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CIÊNCIA ABERTA: CONHECIMENTO CIENTÍFICO NO CONTEXTO DE GLOBALIZAÇÃO
José Oseas de Oliveira Filho - jose.oseas@educ.al.gov.br
Secretaria do Estado da Educação de Alagoas
Fernando Silvio Cavalcante Pimentel - fernando.pimentel@cedu.ufal.br
Universidade Federal de Alagoas
Resumo
Este artigo aborda as práticas e representações dos pesquisadores nas formas abertas de fazer Ciência Aberta e, mais concretamente, quais as posições relativas das relativamente a essas questões. Procura-se compreender como os pesquisadores se relacionam com a utilização das tecnologias digitais da informação e comunicação (TDIC) no trabalho acadêmico e científico, com a disponibilização de dados e outros conteúdos científicos na internet, e com a publicação de artigos em regime Open Access. Analisa os pressupostos da Ciência Aberta e das suas recentes transformações, bem como da ação dos acadêmicos no seu contexto institucional, além das práticas de abertura em diferentes contextos disciplinares. Este artigo tem lugar numa época em que, por um lado, o acesso ao conhecimento acadêmico é potenciado pelas TDIC e, por outro, o estreitar de relações entre a Academia e a Ciência levou a um maior nível de apropriação privada dos conhecimentos acadêmicos e científicos.
Palavras-chave: Ciência Aberta, Acesso Livre, TDIC, Globalização.
Introdução
Este artigo investiga a delineação dos contornos de novas formas de Ciência Aberta. O papel que a internet e as tecnologias digitais da informação e comunicação (TDIC), assumem na abertura da Ciência é um dos aspectos centrais que será aqui explorado, uma vez que suportam novas plataformas de comunicação, cujos recursos são explorados na adaptação dos cientistas aos novos contextos informais. Analisaremos a relação entre valores, práticas, e culturas científicas e a utilização da internet, por parte dos cientistas, como suporte de comunicação e colaboração no seu trabalho científico. Essa relação insere-se num contexto de transformação social mais alargado: a emergência da globalização.
Os processos de abertura da Ciência Aberta dependem, antes de mais, de esforços de reorganização do atual modelo científico, a partir da dupla perspectiva que aqui se utiliza, a análise da transformação da Ciência Aberta, com especial enfoque no desenvolvimento e usos das TDIC, e dos processos de abertura e de promoção da transparência no trabalho científico, explica o conteúdo e o método desta investigação.
De acordo com Santos et al (2017), a Ciência Abertas proporciona mais agilidade na produção do conhecimento na possibilidade de revisão dos dados, em outros contextos de pesquisa e permite a reprodutividade das pesquisas desenvolvidas, além do acesso aberto às produções e abertura dos dados científicos. Permite mudanças na produção, circulação e apropriação do conhecimento.
A importância assumida pela Ciência Aberta no mundo globalizado contemporâneo suscitou junto de cientistas sociais e decisórios políticos, entre outros, um crescente interesse pelo seu funcionamento. A Ciência Aberta tem desempenhado um papel fundamental na construção da Modernidade e encontra-se hoje presente, de forma direta, numa grande parte das atividades cientifica e acadêmicas. Na base deste crescente protagonismo está o reconhecimento de que, para além de permitir a construção de um conhecimento sistemático e operacional sobre a realidade, os trabalhos científicos estão na base de vários progressos qualitativos na vida humana, como por exemplo a melhoria da eficácia das prevenções e tratamentos de saúde.
Os pesquisadores promovem um fluxo de informação orientado para a pesquisa e produção de novos conhecimentos, nas quais trocam informação com outros pesquisadores, além de se comprometerem com a transferência dos seus conhecimentos através do ensino, participação em eventos e publicação dos resultados de suas pesquisas em canais formais como os periódicos com revisão por pares.
O movimento para o acesso aberto é um exemplo de como, na última década, tem se incentivado a incorporação de tecnologias digitais emergentes para o avanço da Ciência. Seu objetivo é permitir o acesso livre a artigos acadêmicos, motivado especialmente pelo crescente custo de assinaturas cobrado pelos editores de periódicos tradicionais. Os periódicos acadêmicos cumprem função primordial para a comunicação científica, mas seus críticos têm apontado que o aumento do valor a ser pago para o acesso aos artigos científicos na web é injustificável.
