Prévia do material em texto
MÓDULO 2: PROBLEMA 01 FISIOLOGIA CARDÍACA CAP. 14 DA SILVERTHORN/CAPS. 09 E 10 DO GUYTON) OBJETIVO 01: IDENTIFICAR OS COMPONENTES ANATÔMICOS DO CORAÇÃO. - Os átrios são uma bomba fraca que irá servir de câmara de entrada para o ventrículo, ajudando a mover o sangue para ele. - Os ventrículos são a principal força de bombeamento que impulsiona o sangue, pelo lado direito através da circulação pulmonar e pelo lado esquerdo pela circulação sistêmica. - PERICÁRDIO: é uma membrana/envoltório, composta por duas camadas, que vai proteger o coração e o manter no lugar. - CAMINHO DO SANGUE: veia cava superior -> átrio direito -> valva tricúspide -> ventrículo direito -> artéria pulmonar -> pulmões -> veias pulmonares -> átrio esquerdo -> valva mitral -> ventrículo esquerdo -> aorta -> órgãos e tecidos. - O ventrículo esquerdo tem uma torção que vai facilitar a sua contração e seu relaxamento. A camada mais externa do ventrículo, SUBEPICÁRDICA, vai girar para esquerda, e a camada interna, SUBENDOCÁRDICA, vai girar para direita, causando uma rotação no sentido horário do ápice do coração, e uma rotação anti-horária da base do ventrículo esquerdo. Isso vai acontecer devido a inúmeras fibras musculares que correm em diferentes direções. Essa torção vai fazer com que a base seja puxada para baixo em direção ao ápice durante a sístole. (Como se fosse ordenhar o peito da vaca) - JUNÇÕES COMUNICANTES: vão permitir a difusão rápida de íons. - FALAR QUE O MÚSCULO CARDÍACO É UM SINCÍCIO, quer dizer que o músculo cardíaco é formado por muitas células que estão INTERCONECTADAS, e quando uma fica excitada, o potencial de ação se espalha rapidamente por todas elas. coração bomba direita pulmões bomba esquerda circulação sistêmica órgão e tecidos coração direita átrio ventrículo esquerdo átrio ventrículo - O coração, na verdade, é composto por dois sincícios, o atrial e o ventricular. - Essa divisão em dois sincícios permite que os átrios se contraiam um pouco antes dos ventrículos, o que é importante para a eficácia do funcionamento. - VALVAS: Vão impedir o refluxo de sangue e vão permitir a constância da pressão dentro das cavidades cardíacas. - VALVAS SEMILUNARES: São as valvas da artéria aorta e da artéria tronco pulmonar. Elas vão fechar devida à alta pressão resultante do refluxo de sangue das artérias no final da sístole ventricular. - Elas possuem aberturas menores do que as valvas AV, por isso, a velocidade de ejeção, ou seja, a velocidade com que o sague passa por essas válvulas é maior, para compensar o fluxo de sangue/volume advindo dos átrios para os ventrículos e posteriormente para as artérias. - Devido ao fechamento rápido e da ejeção rápida, as bordas das valvas aórtica e pulmonar estão sujeitas à grandes abrasões mecânicas. - São constituídas por tecido fibroso especialmente forte e flexível, para suportar o estresse físico a qual estão submetidas. - VALVAS ATRIOVENTRICULARES: Elas ficam entre os átrios e os ventrículos, possuem aberturas maiores do que as valvas semilunares, e abrem ou fecham mais suavemente do que as semilunares. São sustentadas pelos músculos papilares e cordas tendíneas - MÚSCULOS PAPILARES: Estão ligados às cordas tendíneas que estão ligadas às cúspides das valvas AV. Esses músculos se contraem quando as paredes dos ventrículos se contraem, puxando as cúspides das valvas para