativas a respeito das escolhas de 
outra pessoa, e se a escolha da pessoa for revelada, nenhum dos agentes irá que-
rer mudar o seu comportamento. 
BARREIRAS E ESTRATÉGIAS COMPETITIVAS
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IVU N I D A D E112
Quadro 1- Equilíbrio de Nash
Esquerda
Jogador B
Direita
Jogador A
Alto 2,1 0,0
Baixo 0,0 1,2
Fonte: adaptado de Varian (2003).
O equilíbrio de Nash é uma generalização do modelo de Cournot, por meio 
do qual a empresa maximiza os seus lucros com base no comportamento da 
empresa concorrente.
Apesar do equilíbrio de Nash ter lógica, ele tem alguns problemas: os jogos 
podem ter mais de um equilíbrio de Nash e há jogos que não têm equilíbrio de Nash.
DILEMA DO PRISIONEIRO
Um equilíbrio de Nash não leva sempre a um resultado com ótimo de Pareto. No 
quadro a seguir podemos ver um jogo conhecido como o dilema do prisioneiro.
Quadro 2 - Dilema do prisioneiro
Jogador B
Confessa Nega
Jogador A
Confessa -3,-3 0,-6
Nega -6,0 -1,-1
Fonte: adaptado de Varian (2003).
Na sua configuração original, o dilema do prisioneiro envolve a decisão de dois 
prisioneiros, comparsas de um crime, de confessar o crime e envolver o outro, ou 
negar o crime. Os dois prisioneiros eram interrogados separadamente, logo, um 
não sabia a decisão do outro. Se ambos negassem, passariam apenas um mês na 
prisão e se ambos confessassem, ambos passariam três meses na prisão. Se apenas 
um confessasse, ele seria libertado, enquanto o outro passaria seis meses na prisão. 
 Você se lembra o que significa dizer que uma alocação é um ótimo de Pareto?
Jogos e Decisões Estratégicas
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
113
No único equilíbrio de Nash, a melhor decisão para cada prisioneiro é confessar, 
pois independentemente do que o outro jogador faça, estarão na escolha ótima. 
O dilema do prisioneiro pode ser aplicado a uma gama ampla de questões. 
Considere o problema de burlar ou não um cartel - substitua o “confessa” por 
“produzir mais do que a sua quota” e “nega” por “manter a quota original”. Se 
você acha que a empresa concorrente irá manter a quota ou exceder, então vale 
a pena você produzir mais que a sua quota em ambas as situações.
A utilização do dilema do prisioneiro depende da sua utilização apenas uma 
vez ou repetidas vezes. Se for jogado apenas uma vez, você estará melhor se bur-
lar (“confessar”).
Se o jogo for repetido várias vezes, existirão novas possibilidades estratégi-
cas para cada jogador, que pode buscar manter uma “reputação”. Essa decisão 
vai depender se o número de jogadas é finito ou infinito. 
Se o número de jogadas for definido, na última jogada, os jogadores ten-
dem ao equilíbrio da estratégia dominante, pois jogar pela última vez é o mesmo 
que jogar apenas uma vez. O mesmo ocorre com as jogadas anteriores, pois se 
não houver meio de impor a cooperação na última rodada, não haverá meio de 
impor nas jogadas anteriores.
Os jogadores cooperam porque esperam que isto leve a mais cooperação no 
futuro, portanto, deve sempre haver a possibilidade de um jogo futuro para que 
o comportamento do oponente seja influenciado. Ambas as partes se preocu-
pam com os seus ganhos futuros, então a possibilidade de não-cooperação para 
convencer os jogadores a decidirem pela estratégia eficiente.
Podemos saber mais sobre a história e os fundamentos da teoria dos jogos 
no trabalho de Dias (2004). Lá é possível encontrar definições da teoria dos 
jogos, dos jogadores, além das regras que delimitam um jogo. É possível 
identificar diferentes modelos ou tipos de jogos e maneiras de represen-
tá-los. Para saber mais, acesse: .
Fonte: a autora.
BARREIRAS E ESTRATÉGIAS COMPETITIVAS
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IVU N I D A D E114
ESTRATÉGIAS DOMINANTES
A existência de uma estratégia dominante implica que existe uma estratégia ótima 
para cada um dos jogadores, sem importar o que o outro faça. Ou seja, inde-
pendentemente da decisão do jogador B, o jogador A obterá um ganho maior se 
jogar baixo, assim como, independentemente da decisão do jogador A, o joga-
dor B obterá um ganho maior se jogar à esquerda. Esta situação pode ser vista 
na matriz de ganhos de um jogo apresentada a seguir.
Quadro 3 - Matriz de ganhos de um jogo
Jogador B
Esquerda Direita
Jogador A
Alto 1, 2 0, 1
Baixo 2, 1 1, 0
Fonte: adaptado de Varian (2003).
A estratégia dominante é a melhor escolha, independentemente da escolha do 
outro jogador, então, se houver uma estratégia dominante para cada jogador em 
um jogo, podemos prever o equilíbrio do jogo.
Estratégias Dominantes
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
115
O equilíbrio de um jogo é uma boa situação, porém muitodifícil de ocorrer. 
O jogo apresentado no Quadro representa o equilíbrio de Nash, que já vimos 
no tópico anterior. 
Quadro 4 - Equilíbrio de Nash
Jogador B
Esquerda Direita
Jogador A
Alto 2,1 0,0
Baixo 0,0 1,2
Fonte: adaptado de Varian (2003).
Em vez da escolha do jogador A ser ótima para todas as escolhas de B, e vice-
-versa, podemos ter apenas uma escolha ótima de A para a escolha ótima de B. 
Portanto, o equilíbrio de Nash, representado no Quadro 4, significa que temos 
um par de estratégias se a escolha de A for ótima considerando a escolha de B, 
e se a escolha de B for ótima considerando a escolha de A.
Para chegar às estratégias, podemos ter as seguintes situações nas represen-
tações dos jogos:
• Representação extensiva de jogos com informação completa
A representação extensiva dos jogos é feita por meio do diagrama de árvore. 
A árvore é formada por ramificações que conectam dois pontos denominados 
“nós”. O primeiro nó representa a raíz da árvore e o início do jogo. Existem nós 
que não possuem ramificações à frente, estes são chamados de nós terminais.
Uma sequência de eventos ocorre por meio das ramificações e são as pos-
síveis maneiras dos jogos serem jogados. Como no jogo, a árvore representa as 
incertezas associadas às possíveis ações que podem ser tomadas pelos jogado-
res, que antecedem os ganhos finais. 
Quando se trata de um jogo com informação completa e perfeita, as ações 
do jogador 1 são sempre observadas pelo jogador 2, que irá tomar as suas deci-
sões baseado nas informações que tiver no momento em que for jogar. Portanto, 
o jogador sabe em qual nó ele está. As possibilidades de um jogo com infor-
mação completa e perfeita são representadas pelo diagrama de árvore a seguir:
BARREIRAS E ESTRATÉGIAS COMPETITIVAS
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IVU N I D A D E116
I
II1
II2
E
E
B
B
e
b
(1, 1)
(3, 2)
(2, 4)
(4, 3)
Figura 1- Forma extensiva de um jogo com informação completa e perfeita
Fonte: adaptado de Kupfer e Hasenclever (2002, on-line)1.
Quando se trata de um jogo com informação completa e imperfeita, as ações de 
um jogador não são observadas pelo outro, pois existem dificuldades de comu-
nicação entre os jogadores. Nesse jogo, os nós de decisão de uma empresa ou 
outra não podem mais ser distinguidos, pois, na sua vez de jogar, a empresa não 
tem como saber se está no nó de decisão superior ou inferior. Essa situação é 
representada no diagrama de árvore abaixo:
I
II
II
E
E
B
B
E
B
Figura 2 - Forma extensiva de um jogo com informação completa e imperfeita
Fonte: Kupfer e Hasenclever (2002, on-line)1.
Estratégias Dominantes
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
117
• Representação estratégica de jogos com informação completa
Por meio das informações anteriores a respeito da representação extensiva, pode-
mos chegar à representação estratégica. A estratégia é o que determina como a 
empresa irá agir se encontrando em cada uma das situações/ramificações, em 
cada um dos conjuntos de informação.
Quando a informação é perfeita, a primeira empresa possui apenas uma 
posição possível. Dessa forma, para a empresa 2, é necessário traçar uma estra-
tégia caso chegue a se localizar em qualquer uma das posições.
Quando se aplica o caso da informação imperfeita, as empresas escolhem 
entre uma ou outra alternativa somente e, partindo daí, se dão novamente as 
mesmas alternativas de escolha. Nesse caso, é importante saber que os jogado-
res jogam com vários objetivos a partir de um conjunto de estratégias.
Existe também a possibilidade da utilização de estratégias mistas. O seu 
entendimento é difícil, porém, há justificativas para seu uso, como o fato dos 
jogadores desejarem que as suas estratégias de jogo sejam dificilmente previstas 
pelo outro jogador e, para isso, precisam tornar suas escolhas aleatórias. 
São vários os tipos de estratégias que podem ser assumidas por uma or-
ganização: planejada, empreendedora, ideológica, guarda-chuva, processo, 
desarticulada, consenso e imposta.
Fonte: adaptado de Avila (2006).
BARREIRAS E ESTRATÉGIAS COMPETITIVAS
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IVU N I D A D E118
AMEAÇAS, COMPROMISSO E CREDIBILIDADE
As ameaças ou promessas são ações que representam o compromisso dos agen-
tes, visando a restringir ou as suas escolhas ou as escolhas dos adversários no 
futuro, de maneira que não possam reverter.
Segundo Nash (1996), quando um jogador convence o outro a agir conforme 
sua exigência para que não tenha consequências ruins, o primeiro está realizando 
uma ameaça contra o outro. O ameaçador cumprir a ameaça não significa neces-
sariamente que este seja o seu desejo. Uma ameaça pode ser caracterizada pelas 
cinco regras a seguir, segundo Searle (1984):
 ■ Prejudica a ação futura do ameaçador, caso o ameaçado não cumpra com 
a exigência.
 ■ A ameaça deve ser feita em casos em que o ameaçado deseje que o ame-
açador não a realize.
 ■ A ameaça será feita em casos em que a ação exigida não seja decorrente 
dos acontecimentos normais.
 ■ Quando o ameaçador faz a ameaça, ele está realmente com a intenção de 
cumpri-la caso as exigências não sejam atendidas.
Ameaças, Compromisso e Credibilidade
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
119
 ■ Desde que feita, a ameaça deve ser cumprida pelo ameaçador se as con-
dições exigidas não forem cumpridas.
Para entendermos mais claramente, vamos visualizar o jogo apresentado no 
Quadro a seguiur:
Quadro 5 - Jogos e comunicação
Jogador B
Esquerda Direita
Jogador A
Alto 0, 80 80, 0
Baixo -1, -150 -40, -250
Fonte: adaptado de Luce e Raiffa (1989).
As quantidades 0 e 80 correspondem ao equilíbrio das estratégias alto e esquerda, 
para o jogador A e B, respectivamente. Essa situação pode ocorrer em um jogo 
em que não haja comunicação e seja jogado apenas uma vez.
Se os jogadores puderem se comunicar, o jogador A pode impor um acordo 
ao jogador B, ameaçando jogar na opção baixo, fazendo, dessa forma, com que 
se o jogador B se mantenha na posição esquerda ao invés de abrir mão das 80 
unidades em seu favor, incorra em um prejuízo de 150. Esse comportamento 
por parte do jogador B seria impensável, pois, seguindo o princípio da raciona-
lidade, qualquer comunicação deveria ser evitada.
Caso haja comunicação entre os dois jogadores, a possibilidade da ame-
aça existe. Portanto, o jogador B deve evitar entrar em contato com o jogador A 
para manter a sua possibilidade de ganhos, fazendo um jogo não-cooperativo.
Caso o jogador B queira lutar pelo seu resultado de 80, deve levar o jogador 
A à mesa de negociação, agindo da mesma forma, com uma ameaça. O jogador 
B pode ameaçar jogar direita caso o jogador A jogue baixo, causando a A um 
prejuízo de 40. Essa atitude também causaria aumento do seu prejuízo, mais espe-
cificamente e para 250. Devido ao prejuízo que causaria a si mesmo caso tomasse 
essa atitude, a ameaça de B não teria credibilidade em relação a do jogador A.
As ameaças obterem os efeitos desejados dependem de que o oponente não 
perceba qualquer incentivo à mentira por parte do ameaçador. O grau de credi-
bilidade dos agentes depende da coincidência dos interesses entre os jogadores 
e também de uma análise econômica e psicológica destes, pois entra em jogo 
também a reputação de cada um e sua disposição à preservá-la.
BARREIRAS E ESTRATÉGIAS COMPETITIVAS
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IVU N I D A D E120
Percebemos que cortar a comunicação com os adversários pode ser a melhor 
atitude para o jogador que tem a vantagem, caso o jogo seja jogado de maneira 
não-cooperativa. Um dos fatores que contribuem para reforçar a credibilidade 
das ações é ocusto de realização das ameaças. Quanto maiores os custos e suas 
consequências, maiores as de chances as ameaças ser em cumpridas.
Encerramos aqui mais uma unidade da disciplina de Economia Industrial. Desejo 
bons estudos e nos vemos na próxima unidade!
Existem alguns passos que possibilitam alcançar a credibilidade por parte 
dos jogadores:
• Estabeleça e use sua reputação – com o objetivo de criar credibilidade 
para comprometimentos incondicionais, ameaças e promessas.
• Faça uso de contratos – os contratos ajudam a dar credibilidade aos 
comprometimentos, e impõem punições no caso de não cumprimento 
de um compromisso assumido. 
• Corte a comunicação – é uma maneira bem sucedida de dar credibi-
lidade aos comprometimentos, e a uma ação, um caráter verdadeira-
mente irreversível.
• Queimando as pontes atrás de você (Burning the Bridges Behind You) – a 
ideia é eliminar as possibilidades de voltar atrás.
• Brinkmanship – trata-se de assediar e intimidar o adversário, expondo-o 
e a si mesmo a um risco dividido, porém considerável. 
Fonte: Dixit e Nalebuff (1991, apud AZEVEDO; CARVALHO; SILVA, 2002, p. 75).
Considerações Finais
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
121
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Encerramos mais uma unidade, agora sabendo que a diferença entre a con-
corrência real e a potencial é que a primeira se dá em função do número e do 
tamanho relativo das empresas, enquanto a segunda se dá por meio da compe-
tição pelos lucros das empresas que já fazem parte da indústria com aquelas que 
estão entrando no mercado. 
O modelo de preço limite corresponde a uma das estratégias das indústrias 
que estão estabelecidas no mercado de tentar barrar a entrada de novas empre-
sas. Elas podem fazer isso decidindo praticar preços que ficam acima do nível 
competitivo, mas que não levem a lucros extraordinários no longo prazo, o que 
tornaria o mercado atraente às novas empresas.
Elementos da estrutura das indústrias podem ser usados como barreiras à 
entrada, como a vantagem absoluta de custos, quando os custos das empresas 
entrantes são superiores aos daquelas que já fazem parte do mercado. Outro 
elemento é a diferenciação de produtos, o que dá algum poder às empresas já 
estabelecidas. E a existência de economias de escala, apesar de ser considerada 
uma fonte fraca, também gera barreiras à entrada. Por último, a necessidade de 
capital inicial, em que as empresas entrantes têm dificuldade quando o investi-
mento inicial é muito alto. Além de barreiras à entrada, existem também barreiras 
à saída, que envolvem desde custos de quebra de contratos até a perda de inves-
timentos ou custos irrecuperáveis.
