Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.
left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

Prévia do material em texto

Professor(a) Dr. Aline José Maia
MICROBIOLOGIA GERAL 
E BIOSSEGURANÇA
2023 by Editora Edufatecie. Copyright do Texto C 2023. Os autores. Copyright C Edição 2023 Editora Edufatecie.
O conteúdo dos artigos e seus dados em sua forma, correção e confiabilidade são de responsabilidade exclusiva
dos autores e não representam necessariamente a posição oficial da Editora Edufatecie. Permitido o download da 
obra e o compartilhamento desde que sejam atribuídos créditos aos autores, mas sem a possibilidade de alterá-la 
de nenhuma forma ou utilizá-la para fins comerciais.
 REITORIA Prof. Me. Gilmar de Oliveira
 DIREÇÃO ADMINISTRATIVA Prof. Me. Renato Valença 
 DIREÇÃO DE ENSINO PRESENCIAL Prof. Me. Daniel de Lima
 DIREÇÃO DE ENSINO EAD Profa. Dra. Giani Andrea Linde Colauto 
 DIREÇÃO FINANCEIRA Eduardo Luiz Campano Santini
 DIREÇÃO FINANCEIRA EAD Guilherme Esquivel
 COORDENAÇÃO DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO Profa. Ma. Luciana Moraes
 COORDENAÇÃO ADJUNTA DE ENSINO Profa. Dra. Nelma Sgarbosa Roman de Araújo
 COORDENAÇÃO ADJUNTA DE PESQUISA Profa. Ma. Luciana Moraes
 COORDENAÇÃO ADJUNTA DE EXTENSÃO Prof. Me. Jeferson de Souza Sá
 COORDENAÇÃO DO NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Prof. Me. Jorge Luiz Garcia Van Dal
 COORDENAÇÃO DE PLANEJAMENTO E PROCESSOS Prof. Me. Arthur Rosinski do Nascimento
 COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA EAD Profa. Ma. Sônia Maria Crivelli Mataruco
 COORDENAÇÃO DO DEPTO. DE PRODUÇÃO DE MATERIAIS DIDÁTICOS Luiz Fernando Freitas
 REVISÃO ORTOGRÁFICA E NORMATIVA Beatriz Longen Rohling 
 Carolayne Beatriz da Silva Cavalcante
 Caroline da Silva Marques 
 Eduardo Alves de Oliveira
 Isabelly Oliveira Fernandes de Souza
 Jéssica Eugênio Azevedo
 Louise Ribeiro 
 Marcelino Fernando Rodrigues Santos
 Vinicius Rovedo Bratfisch
 PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO Bruna de Lima Ramos
 Carlos Firmino de Oliveira
 Hugo Batalhoti Morangueira
 Giovane Jasper 
 Vitor Amaral Poltronieri
 ESTÚDIO, PRODUÇÃO E EDIÇÃO André Oliveira Vaz 
 DE VÍDEO Carlos Henrique Moraes dos Anjos
 Pedro Vinícius de Lima Machado
 Thassiane da Silva Jacinto
 FICHA CATALOGRÁFICA
 
 Dados Internacionais de Catalogação na Publicação - CIP
 M217m Maia, Aline José
 Microbiologia geral e biossegurança / Aline José maia.
 Paranavaí: EduFatecie, 2024.
 115 p.: il. Color.
 
 1. Microbiologia. 2. Biossegurança. 3. Microbiologia médica 
 4. Olhos – Fisiologia. I. Centro Universitário UniFatecie.
 II.Núcleo de Educação a Distância. III. Título. 
 
 CDD: 23. ed. 579
 Catalogação na publicação: Zineide Pereira dos Santos – CRB 9/1577
As imagens utilizadas neste material didático 
são oriundas do banco de imagens 
Shutterstock .
3
AUTORA
 Doutora em Agronomia pela Universidade Estadual de Maringá (UEM) — área 
de concentração Proteção de Plantas. Possui mestrado em Agronomia pela Universidade 
Estadual do Centro Oeste (UNICENTRO) — área de concentração Produção vegetal. É 
formada em Agronomia pela Universidade Estadual do Centro Oeste (UNICENTRO).
Amplo conhecimento laboratorial, manutenção básica de laboratório, segurança no 
laboratório, esterilização e técnicas de assepsia, tipos de meio de cultura, preparo de meio 
de cultivo de fungos e bactérias, condições de crescimento de patógenos, métodos de 
isolamento de fungos e bactérias, Postulado de Koch (regras de prova de patogenicidade), 
técnicas de inoculação, manutenção e preservação de culturas, controle de microrganismos 
in vitro. E também atua nos seguintes temas: proteção de planta, propagação, fruticultura, 
controle fitossanitário e manejo orgânico em videiras.
Informações e contato:
 Currículo Plataforma Lattes: http://lattes.cnpq.br/4683408883039820
 Professor(a) Dr. Aline José Maia
http://lattes.cnpq.br/4683408883039820
4
APRESENTAÇÃO
Seja muito bem-vindo(a)!
Caro(a) aluno(a)! Seja bem-vindo à disciplina de microbiologia. Esta disciplina 
abordará diversos assuntos a respeito dos microrganismos. Os microrganismos são seres 
que não são observados a olho nu, nós precisamos de ferramentas para observá-los, 
para verificar suas diversas formas, reprodução, aspectos bioquímico-fisiológicos e seu 
relacionamento com o hospedeiro sendo benéfica ou prejudicial.
Para estudarmos o mundo dos organismos microscópicos, nosso curso será dividido 
em quatro unidades:
Na unidade I apresentaremos conceito de microbiologia, um breve histórico e 
marcos da microbiologia. Nesta unidade, também estudaremos a classificação dos seres 
vivos e as características gerais dos microrganismos como bactérias, protozoários, fungos 
e vírus, bem como os microrganismos no cotidiano.
A unidade II abordaremos a caracterização e controle dos microrganismos, 
entendendo como obtém uma cultura pura e quais os meios são utilizados para o cultivo de 
microrganismos, bem como os elementos químicos e condições físicas necessários para o 
cultivo de microrganismos. Para termos sucesso no isolamento é necessário saber como 
é feito o preparo dos microrganismos para serem visualizados no microscópio e vamos ver 
também como é feito o controle dos microrganismos. 
Na unidade III e IV vamos tratar dos principais grupos de microrganismos. Ao longo 
da unidade III, vamos destacar A organização celular, reprodução, crescimento, variabilidade 
genética e principais grupos de bactérias, assim como as principais características dos 
protozoários. Na unidade IV, vamos estudar as principais características morfológicas, 
fisiológicas, reprodutivas e a classificação de fungos e as principais características dos vírus.
Que você alcance junto conosco, bons resultados ao percorrer esta jornada de 
conhecimento e que juntos consigamos alcançar os maiores sucessos em multiplicar os 
conhecimentos sobre tantos assuntos abordados em nosso material. Esperamos contribuir 
para seu crescimento pessoal e profissional.
 
Abraços e excelente estudo!
5
SUMÁRIO
Principais grupos de microrganismos
Principais grupos de microrganismo
Caracterização e controle dos microrganismos
Introdução a microbiologia
Professor(a) dra. Aline José Maia
INTRODUÇÃO A 
MICROBIOLOGIA1UNIDADEUNIDADE
PLANO DE ESTUDO
7
Plano de Estudos
• O que é microbiologia e sua aplicação;
• Histórico da microbiologia;
• Classificação dos seres e característica geral dos microrganismos;
• Microrganismos no cotidiano.
Objetivos da Aprendizagem
• Compreender as principais características da microbiologia como ciências. 
• Conhecer a perspectiva histórica da microbiologia.
• Diferenciar célula eucarionte de procarionte 
• Caracterizar os principais grupos de microrganismo 
• Exemplificar a função dos microrganismos no ambiente
INTRODUÇÃO A MICROBIOLOGIAUNIDADE 1
8
INTRODUÇÃO
Prezado(a) aluno(a), nesta primeira unidade do livro você será apresentado a 
microbiologia como ciências. 
No primeiro tópico a ser tratado, traz a compreensão que a microbiologia estuda 
organismos pequenos, que não são visíveis a olho nu pelo homem, somente com a ajuda 
do microscópio. Este foi um tópico elaborado com o intuito de sensibilizá-lo(a) sobre a 
importância da microbiologiaem sua 
posição mais alta. Agora, olhando através da ocular, com os dois olhos abertos e utilizando 
o parafuso macrométrico, desça lentamente a mesa até que o material a ser observado seja 
visto. Corrija a focalização utilizando o parafuso micrométrico.
 Após percorrer o campo, passe para objetiva de aumento médio (10X) e corrija a 
focalização utilizando o parafuso micrométrico. Observe o campo atentamente procurando 
percorrê-lo totalmente utilizando os parafusos da Charriot. Feito isso, passe para objetiva 
de 40X. Verifique se a focalização modifica, se você abrir ou fechar o diafragma. 
A atividade ao microscópio é estritamente dinâmica. A postura correta, além dos 
dois olhos abertos, inclui o fato de a mão direita ficar nos parafusos do “Charriot”, e a mão 
esquerda do parafuso micrométrico. Assim você poderá percorrer e estudar o campo todo 
da preparação. Terminando a observação, encaixe a objetiva de menor aumento, abaixe a 
mesa (ou platina) com o auxílio do macrométrico, desligue a luz e retire a lâmina.
2.4 Preparações microscópicas
Para visualizar a maioria dos microrganismos, é necessário prepará-los para que 
possam ser observados ao microscópio. O preparo deve ser de acordo com o interesse de 
observação: se for para visualizar os caracteres morfológicos, certos detalhes de estrutura 
celular, alguma função fisiológica na célula, são várias as técnicas que são utilizadas para 
a observação de microrganismos. Estas preparações podem ser simples (sem coloração) e 
trabalhosas (fixadas e coradas.
As preparações simples são: sem coloração e com coloração. As preparações 
sem coloração são: Lâminas e Lamínulas e microcultivo. As preparações com lâminas e 
lamínulas consiste em uma lâmina limpa, colocar uma gota do material a ser observado e 
cobrir com lamínula. 
Se o material ainda não estiver em suspensão, colocar primeiro uma gota de água 
e, em seguida, com a alça de repicagem, colocar uma pequena quantidade do material e 
cobrir com lamínula. O Microcultivo é um microrganismo que é cultivado em um pequeno 
pedaço de meio de cultura colocado em uma lâmina limpa e coberto com lamínula. O 
conjunto (lâmina + BDA com microrganismo + lamínula) é, então, depositado em câmara 
úmida e incubado por, aproximadamente, 7 dias. 
CARACTERIZAÇÃO E CONTROLE DOS MICRORGANISMOSUNIDADE 2
41
As preparações com coloração podem facilitar a observação tornando a célula mais 
visível. Em preparações a fresco entre lâminas e lamínulas, geralmente são utilizados corantes 
vitais que não comprometem a vitalidade das células, sendo destituídos de ação tóxica. Utilizado 
principalmente para observação de estruturas fúngicas. As preparações fixadas e coradas são 
preparações utilizadas na verificação das características morfológicas das bactérias.
 As etapas essenciais nesta preparação são: preparo do esfregaço: com a alça de 
platina, coletar uma amostra da suspensão bacteriana e esfregá-lo (espalhar) no centro de 
uma lâmina limpa e flambada; a fixação: após o esfregaço, a fixação é feita passando a 
lâmina três vezes diretamente sobre a chama do bico de Bunsen; e a coloração: a coloração 
pode ser simples (direta ou indireta) ou diferencial. Contudo, a coloração simples direta, o 
esfregaço fixado e corado utilizando-se apenas um tipo de corante (cristal violeta ou fucsina). 
Neste tipo de coloração a bactéria adquire a cor do corante e contrasta com o fundo 
claro (transparente) da lâmina. A coloração simples indireta: é também denominada de 
coloração negativa; o esfregaço fixado é coberto com uma fina camada de tinta da China ou 
nanquim. Nesta coloração a bactéria permanece incolor e contrasta com o fundo escuro da 
lâmina. E a coloração diferencial é realizada com a aplicação de mais de uma solução corante. 
Ex: coloração de Gram; coloração de esporos bacterianos; coloração de flagelos, etc.
CARACTERIZAÇÃO E CONTROLE DOS MICRORGANISMOSUNIDADE 2
42
Caro aluno(a), quando estamos trabalhando com o manuseio de microrganismos, 
seja em um laboratório, um hospital, uma indústria, dependemos de conhecer de como 
controlar os microrganismos no ambiente onde se encontram. Vários são os métodos que 
podem manter os microrganismos em uma população estável e a melhor a ser escolhida 
depende do que você quer destruir. Então neste tópico vamos discutir como iniciou o 
controle dos microrganismos, algumas determinações de uso corrente, as condições que 
podem influenciar na morte e o padrão de morte dos microrganismos.
Vamos iniciar!
O conceito de microbiologia é relativamente novo, no entanto, o controle dos 
microrganismos já era realizado a centenas de anos atrás. O cozimento dos alimentos 
é um dos métodos de preservação dos alimentos mais antigo e que é empregado até 
hoje com algumas modificações. Durante a quebra da teoria da geração espontânea, 
os cientistas da época comprovaram que a fervura poderia matar muitos microrganismos, 
embora bactérias esporulantes pudessem sobreviver devido à sua resistência ao calor. 
Os cientistas descobriram que os microrganismos poderiam ser mortos quando expostos 
a várias substâncias químicas ou de serem removidos do ar, ou de um líquido utilizando 
filtros especiais. Todas essas descobertas foram aplicadas na produção industrial de 
vinhos, cervejas, e produtos alimentícios. Para o controle de fermentação, deterioração 
de alimentos foram utilizados filtros de algodão e elevadas temperaturas. No século XIX, 
estes mesmos conceitos foram aplicados em hospitais, onde alguns médicos defendem as 
técnicas de limpeza, esterilização dos equipamentos cirúrgicos, entre outros.
FUNDAMENTOS DE 
CONTROLE DOS 
MICRORGANISMOS3
TÓPICO
CARACTERIZAÇÃO E CONTROLE DOS MICRORGANISMOSUNIDADE 2
43
As substâncias antimicrobianas, são aquelas que matam ou inibem o crescimento 
dos microrganismos. Dependendo do microorganismo afetado se tornam específicos como: 
antibacterianos, antifúngicos, antiprotozoários e antiviral. Os agentes antimicrobianos 
que matam os microrganismos são denominados de microbicidas. As denominações 
bactericidas e fungicidas indicam o tipo de microrganismo destruído. E quando ocorre 
a destruição de todos os microrganismos presentes em um material é denominado de 
esterilização. No entanto, tem os agentes que inibem o desenvolvimento do microrganismo, 
que são chamados microbiostáticos, e claro que muitas definições podem surgir, sendo 
os mais utilizados fungistático e bacteriostático. Os agentes microbianos podem ser 
agentes físicos e químicos, que serão discutidos no próximo tópico. Neste tópico vamos 
discutir aspectos fundamentais que se aplicam às duas classes de agentes de controle, 
incluindo: o padrão de morte da população microbiana, as condições que influenciam a 
eficácia de uma agente de controle e a forma pela qual as células microbianas podem ser 
lesionadas. Na microbiologia, o critério de morte do microrganismo é a sua capacidade de 
reproduzir, ou seja, o termo morte é definido como a perda de capacidade de reprodução. 
Quando avaliamos a eficácia de um agente físico ou químico em uma determinada amostra 
contamos o número de microrganismos que sobrevivem e a capacidade destes em se 
multiplicarem. Os microrganismos não são mortos instantaneamente ao contato com os 
agentes. O tempo que leva para a morte depende do tamanho da população microbiana. 
Os microrganismos morrem em uma relação constante, em um dado período de tempo. 