dentro, em direção ao ventrículo, com a função de evitar o vazamento de sangue para o átrio. - Se uma corda tendínea se rompe ou se um dos músculos papilares ficarem paralisados, a valva se projeta para trás durante a contração ventricular, vazando sangue para os átrios, podendo vazar tanto que pode gerar insuficiência cardíaca grave ou letal. OBJETIVO 02: DESCREVER O MECANISMO E FECHAMENTO DAS VÁLVULAS CARDÍACAS. - CICLO CARDÍACO: São todos os eventos que ocorrem desde o início de um batimento cardíaco até o próximo. - O ciclo vai iniciar com o potencial de ação espontâneo no nó sinusal. * O nó sinusal está situado na parede lateral superior do átrio direito, próximo à veia cava superior. O potencial de ação vai sair desse local e vai percorrer os dois átrios, e depois, através do feixe atrioventricular, vai passar para os ventrículos. - Vai ocorrer um atraso de 0,1 segundo do impulso cardíaco do átrio para ventrículo, fazendo com que os átrios funcionem como BOMBA PREPARATÓRIA para os ventrículos. - A DURAÇÃO TOTAL DE UM CICLO CARDÍACO é equivalente a UM BATIMENTO. Ou seja, se o coração de uma pessoa bate 100 vezes por minutos, a duração do seu ciclo cardíaco vai ser 1/100 minuto por batimento. Divide um minuto pelo número de batimentos/ciclo cardíaco. - VALVAS ATRIOVENTRICULARES: São as valvas presentes entre os átrios e os ventrículos. Temos a valva tricúspide entre o átrio e o ventrículo direito e temos a valva bicúspide ou mitral entre o átrio e o ventrículo esquerdo. Elas vão evitar o RFLUXO de sangue dos ventrículos para os átrios durante a SÍSTOLE VENTRICULAR. - Por questões anatômicas, por serem mais finas, essas valvas quase não produzem qualquer refluxo quando se fecham - VALVAS SEMILUNARES: São as valvas que estão presentes entre os ventrículos e as artérias aorta e pulmonar. Elas vão servir para impedir o refluxo de sangue das artérias de volta para os ventrículos durante a sua fase de diástole/relaxamento. - Elas se abrem e se fecham PASSIVAMENTE. - Elas vão se fechar quando um gradiente de pressão retrógado empurra o sangue para trás. - Elas vão se abrir quando um gradiente de pressão anterógrado força o sangue adiante. - Produz um pequeno refluxo de sangue que dura milissegundos. OBJETIVO 03: DESCREVER O CICLO CARDÍACO. (- RELAÇÃO TEMPORAL ENTRE AS PRESSÕES ATRIAL, VENTRICULAR E AÓRTICA, O VOLUME DE SANGUE VENTRICULAR E FECHAMENTO DAS VÁLVULAS) - RITMO CARDÍACO: sucessão contínua de contrações, transmitindo potenciais de ação por todo o músculo cardíaco para produzir o batimento rítmico do coração. * As células auto excitáveis elas contraem, só que FRACAMENTE, porque possuem poucas fibrilas contráteis. Elas vão gerar uma descarga elétrica rítmica automática na forma de potenciais de ação. Elas que vão gerar e conduzir o batimento rítmico do coração. >O AUMENTO DA FREQUÊNCIA CARDÍACA DIMINUI A DURAÇÃO DO CICLO CARDÍACOcontração ISOvolumétrica, que irá ocorrer nesse pequeno intervalo de tempo. - PERÍODO DE EJEÇÃO: - Nesse momento, vai ocorrer a saída de sangue dos ventrículos para a artéria pulmonar e para a artéria aorta. - Mas de que forma? - A pressão ventricular vai aumentar, e as valvas semilunares vão abrir, favorecendo a saída do sangue. 60% do sangue que entrou nos ventrículos durante a diástole vai sair nesse momento de ejeção. 