A teoria dos jogos lida com a interação estratégia e pode ser utilizada para 
análise de comportamentos econômicos. Existem diversas possibilidades de estra-
tégias para os jogadores a depender da ocorrência das situações, da quantidade 
de jogadas e do nível de informação. Pode haver, em determinados jogos, a exis-
tência de estratégias dominantes para ambos os jogadores sem importar o que o 
outro faça. Finalmente, os jogadores também podem interferir nas decisões dos 
adversários por meio de promessas ou ameaças, com as quais pretendem fazer 
com o que o jogo se desenvolva lhe proporcionando vantagens. 
122 
1. A concorrência real é estudada pelos modelos tradicionais e a concorrência 
potencial é estudada pelos clássicos. Diferencie uma da outra.
2. A entrada corresponde ao início da atuação de uma nova empresa no merca-
do, enquanto a saída corresponde ao encerramento das atividades e desati-
vação da capacidade produtiva. O que significa dizer que um mercado possui 
barreiras à entrada ou barreiras à saída? Dê exemplos.
3. O preço limite pode ser praticado pelas empresas a depender do preço com-
petitivo de longo prazo e das condições de entrada no mercado. A respeito do 
modelo de preço limite, avalie as seguintes afirmativas:
I. As empresas estabelecem preços acima do nível competitivo, o que possibi-
lita terem lucros extraordinários de forma permanente.
II. O preço escolhido pelas empresas fica acima do preço competitivo, mas as 
empresas não obtêm o lucro máximo.
III. A prática do preço limite pode ser usada para barrar a entrada de novas 
empresas no mercado.
IV. Quando o preço limite é praticado, o mercado deixa de ser atrativo para as 
empresas entrantes.
Assinale a alternativa correta:
a) Apenas I e II estão corretas.
b) Apenas II e III estão corretas.
c) Apenas I está correta.
d) Apenas II, III e IV estão corretas.
4. Um equilíbrio de Nash significa que temos um par de estratégias ótimas, quando 
sendo revelada a escolha de um dos jogadores, nenhum deles irá desejar mudar o 
seu comportamento. Apresente um exemplo de aplicação de um equilíbrio de Nash.
5. A teoria dos jogos envolve diversas situações de interações entre jogadores, 
como são chamados os agentes econômicos e a utilização de estratégias. Assi-
nale a alternativa incorreta a respeito da teoria dos jogos:
a) A existência de uma estratégia dominante implica a existência de equilíbrio 
no jogo.
b) Em um jogo com informação perfeitas, os “nós” de decisão de uma empresa 
não podem ser distinguidos.
c) Em um jogo com informação imperfeitas, os jogadores têm dificuldades em 
se comunicar.
d) As ameaças representam compromisso e dependem da credibilidade entre 
os jogadores
123 
A teoria dos jogos estuda diversas interações estratégicas entre os agentes econômicos, 
que podem envolver muitas estratégias e muitos jogadores.
Na Tabela aseguir, podemos ver as características dos tipos de estratégias: 
Tabela 01 - Características dos tipos de estratégias
TIPO DE ESTRATÉGIA PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS
Planejadas
São as estratégias que se originam em planos formais: formu-
ladas por uma liderança central, essas estratégias se carac-
terizam por intenções precisas e são apoiadas por controles 
formais para garantir uma implementação livre de surpresas. 
São as mais deliberadas.
Empreendedoras
Essas estratégias têm origem na visão central de um único 
líder e são adaptáveis às novas oportunidades. Amplamente 
deliberadas.
Ideológicas
Originadas em crenças comuns, as intenções dessas estraté-
gias existem como visão coletiva de todos os agentes e são 
relativamente imutáveis. Controladas por meio da doutrina-
ção e/ou socialização. Mais deliberadas.
Guarda-chuvas
Originadas nas restrições, há controle parcial das ações 
organizacionais. São definidos limites estratégicos dentro 
dos quais outros agentes respondem às suas experiências ou 
preferências. Deliberadamente emergentes.
Processos
Originadas no processo, a liderança os aspectos processuais e 
deixa os aspectos de conteúdo para outros agentes. Delibera-
damente emergentes.
Desarticuladas
Com origem em enclaves e empreendimentos, os agentes 
ligados de maneira fraca ao restante da organização produ-
zem padrões em ações próprias e em ausências de intenções 
centrais. Organizacionalmente emergentes.
Consensos
Vindas do consenso, por meio do ajuste mútuo, os agentes 
convergem sobre o padrões e há ausência de intenções co-
muns. Bastante emergentes. 
Impostas
Se originam no ambiente e ditam padrões em ações por meio 
da imposição. Principalmente emergentes, mas podem se 
tornar deliberadas.
Fonte: adaptado de Avila (2006).
O foco da estratégia deliberada é o controle, enquanto da estratégia emergente é o apren-
dizado. Segundo o autor, apesar da distinção entre uma e outra - estratégias deliberadas e 
emergentes - a primeira tende a se tornar a segunda, pois quando a organização percebe 
uma estratégia emergente, ela pode descartá-la ou incorporá-la à estratégia deliberada.
Fonte: Avila (2006).
MATERIAL COMPLEMENTAR
Estratégia Competitiva: técnicas para análise de indústrias e da concorrência
Michael Porter
Editora: Elsevier
Sinopse: Estratégia competitiva transformou a teoria, a prática e o ensino 
da estratégia emtodo o mundo. A análise de Porter da indústria captura 
a complexidade da competição na indústria com base em cinco forças 
subjacentes. Ele introduz uma das mais importantes ferramentas competitivas 
já desenvolvidas - as três estratégias genéricas - custo mais baixo, diferenciação 
e foco, que estruturam a tarefa do posicionamento estratégico. O autor 
demonstra como a vantagem competitiva pode ser defi nida em termos de 
custo relativo e preços relativos, integrando-a, desse modo, diretamente à 
lucratividade. Além disso, ele apresenta uma nova perspectiva em relação a 
como o lucro é criado e dividido. As ideias apresentadas neste livro baseiam-
se nos fundamentos subjacentes à competição, independentemente das 
especifi cidades relacionadas à forma como as empresas competem.
Teoria dos Jogos
Ronaldo Fiani
Editora: Elsevier
Sinopse: este livro busca difundir os conhecimentos de jogos para 
todos aqueles que lidam com situação em que estratégias estão 
presentes de modo importante em sua atividade profi ssional, 
permitindo-os conhecer como a interação entre indivíduos ou 
organizações, que agem estrategicamente de acordo com os 
seus interesses, pode ser estudada objetivamente com métodos 
matemáticos.
Uma Mente Brilhante (2002)
Sinopse: John Nash (Russell Crowe) é um gênio da matemática que, 
aos 21 anos, formulou um teorema que provou sua genialidade e o 
tornou aclamado no meio onde atuava. Mas aos poucos o belo e 
arrogante Nash se transforma em um sofrido e atormentado homem, 
que chega até mesmo a ser diagnosticado como esquizofrênico pelos 
médicos que o tratam. Porém, após anos de luta para se recuperar, ele 
consegue retornar à sociedade e acaba sendo premiado com o Nobel.
Material Complementar
MATERIAL COMPLEMENTAR
A Estratégia do Jogo
Steve Bull
Editora: Campus
Sinopse: os desafi os enfrentados por indivíduos e equipes em todos 
os setores empresariais são parecidos. As pessoas são desafi adas 
por longas horas de trabalho, mudanças constantes, adversidades 
e obstáculos e, frequentemente, por uma pressão assustadora. 
Confi ança, clareza de pensamento e resiliência são pré-requisitos 
para o sucesso e elementos que farão a diferença na hora de vencer. 
Neste livro fácil e refl exivo, Steve Bull desenvolveu um modelo de 
resistência mental para ser usado no coaching de executivos e 
equipes corporativas. Testado na prática em uma grande variedade 
de setores do Reino Unido, Estados Unidos e outros países, este 
modelo servirá como o caminho mais curto até o sucesso.
O Jogo da Imitação (2015)
Sinopse: durante a Segunda Guerra Mundial, o governo britânico 
monta uma equipe que tem por objetivo quebrar o Enigma, o 
famoso código que os alemães usam para enviar mensagens 
aos submarinos. Um de seus integrantes é Alan Turing (Benedict 
Cumberbatch), um matemático de 27 anos estritamente lógico 
e focado no trabalho, que tem problemas de relacionamento 
com praticamente todos à sua volta. Não demora muito para que 
Turing, apesar de sua intransigência, lidere a equipe. Seu grande 
projeto é construir uma máquina que permita analisar todas as 
possibilidades de codifi cação do Enigma em apenas 18 horas, de 
forma que os ingleses conheçam as ordens enviadas antes que 
elas sejam executadas. Entretanto, para que o projeto dê certo, 
Turing terá que aprender a trabalhar em equipe e tem Joan Clarke 
(Keira Knightley) como sua grande incentivadora.
REFERÊNCIASREFERÊNCIAS
AVILA, S. C. A teoria dos jogos em estratégia. Perspectivas Contemporâneas, v. 1, 
n. 2, 2006.
AZEVEDO, G. M.; CARVALHO, H. F.; SILVA, J. F. Dissuasão de entrada, teoria dos jogos 
e Michael Porter - Convergências teóricas, diferenças e aplicações à administração 
estratégica. Caderno de pesquisas em Administração, São Paulo, v. 9, n. 3, jul./set. 
2002. Disponível em: . Acesso em: 18 set. 2018.
BAIN, J. Barriers to New Competition. Cambridge: Harvard University Press, 1956.
DIAS, Henry Paulo. Teoria dos jogos. Global Manager - Faculdade da Serra Gaúcha, 
Caxias do Sul, v. 4, n. 6, p. 49-56, 2004.
KUPFER, D.; HASENCLEVER, L. Economia Industrial: Elementos Teóricos e Práticas 
no Brasil. Rio de Janeiro: Campus, 2002. 
LUCE, R. D.; RAIFFA, H. Games and Decisions. New York: Dover, 1989. 
NASH, J. F. Essays on Game Theory. Cheltenham: Edward Elgar, 1996.
SEARLE, J. R. Os Actos de Fala. Tradução de Carlos Vogt. Coimbra: Almedina, 1984.
STIGLER, G. J. The Organization of Industry. Homewood: Richard D. Irwin, 1968.
126
GABARITO
127
1. A concorrência real é aquela que ocorre em função do número e do tamanho 
relativo das empresas que formam uma determinada indústria. Enquanto a con-
corrência potencial acontece quando as empresas que já fazem parte da indús-
tria competem pelos lucros com as empresas entrantes, ou seja, aquelas que têm 
potencial para entrar no mercado.
2. Barreiras à entrada significam que, de alguma forma, devido à falta de incenti-
vos, novas empresas estão impossibilitadas de entrar no mercado. Barreiras à 
saída envolvem os custos que empresas incorrem ao sair do mercado.
3. d.
4. O dilema do prisioneiro é um exemplo de equilíbrio de Nash. Este dilema envol-
ve a decisão de dois prisioneiros, comparsas de um crime, de confessar o crime 
e envolver o outro, ou negar o crime. Os dois prisioneiros eram interrogados 
separadamente, logo um não sabia a decisão do outro. Se ambos negassem, 
ambos passariam apenas um mês na prisão, e se ambos confessassem, ambos 
passariam três meses na prisão. Se apenas um confessasse, ele seria libertado, 
enquanto o outro passaria seis meses na prisão. O único equilíbrio de Nash, a 
melhor decisão para cada prisioneiro, é confessar, pois independentemente do 
que o outro jogador faça, estarão na escolha ótima.
5. b.
GABARITO
U
N
ID
A
D
E V
Professora Me. Marieli Vieira.
POLÍTICAS E REGULAÇÃO 
ECONÔMICA
Objetivos de Aprendizagem
 ■ Apresentar as características da política de defesa da concorrência.
 ■ Discutir o conceito de monopólio natural e apresentar as várias 
formas de regulação.
 ■ Abordar tópicos sobre a política industrial.
 ■ Expor razões e instrumentos de política ambiental.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
 ■ Defesa da concorrência
 ■ Regulação econômica
 ■ Política industrial
 ■ Política ambiental
INTRODUÇÃO
Esta é a última unidade da disciplina e, nela, vamos saber mais sobre as políti-
cas e a regulação dos mercados.
Iniciamos a unidade com a defesa da concorrência, política que tem o obje-
tivo de garantir a existência de condições de competição nos mercados, fazendo, 
dessa forma com que exista uma maior eficiência econômica no funcionamento 
dos mercados.
A defesa da concorrência não busca eliminar a existência de poder de mer-
cado, mas sim, limitar o poder abusivo que a existência deste causa, podendo 
ser implementada de duas formas: voltadas às condutas das empresas e voltadas 
ao caráter estrutural dos mercados.
Dando prosseguimento ao conteúdo, veremos a regulação econômica, que 
pode ser definida como as ações do governo que têm intenção de limitar as esco-
lhas dos agentes econômicos. Nos casos de necessidade de regulação econômica, 
o governo atua por meio de agente reguladores, que são responsáveis pelos dife-
rentes setores da economia. A regulação vai além do estabelecimento de tarifas, 
se estende também à regulação de quantidades, qualidade, segurança do traba-
lho e outros. Nossa preocupação, neste tópico, será com a regulação de preços.
No terceiro tópico, iremos falar sobre a utilização da política industrial. Há 
um forte debate entre as diferentes correntes teóricas a respeito da utilização da 
intervenção para promover as atividades econômicas. Porém, desconsiderando as 
questões ideológicas, o objetivo da política industrial é promover a atividade pro-
dutiva, tentando levar o país em questão a um nível elevado de desenvolvimento.
Finalmente, veremos como se desenvolveu a políticaambiental. Política esta 
que influencia as demais políticas econômicas e que tem crescido em importân-
cia, principalmente quando se fala em países industrializados. Cada país possui 
uma realidade ambiental diferente e diferentes problemas, o que faz com que as 
medidas adotadas sejam específicas, mas veremos que também existem aspec-
tos comuns.
Introdução
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
131
POLÍTICAS E REGULAÇÃO ECONÔMICA
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
VU N I D A D E132
DEFESA DA CONCORRÊNCIA
A política de defesa da concorrência tem o objetivo de prevenir o mercado e 
os consumidores das ineficiências causadas pela prática do poder abusivo de 
mercado. O poder de mercado não é considerado ilegal, apenas limitado o seu 
exercício abusivo (KUPFER; HASENCLEVER, 2002).
A defesa da concorrência pode ser implementada de duas formas: voltada 
às condutas e voltada ao caráter estrutural. Quando voltada à conduta, são apli-
cadas punições às práticas anticompetitivas, de forma que essas restrições do 
processo concorrencial punem por meio de caráter repressivo. Já as práticas vol-
tadas ao caráter estrutural evitam a concentração do domínio de mercado, por 
meio da prevenção dos atos de concentração.
Essas duas formas de defesa da concorrência atingem a natureza horizon-
tal e vertical, ou seja, as práticas envolvem empresas de mesmo segmento, que 
envolvem as empresas dos produtos e as dos seus insumos.
A defesa da concorrência busca canalizar as forças de mercado e as estraté-
gias das empresas, para evitar que o processo concorrencial seja restringido por 
agentes que têm esse poder. Isso significa que não age nos resultados, mas sim, 
nos meios, e é representada pela política antitruste, que busca reprimir práticas 
que interfiram no processo de concorrência, e as imposições geradas por ela são 
em forma de abstenções.
