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Resumo das aulas 1 a 7 Aula 1 – A ciência Penal D IREITO PENAL: seleciona comportamentos humanos mais graves e danosos à coletividade. “Ultima Ratio” (último recurso) Define crimes, comina sanções, protege bens jurídicos (vida, propriedade, integridade física etc.). Limita função punitiva do Estado (Ius puniendi). Função educativa. Objeto do Direito Penal: Conduta Humana. E stado de Direito X Estado Democrático de Direito ESTADO DE DIREITO: todos são iguais porque a lei é igual para todos. Não há intervenção efetiva do poder público Igualdade FORMAL (só na teoria, não busca igualdade) ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO: (art 1º CF/88) Busca igualdade MATERIAL por meio das normas progmáticas (tentar erradicar a pobreza etc.) Princípio da Dig. da Pessoa Humana. (art 1º CF/88) F ontes do Direito Penal Analogia somente em Bonam Partem. D ireito Penal Objetivo e Subjetivo OBJETIVO: conjunto de leis e normas SUBJETIVO: direito do Estado de punir (Ius Puniendi). Obs.: Congresso nacional ------- faz lei federal Assembleia legislativa ---- faz lei estadual Câmara dos vereados ------ faz lei municipal Aula 2 – Princípios 1 Princípio da Legalidade Crime é o que está taxativo na lei Específico penal 5º, xxxix CF/88 c/c 1º CP. Somente lei federal 2 Princípio da não Retroatividade REGRA: “Tempus Regit Actum” (a lei em vigor rege o ato) Retroagem em “Bonam Partem”, nunca em “Malam Partem”. 5º, XL CF/88 c/c 2º, § Ú CP 3 Princípio da Fragmentalidade O D. Penal só vai tutelar uma parcela de bens jurídicos que não são amparados por outros ramos do Direito. Deve ocupar-se das condutas verdadeiramente lesivas à segurança pública e à liberdade individual. 4 Princípio da Individualização da pena (5º, XLVI CF/88) Não haverá pena padronizada, dando-se a cada réu o que efetivamente merece. 5 Princípio da Proporcionalidade da pena As penas devem ser proporcionais à gravidade da infração penal. Art. 59 CP. 6 Princípio da Dignidade da Pessoa humana 1º, III CF/88 Mínimo existencial É um P. regente, base e meta do Estado Democrático de Direito. 7 Princípio da Culpabilidade Não há crime sem dolo ou culpa. 8 Princípio da Humanidade da Pena 5º, XLII, XLIX, L Não haverá penas cuja aplicação gerada, física ou moral, ultrapasse os limites constitucionais da Dignidade da Pessoa Humana. 9 Princípio da Intervenção Mínima (ou Subsidiariedade) “Ultima Ratio” (última opção) Orienta e limita o poder incriminador do Estado 10 Princípio da Ofensividade (ou Lesividade) Não há intervenção do D. Penal se um bem de 3º não for efetivamente lesionado. Afasta a tipicidade. 11 Princípio da Adequação Social O Direito Penal exclui condutas socialmente aceitas. 12 Princípio da Insignificância ou Bagatela Afasta a tipicidade. É supralegal (STJ - STF) Requisitos cumulativos STF: Mínima ofensividade da conduta (não agride a vida / integridade física). Ausência da periculosidade social da ação (não pode haver violência ou grave ameaça). Reduzido grau de reprovabilidade do comportamento. Inexpressividade da lesão jurídica causada (observar condição da vítima – velhinha/cego) Aula 3 – Teoria da Norma Penal G arantismo penal Luigi Ferrajoli Garantias (do ponto de vista jurídico): direitos, privilégios e isenções que a constituição de um país confere aos cidadãos. O Garantismo visa aumentar a esfera de liberdade pública e diminuir ao patamar mínimo necessário o poder do Estado. Modelo de Direito baseado em uma liberdade regrada. T écnicas de minimização do poder institucionalizado 10 axiomas (princípios) Garantias relativas à pena Garantias relativas ao delito Garantias relativas ao processo GARANTIAS RELATIVAS À PENA: Nulla poena sine crimine – P. da Retroatividade Nullum crimen sine lege – P. da Legalidade (4 subprincípios): A lei deve ser anterior aos fatos que ela busca incriminar – P. da Anterioridade. Seja escrita. Seja estrita (vedar a analogia incriminadora). Certa (de fácil compreensão) – P. da taxatividade Nulla lex (poenalis) sine necessitate – P. da necessidade / P. da Intervenção mínima. GARANTIAS RELATIVAS AO DELITO: Nulla necessitas sine injuria (não há necessidade sem ofensa) – P. da