70% dessa porção vai sair no primeiro 1/3 do tempo sistólico, o que chamam de PERÍODO DE EJEÇÃO RÁPIDA, e os outros 30% de sangue dessa porção irá sair nos últimos 2/3 do tempo sistólico restante, ou seja, irei ter menos volume de sangue saindo, em um maior intervalo de tempo, o que chamam de PERÍODO DE EJEÇÃO LENTA. - PERÍODO DE RELAXAMENTO ISOVOLUMÉTRICO OU ISOMÉTRICO: - Nesse momento, vai estar no final da sístole do ventrículo, dando início ao relaxamento ventricular de forma rápida, fazendo com que as pressões intraventriculares também vão diminuindo. A pressão das artérias distendidas aórtica e pulmonar, devido a ejeção de sangue durante a sístole ventricular, empurra o sangue rapidamente de volta para os ventrículos. Essa pressão faz com que as valvas semilunares sejam fechadas. Nesse momento, em um intervalo de tempo de 0,06 a 0,06 segundo, os ventrículos continuam relaxando, mas como todas as valvas estão fechadas, não há alteração no seu volume, por isso, relaxamento isovolumétrico. - Quando a pressão intraventricular seja ao seu nível diastólico, e a pressão sistólica atrial a supera, há a abertura das valvas atrioventriculares para o início de um novo ciclo de bombeamento. - CURVA DE PRESSÃO AÓRTICA: - Quando o ventrículo esquerdo está em sístole, a pressão ventricular aumenta rapidamente até que a valva aórtica se abra. Depois que a valva abre, a pressão no ventrículo aumenta muito devagar. - A entrada de sangue nessas artérias durante a sístole ventricular vai fazer com que elas se estiquem e a pressão aórtica vai aumentar para 120 mmHg. - Depois, ao final da sístole, quando o ventrículo esquerdo para de ejetar sangue e valva aórtica se fecha, as paredes elásticas das artérias vão manter essa pressão elevada, mesmo durante a diástole. - Ocorre uma INCISURA na curva de pressão aórtica quando a valva aórtica se fecha, devido a um curto refluxo de sangue imediatamente antes da valva fechar seguida pela interrupção repentina do refluxo. - Depois que a valva aórtica se fecha, a pressão aórtica diminui LENTAMENTE ao longo da diástole ventricular, devido ao sangue armazenado nessas artérias e a continuidade desse fluxo para outros vasos. - Antes que o ventrículo se contrai novamente, a pressão aórtica cai para 80mmHg (PRESSÃO DIASTÓLICA), e durante a contração ventricular, a pressão aórtica sobe cerca de 120mmHg (PRESSÃO SISTÓLICA). * As curvas de pressão do ventrículo direito e da artéria pulmonar são semelhantes às da aorta, só que com pressões de 1/6 relacionado à aorta. - Mitral ou bicúspide: possui dois folhetos, lembrando o formato de uma mitra. Mitra é um chapéu alto, com uma fenda. - Quando vai se escutar o som do coração, não se escuta o som da abertura das valvas, porque esse processo é demorado, e sim do FECHAMENTO DAS VALVAS. - O primeiro som corresponde ao fechamento das valvas AV quando os ventrículos se contraem. Som baixo e relativamente durador e é conhecido como a primeira bulha cardíaca (B1). - Quando as valvas aórtica e pulmonar se fecham no final da sístole, ouve-se um estalo rápido porque essas valvas se fecham rapidamente e os arredores vibram por um curto período. Esse som é denominado segunda bulha cardíaca (B2). - PRESSÃO DIASTÓLICA: é a pressão exercida no ventrículo até imediatamente antes da contração ventricular. Essa pressão vai aumentando gradativamente. - Até que o volume do ventrículo não passe de 150ml, a pressão não varia muito. Acima desse