Lin (2012, p.1) em uma matéria sobre a questão do acesso aberto citando a pesquisa de Nielsen (2013) e o início do movimento da Ciência Aberta afirma que:
Durante séculos, a ciência tem funcionado assim – por meio de pesquisas conduzidas no âmbito privado, submetidas em seguida a periódicos científicos e médicos para serem revistas por pareceristas e publicadas visando o benefício de outros pesquisadores e do público em geral. Contudo, para muitos cientistas, a longevidade desse processo não merece comemorações. Para eles, esse sistema é inflexível, caro e elitista. Os pareceres às vezes levam meses para sair, o alto custo das assinaturas dos periódicos pode ser proibitivo e alguns poucos "guardiões" limitam o fluxo de informações. Para o físico quântico Michael Nielsen, o sistema é ideal para partilhar o conhecimento – mas apenas "se você estiver preso à tecnologia do século XVII". Nielsen e outros defensores da "ciência aberta" afirmam que a ciência pode realizar muito mais, muito mais rápido, em um ambiente de colaboração livre por meio da Internet. E, apesar de uma série de obstáculos, incluindo o ceticismo de muitos cientistas consagrados, as suas ideias têm ganhado força.
No entanto, o estágio atual de amadurecimento das TDIC tem evidenciado desafios e levantado questionamentos sobre as dinâmicas e processos tradicionais de compartilhamento dos conhecimentos científicos com oportunidades para publicação que vão além dos tradicionais artigos científicos e periódicos em revisão pares. Conforme relatório da The Royal Society: "Science as an open enterprise”, citado por Campbell et al (2012, p. 7).
A histórica centralidade da página impressa na comunicação tem diminuído com a chegada das tecnologias digitais. A coleta de dados em grande escala e análise cria desafios para a tradicional autonomia de pesquisadores individuais. A internet oferece um canal para redes de cientistas profissionais e amadores para colaborar e comunicar em modos novos e pode abrir caminho para uma segunda revolução científica aberta, tão grande como a desencadeada pela criação das primeiras revistas científicas. Ao mesmo tempo, muitos de nós queremos nos satisfazer quanto à credibilidade das conclusões científicas que podem afetar nossas vidas, muitas vezes, controlando a evidência subjacente, e os governos democráticos estão cada vez mais responsabilizados através da divulgação pública dos seus dados. Duas esperanças amplamente expressas são de que isso vai aumentar a confiança do público e estimular a atividade empresarial. A ciência precisa se adaptar a este ambiente de mudança tecnológica, social e política.
Oliva (2012), em declaração publicada na Folha de São Paulo, ressaltou que passou a ser papel dos cientistas dar publicidade às atividades de pesquisa, mostrar experimentos e explicar projetos para o público, além de ligar o trabalho a inovações que contribuam com as políticas públicas e até mesmo para a criação de novos produtos a serem lançados no mercado. Por exemplo, promovendo a alteração dos critérios de avaliação dos pesquisadores acadêmicos, para levar em consideração o uso de plataformas digitais para o compartilhamento de informações acadêmicas e apoio à produção de novos conhecimentos.
Uma das características principais do atual cenário digital é a definição de políticas centradas nas pessoas e no uso das TDIC. Na primeira década em que a internet se tornou pública aos cidadãos, as empresas e instituições preocupavam-se em construir plataformas centralizadas, no modelo de cima para baixo para disseminaçãoda informação. No entanto, a emergência da web social privilegia a formação de redes e comunidades entre as pessoas para troca de informações. A dinâmica da web social pode ser compreendida quando se analisa a utilização de plataformas da web aberta e privadas. Serviços como Facebook, Twitter e Academia.edu, permitem a comunicação e a colaboração, mas são ferramentas privadas, em que a informação é disponibilizada de acordo com os seus termos de uso. A chamada web aberta é caracterizada pelo uso de plataformas em código aberto, mantidas pelos próprios pesquisadores ou instituições de pesquisa e a publicação de conteúdos em padrões abertos, que permitam o compartilhamento e acesso de acordo com seus interesses.
Neste cenário, além do acesso aberto, um conceito que tem ganhado força é o da Ciência Aberta. termo abrangente, que agrega uma série de iniciativas distintas incentivadas pelo uso de software aberto (open source), dados abertos (open data), acesso aberto (open acess) e pesquisa cientifica aberta (open notebook science), que no decorrer desta pesquisa serão identificados como componentes da web aberta.