(Morte exponencial), como apresentado na tabela 1, a qual, mostra que a taxa de morte é 
normalmente constante, ou seja, a cada 1 minuto - 90% da população microbiana morre.
 
TABELA 1: PADRÃO CARACTERÍSTICO DE MORTE DOS MICRORGANISMOS LEVANDO 
EM CONSIDERAÇÃO O TEMPO, CÉLULAS MORTAS E AS CÉLULAS QUE SOBREVIVEM
Tempo (min) Células mortas Sobreviventes
0 0 1.000.000
1 900.000 100.000
2 90.000 10.000
3 9.000 1.000
4 900 100
5 90 10
6 9 0
Fonte: Adaptado de Pelczar Jr, M.J. et al. (1996).
CARACTERIZAÇÃO ECONTROLE DOS MICRORGANISMOSUNIDADE 2
44
À medida que o tempo vai passando o número de células vai diminuindo, então 
jamais teremos certeza que a última célula será atingida pelo agente de controle. Um 
exemplo clássico é a exposição de esporos de Bacillus anthracis ao fenol a 5%, sendo 
que o número de esporos sobreviventes diminui com o aumento do tempo de exposição 
ao fenol a 5%. Estes resultados são obtidos em condições ambientais controladas, 
inclusive as condições fisiológicas do microrganismo tratado. Os agentes de controle dos 
microrganismos podem sofrer grande influência de vários fatores ambientais, bem como 
as características biológicas do microrganismo. Dentre as variáveis de maior importância a 
serem consideradas quando se quer avaliar a eficácia de um agente antimicrobiano são: o 
tamanho da população microbiana; Intensidade ou concentração do antimicrobiano; tempo 
de exposição ao agente microbiano; temperatura que os microrganismos são expostos ao 
agente antimicrobiano; natureza do material que contém microrganismos e característica 
do microrganismo presente. Em relação ao tamanho da população, quanto maior for, 
mais tempo vai levar para morrer. Quanto menor for a intensidade ou a concentração do 
antimicrobiano, mais tempo se leva para destruir uma população de microrganismos. E 
quando se leva em consideração o tempo de exposição, quanto maior for o tempo maior será 
o número de células mortas. Em relação à temperatura, quanto mais alta for, mais rápido a 
população é morta. Várias são as características do material que contém o microrganismo 
que podem afetar o índice de morte das células. Por exemplo, pode-se utilizar o calor úmido 
para esterilizar meio de cultura. Entretanto, conservas de alimento requerem temperaturas 
menores. Os microrganismos também podem variar quanto à sua resistência aos agentes 
físicos e químicos. Por exemplo, bactérias gram positivas (vamos estudar no próximo 
capítulo) são mais resistentes ao calor que as gram-negativas.
CARACTERIZAÇÃO E CONTROLE DOS MICRORGANISMOSUNIDADE 2
45
Você percebe, caro aluno(a), a importância de fazer o controle de microrganismos?
Vejam, Louis Pasteur (1859), colocou em prática noções de esterilização e assepsia. 
Ele começou a incrementar métodos que evitam a propagação de doenças, deixando o 
ambiente estéril, um ambiente livre destes microrganismos. Como ele propôs que as doenças 
fossem causadas por microrganismos, ele também propôs formas de evitá-las, sendo desta 
forma a esterilização de equipamentos para matar os microrganismos deixando o material 
livre deles. Bom, pensando em evitar o desenvolvimento de microrganismos, precisamos 
saber o conceito de assepsia, antissepsia, desinfecção e esterilização. A assepsia é o 
conjunto de medidas usadas para impedir a entrada do microrganismo no ambiente que 
não os têm, ou seja, um lugar asséptico é aquele ambiente que está livre de infecção. 
Quando seu objetivo é realizar um conjunto de medidas para inibir o crescimento de um 
microrganismo ou removê-lo de um determinado ambiente, podendo ou não o destruí-lo, 
denominamos de procedimentos antissépticos. A ocorrência da redução do número de 
microrganismos por meio de um método físico ou químico é denominado de desinfecção. 
A esterilização é a destruição de todas as formas de vida microbiana (fungos, bactérias e 
vírus) seja por meio da aplicação de um método físico ou químico.
Entre os agentes físicos temos: o calor, a flambagem, a filtragem e a radiação.
CONTROLE FÍSICO 
E QUÍMICO DOS 
MICRORGANISMOS4
TÓPICO
CARACTERIZAÇÃO E CONTROLE DOS MICRORGANISMOSUNIDADE 2
46
4.1 Calor
O Calor é utilizado para esterilizar materiais que não alteram sua forma, ou o 
peso quando expostos a altas temperaturas. A esterilização via calor pode ser o vapor ou 
o calor seco.
4.1.1 Calor úmido
O Vapor Saturado ou calor úmido emprega-se a autoclave (Figura 4). Na falta deste 
equipamento pode utilizar uma panela de pressão com um termostato. A temperatura e o 
tempo de esterilização úmido são menores que a esterilização a seco. Porque seu poder de 
penetração é maior levando a morte dos microrganismos que se dá por meio da coagulação 
de proteínas. O tempo e a temperatura de autoclavagem varia de acordo com seu grau 
de contaminação e depende do tipo de material. Normalmente usa-se o binômio 10-15 
minutos a 121 graus ou 20 minutos a 115 graus, isso para baixo grau de contaminação. 
Para grau de contaminação mais elevado procede-se 2 a 3 autoclavagem sucessivas 
com intervalo de 24 horas a 121 graus por duas horas. A autoclavagem é recomendada 
para autoclavar meio de cultura, água, solo, entre outros similares. No entanto, produtos 
oleosos não podem ser autoclavados, pois a esterilização é superficial, devendo ser 
esterilizada pelo calor a seco ou filtragem. Alguns compostos termolábeis como compostos 
voláteis, hormônios, antibióticos, fungicidas são parcialmente ou totalmente inativados 
quando expostos a altas temperaturas, razão pela qual devem ser adicionados ao meio 
de cultivo após a autoclavagem e serem submetidos a filtragem. A alta temperatura causa 
alterações no meio de cultura, razão pelo qual deve ser autoclavado pelo tempo mínimo 
exigido, as mudanças mais comuns são mudança no pH, por isso deve ser aferido após 
autoclavagem, hidrólise parcial dos carboidratos, reações entre açúcares e aminoácidos 
formam substâncias inibitórias aos microrganismos e sucessivas autoclavagens hidrolisam 
o ágar e inibem o crescimento microbiano.
FIGURA 4: AUTOCLAVE (LADO ESQUERDO) E AS ESPECIFICAÇÕES
DE USO (LADO DIREITO).
 
Fonte: A autora.
CARACTERIZAÇÃO E CONTROLE DOS MICRORGANISMOSUNIDADE 2
47
Antes de iniciar um processo de autoclavagem é necessário tomar alguns cuidados 
que são listados a seguir.
• Verificar o nível da água;
• Não deve empilhar material dentro da autoclave, pois impede a passagem da 
circulação do vapor, o que impede a autoclavagem perfeita.
• Não encher os frascos, com mais de 2/3 de sua capacidade, pois durante 
a autoclavagem o líquido ferverá, podendo transbordar e também não deve 
vedar por completo o frasco, pois pode com a fervura dar pressão e ocorrer o 
derramamento da amostra.
• Os recipientes vazios devem ser autoclavados deitados para o vapor circular 
adequadamente.
• Ao ligar a autoclave deixe sair bastante vapor para que ocorra a completa 
remoção do ar, assim as temperaturas internas se mantêm constantes mantendo 
adequada a pressão fornecida pelo manômetro.
• Quando desligar deixe sair o vapor lentamente, assim não corre o risco do 
líquido entrar em ebulição e extravasar.
Após a saída do vapor, o que fazer? Retira-se imediatamente o material? O material 
deve permanecer no mínimo de 15 a 45 min para secagem. E o que fazer quando não se 
tem autoclave? O meio de cultivo pode ser esterilizado em banha maria por 30 a 60 min 
com intervalo de 24 horas por três dias consecutivos.
4.1.2 Calor seco
A esterilização a seco é utilizada para vidrarias, metais e alguns óleos e outros 
compostos estáveis em altas temperaturas. Este tipo de esterilização consiste em aumentar 
a temperatura do ambiente para matar o microrganismo oxidado, ou seja, desidratação do 
seu núcleo celular.
O calor tem poder de penetração menor por isso é necessário empregar temperaturas 
e tempos maiores quando comparado com a esterilização via calor úmido, sendo o tempo 
inversamente a temperatura. Os binômios mais usados são 1 hora a 180 graus; duas horas 
a 170 graus; 4-6 horas a 140 graus e 12-16 horas 120 graus. O tempo deve ser contado 
logo que a temperatura atinja o valor desejado.
Os equipamentos utilizados para esterilização por calor a seco são: estufa de 
circulação e ar forçado e estufa com circulação de ar por gravidade. A estufa de circulação 
de ar por gravidade demora mais tempo para atingir a temperatura. Quais são os cuidados 
a serem tomados para a esterilização a calor seco? Os cuidados são os seguintes: Verificar 
otipo de material a ser esterilizado, pois tem material que entra em combustão quando 
CARACTERIZAÇÃO E CONTROLE DOS MICRORGANISMOSUNIDADE 2
48
exposto a altas temperaturas. Não deve ser esterilizado material graduado, pois pode 
ocorrer alteração que afetam a precisão volumétrica das medidas. Quando o material é 
envolvido por papel não se deve abrir a porta da estufa durante ou imediatamente após o 
processo de esterilização, o ideal é esperar 30 min para abrir a porta da estufa, pois o papel 
pode entrar em combustão quando em contato com o ar. E não colocar material em contato 
com as paredes internas para facilitar a circulação do calor.
Todo o material a ser esterilizado por meio do calor seco deve ser embrulhado no 
papel Kraft, ou alumínio, ou acondicionados em caixas de inox para evitar contaminação 
após ser esterilizado.
4.2 Flambagem
A flambagem é usada para esterilizar utensílios metálicos como agulhas, 
pinças, alças de platinas ou vidros durante o processo de isolamento e repicagem de 
microrganismos. Para fazer a flambagem desses utensílios é necessária uma lamparina 
com álcool ou o bico de Bunsen. 
A temperatura ideal é acima de 45 graus, no entanto, na prática ao flambar o metal 
considera-se que essa temperatura é atingida no momento que o material fica vermelho 
(figura 5), e quando o utensílio é de vidro deve ser passado várias vezes pela chama.
FIGURA 5: FLAMBAGEM DA ALÇA DE PLATINA, CONSIDERADA FLAMBADA QUANDO 
A PONTA DO METAL FICA VERMELHA
Fonte: A autora.
4.3 Filtragem
A filtragem é a separação física de microrganismos, células, fragmentos orgânicos, 
porém não é eficiente para vírus. É utilizada para esterilizar soluções aquosas, orgânicas, 
óleos e produtos termolábeis (sensíveis a altas temperaturas) como vitaminas e hormônios.
CARACTERIZAÇÃO E CONTROLE DOS MICRORGANISMOSUNIDADE 2
49
Vários são os tipos de filtros empregados na filtragem:
• Membrana celulose: mais utilizadas em virtude de sua praticidade e baixo 
custo. O diâmetro do poro é de 0,22 micras.
• Filtro de vidro: é a fusão de pequenos fragmentos de vidro, a vantagem é que 
pode ser reutilizado.
• Filtros de amianto: quanto maior a quantidade de amianto, maior a eficiência. 
Entretanto, é um produto carcinogênico que deve ser evitado.
Para realizar a esterilização por filtragem é necessária pressão para a passagem 
do líquido, normalmente usa uma bomba a vácuo. E todo o material usado na filtragem 
deve ser autoclavado. 
4.4 Radiação
A radiação também pode ser utilizada na esterilização do material, podendo ser de 
dois tipos: radiação ultravioleta e radiação gama e beta.
A radiação ultravioleta interfere diretamente no desenvolvimento do microrganismo. 
A luz germicida atua nos ácidos nucleicos, provocando rearranjo no material genético, 
induzindo a mutação no microrganismo. Para obter esse tipo de radiação utilizam-se 
germicidas que emitem raios ultravioleta com baixo comprimento de onda que vai de 250 a 
260 nanômetros que tem alto poder germicida.
4.4.1 Será que as lâmpadas germicidas são iguais a lâmpadas fluorescentes?
O princípio de funcionamento, sim, mas as lâmpadas germicidas são revestidas de 
quartzo que transmite 93% de raios ultravioletas, enquanto que as lâmpadas fluorescentes 
são revestidas de vidro, transmitem pouquíssimo ultravioleta.
Este tipo de esterilização é utilizado em câmara de fluxo laminar (Figura 6), ou sala 
de assepsia devido seu baixo poder de penetração. O tempo mínimo é de 20 a 30 minutos. 
E sempre tomar cuidado para evitar o contato com a pele e os olhos.
CARACTERIZAÇÃO E CONTROLE DOS MICRORGANISMOSUNIDADE 2
50
FIGURA 6: CÂMARA DE FLUXO COM A LUZ GERMICIDA LIGADA.
 
Fonte: A autora.
 A radiação gama ou beta trata-se de um método de esterilização a baixa temperaturas 
com alto poder de penetração. É empregado em materiais termossensíveis como luvas, 
seringas, gazes e outros produtos. Este método é empregado também em frutos. Seu custo 
é relativamente alto, o que limita seu uso.
4.5 Métodos químicos
Os métodos químicos utilizam substâncias que têm capacidade de matar ou inibir 
o crescimento de um microrganismo. Dentre os métodos químicos, podemos citar os gases 
tóxicos e as soluções desinfetantes. 
Os gases tóxicos são utilizados para materiais que têm propriedades que não 
permitem esterilizar pelo método físico. Sua vantagem é que o processo de esterilização 
pode ser realizado a baixa temperatura e umidade e pode ser aplicável em uma grande 
quantidade de material de uma vez, alimentos, por exemplo. E não exige equipamentos 
para ser aplicado, o material pode ser acondicionado em sacos plásticos ou caixas seladas. 
A grande desvantagem é o custo elevado.
Comumente usa-se óxido de etileno, formaldeído e óxido de propileno. O óxido 
de etileno é um gás com grande poder de penetração, é extremamente tóxico mesmo em 
baixa concentração é explosivo quando entra em contato com o ar, por isso tem que tomar 
cuidado com seu manuseio. A esterilização é rápida cerca de 3h a temperatura ambiente. 
Geralmente utilizado para esterilizar produtos médico-hospitalares, solos e solução aquosa.
O formaldeído é um excelente micro biocida. Seu uso é restrito devido à alta 
toxicidade, alta capacidade de difusão ao ar e baixo poder de penetração. Para esterilizar 
CARACTERIZAÇÃO E CONTROLE DOS MICRORGANISMOSUNIDADE 2
51
câmaras de crescimento costuma-se colocar um pedaço de algodão embebido em 
formaldeído dentro por 24 horas. A câmara de crescimento deve ser utilizada após 72 
horas para eliminar qualquer resíduo do produto. Para manusear o produto deve usar luva, 
máscara e pinça. O óxido de propileno é menos efetivo que o óxido de etileno, no entanto, é 
utilizado para esterilizar placas de Petri e porções vegetais empregadas em meio de cultivo 
para induzir a esporulação de fungos.
Entre as soluções desinfetantes mais utilizadas nos laboratórios de microbiologia 
podemos citar: o álcool 70%, ou hipoclorito de sódio e o peróxido de hidrogênio. O álcool 70% 
é amplamente utilizado na obtenção do microrganismo em cultivo puro, como também em 
superfícies de trabalho e câmara de fluxo. Quando utilizamos o álcool 70% para desinfetar 
fragmentos estes ficam de 30 a 60 segundos mergulhados no álcool 70%. O hipoclorito 
de sódio ou cálcio é eficiente para eliminar microrganismos oportunistas da superfície dos 
tecidos. O hipoclorito de sódio ou cálcio é utilizado nas concentrações de 0,05 a 0,1%. E o 
peróxido de hidrogênio é usado na concentração de 5% (pv).