valor, a pressão diastólica aumenta rapidamente, pq o coração não consegue se esticar mais do que isso, e pelo o impedimento do pericárdio. - PRESSÃO SISTÓLICA: É o registro da pressão alcançada durante a contração ventricular a cada volume de preenchimento. - Durante a sístole ventricular, a pressão sistólica aumenta, mesmo com a diminuição do volume de sangue. Então, conforme o volume aumenta, a pressão sistólica diminui, pq nesses grandes volumes, os filamentos de actina e miosina das fibras do músculo não estão unidas de forma suficiente para ocorrer a contração ideal. - Quanto maior o volume ventricular, menor é a pressão sistólica. - Quanto maior a contração ventricular, maior a pressão sistólica. - PRESSÃO SISTÓLICA DO VENTRÍCULO ESQUERDO NORMAL: 250 a 300 mmHg. - PRESSÃO SISTÓLICA DO VENTRÍCULO DIREITO NORMAL: 60 a 80 mmHg. - A SETA ( ) representa o momento em que o volume ventricular aumenta demais, e a pressão sistólica diminui, porque nesses grandes volumes os filamentos de actina e miosina do músculo cardíaco ficam um pouco separados, consequentemente não havendo a contração de forma ideal. - A parte vermelha é chamada de DIAGRAMA VOLUME-PRESSÃO, para a função normal do ventrículo esquerdo. É dividida em quatro fases: 1. PERÍODO DE PREENCHIMENTO (começa em 50ml) (DO ‘A’ ATÉ O ‘B’) - Esse é o período de diástole do ventrículo. A seta já começa em 50ml devido ao fato de que os ventrículos nunca ejetam o sangue dentro dele totalmente, sempre deixando um pouco. Essa parte que resta é chamada de volume sistólico final. 2. PERÍODO DE CONTRAÇÃO ISOVOLUMÉTRICA - Durante esse período, há o início da contração ventricular, o volume do ventrículo não se altera porque todas as valvas estão fechadas. Mas a pressão ventricular aumenta até se igualar com a pressão aórtica, para a valva da artéria aórtica abrir e o sangue poder ser ejetado. A pressão chega até cerca de 80 mmHg, conforme o ponto C. 3. PERÍODO DE EJEÇÃO - Nesse momento, a pressão sistólica aumenta e o volume ventricular diminui, pq o sangue está sendo ejetado do ventrículo para a aorta, cerca de 70 ml sai do ventrículo, e resta, normalmente, 50ml, que seria o volume sistólico final. 4.PERÍODO DE RELAXAMENTO ISOVOLUMÉTRICO - Nesse momento, o refluxo de sangue da aorta para o ventrículo causa o fechamento da valva aórtica. A pressão ventricular vai voltando ao seu nível diastólico, com a presença dos 50 ml dentro do ventrículo. Assim o ventrículo retorna ao seu ponto inicial, para iniciar um novo ciclo. - Um coração em repouso bombeia de 4 a 6 litros de sangue por minuto. OBJETIVO 04: DESCCREVER A ELETROFISIOLOGIA CARDÍACA. (- DESCREVER AS PROPRIEDADES CARDÍACAS) (- POTENCIAL DE TRANSMEMBRANA DO NÓ SINOATRIAL, FIBRAS DE PURKINGE, NÓ ATRIOVENTRICULAR E RELACIONÁ-LAS ÀS BASES IÔNICAS) (- AUTOMATISMO, CONTRATILIDADE E CONDUTIBILIDADE) - Potencial de ação ventricular: 105 Mv. (Vai de -85Mv para +20Mv, a CADA BATIDA. - O potencial de ação é causado pela abertura de dois tipos de canais: 1. CANAIS RÁPIDOS DE SÓDIO ATIVADOS POR VOLTAGEM 2. CANAIS DE CÁLCIO DO TIPO L (CANAIS LENTOS DE CÁLCIO), TAMBÉM CHAMADOS DE CANAIS DE CÁLCIO-SÓDIO. - Esses canais que vão ser responsáveis pela fase de platô, porque eles vão se abrir lentamente e vão permanecer abertos por vários décimos de segundo. 