Como os pesquisadores utilizam sites pessoais e/ou institucionais para divulgar suas pesquisas? É possível identificar o uso de plataformas da web aberta pelos pesquisadores em consonância com os requisitos preconizados pelo movimento da Ciência Aberta? Existe um modelo de governança para arquivamento e recuperação de conteúdos científicos, com base no uso da web aberta pelos pesquisadores em seus sites pessoais e/ou institucionais que contemple as práticas emergentes de produção científica, incluindo o compartilhamento da informação e colaboração?
Uma série de ações tem sido desencadeadas, com ênfase principalmente em permitir que pesquisadores utilizem a web aberta não apenas para a divulgação em acesso aberto de seus artigos de pesquisa. A preocupação é com que eles possam compartilhar e colaborar, tanto com outros pesquisadores e também com organizações privadas e cidadãos, em cada uma das fases do ciclo de vida da pesquisa utilizando a web aberta.
Este artigo tem como objetivo identificar e refletir as ações dos pesquisadores na web aberta para divulgação da pesquisa científica e produção de novos conhecimentos, em seus sites pessoais hospedados na instituição acadêmica ou não. Refletir acerca do cenário das TDIC em relação à questão da Ciência Aberta e de que forma os pesquisadores vêm manifestando preocupação com as novas iniciativas para o compartilhamento da informação e a colaboração na web aberta; evidenciar o nível de engajamento dos pesquisadores em relação a práticas emergentes de disseminação, compartilhamento, produção e curadoria da informação acadêmica, utilizando plataformas da web aberta, segundo modelo desenvolvido com base na literatura; identificar as ações de colaboração pelos pesquisadores acadêmicos utilizando plataformas da web aberta.
Ciência Aberta
As potencialidades de colaboração e transmissão de informações trazidas pelas TDIC reforçaram as aspirações de uma maior abertura da Ciência Aberta por parte de elementos da comunidade acadêmica e científica. No seu seio emergem esforços nesse sentido e delineiam-se as estratégias para alcançar essa abertura da forma mais eficiente. 
A utilização das TDC tem levantado questionamentos, e levam à reflexão sobre as oportunidades para a construção de novos conhecimentos no processo de pesquisa acadêmica e comunicação de conhecimentos científicos. O tema tem mobilizado diversas pesquisas dos processos de comunicação em ciência, influenciados, principalmente, pelos impactos da utilização destes recursos na esfera privada, em especial com a incorporação exponencial, na última década, de plataformas sociais da internet para o comércio, entretenimento e até movimentos políticos e sociais de forma aberta.
Mas, para compreender a importância da web aberta será preciso analisar o que representa o conceito abertura (openness) que para as iniciativas de compartilhamento e colaboração de informações em ambientes digitais, bem como a consumerização das TDIC como elemento representativo do cenário digital atual, em que a informação não apenas é compartilhada e a colaboração ocorre na web aberta, mas também em ecossistemas de informação providos por empresas privadas; e ainda, as diferentes concepções do movimento da ciência aberta, e suas expectativas, a partir da influência dos valores e do cenário tecnológico atual.
Becker (2010) identificou três dimensões características da Ciência Aberta, em seu trabalho para o Conselho Universitário para Administração Educacional dos EUA e Canadá. Uma dimensão relativa às publicações de acesso aberto, como os periódicos e repositórios digitais; outra relacionada ao uso de plataformas de mídia social, como blogs, microblogs e wikis pelos pesquisadores; e, por último, uma relativa à curadoria digital de forma colaborativa entre os pesquisadores. Para Quintas-Mendes et al (2019, p. 62), 
o conjunto de práticas abertas [...] deverá ocorrer ao longo de todo o ciclo de investigação, desde a submissão de projetos, dados e metodologias em repositórios abertos, passando pela revisão por pares aberta até a publicação em revistas ou livros de acesso aberto. [...]. Esses processos remetem para um modo de fazer pesquisa em que, tanto quanto possível, o investigador torna pública a sua pesquisa logo numa fase precoce do seu processo de investigação, em que são valorizadas a transparência nas práticas, metodologias, procedimentos e recolha de dados, a disponibilização de resultados, o acesso público e a reutilização dos dados da investigação, através da utilização de plataformas como o Open Science Framework, a F1000Rsearch ou a infraestrutura OpenAire.
 	Desta forma, a Ciência Aberta é um conceito emergente que representa um conjunto de iniciativas utilizando as plataformas da web aberta para apoio aos fluxos de informação para comunicação, colaboração e transferência de conhecimentos, tanto entre pesquisadores, quanto entre estudantes e cidadãos leigos interessados em contribuir e discutir temáticas científicas. É um conceito abrangente, que representa um conjunto de iniciativas relacionadas ao acesso a dados, informação e documentação científica, utilizando plataformas distintas em diferentes níveis de amadurecimento para comunicação, colaboração e transferência de conhecimentos científicos.
