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Ações de 
Prevenção 
e Atenção 
Oncológica
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Sumário
Bioética 
 Conceito de bioética 
 Os princípios da bioética 
 O principialismo e o cuidado na enfermagem 
Política nacional de atenção oncológica 
 Conhecendo a política nacional de atenção oncológica
 Relatório de Auditoria Operacional – PNAO 
 Unidades de Assistência de Alta Complexidade 
em Oncologia (UNACON), Centros de Assistência de Alta 
Complexidade em Oncologia (CACON) e os Centros de Referência 
de Alta Complexidade em Oncologia 
 Unidades de Assistência de Alta Complexidade em 
Oncologia (UNACON) 
 UNACON sem radioterapia 
 UNACOM com radioterapia 
 Centros de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia 
(CACON) 
 Centros de Referência de Alta Complexidade em Oncologia
Ações de prevenção no controle de câncer 
 Fatores de risco para o câncer 
 Fatores protetores para o câncer de mama 
CLIQUE NO CAPÍTULO PARA SER REDIRECIONADO
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Sumário
 As formas terapêuticas prestadas pela enfermagem a 
mulheres com câncer de mama 
Fisiopatologia do câncer 
 O que é o câncer? 
 O número de casos novos de câncer no Brasil
Referências
CLIQUE NO CAPÍTULO PARA SER REDIRECIONADO
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Objetivos Definição
Explicando Melhor Você Sabia?
Acesse Resumindo
Nota Importante
Saiba Mais Reflita
Atividades Testando
Para o início do 
desenvolvimento de uma 
nova competência;
Se houver necessidade 
de se apresentar um novo 
conceito;
Algo precisa ser melhor 
explicado ou detalhado;
Curiosidades indagações 
lúdicas sobre o tema em 
estudo, se forma necessárias;
Se for preciso acessar um 
ou mais sites para fazer 
download, assistir vídeos, ler 
textos, ouvir podcast;
Quando for preciso se fazer 
um resumo acumulativo 
das últimas abordagens;
Quando forem necessárias 
observações ou 
complementações para o 
seu conhecimento;
As observações escritas 
tiveram que ser priorizadas 
para você;
Textos, referências 
bibliográficas e links para 
aprofundamento do seu 
conhecimento;
Se houver a necessidade 
de chamar a atenção 
sobre algo a ser refletido ou 
discutido sobre;
Quando alguma atividade 
de autoaprendizagem for 
aplicada;
Quando o desenvolvimento de 
uma competência for concluído 
e questões forem explicadas. 
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@faculdadelibano_
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Bioética
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Ações de Prevenção e Atenção Oncológica Capitulo 1
Bioética
Conceito de bioética
A bioética iniciou-se como um movimento social que buscava ética nas ciências 
biológicas e áreas afins, mas hoje adquiriu dimensão mais ampla e tornou-se uma 
disciplina norteadora para o biodireito e para a legislação, a fim de assegurar mais 
humanismo no cotidiano das práticas médicas e nas experimentações científicas que 
utilizam seres humanos. 
Dessa forma, a bioética é, ao mesmo tempo, a reflexão sobre as questões sociais e ação 
para estabelecer acordos entre sociedade, cientistas, profissionais de saúde e governo 
sobre assuntos atuais e perspectivas do futuro.
Objetivos
Ao término deste capítulo você será capaz de entender aspectos da 
bioética na área clínica, o que aborda a Política Nacional de Atenção 
Oncológica e a prevenção ao câncer. Isto será fundamental para o 
exercício de sua profissão. E então? Motivado para desenvolver esta 
competência? Vamos lá! Avante!
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Ações de Prevenção e Atenção Oncológica Bioética Capitulo 1
Quando se refere ao exercício profissional – pesquisas e práticas ligadas à saúde 
humana esperam-se princípios éticos baseados na ideia de boa prática ou boa ciência, 
que regulem comportamentos e ações e protejam contra abusos, iatrogenias, erros etc., 
isto é, contra a má prática. 
Outro polo da bioética relaciona-se à constituição da identidade do profissional da 
saúde. Mais do que qualificação dos profissionais, a bioética pode fornecer condições 
para que um trabalhador da saúde se reconheça qualificado de forma diferenciada.
FIGURA 1
Conceito de bioética
FONTE
Freepik
Definição
Bioética significa “ética da vida”. Origem grega – bios (vida) e ética 
(costumes, valores de uma determinada sociedade, em algum momento 
histórico). Objetivo geral da bioética: alcançar benefícios e assegurar a 
integridade dos seres humanos, defendendo o princípio da dignidade 
humana.
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Ações de Prevenção e Atenção Oncológica Bioética Capitulo 1
SASS (1990) refere-se à bioética como algo mais amplo, não ficando restrita apenas 
à relação médico - enfermeiro - paciente, incluindo também a responsabilidade 
dos profissionais por todas as formas de vida, dentro de uma medicina organizada e 
institucionalizada. Mostra-se de extrema relevância suas considerações sobre sempre 
ter-se em vista, ao cuidar-se de um paciente, o valor tanto dele como do profissional e 
da sociedade, tentando, dessa forma, atingir o “que é melhor para o paciente”.
Lembramos que, na relação enfermeiro-paciente, apesar de acharmos que é uma 
relação “a dois”, sempre estará presente um terceiro fator, a justiça (sociedade), 
norteando essa relação. Devemos ter em mente, nessa relação, que o profissional não 
é mais o sujeito mandante e o paciente, o objeto obediente, mas sim, ambos sujeitos; o 
primeiro para ajudar, com seu conhecimento técnico e moral; o segundo para receber 
ajuda técnica e ética.
Essa relação profissional não é exclusiva com o paciente, pois, em maior ou menor grau, 
poderão estar envolvidos família e amigos, especialmente em casos de crianças ou 
pacientes inconscientes.
Para planejarmos os cuidados de higiene, alimentação, administração de medicamentos, 
entre outros, deveríamos levar em consideração os hábitos, costumes e valores do 
paciente, o que frequentemente não acontece. Sempre nos perguntamos: Por que o 
paciente deve ser acordado às 6 horas para tomar banho? Seria essa a melhor hora 
para ele? Gostaria ele de dormir até mais tarde? Infelizmente, normas preestabelecidas 
nas instituições muitas vezes não nos permitem essas indagações. Simplesmente, 
acordamos o paciente para o banho às 6 horas porque é “rotina” da instituição.
Importante
A bioética abarca a ética médica, porém, não se limita a ela. A ética 
médica, em sentido tradicional, trata dos problemas relacionados a 
valores que surgem da relação entre médico e paciente. A bioética 
constitui um conceito mais amplo, com quatro aspectos importantes:
• Compreende os problemas relacionados a valores que surgem em 
todas as profissões de saúde, inclusive nas profissões “afins” e nas 
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Ações de Prevenção e Atenção Oncológica Bioética Capitulo 1
Vamos em frente...
Os horários para visita, geralmente, são naquelas horas do dia que “menos atrapalham 
o serviço”, não levando em consideração que são em horário normal de trabalho, 
dificultando assim, que os familiares possam estar com seu enfermo. 
Além disso, frequentemente, esse período destinado à visita é muito curto, com limitação 
do número de pessoas que podem entrar ao mesmo tempo, gerando angústia e 
insatisfação para o paciente que deseja estar com seus familiares, o que, muitas vezes, 
poderia contribuir para uma recuperação mais rápida.
vinculadas à saúde mental.
• Aplica-se às investigações biomédicas e às do comportamento, 
independentemente de influírem ou não de forma direta na 
terapêutica.
• Aborda uma ampla gama de questões sociais, como as que se 
relacionam com a saúde ocupacional e internacional e com a ética 
do controle da natalidade, entre outras.
• Vai além da vida e da saúde humana, enquanto compreende 
questões relativas à vida dos animais e das plantas, por exemplo, 
no que concerne às experimentações com animais e às demandas 
ambientais conflitivas.
Reflita
Outra situação com que nos deparamos refere-se aos pacientes muito 
graves que frequentemente são “isolados” dentro de centro de cuidados 
de alta tecnologia e acabam por falecer longe de seus familiares. 
Acreditamos ser necessário refletirmos profundamente sobre esse fato. 
Se fôssemos nós, gostaríamos de morrer assim?
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Ações de Prevenção e AtençãoOncológica Bioética Capitulo 1
Comentários a respeito de pacientes também não são incomuns, ferindo nosso próprio 
juramento. É nossa obrigação estarmos alertas, evitando que isso aconteça, pois, o que 
para nós parece ter pouca ou nenhuma importância, para o paciente pode ser crucial.