0. DESPOLARIZAÇÃO: ABERTURA DOS CANAIS RÁPIDOS DE SÓDIO. O Sódio vai entrar rapidamente e vai despolarizar a célula, atingindo cerca de 20Mv. 1. REPOLARIZAÇÃO INICIAL: FECHAMENTO RÁPIDO DOS CANAIS DE SÓDIO. Os canais rápidos de sódio vão fechar, e canais rápidos de potássio vão abrir, e a célula começa a repolarizar. 2. PLATÔ. O potencial de ação vai se estabilizar devido ao aumento da permeabilidade do íon cálcio e diminuição da permeabilidade do íon potássio. Os canais de cálcio vão se abrir lentamente e o cálcio vai entrar na célula. Os canais de potássiose fecham. A diminuição da saída de potássio e o aumento da entrada de sódio, vai ocasionar essa nessa estabilização. 3. REPOLARIZAÇÃO RÁPIDA. FECHAMENTO DOS CANAIS DE CÁLCIO E ABERTURA DOS CANAIS LENTOS DE POTÁSSIO. O potássio vai sair da célula rapidamente, o que vai encerrar o platô e retornar a membrana para seu potencial de repouso. 4. MEMBRANA EM REPOUSO. -80Mv a -90Mv. - A PARTIR DAQUI AGORA - O sistema nodal é também chamado de complexo estimulante do coração, sistema de condução do coração ou inervação cardíaca intrínseca. Esta última nomenclatura considera o fato de que ele se localiza no interior do próprio tecido cardíaco e é vital para a instauração e coordenação dos batimentos cardíacos. - Esta inervação é realizada por uma rede de fibras musculares cardíacas especializadas cujas células são auto rítmicas e auto excitáveis. Assim, as fibras musculares deste complexo permitem a iniciação espontânea e a condução de impulsos elétricos os quais desencadeiam a contração sincronizada do miocárdio e a manutenção do ritmo cardíaco adequado. - Esta rede de células condutoras inicia e coordena a contração cardíaca. Tais células são agrupadas sob a denominação de nós, de forma que sua organização se dá por meio de quatro componentes básicos: o nó sinoatrial, o nó atrioventricular, o fascículo atrioventricular (com seus ramos direito e esquerdo) e os ramos subendocárdicos. É no nó sinoatrial (SA) que a excitação cardíaca tem início. Ele fica situado na parede atrial direita, inferiormente à abertura da veia cava superior, e tem por função permitir a propagação do impulso nervoso ao longo das fibras musculares atriais. - Dele, o potencial de ação é direcionado ao nó atrioventricular (AV), o qual se situa no septo interatrial, anteriormente à abertura do seio coronário. Deste nó, o potencial de ação é propagado ao longo do fascículo atrioventricular o qual se bifurca em ramos direito e esquerdo, que por sua vez se estendem pelo septo interventricular. - Desta forma, após o potencial de ação ser conduzido ao longo do fascículo atrioventricular, atinge os ramos direito e esquerdo os quais cruzam o septo interventricular e seguem em direção ao ápice do coração. Assim, o feixe e seus ramos representam a única conexão elétrica entre átrios e ventrículos sendo considerada a única via de comunicação elétrica entre a massa muscular atrial e a ventricular. - Por fim, um conjunto de miofibrilas condutoras que formam o plexo subendocárdico (fibras de Purkinje) conduz rapidamente o potencial de ação, primeiro ao ápice do ventrículo e depois ao restante do miocárdio ventricular. - OBS: Quando o impulso nervoso atinge o nó AV, ele é retardado por cerca de 40 milissegundos a fim de permitir que os átrios ejetem completamente seu conteúdo antes que a contração dos ventrículos se inicie. Portanto, o sistema condutor atrial é organizado de tal modo que o impulso