No cenário digital são identificados, as implicações do conceito de aberto, e as oportunidades e desafios frente à consumerização das TDIC e as expectativas das distintas correntes do movimento da Ciência Aberta em relação ao papel dos pesquisadores frente a este cenário econômico e tecnológico.
A cultura de compartilhamento e colaboração está no cerne do fazer ciência, em como existem tradições distintas de pesquisa e os tipos de saídas do ciclo de vida de pesquisa, que representam possibilidades distintas para o uso da web aberta para o compartilhamento da informação e produção de conhecimento na academia. Não se pretende um posicionamento epistemológico em relação a discutir a natureza do conhecimento, mas sim entender o impacto das TDIC e as expectativas em relação a como ele tem sido produzido e compartilhado na Academia.
Robert Merton foi um pioneiro na pesquisa sobre o ethos da ciência. Influenciado pelas teorias sociais de Max Weber, que defendia que toda a ação social é feita pelo indivíduo, e não pela sociedade. Merton (1996) identificou quatro imperativos institucionais inerentes ao ethos da ciência: 1 O universalismo, segundo o qual os trabalhos científicos devem seguir padrões universais de avaliação; 2 O comunismo, segundo o qual o conhecimento proporcionado pelo trabalho científico é um patrimônio comum da humanidade, e não propriedade privada de algum indivíduo; 3 O desinteresse, segundo o qual o único objetivo a curto prazo do trabalho científico é a ampliação do conhecimento humano; 4 O ceticismo organizado, segundo o qual o cientista deve ser privado de qualquer forma de preconceito e de conclusõesprecipitadas sobre seus trabalhos. Estes quatro princípios, que operam de forma inter-relacionada, garantem o que Merton chama de ciência, que é aprovada pela sociedade, e que pode continuar progredindo.
Price (1963) apresentou uma mudança histórica ocorrida na ciência. Antes, no século dezenove, no que denominou de little science, em que colégios invisíveis8 de pesquisadores amadores e entusiastas, interagiam de forma informal e por troca de correspondências. A partir do século vinte, a ciência passou a ser dominada por cientístas profissionais, e a informação científica passou a ser produzida em massa, divulgada com circulação em escala global, o que denominou de big science. Lievrouw (2010) fez um paralelo entre as possibilidades do fazer ciência no século XXI com a little science. Pois com a Ciência Aberta e a incorporação de plataformas da web aberta e as mídias sociais, os pesquisadores voltariam a interagir de forma informal, permitindo o envolvimento de amadores e entusiastas, para o compartilhamento de informação e produção de novos conhecimentos. 
Um exemplo desta relação entre o acesso à informação científica na web aberta e o envolvimento de amadores entusiastas no processo de pesquisa é o famoso caso de Jack Andraka, um adolescente de 15 anos, que desenvolveu um método de detecção do câncer no pâncreas extremamente eficiente, em comparação às rudimentares técnicas tradicionais. Por esta pesquisa ele ganhou o primeiro lugar em um concurso de jovens pesquisadores.
Mas isto só foi possível devido ao acesso às informações sobre pesquisadores, e projetos de pesquisa de forma aberta na web, para que ele pudesse entrar em contato com acadêmicos que puderam ajudá-lo em sua pesquisa. Latour e Wooglar (1997) realizaram um estudo sobre a ciência em construção, evidenciando o trabalho dos cientistas como uma construção social, pois é influenciado tanto por questões internas da comunicação científica quanto por aspectos sociais externos. 
Nesta perspectiva os autores apresentam que o “verdadeiro” e “falso” na ciência não é enunciado apenas vinculados ao bom uso da metodologia científica, mas vinculados a uma dinâmica social externa que dá validade ao conhecimento. Outro argumento dos autores é que a construção do fato científico envolve o que chamaram de "ciclo de credibilidade” em que os cientistas realizam uma negociação entre os pares, utilizando várias estratégias para ter crédito pessoal. Para tanto, tornando-se dependentes de um reinvestimento contínuo nestes recursos “alternativos" transformando uma prática alheia ao seu próprio objeto de pesquisa, como lugar comum no fazer ciência.