A política busca defender a concorrência e não os concorrentes ou os consu-
midores de maneira direta. Este é um fato importante para deixar claro que atos de 
repressão à Concorrência Desleal e de Defesa da Concorrência 
estão em âmbitos de incidência 
Defesa da Concorrência
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
133
diversa. A defesa da concorrência tem o propósito principal de melhorar as 
condições de bem-estar da sociedade como um todo.
A análise antitruste gira em torno do poder de mercado e dos danos que 
podem ser causados pelos detentores desse poder. Para identificar a existência 
do mercado, primeiramente, é necessária a delimitação do mercado e da aná-
lise das condições deste.
MERCADO RELEVANTE
Para análise antitruste e verificação da concentração de mercado, é essencial a 
delimitação do mercado relevante. Definição esta que deve ser feita caso a caso, iden-
tificando os mercados (produto e/ou região) em que atuam os agentes envolvidos. 
A delimitação é feita por aproximações sucessivas e são avaliadas as reações 
da demanda, verificando as condições de mercado que tornam provável ou não o 
exercício do poder de mercado. É verificada a existência de fatores que causam efi-
ciências e efeitos anticompetitivos. Se forem identificados os dois, somente serão 
tomadas atitudes de proibição da conduta se os efeitos competitivos forem maiores.
A existência de eficiências que compensam os efeitos líquidos devem ser 
analisadas caso a caso, pois o que importa em cada caso são os efeitos líquidos. 
Essa abordagem é chamada de princípio da razoabilidade (rule of reason), prove-
niente da jurisprudência americana. Como a lei busca reprimir as ineficiências, 
ela não será utilizada em casos em que as condutas gerem ganhos de eficiên-
cia, e se o fizer, pode causar ineficiências maiores do que as que busca combater.
A análise da eficiência deve observar: 
 ■ A existência do risco de prejuízo à competição, provocada por alguma 
conduta. Se o risco não for verificado, a análise deve ser interrompida.
 ■ As eficiências que podem ser compensatórias devem ser decorrentes tam-
bém das condutas e não de outras fontes.
 ■ Devem ser comprovadas que essas eficiências não seriam alcançadas 
de outra forma senão por meio das condutas que afetam o processo 
concorrencial.
POLÍTICAS E REGULAÇÃO ECONÔMICA
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
VU N I D A D E134
Quanto às condutas anticompetitivas, costuma-se dividi-las em horizontais e verticais. 
As horizontais afetam o processo concorrencial em um mesmo mercado, enquanto 
as verticais afetam compradores e vendedores ao longo da cadeia produtiva.
Horizontais
As práticas anticompetitivas horizontais envolvem acordos ou concorrência 
predatória entre concorrentes, buscando aumentar o poder de mercado. A prá-
tica de preços predatórios envolve o estabelecimento de preços abaixo do custo 
médio variável, visando a praticar preços próximos aos níveis de monopólio.
Os acordos com efeitos anticompetitivos entre concorrentes podem ser:
Cartéis: estabelecimento de preços, quotas de produção e distribuição e divi-
são territorial, nos quais, geralmente, não existem benefícios compensatórios.
Outros acordos: que envolvem apenas parte do mercado ou são temporários.
Acordos de associações profissionais: é feito o tabelamento de preços limi-
tando a concorrência entre profissionais.
Verticais
Entre as condutas anticompetitivas verticais estão:
Fixação de preços de revenda: quando o produtor estabelece preços que deve-
rão ser praticados pelos distribuidores e revendedores dos seus produtos.
Restrições territoriais e da base de clientes: quando o produtor limita a 
área de distribuição e revenda dos seus produtos.
Acordos de exclusividade: envolvem a proibição, por parte do produtor, 
de os distribuidores e revendedores comercializarem outros produtos 
que não os seus.
Recusa de venda/negociação: quando o fornecedor estabelece condições 
de negócio para viabilizar os acordos de exclusividade ou a fixação dos 
preços de revenda.
Venda casada: na tentativa de alavancar o poder de mercado, a prática da 
venda casada consiste na vinculação de venda de produtos, fazendo com 
Defesa da Concorrência
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
135
que o comprador seja forçado a adquirir um produto que não deseja jun-
tamente com aquele que está comprando.
Discriminação de preços: prática de preços diferenciados do mesmo pro-
duto para diferentes compradores.
Para definição do produto ou região em que possa ser exercido o poder de mer-
cado, utiliza-se as elasticidades-preço da demanda e as elasticidades-preço da oferta. 
Os principais ganhos de eficiência causados em atos de concentração de mer-
cado são as economias de escala ou escopo, as economias da racionalização e 
especialização, a utilização do aumento da capacidade, economias em pesquisa 
e desenvolvimento, tecnologias e eficiência dinâmicas, economias dos custos de 
transação. 
Exemplos desses atos são:
 ■ Quando os concorrentes reais e potenciais se unem para aproveitar econo-
mias de escala, baixando os custos e, possivelmente, aumentando os lucros.
 ■ Quando concorrentes potenciais se unem para desenvolver um novo pro-
duto e diminuir os gastos em P&D, porém, isto pode retardar a introdução 
desse produto no mercado.
 ■ Quando concorrentes multiproduto se especializam, fornecendo um ao 
outro os insumos. Reduzem os custos, porém, eliminam a concorrência 
em qualidade de preços. 
O texto de Pondé, Fagundes e Possas (1997), de título “Custos de Transação e Polí-
tica de Defesa da Concorrência” busca relacionar a teoria dos custos de transação 
às políticas de defesa da concorrência . Para saber mais sobre as áreas de defesada concorrência e os custos de transação, acesse o texto no endereço eletrôni-
co disponível em: . 
Fonte: a autora.
POLÍTICAS E REGULAÇÃO ECONÔMICA
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
VU N I D A D E136
REGULAÇÃO ECONÔMICA
A regulação econômica envolve qualquer ação do governo buscando limitar a 
liberdade de escolha dos agentes econômicos, desde regulação de preços, até a 
regulação de quantidades, de qualidade, da segurança do trabalho e várias outras 
formas de intervenção. Porém, neste capítulo, vamos nos concentrar na regula-
ção de preços e um pouco a respeito da regulação de qualidade.
O que se espera é que, em uma economia em concorrência perfeita, o mer-
cado forneça estímulos que tornem desnecessária a intervenção do governo. 
Porém, existem algumas situações em que o mercado não é capaz de direcionar 
a uma alocação eficiente dos recursos, na qual os custos de oportunidade são 
minimizados. Uma dessas situações é a presença de externalidades.
As externalidades existem quando os benefícios sociais superam os benefí-
cios que a empresa tem com a produção, ou quando os custos sociais superam 
os custos que as empresas têm. Essa situação costuma levar à produção insufi-
ciente no primeiro caso e à produção de quantidade excessiva no segundo caso.
Quando da existência do monopólio natural de um único produto, os custos 
são menores em um a empresa do que em duas para uma quantidade x, proprie-
dade conhecida como subaditividade: 
C x C x C xa b c
*� � � � � � � �1 2
Esta proposição nos diz exatamente que é mais barato (C representa os 
custos menores) produzir uma quantidade x em apenas uma unidade 
(a) que dividir essa produção entre duas unidades (b e 
c), e a condição para isso é de que existam economias 
de escala, no caso de um único produto. 
No caso de múltiplos produtos, a condição de suba-
ditividade continua a mesma:
C Q Q C Q C Qa x y b x c y, , ,� � � � � � � �0 0
Esta proposição nos diz que é mais barato produzir 
uma quantidade de cada produto em uma única empresa 
Regulação Econômica
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
137
do que produzir a mesma quantidade dos dois produtos, um em cada empresa 
diferente. Nesse, caso não são mais as economias de escala que são importantes, 
mas as economias de escopo, pois, caso não exista economia de escopo, mesmo 
que se tenha economias de escala em cada produto isoladamente, a proposição 
não será verdadeira. Caso só existam de escopo, a proposição será verdadeira.
FORMAS DE REGULAÇÃO DE PREÇOS
Aqui, veremos algumas formas de regular os preços:
 ■ Regulação por taxa de retorno
Aqui, o regulador estabelece tarifas para cada tipo de produto ou serviço 
da empresa, de forma a garantir uma taxa de retorno que assegure o pros-
seguimento das atividades.
Este método, por ser complexo e apresentar algumas dificuldades, é ade-
quado apenas quando custos e demanda não variem muito dentro de um 
período curto de tempo, ou seja, quando custos e demanda são relativa-
mente estáveis. Além de envolver vários itens de difícil determinação e 
não incentivar a eficiência.
Ao estabelecer uma taxa de retorno acima do valor de mercado, a agên-
cia reguladora torna o capital mais barato, de forma que substituirá o 
trabalho e, assim, será empregada uma quantidade excessiva de capital, 
resultando na alocação ineficiente de recursos. 
 ■ Preço-teto (price cap)
Esta forma de regulação consiste em estabelecer um limite superior de 
preços, de forma que a empresa regulada não possa passar destes limite. 
O limite de preços pode ser atribuído para cada preço individualmente ou 
para a média de preços dos serviços fornecidos pela indústria regulada. 
Espera-se que um teto de preços favoreça setores que tenham a facilidade 
na inovação tecnológica.
POLÍTICAS E REGULAÇÃO ECONÔMICA
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
VU N I D A D E138
 ■ Regra de Preço eficiente
A efficient component-pricing rule, ou mesmo RCPE, é utilizada em casos 
em que uma empresa precise utilizar a infraestrutura de uma rival ou que 
hajam problemas de interconexão.
Caso a única maneira de chegar a determinados consumidores envolva, 
por exemplo, utilizar a estrutura da rival, tendo que pagar um preço de 
acesso. Esta regra, se aplicada, permite que as empresas mais eficientes 
permaneçam no mercado, desde que o preço final tenha sido estabele-
cido em bases competitivas. A eficiência dessa regra depende da fixação 
dos preços em níveis concorrenciais.
 ■ Regra de Ramsey
Aqui, os preços dos produtos ou serviços são estabelecidos de forma a mini-
mizar as perdas dos consumidores, geradas pela necessidade do monopolista 
em cobrir os seus custos totais. Uma das soluções para o monopólio multi-
produto, a Regra de Ramsey é uma maneira de maximizar o bem-estar da 
sociedade dada a restrição do lucro econômico do monopolista ser nulo.
 ■ Tarifa em duas partes
A two-part tariff é calculada por meio de uma taxa fixa para o rendimento 
total, independentemente da venda, e uma taxa por unidade efetivamente 
utilizada.
REGULAÇÃO NA PRÁTICA
Dado o surgimento de inúmeras empresas que passaram a se utilizar do mono-
pólio natural e da integração de vertical das diversas etapas da cadeia produtiva, 
passou a ser necessário o poder regulatório. A partir dos anos 30, os Estados 
Unidos e vários países europeus deram início à utilização dos instrumentos de 
regulação, que variavam de país para país. 
Regulação Econômica
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
139
Nos anos de 1980, foram realizadas algumas reformas que deram início a 
uma nova fase de regulação, ocasionadas pelas diversas mudanças organizacio-
nais que vinham ocorrendo nos segmentos das indústrias. 
Foram criados novos órgãos de regulamentação setorial, muito mais complexos, 
que passaram a regular a indústria conforme algumas missões de regulação, como: 
 ■ Supervisão do poder de mercado e das práticas anticompetitivas.
 ■ Organização dos novos competidores e promoção da competição.
 ■ Implantar um novo modo de organização industrial.
 ■ Defender as regras e administrar os conflitos.
 ■ Complementar o processo de regulamentação.
 ■ Estimular a eficiência e a inovação.
No Brasil, a regulamentação seguiu os mesmos princípios das experiências 
internacionais. Direcionadas pela dificuldade de financiamento das empresas 
governamentais, os capitais privados eliminam os gargalos de crescimento desse 
setor. As reformas, em nosso país, foram mais visíveis quando da criação das 
agências reguladoras da eletricidade, telecomunicações, petróleo e gás:
 ■ Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) - criada pela Lei 9.427/1996, 
que enquanto agência federal de regulação do setor, tem o objetivo regular 
e fiscalizar as atividades de geração, transmissão, distribuição e comer-
cialização de energia elétrica.
 ■ Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL) - criada pela Lei 
9.472/1997, reguladora dos serviços de telecomunicações, incluindo a 
telefonia fixa e celular.
 ■ Agência Nacional do Petróleo (ANP) - criada pela Lei 9.478/1997, regula-
dora das atividades das indústria de petróleo e gás natural. Diferentemente 
da ANEEL e ANATEL, a ANP não exerce a regulação de preços (JÚNIOR, 
2014, on-line)1.
POLÍTICAS E REGULAÇÃO ECONÔMICA
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
VU N I D A D E140
Temos, ainda, outras agências reguladoras brasileiras: Agência Nacional de Aviação 
Civil (ANAC), Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), Agência Nacional de 
TransportesAquaviários (ANTAQ), Agência Nacional do Cinema (Ancine). Agência 
Nacional de Transporte Terrestres (Antt), Agência Reguladora de Águas, Energia e 
Saneamento do Distrito Federal (Adasa), Agência Nacional de Águas (ANA), Agência 
Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). 
POLÍTICA INDUSTRIAL
A política industrial procura promover a atividade econômica, para que se desenvolva 
e chegue a estágios superiores de desenvolvimento em um determinado espaço nacio-
nal. Conceitualmente, conforme Kupfer e Hasenclever (2002 S. P.), corresponde ao:
conjunto de incentivos e regulações associadas a ações públicas, que 
podem afetar a alocação inter e intra-industrial de recursos, influen-
ciando a estrutura produtiva e patrimonial, a conduta e o desempenho 
dos agentes econômicos em um determinado espaço nacional.
Os questionamentos a respeito das relações entre o Estado e o mercado surgem 
quando o setor privado apresenta deficiências na alocação eficiente dos recursos 
escassos, assim como as necessidades de desenvolvimento de uma nação quanto 
à riqueza, à eficiência e ao conhecimento. Sendo que a intervenção deve ser coe-
rente como o estágio de desenvolvimento.
A agências reguladoras são autarquias autônomas que fazem parte da es-
trutura administrativa do Estado. Podemos saber mais sobre a sua origem 
e criação no endereço eletrônico disponível em: .
Fonte: a autora.
Política Industrial
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
141
POLÍTICA INDUSTRIAL PELA ÓTICA DAS FALHAS DE MERCADO
Segundo a visão neoclássica, a livre mobilidade dos fatores nos mercados compe-
titivos faz com que a política industrial, além de desnecessária, seja considerada 
indesejada. A intervenção do governo seria necessária somente se o mecanismo de 
preços não fosse capaz de captar os benefícios e custos de oportunidade associados 
à produção e ao consumo de bens, ou seja, quando ocorrem as falhas de mercado.
Somente em casos de falhas de mercado é que os custos da intervenção 
pública seriam inferiores aos benefícios produzidos. Podemos citar cinco prin-
cipais falhas de mercado:
 ■ Estruturas ou condutas não competitivas: estruturas como monopólio e 
oligopólio, que são decorrentes das economias de escala. Como as estrutu-
ras atuais de mercado são oligopolizadas, a política industrial toma lugar 
por meio da regulação do poder de mercado das grandes empresas, bus-
cando evitar a perda de bem-estar da sociedade.
 ■ Externalidades: ocorrem quando as decisões dos agentes influenciam nega-
tivamente ou positivamente outros agentes. Podemos citar o exemplo da 
POLÍTICAS E REGULAÇÃO ECONÔMICA
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
VU N I D A D E142
poluição como externalidade negativa. Uma empresa pode produzir polui-
ção juntamente com seus produtos, o que vai afetar outro setor, causando a 
ineficiência dos recursos, pois a produção do setor afetado poderá diminuir.