Os princípios da bioética
Com o surgimento da bioética, na década de 70, era necessário estabelecer uma 
metodologia para analisar os casos concretos e os problemas éticos que emergiam da 
prática da assistência à saúde. 
Em 1979, os norte-americanos Tom L. Beauchamp e James F. Childress publicaram um livro 
chamado Principles of Biomedical Ethics, em que expuseram uma teoria fundamentada 
em quatro princípios básicos: não maleficência, beneficência, autonomia e justiça, que, 
a partir de então, tornaram-se fundamentais para o desenvolvimento da bioética e 
ditaram uma forma peculiar de definir e manejar os valores envolvidos nas relações dos 
profissionais de saúde e seus pacientes. Estes quatro princípios receberam na bioética 
a denominação de principialismo.
O principialismo surgiu em função da necessidade dos profissionais da área da saúde de 
possuírem um eixo de regras morais capazes de ajudá-los a enfrentar as novas situações 
criadas com o avanço dos direitos do paciente. Até o surgimento do principialismo, a 
doutrina ética utilizada pelos profissionais da área da saúde era a ética das virtudes.
Explicando Melhor
A ética das virtudes, de Aristóteles, supõe que o agente seja capaz de 
estabelecer o bem do paciente e, com isso, possa ter uma conduta 
moralmente correta para com ele. No entanto, atualmente, a ética das 
virtudes não corresponde às demandas modernas por novas posturas 
nas relações de médico - paciente.
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Ações de Prevenção e Atenção Oncológica Bioética Capitulo 1
Um exemplo: o médico era considerado como alguém que possuía uma situação de 
autoridade e que poderia decidir pelo paciente, sendo que, com o desenvolvimento do 
princípio de autonomia, o paciente passou a ter um novo status na sua relação com 
o médico. Protegidos pelo sistema jurídico, ele pode estabelecer uma relação menos 
desigual com o profissional da saúde, agora, só com seu consentimento o médico terá 
autorização para decidir sobre seu bem-estar.
Continuando a destacar esses princípios, a Autonomia significa a capacidade da 
pessoa humana de estabelecer os fins para sua conduta em função de seus valores e 
de escolher os meios adequados para atingi-los. 
Abrange uma série de dimensões da existência humana, sendo que duas delas se 
destacam: a MORAL e a JURÍDICA.
• MORAL: ausência de limites para decidir sobre si mesmo, respeitando a liberdade do 
ser humano, lembrando que a autogovernabilidade só deve ser respeitada quando a 
decisão de uma pessoa não resulte em danos para outro ser humano. A violação da 
autonomia só é aceita quando o bem público se sobrepõe ao bem individual.
• JURÍDICA: denominada também de princípio da intimidade, tem a função de garantir 
a liberdade individual, que nos dias de hoje, tem um vasto espaço a ser exercida, 
direito esse reconhecido e garantido judicialmente.
O princípio moral da autonomia e o princípio jurídico da intimidade introduziram na área 
da saúde o conceito de consentimento livre e esclarecido, que garante ao paciente o 
direito de contar com informações suficientes que o tornem livre de qualquer forma 
de coerção ou engano por parte da equipe de saúde, bem como lhe dá condições 
para fazer uma escolha racional de aceitar ou não a realização de um diagnóstico ou 
procedimento e fazer ou recusar um tratamento. 
Este princípio obriga o profissional de saúde a dar ao paciente a mais completa 
informação possível, com o intuito de promover uma compreensão adequada do 
problema, condição essencial para que o paciente possa tomar uma decisão.
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Ações de Prevenção e Atenção Oncológica Bioética Capitulo 1
O princípio da beneficência é que estabelece esta obrigação moral de agir em benefício 
dos outros. Beneficência quer dizer fazer o bem. Isto significa que temos a obrigação 
moral de agir para o benefício do outro. Este conceito, quando é utilizado na área de 
cuidados com a saúde, engloba todas as profissões das ciências da vida e da saúde 
e significa fazer o que é melhor para o paciente, não só do ponto de vista técnico-
assistencial, mas também do ponto de vista ético. 
É usar todos os conhecimentos e habilidades profissionais a serviço do paciente, 
considerando, na tomada de decisão, a minimização dos riscos e a maximização dos 
benefícios do procedimento a realizar. Para utilizarmos este princípio, é necessário o 
desenvolvimento de competências profissionais, pois, só assim, podemos decidir quais 
são os riscos e benefícios que estaremos expondo nossos clientes, quando nós decidimos 
por determinadas atitudes, práticas ou procedimentos.
Explicando Melhor
O consentimento livre e informado deve ser entendido como um processo 
de relacionamento em que o papel do profissional de saúde é o de 
indicar as opções, seus benefícios, seus riscos e custos, discuti-las com 
o paciente, ajudá-lo a escolher aquela que lhe é mais benéfica. Porém, 
existem algumas circunstâncias especiais em que limitam a obtenção 
do consentimento informado, como:
a. A incapacidade: tanto a das crianças e adolescentes como aquela 
causada, em adultos, por diminuição do sensório ou da consciência 
e nas patologias neurológicas e psiquiátricas severas.
b. As situações de urgência, quando se necessita agir e não se pode.
c. A obrigação legal de declaração das doenças de notificação 
compulsória.
d. Um risco grave para a saúde de outras pessoas, cuja identidade é 
conhecida, obriga o médico a informá-las mesmo que o paciente 
não autorize.
e. Quando o paciente se recusa a ser informado e participar das 
decisões.
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Ações de Prevenção e Atenção Oncológica Bioética Capitulo 1
A não-maleficência é considerada por muitos como o princípio fundamental da 
tradição hipocrática da ética médica. Tem suas raízes em uma máxima que preconiza: 
“criar o hábito de duas coisas: socorrer (ajudar) ou, ao menos, não causar danos”. A 
não-maleficência tem importância porque, muitas vezes, o risco de causar danos é 
inseparável de uma ação ou procedimento que está moralmente indicado.
Exemplo:
Uma simples retirada de sangue para realizar um teste diagnóstico tem um risco de 
causar hemorragia no local puncionado. Do ponto de vista ético, este dano pode estar 
justificado se o benefício esperado com o resultado deste exame for maior que o risco 
de hemorragia. A intenção do procedimento é beneficiar o paciente e não lhe causar o 
sangramento. Neste exemplo, as consequências do dano são pequenas e, certamente, 
não há risco de vida. Porém, se o paciente tiver problemas de hemostasia, este risco 
ficará aumentado.
O princípio da justiça está relacionado à distribuição correta e adequada de deveres 
e benefícios sociais. Entende-se, dessa forma, que os seres humanos são iguais desde 
seu nascimento, não lhes podendo ser negado qualquer tratamento ou assistência em 
função de nenhum tipo de discriminação, seja social, racial ou outro fator, preocupando-
se com a equidade na distribuição de bens e recursos considerados comuns, em uma 
tentativa de igualar as oportunidades de acesso a estes bens.
 
Com a crescente socialização dos cuidados com a saúde, as dificuldades de acesso 
e o alto custo destes serviços, as questões relativas à justiça social são cada dia mais 
prementes e necessitam ser consideradas quando se analisam os conflitos éticos 
que emergem da necessidade de uma distribuição justa de assistência à saúde das 
populações.
Importante
A ética, em seu nível público, além de proteger a vida e a integridade 
das pessoas, objetiva evitar a discriminação, a marginalização e a 
segregação social.
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Ações de Prevenção e Atenção Oncológica Bioética Capitulo 1
Neste contexto, o conceito de justiça deve fundamentar-se na premissa que as pessoas 
têm direito a um mínimo decente decuidados com sua saúde. Isto inclui garantias de 
igualdade de direitos, equidade na distribuição de bens, riscos e benefícios, respeito às 
diferenças individuais e a busca de alternativas para atendê-las, liberdade de expressão 
e igual consideração dos interesses envolvidos nas relações do sistema de saúde, dos 
profissionais e dos usuários.
QUADRO 1
Exigência ética fundamental
FONTE
Elaborado pela autora (2022).
O principialismo e o cuidado na enfermagem
No século XIX, emergiu na Inglaterra, Florence Nightingale, a grande personagem 
que treinava pessoas para cuidar de pessoas e transformou o cuidado em um 
campo de conhecimento singular, com métodos e técnicas específicas, diferentes 
das anteriormente executadas. Na sua origem, a enfermagem era exclusivamente 
desenvolvida por mulheres e voltada mais para a maternidade. Florence Nightingale 
estruturou seu modelo de assistência depois de ter trabalhado no cuidado de soldados 
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Ações de Prevenção e Atenção Oncológica Bioética Capitulo 1
durante a guerra da Crimeia. Com seu embasamento técnico e científico, Florence deu 
origem e implantou o que hoje conhecemos como processo de enfermagem, em que 
se aplica uma sequência de atividades com o intuito de agilizar o cuidado e obter uma 
melhor eficácia no atendimento.