A importância da dinâmica social e como ela afeta os mecanismos de produção e validação do conhecimento é evidente quando são analisadas as críticas em relação às métricas e recursos como o de revisão por pares em modelos vinculados aos periódicos, além do modelo vigente que atribui credibilidade aos pesquisadores, que vem sendo criticados por atores do movimento da Ciência Aberta, propondo modelos alternativos de qualificação dos pesquisadores e validação da ciência. O compromisso dos pesquisadores com o compartilhamento de informações na web aberta, de forma a permitir a reutilização e também a possibilidade de colaboração, tem relação direta tanto com o seu ethos, quanto com uma época em que a ciência estava mais próxima do público comum.
O artigo científico é a principal produção do trabalho de pesquisa acadêmico, e o movimento do acesso aberto é apenas um dos elementos em relação às oportunidades que as novas práticas de gestão, padrões para tratamento da informação e adoção das TDIC e colaboração na web pelos pesquisadores acadêmicos, podem trazer para o avanço de práticas adotadas ao fazer ciência. 
O movimento de acesso aberto, por exemplo, é o mais antigo representante do movimento para a Ciência Aberta, no entanto, o acesso aberto considera os produtos finais da produção acadêmica como o seu foco central, em detrimento de uma série de processos e produtos desenvolvidos durante o ciclo de vida da pesquisa.
CICLO DA VIDA (DIAGRAMA - PAG 43)
A representação do ciclo de vida da pesquisa, conforme o relatório de Whyte e Pryor (2010), possibilita uma série de saídas no processo de pesquisa que se relacionam com diversos softwares e padrões distintos para colaboração, que serão identificados no decorrer deste estudo.
A Ciência Aberta é explicada pela lógica comum verificada em diferentes esforços de abertura científica, paradigmáticos de um novo modelo de trabalho colaborativo. Este modelo, baseado na abertura e na colaboração, é alternativo a um outro modelo mais tradicional que integra ora isolamento, ora um certo grau de abertura adaptado de forma irregular, com um secretismo só quebrado para eventuais publicações ou apresentações públicas do trabalho dos pesquisadores. 
A Ciência Aberta é um movimento que surge como reação a transformações nas produções acadêmicas, ciência e etc, visando uma aproximação às normas mertonianas. É também produto de tensões entre esferas institucionais, tal como Merton (1996) identificou na relação entre Ciência e a definição da tecnologia enquanto propriedade privada. A definição de Ciência Aberta avançada por Maurer (20030 não é estanque, mas tende a englobar: publicação completa, franca e rápida de resultados; ausência de restrições relativas a propriedade intelectual; e transparência, radicalmente aumentada, em fases de pré e pós-publicação, de dados, atividades e decisões dentro dos grupos de investigação (MAUER, 2003, p. 4).
A sensibilização para a abertura das ciências é uma medida devedora de um movimento precursor que advoga a abertura do código dos programas informáticos: o movimento Open Source. Esse movimento tem por objetivo a promoção de direitos de utilização, estudo, cópia, modificação e redistribuição de programas informáticos, o acesso ao código-fonte era condição desses direitos. 
O movimento Open Source, tal como a Ciência Aberta, substitui as tradicionais lógicas hierárquicas e centralizadas por estratégias modulares, em dinâmicas horizontais de colaboração de pares.
Atualmente assiste-se à emergência do que Benkler (2006) denomina produção por pares uma forma de produção comunitária, descentralizada e auto seletiva. A Ciência e a Economia do Conhecimento assistem à emergência de novos modos de produção com ênfase na dimensão colaborativa, através da partilha de recursos entre indivíduos que cooperam em rede, dos quais resultam bens-comuns.
González (2006) define Ciência Aberta como a aplicação de princípios e cláusulas Open Source para proteger e distribuir os frutos da pesquisa científica. Para David (2003), a Ciência Aberta é vista como o modelo científico alternativo ao modelo de Propriedade Intelectual de alocação de recursos para produção e distribuição de informação, que depende de um sistema de incentivos não mercantis. Na sua perspectiva, os custos de acesso impostos pelos detentores de direitos de propriedade intelectual sobre o conhecimento técnico e científico têm consequências nefastas para programas de pesquisa exploratória.
Segundo David (2003), idéias e conhecimento são bens que possuem a propriedade de expansibilidade, permitindo uma utilização não rival entre vários agentes, e, embora o custo inicial possa ser elevado, os custos marginais de disseminação são muito reduzidos ou nulos. O conhecimento científico pode ser considerado um bem público puro, pois compreende na utilização não rival e elevado custo para impedir que seja utilizado por terceiros, e falta de eficácia dos mercados competitivos na sua produção e distribuição. 