E para finalizarmos a nossa unidade é necessário saber como é feita a higienização 
de um laboratório. Quando trabalhamos com microrganismos. Temos que estar atentos a 
vários cuidados de assepsia e o material a ser utilizado, pois qualquer corpo estranho pode 
levar a risco todo o trabalho, experimento ou resultado de uma pesquisa. Por isso devemos 
seguir algumas normas que ajudam a obter sucesso no nosso trabalho.
Primeiro de tudo, não é permitido varrer a seco o piso nas áreas de manipulação 
de microrganismos, pois ao varrer estará levantando partículas de poeira que ficam no ar, 
principalmente em ambientes onde se encontra a câmara de fluxo. Essas partículas podem 
servir de contaminantes.
Um aspecto prático e importante é a compartimentalização do laboratório, tais 
como: sala de recebimento das amostras, sala de triagem, sala dos preparos de meios de 
cultivo, sala do fluxo laminar, sala de esterilização. Todos estes compartimentos devem ser 
bem distribuídos para diminuir os riscos de contaminação.
Em relação às vidrarias como placas de Petri, tubos de ensaio e Elermeyers, 
contendo colônias de microrganismos, devem ser previamente autoclavadas a 121 graus 
por 20 minutos e em seguidas lavadas com água e sabão e enxaguadas três vezes em água 
destilada e secadas em estufas. A lâminas e lamínulas são colocadas em um frasco contendo 
água e detergente para posteriormente serem lavadas e enxaguadas em água destilada. 
CARACTERIZAÇÃOE CONTROLE DOS MICRORGANISMOSUNIDADE 2
52
Quando estamos trabalhando em um laboratório, tanto na entrada como na saída costuma-se higienizar 
as mãos, pois as mãos são veículos de disseminação de microrganismos, justificando sua contínua 
necessidade de higiene.
Em pesquisas desenvolvidas por pesquisadores da Universidade Federal do Piauí, foi demonstrado a 
higienização das mãos com clorexidina a 2% apresentou qualitativamente maior potencial para redução de 
microrganismos quando comparado com o álcool 70% e iodopovidona 10%, substâncias estas com ação 
antimicrobiana.
 
Fonte: BATISTA, de Sousa, É., MOREIRA, W. C., de ALENCAR Rego, A. P. de Sá, M. R. (2021). Eficácia 
de produtos de higienização das mãos: estudo quase-experimental. Revista de Enfermagem da UFPI, 10 (1).
REFLITA
O ágar tem origem no Japão por volta de 1658, sendo introduzido nos países produtores de algas agarófitas. 
E somente em 1882, na Europa, passou a ser usado em meios de cultura bacteriológicos. As algas são usadas 
como matéria-prima para a produção de ágar. 
A gelificação, fusão e suas frações (agarose e agaropectinas) baseiam-se em pontes de hidrogênio. O ágar 
apresenta diversas aplicações, indústrias alimentícia, cosmética, farmacêutica, biomédica e de biotecnologia. 
Os géis de ágar são importantes nas preparações alimentícias com alto teor de fibra bruta solúvel, pois o ágar 
é o aditivo alimentar com maior teor dessa fibra, superior a 94%. Ultimamente foi iniciada a produção de ágares 
mais facilmente solúveis em água em temperaturas abaixo do ponto de ebulição, o que se mostra ter vantagens 
notáveis para algumas de suas aplicações.
Fonte: Armisen, R., & Gaiatas, F. (2009). Agar. In Handbook of hydrocolloids. (pp. 82-107). Woodhead 
Publishing.
Fonte: Lee, W. K., Lim, Y. Y., Leow, A. T. C., Namasivayam, P., Abdullah, J. O., & Ho, C. L. (2017). Biosynthesis 
of agar in red seaweeds: A review. Carbohydrate polymers. 164, 23-30.
SAIBA
MAIS
CARACTERIZAÇÃO E CONTROLE DOS MICRORGANISMOSUNIDADE 2
53
É importante que, com o término do conteúdo da unidade, venha também um 
encerramento, para que se concluam as propostas realizadas na Introdução e para que se 
retome criticamente tudo o que foi trabalhado durante o desenvolvimento. Isso auxilia o aluno 
a fixar o conteúdo já trabalhado e organizar melhor a informação em sua linha de raciocínio.
Caro aluno(a), estamos finalizando a Unidade II de nosso livro didático de microbiologia. 
Assim, torna-se importante salientar algumas discussões que foram propostas. Nesta unidade, 
abordamos como caracterizar e controlar os microrganismos. Iniciamos nossa discussão 
falando de como obter uma cultura pura de microrganismo dando enfoque nos principais meios 
de cultivo utilizados para obter a colônia pura de diversos microrganismos.
Na sequência, abordamos a Microscopia e preparação microscópica, item esse de 
suma importância, pois por meio do microscópio conseguimos visualizar os microrganismos. 
Você percebeu que foi adicionado exemplos de como é possível visualizar estruturas de 
microrganismos no microscópio ótico.
No terceiro item que abordamos os fundamentos para o controle dos microrganismos, 
uma etapa que foi discutido a morte dos microrganismos que não ocorre de imediato, 
tornando cada vez mais difícil acertar o alvo (microrganismo) e as condições que interferem 
na eficácia dos agentes antimicrobianos.
E como último assunto discutido nesta Unidade II, não menos importantes, estão 
agentes antimicrobianos que são fundamentais para manter a população microbiana 
estável em qualquer local de pesquisa, trabalho, entre outros. E é muitas vezes a busca 
dos pesquisadores por agentes antimicrobianos cada vez mais eficazes.
Finalizando esta unidade, passemos para a unidade III.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
CARACTERIZAÇÃO E CONTROLE DOS MICRORGANISMOSUNIDADE 2
54
Olá, aluno(a), leia as literaturas abaixo, que lhe ajudará a entender os métodos que 
auxiliam no controle de microrganismos que podem ocasionar danos à saúde humana. Estas 
três literaturas também ajudam a conceitualizar métodos de controle dos microrganismos.
• RODRIGUES, D. G., da SILVA, N. B. M., REZENDE, C., JACOBUCCI, H. B., 
& FONTANA, E. A. (2011). b. Avaliação de Dois Métodos de Higienização 
Alimentar. Saúde e Pesquisa. 4(3).
• GONÇALVES, B. M., & dos Santos TORIANI, S. (2021). Hábitos relacionados 
à higiene alimentar em tempos de COVID-19: uma pesquisa com estudantes 
de uma instituição de ensino superior privada de Joinville (SC). Brazilian 
Journal of Development, 7(2), 18799-18811.
• CAVALCANTE, R. R., & de ASSIS, R. C. (2020). Utilização de ácidos orgânicos 
como alternativa para higienização de alimentos: uma revisão integrativa. 
Holos Environment, 20(3), 335-351.
LEITURA COMPLEMENTAR
CARACTERIZAÇÃO E CONTROLE DOS MICRORGANISMOSUNIDADE 2
55
MATERIAL COMPLEMENTAR
FILME/VÍDEO
• Título: Videoaula 01 - Boas Práticas em Fabricação de Alimentos
• Ano:2018;
• Sinopse: Este vídeo mostra as boas práticas de fabricação de 
alimentos. Este vídeo mostra como monitorar a saúde do manipulador. 
No YouTube, estão disponíveis mais três vídeos referentes às boas 
práticas de fabricação, roteirizada pelo SENAR/AGROFORT. Os 
vídeos abordam os seguintes assuntos: Fabricação de alimentos, 
higiene pessoal, indústria alimentar, transporte alimentar, alimentos, 
legislação sanitária, Armazenamento e Agroindústria.
• Link do Vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=-bLaRBAyMLI
LIVRO
• Título: Manual de aulas práticas em Microbiologia
• Autores: Kátia Regina Shwan-Estrada (UEM), Julio Cesar 
Tocacelli Colella (UniFatecie) e Bruna Broti Rissato (UEM);
• Editora: Universitária EduFatecie;
• Sinopse: O livro foca as normas gerais de um laboratório de 
microbiologia, limpeza, como acondicionar vidrarias e outros 
materiais, modo de preparo de meios de cultura, como montar 
as preparações microscópicas, metodologia de isolamento de 
bactérias e fungos. odo, com personagens marcantes e situações 
do fim deste ciclo. 
CARACTERIZAÇÃO E CONTROLE DOS MICRORGANISMOSUNIDADE 2
https://www.youtube.com/watch?v=-bLaRBAyMLI
Professor(a) Dra. Aline José Maia
PRINCIPAIS 
GRUPOS DE 
MICRORGANISMO3UNIDADEUNIDADE
PLANO DE ESTUDO
57
Plano de Estudos
• Organização celular de bactérias;
• Reprodução, crescimento e variabilidade genética de bactérias;
• Principais grupos de bactérias;
• Principais características de Protozoários.
Objetivos da Aprendizagem
• Reconhecer a forma, arranjo das células bacterianas;
• Compreender a diferença entre as paredes celulares de bactérias gram-positivas 
e gram-negativas;
• Discutir a estrutura e a função das organelas encontradas em protozoários.
PRINCIPAIS GRUPOS DE MICRORGANISMOUNIDADE 3
58
Estimado aluno(a), a unidade III do nosso livro didático tem por finalidade apresentar 
a você as diferentes estruturas que fazem parte de células microbianas, nesta unidade, 
daremos início a discussão das estruturas de microrganismos procariotos e eucariotos.
O primeiro tópico aborda a célula bacteriana, na qual tem uma diversidade de 
estruturas funcionando em conjuntas, sendo que algumas destas estruturas são encontradas 
externamente fixadas à parede celular, enquanto que outras são internas. Com a combinação 
de estruturas internas e estruturas sobre a bactéria é possível desenhar a estrutura típica 
de uma célula bacteriana.
Na sequência estudaremos a Reprodução, Crescimento e Variabilidade Genética 
de bactérias de forma a apresentar o processo de reprodução assexuado, o padrão de 
crescimento das células e as três vias pela qual o material genético pode ser transferido de 
uma célula bacteriana para outra.
No terceiro tópico serão apresentadas as principais diferenças dos grupos: 
Eubactérias e arqueobactérias, sendo que algumas das diferenças são fundamentadas na 
parede celular, presença de fosfolipídeos e síntese proteica. 
Ainda, serão apresentados nesta unidade, as principais estruturas que caracterizam 
os protozoários.Estruturas estas, que comprovam que o protozoário é um organismo 
eucarioto, o que o diferencia das bactérias que são procariotas.
 
Vamos às nossas discussões!
INTRODUÇÃO
PRINCIPAIS GRUPOS DE MICRORGANISMOUNIDADE 3
59
Tendo por base as nossas unidades I e II, caro(a) aluno(a), a partir de agora, vamos 
conhecer a morfologia e a estrutura das células bacterianas e protozoários.
Começaremos, neste primeiro tópico, pela morfologia e estrutura das células 
bacterianas (figura 1).
FIGURA 1. ESTRUTURA DA CÉLULA BACTERIANA.
Fonte: Shutterstock 
ORGANIZAÇÃO
CELULAR DE BACTÉRIAS1
TÓPICO
PRINCIPAIS GRUPOS DE MICRORGANISMOUNIDADE 3
60PRINCIPAIS GRUPOS DE MICRORGANISMOUNIDADE 3
As bactérias são microrganismos procariontes, o núcleo não é delimitado por 
membranas. A maioria é formada por uma única célula e apesar dos seus 3, 5 bilhões de 
anos durante os quais têm evoluído a célula bacteriana é simples se observarmos em um 
microscópio ótico sua forma, tamanho e arranjo. Na verdade, por trás desta simplicidade 
se esconde uma maquinaria altamente complexa no seu interior, se observarmos em um 
microscópio eletrônico moderno, vamos ver estruturas que raramente poderiam ser vistas 
ou sequer imaginadas pelos primeiros micologistas.
A associação das bactérias com seus hospedeiros pode ser parasitária e simbiótica. 
Estas relações envolvem a entrada da bactéria nos tecidos do seu hospedeiro, porém a 
parasitária causa mal as células do hospedeiro, por exemplo, Corynebacterium diphtheriae, 
que causa difteria em humanos, Xanthomonas vasicola pv. vasculorum que causa doenças 
em planta de milho. A relação simbiótica causa benefício para a bactéria e para seu 
hospedeiro, como, por exemplo, as bactérias fixadoras de nitrogênio, Bradyrizobium e 
Azospirilum em raízes de plantas.
Vamos tratar aqui as características principais da célula bacteriana começando 
com a morfologia da bactéria (figura 1). As bactérias são invisíveis ao olho humano. As 
células bacterianas variam em tamanho dependendo da espécie, de modo geral medem 
de 0,5 a 1 micrômetro em diâmetro. A característica distinta das bactérias é a relação 
área de superfície e volume celular, ou seja, existe uma grande superfície através da 
qual os nutrientes podem entrar em relação a um pequeno volume de substâncias para 
ser alimentado. Essa característica pode explicar a alta atividade metabólica e o rápido 
crescimento das bactérias.
As bactérias podem apresentar três formas: esféricas, cilíndricas e espiraladas.
As esféricas, são denominadas de cocos, são geralmente arredondadas, podendo 
ser ovoides ou achatadas em um dos lados, quando aderidas umas às outras. As células 
cilíndricas ou em forma de bastão são chamadas de bacilos. E as espiraladas ou helicoidais 
assemelham-se a um saca rolha e são denominadas de espirilos. Ainda tem as bactérias 
que não tem uma forma definida, são chamadas de Pleomórficas. E estas formas sofrem 
modificações, ou seja, quando observamos a bactéria no microscópio elas estão acopladas 
umas às outras. As bactérias podem crescer em arranjos, por exemplo:
• Cocos: diplococos (duas células); estreptococos (forma uma cadeia); Sarcinas 
(pacote cúbico com oito células) e estafilococos (agrupadas em forma de um 
cacho de uva).
• Bacilos: lado a lado (duas células); estreptobacilos (forma em cadeia); cocobacilos 
(bastonete muito curto, cuidado para não confundir com bacilos). Filamentosos 
61PRINCIPAIS GRUPOS DE MICRORGANISMOUNIDADE 3
ramificados: são aquelas bactérias que formam hifa e esporangiósporos, é uma 
exceção. Exemplo Actinomicetos. 
Agora, caro(a) aluno(a) vamos discutir as estruturas externas das bactérias. As 
bactérias apresentam no seu exterior as seguintes estruturas (Figura 1).
• Flagelos: permite às bactérias se movimentarem para um meio mais favorável. 
Os flagelos são filamentos finos, para serem observados no microscópio ótico é 
necessário usar substâncias que deixam o flagelo mais espesso, forma helicoidal, 
que se estendem da membrana plasmática e atravessam a parede celular e 
propulsiona a bactéria através de líquidos, são muitas vezes mais longos que a 
célula bacteriana e é formado por três partes: gancho, corpo basal, e filamento. 
O fancho é ligado ao corpo basal e este ao filamento que é responsável pela 
movimentação de rotação devido à rotação do gancho que é parecido com o motor de 
um barco, que empurra a bactéria em um meio aquoso a curtas distâncias. A rotação 
do ganho ocorre por uma força de próton motiva e o sentido da rotação se dá por uma 
cascata de sinalizadores na parede celular e no citoplasma. Estas proteínas ativam a 
movimentação horária e anti-horária do gancho. O estímulo direcional se dá por fatores 
ambientais: quimiotaxia (componentes químicos), aerotaxia (oxigênio) e fitotaxia (luz). Nem 
todas as bactérias apresentam flagelos, por exemplo, cocos raramente tem essa organela. 