cardíaco não se propaga dos átrios aos ventrículos muito rapidamente, mas ao contrário, ocorre um retardo fisiológico. - Células de transição mais delicadas e de morfologia mais próxima às células cardíacas normais se estendem do nó AV para o feixe atrioventricular e seus ramos. Elas se tornam contínuas a células de aparência distinta, chamadas fibras de Purkinje as quais se ramificam extensivamente na região subendocárdica dos ventrículos. A estrutura destas células é altamente especializada e adaptada ao funcionamento do sistema de condução do coração. - Ao atingir o ápice do coração, as fibras do plexo subendocárdico emitem uma grande quantidade de ramificações e seguem uma volta de quase 180 graus em direção à base do coração, por meio de um trajeto na parede lateral de cada ventrículo. Todas estas ramificações têm por finalidade aperfeiçoar a chegada da maior quantidade de impulsos nervosos em menor tempo possível a todo o sincício ventricular. - Os ramos se dispersam lateralmente em torno de cada camada ventricular e retornam em direção à base do coração, e suas extremidades finais penetram o miocárdio por cerca de um terço de sua espessura, ficando contínuas às fibras musculares do coração. Consequentemente, uma vez que o estímulo atinja o sistema condutor de Purkinje ele se dispara de modo quase imediato por toda a massa muscular dos ventrículos. Como exposto, a chegada dos impulsos ao sincício ventricular desencadeia a contração de todas as fibras cardíacas de maneira rápida e intensa. Assim, a contração das câmaras ventriculares reduz acentuadamente o volume de tais câmaras e faz com que um considerável volume de sangue seja ejetado do ventrículo direito para a artéria pulmonar, e do ventrículo esquerdo para a artéria aorta. OBJETIVO 05: RELACIONAR O TRAÇADO ELETROCARDIOGRÁFICO COM AS FASES DO CICLO CARDÍACO. - A ONDA P é causada pela propagação da DESPOLARIZAÇÃO através dos átrios e é seguida pela CONTRAÇÃO ATRIAL, que causa um leve aumento na curva de pressão atrial imediatamente após a onda P eletrocardiográfica. - Cerca de 0,16 segundo após o início da onda P, as ONDAS QRS (COMPLEXO QRS) aparecem como resultado da DESPOLARIZAÇÃO ELÉTRICA DOS VENTRÍCULOS, que inicia a CONTRAÇÃO DOS VENTRÍCULOS e faz com que a pressão ventricular comece a aumentar. Portanto, o complexo QRS começa um pouco antes do início da sístole ventricular. - Finalmente, a ONDA T VENTRICULAR representa o estágio de REPOLARIZAÇÃO DOS VENTRÍCULOS quando as fibras musculares ventriculares começam a RELAXAR. Portanto, a onda T ocorre um pouco antes do final da contração ventricular. - A ONDA A é causada pela CONTRAÇÃO ATRIAL. Normalmente, a pressão do átrio direito aumenta 4 a 6 mmHg durante a contração atrial, e a pressão do átrio esquerdo aumenta cerca de 7 a 8 mmHg. - A ONDA C ocorre QUANDO OS VENTRÍCULOS COMEÇAM A SE CONTRAIR; é causada, em parte, por um LEVE REFLUXO DO SANGUE PARA OS ÁTRIOS NO INÍCIO DA CONTRAÇÃO VENTRICULAR, mas principalmente pelo abaulamento das valvas AV em direção aos átrios em virtude do aumento da pressão nos ventrículos. - A ONDA V ocorre perto do FINAL DA CONTRAÇÃO VENTRICULAR; ela resulta do FLUXO LENTO DE SANGUE DAS VEIAS PARA OS ÁTRIOS, ENQUANTO AS VALVAS AV SÃO FECHADAS DURANTE A CONTRAÇÃO VENTRICULAR. Então, quando a contração ventricular termina, as valvas AV se abrem, permitindo que o sangue atrial