De acordo com essa concepção as descobertas científicas seriam subaproveitadas se fossem apenas transacionadas em mercados competitivos: as patentes e outros direitos de propriedade intelectual, que constituem as formas de garantir lucro privado com novos conhecimentos, geram ineficiências, enquanto monopólios, para a sociedade em geral.
Num sistema de Ciência Aberta, os incentivos estão ligados ao reforço dapesquisa coletiva, favorecendo os spillovers da pesquisa relativamente aos spillovers de produtos característicos da inovação comercial (DAVID, 2003).
A própria prática do progresso acadêmico exige um certo grau de abertura do conhecimento. Só desse modo é possível, no seio das diferentes áreas de pesquisa, validar descobertas e reduzir a duplicação desnecessária de esforços de investigação. Como afirma Caraça (1999, p.72) 
o caráter público da disponibilidade do conhecimento científico garante a sua validade e permite uma avaliação da sua qualidade, por outras palavras, do seu valor e da novidade criada pela sua circulação, através da explicitação das opiniões dos pares sobre aquela matéria.
O movimento Open Access constitui a primeira manifestação de esforços realizados no sentido da abertura da Ciência Aberta relacionados com o advento da Internet. Segundo Cardoso et al (2009), o desenvolvimento histórico desse movimento pode ser dividido em três etapas: a paleo-conceptual, a neo-experimental e a de movimento social. 
O Open Access se apresenta como movimento social, numa fase que representa o amadurecimento de ideias sobre esta temática em ação concreta, por parte da comunidade científica, suscitada pela Iniciativa Open Access de Budapeste, em Fevereiro de 2002, seguida das declarações de Bethesda e de Berlim em 2003. Estas três iniciativas assumem elevada importância no contexto do movimento Open Access e são muitas vezes designadas declarações “BBB”.
A lógica de partilha subjacente ao movimento Open Access, que visa a promoção do acesso livre à forma tradicional de comunicação científica as publicações em revistas acadêmicas e técnicas foi adaptada por alguns cientistas a outros produtos do seu trabalho, dando início a tentativas de estruturação de processos de abertura da pesquisa acadêmica e científica nos seus vários níveis. 
Foram desenvolvidos esforços para permitir a livre circulação, entre cientistas e outros interessados, de dados preliminares, registros laboratoriais, materiais biológicos, bases de dados, software acadêmico, publicações e outros produtos. Essa expansão da lógica do movimento Open Access a outros tipos de produção científica está na base dos ideais da Ciência Aberta.
A análise desses fenômenos de abertura pode ser feita sob diversas perspectivas. Para sua compreensão, devem ser primeiro definidos enquanto ideais. Há que ter em consideração que, enquanto objeto de análise, trata-se de um tipo ideal, isto é, uma construção analítica que reúne elementos dos fenômenos em causa mas que não corresponde a nenhum caso em concreto. 
Ciência na Sociedade Globalizada
Os elementos de mudança que, para Castells (2003), marcam o advento de uma nova estrutura social, fazem-se também sentir na Ciência Aberta. Essas transformações ocorrem ao nível das relações de produção, de poder e de experiência, conduzindo a uma mudança nas formas sociais e à emergência de novas culturas.
Segundo o autor, uma estrutura social com base na web é um sistema altamente dinâmico, aberto, susceptível de inovação sem ameaças ao seu equilíbrio. A Web é um instrumento apropriado para a economia capitalista baseada na inovação, globalização e concentração descentralizada; para o trabalho, trabalhadores e empresas baseadas na flexibilidade e adaptabilidade; para uma cultura de desconstrução e reconstrução contínuas; para uma política destinada ao processamento instantâneo de novos valores e estados de espírito públicos; e para uma organização social que vise a suplantação do espaço e a invalidação do tempo (CASTELLS, 2002).
A quantidade crescente de conhecimento científico disponível na Internet formou um novo contexto informacional para a Ciência Aberta, que é afetada pelas mudanças sociais e culturais da sociedade globalizada. Mas não é apenas a maior disseminação desse conhecimento que se afigura enquanto novidade: as novas ferramentas disponibilizadas aos pesquisadores, principalmente através de plataformas na internet, trazem alterações ao modelo de produção acadêmica, permitindo, entre outras coisas, maiores níveis de colaboração, internacionalização, transparência e impacto do trabalho acadêmico e científico. Além disso, a configuração de um novo modelo científico que surge como potência de inovação é alvo de interesse por parte de acadêmicos, instituições e entidades governamentais e internacionais (OCDE, 2004).