 ■ Bens públicos: as falhas de mercado podem envolver também o forne-
cimento de bens públicos. Os bens públicos possuem as características 
de não-exclusividade e não-rivalidade, que significam, respectivamente, 
que o uso do bem público não pode ser atribuído exclusivamente a um 
único agente econômico; e que o fato de um consumidor a mais se utili-
zar do bem público não vai alterar o seu custo. Essas duas características 
dão margem ao comportamento oportunista denominado free rider, no 
qual há possibilidade de usar em pagar.
 ■ Bens de propriedade comum: da mesma forma, os bens de propriedade 
comum estimulam comportamentos oportunistas, pois, como não são 
apropriados de maneira individual, as pessoas podem ser incentivadas à 
falta de cuidado.
 ■ Diferenças entre preferências intertemporais privadas e públicas: exis-
tem quando os agentes privados divergem na opinião de consumir um 
bem agora ou no futuro.
Segundo a perspectiva ortodoxa, a política industrial somente seria utilizada 
para correção, buscando diminuir os impactos das falhas de mercado.
POLÍTICA INDUSTRIAL PELA ÓTICA DESENVOLVIMENTISTA
Esta corrente defende a atuação do mercado não somente em situações correti-
vas, mas também como um elemento ativo. Em seu entendimento, a intervenção 
pode ser utilizada de maneira a promover e apoiar a indústria nascente, promo-
vendo e sustentando, assim, o desenvolvimento. 
A intervenção do Estado, buscando o desenvolvimento das forças produti-
vas por meio da proteção da indústria, segue duas premissas básicas: os custos 
de produção altos, inicialmente, tendem a se reduzir conforme é adquirido o 
aprendizado e, com a diminuição desta desvantagem, a proteção seria temporária. 
Política Industrial
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
143
Os desenvolvimentistas destacam a importância do capital intelectual e do 
learning by doing para a obtenção de um processo de emparelhamento (catchin-
g-up) aos líderes internacionais.
O desafio dessa corrente é a capacidade do Estado em evoluir sua forma de 
intervenção, adaptando-se às mudanças da indústria, visto que, com o passar 
do tempo, a indústria amadurece e a intervenção deve ser diminuída para que 
sejam predominantes as decisões privadas.
Política Industrial pela Ótica da Competência para Inovar
Nesta ótica, são destacadas as relações entre estrutura de mercado, estratégia 
empresarial e progresso técnico. Sob este ponto de vista, é rejeitada a ideia de equi-
líbrio de mercado, informação perfeita e racionalidade dos agentes. Acredita-se 
que a competição é o principal movimentador das interações estratégicas e da 
rivalidade entre os agentes. 
Para entendermos essa abordagem, existem quatro conceitos-chaves:
 ■ A competição es dá por meio da inovação tecnológica.
 ■ São obtidas vantagens no aprendizado por meio das interações entre os 
agentes econômicos.
 ■ São definidas estratégias a serem seguidas e os recursos são alocados nas 
capacitações tecnológicas, as quais buscam eficiência e diferenciação dos 
produtos.
 ■ O ambiente e o processo seletivo são importantes, pois neles as melho-
res práticas se tornam referência e direcionam a conduta dos agentes 
econômicos.
A argumentação de origem schumpeteriana parte do processo da concorrên-
cia pela inovação, que, devido à presença de incertezas, dá espaço à intervenção 
pública. Nesse sentido, a política industrial e tecnológica dá espaço à política 
de inovação.
A intervenção envolve importantes investimentos e orientação das ações 
voltadas às instituições que compõem o sistema inovativo local ou nacional: 
científicas, tecnológicas e de recursos humanos.
POLÍTICAS E REGULAÇÃO ECONÔMICA
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
VU N I D A D E144
POLÍTICA INDUSTRIAL NA PRÁTICA
As políticas industriais podem ser chamadas de horizontais (ou funcionais), 
quando são pautadas no alcance global e podem ser verticais (ou seletivas), 
quando buscam fomentar as indústrias e cadeias produtivas. As políticas indus-
triais horizontais podem ser executadas por meio de instrumentos de:
 ■ Repressão das condutas anticompetitivas e controle dos atos de concen-
tração dos mercados.
 ■ Privatizações e controle de preços.
 ■ Utilização de política tarifária e não tarifária, para prevenir a concorrên-
cia desleal.
 ■ Propriedade intelectual - marcas, patentes e transferência de tecnologias.
As políticas industriais horizontais podem ser executadas por incentivos de:
 ■ Inovação, por meio da promoção da Pesquisa e Desenvolvimento.
 ■ Ao capital, por meio de estímulos ao financiamento e às exportações e 
financiamento de importações.
 ■ Fiscais, para a promoção das atividades industriais.
 ■ Compras de governo, privilegiando produtores locais.
As políticas industriaisverticais privilegiam uma indústria específica. Portanto, o 
Estado mobiliza alguns dos instrumentos anteriormente citados, de forma a foca-
lizar em um conjunto de empresas. Comumente, são direcionadas à indústrias que 
causam um grande incremento da renda, que concentram grande quantidade de 
trabalhadores (o que geraria mais renda), indústrias com grande poder de enca-
deamento e também indústrias nascentes ou que apresentem retornos de escala.
Política Ambiental
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
145
Os países costumam adotar políticas horizontais e verticais simultaneamente, 
embora a tendência para uma ou outra se altere ao longo do tempo, conforme 
as condições da economia do país.
POLÍTICA AMBIENTAL
Estas políticas aplicadas pelo governo buscam reduzir os impactos ambientais 
causados pelo homem e têm sido, cada vez mais frequente, devido ao aumento 
da sua importância, principalmente nos países industrializados. 
Cada país tem seus instrumentos de política ambiental específicos, que são 
necessários para fazer com que os agentes econômicos adotem atitudes menos 
agressivas ao meio ambiente, reduzindo a emissão de poluição e a degradação 
dos recursos naturais.
A produção industrial intensiva gera rejeitos em grande quantidade, os quais 
a natureza não tem dado conta de absorver. Essa poluição causa efeitos negativos 
ao bem-estar da população, afetando a qualidade dos recursos naturais e a har-
monia dos ecossistemas, sem contar que, tendo uma qualidade de vida menor, 
a população acaba por ocasionar aumentos dos gastos com saúde por parte do 
governo. A poluição industrial está associada à especialização da economia e à 
escala de produção. Quanto maior a escala de produção, maiores são as emis-
sões de poluentes.
A respeito dos problemas de implementação das políticas industriais e tec-
nológicas de países que tentam alcançar economias líderes, acesse o traba-
lho de Suzigan e Furtado (2010) disponível em: .
Fonte: a autora.
POLÍTICAS E REGULAÇÃO ECONÔMICA
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
VU N I D A D E146
A legislação ambiental passou a evoluir a partir do século XX, de forma que as 
políticas ambientais são bastante recentes. Devido ao rápido processo de indus-
trialização, à falta de estrutura, à acumulação de poluentes e resíduos se deu a 
necessidade da intervenção buscando regular a conduta dos agentes.
SOLUÇÕES ECONÔMICAS
Uma das soluções econômicas para os problemas ambientais é a livre nego-
ciação, na qual poluidores e vítimas da poluição negociam uma quantidade de 
poluição aceitável.
Ronald Coase argumenta que a solução para os problemas da poluição pode ser 
a livre negociação entre os envolvidos, que chegariam a um consenso, resultando 
em uma solução ótima. A hipótese básica é que quanto maior a redução da polui-
ção, maior será o custo marginal de abatê-la. Porém, essa negociação, muitas vezes, 
não é possível, pois não há como reunir muitas vítimas e muitos poluidores, além 
do fato de que não existe a definição dos direitos de propriedade sobre o ambiente.
A livre negociação só é possível em casos particulares, devido ao alto custo 
da transação, que talvez não compense os ganhos obtidos; aos problemas ambien-
tais afetarem bens que não têm direito de propriedade definidos; aos problemas 
ambientais, muitas vezes, afetarem gerações futuras e não haver um consenso a 
respeito de quem irá negociar em nome delas.
Política Ambiental
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
147
INSTRUMENTOS DE POLÍTICA AMBIENTAL
Com o intuito de internalizar as externalidades ambientais, os instrumentos de 
política ambiental podem ser divididos entre instrumentos de comando-e-con-
trole, instrumentos econômicos e instrumentos de comunicação.
Os instrumentos de comando-e-controle, ou de regulação direta, compreen-
dem controles de produtos e processos ou restrições de atividades, especificações 
tecnológicas, controle do uso de recursos naturais e padrões de poluição para fon-
tes específicas. Esses instrumentos são o controle direto sobre os locais que estão 
emitindo poluentes e é necessária uma fiscalização contínua por parte dos órgãos 
reguladores. Envolvem a exigência da utilização de filtros nas chaminés indus-
triais, por exemplo, ou, ainda, a fixação de cotas para extração de recursos naturais.
Os instrumentos econômicos são também chamados de instrumentos de mer-
cado, visam a internalização das externalidades e possuem algumas vantagens 
em relação aos instrumentos de regulação direta:
 ■ Permitem a geração de receitas fiscais e tarifárias, por meio das cobran-
ças dos órgãos reguladores.
 ■ Alocam, de maneira mais eficiente, os recursos econômicos à disposição 
da sociedade, portanto, os custos econômicos à sociedade são menores.
 ■ Possibilitam o estímulo de tecnologias menos intensivas em bens e ser-
viços ambientais por meio da redução da despesa fiscal.
 ■ Atuam no início do processo de uso desses bens e serviços.
 ■ Evitam despesas judiciais para aplicação das penalidades.
 ■ Utilizam taxação progressiva à capacidade de pagamento dos agentes.
Quais questões você acha que estão envolvidas quando se fala na falsa cren-
ça de que a miséria das pessoas favorece e estimula a degradação ambiental?
POLÍTICAS E REGULAÇÃO ECONÔMICA
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
VU N I D A D E148
São exemplos desses instrumentos os empréstimos com taxas menores para agen-
tes que queiram melhorar o seu desempenho ambiental, por exemplo.
Ovs instrumentos de comunicação são utilizados por meio da conscientização 
dos agentes sobre os diversos impactos ambientais das suas ações, incentivando a 
busca de soluções. São exemplos a educação ambiental e a divulgação dos bene-
fícios para as empresas que respeitam o meio ambiente.
O comércio internacional, quanto aos problemas ambientais, causa danos devido 
ao uso dos produtos e devido aos processos de produção utilizados, que podem ser: 
 ■ Poluição que cruza as fronteiras com outros países, afetando-os 
negativamente.
 ■ Prejuízos causados às espécies migratórias, que são recursos comuns e 
podem estar ameaçados de extinção.
 ■ Quando a poluição afeta os recursos comuns a todos os países, prejudi-
cando o meio ambiente global.
 ■ Quando os danos ambientais ultrapassam os limites geográficos do país, 
causando preocupação com o meio ambiente local.
Para diminuir esses problemas, alguns países podem se utilizar da imposição de 
barreiras verdes, nas quais eles restringem as exportações e, consequentemente, 
a produção, a renda e o emprego. 
Sousa (2005), em seu trabalho, apresenta a evolução da política ambiental 
brasileira no século XX e como ela se desenvolveu, considerando marcos im-
portantes em todo o mundo. Acesse o artigo no link disponível em: .
Fonte: a autora.
Considerações Finais
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
149
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste estudo, aprendemos que a defesa da concorrência pode ser implemen-
tada por meio das condutas, punindo práticas anticompetitivas, e também, por 
meio de práticas voltadas ao caráter estrutural, as quais evitam a concentração 
de mercado. A política de defesa da concorrência busca defender a concorrên-
cia, evitando danos que podem ser causados aos agentes econômicos em caso da 
existência de poder de mercado, levando ao aumento do bem-estar da sociedade.
As condutas anticompetitivas que são combatidas pela defesa da concor-
rência são divididasem horizontais e verticais. As horizontais correspondem 
a práticas de acordos entre concorrentes para aumentar o poder de mercado. 
Enquanto as verticais envolvem práticas entre compradores e vendedores ao 
longo da cadeia produtiva.
As regulações econômicas de preços feitas pelo governo podem ser de várias 
formas: por meio da fixação de tarifas que garantem uma taxa de retorno às empre-
sas; da fixação de um limite superior de preços; utilização do preço eficiente; 
estabelecimento de preços de maneira a minimizar as perdas dos consumidores 
e a utilização da tarifa em duas partes.
No terceiro tópico, abordamos a função da política industrial na atividade 
econômica. Vimos que os neoclássicos acreditam ser desnecessária a interven-
ção do governo por meio da política industrial, a não ser em casos de falhas de 
mercado. Os desenvolvimentistas defendem a intervenção como um elemento 
ativo, levando as indústrias ao desenvolvimento e se reduzindo com o passar do 
tempo. Enquanto os schumpeterianos acreditam que a concorrência se dá pela 
inovação e que a política industrial dá espaço à política de inovação.
Finalmente, vimos que cada país adota instrumentos de política ambien-
tal específicos aos seus problemas, buscando reduzir a poluição e a degradação 
dos recursos naturais. Apesar da legislação ambiental ser recente, existem vários 
instrumentos de política ambiental que buscam internalizar as externalidades 
ambientais.
150 
1. A lei antitruste de defesa da concorrência reprime o abuso do poder e a elimina-
ção da concorrência, buscando combater condutas que interfiram na ordem eco-
nômica. Assinale a alternativa que não corresponde às práticas anticompetitivas.
a) A proibição, nos cinemas, de entrar com alimentos de fora do estabeleci-
mento, de forma que caso você deseje consumir algo, precise adquirir nos 
guichês do estabelecimento.
b) Compra de um refrigerante pelo consumidor na conveniência de um posto 
onde realizou o abastecimento de seu carro.
c) Lanchonetes que atrelam à venda de lanches infantis ao recebimento de 
brinquedos.
d) Financiamento habitacional que deve ser vinculado a seguro adquirido na 
mesma unidade financiadora.
e) Compras de passagens vinculadas à contratação de hotel e serviços de pas-
seio pelas agências de viagens.
2. Em que momento se deu o aumento da preocupação com o meio ambiente e 
quais os instrumentos econômicos utilizados para a diminuição dos problemas 
ambientais?
3. A política industrial, pela ótica das falhas de mercado, diz respeito à interven-
ção do Estado no mercado. Fale sobre a visão neoclássica quanto à política 
industrial.
4. A abordagem chamada de princípio da razoabilidade (rule of reason) teve ori-
gem na jurisprudência americana. O que ela nos diz a respeito da eficiência e 
da ineficiência?
5. A regulação de preços envolve a intervenção do governo de maneira a limitar 
as escolhas dos agentes econômicos. Quais são as formas utilizadas pelo go-
verno nesse tipo de intervenção? 
151 
As Agências Reguladoras fiscalizam os serviços públicos que são oferecidos pela iniciati-
va privada em determinados setores da economia.
A Anvisa - Agência Nacional de Vigilância Sanitária - é uma das agências reguladoras que 
atua como forma de autarquia do governo e é vinculada ao Ministério da Saúde.
Essa agência reguladora atua na regulamentação, no registro e nas autorizações, na 
fiscalização e no monitoramento de agrotóxicos, alimentos, cosméticos, medicamentos, 
entre outros itens os quais é necessário o controle sanitário.