Enquanto que bacilos e espirilos, o número de flagelos são utilizados para classificar 
em grupos taxonômicos em presença ou ausência de flagelos: atríquias (sem flagelos), 
monotríquias (um par de flagelos), lofotríquias (conjunto de flagelo polares) e peritríquias 
(flagelo distribuído no corpo todo da bactéria.
• Fímbrias e pelos: são filamentos mais curtos e finos que os flagelos, são 
numerosos e visíveis somente em microscópio eletrônico. As fímbrias são 
localizadas ao redor da célula bacteriana formadas por uma proteína fimbrina 
ou pilina. É observada em colônias que se desenvolvem em ambientes ricos 
em oxigênio. A função das fímbrias é a adesão da célula bacteriana a diversas 
superfícies e a transferências genéticas por conjugação, neste caso a fímbria 
envolvida é denominada de pelo sexual, e as células precisam ser compatíveis 
entre si, na qual uma célula é doadora e a outra receptora.
• O glicocálice: também denominada de cápsula ou exopolissacarídeo, é uma 
camada viscosa que recobre a célula bacteriana. Ela tem diversas funções, esta 
camada viscosa permite aderência da célula a várias superfícies, seja pedras, 
dentes e raízes de plantas. Protege a célula contra dessecamento temporário, 
favorecendo a sobrevivência da célula em condições adversas na superfície do 
62PRINCIPAIS GRUPOS DE MICRORGANISMOUNIDADE 3
hospedeiro devido à formação de uma mucilagem nesta superfície. Na indústria 
de alimentos esta camada é responsável pela formação do lodo, afetando a 
qualidade do produto final. 
Agora caro(a) aluno(a) vamos discutir o envelope, que designa um conjunto formado 
por: parede celular, membrana interna e membrana externa.
A parede celular é uma estrutura rígida, responsável pela forma da célula, 
protegendo-a do ambiente externo e está envolvida no processo de crescimento e divisão 
celular. A parede celular circunda toda a célula bacteriana externamente ao citoplasma. 
A rigidez protege a membrana plasmática e o conteúdo celular interno, evitando o 
extravasamento do citoplasma ou rompimento da célula. 
Essa rigidez também se deve a presença de peptidoglicano. O peptidoglicano é um 
heteropolissacarídeo que forma uma malha como se fosse uma treliça, dando uma maior 
rigidez à parede celular. A espessura de peptideoglicano na parede celular pode classificar 
as bactérias em duas categorias: As Gram + e as Gram -. As bactérias Gram+ apresentam 
por 50% de peptidoglicano por peso e ácido teicóico que tem a função no crescimento 
celular e na especificidade antigênicas (capacidade de se combinar com outras moléculas) 
e o ácido lipoteicóico (promove aderência). 
As bactérias Gram — apresentam 10% de peptidoglicano por peso, no entanto, 
apresenta membrana externa a camada de peptidoglicano. Essa membrana externa é 
formada por uma camada dupla de fosfolipídios e lipopolissacarídeos (LPSs) mais um 
conjunto de proteínas confere a esse tipo de bactéria propriedade patogênica específica, 
Os LPSs são pobremente neutralizados pelos anticorpos, fazendo que as bactérias gram- 
são mais resistentesaos antibióticos e suscetíveis ao rompimento mecânico uma vez que 
tem menor quantidade de peptideoglicano. Entretanto, as bactérias gram+ são suscetíveis 
ao antibiótico e muito mais resistentes aos danos mecânicos.
Agora, caro(a) aluno(a) que você conhece a estrutura e composição química da 
parede celular procariótica, é fácil compreender os mecanismos de coloração de Gram, 
uma das mais importantes técnicas para diferenciar as bactérias. A técnica foi descrita pela 
primeira vez por Christian Gram, na Dinamarca.
Esta ‘técnica consiste no esfregaço bacteriano que é tratado por reagentes na 
seguinte ordem: o corante púrpuro cristal de violeta, a solução iodo (um mordente, que é uma 
substância que fixa o corante no interior da célula), o álcool (agente descolorante que remove 
o corante de certas bactérias) e o corante vermelho safranina. As bactérias Gram – positivas, 
que retém o corante cristal de violeta e aparecem coradas de violeta-escuro; e as bactérias 
63PRINCIPAIS GRUPOS DE MICRORGANISMOUNIDADE 3
Gram-negativas, que perdem o cristal de violeta quando tratadas com álcool. As bactérias 
Gram negativas são coradas com o corante safranina e aparecem coradas de vermelho.
Caro(a) aluno(a), agora você consegue responder a seguinte pergunta: Por que as 
bactérias Gram-negativas são coradas em vermelho? A resposta parece estar relacionada 
com a espessura de suas paredes celulares que durante o processo de coloração Gram as 
células tratadas com cristal de violeta, em seguida com uma solução iodo, resulta em um 
complexo cristal violeta-iodo (CVI) dentro da célula. Quando uma bactéria Gram-negativa 
é tratada com etanol, o lipídio da membrana externa é dissolvido e removido. Isso rompe 
a membrana externa e aumenta a permeabilidade. Assim o complexo pode ser removido, 
descorando a bactéria Gram-negativa que pode ser tingida com safranina. A bactéria Gram-
positiva, o etanol faz com que os poros de peptideoglicano se contraiam e o complexo 
corante CVI permaneça no interior da célula.
As estruturas internas ao envelope estão nas regiões delimitadas pela parede celular 
e membrana plasmática (Figura 1). Iniciaremos caro (a) aluno (a) pela área citoplasmática 
que é onde ocorrem as reações metabólicas capazes de gerar energia.
É na região citoplasmática que é sintetizado os pigmentos como, por exemplo, 
os pigmentos amarelos (xanthomonadinas) produxidos pelas Xanthomonas, pigmentos 
carotenóides produzidos pelas Clavitobacter e Pectobacterium e pigmentos fluorescentes 
produzidos pelas Pseudomonas.
O material genético dos procariotos não é delimitado por membranas, ele permanece 
em contato direto com os demais componentes citoplasmáticos, geralmente ocupa a porção 
próxima ao centro da célula, local que inicia a divisão celular e está ligado ao sistema 
de membrana citoplasmática, o mesossomo. O nucleoide carrega o cromossomo que tem 
informações hereditárias (que passa de uma geração para outra).
Os ribossomos são responsáveis pela síntese proteica, formados por subunidades 
de tamanha diferente, a subunidade 50S e a subunidade 30S que formam a ribossomo 70S. 
Os ribossomos são estruturas alvos dos antibióticos que inibem a síntese de proteínas. 
As inclusões ou grânulos é onde fica depositado os materiais de reserva que servem 
como fonte de energia para a célula, a Poli-β-hidroxibuterato (PHB), reserva de carboidrato 
presente em Pseudomonas e Agrobacterium.
Os mesossomas são extensões da membrana plasmática que se desenvolvem no 
citoplasma com a função de auxiliar atividade respiratória, durante a divisão celular, durante 
a formação do septo divisional e na esporulação, pois as células procariontes não têm 
64PRINCIPAIS GRUPOS DE MICRORGANISMOUNIDADE 3
mitocôndrias como os eucariotos, e também auxilia na secreção de enzimas que ajudam a 
degradar os antibióticos, como, por exemplo, as penicilinases que degradam as penicilinas.
O plasmídeo é um material genético independente do cromossomo, são filamento de DNA 
circular que carregam somente informações de patogenicidade, não carregam determinantes 
genéticos vitais para as células. Estão envolvidos em determinantes sexuais, no processo de 
conjugação, na promoção de promotores de antibiose e na resistência a compostos químicos. 
Em Agrobacterium, o plasmódio Ti, é responsável pelos tumores em raízes de plantas.
Algumas espécies de bactérias produzem formas latentes chamadas de esporos ou 
cistos que podem sobreviver em condições adversas, sendo resistentes ao dessecamento 
pelo calor, tornando-se metabolicamente inativos, o que não significa que não estão 
crescendo, quando em condições ideais podem germinar e tornar-se uma célula vegetativa 
metabolicamente ativa que cresce e se multiplica.
 Os cistos apresentam parede celular espessa, bactérias do gênero Azotobacter 
produz este tipo de estrutura. O esporo denominado de endósporo é exclusivo de bactérias, 
é altamente resistente a mudanças bruscas do ambiente, o gênero Clostridium e Bacillus 
apresentam este tipo de esporo. Os conídios não são estruturas de resistência, são usados 
como estruturas de reprodução das bactérias Actinomicetos.
65
Conhecida as formas e as estruturas que estão presentes externamente e 
internamente à célula bacteriana, apresentarei agora a você aluno(a) como se dá a 
reprodução, crescimento e variabilidade genética das bactérias.
Vamos iniciar com a reprodução! Por muito tempo pensava-se que os microrganismos 
não se reproduziam, pois se acreditava que os microrganismos surgiam do nada. Hoje 
sabe-se que os microrganismos são capazes de se reproduzir. Falamos que as bactérias 
são unicelulares e que elas podem se agrupar e fica a dúvida: Como as bactérias se 
reproduzem? Geralmente a reprodução das bactérias é assexuada, onde um único indivíduo 
é responsável em gerar outro, ele não depende de mais um outro organismo. No processo 
assexuado não ocorre variabilidade genética, originando clones.
A célula bacteriana pode se reproduzir por diferentes maneiras: fissão binária, 
brotamento, exósporo e fragmentação, sendo mais comum a fissão binária. A fissão binária, 
cissiparidade ou bipartição é quando a célula se divide individualmente em duas células 
filhas. A célula duplica seu material genético, divide-se ao meio dando origem a outras duas 
novas células (Figura 2).
Estas células têm o mesmo material genético, com as mesmas características da 
célula mãe. Estas células são geneticamente iguais, algumas vezes podem apresentar 
variações devido ao processo de mutação. 
Então a variabilidade genética é pouca, somente quando ocorre o processo de 
mutação, assim as células são verdadeiros clones, ou seja, idêntica à célula que a originou. 
REPRODUÇÃO, CRESCIMENTO 
E VARIABILIDADE GENÉTICA DE 
BACTÉRIAS2
TÓPICO
PRINCIPAIS GRUPOS DE MICRORGANISMOUNIDADE 3
66PRINCIPAIS GRUPOS DE MICRORGANISMOUNIDADE 3
A divisão do conteúdo celular é um crescimento ordenado dos constituintes químicos do 
organismo. Primeiro temos a célula parental. 
Segundo ocorre o alongamento da célula, à medida que a célula parental aumenta, 
a membrana plasmática se estende e o material nuclear se separa. Terceiro ocorre a 
invaginação da parede celular (septo) e distribuição do material nuclear. Quarto passo, 
ocorre a formação da parede celular transversa e se tem a distribuição organizada do 
material genético em duas células. Obtendo duas células que sofrem a separação em duas 
células idênticas e cada uma segue a repetir este processo. Exemplo é Escherichia coli. O 
brotamento também conhecido como gemiparidade é quando uma pequena protuberância 
cresce na extremidade da célula, aumentando de tamanho, ocorre a divisão dos núcleos, e 
um dos núcleos aproxima-se da borda celular sendo envolvido por uma parte do citoplasma 
e forma uma célula uma pouco menor da qual a originou e torna-se uma nova célula com 
todos os constituintes celulares e então separa em duas. Um exemplo de bactériaque se 
reproduz por brotamento é Rhodopseudomonas palustris.
Caro(a) aluno(a), até o momento discutimos sobre a reprodução por fissão 
binária e brotamento. Outro tipo de reprodução é o fragmento, quando a célula produz 
um crescimento filamentoso, e o núcleo se divide várias vezes, o qual se fragmenta em 
pequenas células coloidais ou em forma de bastão, sendo que cada fragmento dá origem a 
um novo crescimento. A bactéria, do gênero Nocardia, se reproduz por fragmentação.
E tem a formação de exósporo, conhecida como esporogêneses. O endósporo, 
no qual o cromossomo se duplica e fica envolto por uma membrana plasmática, após 
formar-se uma parede espessa ao redor da membrana, formando assim o endósporo, que 
é o esporo de resistências. O conídio, o cromossomo se duplica formando uma cadeia de 
esporos, conídios, que se desenvolvem formando um septo na determinação da hifa. Cada 
conídio pode desenvolver um novo indivíduo. As bactérias do gênero Streptomyces se 
reproduzem por esporos.
Agora, caro(a) aluno(a), vamos abordar o crescimento bacteriano que é o aumento 
ordenado de todos os constituintes celulares, ou seja, o aumento da população. E o aumento 
da população depende das condições nutricionais, ambientais e enzimáticas.
Caro(a) aluno(a) você percebeu que a reprodução das bactérias é simples. E pode 
ser rápida se tiver as condições favoráveis. Os nutrientes mais importantes, como já visto 
na unidade II, são o carbono, hidrogênio, oxigênio e o fósforo para elaborar seu protoplasma 
e seu material estrutural.
67PRINCIPAIS GRUPOS DE MICRORGANISMOUNIDADE 3
 As condições como temperatura pode influenciar a velocidade de todas as reações 
químicas ligadas ao processo de crescimento, podendo serem classificadas em:
• psidrófilas = bactérias que se desenvolvem a 20 até 30 graus 
• mesófilas = bactérias que se desenvolvem 30 a 45 graus
• termófilas = bactérias que se desenvolvem de 45 a 70 graus
E o que determina a velocidade de crescimento é a disponibilidade de água, 
umidade. E as bactérias podem ou não depender do oxigênio. As bactérias anaeróbicas 
que crescem na ausência de oxigênio livre as anaeróbicas e as bactérias que crescem na 
presença de oxigênio.
2.1 Mas a pergunta é: Como se dá o aumento da população bacteriana?
A resposta é que durante o crescimento ativo de uma cultura (quando não ocorre 
a morte celular) a população de células bacterianas cresce exponencialmente por meio de 
uma progressão geométrica 2n, no qual n é o número máximo de células produzidas em 
cada cultura. No entanto, cada cultura de microrganismo requer um tempo para duplicar o 
seu número. Esse intervalo de tempo é denominado tempo de geração.
Assim, o crescimento de uma bactéria em cultura pode ser caracterizado em 
termos quantitativo por meio do número de gerações que tem se desenvolvido em um 
período de incubação, tempo de geração e taxa de crescimento (número de gerações por 
horas). Estes números podem trazer informações importantes sobre a natureza bacteriana. 
Podemos comparar o crescimento de duas bactérias, por exemplo: Bradyrhizobium tem o 
crescimento lento quando comparada com E. coli que tem o crescimento muito rápido.
Veja caro (a) aluno (a), assim conseguimos controlar o crescimento do microrganismo, 
pois: 1 células = N0 que é igual a 1X2n, onde N é população final, n é o número de gerações 
e o número 1 é o inoculo inicial (N0). Só que o inóculo inicial de bactérias no tempo zero 
não é 1 e sim milhares, então por meio da matemática chegou-se à seguinte fórmula é: n = 
(log N- log N0)/0,31.
Vamos realizar um exercício, onde a população inicial é 10.00 células, a população 
final é 1.00.000.000 células, qual é o número de gerações (n)?
• n = (log 1.00.000.000 – log 1000)/0,301
• n = (8-3)/0,301
• n = 5/0,301
68PRINCIPAIS GRUPOS DE MICRORGANISMOUNIDADE 3
• n = 16,6 gerações, vamos supor que 16,6 gerações ocorrem cinco horas, qual 
é o tempo de geração (g)? O tempo que uma população leva para dobrar o seu 
número?
• g= n/t
• g= 16,6/5
• g = 3,3 horas.
Agora se pensarmos em um sistema fechado, quando a bactéria se desenvolve 
em um frasco contendo meio de cultivo, no qual não é acondicionado mais nada, e nem 
removido nenhum metabólito. 