As possibilidades técnicas de armazenamento, processamento e transmissão de informação foram aplicadas no domínio científico, dando origem a novas práticas e novos contextos de trabalho, nos quais se forjaram novos valores e culturas científicas. Desses processos resultam formas de histerese entre os modelos científicos tradicionais, enraizados em formas de trabalho instituídas, e as novas práticas de investigação dos cientistas, que progressivamente moldam as suas visões ao novo contexto comunicacional.
As mais recentes TDIC surgem por vezes como promotoras diretas de progresso no campo acadêmico: exemplo disso é a forma como a tecnologia computacional tem impulsionado disciplinas como a Biologia, Pedagogia e Matemática. No entanto, seria errado limitarmos o impacto das TDIC na Ciência Aberta apenas aos seus aspectos mais visíveis: a forte presença de ferramentas informáticas nas diferentes etapas da pesquisa científica produz um impacto menos óbvio no trabalho acadêmico, e a sua aplicação por parte dos pesquisadores no seu dia-a-dia tem aumentado muito nos últimos tempos (NENTWICH, 2005). De acordo com David (2000, p. 4)
a emergência de novos recursos comunicativos disponíveis a custos dramaticamente reduzidos afeta tudo, desde os novos working papers e publicações periódicas eletrônicas, e serviços de base de dados dinâmicas, ao crescimento prospectivo de uma Internet atualizada que suportará a pesquisa de informação, filtragem e recuperação melhoradas, ambientes laboratoriais virtuais, e acesso remoto e partilhado a recursos de pesquisa experimental.
O desenvolvimento das TDIC ampliou as possibilidades de colaboração e de aplicação de novas tecnologias no interior da academia. Alguns caracterizam essas recentes transformações como uma mudança radical nas práticas científicas; outros vão mais longe, afirmando que a própria essência da pesquisa está a mudar (JANKOWSKI, 2007).
São múltiplas as formas de associação entre o trabalho acadêmico e científico com as TDIC. O impacto desta associação é em grande parte dependente das atividades dos pioneiros na sua aplicação. No entanto, à medida que uma tecnologia se difunde, o contexto institucional de aplicação tecnológica torna-se mais importante (NENTWICHZ, 2005 e ARMBRUSTER, 2008). Disso resulta que as diferenças internas, entre as suas disciplinas e campos de pesquisa, impliquem uma matização das transformações trazidas pela implementação das TDIC.
O novo contexto de comunicação e transmissão de dados entre investigadores deu origem a novas formas de percepção sobre as possibilidades da Ciência Aberta e também sobre a sua missão.
Comunicação na Ciência Aberta
Segundo Barjak (2006), a comunicação é uma dimensão fundamental do trabalho acadêmico e científico. Nas suas palavras, a eficácia da comunicação afeta o ritmo do progresso. Define duas formas distintas de comunicação em Ciência Aberta. A comunicação informal é pessoal e social e os parceiros da comunicação geralmente conhecem-se e utilizam toda a gama de canais de comunicação de um para um, do debate face a face ao e-mail. 
A comunicação formal, por outro lado, assume a função de arquivamento, preservando o conhecimento e possibilitando a sua recuperação (BARJAK, 2006). Embora diferentes, os dois tipos de comunicação estão interligados, pois as publicações são muitas vezes resultadas da colaboração entre eles.
A partilha de conhecimento necessita de bases tecnológicas para o seu funcionamento. Para Bowker (2001), as infraestruturas informacionais são plataformas centrais para a Economia do Conhecimento. Para que desenvolver são necessários standards para que os bits que nelas circulamadquiram sentido. Mas estes standards não se aplicam apenas à informação: as práticas discursivas e de trabalho das pessoas são forçadamente estandardizadas para que a infraestrutura técnica funcione”, ou seja, máquinas e comportamentos individuais e coletivos deverão ser estandardizados.
Partilha de Publicações Científicas
Outra das dimensões da Ciência Aberta contemporânea pode ser encontrada no movimento Open Access, considerado parte da Ciência Aberta e que integra, ao nível do acesso a publicações científicas, um processo de descentralização que potência a reutilização e a disseminação do conhecimento ao mesmo tempo que minimiza a sua recriação (CARDOSO et al., 2009). 
A internet é uma plataforma em crescimento que permite disponibilizar, de forma gratuita, os artigos submetidos pelos autores às revistas, cujos custos de publicação eram tradicionalmente cobertos por taxas de subscrição. Por outro lado, os preços dos peripodicos subiram consideravelmente nas duas últimas décadas, gerando uma crise de acesso e obrigando as instituições a cancelar subscrições. A comunidade acadêmica e científica respondeu procurando formas alternativas de partilha da sua pesquisa (CANESSA; ZENNARO, 2008).