No decorrer dos anos, a imagem vocacional ou religiosa da enfermagem foi cedendo 
espaço à profissional, o que levou a uma exigência cada vez maior de competência e 
qualificação técnica dos profissionais enfermeiros, agregando-se a reflexões éticas. 
Se dermos ênfase somente aos aspectos técnicos, corremos o risco dos procedimentos 
se tornarem rotina, prejudicando o processo de cuidado do paciente como um todo. 
Mas, se o desequilíbrio tender para o outro lado, a rigidez na observação dos códigos 
morais e éticos poderá dificultar o desenvolvimento dos procedimentos científicos que 
norteiam e fundamentam a assistência de enfermagem.
No entanto, a bioética abrange além das ciências da vida e da saúde, outras áreas do 
conhecimento que tenham a ver com a vida. Sendo assim, destacam-se os quatros 
princípios da bioética, que contribuem para a prática dos cuidados de enfermagem, 
baseando suas ações no que será melhor para o paciente.
Saiba Mais
Para aprender um pouco mais sobre Processo de Enfermagem, assista 
ao vídeo “Processo de Enfermagem (SAE)”, com a Prof. Dra. Consuelo 
Corrêa. Clique aqui. 
https://www.youtube.com/supported_browsers?next_url=https%3A%2F%2Fwww.youtube.com%2Fwatch%3Fv%3DgBjqALRN9-Y&t=1s
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Ações de Prevenção e Atenção Oncológica Bioética Capitulo 1
A enfermagem é uma das profissões da área da saúde, cuja essência e especificidade é 
o cuidado ao ser humano, individualmente, na família ou na comunidade, desenvolvendo 
atividades de promoção, prevenção de doenças, recuperação e reabilitação da saúde, 
atuando em equipes. Se responsabiliza por meio do cuidado, pelo:
• Conforto, acolhimento e bem-estar dos pacientes, seja prestando o cuidado, seja 
coordenando outros setores para a prestação da assistência e promovendo a 
autonomia dos pacientes por meio da educação em saúde.
• Estudo e aprimoramento das relações interpessoais e, sendo assim, os profissionais 
da enfermagem podem contribuir com a bioética na busca do outro, o olhar o outro 
como um ser integral, o preocupar-se com as necessidades do outro.
A enfermagem aplica os princípios da bioética no seu cotidiano quando respeita a 
individualidade do paciente, atende as necessidades de cada paciente direcionando o 
cuidado a essas necessidades, presta uma assistência isenta de riscos e danos físicos 
ou morais ou sempre quando informa a ação a ser executada ao sujeito, dando-lhe o 
direito de aceitá-la ou recusá- la. 
O que se quer é que o profissional da saúde oriente sua prática pelo “‘compromisso ético 
do cuidado” e guie seu agir por uma atitude que ultrapasse os limites da consciência 
Saiba Mais
Quer se aprofundar neste tema? Recomendamos o artigo: “O cuidado 
de si como condição para o cuidado dos outros na prática de saúde”, 
acesse aqui.
https://bit.ly/2HfIT9O
18
Ações de Prevenção e Atenção Oncológica Bioética Capitulo 1
profissional, traçando a ponte para a “conviviabilidade””, do cuidado técnico e o cuidado-
ético.
FIGURA 2
Bioética e 
suas múltiplas 
aplicações na 
saúde
FONTE
Pixabay
Acesse
Quer se aprofundar neste tema? Recomendamos o artigo: “Bioética e a 
questão da assistência oncológica” - página 148. Clique aqui. 
19
Ações de Prevenção e Atenção Oncológica Bioética Capitulo 1
Resumindo
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudinho? 
Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema 
de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve 
ter aprendido que a bioética foi iniciada como um movimento social que 
buscava ética nas ciências biológicas e áreas afins, mas hoje, adquiriu 
dimensão mais ampla e tornou-se uma disciplina norteadora para o 
biodireito e para a legislação. Deve ter compreendido que os princípios 
éticos, baseados na ideia de boa prática ou boa ciência, regulam 
comportamentos e ações e protejam contra abusos, iatrogenias e erros. 
Deve ainda ter aprendido que existem princípios que devem ser seguidos 
para que a ética e a bioética sejam desenvolvidas nos setores de saúde..
20
@faculdadelibano_
2
Política 
nacional 
de atenção 
oncológica
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Ações de Prevenção e Atenção Oncológica Capitulo 2
Política nacional de atenção 
oncológica
Conhecendo a política nacional de atenção oncológica
No Brasil, a abordagem do câncer como problema sanitário a ser enfrentado pelo Estado 
se deu somente a partir da década de 30, no século XX, pela atuação de pesquisadores 
da área como Mario Kroeff, Eduardo Rabello e Sérgio Barros de Azevedo. 
O caráter nacional do controle do câncer viria sob a forma de criação do Serviço Nacional 
de Câncer (SNC), em 1941, destinado a orientar e controlar a campanha de câncer em 
todo o país.
Objetivos
Ao término deste capítulo, você será capaz de entender em que consiste 
a ciência do Direito e como ela está relacionada com a moral e com 
a justiça. Certamente isto será fundamental para a compreensão dos 
capítulos a seguir. Motivado para desenvolver esta competência? Então 
vamos lá. Avante!
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Ações de Prevenção e Atenção Oncológica Política nacional de atenção oncológica Capitulo 2
Em 1954, o Brasil sediou o VI Congresso Internacional de Câncer, em São Paulo, organizado 
pela União Internacional Contra o Câncer (UICC). Neste evento, foram destacados o 
câncer como problema de saúde pública e o conceito de controle como “meios práticos 
aplicados às coletividades ou aos indivíduos, capazes de influenciar a mortalidade por 
câncer” construído por meio da prevenção, educação, diagnóstico e tratamento.
Em 1957 foi inaugurado o hospital-instituto (atual INCA), no Rio de Janeiro, que passou 
a ser sede do SNC. A partir de então, esforços de unificação das ações de controle do 
câncer resultaram, em 1967, na institucionalização da Campanha Nacional de Combate 
ao Câncer. Após um período de retrocesso nas políticas de controle do câncer na década 
de 70, foi criado, nos anos 80, o Programa de Oncologia (Pro-Onco), com o objetivo de 
retomar o controle da doença.
FIGURA 3
Política Nacional de Atenção Oncológica
FONTE
Elaborado pela autora (2022).
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Ações de Prevenção e Atenção Oncológica Política nacional de atenção oncológica Capitulo 2
Este esforço para consolidar ações nacionais de controle do câncer culminou, no final 
de 2005, com o lançamento da Portaria nº 2439/GM (BRASIL, 2005b) que estabeleceu a 
Política Nacional de Atenção Oncológica (PNAO). De forma inovadora, na abordagem 
integrada de tratar a questão do câncer, esta política estabeleceu diretrizes para o 
controle do câncer no Brasil, desde a promoção da saúde até os cuidados paliativos.
A Portaria nº 2439 do Ministério da Saúde propõe e orienta a organização da Rede de 
Atenção Oncológica nos Estados, uma estratégia de articulaçãoinstitucional voltada 
para superar a fragmentação das ações e garantir maior efetividade e eficiência no 
controle do câncer. 
Ela prevê o conjunto de ações necessárias para a atenção integral ao câncer: “promoção, 
prevenção, diagnóstico, tratamento, reabilitação e cuidados paliativos a ser implantada 
em todas as unidades federadas, respeitadas as competências das três esferas de 
gestão”.
Importante
A partir da década de 90, com o processo de estruturação do Sistema 
Único de Saúde (SUS), coube ao INCA o papel de agente diretivo das 
políticas de controle do câncer no país. Em 1998, surgiu o Programa 
Nacional de Controle do Câncer do Colo do Útero (Viva Mulher) e, em 2000, 
as primeiras iniciativas para o controle do câncer de mama, consolidadas 
com as diretrizes técnicas nesta área. Outras ações, como a ampliação 
dos registros de câncer e a expansão da assistência oncológica por meio 
dos centros de alta complexidade foram implementadas nos últimos 10 
anos.
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Ações de Prevenção e Atenção Oncológica Política nacional de atenção oncológica Capitulo 2
As proposições desta política estão em consonância com o ideário do SUS de constituição 
de um modelo assistencial voltado para a melhoria da qualidade de vida, por meio 
do investimento na promoção, proteção e recuperação da saúde. A organização do 
rastreamento dos cânceres do colo do útero e mama têm sido a linha de frente do 
processo de estruturação da rede assistencial.