Veja caro(a) aluno(a), quando adicionamos células bacterianas no sistema fechado, 
ocorre a reprodução binária, onde o número de células aumenta por um período de tempo, e 
eventualmente quando acabam os nutrientes ou quando a excreção metabólica se acumula 
em quantidade suficiente para que o crescimento seja posteriormente rompido. Neste caso 
tem se um período de crescimento ativo, no qual a população bacteriana em uma taxa 
constante tem o crescimento de natureza exponencial e este crescimento exponencial 
da bactéria representa uma única fase de crescimento em sistema fechado chamado de 
crescimento balanceado.
2.2 Então caro(a) aluno(a), o que é o crescimento balanceado?
O crescimento balanceado é um crescimento ordenado em todos os constituintes de 
cada célula e depois de um certo tempo a população máxima é atingida, ocorre a exaustão dos 
nutrientes, intoxicação dos produtos excretados e eventualmente a reprodução é inibida e os 
microrganismos começam a morrer. Todas essas etapas de crescimento conseguimos construir 
uma curva (figura 3), que pode ser traçada quando incubamos em meio de cultivo um número 
de células conhecidas, o que determina a população microbiana em um intervalo de tempo.
69PRINCIPAIS GRUPOS DE MICRORGANISMOUNIDADE 3
FIGURA 2. CURVA DE CRESCIMENTO. FASES DE TRANSIÇÃO EM RELAÇÃO AO TEMPO: 
A (FASE LAG), B (FASE LOG), C (FASE ESTACIONÁRIA) E D (FASE DECLÍNIO).
Fonte: Adaptado de Pelczar Jr, M.J. et al. (1996).
Em cada uma das fases tem um período de transição, que corresponde ao tempo que 
leva para todas as células entrarem em uma nova fase. No período inicial não há crescimento 
em termos de aumento do número de células, embora as células estejam com metabolismo 
ativo, elas somente estão fazendo reparos, ocasionados por danos celulares, e também 
estão sintetizando enzimas. Em seguida tem um período rápido de crescimento balanceado 
denominado de fase logarítmica. Na sequência tem a fase estacionária, não há crescimento 
de novo. E por fim ocorre o declínio populacional, até que todas as células morram.
Alguns métodos são utilizados para medir o crescimento bacteriano como, por 
exemplo, lâminas de microscópio com grades, no qual se faz a contagem das células 
bacterianas presentes em uma suspensão. Outra forma de medir o crescimento bacteriano 
é a contagem em placas que determina o número de organismos viáveis, obtendo 
unidades formadoras de colônias. Outro ponto importante das bactérias, caro(a) aluno(a) 
é a variabilidade genética, que está associada a duas propriedades fundamentais para 
os microrganismos. As propriedades fenotípicas e genotípicas. A primeira, representa o 
genoma potencial que está sendo expresso por uma célula, por exemplo, a cor e o tamanho 
da célula bacteriana. Essas características podem alterar de acordo com as condições 
do ambiente. Por exemplo, bactérias do gênero Azomonas na presença de açúcar na 
colônia são grandes e viscosas. Na ausência de açúcares as colônias são pequenas e não 
viscosas. Embora a bactéria tenha capacidade de produzir colônias viscosas, a presença 
ou ausência de açúcares que vai determinar se esta característica é expressa ou não. 
70PRINCIPAIS GRUPOS DE MICRORGANISMOUNIDADE 3
Contudo, as propriedades genotípicas, referem-se à capacidade genética que inclui 
o DNA cromossomo e o DNA plasmidial (enquanto que as células eucariontes incluem o 
DNA cromossômico e DNA mitocondrial). Então caro (a) aluno (a) as alterações genotípicas 
são resultantes de alterações que ocorrem no DNA, como resultado de uma mutação, que 
é a alteração na sequência de nucleotídeos de um gene ou a recombinação, processo que 
leva uma nova combinação de genes em um cromossomo.
A mutaçãopode ocorrer em qualquer microrganismo vivo, na natureza as 
mutações são raras, e podem ocorrer por acaso, sem uma causa aparente. Em bactérias 
as mutações são espontâneas em uma proporção de uma mutação em uma população 
de milhões de células. A recombinação genética ocorre a troca de material entre dois 
cromossomos homólogos. Como as células procariontes têm um único cromossomo antes 
da recombinação genética, parte deste cromossomo deve ser transferido de uma bactéria 
doadora para uma bactéria receptora que pertence a uma mesma espécie. Em bactérias, 
a transferência de gene que leva a uma recombinação pode ocorrer de três maneiras 
diferentes: transformação, conjugação e transdução.
A transformação é a maneira mais simples de transferir o gene. Em meio de cultivo, 
as bactérias doadoras do DNA, quando as células morrerem, sofrem a lise e liberam 
seu DNA. As bactérias aceptoras absorvem pequenos fragmentos do DNA do doador e 
incorporam em seu próprio DNA cromossomo. Assim a bactéria passa a ter características 
hereditárias da bactéria doadora. As células aceptoras devem estar no seu estado de 
crescimento receptivo para que possam incorporar o DNA doador, então caro(a) aluno(a) 
as células devem estar na fase de crescimento log. O DNA plasmodial é muito difícil de ser 
transferido por transformação, no entanto, é necessário adicionar um composto químico 
(cloreto de cálcio) para permitir a entrada do DNA plasmodial nas células aceptoras.
A transdução é a transferência de genes de uma bactéria para outra por meio de 
um bacteriófago.
2.3 O que é um bacteriófago?
 ◦ É um vírus que ataca bactérias. É formado por ácido nucleico (DNA) envolvido 
por uma capa proteica, apresenta apêndices que vão fixar o bacteriófago na 
superfície da bactéria hospedeira.
2.4 E o que vai acontecer?
O fago após fixar-se na bactéria vai injetar o DNA na célula hospedeira. O DNA 
fago é replicado rapidamente enquanto que o DNA bacteriano é degradado. O DNA fago 
71PRINCIPAIS GRUPOS DE MICRORGANISMOUNIDADE 3
é direcionado para a síntese de novas proteínas denominadas proteínas fágicas. De cada 
20min, novas moléculas de DNA fago combina com a proteína fágica para a formação de 
fagos completos que são liberados quando a célula hospedeira se desintegra. 
Durante essa montagem do fago dentro da célula bacteriana, qualquer fragmento 
de DNA bacteriano que tenha exatamente o mesmo tamanho do DNA fago pode ser 
incorporado em uma nova cabeça fago. E este fago, que carrega tal fragmento, é chamado 
de fago transdutor, pois este fago infecta uma outra bactéria, ele injeta o fragmento de 
DNA bacteriano em um novo hospedeiro. E como o fago não contém todo o DNA viral, 
ele não mata a nova célula hospedeira. O fragmento pode então sofrer recombinação 
com a parte correspondente do cromossomo do novo hospedeiro e tornar-se uma parte 
permanente do mesmo. E para finalizar a discussão sobre a variabilidade genética das 
bactérias, vamos conversar sobre a conjugação na qual a célula doadora fornece o material 
cromossômico ou plasmidial para a célula receptora. O que difere da transformação e 
transdução é a distinção da célula doadora e receptora que se dá devido à presença de 
plasmídeo conjugado e também por que requer o contato célula-célula. E como resultado 
da conjugação, o DNA pode ser transferido diretamente de uma bactéria para outra. Isso é 
diferente da reprodução sexuada dos eucariotos, pois não ocorre fusão entre os gametas 
para formar uma nova célula. Em alguns tipos de conjugação somente o plasmídeo pode 
ser transferido da bactéria doadora para bactéria receptora. É diferente da transformação 
e transdução, devido estes serem pequenos fragmentos de cromossomos que podem ser 
transferidos de uma célula para outra.
O plasmídeo F (fertilidade) é um pequeno fragmento de DNA circular de fita dupla, 
que não faz parte do cromossomo bacteriano, replicando-se independentemente. Ele 
controla a formação do apêndice filamentoso que denominamos de “pelo sexual”, que tem 
células referidas como células F+ e são doadoras e as células receptoras, que não tem este 
plasmídeo e são denominadas de F.
Os plasmídeos são raros em eucariotos, presentes em bactérias. E estas células 
bacterianas que têm a presença do plasmídeo podem matar outras células bacterianas 
e resistir à ação dos antibióticos. Os plasmídeos conjugados podem ser transferidos por 
conjugação para outra bactéria. Os plasmídeos não conjugados, não são transmitidos pela 
conjugação, podendo ser transferidos pela transformação e transdução. 
Os plasmídeos bacteriacenogenicos, estes contêm um gene que capacita a célula 
hospedeira a sintetizar uma substância denominada de bactericina, substância que mata 
a célula bacteriana. Também pode-se encontrar plasmídeos que carregam os genes de 
resistência. Cada gene de resistência ao antibiótico do plasmídeo R codifica uma enzima 
que destrói ou inativa um determinado antibiótico. 
72
Tendo por base a organização, reprodução e variabilidade genética da célula 
bacteriana, caro(a) aluno(a), vamos conhecer os principais grupos de bactérias que são 
divididas em dois grandes grupos: Eubactérias e Arqueobactérias, cujas diferenças estão 
apresentadas na tabela 1.
TABELA 1: PRINCIPAIS DIFERENÇAS ENCONTRADAS ENTRE AS
EUBACTÉRIAS E ARQUEOBACTÉRIAS
Estrutura Eubactérias Arqueobactérias
Parede celular
Ácido murânico
D-Aminoácido
Proteínas
Polissacarídeos
Membrana citoplasmática Fosfolipídios Fitanóis
Síntese proteica Formilmetionina metionina
Fonte: Adaptado de Pelczar Jr, M.J. et al. (1996)
As bactérias que pertencem ao domínio Eubactérias, podem ser divididas em três 
grupos que estão de acordo com a presença ou ausência e a composição da parede celular: 
Eubactérias Gram Negativas, Eubactérias Gram Positivas e Micoplasmas.
PRINCIPAIS GRUPOS
DE BACTÉRIAS3
TÓPICO
PRINCIPAIS GRUPOS DE MICRORGANISMOUNIDADE 3
73PRINCIPAIS GRUPOS DE MICRORGANISMOUNIDADE 3
As eubactérias gram-negativas, são as que apresentam a parede celular complexa, 
com presença de uma membrana externa que é recoberta por uma camada delgada de 
peptidioglucano e muitos gêneros que causam doenças e benefícios em humanos, plantas 
e animais pertencem a esse grupo.
Alguns exemplos que pertencem a esse grupo:
• Bacilos encurvados – são helicoidais em forma de vibrião ou anel, móveis com 
flagelo polar ou imóveis, vivem na água ou no solo. Exemplo: gênero Azospirillum 
(vivem em raízes de plantas de arroz e milho fixando nitrogênio atmosférico).
• Cocos e Bacilos anaeróbico – são bastonetes ou cocos, vivem na água ou 
no solo e parasitam plantas. Exemplo: Xanthomonas – causam cancro cítrico em 
laranjas; Agrobacterium – causa tumores em plantas; Acetobacter - importante 
na produção de vinagre; Rhizobium e Azotobacter - fixam nitrogênio atmosférico 
em plantas de soja, alfafa, etc.
• Bacilos anaeróbico facultativos – podem crescer tanto em ambiente aeróbico 
como anaeróbico, são bastonetes ou vibriões, patogênicos a homens, animais 
e plantas. Exemplo: Pectobacterium – causam podridão mole em plantas; 
Salmonella – causam febre tifoide gastrointestinal.
• Bactérias deslizantes – são bastonetes ou filamentos sem flagelos, deslizam 
pela superfície úmida, o ciclo de vida é complexo e forma corpo de frutificação e 
tem grande importância para a indústria, pois são bactérias capazes de degradar 
polímeros como celulose, quitina e pectina.
• Quimiolitotróficos – são aquelas bactérias que obtêm energia pela oxidação 
da amônia, nitrato e compostos sulfurados, não são patogênicas, vivem no solo 
ou na água. Exemplo: Nitrobacter – converte amônia em nitrato. As eubactérias 
gram-positivas apresentam parede celular mais espessa e não possuem 
membrana externa.
Alguns exemplos pertencentes a esse grupo:
• Bactérias esporuladas – altamente resistentes à dessecação, radiação e ao 
calor. Exemplos do gênero Bacilos anaeróbicos facultativos: Bacillus subtilis 
(controle biológicode pragas e doenças em plantas) e Clostridium botulinum, 
bactéria patogênica, causa intoxicação alimentar)
• Bacilos regulares – são bastonetes não esporulantes, são anaeróbicas 
facultativas e aeróbicas. Exemplo são os Lactobacilos presentes em iogurtes e 
fermentados lácteos.
74PRINCIPAIS GRUPOS DE MICRORGANISMOUNIDADE 3
• Actinomicetes – são bactérias que tendem a formar micélio, conidióforos, 
conídios (resistentes a dessecação). Exemplo é o gênero Frankia (fixam nitrogênio 
em raízes do arroz) e Streptomyces (causa podridão em tubérculos de batata).
As bactérias micoplasmas, assim denominadas por serem incapazes de formar 
parede celular, apresentando somente membrana plasmática mais o envoltório. Quando 
realizado o teste de coloração Gram se comporta como Gram-negativa. 
Sua célula pode apresentar diferentes formas, pois tem muita plasticidade por isso 
podem assumir várias formas. Ao contrário das bactérias, micoplasmas apresentam esterol 
em sua membrana plasmática, normalmente somente células eucarióticas possuem esteróis. 
Exemplos pertencentes a este grupo de bactérias são: Mycoplasma pneumoniae (causa 
pneumonia em humanos), Ureaplasma urealyticum (causa uretrites) e membros do gênero 
Spiroplasmas que causam doenças em plantas cítricas e são disseminados por insetos.
As arqueobactérias, como um grupo, apresentam características morfológica 
e fisiológica variadas. São quatro principais grupos de arqueobactérias conhecidos. Os 
três primeiros incluem indivíduos que possuem parede celular: Os produtores de metano 
(metanogênicas), as Halobactérias e as arqueobactérias dependentes de enxofre. O quarto 
grupo contém organismos que não possuem parede celular, os termoplasmas.
As bactérias Metanogênicas, são unicelulares, conhecidas por produzirem metano. 
Com base na coloração de Gram, são Gram-positivas como, por exemplo, as células de 
Methanosarcina e Gram-negativa Methanospirillum. As bactérias halofílicas extremas, 
dependem de altas concentrações de sais, o ambiente ideal para seu crescimento é 
17 a 23 por cento de NaCl (cloreto de sódio). Para as arqueobactérias dependentes de 
enxofre predominam em águas termais com 50 a 80 graus. Já as termoplasmas diferem 
dos micoplasmas por terem habilidade de se desenvolverem em altas temperaturas sob 
condições ácidas. A temperatura ótima é de 55 a 59 graus e pH 2. 
75
Chamo aqui a atenção, estimado aluno(a), as características gerais dos protozoários, 
iniciando com a definição do nome Protozoários, que é uma palavra derivada do latim e 
significa: Proto = primitivo e Zoon = animal, ou seja, “Primeiros animais”. 
Os protozoários já foram classificados como animais por serem heterotróficos, no 
entanto, eles são classificados como eucariotos por apresentarem as seguintes característica: 
são seres unicelulares (uma única célula que exerce todas as funções normais que há nos 
multicelulares; são heterotróficos e são complexos, pois, apresentam sistema reprodutor, 
digestivo e de locomoção. O modo de vida dos protozoários é de forma livre (associados 
em colônias ou sozinho) ou parasitas (causando doenças em homens, animais e plantas). 
E são encontrados em água doce, salgada e terra úmida.
Outro ponto bastante importante é que os protozoários reagem muito rápido 
a mudanças bruscas do ambiente e com isso podem ser indicadores de qualidade do 
ambiente. Essa reação se dá, pois, o protozoário possui um tempo de geração muito curto 
e por serem pequenos e sensíveis ao estresse.