No assunto agrotóxicos, a agência desenvolve o Programa de Análise de Resíduos de 
Agrotóxicos em Alimentos (PARA), iniciado em 2001, buscando avaliar, de forma contí-
nua, os níveis de resíduos de agrotóxicos nos alimentos vegetais consumidos, indicando 
a ocorrência de resíduos de agrotóxicos em alimentos (ANVISA, [2018], on-line)2.
Quanto aos cosméticos, um exemplo são as orientações sobre alisantes de cabelos. A es-
Tes se recomenda, devido à existência de substâncias que são irritantes para a pele, que 
sejam obrigatoriamente registrados na Anvisa, e é feita, ainda, a recomendação de que 
substâncias como formol e glutaraldeído não são permitidos como alisantes (ANVISA, 
[2018], on-line)2. 
A agência atua também na realização de pesquisa, como em relação aos medicamentoS 
genéricos, como a explicação contida no trecho a seguir:
O medicamento genérico é aquele que contém o(s) mesmo(s) princípio(s) 
ativo(s), na mesma dose e forma farmacêutica, é administrado pela mes-
ma via e com a mesma posologia e indicação terapêutica do medicamen-
to de referência, apresentando eficácia e segurança equivalentes à do me-
dicamento de referência e podendo, com este, ser intercambiável.
A intercambialidade, ou seja, a segura substituição do medicamento de 
referência pelo seu genérico, é assegurada por testes de equivalência tera-
pêutica, que incluem comparação in vitro, através dos estudos de equiva-
lência farmacêutica e in vivo, com os estudos de bioequivalência apresen-
tados à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA, [2018], on-line)4.
No site da Anvisa, também são disponibilizados, além de serviços às empresas e aos pro-
fissionais de saúde, serviços aos consumidores de grande utilidade, como: consulta de 
drogarias e farmácias, consulta de produtos que são irregulares, consulta de empresas 
autorizadas e registro de produtos, entre outras informações de medicamentos.
Fonte: a autora.
MATERIAL COMPLEMENTAR
A lei antitruste busca punir práticas anticompetitivas que fazem uso do poder de 
mercado para restringir a produção e aumentar os preços. No endereço eletrônico 
indicado é possível consultarmos a Lei Antitruste Brasileira.
Web: .
A Última Hora (2007)
Sinopse: Causadas pela própria humanidade, enchentes, furacões 
e uma série de tragédias assolam o planeta cotidianamente. O 
documentário mostra como a Terra chegou a este ponto: de que 
forma o ecossistema tem sido destruído e, principalmente, o 
que é possível fazer para reverter este quadro. Entrevistas com 
mais de 50 renomados cientistas, pensadores e líderes ajudam a 
esclarecer estas importantes questões e a indicar as alternativas 
ainda possíveis.
Política Industrial
Maria Tereza Leme Fleury e Afonso Fleury (Organizadores)
Editora: Publifolha
Sinopse: a obra traz artigos que discutem em profundidade 
aspectos importantes da política industrial brasileira, analisando 
as ações do passado e lançando propostas para o futuro. Os 
autores deste volume debatem, entre outros temas, critérios e 
eixos para a formulação de uma política industrial no Brasil e o 
alinhamento dessa política com os diferentes arranjos produtivos. 
O livro é organizado pelos professores Afonso Fleury e Maria 
Tereza Fleury, ambos da Universidade de São Paulo (USP).
REFERÊNCIAS
153
KUPFER, D.; HASENCLEVER, L. Economia Industrial: fundamentos teóricos e práti-
cas no Brasil. Rio de Janeiro: Elsevier, 2002.
PONDÉ, J. L.; FAGUNDES, J.; POSSAS, M. Custos de transação e políticas de defesa 
da concorrência. Revista de Economia Contemporânea, v. 1, n. 2, p. 115-135, 
1997.
SUZIGAN, W.; FURTADO, J. Instituições e políticas industriais e tecnológicas: refle-
xões a partir da experiência brasileira. Estudos Econômicos. São Paulo, v. 40, n. 1, 
p. 7-41, 2010.
REFERÊNCIAS ON-LINE
1 Em: . Acesso em: 19 set. 
2018.
2 Em: . Acesso em: 19 set. 2018.
3 Em: . Acesso em: 19 set. 2018.
4 Em: . Acesso em: 19 set. 2018.
REFERÊNCIAS
GABARITO
1. b.
2. Quando os danos ambientais ultrapassam os limites geográficos do país é que 
surge a preocupação com o meio ambiente. Para diminuir esses problemas, al-
guns países podem se utilizar da imposição de barreiras verdes, nas quaisos lucros excessivos de maneira igual. 
Como muitas empresas grandes são diversificadas, foi mais pertinente analisar 
as grandes empresas e não mais os mercados (indústrias), o que tornou questio-
nável o objeto de análise do modelo ECD.
O principal questionamento do paradigma foi a endogeneidade: considerando 
que cada empresa escolhe seu nível de produção de acordo com os custos, as suas 
demanda e expectativas, o preço de mercado e os produtos para uma indústria em 
equilíbrio são conjuntamente determinados. Isso implica que o grau de concen-
tração e os lucros são variáveis endogenamente e não exista relação de causalidade 
predefinida. Persistindo a endogeneidade, a ideia de concorrência deveria resolver 
variáveis mais complexas, e entre estas, estaria a conduta das empresas.
A questão da endogeneidade foi o ponto de partida, no início da década de 
70, de uma corrente alternativa fundamentada na teoria dos jogos. Nessa corrente, 
a ideia inicial do ECD foi deixada de lado. Formulou-se um comportamento de 
equilíbrio das empresas, no qual elas ajustam quantidades, preços e outras vari-
áveis, voltando aos modelos de Cournot, Bertrand, Nash ou outros, ligados, aos 
primórdios, à origem das teorias de oligopólio.
Fazendo uma comparação com o modelo ECD, as condições básicas e as 
condutas são exógenas na teoria dos jogos, enquanto a estrutura e o desempe-
nho são as variáveis endógenas. As condutas são baseadas em expectativas e 
existe a possibilidade de incertezas em relação ao futuro. Apesar das críticas, o 
modelo ECD fornece ideias e conceitos, resultados empíricos acerca da estrutura 
e do desempenho no mercado, sendo um guia para a ação política por meio das 
autoridades regulatórias. Os anos 80, porém, trouxeram questões impossíveis de 
serem tratadas pelo modelo ECD, devido à sua fragmentação.
Escopo e História da Economia Industrial
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
19
A Abordagem Alternativa
Esta estrutura teórica entende que os agentes agem racionalmente e seu compor-
tamento é considerado dado, maximizam suas funções de preferências, focando 
no equilíbrio e excluindo as incertezas. Buscam-se visões evolucionistas do pro-
cesso de concorrência, porém as colocações ainda são muito dispersas.
A preocupação central é a lógica do processo de inovação e seus impac-
tos sobre a atividade econômica. As ideias principais, em torno de instituições, 
hábitos, regras e sua evolução, buscam facilitar a análise, ao invés de construir 
um único modelo geral.
Com maior ênfase em especificidades, essa abordagem parte das ideias gerais 
em relação ao homem, às instituições e à natureza evolucionária dos processos 
econômicos para ideias e teorias específicas, relacionadas com instituições eco-
nômicas singulares ou tipos de economia. Se existe teoria geral, ela indica como 
desenvolver análises específicas de fenômenos também específicos.
A questão central é tratar a inovação e, a partir dela, a concorrência, como 
um processo dependente do tempo, lógico e cronológico. Busca-se tratar vari-
áveis dependentes do passado, por isso, é necessário considerar o passado e o 
futuro, devido às condições de incerteza.
Empresas, Mercados e Economia Institucional
As relações entre empresas, mercados, instituições e processos são o eixo da 
Economia Industrial, e seu objetivo é o estudo do funcionamento dos mercados. 
O desafio e a motivação da disciplina é verificar até que ponto se pode fazer uma 
generalização da dinâmica de mercado sem que seja feito um resgate histórico.
A evolução das tecnologias atribuiu à economia industrial um lugar impor-
tante na análise econômica contemporânea. No Brasil, o interesse pelo assunto 
cresceu nos anos 80 e 90, com a conclusão da matriz industrial e a abertura 
comercial, respectivamente, e o aumento da concorrência entre as empresas. 
A concorrência é o fenômeno mais característico das economias capitalis-
tas, ao mesmo tempo que é de uma grande complexidade, divergindo bastante 
entre as formulações teóricas:
EMPRESA, INDÚSTRIA E MERCADOS
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IU N I D A D E20
 ■ Tradicional - a concorrência surge como equilíbrio gerado por meio da 
transformação de todos os agentes em tomadores de preços. Enquanto 
que, na NEI, a concorrência é como um jogo, no qual as empresas dispu-
tam parcelas de um mercado e os lucros mediante alterações de preços, 
esforço de venda, diferenciação de produtos e outras.
 ■ Alternativa - a concorrência surge quando cada agente busca se diferenciar para 
obter ganhos monopólicos, sendo que a inovação é o principal fator gerador.
O mercado é o espaço no qual se definem preços e quantidades das mercadorias 
de acordo com a oferta e a demanda. Cada mercado tem um tipo de concorrên-
cia que depende das características estruturais e das condutas praticadas pelas 
empresas, o que também é alvo de debate entre as correntes.
NATUREZA, OBJETIVOS E ESTRUTURA DA EMPRESA
A natureza e os objetivos da empresa compõem uma grande diversidade de fato-
res dentro da Economia Industrial, que são explicadas por Chandler e Penrose.
De acordo com as definição de Chandler (1992), a empresa é uma entidade 
legal e administrativa, com estabelecimentos de contratos e divisão do traba-
lho que, em nome da busca dos lucros, tem sido a representação de economias 
capitalistas, produzindo bens e serviços e servindo para alocação da produção 
e distribuição futuras.
De maneira a complementar essa definição, Penrose (1959) diz que a empresa 
não é algo observável fisicamente e é de difícil definição quanto ao que é feito 
por ela. Dessa forma, cada análise deve considerar as características e definir a 
empresa de acordo com o próprio interesse.
Primeiro, vamos nos concentrar na natureza e nos objetivos e deixar pra 
depois os conceitos de empresa e quais são realmente os seus objetivos. Vamos 
nos concentrar em como a economia os retratam. 
Natureza, Objetivos e Estrutura da Empresa
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
21
ANTES DA ESCOLA NEOCLÁSSICA
A escola neoclássica não definia um órgão como empresa de forma específica, 
o que era identificado eram as empresas familiares, que não faziam separação 
entre patrimônio da família e das empresas. Portanto, a empresa, nesta época, 
identificava-se como empresa capitalista, buscando acumular capital em um 
ambiente que era competitivo e formado pelo sistema capitalista em expansão.
Fica por conta da escola clássica os elementos da teoria da produção, como 
a lei dos rendimentos, que procurava relacionar a ampliação das atividades eco-
nômicas com a produtividade. Assim, Adam Smith propôs que, quanto mais 
amplo o mercado, maior seria a divisão do trabalho, o que viria a ser mais tarde 
a lei chamada de rendimentos decrescentes, apontada, também, por Ricardo 
acerca da agricultura.
NA ESCOLA NEOCLÁSSICA
A escola neoclássica trouxe para a discussão, na economia, a questão da aloca-
ção de recursos escassos em necessidades limitadas, que já era presente na escola 
clássica, porém agora acompanhada da discussão dos valores das mercadorias. 
EMPRESA, INDÚSTRIA E MERCADOS
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IU N I D A D E22
A versão de equilíbrio parcial, de Marshall, vê a empresa como um agente 
tomador de decisões acerca da produção e do tamanho da planta, juntamente 
com as entradas e saídas de mercados, o que faz com que as decisões de aplicações 
de recursos sejam afetadas. As decisões individuais das empresas são tomadas 
buscando a maximização dos lucros e a maior lucratividade.
Assim, a empresa é o local onde se faz a combinação de fatores para pro-
dução de produtos, sendo sujeita à lei dos rendimentos, que são a base para os 
custoseles 
restringem as exportações e, consequentemente, a produção, a renda e o em-
prego. 
3. A visão neoclássica considera que a livre mobilidade dos fatores nos mercados 
competitivos faz com que a política industrial, além de desnecessária, seja con-
siderada indesejada. A intervenção do governo seria necessária somente se o 
mecanismo de preços não fossem capazes de captar os benefícios e custos de 
oportunidade associados à produção e ao consumo de bens, ou seja, quando 
ocorrem as falhas de mercado. 
4. A abordagem chamada de princípio da razoabilidade (rule of reason) diz que a 
existência de eficiências que compensam os efeitos líquidos devem ser anali-
sadas caso a caso, pois, o que importa, em cada caso, são os efeitos líquidos. 
Como a lei busca reprimir as ineficiências, ela não será utilizada em casos em que 
as condutas gerem ganhos de eficiência e, se o fizer, pode causar ineficiências 
maiores do que as que busca combater.
5. Regulação por taxa de retorno: quando o regulador estabelece tarifas para cada 
tipo de produto ou serviço da empresa, de forma a garantir uma taxa de retorno 
que assegure o prosseguimento das atividades; Preço-teto (price cap): essa for-
ma de regulação consiste em estabelecer um limite superior de preços, de forma 
que a empresa regulada não possa passar deste limite; Regra de Preço eficiente: 
é utilizada em casos em que uma empresa precise utilizar a infraestrutura de 
uma rival ou que haja problemas de interconexão; Regra de Ramsey: os preços 
dos produtos ou serviços são estabelecidos de forma a minimizar as perdas dos 
consumidores geradas pela necessidade do monopolista de cobrir os seus cus-
tos totais; e Tarifa em duas partes: é calculada por meio de uma taxa fixa para o 
rendimento total, independentemente da venda, e uma taxa por unidade efeti-
vamente utilizada. 
GABARITO
CONCLUSÃO
155
Caro(a) aluno(a), esperamos ter contribuído com conhecimentos, com a sua forma-
ção acadêmica, a sua atuação no mercado de trabalho ou com o gerenciamento da 
sua própria organização.
Enfatizou-se que as organizações são um conjunto de recursos tangíveis, intangíveis 
e humanos, interdependentes e integrados, que precisam ser orientados por um ou 
mais objetivos. A Controladoria é uma ciência multidisciplinar em construção que 
colabora para organização atingir os seus objetivos em curto, médio e longo prazos.
Verificou-se que o planejamento estratégico e o planejamento operacional de-
vem ser consonantes à missão, à visão e aos valores. Além disso, a missão, a visão 
e os valores colaboram para a disseminação dos objetivos da organização aos seus 
funcionários e demais stakeholders.
Foi visto que o orçamento é uma previsão anual das entradas e saídas de recursos 
da organização, produzido em bases sistemáticas e mediante capacidades reais da 
empresa. A descentralização pode corroborar para a qualidade das tomadas de de-
cisão, contudo, ela demanda indicadores adicionais para mensurar o desempenho 
dos responsáveis pela gestão.
A Governança Corporativa, os controles internos e o gerenciamento de riscos são 
funções e modelos de gestão que corroboram para a organização atingir os seus 
objetivos, utilizando os recursos tangíveis, intangíveis e humanos com responsa-
bilidade. Nada obstante, você constatou a importância de congregar informações 
financeiras e não financeiras para subsidiar as tomadas de decisão dos gestores.
A Controladoria é capaz de proporcionar mudanças estratégicas e identificar novas 
formas de criar valor nas organizações. Por meio do assessoramento de informa-
ções, ela pode corroborar para o alinhamento dos objetivos estratégicos e das ativi-
dades da organização.