lesividade ou ofensividade. Nulla injuria sine actione (não há ofensa sem ação) – P. da exterioridade da ação. Nulla actio sine culpa (não há ação sem culpa) – P. da culpabilidade GARANTIAS RELATIVAS AO PROCESSO: Nulla culpa sine judicio (não há culpa sem processo) – P. da Jurisdicionariedade Nullum judicium sine accusatione (não há processo sem acusação) – P. Acusatório (o juiz não pode agir de ofício). Nulla accusatio sine probatione (não há acusação sem prova) – P. do ônus da prova. Nulla probatio sine definisione (não há prova sem defesa) – P. do contraditório. F inalidade da pena Teoria adotada pelo CP (art 59) Para reprovação e prevenção do crime Teoria adotada pelo STF A pena é poli funcional No momento da cominação visa PREVENIR a conduta. Na aplicação da sentença: prevenção especial (inibir a REINCIDÊNCIA). L egalidade formal e material FORMAL: elaboração legislativa. MATERIAL: deve respeitar direitos fundamentais. Ex.: Lei 8072/90 (lei de crimes hediondos). Obs.: a lei de crimes hediondos previa o cumprimento da pena em regime integralmente fechado, o STF entendeu ser inconstitucional, desrespeitando garantias fundamentais, sendo revogado esse artigo. Ou seja, existia legalidade FORMAL, mas não existia legalidade MATERIAL. L ei penal completa e incompleta COMPLETA: não precisa de complemento valorativo ou normativo. Ex.: 121. INCOMPLETA: VALOR: norma aberta. O complemento necessário é valorativo, dado pelo juiz e não normativo. Ex.: 18, II CP (crime culposo). NORMA: norma penal em branco. Embora exista descrição da conduta proibida, é necessário complemento por outra disposição, seja lei, decreto, regulamentos. HETERÔGENEA: o complemento não é oriundo de lei. Ex.: lei 11.343/06 lei de drogas. Para definir quais são as drogas é necessário um ato administrativo da ANVISA através de uma portaria. HOMOGÊNEA: busca complementação na lei. HOMOVITELINA: o complemento normativo está no mesmo documento legal (CP com CP / CC com CC etc). Ex.: Artigos 312 e 327 do Código penal. A definição da elementar ‘Funcionário público’ do crime de peculato (art 312) se encontra descrita no artigo 327 do CP. HETEROVITELINA: o complemento normativo e documento legal distinto. Ex.: Art. 236 CP c/c 1521 CC/02. C onflito aparente de normas 1 Princípio da Especialidade Regra especial sobre regra geral. Ex.: Art. 121 – Matar alguém (Norma geral) Art. 123 – Infanticídio – Matar, sob a influência do estado puerpal, o próprio filho, durante o parto ou logo após. (Norma especial). 2 Princípio da Consunção Quando o crime fim absorve o crime meio. Ex.: Homicídio absorve lesão corporal. 3 Princípio da Subsidiariedade A norma principal prevalece sobre a subsidiaria. Quando não puder ser aplicada a norma principal, aplica-se a subsidiaria. Aula 4 – Lei Penal no tempo P rincípio da Irretroatividade da Lei Penal 5º, XL CF/88 “A bolitio Criminis” Ocorre quando uma lei posterior deixa de considerar crime determinado fato. Extinção de punibilidade somente para fatos penais. Obs.: obrigação cível de reparar o dano. Somente em Direito Material Obs.: Só se aplica às normas penais, não se aplica às normas processuais penais. (“Tempus regit actum”). N ormas de Vigência temporárias (3º CP) Normas Temporárias (efeitos Ultrativos) Normas excepcionais (efeitos Ultrativos) NORMAS TEMPORÁRIAS: são normas que tem prazo determinado de vigência. As leis de vigência temporária serão aplicadas mesmo que o fato excepcional não exista mais ou que a vigência da lei temporária já tenha terminado seu prazo de vigor. NORMAS EXCEPCIONAIS: são normas como prazo indeterminadode vigência, permanece enquanto o fato que deu origem continuar. Ex.: epidemias, casos de guerra, crises econômicas e financeiras. As leis de vigência temporária serão aplicadas mesmo que o fato excepcional não exista mais. Aula 4 – Lei Penal no Espaço L ugar do crime Teoria da Atividade Teoria do Resultado Teoria da Ubiquidade (art. 6º) 5º Art. 5º CP É uma norma explicativa. Território nacional: FÍSICO + JURÍDICO FÍSICO: fronteiras, mar territorial brasileiro, espaço aéreo correspondente. JURÍDICO: art. 5º §1º a lei penal será aplicada nas embarcações ou aeronaves públicas ou a serviço do governo