Importante
Dentre seus componentes, destacam-se: vigilância em saúde (ênfase 
no controle do tabagismo, promoção da alimentação saudável e 
da atividade física, preservação do meio ambiente e segurança 
ocupacional), em articulação com a política nacional de promoção da 
saúde; ampliação da cobertura com assistência qualificada conforme os 
princípios de universalidade, integralidade e humanização; definição de 
parâmetros técnicos para avaliação, controle e regulação dos serviços; 
educação permanente dos profissionais; fortalecimento dos sistemas 
de informação; avaliação tecnológica e incentivo à pesquisa.
Saiba Mais
Quer se aprofundar neste tema? Recomendamos leitura do artigo 
“Política de Atenção ao Câncer no Brasil após a Criação do Sistema 
Único de Saúde”. Clique aqui. 
https://bit.ly/33M6SqG
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Ações de Prevenção e Atenção Oncológica Política nacional de atenção oncológica Capitulo 2
No Brasil, a preocupação com prevenção e controle do câncer iniciou na década de 
1930. Daquela época, até os dias atuais, todo o sistema de saúde brasileiro passou 
por uma série de transformações, até a criação do Sistema Único de Saúde (SUS), até 
chegar em 1998, quando o Ministério da Saúde passou a coordenar a política de saúde 
no país.
O programa de controle do câncer do colo de útero e mama foi implementado pelo 
Ministério da Saúde dentro das concepções do SUS, de forma descentralizada, integral 
e equânime, com ações desenvolvidas em diferentes serviços e níveis de atenção. 
A organização da prestação da assistência no SUS é baseada em dois princípios 
fundamentais: a regionalização e a hierarquização.
O câncer é responsável por mais de 12% de todas as causas de óbito no mundo: mais de 
7 milhões de pessoas morrem da doença anualmente. Como a esperança de vida tem 
melhorado gradativamente, a incidência de câncer, estimada em 2002 em 11 milhões 
de casos novos alcançará quase 20 milhões em 2020, segundo a União Internacional 
Contra o Câncer (UICC). 
A explicação para este crescimento está na maior exposição dos indivíduos a fatores 
de risco cancerígenos.
Com o recente e exponencial envelhecimento da população, é possível identificar um 
aumento expressivo na prevalência do câncer, que demanda dos gestores do Sistema 
Único de Saúde (SUS) a atenção adequada aos doentes (DECIT, 2007). 
Este cenário ilustra a necessidade de grande investimento no desenvolvimento de 
ações amplas e abrangentes para melhoria do controle do câncer em todos os níveis: 
Importante
Desde então, o Instituto Nacional de Câncer - INCA é o órgão responsável 
pela formulação da Política Nacional do Câncer.
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Ações de Prevenção e Atenção Oncológica Política nacional de atenção oncológica Capitulo 2
promoção da saúde, detecção precoce, assistência aos pacientes, vigilância do 
câncer e dos seus fatores de risco, formação de recursos humanos, comunicação e 
mobilização social, pesquisa e gestão do SUS (DECIT, 2007).
Relatório de Auditoria Operacional – PNAO
Considerando o aumento da incidência de câncer no Brasil e dos gastos federais 
com tratamentos oncológicos, que ultrapassaram R$1,9 bilhões em 2010 e, ainda, as 
deficiências na estrutura da rede de atenção em oncologia apuradas em levantamento 
realizado na Função Saúde foi aprovada a proposta de realização de auditoria 
operacional no Ministério da Saúde, na Secretaria de Atenção à Saúde e no Instituto 
Nacional de Câncer com o objetivo de avaliar a PNAO.
O referido relatório aponta que a PNAO foi concebida de forma a permitir as seguintes 
ações:
a. O desenvolvimento de estratégias coerentes com a política nacional de promoção 
da saúde voltadas para a identificação dos fatores determinantes e condicionantes 
das neoplasias malignas mais prevalentes e orientadas para o desenvolvimento 
de ações que promovam a redução de danos e a proteção da vida, de forma a 
assegurar a equidade e a autonomia de indivíduos e coletividades.
b. A organização de uma linha de cuidados que perpasse todos os níveis de atenção, 
desde a atenção básica até a atenção especializada de média e alta complexidade 
e de atendimento contemplados pela política (promoção, prevenção, diagnóstico, 
tratamento, reabilitação e cuidados paliativos).
c. A constituição de Redes Estaduais ou Regionais de Atenção Oncológica, formalizadas 
nos Planos Estaduais de Saúde, com estabelecimento de fluxos de referência e contra 
Você Sabia?
Foi realizado, pelo Tribunal de Contas da União (TCU), em 2011, uma 
auditoria, que resultou na publicação de um Relatório de Auditoria 
Operacional – PNAO (BRASIL, 2011).
27
Ações de Prevenção e Atenção Oncológica Política nacional de atenção oncológica Capitulo 2
referência, de forma a garantir o acesso e atendimento integrais.
d. A definição de critérios técnicos adequados para o funcionamento e para a avaliação 
dos serviços públicos e privados que atuam na atenção oncológica, assim como 
sistemática para sua monitoração.
e. A ampliação da cobertura do atendimento aos doentes de câncer, de forma a 
assegurar a universalidade, a equidade, a integralidade, o controle social e o acesso 
à assistência oncológica.
f. O fomento, a coordenação e a execução de projetos de incorporação tecnológica, por 
meio de estudos de custo-efetividade, eficácia e qualidade da atenção oncológica 
no Brasil.
g. O auxílio ao desenvolvimento de processos e métodos de coleta, análise e 
organização dos resultados das ações decorrentes da política, de forma a permitir 
o aprimoramento da gestão e a disseminação das informações.
h. A promoção do intercâmbio com outros subsistemas de informações setoriais, de 
forma a aperfeiçoar a produção de dados e a democratização das informações.
i. A qualificação da assistência e a promoção da educação permanente dos 
profissionais de saúde envolvidos com a implantação da política, de acordo com os 
princípios da integralidade e da humanização.
j. O fomento à formação e à especialização dos recursos humanos para atuação na 
rede de atenção oncológica.
k. O incentivo à pesquisa sobre a atenção oncológica, de acordo com os objetivos da 
Política Nacional de Ciência e Tecnologia em Saúde.
Você Sabia?
O mesmo relatório concluiu que a PNAO definiu, ainda, os componentes 
fundamentais da política, dentre os quais, destacam-se:
a. A promoção e a vigilância em saúde, que devem utilizar, entre outras, ações que 
proporcionem a redução de fatores de risco para as neoplasias.
b. A atenção básica, com previsão de ações voltadas para a promoção da saúde, a 
prevenção do câncer, o diagnóstico precoce,o apoio à terapêutica, aos cuidados 
paliativos e ao seguimento dos doentes.
28
Ações de Prevenção e Atenção Oncológica Política nacional de atenção oncológica Capitulo 2
c. Média complexidade, assistência que deve ser garantida por meio do processo de 
referência e contra referência dos pacientes.
d. Alta complexidade, organizada de forma a assegurar o acesso dos doentes com 
diagnóstico definitivo, deverá determinar o estadiamento da doença, tratar os 
pacientes com qualidade e de acordo com as condutas estabelecidas em unidades 
e centros de alta complexidade em oncologia.
e. Sistema de informação, que deve possibilitar aos gestores subsídios para a tomada 
de decisões e promover a disseminação de informações.
f. Diretrizes nacionais para a atenção oncológica, envolvendo todos os níveis de 
atenção que possibilitem o aprimoramento da atenção, da regulação, da avaliação 
e dos controles.
g. Avaliação tecnológica, que deve oferecer subsídios para a tomada de decisões no 
processo de incorporação de novas tecnologias.
h. A educação permanente e capacitação das equipes em todos os níveis de atenção
Unidades de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia 
(UNACON), Centros de Assistência de Alta Complexidade 
em Oncologia (CACON) e os Centros de Referência de Alta 
Complexidade em Oncologia
Unidades de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia 
(UNACON)
Por meio da Portaria nº 2.439/05, publicada em 19 de dezembro de 2005, e da Portaria nº 
741, da Secretaria de Atenção à Saúde, foram definidas as características das Unidades 
de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (UNACON):
29
Ações de Prevenção e Atenção Oncológica Política nacional de atenção oncológica Capitulo 2
UNACON sem radioterapia
Nas UNACON sem radioterapia (a radioterapia deve ser referenciada), os serviços 
específicos obrigatórios são:
 
Cirurgia:
1. Cancerologia cirúrgica.
2. Cirurgia geral /coloproctologia.
3. Ginecologia /mastologia.
4. Urologia.
Oncologia clínica:
Quimioterapia para adultos: serviços específicos facultativos que dependem de decisão 
do gestor, com base em parâmetros de necessidade e no planejamento da rede.