Eles também decompõem a matéria orgânica. Em solos onde existe matéria 
orgânica em decomposição os protozoários estão presentes colaborando com a limpeza 
do meio ambiente. Observamos assim, caro(a) aluno(a) a importância da presença de 
muitos protozoários que indica um ambiente ecologicamente saudável. Tratei até aqui 
das características gerais dos protozoários. Agora caro(a) aluno(a), vamos discutir a 
classificação dos protozoários.
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS 
DE PROTOZOÁRIOS4
TÓPICO
PRINCIPAIS GRUPOS DE MICRORGANISMOUNIDADE 3
76PRINCIPAIS GRUPOS DE MICRORGANISMOUNIDADE 3
Os protozoários apresentam uma grande quantidade de formas e estruturas 
diferentes. Então é comum que a forma de locomoção seja utilizada para a classificação 
destes microrganismos.
Os principais grupos de protozoários de interesse dos microbiologistas podem ser 
separados em Flagelados, amebas, protozoários e ciliados.
Vamos discutir as características que diferem um grupo do outro, iniciando pelos 
flagelados, do subfilo Mastigophora, estes locomovem-se pelos flagelos, que ao bater fazem 
com que o protozoário se locomova. Os flagelados podem ser de vida livre, parasitas ou 
mutualistas, gêneros representativos: Leishmania, Trypanosoma, Giardia e Trichomonas.
As amebas, subfilo Sarcodina, o movimento ameboide se dá por meio de 
pseudófobos, que significa prolongamento celular do citoplasma e assim consegue se 
esticar e locomover-se. Esses prolongamentos também auxiliam na alimentação. As 
amebas podem ser de vida livre ou parasitas. Gênero representativo: Amoeba.
Os esporozoários, do subfilo Apicomplexa, geralmente não são móveis, mas a 
locomoção de organismos maduros pode ser dar pela flexão do corpo, deslizamento ou 
ondulação. Gêneros representativos: Toxoplasma e Plasmodium.
No grupo dos ciliados, o maior filo é Ciliophora. Todos os protozoários deste grupo 
possuem cílios ou estruturas ciliares que servem para a locomoção e também auxiliam na 
captura de alimentos. Em relação à locomoção, os ciliados são muito mais rápidos que os 
protozoários flagelados por conta do maior número de estruturas ciliares presentes na sua 
superfície. Gêneros representativos: Didinium, Paramecium. 
Quanto à estrutura celular, os protozoários apresentam o corpo composto por uma 
única célula, a qual apresenta grande variabilidade morfológica conforme a fase evolutiva e 
as condições que o microrganismo esteja adaptado. Então as células podem ser esféricas, 
onduladas ou alongadas, algumas espécies apresentam fases definidas dependendo da 
atividade fisiológica. As fases são: trofozoíto, cisto e gametas. A trofozoíto é a forma ativa 
do protozoário, na qual ele se alimenta e se reproduz. O cisto é a forma de resistência, fase 
dormente, apresenta parede celular mais espessa. E a forma de gameta é a sexuada que 
tem o gameta feminino, macrogameta, e o gameta masculino, o microgameta.
Esta estrutura corpórea do protozoário é delimitada por Membrana plasmática, que 
é uma barreira seletiva entre o citoplasma e o meio externo que está estruturalmente e 
funcionalmente associada à mobilidade e nutrição destes organismos. Alguns protozoários 
possuem uma camada externa das suas membranas, a cutina, que é suficientemente rígida 
para garantir a integridade e forma da célula. Contudo, estes organismos podem se dobrar 
77PRINCIPAIS GRUPOS DE MICRORGANISMOUNIDADE 3
e retorcer ao se movimentarem em seus ambientes. Nos protozoários o citoplasma também 
é diferenciado em camada externa (Ectoplasma) que é transparente, e a camada interna 
(Endoplasma) contendo as organelas. De modo geral, os protozoários têm organelas típicas 
das células eucarióticas.
Os protozoários têm o retículo endoplasmático liso, que é responsável pela síntese 
de esteroide, e a retícula endoplasmática rugosa que está envolvido na síntese proteica. O 
complexo de Golgi está em anexo ao retículo endoplasmático e está envolvido na síntese 
de substâncias como carboidrato e secreções proteicas.
Esta organela é bem desenvolvida nos flagelados, reduzida nos ciliados e ausente 
em amebas. A mitocôndria em protozoários apresenta estrutura e função similar a das 
células animais superiores, sendo a sede da respiração celular. Essa organela possui DNA, 
RNA e Ribossomo a de estrutura análoga aos procariontes. A maioria dos protozoários tem 
mitocôndrias, exceto as amebas. 
Os plastídios, pigmentos fotossintéticos, quando presentes, estão contidosem 
organelas membranosas e tem função similar a cloroplastos da célula vegetal. Os vacúolos 
contráteis são bolsas membranosas que têm a função de eliminar a água do interior dos 
protozoários para o meio externo. 
Nas amebas e flagelados o vacúolo contrátil é formado pela fusão de vesículas 
menores e nos ciliados além da absorção de água por osmose ocorre também por ingestão 
forçada de água através do citóstomo que tem um complexo de vesículas e microtúbulos. Os 
protozoários heterotróficos apresentam vacúolos digestivos que são bolsas membranosas 
transitórias que nos ciliados formam-se na base da citofaringe, enquanto que nos flagelados 
os vacúolos se formam próximo do sítio de ingestão dos alimentos.
Outra estrutura bastante importante é o citoesqueleto, que apresenta diversas 
funções tais como: manter a forma da célula, dar suporte a membrana plasmática, permitir 
a adesão da célula ao substrato, auxilia na sua locomoção, confere resistência mecânica 
à célula e serve como via de tráfego e posicionamento das organelas. Está localizado bem 
abaixo da membrana celular, logo o citoesqueleto e a membrana celular e juntos formam 
o que chamamos de “película” que é uma parede corporal destes organismos. O filamento 
proteico, micro túbulos e vesículas compõem o citoesqueleto e podem apresentar os 
diferentes arranjos. O filamento proteico com actina forma uma malha densa no citoplasma, 
bem próxima da superfície do microrganismo. Geralmente esta estrutura é formada em 
resposta a fatores externos, que necessitam de uma mudança rápida na organização 
78PRINCIPAIS GRUPOS DE MICRORGANISMOUNIDADE 3
dos filamentos, como uma contração muscular. Os micros túbulos, quando formados por 
tubulinas, se arranjam formando uma espécie de colete. 
Os micros túbulos podem originar-se nos corpos basais do flagelo e se espalharem 
por todo o esqueleto. Estes são importantes para a manutenção da estrutura e morfologia 
celular, para a formação dos pseudópodos e são responsáveis pela estrutura e funcionamento 
axial. Os micros túbulos também podem irradiar-se a partir do centro da célula e projetar seus 
raios para a superfície do organismo. Os protozoários também têm as estruturas alveolares 
ou vesículas que estão localizadas logo abaixo da membrana celular. As vesículas são 
achatadas e formam uma camada abaixo da membrana formando alvéolos. Os alvéolos 
vazios podem ser ficar túrgidos e dar sustentação à célula, bem como armazenar cálcio ou 
ter placas de celulose secretadas no seu interior formando um exoesqueleto rígido.
Quanto a estrutura de locomoção têm os Flagelos, que são estruturas permanentes 
para a locomoção dos flagelados, sendo que o número pode variar conforme a espécie, 
como, por exemplo, o Tripanossomo possui um único flagelo enquanto que a Giardia possui 
4 ou mais. Outra estrutura de locomoção é os cílios presentes nos Ciliados que ocorre 
em um grande número na superfície celular desses organismos o que gera uma grande 
velocidade de deslocamento no ambiente aquático. Os flagelos e cílios origina-se nos 
microtúbulos basais no interior da célula
E para finalizarmos as estruturas vamos comentar sobre o núcleo. Nos protozoários, 
o núcleo tem estrutura e função similares as das células animais e vegetais, sendo delimitado 
por membranas, envoltório nuclear. Entretanto, o número de núcleo em protozoário pode variar 
conforme a espécie. A maioria dos Cliados têm dois núcleos, os micronúcleos, ligados ao controle 
das atividades metabólicas e processo de regeneração e os micronúcleos, relacionados ao 
processo de reprodução. Quase todos os protozoários têm pelo menos um núcleo.
Sobre a ecologia dos protozoários tem a fase vegetativa, denominada de trofozoíto, 
e a fase de resistência, cisto. A fase de trofozoíto é a forma ativa do protozoário, coberto de 
proteínas ricas em cisteínas que favorece a proteção contra os efeitos letais do oxigênio. 
A fase de cito, o protozoário, secreta um envelope espesso ao redor de si mesmo e fica 
inativo. O cisto é resistente ao dessecamento, a baixa temperatura, permitindo que a célula 
atravesse por condições desfavoráveis e também favorece a dispersão da espécie pela 
água, vento e animais. A relação do protozoário com seu hospedeiro pode ser parasitária, 
predatória, mutualística e de comensalismo.
Para você perceber as principais diferenças entre os tipos de relações que o 
protozoário pode apresentar, observe a tabela 1, apresentada a seguir:
79PRINCIPAIS GRUPOS DE MICRORGANISMOUNIDADE 3
 TABELA 2: DIFERENÇA ENTRE OS TIPOS DE RELAÇÃO DOS
PROTOZOÁRIOS COM OS OUTROS SERES.
Tipo de relação Característica Exemplo
Parasitária
Um organismo retira o 
alimento do outro
Trypanossoma cruzi
Predação
Um organismo se alimenta 
do outro
Amoeba
Mutualismo
As espécies trocam 
benefícios
Trichonynpha – degrada 
celulose no intestino do 
cupim e obtem energia 
por meio da digestão da 
celulose.
Condensalismo
Não causa prejuízo e nem 
benefício
Entomoeba coli – no trato 
digestivo
Vida Livre
Protozoários solitários 
encontrados em água, solo 
úmido.
Coleps, Stentor, Vorticela.
Fonte: Adaptado de Pelczar Jr, M.J. et al. (1996).
Observamos, assim, caro(a) aluno(a), na tabela 1, que os protozoários além de 
causarem doenças também podem trazer benefícios ao meio em que se encontram.
Agora vamos discutir sobre a nutrição, como se dá a absorção dos alimentos.
Primeiro vamos lembrar do citoesqueleto que junto com a membrana celular formam 
uma “película”, então é esse conjunto que formam os pseudópodes que é uma estrutura 
especializada em obter alimento.
Os protozoários são seres heterotróficos, então eles ingerem as partículas 
alimentares, mas para isso eles tem um processo diferente denominado de fagocitose e 
pinocitose, a diferença pode ser observada no esquema ilustrado na figura 1.
80PRINCIPAIS GRUPOS DE MICRORGANISMOUNIDADE 3
FIGURA 3: ESQUEMATIZAÇÃO PARA DIFERENCIAR OS PROCESSOS DE 
ALIMENTAÇÃO, FAGOCITOSE E PINOCITOSE
Fonte: A autora.
 
Assim, estimado(a) aluno(a) percebemos que, por meio da diferenciação 
apresentada na figura 1, que a fagocitose é quando a célula se deforma para englobar outra 
célula para se alimentar. O alimento é transportado por vesículas e a fagocitose é simples e 
classificada em endocitose (é o englobamento das partículas) e exocitose (eliminação das 
partículas dentro da célula). Vamos exemplificar, a Ameba está ingerindo um Paramecium. 
A Ameba se transloca por pseudópodes envolvendo o Paramecium e internaliza-o 
e uma vesícula chamada de fagossomo e os lisossomos liberam enzimas digestivas que 
passa a ser chamado de vacúolo digestivo, pois ocorre a digestão o que não foi digerido 
é liberado por clasmocitose que é o processo de exocitose. As vesículas que formam os 
fagossomas apresentam uma camada de fosfolipídios que se fundem com a bicamada de 
fosfolipídios da parede celular e passam a fazer parte da membrana plasmática.
Assim, na endocitose a camada de fosfolipídios recebe o alimento por evaginação 
na qual as partículas ficam presas e forma-se uma vesícula que vai se desprender para 
que ocorra a digestão. No processo de excreção, dos dejetos provenientes da digestão da 
célula, ocorre a clasmocitose que nada mais é a eliminação dos dejetos. Enquanto que a 
81PRINCIPAIS GRUPOS DE MICRORGANISMOUNIDADE 3
pinocitose internaliza alimentos diluídos em água e não emite os pseudópodes, ocorrendo 
a invaginação da partícula, sendo a membrana que faz todo o englobamento do alimento.
Nos ciliados o alimento é capturado pela ondulação dos cílios e entram na 
célula pelo citóstomo, que é uma estrutura semelhante a uma boca. Assim a digestão é 
intracelular, o protozoário lança alimentos para dentro da célula. Em todos os protozoários 
a digestão ocorre em vacúolos e os dejetos são eliminados pelo poro anal que se encontra 
na membrana plasmática.
Os protozoários que vivem no trato digestivo dos animais são anaeróbios obrigatórios.e que sem a invenção do microscópio seria impossível 
observar estes seres tão pequenos.
No tópico seguinte serão abordados assuntos que tratam do surgimento da 
microbiologia como ciência. A descoberta do mundo microbiano inclui histórias dos 
primeiros cientistas que optaram por estudar a microbiologia, sendo eles motivados por 
suas descobertas, o que levou a algumas verdades serem reconhecidas.
Em seguida, em um terceiro tópico, será abordado a diferença entre as células 
eucariontes e procariontes. Neste tópico convido você a conhecer as características dos 
grupos de microrganismos procariotos e as características dos grupos dos microrganismos 
eucariotos, uma vez que, com o avanço da microscopia, foi possível distinguir a célula 
microbiana nestas duas categorias.
Para finalizar esta unidade, trataremos sobre a contribuição dos microrganismos 
no nosso cotidiano: fertilidade do solo, reciclagem de substâncias e participação de ciclos 
bioquímicos. Os microrganismos, também podem contribuir com a fabricação de produtos 
como iogurtes, vinhos, queijos, vinagres e pães. Além disso, tratarei de algumas informações 
sobre os microrganismos que causam doenças em humanos, animais e plantas. 
Espero que seja uma leitura agradável e que contribua para o seu desenvolvimento.