A compensação dos cientistas pela publicação de artigos baseia-se, não em royalties ou direitos de autor, mas no prestígio de publicarem em revistas com impacto na sua área. A escalada de preços de subscrição originou preocupação e revolta relativamente às publicações comerciais no meio acadêmico. Conley e Wooders (2009) sugerem que, embora antes de 1990 as publicações comerciais fossem parte fundamental da comunicação acadêmica devido às suas competências irreproduzíveis na Academia, no ano 2000 está comunicação passa de uma base eminentemente papirocêntrica para se basear em documentos eletrônicos disponibilizados na internet. 
No seguimento da crise de acesso, vários estudos enfatizam que o fator de impacto, medido pelo número de citações, das publicações Open Access tende a ser maior do que as restantes. Um exemplo é a análise de Harnad e Brody (2004), que compara artigos em regime Open Access com artigos em regime restrito publicados nas mesmas revistas, de forma a controlar outras variáveis explicativas da diferença de citações. Concluem que nos vários campos da Física, a proporção de impacto entre os artigos de acesso livre e os de acesso restrito tende a variar, de forma a privilegiar os primeiros.
O movimento Open Access é exemplo de uma forma encontrada pelos pesquisadores para diminuir as barreiras ao desenvolvimento de redes livres de partilha de conhecimento, essenciais para a realização de um projeto partilhado por membros da comunidade acadêmica. O debate sobre o financiamento do Open Access é alvo de grande controvérsia: a transferência do custo de publicação dos leitores para os autores pode levantar problemas de viabilidade econômica. Para que não haja impedimentos a autores que não possam cobrir os custos de publicação, qualquer modelo de negócio Open Access deve integrar a possibilidade de isenção ou redução de custos para esses casos.
Outra questão nesse debate passa por saber quanto é efetivamente gasto em modelos com encargos para o autor, comparativamente ao modelo de acesso por subscrição: analistas da Wellcome Trust, por exemplo, pagar as taxas de publicação Open Access para todos os artigos produzidos pelos seus beneficiários que lhes custaria mais um a dois pontos percentuais dos seus fundos para investigação. (Eles acrescentam que pagariam esses custos de bom grado) (GASS, 2005).
No entanto, essas questões não deverão esgotar a reflexão sobre este modo de publicação uma vez que o debate sobre o Open Access, na sua essência, não é um debate sobre economia, mas sim sobre o acesso (Terry, 2005).
Considerações Finais
Este artigo aponta para o uso das TDIC que fazem parte integrante do trabalho acadêmico e científico, servindo de base a práticas de partilha de informação por parte dos pesquisadores. No entanto, elas são utilizadas também por proporções consideráveis dos pesquisadores das restantes áreas. Os pesquisadores estão se adaptando aos novos contextos comunicacionais e que a atividade de investigação está a colonizar as redes digitais de âmbito global. 
Essas redes, que permitem a suplantação do espaço e do tempo, trouxeram consigo possibilidades de compartilhamento de informações únicas, consideradas por alguns como potenciadoras da realização dos seus ideais. As gerações mais jovens de pesquisadores foram socializadas num contexto em que a internet assumem um papel importante nas sociabilidades entre pares, o que provavelmente impulsionará o seu uso futuro na Ciência Aberta. 
Esse contexto comunicacional é fundamental para compreender o enquadramento em que se insere a Ciência Aberta. Ao nível das representações, a generalidade dos cientistas tende a concordar com os benefícios da disseminação de dados acadêmicos. Embora tendencialmente não adotem essa prática, o que vai de encontro às perspectivas teóricas que inserem a abertura do conhecimento no contexto de um interesse generalizado dos acadêmicos em que a comunidade se empenhe como um todo na livre circulação de informação. 
Contudo, devido à concepção dessa informação enquanto capital intelectual existe simultaneamente um interesse dos pesquisadores em reter a informação para si mesmos, acumulando os benefícios do acesso à informação disponibilizada por terceiros. A proximidade entre os ideais da Ciência Aberta e certos mecanismos funcionais da Academia e da Ciência sugere estarmos perante uma atualização dos modelos de investigação aos novos contextos informais e também uma reação à crescente privatização do conhecimento acadêmico derivada do estreitamento de relações entre Academia e Ciência.
Referências
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