Na UNACON sem radioterapia ainda foi criada uma nova estrutura especializada: a 
Unidade de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia exclusiva de hematologia 
(UNACON Hematológica), com os seguintes serviços específicos obrigatórios:
• Cirurgia geral.
• Cirurgia pediátrica.
Serviço de hematologia:
1. Quimioterapia para adultos.
2. Quimioterapia para crianças.
Definição
Entende-se por UNACON, o hospital que possui condições técnicas, 
instalações físicas, equipamentos e recursos humanos adequados à 
prestação de assistência especializada de alta complexidade para o 
diagnóstico definitivo e tratamento dos cânceres mais prevalentes no 
Brasil (colo do útero, mama, próstata, estômago, cólon e reto).
30
Ações de Prevenção e Atenção Oncológica Política nacional de atenção oncológica Capitulo 2
Na UNACON modalidade pediátrica, conta-se com os seguintes serviços específicos 
obrigatórios:
Cirurgia:
1. Cirurgia pediátrica.
2. Serviço de pediatria: quimioterapia para crianças (incluindo hematologia).
UNACOM com radioterapia
Nas UNACON com radioterapia, os serviços específicos obrigatórios são os descritos para 
a UNACON sem radioterapia, acrescidos do Serviço de Radioterapia. O serviço deverá 
possuir, no mínimo, um equipamento de teleterapia profunda.
Centros de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia 
(CACON)
Definição
Entende-se por CACON, o hospital que possui condições técnicas, 
instalações físicas, equipamentos e recursos humanos adequados à 
prestação de assistência especializada de alta complexidade para o 
diagnóstico definitivo e tratamento de todos os tipos de câncer.
Nos CACON, os serviços específicos obrigatórios são:
• Cirurgia (profissionais com habilitação em cancerologia cirúrgica):
1. Cancerologia cirúrgica.
2. Cirurgia geral/coloproctologia.
3. Ginecologia/ mastologia.
4. Urologia.
5. Cabeça e pescoço.
6. Torácica.
31
Ações de Prevenção e Atenção Oncológica Política nacional de atenção oncológica Capitulo 2
7. Plástica.
8. Oncologia clínica.
9. Quimioterapia para adultos.
• Serviço de hematologia radioterapia:
• Própria para procedimento de teleterapia superficial e profunda.
• Sistema de planejamento computadorizado tridimensional.
• Braquiterapia de baixa, média ou alta taxa de dose.
Serviços específicos facultativos (dependem de decisão do gestor, com base em 
parâmetros de necessidade e no planejamento da rede):
• Cirurgia:
• Cirurgia pediátrica.
10. Oftalmologia, ortopedia e neurocirurgia (articulados de maneira formal na rede de 
alta complexidade).
Centros de Referência de Alta Complexidade em Oncologia
Definição
Entende-se por Centro de Referência, o CACON que exerça o papel 
auxiliar, de caráter técnico, ao gestor do SUS, nas políticas de atenção 
oncológica.
Exigências específicas:
1. Credenciamento como CACON.
2. Hospital de ensino.
3. Residência e/ou curso de especialização médica em radioterapia e cancerologia 
cirúrgica e clínica.
4. Residência e/ou curso de especialização em enfermagem oncológica.
32
Ações de Prevenção e Atenção Oncológica Política nacional de atenção oncológica Capitulo 2
5. Outra figura acrescentada a essa rede é a autorização para cobrança de cirurgias 
oncológicas em hospitais gerais pelo prazo de 12 meses.
A seguir estão elencados alguns dos critérios para essa autorização:
a. Atuar de maneira complementar às UNACON e aos CACON.
b. A produção das UNACON e CACON não seja suficiente nesta área.
Quanto às unidades isoladas de radioterapia e/ou quimioterapia já credenciadas 
anteriormente, poderão ser mantidas na rede pelo prazo de 12 meses, desde que:
a. Sejam julgadas necessárias pelo respectivo gestor do SUS.
b. Atuem de forma complementar, atendendo exclusivamente pacientes encaminhados 
sob autorização e regulação.
c. A produção das UNACON e dos CACON não sejam suficientes.
d. Cumpram os requisitos das normas de credenciamento.
e. Estejam vinculadas à rede planejada pelo gestor a uma UNACON ou CACON para 
cooperação técnica e planejamento terapêutico global conjunto dos casos.
f. A autorização poderá ser renovada, pelo mesmo prazo, desde que os pré-requisitos 
se mantenham.
Importante
Essa portaria caracterizou a infraestrutura mínima necessária para 
cada tipo de estabelecimento hospitalar, com o intuito de credenciar 
e habilitar as UNACON ou CACON, de acordo com sua capacidade. 
Outro destaque é quanto à importância da informação por meio do 
prontuário único e do Registro Hospitalar de Câncer (RHC).
Ressalta-se, também, a equipe de apoio multidisciplinar, com atividades na área 
ambulatorial e de internação nas áreas:
• Psicologia clínica.
• Serviço social.
• Nutrição.
• Cuidados de ostomizados.
33
Ações de Prevenção e Atenção Oncológica Política nacional de atenção oncológica Capitulo 2
• Fisioterapia.
• Reabilitação.
• Odontologia, psiquiatria e terapia renal substitutiva (opcional).
No Serviço de Oncologia Clínica é necessário a apresentação de rotina de funcionamento 
escrita com, no mínimo, os procedimentos médicos, farmacêuticos e de enfermagem, 
o que ressalta a atuação do profissional dedicado à administração de quimioterápicos. 
No Serviço de radioterapia, o enfermeiro e o técnico de enfermagem são integrantes 
da equipe do serviço. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) estabelece 
a necessidade de médico especialista em radioterapia, físico médico e técnico de 
radioterapia.
O artigo 7º estabelece que, na definição dos quantitativos e da distribuição geográfica 
das UNACON e CACON e centros de referência, os gestores do SUS devem utilizar os 
critérios e parâmetros definidos pela SAS, por meio do Anexo III:
1. População a ser atendida.
2. Necessidade de cobertura assistencial.
3. Mecanismos de acesso com os fluxos de referência e contra referência.
4. Capacidade técnica e operacional dos serviços.
5. Série histórica de atendimentos realizados.6. Integração com os mecanismos de regulação e com os demais serviços assistenciais 
– ambulatoriais e hospitalares – que compõem a rede de atenção oncológica no 
estado.
O parâmetro que está sendo utilizado para o planejamento da sub-rede de alta 
complexidade em oncologia é o seguinte: número de casos novos de câncer por estado, 
a partir das taxas brutas de incidência de câncer.
34
Ações de Prevenção e Atenção Oncológica Política nacional de atenção oncológica Capitulo 2
Resumindo
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudinho? 
Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema 
de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve 
ter aprendido que a abordagem do câncer como problema sanitário 
a ser enfrentado pelo Estado se deu somente a partir da década de 
30 do século XX, pela atuação de pesquisadores da área como Mario 
Kroeff, Eduardo Rabello e Sérgio Barros de Azevedo e, que no Brasil, a 
preocupação com prevenção e controle do câncer, iniciou na década 
de 1930. Deve ter compreendido que por meio do UNACON, o hospital que 
possui condições técnicas, instalações físicas, equipamentos e recursos 
humanos adequados à prestação de assistência especializada de alta 
complexidade participa do diagnóstico definitivo e tratamento dos 
cânceres mais prevalentes no Brasil.
35
@faculdadelibano_
3
Ações de 
prevenção 
no controle 
de câncer
36
Ações de Prevenção e Atenção Oncológica Capitulo 3
Ações de prevenção no 
controle de câncer
A prevenção sempre é a melhor alternativa para qualquer tipo de doença. Com o câncer 
não é diferente. A incidência da doença e o número de óbitos vêm em consequência ao 
estilo de vida que a população está vivenciando.
Objetivos
Ao término deste capítulo você será capaz de reconhecer os fatores de 
risco do câncer, visando à promoção da saúde. E então? Motivado para 
desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante!
Você Sabia?
A necessidade de se trabalhar com a promoção a saúde é premente. 
Prevenção ainda é o melhor tratamento e pode significar uma significativa 
redução da mortalidade. Estudos tentam minimizar o aparecimento 
da doença por meio de pesquisas com a quimio-prevenção, certos 
medicamentos, vacinas entre outros.
