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ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM ONCOLOGIA CLÍNICA UNIDADE 1 LARISSA BAUMGARTEN UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO Ao término deste capítulo você será capaz de entender aspectos da bioética na área clínica, o que aborda a Política nacional de atenção oncológica e a prevenção ao câncer. Isto será fundamental para o exercício de sua profissão. E então? Motivado para desenvolver esta competência? Vamos lá. Avante! Fonte: Freepik. UNIDADE 1 | OBJETIVOS 1. Identificar e aplicar os principais métodos de análise em bioética clínica como ferramenta para a tomada de decisão em conflitos éticos na assistência à saúde e na atenção oncológica. 2. Reconhecer e contextualizar a Política Nacional para Prevenção e Controle do Câncer na Rede de Atenção à Saúde das Pessoas com Doenças Crônicas no Âmbito do SUS. 3. Reconhecer os fatores de risco do câncer, visando à promoção da saúde. 4. Apontar uma série de dados que traduzem a magnitude do câncer no Brasil. BIOÉTICA “Ética da vida” Origem grega – bios (vida) e ética (costumes, valores de uma determinada sociedade, em algum momento histórico). Objetivo geral é alcançar benefícios e assegurar a integridade dos seres humanos, defendendo o princípio da dignidade humana. BIOÉTICA E O CUIDADO NA ENFERMAGEM Bioética → Cuidado clínico Quando se refere ao exercício profissional – pesquisas e práticas ligadas à saúde humana contra a má prática. Fornece condições para que um trabalhador da saúde se reconheça qualificado de forma diferenciada. Na relação enfermeiro-paciente, apesar de acharmos que é uma relação “a dois”, sempre estará presente um terceiro fator, a justiça (sociedade), norteando essa relação. Paciente que deseja estar com seus familiares. Relação profissional não é exclusiva com o paciente, pois, em maior ou menor grau poderão estar envolvidos família e amigos, especialmente em casos de crianças ou pacientes inconscientes. Levar em consideração os hábitos, costumes e valores do paciente, o que frequentemente não acontece. BIOÉTICA E O CUIDADO NA ENFERMAGEM A bioética abarca a ética médica, porém, não se limita a ela. A ética médica, em sentido tradicional, trata dos problemas relacionados a valores que surgem da relação entre médico e paciente. A bioética constitui um conceito mais amplo, com quatro aspectos importantes: Compreende os problemas relacionados a valores que surgem em todas as profissões de saúde, inclusive nas profissões “afins” e nas vinculadas à saúde mental. Aplica-se às investigações biomédicas e as do comportamento, independentemente de influírem ou não de forma direta na terapêutica. Aborda uma ampla gama de questões sociais, como as que se relacionam com a saúde ocupacional e internacional e com a ética do controle da natalidade, entre outras. Vai além da vida e da saúde humana, enquanto compreende questões relativas à vida dos animais e das plantas, por exemplo, no que concerne às experimentações com animais e às demandas ambientais conflitivas. O PRINCIPIALISMO E O CUIDADO NA ENFERMAGEM O principialismo surgiu em função da necessidade dos profissionais da área da saúde de possuírem um eixo de regras morais capazes de ajudá-los a enfrentar as novas situações criadas com o avanço dos direitos do paciente. Até o surgimento do principialismo, a doutrina ética utilizada pelos profissionais da área da saúde era a ética das virtudes. Beneficência Autonomia Não Maleficência Justiça Principialismo POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO ONCOLÓGICA • Prioridades • Instituir Redes Estaduais/Regionais de Atenção Oncológica. • Definir critérios técnicos para avaliação dos serviços públicos e privados. • Fomentar, coordenar e executar projetos estratégicos de incorporação tecnológica. • Incentivar a pesquisa aplicada aos serviços. • Implementar o Programa Nacional de controle do tabagismo. • Implementar o plano de ação para controle dos cânceres do colo do útero e da mama. POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO ONCOLÓGICA Política nacional de atenção oncológica 1. Fundamentos da detecção precoce da doença. 2. Qualidade do tratamento oferecido aos pacientes com câncer. 3. Agenda de compromissos pela saúde. 4. Redução da incidência do câncer de colo de útero. 5. Redução da mortalidade por câncer de colo de útero e mama. 6. Metas. 7. Pacto pela vida. 8. Atingir a cobertura de 80% para o exame preventivo do câncer do colo de útero. 9. Ampliar para 60% a cobertura da mamografia. 10. Realizar punção biópsia em 100% dos casos necessários. AÇÕES DE PREVENÇÃO NO CONTROLE DE CÂNCER A incidência da doença e o número de óbitos vêm em consequência ao estilo de vida que a população está vivenciando. Vários estudos têm demonstrado que numerosos fatores como raça, influências culturais, nível educacional, renda e idade influenciam o grau de conhecimento que as pessoas têm acerca dos fatores de risco para o câncer e tipos de comportamentos saudáveis que precisam praticar. Fonte: Freepik. AÇÕES DE PREVENÇÃO NO CONTROLE DE CÂNCER Prevenção Primária Está associada a uma promoção de saúde de forma geral reduzindo e até abolindo fatores carcinogênicos. Exemplos: não fumar, manter peso ideal, comer comidas saudáveis. Prevenção Secundária Está associada à detecção precoce por meio de e exames para buscar um melhor prognóstico da doença. Exemplos: Papanicolau, exame de próstata. Prevenção Terciária Refere-se ao tratamento com finalidade de minimizar possíveis sequelas, complicações e morte. FISIOPATOLOGIA DO CÂNCER Câncer: grego karkínos → “caranguejo”. A palavra câncer foi utilizada pela primeira vez por Hipócrates, o pai da medicina (460 e 377 a.C.). Conjunto de mais de 100 doenças que têm em comum o crescimento desordenado de células que tendem a invadir tecidos e órgãos vizinhos. TRANSIÇÃO EPIDEMIOLÓGICA 1. Vários fatores explicam a participação do câncer na mudança do perfil de adoecimento da população brasileira. Entre eles, podemos citar: 2. A maior exposição a agentes cancerígenos: os atuais padrões de vida adotados em relação ao trabalho, à alimentação e ao consumo, de modo geral, expõem os indivíduos a fatores ambientais (agentes químicos, físicos e biológicos), resultantes de mudanças no estilo de vida das pessoas e do processo de industrialização cada vez mais intenso. 3. O prolongamento da expectativa de vida e o envelhecimento populacional estão relacionados com: • A redução do número médio de filhos (nascidos vivos) por mulher em idade reprodutiva. • A melhoria das condições econômicas e sociais, refletindo também na melhoria de saneamento das cidades. • A evolução da medicina e o uso de antibióticos e vacinas. 4. O aprimoramento dos métodos para se diagnosticar o câncer. 5. O aumento no número de óbitos pela doença. 6. A melhoria da qualidade e do registro da informação. O NÚMERO DE CASOS NOVOS DE CÂNCER NO BRASIL Nos anos de 2008 e 2018 estima-se, no Brasil, a ocorrência de 600 mil casos novos de câncer. Os mais incidentes são os cânceres de próstata, pulmão, mama feminina e cólon e reto. Os tipos de câncer mais incidentes em homens serão próstata (31,7%), pulmão (8,7%), intestino (8,1%), estômago (6,3%) e cavidade oral (5,2%). Já nas mulheres, os cânceres de mama (29,5%), intestino (9,4%), colo do útero (8,1%), pulmão (6,2%) e tireoide (4,0%). Fonte: Freepik. Obrigada !