Desejamos boa sorte, muita saúde e sucesso para a conclusão de sua jornada aca-
dêmica!
CONCLUSÃO
ANOTAÇÕES
ANOTAÇÕES
157
ANOTAÇÕES
ANOTAÇÕES
159
ANOTAÇÕESmédio e marginal de curto e longo prazo.
Na teoria de equilíbrio geral de Walras, a empresa é vista como os empresários deman-
dantes de fatores e como ofertantes no mercado de bens. O lucro extraordinário, que 
os empresários esperam, é anulado pela concorrência, de forma que não resta ao 
empresário remuneração excedente além daquela remuneração dos fatores de pro-
dução para aqueles que são proprietários. Seu papel de auxiliar na compra e venda de 
fatores, bens e serviços, de maneira a igualar a oferta e demanda não é remunerado.
A compreensão das atividades econômicas e das empresas pode ser apro-
fundada por meio da consideração de instituições, inclusive a discussão acerca 
da natureza da empresa, que é considerada uma organização hierárquica. 
• Empresas como instituições
Para Coase (1937), a empresa é vista como um arranjo institucional o qual esta-
belece um vínculo duradouro entre fatores de produção, ou seja, fatores para 
assumir a tarefa por tempo indeterminado. Portanto, as empresas podem alo-
car os recursos de duas formas: pelo mercado e hierárquica, sendo a primeira 
 Você lembra o que compõe a definição de curto prazo?
Natureza, Objetivos e Estrutura da Empresa
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
23
mais flexível. Porém as duas maneiras podem coexistir, pois apresentam vanta-
gens, como a economia dos custos de transação.
A ineficiência é gerada quando chega ao ponto em que se perde a economia dos 
custos de transações pela ineficiência gerencial. Dessa forma, a empresa, para Coase 
(1937), é uma hierarquia que economiza custos de transação e deve ser entendida 
como um desenvolvimento teórico da abordagem clássica, pois mantém o problema 
da alocação de recursos e a análise marginal para obtenção do tamanho ótimo.
• Outras visões das empresas como instituições
Marshall (1920), precursor da expressão capacitações organizacionais, é um dos 
autores críticos das discussões neoclássicas das empresas.
Fundador da vertente neoclássica de análise do equilíbrio parcial, Marshall 
utilizou a figura de uma empresa idealizada, desenvolvida o suficiente para capa-
citações que representem o desenvolvimento geral da indústria e do conjunto de 
empresas produtoras da mercadoria.
Para Marshall (1920), as empresas sobrevivem e se desenvolvem caso tenham 
um fundador que apresentem soluções aos problemas organizacionais, e técni-
cas de produção, comercialização e relacionamentos com os fornecedores. Uma 
vez que a empresa se mantém e cresce, o fundador precisa resolver os problemas 
de crescimento, que se faz sobre rendimentos crescentes.
Ele explica, ainda, que as maiores empresas se beneficiam dos instrumentos 
acessíveis às empresas maiores que, juntadas às vantagens dinâmicas referentes à expe-
riência e aos conhecimentos acumulados e a uma estrutura organizacional que está 
em amadurecimento, faz com que quanto maior a empresa, mais competitiva ela seja.
Uma empresa que se torna grande não necessariamente monopoliza o mer-
cado. Quando as vantagens de tamanho são retidas internamente, de maneira que 
a gerência seja passada de geração a geração, sem seleção no mercado e sem con-
viver em um ambiente em constante mudança fazem com que as boas práticas 
desenvolvidas anteriormente fiquem no passado e causem a decadência da empresa. 
EMPRESA, INDÚSTRIA E MERCADOS
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IU N I D A D E24
• Gerencialistas e Penrose
Os gerencialistas não aceitam o processo de maximização de lucros como deter-
minante do comportamento das empresas. Consideram um elemento-chave a 
separação entre o controle e a propriedade, uma característica organizacional 
que envolve incumbir a função de gerente a alguém que tenha objetivos próprios, 
nem sempre paralelos aos da empresa. Um gerente profissional, por exemplo, 
trocaria um lucro maior por um prestígio maior entre o gerentes existentes. 
Penrose (1959), em sua teoria da empresa, busca reunir e combinar recursos, 
adquirindo conhecimento e experiência ao longo do tempo, que irão contribuir 
para o trabalho em equipe e fazer com que a trajetória dessa empresa seja única 
(o que vai contribuir para que ela tenha o caráter de trabalho em equipe). Em 
um ambiente hierárquico e com elaboração de estratégias, destaca-se o capital 
humano que adquire a experiência e busca, de forma ampla, o crescimento da 
empresa como um todo, abrangendo diversos objetivos.
• A visão neoschumpteriana
Nesta teoria, a empresa é considerada como um agente que acumula capacidades 
organizacionais. Para os autores representantes desta corrente, Nelson e Winter, 
as empresas seguem rotinas que foram adquiridas por meio da experiência e, 
assim, coordenam as suas atividades. Os conhecimentos são intransferíveis de 
maneira formal e não bastam mais só os equipamentos e seus manuais, os conhe-
cimentos incluem a produção, transmissão e interpretação dos conhecimentos 
que ocorrem dentro da empresa.
As rotinas serem utilizadas como comportamento das empresas não significa 
que o comportamento delas seja imutável. Quando são introduzidas inovações, as 
rotinas podem se desenvolver ou ser adotadas novas em lugar das anteriores.
Natureza, Objetivos e Estrutura da Empresa
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
25
ESTRUTURA DA EMPRESA
A empresa como instituição busca o crescimento e a acumulação de capital, sendo 
que a diversificação é uma das principais formas de expansão. Uma empresa 
diversificada pode apresentar diversas formas de organização interna, classifi-
cadas por Williamson (1975) e Chandler (1962) como formato unitário (forma 
de U) e empresa multidivisional (forma de M).
As empresas em formato unitário se organizam para serem funcionais, com-
postas por divisões com características particulares que são priorizadas em relação 
à linha de produtos gerados, e cada divisão se envolve com uma linha de pro-
dutos. A dificuldade dessa estrutura é que os recursos são distribuídos entre as 
divisões por meio da barganha de interesses, o que pode fazer com que se deixe 
de prestar atenção às oportunidades oferecidas pelos produtos no seu mercado.
As empresas em formato multidivisional possuem um sistema organizado 
de acordo com o produto ou a região geográfica e comportam-se de maneira 
individualizada. A empresa diversificada é composta por quase empresas, res-
ponsáveis pelo atendimento de um único mercado. 
O formato multidivisional é associado à descentralização produtiva, ou seja, 
cada quase empresa atua em um espaço próprio. Associado também à concen-
tração decisória, os recursos dessas quase empresas são alocados de maneira 
centralizada. As empresas diversificadas podem se classificar nos seguintes mode-
los organizacionais:
 ■ Empresa multiproduto: é aquela que produz vários bens que são vendidos 
em mercados diferentes, mas relacionados em sua fabricação, marke-
ting e P&D.
 ■ Empresa verticalmente integrada: quando a empresa atua em vários está-
gios da cadeia produtiva, geralmente aproveitando economias de escala 
para diminuir os custos de produção.
 ■ Conglomerado gerencial: empresa que está em vários mercados pro-
duzindo produtos pouco relacionados entre si. Caracterizada pela 
capacitação empresarial em comum.
EMPRESA, INDÚSTRIA E MERCADOS
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IU N I D A D E26
 ■ Conglomerado financeiro: empresa que está em vários mercados pro-
duzindo produtos pouco relacionados entre si. A ligação se dá pelos 
controles financeiros.
 ■ Companhia de investimento: é baseada na distribuição dos recursos entre 
atividades não relacionadas, porém com grande volatilidade. Se as ativida-
des não apresentarem o retorno esperado, a empresa poderá retirara-las 
do seu portfóliode negócios.
CONCEITOS DE INDÚSTRIA E MERCADO E CADEIAS 
PRODUTIVAS
No âmbito da concorrência perfeita e do monopólio, o mercado é considerado 
um espaço abstrato em que oferta e demanda se encontram, adotando uma noção 
de produto bem definida e distinguida pelos consumidores. Reflete o conjunto 
de empresas produtoras de uma mercadoria, de forma que a indústria corres-
ponde a um mercado. O conceito de indústria assumido pela escola tradicional 
neoclássica expressa espaços bem delimitados de competição.
A crescente diferenciação do produto faz com que seja heterogêneo na visão 
dos consumidores. Por isso, os esforços competitivos são direcionados ao mer-
cado, procurando atender à demanda por produtos substitutos próximos entre 
si. A indústria é composta pelas empresas que produzem mercadorias que são 
substitutas próximas, e as fornecem ao mesmo mercado. 
Quando falamos de mercado, nos referimos às empresas que produzem de 
forma semelhante diversos produtos que são relacionados entre si, constituindo 
um grupo de empresas com modos produtivos semelhantes. 
A delimitação dos mercados e das indústrias não é isolada, nem quanto aos 
produtos, nem quanto aos objetivos de concorrência e de expansão. É difícil 
definir um grupo de produtos e quais as empresas que fazem parte do mercado 
e, dessa forma, da análise de concorrência. Para isso, utiliza-se a definição das 
cadeias produtivas e complexos industriais, nos quais são privilegiados movi-
mentos concorrenciais.
Conceitos de Indústria e Mercado e Cadeias Produtivas
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
27
O aumento da interdependência entre os setores tem surgido pela introdução de 
novos métodos e novas técnicas de gestão, assim como a generalização e as for-
mas de parcerias e cooperação, que representam a necessidade do aumento da 
eficiência na operação entre os setores, buscando a utilização da produção em 
escala e escopo, o que ocorreu na Revolução Industrial de fins do século XIX.
O aumento da área de concorrência faz com que esta deixe de ser apenas 
nos mercados imediatos, para incorporar, também, mercados acima e abaixo da 
cadeia produtiva em que determinada empresa atua. Criadas pelo processo de 
especialização, as cadeias produtivas surgiram do aumento da divisão do traba-
lho e do aumento da dependência entre os agentes econômicos. 
Cadeia produtiva são as sucessivas etapas pelas quais os insumos passam e 
vão sendo transformados. É possível que se tenha uma cadeia produtiva empre-
sarial, por exemplo, em que cada etapa representa uma empresa. Isto facilita as 
análises empresariais, de tecnologia e planejamento do desenvolvimento. De 
maneira agregada, temos as cadeias produtivas setoriais, em que as etapas são 
os setores econômicos e os intervalos entre eles. 
As cadeias são concorrentes quando seus produtos finais são direcionados 
a um mesmo mercado (produtos substitutos) e as cadeias são interdependentes 
entre si. O nível de desagregação está entre o das cadeias empresariais e seto-
riais. São exemplos as cadeias nas quais os produtos têm a mesma função, porém 
EMPRESA, INDÚSTRIA E MERCADOS
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IU N I D A D E28
insumos diferentes, como as manilhas de concreto, que estão em uma cadeia, e 
as manilhas de cerâmica, que estão em outra. 
De acordo com Castro et al. (1994), a cadeia produtiva é “o conjunto de com-
ponentes interativos, incluindo os sistemas produtivos, fornecedores de insumos 
e serviços, indústrias de processamento e transformação, agentes de distribuição e 
comercialização, além de consumidores finais ”. O autor afirma ainda que as cadeias 
produtivas buscam suprir as necessidades do consumidor final de alguns produtos.
É comum o entrelaçamento entre as cadeias produtivas, se separam ou se 
juntam, mas não há motivos para acharmos que a teia de cadeias produtivas 
vá se espalhar de maneira uniforme. Se isso acontecesse, as cadeias produtivas 
seriam agregadas em blocos, de forma que o valor médio das compras e vendas 
entre setores de um bloco seja maior que esse valor em outros blocos. Esses blo-
cos são chamados de complexos industriais.
ECONOMIAS DE ESCALA E ESCOPO
Os custos considerados pelos economistas envolvem o processo decisório, por isso 
são considerados, também, os custos que podem ocorrer no futuro e as manei-
ras de reduzir esses custos. Esses custos são os custos de oportunidade, que são 
equivalentes aos ganhos que poderiam ser obtidos caso o investimento fosse feito 
em outras oportunidades, e vão indicar se uma atividade deve continuar ou não.
Os custos podem ser variáveis, quando aumentam ou diminuem conforme 
a quantidade produzida, ou podem ser fixos, que são aqueles custos que inde-
pendem da quantidade produzida. 
O artigo de Castro (2001) apresenta mais informações sobre o tema abor-
dado neste tópico, as cadeias produtivas. A análise é feita com componen-
tes das cadeias produtivas do agronegócio. Para saber mais, acesse o link: 
.
Fonte: a autora.
Economias de Escala e Escopo
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
29
A diferenciação entre custos fixos e variáveis só faz sentido no curto prazo, visto 
que, no longo prazo, todos os custos são ajustáveis. Os custos totais envolvem a 
soma dos custos fixos e variáveis, portanto, quando a produção cresce, a variação 
nos custos totais é correspondente ao aumento ocasionado nos custos variáveis.
Você lembra quais custos de uma empresa se classificam dentro dos custos 
fixos?
Existem, ainda, os custos irrecuperáveis (sunk costs), que são os recursos 
empregados na aquisição de ativos que não podem ser revertidos em grau 
significante, ou seja, ocorre perda total ou parcial de seu valor.
Fonte: Kupfer e Hasenclever (2002). 
EMPRESA, INDÚSTRIA E MERCADOS
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IU N I D A D E30
CUSTOS DE CURTO E LONGO PRAZO
Existem alguns conceitos importantes de custos no curto prazo, como o custo 
marginal (CMg), custo médio (CMe), custo variável médio (CVMe) e custo fixo 
médio (CFMe):
 ■ O CMg é o custo de produzir uma unidade adicional de produto.
 ■ O CMe é definido pelo custo total dividido pela quantidade produzida.
 ■ O CVMe é resultado da divisão entre o custo variável e a quantidade 
produzida.
 ■ CFMe é a divisão do custo fixo pela quantidade produzida.
C(q)
Quantidadeq1 q2
CFMe
CVMe
CMeCMg
Figura 1 - Curvas de custo
Fonte: adaptado de Kupfer e Hasenclever (2002).
A CVMe é inicialmente decrescente, até o ponto em que a empresa opera com 
capacidade ótima, e crescente a partir deste ponto, indicando a queda da pro-
dutividade. A curva de CMe é a soma das curvas de CFMe e CVMe, assumindo 
o mesmo formato da CVMe, refletindo a lei dos rendimentos decrescentes. A 
curva de CMg também explica a lei dos rendimentos marginais decrescentes, 
assumindo formato de U.
Economias de Escala e Escopo
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
31
Podemos observar que as curvas de CMg e CVMe saem do mesmo ponto, 
portanto, o custo marginal de produzir uma unidade é igual ao custo variável 
médio de produzir uma unidade.
Uma relação importante entre os custos de curto prazo e que deve ser des-
tacada é entre as curvas de até o ponto de custo médio mínimo, ou seja, ele se 
iguala ao custo médio mínimo. Quanto ao CVMe, o custo marginal é menor 
que este quando decrescente, e passa a ser superior quando o CVMe é crescente.
Quando se pensa no longo prazo, a empresa pode escolher a quantidade de 
todos os seus fatores de produção, de forma que os custos refletem todas as pos-
sibilidadesde produção e orientam os empreendedores à tomada de decisões. 