Testes genéticos para pessoas de alto risco também estão disponíveis. São medidas 
de esforço internacionais que visam à geração de medidas que possam prever o risco, 
permitir o diagnóstico precoce e promover estratégias mais específicas em relação aos 
tratamentos já empregados.
Vários estudos têm demonstrado que numerosos fatores como raça, influência cultural, 
nível educacional, renda e idade influenciam o grau de conhecimento que as pessoas 
37
Ações de Prevenção e Atenção Oncológica Ações de prevenção no controle de câncer Capitulo 3
têm acerca dos fatores de risco para o câncer e tipos de comportamentos saudáveis 
que precisam praticar. A conscientização do público acerca da promoção da saúde 
pode ser aumentada de várias formas.
 
Programas de educação e manutenção da saúde são patrocinados por organizações 
comunitárias, como igrejas, grupos comunitários e associações de pais e mestres. Os 
programas de prevenção primária podem focalizar os riscos de fumo ou a importância 
da alimentação. Os programas de prevenção secundária podem incluir o autoexame 
de mama, próstata e o teste de Papanicolau.
A seguir veja um esquema para que você possa identificar os tipos de prevenção:
FIGURA 4
Tipos de 
prevenção
FONTE
Elaborado pela 
autora (2022).
38
Ações de Prevenção e Atenção Oncológica Capitulo 3
O câncer é uma doença genética, cujo processo tem início com um dano a um ou a um 
grupo de genes de uma célula e progride quando todos os mecanismos do complexo 
sistema imunológico de reparação ou destruição celular falham.
Podemos classificar os fatores de risco em: intrínsecos ou extrínsecos.
• FATORES DE RISCO INTRÍNSECOS: a idade, o gênero, a etnia ou raça e a herança genética.
• FATORES DE RISCO EXTRÍNSECOS: uso de tabaco e álcool, hábitos alimentares 
inadequados, inatividade física, agentes infecciosos, radiação ultravioleta, exposições 
ocupacionais, poluição ambiental, radiação ionizante, alimentos contaminados, 
obesidade e situação socioeconômica, uso de drogas hormonais, fatores reprodutivos 
e a imunossupressão.
Fatores de risco para o câncer
Definição
Chamamos de Fatores de risco qualquer coisa que aumenta o risco 
de um indivíduo desenvolver uma determinada doença ou sofrer um 
determinado agravo.
Explicando Melhor
Essa exposição é cumulativa no tempo e, portanto, o risco de câncer 
aumenta com a idade. Mas, é a interação entre os fatores intrínsecos e 
extrínsecos que vai determinar o risco individual de câncer.
Parte dos fatores ambientais depende do comportamento do indivíduo, que pode ser 
modificado, reduzindo o risco de desenvolver um câncer. A partir da premissa de que é 
possível modificar o risco de desenvolvimento do câncer, estima-se hoje que cerca de 
30% de todas as neoplasias podem ser prevenidas.
Ações de prevenção no controle de câncer
39
Ações de Prevenção e Atenção Oncológica Capitulo 3Ações de prevenção no controle de câncer
Nos Estados Unidos, estima-se que pelo menos dois terços das mortes por câncer estão 
relacionadas com apenas quatro fatores: uso do tabaco, alimentação, obesidade e 
inatividade física e todos eles podem ser modificados.
As modificações dependem, portanto, de mudanças no estilo de vida individual, do 
desenvolvimento de ações e regulamentações governamentais, de mudanças culturais 
na sociedade e dos resultados de novas pesquisas. Sob essa perspectiva, os fatores de 
risco para o câncer são hoje classificados segundo a possibilidade de modificação.
40
Ações de Prevenção e Atenção Oncológica Capitulo 3Ações de prevenção no controle de câncer
41
Ações de Prevenção e Atenção Oncológica Capitulo 3Ações de prevenção no controle de câncer
Fatores protetores para o câncer de mama
O INCA (2013) dá ênfase sobre a importância de uma alimentação saudável, porém, ela 
só funcionará como fator protetor quando adotada constantemente durante toda a 
vida, devendo ser incentivados e valorizados os bons hábitos alimentares, citando como 
exemplo o brasileiro no ato do uso contínuo do arroz com feijão, ações de prevenção 
primária e secundária do câncer de mama.
QUADRO 2
Fatores de risco para o câncer segundo a possibilidade de modificação
FONTE
American Cancer Society (2006).
Acesse
Quer se aprofundar neste tema? Acesse o vídeo Cuidados com a 
alimentação para se proteger do câncer de mama.
42
Ações de Prevenção e Atenção Oncológica Capitulo 3Ações de prevenção no controle de câncer
De acordo com INCA (2013), a dieta tem se constituído um fator de proteção para vários 
tipos de câncer. Frutas, verduras, legumes e cereais integrais, vitaminas e fibras contém 
nutrientes capazes de auxiliar nas defesas naturais do nosso organismo, sendo que esses 
alimentos podem bloquear ou reverter estágios iniciais do processo de mutação que 
as células cancerígenas desenvolvem, porém, esses alimentos devem ser consumidos 
com frequência.
FIGURA 4
Óbitos por câncer de 
mama em 2018 por 
gênero
FONTE
Gauthier (2018)
43
Ações de Prevenção e Atenção Oncológica Capitulo 3Ações de prevenção no controle de câncer
A prevenção do câncer de mama de nível primário consiste em um conjunto de ações 
que objetivam reduzir o risco de câncer por meio da eliminação ou limite da exposição 
aos fatores casuais e promoção dos fatores de proteção, incluindo atividades de 
promoção à saúde. 
No tocante às ações de prevenção primária, pode-se afirmar que estão relacionadas à 
alteração de inúmeros hábitos, como: alimentação, sobrepeso e obesidade, atividade 
física, exposição solar, tabagismo, álcool, ou seja, as situações apontadas como risco 
modificáveis.
O Inca (2008) destaca, dentro das ações de prevenção primárias, que uma alimentação 
variada tem relação direta sobre a possibilidade de desenvolvercâncer, uma vez que 
a alimentação composta pelos mais variados alimentos, nutrientes e substâncias 
químicas interferem no risco de câncer, destacando que as evidências científicas têm 
demonstrado que um consumo maior de frutas, legumes e verduras contribui para 
FIGURA 5
Fatores relacionados ao câncer de mama
FONTE
TUA Seguros (2019).
44
Ações de Prevenção e Atenção Oncológica Capitulo 3Ações de prevenção no controle de câncer
a redução de câncer, também a manutenção do peso corporal, considerada pela 
Organização Mundial de Saúde (OMS) como a segunda causa evitável de câncer.
A atividade física regular constitui-se em uma ação de prevenção primária, bem como 
fator protetor, pois está relacionada com a regulação dos hormônios femininos durante 
sua prática, além de manter o equilíbrio entre a ingestão calórica e gasto energético. 
Considerada uma forma de prevenção primária, a mastectomia profilática, a qual 
consiste na retirada total da mama, seguida por reconstrução imediata da mama, pode 
reduzir o risco de câncer de mama em 90%, as possíveis candidatas incluem mulheres 
com forte história familiar de câncer de mama, diagnóstico de carcinoma lobular in 
situ (CLIS), ou hiperplasia atípica, mutação do gene BRCA, que são genes de supressão 
tumoral e normalmente funcionam para identificar o DNA danificado, restringindo o 
crescimento celular anormal, medo extremo de câncer ou câncer prévio em uma das 
mamas.
Em relação à prevenção secundária está pautada na identificação de grupos de riscos 
e na definição de ações específicas para detecção precoce, o autoexame das mamas, 
o exame clínico anual e a mamografia compõem o tripé da prevenção secundária. 
A vigilância em longo prazo é recomendada a mulheres consideradas de alto risco, 
que podem começar mais cedo os exames clínicos das mamas em relação às outras 
mulheres, podendo ser realizados duas vezes por ano, dando início aos 25 anos de idade.
As formas terapêuticas prestadas pela enfermagem a mulheres 
com câncer de mama
Nota
A capacidade de avaliar os pacientes é uma das habilidades da 
enfermagem, seja qual for o ambiente de atuação.
45
Ações de Prevenção e Atenção Oncológica Capitulo 3Ações de prevenção no controle de câncer
A educação em saúde pode ocorrer no momento da consulta de enfermagem 
ginecológica, em que exames são realizados pelo enfermeiro, devendo este proceder 
a anamnese e exame físico cauteloso e detalhado, na busca de qualquer alteração 
fisiológica presente. 
Nesse momento ocorre a comunicação terapêutica, o enfermeiro orienta, esclarece 
dúvidas e conforta o paciente, se necessário.