armazenado flua rapidamente para os ventrículos, causando o desaparecimento da onda v. (CAP. 09 E 11 DO GUYTON/CAP. 14 DA SILVERTHORN) OBJETIVO 06: DEFINIR DÉBITO CARDÍACO E EXPLICAR A AÇÃO DOS FATORES QUE A DETERMINAM. (- PRÉ E PÓS CARGA) (- FRAÇÃO DE EJEÇÃO) (-VOLUMES SISTÓLICO E DIASTÓLICO) - DÉBITO CARDÍACO: É a medida, calculada em litros por minuto, do fluxo sanguíneo produzido a cada batimento. DÉBITO CARDÍACO = FREQUÊNCIA CARDÍACA X DÉBITO SISTÓLICO. (Exemplo: DC = 80 x 70 = 5600 L/Min) - A frequência cardíaca indica o número de batimentos do coração por minuto. Ou quantas vezes foi ejetado o sangue por minuto. Enquanto o débito sistólico representa o quanto de volume de sangue foi expelido a cada um desses batimentos. - VOLUME DIASTÓLICO FINAL: É a quantidade de sangue que ENTRA no ventrículo ao final da sua diástole. Cerca de 110 a 120ml. - VOLUME SISTÓLICO FINAL: É a quantidade de sangue que RESTA no ventrículo depois da sua sístole. Cerca de 40 a 50 ml. - DÉBITO SISTÓLICO: É a quantidade de sangue que DIMINUI no ventrículo, que vai ser a mesma que saiu. Cerca de 70 ml. - FRAÇÃO DE EJEÇÃO: É a fração do sangue que entra nos ventrículos durante seu relaxamento, que é ejetada durante sua sístole. Cerca de 60%. - Quando o coração contrai muito forte, o volume sistólico final diminui. - PRÉ-CARGA: - É a pressão durante o enchimento do ventrículo. É a tensão muscular que o músculo cardíaco faz ao contrair. Geralmente é a pressão diastólica final quando o ventrículo está cheio. - A pré-cargaé o conceito de tensão na parede do ventrículo exatamente no início da contração sistólica, ou seja, essa pressão tem relação direta com o volume de sangue que chega a essa cavidade. A chegada de pouco volume leva a uma pressão baixa e, portanto, uma pré-carga baixa. - PÓS-CARGA: - É a pressão arterial contra a qual o ventrículo deve se contrair. É a carga contra qual o músculo exerce sua força contrátil. Geralmente é a pressão na aorta que sai do ventrículo. As vezes é considera como uma resistência na circulação, em vez de pressão. - Já o conceito de pós-carga é toda a carga contra a qual o músculo ventricular exerce sua força, em outras palavras, é a força necessária para que o sangue seja ejetado do ventrículo. OBJETIVO 07: DESCREVER O CONTROLE INTRÍSECO E EXTRÍSECO DA ATIVIDADE CARDÍACA. RELACIONAR COM O TEXTO DO PROBLEMA, EM RELAÇÃO A SOLUÇÃO A e B. - A força de contração do músculo cardíaco depende, em grande parte, da concentração de íons cálcio nos líquidos extracelulares. Na verdade, um coração colocado em uma solução sem cálcio para de bater rapidamente. (-FORÇA DE STARLING E SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO) (CAP. 14 DA SILVERTHORN/CAP. 09 E 20 DO GUYTON) - Um coração em repouso bombeia de 4 a 6 litros de sangue por minuto. - 02 MECANISMOS BÁSICOS PARA REGULAÇÃO DO BATIMENTO CARDÍACO: 1. REGULAÇÃO INTRÍNSECA DO BOMBEAMENTO CARDÍACO EM RESPOSTA A MUDANÇAS NO VOLUME DE SANGUE QUE FLUI PARA O CORAÇÃO - Essa regulação INTRÍNSECA é conhecida também como mecanismo de FRANK-STARLING, devido à dois fisiologistas famosos. - É a capacidade do coração de se adaptar a volumes crescentes de fluxo sanguíneo, é algo inerente a ele. Autorregulagem do coração. - Diz que, quanto mais o músculo cardíaco for alongado durante o enchimento, maior será a força de contração e maior será a quantidade de sangue bombeado