Os custos globais variam conforme a escolha dos fatores de produção, o 
que justifica o estudo da curva de custo médio de longo prazo (CMeLP). Se o 
CMeLP é reduzido quando a produção é elevada, a empresa apresenta econo-
mias de escala. Se ele é constante enquanto a produção aumenta, significa que 
a empresa apresenta retornos constantes de escala. E se o CMeLP é decrescente 
conforme aumenta a produção da empresa, esta possui deseconomias de escala. 
C(q)
Quantidadeq EME
CMeLP
Figura 2 - Curva de custo médio de longo prazo
Fonte: adaptado de Kupfer e Hasenclever (2002).
A curva de CMeLP assume a forma de U, conforme a teoria tradicional, assumindo 
que as economias de escala existem até o ponto em que o ponto de utilização ótima 
da planta é atingido. Com a utilização superior à ótima, existirão deseconomias de 
escala. Esta hipótese é formulada considerando que a planta não é passível de aumen-
tar de tamanho. Porém, esse formato não se verifica frequentemente na prática.
EMPRESA, INDÚSTRIA E MERCADOS
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IU N I D A D E32
Alguns autores defendem, ainda, que a curva CMeLP tem formato de L, pois 
argumenta-se que as deseconomias de escala geradas pelas ineficiências podem ser 
evitadas com a implantação de métodos modernos de gerência. Mesmo que essas 
deseconomias aparecessem, elas não seriam significantes se comparadas às economias.
C(q)
Quantidadeq EME
CMeLP
Figura 3 - Curva de custo médio de longo prazo em formato de L
Fonte: adaptado de Kupfer e Hasenclever (2002).
Outros autores argumentam, ainda, que, se essas deseconomias fossem signifi-
cantes, isso iria acontecer em um nível de produção muito elevado, o que estaria 
fora da área relevante.
Se a curva de CMeLP tivesse mesmo o formato de L, deveria existir um nível 
de escala mínima da planta para que a empresa seja eficiente, e não somente um 
único tamanho. Essa escala mínima de eficiência da planta é a produção mínima, 
ponto a partir do qual o custo médio de longo prazo passa a ser constante.
Outra opção alternativa para a curva de CMeLP é uma combinação dessas 
duas, quando os formatos U e L se misturam. Além das economias e dese-
conomias, haveria um segmento plano na curva que representaria os custos 
constantes por unidade produzida, correspondente à reserva de capacidade pla-
nejada pela empresas para que sua operação seja flexível.
Economias de Escala e Escopo
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
33
C(q)
Quantidadeq1 q2
CMeLP
Figura 4 - Curva de custo médio de longo prazo com segmento horizontal
Fonte: adaptado de Kupfer e Hasenclever (2002).
FONTES DAS ECONOMIAS DE ESCALA
Apesar de não haver consenso, razões empíricas nos fazem acreditar que os cus-
tos médios de longo prazo são decrescentes e que chega um momento em que 
as economias de escala se esgotam. 
As economias de escala estão associadas a dois tipos de fontes, são elas: eco-
nomias de escala reais e economias de escala pecuniárias. As economias de escala 
são reais se o fator explicativo é a redução de fatores produtivos quando a pro-
dução aumenta. São consideradas pecuniárias quando o fator explicativo é uma 
redução no preço do insumo.
Analisaremos as fontes de economias de escala reais, que se dividem em 
estáticas e dinâmicas.
EMPRESA, INDÚSTRIA E MERCADOS
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IU N I D A D E34
Economias de escala estáticas
As economias de escala se dividem em quatro e relacionam o custo médio de 
longo prazo com a quantidade produzida, sem considerar o processo ao longo 
do tempo. Vejamos cada uma delas a seguir:
 ■ Ganhos de especialização: ao nível de produto - quanto maior a quantidade 
de produto, maior poderá ser a divisão do trabalho e mais especializados 
poderão ser os trabalhadores e as máquinas. Quanto mais especializados 
forem, maiores serão as suas habilidades e maior será a produtividade.
 ■ Indivisibilidade técnica: ao nível de planta produtiva - nem sempre é pos-
sível obter máquinas e equipamentos do tamanho exato para produzir a 
quantidade necessária. Uma futura expansão pode ser realizada com a 
utilização dos equipamentos abaixo da sua capacidade total e, assim, os 
retornos de escala podem ser obtidos com o esgotamento da capacida-
des desses equipamentos.
 ■ Economias geométricas: ao nível de planta produtiva - esta economia de 
escala cresce decorrente da expansão do tamanho individual das unida-
des processadoras, pois o produto tende a ser proporcional ao volume da 
unidade enquanto os custos são proporcionais à superfície.
 ■ Economias relacionadas à lei dos grandes números: ao nível da planta 
produtiva - em caso de aumentos da planta produtiva e aumento da quan-
tidade das máquinas, menores serão o pessoal necessário e o estoque de 
peças para manter o nível de atividade produtiva. Isto é, a possibilidade 
de problemas técnicos cresce menos que proporcionalmente em relação 
ao crescimento do maquinário.
Economias de escala dinâmicas
As economias de escala dinâmica podem se dividir em duas, as quais relacio-
nam o custo médio de longo prazo, incorporando a variação com o passar do 
tempo. São elas:
Economias de Escala e Escopo
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
35
 ■ Economias de reinício - set up: esta economia de escala é gerada com a uti-
lização de máquinas que atuam na produção de diversas etapas do produto 
final. Essas máquinas, após o encerramento de uma das etapas, devem ser 
reiniciadas para que possam produzir a próxima etapa. Quanto maior a 
produção, em maior tempo a máquina poderá trabalhar na mesma regu-
lagem, o que irá reduzir os custos do tempo perdido com a reinicialização.
 ■ Economias de aprendizado: quando um novo produto ou processo começa 
a ser produzido começa, também, o processo de aprendizagem, que é mais 
lento no início e se desenvolve conforme a prática e deixa os trabalhado-
res mais habilidosos. Portanto, o custo médio do aprendizado diminui 
conforme aumenta a produção.
ECONOMIAS DE ESCOPO
As economias de escopo envolvem a produção de dois ou mais produtos com 
utilização da mesma planta. Nesta forma de produção, os custos não dependem 
somente da produção do próprio produto, mas também do tamanho da planta. 
As economias de escopo são definidas pela informação de que produzir con-
juntamente os produtos custa menos que produzi-los separadamente, ou seja, a 
empresa reduz os custos com a diversificação das atividades.
Existem três fontes de economias de escopo:
 ■ Existência de fatores comuns: quando, para a produção de dois bens dife-
rentes, é necessária a compra do mesmo fator de produção, que é adquirido 
uma vez somente.
 ■ Existência de reserva de capacidade: se existe capacidade ociosa na planta, 
a empresa tem incentivos para procurar produtos que permitam diversi-
ficar a produção utilizando a reserva dessa capacidade.
 ■ Complementaridades tecnológicas e comerciais: esta fonte de economias 
de escala existe quando os produtos apresentam similaridades na base 
técnica ou de mercado.
EMPRESA, INDÚSTRIA E MERCADOS
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IU N I D A D E36
ECONOMIAS AO NÍVEL DA MULTIPLANTA
Até este momento, foram consideradas apenas empresas limitadas por uma 
única planta. Porém, empresas líderes costumam possuir mais de uma planta, e 
transnacionais são exemplos de empresas que operam nos sistemas multiplantas.
Faz sentido supor que essas empresas operem com várias plantas esperando 
obter a vantagem da economia de escala que não seria possível obter somente 
por meio de uma planta. As razões para atuação podem ser as seguintes:
 ■ Economiasde duplicação: derivada da possível adição de capacidade pro-
dutiva com o passar do tempo, pois a empresa deve se ajustar à demanda.
 ■ Custo de transporte: a operação multiplanta seria uma maneira da empresa 
diminuir os custos de transporte associados à sua operação no mercado.
 ■ Alcance de especialização ao nível das multiplantas: alcançando a espe-
cialização nas multiplantas, a empresa é capaz de obter maior segurança 
quanto à variação das suas receitas e reduzir os custos de reinício das 
máquinas que operam em regulagens diferentes.
 ■ Flexibilização da operação: a maior flexibilidade na operação pode redu-
zir os custos quando comparados à operação em uma única planta.
DESECONOMIAS DE ESCALA
Existem razões para acreditar que as economias de escala não se mantêm inde-
finidamente, chegando ao ponto em que a empresa vai enfrentar deseconomias, 
que podem ser causadas, basicamente, por dois fatores:
 ■ Custos de transporte: para evitar o aumento dos custos de transporte, 
a empresa pode se limitar a uma única planta, pois se as vendas cresce-
rem muito, será muito maior a necessidade de alcançar os consumidores.
 ■ Deseconomias gerenciais: uma decaída na eficiência da gerência pode-
ria fazer com que a empresa tenha deseconomias gerenciais, podendo ser 
causada pelo fato de que depois que a empresa atinge o tamanho ótimo, a 
gerência perde o controle sobre as decisões, ou mesmo pela insegurança 
quanto ao comportamento da demanda e dos competidores.
Considerações Finais
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
37
De conhecimento acerca do surgimento da economia industrial e de alguns 
conceitos importantes para o seu entendimento, partimos para a próxima uni-
dade. Bons estudos!
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nesta unidade, aprendemos que a disciplina de Economia Industrial, introduzida nos 
estudos de Economia somente em 1985, surgiu dos estudos de setores industriais e 
sua abordagem é dividida em tradicional e alternativa. Estas duas linhas de estudo 
partem de questões comuns acerca do funcionamento das empresas e dos mercados.
Vimos que cada uma das escolas vê as empresas de maneiras diferentes: saindo 
da visão da escola clássica, passando para a escola neoclássica com as teorias de 
Marshall e Walras, Coase e Penrose, e também a empresa na visão neoshumpteriana. 
Para Marshal, a empresa é um tomador de decisões que busca a maximização de 
lucros por meio da produção. Na teoria de Walras, a empresa é demandante de fatores 
de produção e ofertante de bens. Para Coase, a empresa é vista como uma instituição que 
combina os fatores de produção por um longo período. Penrose defende que a empresa 
busca adquirir conhecimentos que irão contribuir para o crescimento da empresa, con-
trole esse que deve ser feito de maneira separada da propriedade da empresa. Enquanto 
na visão neoshumpteriana, a empresa adquire conhecimentos com a prática e o seu com-
portamento não é necessariamente congelado, as inovações podem existir. 
Aprendemos, também, o que são cadeias produtivas, que compreendem as etapas 
em que são transformados os insumos até que estes passem a ser um produto final.
Finalizando a unidade, vimos que os custos que são considerados nos proces-
sos de decisão podem ser fixos ou variáveis. Os custos fixos ocorrem independentes 
das quantidades produzidas, enquanto aqueles que são variáveis variam conforme 
a quantidade produzida. A estrutura de custos determina, por vezes, a estrutura 
de mercado, pois quanto maiores as economias de escala menor será a quantidade 
de empresas em um indústria. Os custos podem significar o tamanho das barrei-
ras à entrada em determinadas indústrias. 
38 
1. As abordagens tradicional e alternativa apresentam diferentes visões acerca 
das empresas e dos mercados na Economia Industrial. Sabendo das caracterís-
ticas de cada uma, são feitas as seguintes afirmações:
I. A abordagem tradicional teve como pioneiro Joe S. Bain e tem como objeti-
vo o estudo da criação de riqueza das empresas. 
II. Uma das falhas do paradigma estrutura-conduta-desempenho era o fato de 
não considerarem a conduta da empresa como importante no processo de 
concorrência.
III. A abordagem teórica alternativa tem como questão central a inovação e, 
partindo dela, a concorrência.
IV. A visão tradicional e a visão alternativa consideravam a conduta pouco im-
portante para o desempenho de mercado.
Assinale a alternativa correta:
a) Apenas I e II estão corretas.
b) Apenas II e III estão corretas.
c) Apenas I está correta.
d) Apenas II, III e IV estão corretas.
e) Nenhuma das alternativas anteriores.
2. Segundo as formas de organização interna classificadas por Williamson (1975) 
e Chandler (1962), uma empresa pode se apresentar em formato unitário (for-
ma de U) e empresa multidivisional (forma de M). Caracterize estas duas formas 
de organização interna.
3. Uma empresa multiproduto é um modelo organizacional de uma empresa di-
versificada e se caracteriza pela produção de diversos bens que são vendidos 
em mercados diferentes, mas têm alguma relação. Apresente um exemplo real 
de empresa multiproduto .
4. Quando uma empresa busca a máxima utilização dos fatores produtivos asso-
ciados ao baixo custo e ao aumento da produção, dizemos que ela está fazen-
do uso da economia de escala. Fale sobre as fontes das economias de escala.
5. A cadeia produtiva, basicamente, nos ajuda a entender a história de um produ-
to desde quando ele era apenas uma matéria-prima. Defina cadeia produtiva 
e dê um exemplo.
39 
As relações entre empresas e instituições fazem parte do eixo da economia industrial. A 
preocupação inicial quando se falava de instituições era acerca da estrutura, costumes e 
demais fatores, assim como com o desenvolvimento de inovações. Nesta leitura, vamos 
estudar a relação entre as empresas e as instituições na teoria Shumpteriana.
O estudo do impacto das instituições sobre a atividade econômica é antigo e envolve a ca-
pacidade de geração de inovações no mercado. A teoria Schumpeteriana incorporou o tema 
na sua agenda de pesquisa e discute com outras escolas, como a Economia Institucional e 
a Nova Economia Institucional, e agora a Sociologia Econômica, o papel das instituições no 
processo de inovação. O foco nas instituições revela uma preocupação com a explicação de 
como o conhecimento é formado na sociedade e ultrapassa os limites teóricos. 
Nos últimos anos, incorporou-se o uso do conceito de capital social para definir o ambien-
te social no qual o conhecimento é gerado. O capital social estabelece as redes de con-
tatos entre os indivíduos, disseminando conhecimento tecnológico. Estes dois conceitos 
serão trabalhados a seguir, dentro das leituras da própria escola de pensamento econômi-
co. O Quadro 1 a seguir resume o impacto dos dois ambientes sobre a empresa inovadora.
Quadro 1 - Impacto das características setoriais e institucionais sobre o processo de inovação
CARACTERÍSTICAS IMPACTOS SOBRE A INOVAÇÃO
Instituições formais:
Estrutura legal: leis, direito de proprie-
dade, contratos etc.
Garantem a propriedade do conhecimento e a apro-
priação do lucro da inovação.
Atores: governo, sistema financeiro, 
universidades etc.
Garantem o funcionamento das regras, geração e 
disponibilização de recursos para Pesquisa, Desenvol-
vimento e Inovação.
Instituições informais: costumes, 
hábitos etc.
Impactam o mercado de trabalho (capital humano), 
a formação de contratos (capital social) e o hábito de 
consumo (demanda).
Capital social formal:
Extensão: número de atores, número 
de pesquisadores em determinada 
área de conhecimento.
Efeito de escala e aumento do conhecimento acu-
mulado geram mais inovações. As imitações também 
podem aumentar.
Densidade: volume de conhecimen-
to acumulado transmitido entre os 
atores.
Aumento do capital social conduz ao aumento do 
volume e do impacto das inovações.
Capital social informal:Aumento da circulação do conhecimento e aumento 
do número de inovações. Porém o impacto econô-
mico pode ser reduzido porque ocorre também o 
aumento das imitações.
Fonte: adaptado de Steingraber (2013).
40 
Mesmo a palavra instituição tendo várias interpretações, segundo a visão Schumpe-
teriana, o progresso tecnológico depende da relação entre os atores econômicos e o 
ambiente social. Buscando desenvolver o aprendizado, a interação dos agentes com o 
ambiente pode ser resumida como um processo de captação de conhecimento para 
que sejam geradas inovações. 