A atuação do profissional enfermeiro nas formas terapêuticas prestadas a mulheres 
com câncer de mama, ao enfatizar que esse profissional pode atuar nas diversas 
estratégias como no desenvolvimento de ações educativas junto à comunidade, 
independentemente de sua atuação profissional, citando que um momento oportuno 
para essa prática deve ser durante a consulta de enfermagem, sendo que nenhum 
profissional de saúde tem um contato tão prolongado com o paciente como o 
enfermeiro.
Importante
O profissional de enfermagem possui um papel fundamental no 
diagnóstico precoce, ele pode aplicar, em sua prática assistencial, seus 
conhecimentos sobre fatores de riscos para o câncer, bem como sobre 
medidas de prevenção. Deve ainda informar sobre os sinais e sintomas 
de alerta para o câncer, assim, pode obter suspeitas diagnósticas, 
orientando e encaminhado os pacientes ao serviço de saúde.
O profissional enfermeiro deve:
• Aplicar em sua prática assistencial seus conhecimentos sobre os fatores de risco 
para o câncer, bem como sobre as medidas de prevenção.
• Saber alertar para os sinais e sintomas evidenciados para a doença, dos quais se 
destacam sinais de alerta como nódulos, febre contínua, feridas que não cicatrizam, 
indigestão constante, rouquidão crônica, sangramento vaginal e dor durante a 
relação sexual.
• A atuação do enfermeiro é iniciada desde a prevenção primária e secundária e se 
46
Ações de Prevenção e Atenção Oncológica Capitulo 3Ações de prevenção no controle de câncer
estende após o diagnóstico, por meio da consulta de enfermagem, a ser realizada 
por ocasião da internação e antes de cada modalidade terapêutica.
• No pós-operatório, deve se avaliar a ferida operatória e orientar para alta, direcionado 
a mulher para o autocuidado com o sítio cirúrgico e dreno, além do membro 
homolateral.
Cuidar de paciente com câncer é um desafio de ensinar, pois é um indivíduo que se 
encontra em uma situação ultra especial, uma vez que a disseminação da doença pode 
ser inevitável e a sobrevida desse paciente passa a ser reduzida. 
Tal situação exige que o cuidado e o conforto prestado pela enfermagem sejam 
realizados no tempo presente, no tempo do paciente, que pode ser infinitamente longo ou 
curto. Os desejos desse paciente devem ser realizados, se possível, sendo que o desafio 
de cuidar desses pacientes está nas mãos da enfermagem, que deve criar estratégias 
para colocá-los na melhor condição possível.
Importante
O câncer de mama é, provavelmente, o tipo de câncer mais temido 
pelas mulheres, pelo impacto psicológico que ele provoca, afetando 
negativamente e diretamente a percepção da sexualidade e sua 
imagem corporal, devendo o enfermeiro perceber imediatamente 
qualquer alteração psicológica para uma atuação efetiva no sentido de 
proceder com o devido encaminhando dessa mulher para o profissional 
habilitado.
O profissional enfermeiro que presta assistência as mulheres que estão recebendo 
tratamento quimioterápico deve encorajá-las no sentido do uso de medicamentos que 
previnam e controlam as náuseas, vômitos e estomatite, bem como o uso correto dos 
medicamentos de uso contínuo.
Esse profissional deve colocar-se à disposição para qualquer esclarecimento mediante 
a paciente ou familiar. Outra forma terapêutica que deve ser utilizada pelo profissional 
47
Ações de Prevenção e Atenção Oncológica Capitulo 3Ações de prevenção no controle de câncer
enfermeiro é a orientação e esclarecimentos sobre a importância da mulher realizar 
o autoexame das mamas mensalmente, pois ainda existe resistência por parte das 
mulheres a essa prática, associada a vergonha de se tocar, desconhecimento da técnica 
e medo de detectar algum nódulo.
Os cuidados psicossociais que devem ser disponibilizados durante o tratamento de 
câncer, pois o sofrimento emocional durante este período é comum nas pacientes, seja 
por motivos financeiros, pelo comprometimento das atividades cotidiana em função do 
momento, bem como pela ausência nesse tempo, sendo fundamental que o profissional 
enfermeiro apoie no ensino de algumas habilidades, utilizando como instrumento 
a comunicação, o encorajamento, o estímulo e o incentivo para a continuidade do 
tratamento.
Resumindo
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudinho? 
Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema 
de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter 
aprendido que a prevenção sempre é a melhor alternativa para qualquer 
tipo de doença e com o câncer não é diferente. Deve ter compreendido 
que os fatores genéticos para pessoas de alto risco também estão 
disponíveis. Deve ter aprendido que existem esforços internacionais 
que visam à geração de medidas que possam prever o risco, permitir 
o diagnóstico precoce e promover estratégias mais específicas em 
relação aos tratamentos já empregados. Deve ainda ter aprendido que 
cuidar de paciente com câncer é um desafio, pois é um indivíduo que se 
encontra em uma situação ultra especial, uma vez que a disseminação 
da doença pode ser inevitável e a sobrevida desse paciente passa a 
ser reduzida. Tal situação exige que o cuidado e conforto prestados 
pela enfermagem sejam realizados no tempo presente ou no tempo do 
paciente, que pode ser infinitamente longo ou curto.
48
@faculdadelibano_
4
Fisiopatologia 
do câncer
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Ações de Prevençãoe Atenção Oncológica Capitulo 4
Fisiopatologia do câncer
O que é o câncer?
O câncer é uma patologia que tem início causando danos ao DNA celular. Quando 
ocorre a danificação, existem três processos que podem possivelmente acontecer com 
as células:
• Morte celular: a morte celular pode acontecer pelos erros próprios ou por meio da 
ativação do apoptose realizada pelos genes de suspensão tumoral.
• Reconhecimento e reparo do agravo causado por genes de reparo do DNA.
• Transmissão de dados para as células originais pelas falhas causadas em outros 
mecanismos, quando há transmissão dos danos às células descendentes, ou seja, 
em células-filhas, em que acontece o processo das neoplasias.
Objetivos
Ao término deste capítulo você será capaz de apontar uma série de 
dados que traduzem a magnitude do câncer no Brasil. E então? Motivado 
para desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante!
Definição
Câncer: grego karkínos -> “caranguejo”.
A palavra câncer foi utilizada pela primeira vez por Hipócrates, o pai da 
medicina (460 e 377 a.C.). Conjunto de mais de 100 doenças, que têm em 
comum o crescimento desordenado de células, que tendem a invadir 
tecidos e órgãos vizinhos.
50
Ações de Prevenção e Atenção Oncológica Fisiopatologia do câncer Capitulo 4
A oncogênese e carcinogênese são classificações para determinar o processo de 
desenvolvimento da neoplasia, as quais se dão desde as modificações primárias na 
célula de DNA até a constituição do câncer (RODRIGUES; OLIVEIRA, 2016).
O processo de desenvolvimento do câncer agrega três fases:
• Iniciação.
• Promoção.
• Progressão.
A iniciação se dá como um processo rápido. Quando ocorre, as células podem se manter 
por um período de tempo considerável. Diversas células modificadas não evoluirão, ou 
ainda, evoluem de maneira lenta. Essas células passam por, pelo menos, um ciclo de 
divisão celular para que aconteça a fixação do DNA (RODRIGUES; OLIVEIRA, 2016).
A exposição a carcinógenos, a predisposição genética e os múltiplos aspectos associados 
ao ambiente definem a formação de clones celulares atípicos com a ampliação da 
fração e crescimento celular (RODRIGUES; OLIVEIRA, 2016).
Importante
O corpo humano é exposto constantemente a diversos agentes que 
podem induzir o surgimento do câncer, estes são denominados de 
carcinógenos. Independente da exposição, as células são capazes de 
passar por alterações de modo espontâneo.
A promoção acontece por meio de atuação contínua de substâncias fomentadoras, 
nas quais os efeitos independem da dose ou domínio, e sim, do período de atuação 
e intensidade das reações que o definem. A maioria das substâncias atreladas são 
iniciadoras, mas também, promotoras, mesmo que não desenvolvam este papel de 
modo simultâneo (RODRIGUES; OLIVEIRA, 2016).
Este é um processo lento, estendido, determinado por reação inflamatória. Necessita 
ser contínuo e empregar repetições, apontando o aumento das modificações 
51
Ações de Prevenção e Atenção Oncológica Fisiopatologia do câncer Capitulo 4
cromossômicas, expansão do nível mitótico e ampliação das possibilidades de 
alterações. A etapa de promoção pode levar ao surgimento de neoplasias.