brasileiro. Art. 5º §2º aeronaves ou embarcações privadas estrangeiras em território nacional, aplica-se a lei brasileira. Obs.: O inciso I do art. 7º que cita crimes contra o presidente da república e contra a administração direta e indireta tem aplicação incondicionada da lei penal brasileira, ainda que absolvida ou condenada no estrangeiro (§1º, art. 7º). No inciso II a aplicação da lei penal é condicionada, ou seja, deve ser caracterizada cumulativamente (juntos) as alíneas do §2º. [É sempre condicionada sempre que não falar do presidente ou administração. ] 8º Art. 8º CP Princípio “Non bis in idem”. Ninguém será penalizado pelo fato duas vezes. Detração penal: quando parte da pena já cumprida no estrangeiro será substituída da sanção cominada no Brasil. 10º Art. 10º CP Obs.: prazo penal – inclui o início mesmo que seja 23:59 e exclui o do término (libera até 00h no penúltimo dia). Aula 5 e 6 – Teoria do Delito Sujeito ativo: aquele que efetivamente pratica a conduta delitiva. Pessoa física Pessoa jurídica Sujeito passivo: Aquele que tem o bem jurídico tutelado ofendido pela conduta. Pessoa física Pessoa jurídica P essoa jurídica (como sujeito ativo) Crimes ambientais Crimes contra a ordem econômica e financeira Art. 173, §5º CF/88 Art. 225, §3º CF/88 Lei 9.605/98 art. 3º c/c 21 P essoa jurídica (como sujeito passivo) L ei de introdução ao código penal LICP DELITO CRIME Reclusão (regime fechado) Detenção (regime semiaberto e aberto) Multa CONTRA-VENÇÃO: Prisão simples (pagar cesta básica) Multa T eoria Tripartide DELITO tem que ser: Típico Ilícito (antijurídico) Culpável T eorias de Crime Teoria NATURALISTA: Não interpreta o conteúdo das normas para não trazer subjetividade. Teoria NEOCLÁSSICA: Inclui elemento subjetivo como a vontade, não ocorre somente a comparação entre o fato e o tipo. Teoria FINALISTA: (1920) Vai observar o dolo ou culpa sendo a conduta mais ou menos reprovável. C lassificação do Crime Comum: pode ser cometido por qualquer pessoa. Ex.: Homicídio 121. Próprio: pode ser cometido por determinadas características específicas. Ex.: Infanticídio. Formal: há previsão legal para a conduta e o resultado, porém, para a sua consumação basta a prática da conduta. Ex.: 159 CP Material: é necessário o resultado naturalístico. Ex.: homicídio 121 CP. Mera conduta: Não tem previsão de resultado, consuma-se com a mera conduta. Ex.: Desobediência 330 CP. Obs.: Para ambos se não houver CULPABILIDADE não haverá imputação da pena. Obs.: o P. da Insignificância é excludente da tipicidade material tornando o fato atípico. CONDUTA: Ação (comissão) Omissão (omissivo próprio) Obs.: no tipo penal COMISSIVO é possível praticá-lo por OMISSÃO quando o agente for garantidor. Crime comissivo por omissão ou omissivo impróprio (13, §2º CP). RESULTADO: Alteração do bem jurídico como consequência da conduta. O crime material tem que ter conduta e resultado. Ex.: 121 O crime formal basta a conduta para a sua consumação. Ex.: 159 O crime de mera conduta não prevê resultado. Ex.: ato obsceno, injúria. E lementos de crimes OMISSIVOS OMISSIVO PRÓPRIO: o tipo penal incrimina especificamente a conduta. Ex.: Crime de omissão de socorro 135 CP. Abandono material 244 CP. Abandono intelectual 246 CP. OMISSIVO IMPRÓPRIO (ou comissivo por omissão): Agente garantidor é o que responde por comissivo por omissão. Quando o garantidor se omite aplica o tipo penal comissivo. Ex.: Art. 121 é comissivo podendo aplicar ao garantidor quando se omite e acaba gerando o resultado. Obs.: dolo direto de 1º grau (o “alvo”) e 2º grau (as pessoas que estavam junto). Ex.: colocar uma bomba em um avião para matar uma pessoa e que acaba matando outras. 18, §Ú: em regra, o crime deve ser doloso, podendo enquadrar a conduta como culposa somente quando previsto em lei. Dolo eventual X Culpa consciente: Após 2014 foi incluído no CTB o §2º no art. 302 com previsão de aumento de pena para acidentes causados ou relacionados à embriaguez se entender que houve dolo eventual responde pelo CP (Ex.: 121 c/c 18, I, parte final) no CTB somente responde por crime culposo. ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
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