para a aorta. - DE QUE FORMA? - Com o alongamento do músculo cardíaco, os filamentos de actina e miosina são levados a um grau de sobreposição mais próximo do ideal, aumentando a força de contração. - OBS: Esse mecanismo é uma adaptação de todos os músculos esqueléticos, e não somente do músculo cardíaco. - OUTRA FORMA de aumentar o bombeamento cardíaco é através do ESTIRAMENTE da parede ATRIAL DIREITA, o que ocasiona o aumento da FREQUÊNCIA CARDÍACA EM 10 A 20%, o que ajuda a aumentar a quantidade de sangue bombeado a cada minuto. Mas essa contribuição é bem menos do que a de FRANK-STARLING. - O estiramento do átrio também ativa os RECEPTORES DE ALONGAMENTO e um REFLEXO NERVOSO, o REFLEXO DE BAINBRIDGE, que é transmitido pelo NERVO VAGO, pode AUMENTAR A FREQUÊNCIA CARDÍACA em mais de 40 a 60%. (cap.18) - À medida que as pressões dos átrios direito e esquerdo aumentam, as respectivas saídas de volume ventricular por minuto também aumentam. 2. CONTROLE DA FREQUÊNCIA CARDÍACA E DA FORÇA DE CONTRAÇÃO CARDÍACA PELO SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO. (EXTRÍNSECA) - Controlada por nervos simpáticos e parassimpáticos (vago). - A atividade SIMPÁTICA pode AUMENTAR o bombeamento de sangue cardíaco em mais de 100%. - A atividade PARASSIMPÁTICA pode DIMINUIR o bombeamento de sangue cardíaco em quase zero. - De 70 BPM para até 180 a 200 BPM e, raramente, até 250 BPM. - A estimulação simpática pode dobrar a força da contração do coração, aumentando o volume de sangue bombeado e a pressão de ejeção. Ou seja, pode aumentar o DÉBITO CARDÍACO máximo de 2 a 3x, além do mecanismo de FRANK- STARLING. - A INIBIÇÃO dos nervos simpáticos para o coração pode DIMINUIR o bombeamento cardíaco. Em condições normais, as fibras nervosas simpáticas descarregam no coração continuamente, a uma TAXA LENTA, que mantém o bombeamento cerca de 30% acima disso, sem estimulação simpática. Portanto, quando a atividade do sistema nervoso simpático está abaixo do normal, a FC e a força de contração do músculo ventricular DIMINUEM, REDUZINDO também o nível de bombeamento cardíaco em até 30% abaixo do normal. - Em contrapartida, os impulsos nervosos simpáticos se estendem do bulbo até a medula espinal, de forma que da região torácica emergem nervos aceleradores cardíacos que se estendem até o nó SA, distribuindo-se posteriormente ao nó AV e à maior parte do miocárdio. - Tal ação é dependente da liberação de norepinefrina, a qual se combina com receptores beta-1 e beta-2 adrenérgicos nas fibras musculares cardíacas - Assim, a estimulação simpática é capaz de desencadear efeitos como o aumento da frequência cardíaca, da velocidade de condução cardíaca, da pressão arterial, da contratilidade e da capacidade do coração em relaxar e se encher, além da diminuição do período refratário. - Os impulsos nervosos parassimpáticos chegam ao coração VIA NERVO VAGO o qual age inicialmente no NÓ SINOATRIAL (SA), posteriormente no NÓ ATRIOVENTRICULAR (AV) até que sejam propagados para todo o miocárdio atrial. Sua ação ocorre de modo dependente da liberação de ACETILCOLINA NAS TERMINAÇÕES PÓS-GANGLIONARES, por meio de RECEPTORES MUSCARÍNICOS. - Assim, a estimulação parassimpática é capaz de desencadear efeitos como bradicardia, redução da força de contração arterial, redução da frequência das despolarizações espontâneas das fibras auto rítmicas, dentre outros.