Enquanto na fase de progressão, as células são indiferenciadas. Logo em seguida existe 
a secreção do fator de angiogênese tumoral. Esta, causa aumento da vascularização 
no interior da estrutura neoplásica, elevando de modo drástico o crescimento e grau de 
invasividade (RODRIGUES; OLIVEIRA, 2016).
As células normais que formam os tecidos do corpo humano são capazes de se multiplicar 
por meio de um processo contínuo que é natural. A maioria das células normais cresce, 
multiplica-se e morre de maneira ordenada.
Nem todas as células normais são iguais, algumas nunca se dividem (neurônios) e 
outras dividem-se de forma rápida e contínua (células do tecido epitelial). A proliferação 
celular não implica necessariamente presença de malignidade, podendo simplesmente 
responder às necessidades específicas do corpo.
No câncer, as células cancerosas continuam crescendo incontrolavelmente, formando 
outras novas células anormais. Diversos organismos vivos podem apresentar, em algum 
momento da vida, anormalidade no crescimento celular – as células se dividem de 
forma rápida, agressiva e incontrolável, espalhando-se para outras regiões do corpo – 
acarretando transtornos funcionais.
Importante
Características do câncer: perda do controle da divisão celular e 
capacidade de invadir outras estruturas orgânicas.
A predisposição hereditária possui grande impacto quando falamos no processo de 
mutação celular. Os cânceres hereditários normalmente são:
• Tumores múltiplos de órgãos (múltiplos órgãos e/ou o mesmo).
• Tumores bilaterais em órgãos pares.
• Múltiplos focos tumorais no mesmo órgão.
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Ações de Prevenção e Atenção Oncológica Fisiopatologia do câncer Capitulo 4
• Idade inicial precoce.
• Tumores histológicos raros.
• Tumores de gênero não usual.
• Tumores ligados a disfunções congênitas.
• Tumores ligados a patologias raras.
As neoplasias (câncer in situ e câncer invasivo) correspondem a forma não controlada 
de crescimento celular e, na prática, são denominados tumores.
Saiba Mais
Esse fenômeno é chamado de transição epidemiológica ou mudança 
do perfil epidemiológico.
Esse processo engloba, basicamente, três mudanças:
• Aumento da morbimortalidade pelas doenças e agravos não transmissíveis e 
pelas causas externas.
• Deslocamento da carga de morbimortalidade dos grupos mais jovens para grupos 
mais idosos.
• Transformação de uma situação em que predomina a mortalidade, para outra na 
qual a morbidade é dominante, com grande impacto para o sistema de saúde. O 
câncer está entre as doenças não transmissíveis responsáveis pela mudança do 
perfil de adoecimento da população brasileira.
Vários fatores explicam a participação do câncer na mudança do perfil de adoecimento 
da população brasileira. Entre eles, podemos citar:
• A maior exposição a agentes cancerígenos: os atuais padrões de vida adotados em 
relação ao trabalho, à alimentação e ao consumo de álcool, de modo geral, expõem 
os indivíduos a fatores ambientais (agentes químicos, físicos e biológicos), resultantes 
de mudanças no estilo de vida das pessoas e do processo de industrialização cada 
vez mais intenso.
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• O prolongamento da expectativa de vida e o envelhecimento populacional estão 
relacionados com:
• A redução do número médio de filhos (nascidos vivos) por mulher em idade 
reprodutiva.
• A melhoria das condições econômicas e sociais, refletindo também na melhoria de 
saneamento das cidades.
• A evolução da medicina e o uso de antibióticos e vacinas.
FIGURA 7
Atualmente, países como o 
Brasil apresentam aumento 
na expectativa de vida
FONTE
Freepik
• O aprimoramento dos métodos para se diagnosticar o câncer.
• O aumento no número de óbitos pela doença.
• A melhoria da qualidade e do registro da informação.
Atualmente, registra-se o aumento da incidência de cânceres associados ao melhor 
nível socioeconômico:
• Mama, próstata e cólon e reto.
• Ao mesmo tempo em que se observam taxas de incidência elevadas - abordagens 
básicas para o controle do câncer de tumores geralmente associados a condições 
sociais menos favorecidas.
• Colo do útero, estômago, cabeça e pescoço.
 
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O número de casos novos de câncer no Brasil
Nos anos de 2018 estima-se, no Brasil, a ocorrência de 600 mil casos novos de câncer. 
Os mais incidentes são os cânceres de próstata, pulmão, mama feminina e cólon e reto.
Os tipos de câncer mais incidentes em homens serão próstata (31,7%), pulmão (8,7%), 
intestino (8,1%), estômago (6,3%) e cavidade oral (5,2%). Já nas mulheres, os cânceres de 
mama (29,5%), intestino (9,4%), colo do útero (8,1%), pulmão (6,2%) e tireoide (4,0%).
As Regiões Sul e Sudeste mostram 70% dos casos novos. Nas RegiõesSul e Sudeste, 
predominam os cânceres de próstata e de mama feminina, bem como os cânceres de 
pulmão e de intestino. A Região Centro-Oeste apresenta maior incidência dos cânceres 
do colo do útero e de estômago.
Nas Regiões Norte e Nordeste, a incidência dos cânceres do colo do útero e estômago 
têm impacto importante nessa população. Na Região Norte, as taxas dos cânceres de 
mama e do colo do útero se equivalem entre as mulheres. 
Importante
O acometimento desses cânceres pode se dar por vários fatores. O Brasil 
conta com políticas públicas para a prevenção, diagnóstico precoce e 
tratamento do câncer, realiza campanhas em prol da saúde da mulher 
(outubro rosa) e do homem (novembro azul).
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FIGURA 8
Percentagem de novos casos e mortes de câncer no mundo
FONTE
Nações Unidas (2018).
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Resumindo
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudinho? 
Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema 
de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter 
aprendido que na nossa prática clínica, frequentemente nos deparamos 
com problemas éticos e devemos resolvê-los, apoiados nos três critérios 
da bioética: beneficência, autonomia e justiça. Na relação enfermeiro- 
paciente, apesar de acharmos que é uma relação “a dois”, sempre 
estará presente um terceiro fator, a justiça (sociedade), norteando essa 
relação. A Portaria nº 2439/GM estabeleceu a Política Nacional de Atenção 
Oncológica, que estabeleceu diretrizes para o controle do câncer no 
Brasil, desde a promoção da saúde até os cuidados paliativos. E por fim, 
a incidência do câncer e o número de óbitos vêm em consequência 
ao estilo de vida que a população está vivenciando. A necessidade de 
se trabalhar com a promoção a saúde é premente. Prevenção ainda 
é o melhor tratamento e pode significar uma significativa redução da 
mortalidade, já que os dados apontam o crescimento do número de 
pacientes oncológicos em nosso país.
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Ações de Prevenção e Atenção Oncológica
Referências
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Saúde. Instituto Nacional de Câncer. Coordenação de Prevenção e Vigilância. Rio de 
Janeiro: INCA, 2006. Disponível em: https://www.inca.gov.br/sites/ufu.sti.inca.local/ files//
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BRASIL. Portaria n.º 874, de 16 de maio de 2013. Política Nacional para a Prevenção e 
Controle do Câncer na Rede de Atenção à Saúde das Pessoas com Doenças Crônicas 
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NAÇÕES UNIDAS. Mortes por câncer devem atingir número recorde de 9,6 milhões 
este ano, 2018. Disponível em: https:// www.facebook.com/nacoesunidas/
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Ações de Prevenção e Atenção Oncológica Referências
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ZOBOLI, E. L. C. P.; FORTES, P. A. C. Novas pontes para a bioética: do individual ao coletivo, 
da alta especialização à atenção básica. O Mundo da Saúde, v. 28, n. 1, p. 28-33, jan./mar., 
2004.
 
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	Bioética
	Conceito de bioética
	Os princípios da bioética
	O principialismo e o cuidado na enfermagem
	Política nacional de atenção oncológica
	Conhecendo a política nacional de atenção oncológica
	Relatório de Auditoria Operacional – PNAO
	Unidades de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (UNACON), Centros de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (CACON) e os Centros de Referência de Alta Complexidade em Oncologia
	Unidades de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (UNACON)
	UNACON sem radioterapia
	UNACOM com radioterapia
	Centros de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (CACON)
	Centros de Referência de Alta Complexidade em Oncologia
	Ações de prevenção no controle de câncer
	Fatores de risco para o câncer
	Fatores protetores para o câncer de mama
	As formas terapêuticas prestadas pela enfermagem a mulheres com câncer de mama
	Fisiopatologia do câncer
	O que é o câncer?
	O número de casos novos de câncer no Brasil
	Referências

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