Fonte: Steingraber (2013).
Material Complementar
MATERIAL COMPLEMENTAR
Freakonomics: O Filme (2010)
Sinopse: o documentário, baseado no livro de Steven Levitt e Stephen 
Dubner, faz uma mistura de economia e cultura para mostrar a aplicação 
de diversos temas da economia para a sociedade.
REFERÊNCIAS
CARLTON, D. W.; PERLOFF, J. M. Modern Industrial Organization. New York: Fores-
man Little Brown, 1994.
CHAMBERLIN, E. H. The Theory of Monopolist Competition. Cambridge: Harvard 
University Press, 1933.
D’ASPREMOND, C.; GABSSEWICZ, J.; THISSE, J. On Hotelling’s Stability in Competi-
tion. Econometrica, n.17, p. 10445-1151, 1979.
HOTELLING, H. Stability in Competition. Economic Journal, n. 39, p. 41-57, 1929.
JUNIOR, G.; CASTRO, A.; SILVA PAGANINI, W. Aspectos conceituais da regulação dos 
serviços de água e esgoto no Brasil. Engenharia Sanitária e Ambiental, v. 14, n. 1, 
p. 79-88, 2009.
KUPFER, D.; HASENCLEVER, L. Economia Industrial: fundamentos teóricos e práti-
cas no Brasil. Rio de Janeiro: Elsevier, 2002.
SALOP, S. Monopolistic Competition with Outside Goods. Bell Journal of Economi-
cs, n. 10, p. 141-156, 1979. 
SRAFFA, P. The Laws of Returns under Competitive Conditions. Economic Journal, 
v. 36, n. 2, p. 535-550, 1926.
VARIAN, H. R. Microeconomia: Princípios Básicos. Rio de Janeiro: Campus, 2003.
WAQUIL. P. D.; ALVIM, A. M. Acordos Comerciais e o Setor Produtivo de Carne Bovina: 
estimativas de ganhos para o Mercosul. Revista de Economia e Agronegócio, v. 4, 
n. 2, 2015.
REFERÊNCIAS
GABARITO
43
GABARITO
1. b.
2. Diz-se que as empresas em formato unitário organizam-se para serem funcio-
nais, compostas por divisões com características particulares que são prioriza-
das em relação à linha de produtos gerados e cada divisão se envolve com uma 
linha de produtos. Já para as empresas em formato multidivisional, significa que 
possuem um sistema organizado de acordo com o produto ou região geográfica 
e comportam-se de maneira individual. Responsáveis pelo atendimento de um 
único mercado, as empresas nesse formato são associadas à descentralização 
produtiva, ou seja, cada uma atua em um espaço próprio.
3. Um exemplo real de empresa multiproduto é a multinacional Unilever. A Unile-
ver atua em setores como alimentação, higiene e beleza.
4. As economias de escala podem ser reais e pecuniárias. As economias de esca-
la são reais se o fator explicativo é a redução de fatores produtivos quando a 
produção aumenta, e pecuniárias quando o fator explicativo é uma redução no 
preço do insumo. As economias de escala reais se dividem em estáticas e dinâ-
micas. As primeiras relacionam o custo médio de longo prazo com a quantidade 
produzida sem considerar o processo ao longo do tempo, enquanto as segundas 
relacionam o custo médio de longo prazo incorporando a variação com o passar 
do tempo.
5. Cadeias produtivas são as etapas seguidas que compreendem a transformação 
do insumo até este se constituir em produto final. Com o aumento da divisão 
do trabalho e da dependência entre os agentes econômicos, surgiu o processo 
de especialização e foram criadas as cadeias produtivas. Um exemplo é a cadeia 
produtiva da roupa, que envolve desde a produção do algodão para confecção 
do tecido, passando pelas costureiras, confecção das etiquetas, produção das 
embalagens nas quais serão entregues, transportadoras, lojas em que são ven-
didas, marketing utilizado para sua comercialização. Um único produto final en-
volve diversas etapas produtivas.
U
N
ID
A
D
E II
Professora Me. Marieli Vieira
MODELOS DE 
CONCORRÊNCIA
Objetivos de Aprendizagem
 ■ Analisar os pontos principais do modelo de competição perfeita. 
 ■ Abordar o comportamento de monopólio e o comportamento 
monopolista.
 ■ Definir os conceitos para descrição e análise da concorrência 
industrial.
 ■ Introduzir conceitos fundamentais acerca dos modelos de 
concorrência em oligopólio.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
 ■ Modelo de competição perfeita
 ■ Modelo de monopólio
 ■ Modelo de competição monopolística
 ■ Modelos de oligopólio
INTRODUÇÃO
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
47
INTRODUÇÃO
Caro(a) aluno(a), nesta unidade, iremos aprender sobre os modelos básicos de 
concorrência da teoria neoclássica, competição perfeita e monopólio, além do 
modelo de competição monopolística e oligopólio. 
No primeiro tópico, estudaremos o modelo de competição perfeita e as 
hipóteses básicas que definem esse modelo. Representando o mínimo poder de 
mercado, as empresas que fazem parte desta estrutura de mercado são toma-
doras de preços no mercado. Enquanto o modelo de monopólio representa o 
contrário, o máximo de poder de mercado de uma empresa. Nesta estrutura de 
mercado, há somente um produtor e esta empresa é formadora de preços. No 
segundo tópico deste capítulo, estudaremos o modelo de monopólio e as causas 
de sua existência segundo os economistas neoclássicos, assim como as inefici-
ências causadas.
A contestação dos modelos de competição perfeita e do modelo de monopó-
lio veio pelo autor Piero Sraffa, que serviu de inspiração para a formulação das 
hipóteses do modelo de competição monopolística. O modelo de competição 
monopolística combina características do monopólio e da competição perfeita. 
No terceiro tópico, conheceremos as características desta estrutura de mercado 
e como essas características afetam os consumidores.
Finalmente, no quarto e último tópico desta unidade, estudaremos o modelo 
de oligopólio. Esse modelo é mais voltado à realidade dos mercados, na qual 
existem inúmeros vendedores. Os produtores tomam as decisões de produção 
baseados na quantidade e nos preços, considerando as decisões de produção 
dos concorrentes e as reações que estes terão às suas próprias decisões. Existem 
várias interações estratégicas que podem acontecer por meio dessas variáveis, que 
serão identificadas por meio do Modelo de Stackelberg, do Regime de Cournot 
e do Regime de Bertrand, os quais conheceremos as características um a um.
Estude com empolgação esta unidade. Boa leitura!
MODELOS DE CONCORRÊNCIA
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IIU N I D A D E48
MODELO DE COMPETIÇÃO PERFEITA
O modelo de competição perfeita é uma estrutura de mercado que não prevê 
alinhamento entre as empresas que fazem parte desse mercado.
Este modelo compreende um conjunto de hipóteses básicas que o definem 
(KUPFER; HASENCLEVER, 2002):
 ■ Grande número de empresas: esta estrutura é composta de um grande 
número de empresas que podem ser grandes, porém não possuem poder 
de mercado. Isso acontece porque, por serem em grande número, dominam 
uma pequena parte do mercado, vendendo, assim, a pequena proporção 
de mercadorias correspondente a esse mercado, o que faz com que seu 
tamanho não tenha importância.
 ■ Produto homogêneo: as empresas produzem um produto cujas caracte-
rísticas e serviços associados são os mesmos para todas.
 ■ Livre entrada e saída de empresas: não existem barreiras ao movimento 
das empresas. Se essas barreiras existirem, as empresas ganham o poder 
de afetar o preço de mercado, pois o número de empresas pode diminuir.
 ■ Maximização de lucros: este é objetivo principal das empresas, obter 
remuneração do capitalacima da taxa de mercado, pois é necessário obter 
a remuneração pelo risco do investimento e pelo custo de oportunidade 
de optar por esse investimento. A empresa pode obter lucro positivo ou 
renda econômica, quando as receitas totais forem maiores que os custos 
totais, e pode obter lucros normais ou nulos, quando as receitas totais 
forem maiores que os custos totais.
Modelo de Competição Perfeita
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
49
 ■ Livre circulação da informação: os compradores e vendedores possuem 
conhecimentos das condições atuais e futuras do mercado, não existindo 
incerteza quanto ao futuro.
 ■ Perfeita mobilidade dos fatores: os fatores de produção e o trabalho são 
livres para se moverem de uma empresa para outra. Os fatores de produ-
ção, por não serem monopolizados, e o trabalho, por não gerar custo de 
aprendizado e por não ser sindicalizado.
Nesse modelo, o equilíbrio é atingido quando as condições não se alteram, quando 
as empresas que o compõem mantêm o equilíbrio. E as empresas estão em equilíbrio 
quando produzem a quantidade que maximiza o seu lucro. Para saber o ponto da pro-
dução em que o lucro é maximizado, é preciso derivar a curva de oferta e demanda.
Nesse modelo de mercado, a curva de demanda é horizontal ao preço de 
mercado - se a empresa fixar um preço maior que aquele do mercado, não irá 
vender, e se fixar um preço menor que o de mercado, a limitação da quantidade 
de produção fará com que não obtenha vantagens nesta conduta. Dessa forma, 
a empresa é tomadora de preços. 
CURTO PRAZO
O custo total (CT) e o custo médio (CMe) refletem a diferença nas condições 
de curto e longo prazo. No curto prazo, a função de produção reflete a condi-
ção de operação pelas proporções variáveis, o que garante que exista um nível 
de produção além do qual a função de produção opera sob o impacto de retor-
nos dos fatores variáveis.
A função de produção no curto prazo é a seguinte:
y f x k� � �1,
Onde:
y = quantidade produzida.
x1= quantidade do fator de produção 1.
k = fator de produção fixo.
MODELOS DE CONCORRÊNCIA
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IIU N I D A D E50
Receita Média (RMe) = RT y/
Receita Marginal (RMg) = ∂ ∂RT y/
Custo Fixo = k w K� �2
Custo Fixo Médio = K y/
Custo Variável = w x1 1×
Custo Variável Médio = w x y1 1× /
Custo Médio (CMe) = CT y w x K y/ /� � �� �1 1
Custo Marginal (CMg) = � � � � � �� � �CT y w x K y/ /1 1
w1 = preço do fator de produção 1
wk = preço do fator de produção k
p = preço de mercado
No curto prazo, a condição de primeira ordem para maximização de lucros é 
RMg = CMg, enquanto a condição de segunda ordem é:
� � � � � � � � �2 2 2 2 2 2 0RT y y CT y CT y/ / /
O custo marginal corresponde à taxa de variação dos custos quando aumentamos 
a produção em uma unidade, e o custo médio de cada unidade deve estar abaixo 
deste quando a tendência for decrescente e acima quando a tendência for crescente. 
Para que se situe na posição de equilíbrio, a empresa precisa produzir a quan-
tidade em que a receita marginal seja igual ao custo marginal, e o custo marginal 
tem que ser crescente nesse ponto (VARIAN, 2003).
No curto prazo, as empresas vão estar em condições de lucros extraordiná-
rios ou prejuízos, mas não irão produzir se o preço do produto for menor que o 
custo variável médio mínimo.
Modelo de Competição Perfeita
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
51
LONGO PRAZO
No longo prazo, a empresa pode escolher produzir no ponto onde o custo médio 
seja mínimo, que será igual ao preço. No longo prazo, as empresas vão ter lucros 
normais, ou iguais a zero, se obtiverem lucros extraordinários, novas empresas 
serão incentivadas a entrar no mercado, o que vai fazer com que a expectativa 
dos lucros voltem a ser normais. Caso obtenham prejuízos no longo prazo, algu-
mas empresas sairão do mercado, de forma que esta se estabilize no lucro zero.
A função de oferta de longo prazo mede a produção ótima, e a diferença 
entre a oferta de equilíbrio de curto e de longo prazo será o processo de ajusta-
mento. A função de produção no longo prazo é a seguinte:
y f x x� � �1 2,
Onde:
y = quantidade produzida.
x1 = quantidade do fator de produção 1.
x2 = quantidade do fator de produção 2.’
Receita Média (RMe) = RT y/
Receita Marginal (RMg) = ∂ ∂RT y/
Custo Médio (CMe) = CT y w x w x y/ � � � �� �1 1 2 2
Custo Marginal (CMg) = ∂ ∂CT y/
w1 = preço do fator de produção 1
w2 = preço do fator de produção 2
p = preço de mercado
No curto prazo a condição de primeira ordem para maximização de lucros é RMg 
= RMe = p = CMg = CMe mínimo, enquanto a condição de segunda ordem é 
� � � � �2 2 2 2RT y CT y/ / .
No longo prazo, a empresa tem mais chances de fazer ajustes devido às varia-
ções de preços e do mercado, o que faz com que a função de oferta seja mais 
sensível no longo prazo.
MODELOS DE CONCORRÊNCIA
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IIU N I D A D E52
ALOCAÇÃO ÓTIMA DOS RECURSOS
O mercado de competição perfeita conduz para a alocação ótima dos recursos, 
o que é atingido quando:
 ■ A quantidade produzida está no custo médio mínimo.
 ■ Os consumidores pagam o preço mínimo, ou o valor do custo de 
oportunidade.
 ■ As empresas estão operando em plena capacidade.
 ■ O lucro das empresas é normal.
No longo prazo, todos os mercados alocam os recursos otimamente. De acordo com 
as preferências dos consumidores, a competição perfeita levará à alocação ótima dos 
recursos se essas preferências forem refletidas, se não existirem economias de escala em 
qualquer indústria e se não existir progresso técnico na economia (recursos e tecnolo-
gias dados). Nestas condições, os consumidores irão atingir o máximo do bem-estar.
O excedente do consumidor visa a medir o benefício deste em trocar certa quan-
tidade de um bem para consumir outros bens, esta informação é importante 
quando o excedente do consumidor varia devido à variação do preço de um bem. 
Suponha que o preço de um bem aumente e um consumidor passe a consu-
mir menos desse bem, passando a pagar mais por cada unidade que ele consome. 
Isto não significa perda total do bem-estar do consumidor, apenas uma diminui-
ção. O excedente do produtor pode ser entendido de forma análoga.
Você lembra o que são economias de escala?
Modelo de Monopólio
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
53
MODELO DE MONOPÓLIO
O monopólio é uma estrutura de mercado na qual há somente um produtor. As 
quatro hipóteses básicas deste modelo justificam, também, as causas de sua exis-
tência, e segundo os economistas neoclássicos, são as seguintes:
 ■ Um único produtor: que detém propriedade das matérias-primas e das 
técnicas de produção.
 ■ Produto sem substitutos próximos: com patentes sobre os produtos ou 
processos de produção.
 ■ Barreiras à entrada: alguns monopolistas contam com licença governa-
mental para atuar ou imposição de barreiras comerciais.
 ■ Maximização de lucros: o monopólio maximiza o lucro quando a receita 
marginal é igual ao custo marginal.
Existe, ainda, o caso do monopólio natural, que ocorre quando o mercado não 
tem condições de ter mais que uma empresa com operação eficiente.
O trabalho de Waquil e Alvim (2015) identifica variações nos excedentes do 
produtor e do consumidor como efeitos dos acordos de livre comércio so-
bre os mercados de carne bovina. Verifique os resultados encontrados aces-
sando o trabalho no link: .
Fonte: a autora.
Um monopólio natural consiste em uma situação em que os investimentos são 
muito altos e os custos variáveis

Mais conteúdos dessa disciplina