INTRODUÇÃO A MICROBIOLOGIAUNIDADE 1
9
Para iniciarmos, vamos fazer a seguinte pergunta:
1.1 O que é microbiologia?
Se fragmentarem a palavra, microbiologia, vamos ver que temos um conjunto de 
termos que denotam micróbio. Esta palavra, micróbio, tem origem grega onde mikros significa 
pequeno e bio significa vida. Assim, microbiologia é a ciência que estuda os organismos 
pequenos, e suas atividades biológicas. Organismos microscópicos são organismos que não 
são observados a olho nu, precisamos de uma ferramenta para observar estes organismos 
pequenos. Para termos noção do tamanho destes seres, vamos imaginar uma escala, e que a 
menor parte da escala é um angstrom que é igual a 10-10 metros, isso é muito pequeno, nossos 
olhos não conseguem identificar estruturas menores que um milímetro. Para isso, precisamos 
de técnicas que auxiliam na visualização destes microrganismos. Entre as técnicas mais usadas 
na microbiologia tem a microscopia de Luz e a Eletrônica. Estes equipamentos permitem 
visualizarmos estruturas que são impossíveis de enxergar a olho nu. Quando comparamos uma 
célula vegetal com a célula animal conseguimos fazer esta diferenciação com o microscópio 
de Luz, se quisermos maiores detalhes, por exemplo, de uma partícula viral vamos precisar 
de um microscópio eletrônico, pois é uma partícula muito pequena, menor, bem menor que a 
célula vegetal e animal. Portanto, antes de surgir a microscopia, não existia a microbiologia, 
pois era impossível de visualizar os microrganismos. A partir do surgimento do microscópio 
foi obtendo-se maiores informações para caracterizar os microrganismos. As características 
que permitem classificá-los são: Características culturais (exigência nutricional e ambiental); 
O QUE É MICROBIOLOGIA
E SUA APLICAÇÃO1
TÓPICO
INTRODUÇÃO A MICROBIOLOGIAUNIDADE 1
10
Características morfológicas (forma da célula e colônia); Características metabólicas 
(reações bioquímicas para sobrevivência); Características antigênicas (componente celular 
que são semelhantes entre espécies); Características genéticas (caracterização do genoma); 
Potencial de causar doenças (homens, animais e plantas); Características ecológicas (relação 
entre os microrganismos e sua ocorrência natural) e a classificação taxonômica (grupos de 
microrganismos). Todas estas características abrangem a microbiologia básica. E por meio 
do conhecimento obtido na microbiologia básica podemos utilizar estes princípios básicos e 
aplicar os microrganismos às suas finalidades específicas, ou seja, a microbiologia básica 
fornece os princípios fundamentais para a microbiologia aplicada. Enquanto que a microbiologia 
básica estuda a natureza fundamental, as propriedades de microrganismo, a microbiologia 
aplicada usa os microrganismos nas mais diversas áreas da medicina, agricultura, indústrias 
e ambiente. Os microrganismos são capazes de sintetizar várias substâncias químicas como 
ácido cítrico e antibióticos (Penicilina). Também tem microrganismos que são cultivados em 
grande escala para suplementação alimentar de humanos e animais. Certos microrganismos 
têm a capacidade de fermentar material orgânico, produzindo o gás metano. Além da indústria, 
os microrganismos podem ser utilizados para alterar ambientes específicos, como exemplo, 
bactérias que extraem cobre e ferro de minérios de baixa qualidade. Os microbiologistas de 
solo, que buscam microrganismos para degradar poluentes específicos como inseticidas e 
herbicidas. Ainda tem a área do controle biológico, na qual os microrganismos controlam 
pragas e doenças em plantas. Você percebe, caro aluno(a) a importância das duas áreas, 
microbiologia básica e aplicada? Uma vez que os microrganismos estão sempre conosco, seja 
na produção de substâncias químicas de interesse na indústria ou por causarem doenças.
INTRODUÇÃO A MICROBIOLOGIAUNIDADE 1
11
Querido(a) acadêmico(a), falamos no início do primeiro tópico que a microbiologia 
surgiu após a invenção do microscópio, por isso neste segundo tópico vamos abordar a 
trajetória da microbiologia como ciência, mencionando os cientistas que mais contribuíram 
para o reconhecimento da microbiologia como ciências. A história da microbiologia começa 
quando Robert Hooke em 1665 decide fazer algo interessante. Com um conjunto de lentes de 
aumento, ele visualiza uma fatia de cortiça e vê grandes emaranhados e que os emaranhados 
são unidos por unidades que se repetem. Assim, ele compara-se com as células de animais 
e plantas, que são também formados por estruturas repetitivas. E Antony Van Leeuwenhoek 
(1632-1723), utilizou lentes de aumento acoplado a uma chapa que no lado anterior tinha um 
lugar para colocar água e contra a luz observou vários filamentos de tamanho variável, que 
se movimentavam, ele deu o nome de animacros para estas estruturas.
Com a criação do microscópio possibilitou um avanço na biologia. Embora este 
microscópio fosse muito simples, adotado apenas de uma lente de vidro que permitia 
um aumento de 300 vezes. Assim, tudo o que era invisível a olho nu tornou-se visível o 
suficiente para ser pesquisado. Este microscópio primitivo permitia observar bactérias de 1 
a 2 micras (um milésimo de milímetros). As observações de Hooke e Leeuwenhoek levaram 
à descoberta da célula, mas somente em 1839 que a célula foi reconhecida como unidade 
fundamental de vida. Para darmos continuidade a nossa discussão sobre o histórico da 
microbiologia, convido você, caro(a) aluno(a), a abordar os conceitos sobre a teoria da 
geração espontânea de microrganismos.
HISTÓRICO DA 
MICROBIOLOGIA2
TÓPICO
INTRODUÇÃO A MICROBIOLOGIAUNIDADE 1
12
Na época, muitos pesquisadores defendiam a teoria da ABIOGÊNESE, defende 
que a criação de um ser vivo é a partir de matéria inanimada (sem vida). Enquanto que 
poucos pesquisadores defendem a teoria da BIOGÊNESE, na qual acreditava que o ser 
vivo surgiu a partir de outro pré-existente.
Vamos a nossa discussão sobre a história da microbiologia.
Francesco Redi (1626-1697), provou em um experimento, no qual ele utilizava 
frascos com carne. Alguns fracos ficaram descobertos e outros ficaram fechados, impedindo 
a entrada de qualquer ser vivo. Com o passar do tempo ele observou que surgiram larvas na 
carne que estava com o descoberto, a carne já estava em decomposição. E de onde surgiram 
as larvas? Então ele observou que havia moscas que passavam pela carne deixando seus 
ovos, os quais davam origem às larvas. Hoje é comum ver isso no nosso dia a dia. Nas carnes 
que ficaram fechadas não houve interação com as moscas, as carnes ficaram intactas, ou 
seja, não teve o surgimento de larvas. Então,Outros três pontos importantes nos protozoários caro(a) aluno(a) são: a troca 
gasosa, o controle osmótico e a reprodução.
A troca gasosa se dá por difusão simples, ou seja, os protozoários precisam de 
oxigênio para realizar a respiração celular. Há muito mais oxigênio no ambiente do que 
no protozoário, então o oxigênio vai da onde tem mais para onde tem menos, entrando 
por difusão. E na respiração celular produz o gás carbônico que está concentrado no 
protozoário e sai para o meio ambiente que está em menor concentração. Esta saída do 
gás carbônico também se dá por difusão.
O fluxo de água através da membrana plasmática também se dá da maior 
concentração para a menor concentração, para isso o protozoário consegue fazer o controle 
osmótico. Ele remove o excesso de água com o auxílio do vacúolo pulsátil que tem a 
função de manter o equilíbrio osmótico na célula. Grande parte da água entra no vacúolo 
pulsátil, este vai encher e quando estiver cheio de água o vacúolo contrai e expulsa a água 
eliminando-a para o meio.
A reprodução dos protozoários frequentemente é assexuada, apenas um indivíduo 
é envolvido, apresentando a mesma característica do organismo parental e não há troca 
de material genético. A reprodução sexuada por ser de três tipos: fissão (divisão binária), 
brotamento e esquizogania (divisão múltipla). A grande maioria das células livres faz 
reprodução do tipo de fissão na qual a célula aumenta e passa a se dividir, dando origem 
a dois clones. Na esquizogania, o núcleo dos protozoários passa a se dividir muitas vezes. 
E esses núcleos vão se envolvidos por uma porção do citoplasma e a célula se separa em 
células filhas, as quais repetem o processo. Na reprodução por brotamento, uma pequena 
protuberância cresce ao lado da célula e eventualmente torna-se uma nova célula com 
todos os constituintes celulares e se separa da célula parental.
A reprodução sexuada, não bem definida, onde dois protozoários se unem, trocam 
o material genético e se separam. Os micronúcleos sofrem meiose e ocorre a formação de 
82PRINCIPAIS GRUPOS DE MICRORGANISMOUNIDADE 3
uma ponte citoplasmática entre os dois protozoários, ocorrendo a troca de material genético. 
Os micronúcleos se fundem formando núcleos diploides e o protozoário passa-se a dividir 
por mitose, gerando novos indivíduos.
Para finalizar a nossa unidade, caro(a) aluno(a), torna-se importante enfatizar que 
a bactéria é um organismo procarioto, que tem o núcleo disperso no citoplasma na região 
denominada de nucleoide, enquanto que o protozoário é um microrganismo eucarioto, tem 
o núcleo envolvido por uma membrana e apresenta organelas mais complexas quando 
comparado com as bactérias.
Vimos muitas estruturas que diferenciam as bactérias (procariotas) dos protozoários (eucariotos). 
Como você percebe a distinção dos seres eucariotos dos seres procariotos?
Fonte: Disponível em: https://openstax.org/books/biology/pages/4-2-prokaryotic-cells
REFLITA
Você sabe como o flagelo gira se não podemos observá-lo? A melhor explicação é o sistema 
celular-presa. Vamos comparar um flagelo bacteriano com um eixo de motor e a célula bacteriana como o 
corpo do motor. Se colocarmos o motor sobre a mesa, o eixo gira enquanto o corpo do motor permanece 
parado. Entretanto, se segurarmos o motor pelo eixo.
 O motor girará enquanto o eixo for mantido parado. Assim, se pudéssemos segurar o flagelo para 
que ele não girasse, a célula bacteriana iria girar. Por outro lado, tem a teoria de reflexão, na qual a célula 
não gira e sim flexiona. E isso torna o flagelo a única estrutura celular capaz de girar em uma direção. 
Fonte: PELCZAR, Jr. E; MICHAEL, Joseph. Microbiologia; conceitos e aplicações. Paerson 
Books: 1997.
SAIBA
MAIS
https://openstax.org/books/biology/pages/4-2-prokaryotic-cells
83
Estimado(a) aluno(a), estamos finalizando mais uma unidade do nosso Livro 
didático de Microbiologia Geral e biossegurança. Vamos, agora, relembrar os principais 
pontos tratados.
Os conteúdos abordados nesta unidade tiveram o intuito de esclarecer sobre as 
características de uma bactéria e um protozoário. 
Por esse motivo, iniciamos com a organização celular das bactérias, esse tópico 
focou nas estruturas da célula bacteriana externa e internamente, mencionando também a 
diferença entre Bactérias Gram-positivas e Gram negativas.
Em um segundo momento, ao tratarmos das características das bactérias, 
abordamos sua reprodução, que se dá por fissão binária. O crescimento que em um 
sistema fechado tem três fases: a fase lag, a fase log e a fase estacionária e fase declínio e 
também vimos que a variabilidade genética se dá por mutação por meio de três processo: 
transformação, transdução e conjugação.
Por fim, finalizando a Unidade III de nosso livro didático, tratamos das principais 
características dos protozoários. Abordei neste tópico, as principais características, o modo 
de associação com hospedeiros, estruturas celulares, grupos e os processos de osmose, 
regulação e fagocitose dos protozoários.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
PRINCIPAIS GRUPOS DE MICRORGANISMOUNIDADE 3
84
Para aprofundar o conhecimento sobre o conteúdo que acabamos de estudar, que tal 
fazer uma leitura dos artigos citados abaixo! São três artigos que relatam temas diferentes, 
no entanto, destacam a importância das bactérias no âmbito de produto alimentício e dos 
protozoários como indicadores de contaminação ambiental. Tenha uma ótima leitura!
• POMBO, J. C. P., RIBEIRO, E. R., de LIMA Pinto, R., & da Silva, B. J. M. (2018). 
Efeito antimicrobiano e sinergístico de óleos essenciais sobre bactérias 
contaminantes de alimentos. Segurança Alimentar e Nutricional, 25(2), 108-117.
• BEVILAQUA, G. C., MENEZES, M. U. F. O., da CRUZ XIMENES, G. N., da 
SILVA NASCIMENTO, Í. R., da SILVA PEREIRA, E. F., & dos SANTOS CORTEZ, 
N. M. (2020). Queijo fresco artesanal de leite caprino com lactobacillus 
acidophilus: avaliação do crescimento de bactérias láticas. Brazilian Journal 
of Development, 6(4), 21214-21231.
• SOLDATELLI, B. S. (2020). Ocorrência de geo-helmintos em areias das 
praias do Brasil: revisão integrativa. Medicina Veterinária-Tubarão.
LEITURA COMPLEMENTAR
PRINCIPAIS GRUPOS DE MICRORGANISMOUNIDADE 3
85
MATERIAL COMPLEMENTAR
FILME/VÍDEO
• Título: O Enigma de Andrômeda (1971)
• Ano: 1970;
• Sinopse: Um satélite espacial cai em uma pequena cidade 
na Terra. Por causa da colisão, uma bactéria fatal que veio do 
espaço começa a dizimar a população. Enquanto isso, uma equipe 
de cientistas trabalha em um laboratório no subsolo tentando 
encontrar a cura. Eles descobrem que entre os infectados, apenas 
sobreviveram um bêbado e uma criança. A solução precisa ser 
encontrada antes que toda a humanidade seja exterminada.
LIVRO
• Título: Microbiología
• Autor: Flavio Alterthum;
• Editora: Atheneu; 6° edição;
• Sinopse: A presente edição estuda mais de duzentas variedades 
de bactérias, fungos e vírus. Aborda aspectos básicos do 
conhecimento dos micro-organismos: forma, estrutura, fisiologia, 
crescimento, genética, sistemática, controle tanto do ponto de vista 
físico (esterilização) como químico (desinfecção). Os antimicrobianos 
(antibióticos e quimioterápicos) de ação antibacteriana, antifúngica 
e antiviral são amplamente apresentados e discutidos. A interação 
patógeno/hospedeiro é abordada em profundidade, quer em capítulos 
gerais, quer em capítulos específicos dos agentes infecciosos.
PRINCIPAIS GRUPOS DE MICRORGANISMOUNIDADE 3
Professor(a) Dra. Aline José Maia
PRINCIPAIS 
GRUPOS DE 
MICRORGANISMOS4UNIDADEUNIDADE
PLANO DE ESTUDO
87
Plano de Estudos
• Características morfológicas de fungos;
• Características fisiológica e reprodução de fungos;
• Classificação de fungos;
• Principais características do vírus. 
Objetivos da Aprendizagem
• Conceituar entender a importâncias de fungos e vírus.
• Conhecer as principais características morfológicas e fisiológicas de fungos e vírus.
• Estudar a classificaçãodos microrganismos, fungos e vírus.
PRINCIPAIS GRUPOS DE MICRORGANISMOSUNIDADE 4
88
Caro(a) aluno(a), nesta quarta unidade você compreenderá as estruturas de uma 
célula fúngica e de uma partícula viral.
A célula fúngica é eucariótica não fotossintética que apresenta uma variedade 
de formas e processos celulares. Contudo, os vírus são os organismos mais simples já 
conhecidos, são parasitas intracelulares, que podem adentrar em qualquer tipo de célula 
existente.
No primeiro tópico vamos melhor conceituar os fungos, explorando sua importância 
para o meio e demonstrando as estruturas morfológicas que os compõem, tanto a fase 
vegetativa como a fase reprodutiva. Em seguida, caro(a) aluno(a) será apresentado as 
características fisiológicas, discutindo os aspectos fisiológicos e reprodutivo dos fungos. No 
terceiro tópico será apresentada a classificação dos fungos que se baseia na característica 
dos esporos, natureza de seu ciclo de vida e as características morfológicas de seu micélio 
vegetativo ou suas células.
Ademais, abordarei, nesta unidade, as principais características dos vírus. Vamos 
entender que são organismos que só podemos observar no microscópio eletrônico, 
não apresentam metabolismo próprio e que por isso precisam parasitar uma célula para 
realizarem suas funções.
INTRODUÇÃO
PRINCIPAIS GRUPOS DE MICRORGANISMOSUNIDADE 4
89
Caro(a) aluno(a), vamos iniciar este tópico com as características gerais dos fungos.
Os fungos constituem–se em um grupo numeroso de organismos bastante 
diversificado morfologicamente e filogeneticamente. Apesar de heterogêneo, este grupo 
apresenta características básicas que permitem distingui-los dos outros seres vivos.
Essas características são:
• Eucariontes = os fungos apresentam membrana nuclear que envolve o núcleo, 
material genético da célula. Isso, caro(a) aluno(a), é o que faz os fungos serem 
diferentes das bactérias.
• Heterotróficos = todos os fungos requerem carbono para sua alimentação. E é 
o que difere os fungos das plantas que possuem clorofila e sintetizam seu próprio 
alimento.
• Absorção de nutrientes = a água e os nutrientes são absorvidas pelos fungos 
a partir de um substrato onde crescem. A absorção é feita através da parede 
celular das hifas. 
• Formação de esporos = maioria dos fungos caracterizam-se por produzirem 
esporos. Os esporos são unidades reprodutivas com tamanho e forma bem 
definidos.
Agora, caro(a) estudante, que conhecemos algumas características, vamos iniciar 
a discussão sobre a morfologia dos fungos.
O corpo do fungo é constituído por dois tipos básicos de estruturas, as estruturas 
assimilativas e as estruturas reprodutivas. Como os próprios nomes sugerem, as estruturas 
assimilativas são responsáveis pela assimilação dos nutrientes do hospedeiro e, portanto, 
são responsáveis pela colonização. As estruturas reprodutivas, por sua vez, são responsáveis 
CARACTERÍSTICAS 
MORFOLÓGICAS DE FUNGOS1
TÓPICO
PRINCIPAIS GRUPOS DE MICRORGANISMOSUNIDADE 4
90PRINCIPAIS GRUPOS DE MICRORGANISMOSUNIDADE 4
por produzir propágulos durante a fase de reprodução. Os quais desempenham papéis 
importantes durante a fase de disseminação e infecção.
Os fungos têm origem dos esporos. Os esporos germinam, quando encontram 
condições ideais de temperatura e umidade. Os esporos podem ser comparados às 
sementes, embora não sejam semelhantes fisiologicamente. Os esporos necessitam de 
calor e umidade para germinar em, condições está igual das sementes. O resultado da 
germinação é a saída de um filamento delgado denominado de tubo germinativo, que cresce 
em comprimento, prolonga-se de maneira notável, se desenvolve pouco em diâmetro, se 
ramifica nos sentidos formando uma massa filamentosa chamada de Micélio. No entanto, 
as leveduras são unicelulares e não filamentosas. 
Então, o micélio constitui o corpo vegetativo dos fungos, composto de filamentos 
tubulares denominados de hifas. Esse conjunto de hifas pode ser visualizado a olho nu 
como um emaranhado de fios delgados coloridos ou não, dependendo da espécie.
A palavra hifa vem do grego e significa teia.
A hifa tem funções importantes no desenvolvimento do fungo. É por meio da hifa 
que o fungo coloniza seu substrato, absorvendo água e nutrientes, embora muitas vezes a 
absorção é facilitada pelas enzimas digestivas. No microscópio ótico é possível distinguir 
hifas com duas morfologias: com parede transversal (septo) e sem parede transversal 
(asseptado ou cenocítica) (Figura 1). A septação em fungos filamentosos leva a formação de 
compartimentos individuais, mas não totalmente fechado. A estrutura septal ao microscópio 
eletrônico pode apresentar um poro central simples, que conecta os compartimentos através 
do citoplasma e permite a passagem de organelas incluindo o núcleo.
FIGURA 1: HIFA COM SEPTO E HIFA SEM SEPTO. 
Fonte: Sutterstock
91PRINCIPAIS GRUPOS DE MICRORGANISMOSUNIDADE 4
A hifa apresenta três estruturas: parede celular, membrana plasmática e o citoplasma.
A parede celular é constituída de um material capsular, hidrofobinas e polissacarídeos.
O material capsular é uma matriz extracelular formada por substâncias mucilaginosas 
que tem função de adesão em diferentes grupos de fungos.
As hidrofobinas são proteínas hidrofílica e hidrofóbica quando em contato com a 
água e o ar formando um filme anfipático que tem diversas funções no desenvolvimento 
do fungo. Como, por exemplo, intermediar a fixação da hifa em superfície hidrofóbica, 
facilitando o processo de penetração e infecção no hospedeiro.
A parede de polissacarídeos são proteínas, lipídios e carboidratos que são 
responsáveis pela forma e integridade estrutural. Dentre as substâncias glucanas a quitina 
é o maior componente estrutural da parede celular. A quitina forma uma matriz anamórfica 
que produz uma amarração que dá a morfologia da parede.
Outro aspecto da parede celular é a coloração, que nos fungos é determinada 
por diferentes pigmentos. Os pigmentos que podem ser encontrados na parede celular 
livre em grânulos são os compostos fenólicos ou melanina. Os compostos fenólicos podem 
funcionar como reforço de redes de proteínas e polissacarídeos por meio de ligações 
cruzadas da parede celular. Os pigmentos melanizados protegem do estresse ambiental 
(temperatura, umidade, exposição aos metais pesados) proteção contra radicais livres de 
oxigênio produzido pelo hospedeiro em resposta a infecção do fungo.
1.1 E qual é a importância da Parede celular?
Primeiro a parede celular determina a forma da hifa, protege contra a lise osmótica, 
é sítio para as ligações enzimáticas e tem capacidade antigênica (capacidade de formar 
anticorpos).
Outra estrutura de importância é a membrana plasmática, que é constituída por uma 
camada dupla de fosfolipídios e um arranjo de proteínas de superfície ligadas a pequena 
quantidade de carboidratos. Essa estrutura lipoproteica é uma barreira efetiva para muitas 
moléculas que atravessam por difusão ou transporte ativo.
O componente de maior importância é o ergosterol, enquanto que nos animais é o 
colesterol. O ergosterol é responsável pela estrutura, permeabilidade e modulação da fluidez 
da membrana. Sua falta causa alteração na permeabilidade da membrana plasmática e 
inibição do crescimento.
E o citoplasma, substância homogênea, coloidal, e de viscosidade superior à da 
água. É nesta substância transparente que se encontram as organelas tais como: vesículas, 
92PRINCIPAIS GRUPOS DE MICRORGANISMOSUNIDADE 4
mitocôndrias, ribossomos, sistema de Golgi, núcleo, vacúolo, hidrogenossomas, micro 
corpos e grânulos de glicogênio.
Agora, caro(a) aluno(a), vamos detalhar um pouco mais cada uma destas organelas.
• Vesículas: importante para o crescimento da hifa, pois transportam percursores 
para a síntese da nova membrana, parede e também enzimas que enfraquecem 
a parede.
• Mitocôndrias: maior organela presente na hifa, é considerada a casa de 
força da célula, pois é responsável pela síntesede ATP (adenosina trifosfato). 
A mitocôndria se transloca no citoplasma para o local que depende de maior 
energia. O DNA mitocondrial apresenta um nucleoide no centro que pode mudar 
em número e forma dependendo da espécie.
• Ribossomo: formado por uma parte maior 80S e a parte menor 40 S.
• Sistema de Golgi — é formado por cisternas empilhadas localizadas próximo 
ao sítio do Retículo endoplasmático, localizados próximo ao núcleo. As vesículas 
localizadas no Sistema de Golgi estão relacionadas à extensão da hifa.
• Retículo endoplasmático — tem o retículo endoplasmático liso, responsável 
pela síntese de glicogênio, esteroide e lipídios, e o retículo endoplasmático rugoso 
é responsável pela síntese de proteínas.
• Núcleo: são caracterizados por serem pequenos, com genoma de 200 a 1200 
kbp. A membrana nuclear é formada por duas unidades, uma interna e outra 
externa, como espaço perinuclear que permite a passagem do citoplasma e 
nucleoplasmas. Essa membrana tem associação ao retículo endoplasmático 
e ao sistema de Golgi e diversas vesículas que estão relacionadas com o 
funcionamento do núcleo, bem como o restante da hifa.
• Vacúolos — são cavidades fluidas no citoplasma, com função de armazenar 
substâncias e de empacotar secreções enzimáticas hidrolíticas.
• Hidrogenossomas — são responsáveis pela incorporação do cálcio e estão 
relacionadas com o processo de divisão de membranas internas e sequência de 
proteínas. E são encontrados em espécie de fungos anaeróbicos.
• Microcorpos — também denominados de Peroxissomas, são estruturas 
esféricas envolta por uma membrana e são responsáveis pelo metabolismo de 
alcanos (metanos, etanos, propanos e álcoois) e pela degradação do oxigênio.
• Grânulos de glicogênio — são substâncias encontradas no citoplasma e 
constituem-se em reserva glicosídica dos organismos desprovidos de clorofila.
Estas são as organelas que estão presentes em uma célula fúngica.
93PRINCIPAIS GRUPOS DE MICRORGANISMOSUNIDADE 4
Na sequência, caro(a) aluno(a), vamos discutir sobre a diferenciação das hifas. Que 
é quando as células assumem formas e funções diferentes. A diferenciação da hifa pode 
se dar em várias formas: Anastomose, Haustório, Apressório, Clamidosporo, Rizomorfa, 
Escleródio e Estroma.
Vamos definir cada uma destas formas.
• Anastomose: também conhecida como união. É a mais simples das 
diferenciações que a hifa pode sofrer. As hifas vizinhas se aproximam e entram 
em contato uma com a outra ou emitem uma ramificação que alcance a outra. 
Em ambos os casos a parede celular desaparece no ponto de contato. Outras 
vezes as hifas se unem por grampo de conexão em volta de um septo que as 
separam. Uma pequena ramificação é emitida de uma hifa próximo do septo, 
esta ramificação transpõe o septo e entra em contato com a outra hifa seguinte.
• Haustório: prolongamentos emitidos pela hifa para o interior da célula do 
hospedeiro, com a finalidade de absorver alimentos.
• Apressório: engrossamento da parte terminal da hifa e tem como função a 
fixação na superfície. E tem grande produção de fatores de patogenicidade.
• Clamidósporo: hifa se diferenciar em forma arredondada, suas paredes se 
espessam e em alguns casos ficam coloridas.
• Rizomorfas: é quando as hifas filamentosas se unem paralelamente 
intercalando-se umas nas outras, formando um feixe similar às raízes.
• Escleródio: é o resultado do entrelaçamento de hifas, formando uma massa de 
consistência bem dura, arredondada ou irregular.
• Estroma: também é resultado da fusão da parede celular das hifas, no entanto, 
se desenvolve sobre a superfície do substrato no qual o fungo se desenvolve. 
Geralmente abriga órgãos reprodutivos.
Vamos, agora, ao sistema reprodutivo, iniciando com o esporo, que é a unidade 
reprodutiva do fungo que apresenta forma e tamanho definidos.
Para o esporo assegurar sua disseminação é necessário que tenha acesso livre ao 
ar. Para isso, as hifas vegetativas são levantadas verticalmente sobre o plano micelial, isso é 
denominado de esporóforos e sobre eles é originado os esporos. Para melhor compreensão 
vamos estudar separadamente.
1.2 O que é um esporo?
O esporo é um termo genérico usado para determinar uma célula ou grupo, cuja 
germinação origina o talo. É bastante variável em tamanho. O esporo possui membrana, 
citoplasma e núcleo.
94PRINCIPAIS GRUPOS DE MICRORGANISMOSUNIDADE 4
A membrana pode ser interna (fina) denominada de endósporo e a membrana externa 
(espessa) denominada de episporo. A membrana pode ser hialina, escura, alaranjada ou 
rósea. Com superfície lisa, rugosa, crestada, reticulada, caldadas e ciliadas.
Quanto à forma pode ser globosa, elíptica, redonda, ovoide, piriforme, filiforme e 
lobulada. Os esporos germinam por um ou mais poros de onde sai o tubo germinativo, ou 
promicélio.
Os esporos apresentam características morfológicas importantes para a taxonomia 
que se baseia no número de células, cor, forma dos esporos, septação, ornamentação da 
parede, etc. Os esporos podem ser assexuados e sexuados. Os sexuados são obtidos pela 
transformação vegetativa, enquanto que os esporos sexuados são obtidos pela fusão de 
corpos especializados.
Os esporos podem ser ainda endógenos ou exógenos. Os esporos endógenos são 
produzidos no interior de hifas diferenciadas e os esporos exógenos no exterior de hifas 
diferenciadas.
Os principais tipos de esporos endógenos são:
• Ascósporos: esporos formados no interior de ascas.
• Esporangiósporos: esporos formados no interior de hifas globosas, 
denominadas de esporângios.
• Zoósporos: esporos ciliados desprovidos de membrana, formados no interior 
de esporângios especiais denominados de zoosporângio.
Os principais esporos exógenos são:
• Conídios: esporos que se originam na extremidade de hifas simples ou 
complexas, eretas ou decumbentes, ramificadas ou não, com ou sem septo.
• Basidiósporo: esporos que se originam de hifas férteis, denominadas de 
basídios.
• Esporídios: esporos oriundos dos segmentos terminais ou laterais do promicélio.
• Teleutósporos: esporos unicelulares ou multinucleados de parede bastante 
espessa.
• Eciósporos: esporos de parede celular espessa que germinam dando origem 
a micélios de forma uredósporicos ou teleutósporos.
• Picnidiósporos: esporos pequenos que são formados no interior do corpo de 
frutificação denominados de pícnios.
• Clamidósporos — esporos redondos de parede celular espessa de coloração 
escura e constituem a forma de resistência de alguns fungos. Os esporóforos, 
95PRINCIPAIS GRUPOS DE MICRORGANISMOSUNIDADE 4
hifas diferenciadas do sistema vegetativo, tem o crescimento limitado e uma 
estrutura especial, pois diferenciam quanto a posição, apresentando-se simples 
ou compostos. Os esporóforos simples são constituídos por uma única hifa ereta 
ou decumbente. Enquanto que os esporóforos compostos são constituídos por 
feixes ou massas complexas de hifas.
Os principais esporóforos são:
• Conidióforos: é o tipo mais simples de esporóforo. É uma hifa fértil, erets ou 
decumbente, simples ou ramificada, com ou sem septo, podendo ser flexuosa ou 
não, e mantém os conídios.
• Sinêmios: são esporóforos formados pela reunião de hifas eretas e paralelas, 
formando um feixe.
• Esporodóquios: são esporóforos externos, formado pelo entrelaçamento de 
hifas em forma de um pequeno tubérculo sobre os quais originam os esporos.
• Esporangióforos: são esporóforos simples, que na sua extremidade ou lateral 
apresenta esporângios. E dentro de cada esporângio tem os esporangiósporos 
que são esporos móveis.
• Soros ou Acérvulos: originam-se abaixo da superfície do substrato e quando 
se desenvolve provoca a ruptura destes expondo os esporos formados.
• Basidióforos: esporóforos dos Basidiomycetos. Os esporos se formam nas 
hifas férteis que se encontram nas lâminas radiais do píleo (chapéu).
Também tem os esporos produzidos que não recebem uma denominação especial, 
como os esporos produzidos dentro de peritécio, cleistotécio,Apotécio e picnídios. Estes 
tipos de esporóforos tem os esporos encerrados em receptáculos em forma de taça ou 
frascos. Eles também são denominados de corpos de frutificação e quando possuem 
esporos exógenos são denominados de picnídios e quando possuem esporos endógenos 
são denominados de peritécio, apotécio ou cleistotécio.
Nos corpos de frutificação, peritécio, apotécio e cleistotécio, os esporos encontram-
se dentro de ascas (ascósporos) e se distinguem pelo modo de comunicação com o meio. 
O peritécio é um receptáculo esférico e tem uma pequena abertura denominada de ostíolo 
que serve para saída das ascas e ascósporos. Os cleistotécios ou ástomos desprovidos de 
abertura, para a liberação de ascas e ascósporos é necessário a degradação da parede. E 
o apotécio são corpos de frutificação abertos por completo na forma de taça ou disco. 
96
 Caro(a) aluno(a), depois de estudar a morfologia da célula fúngica, iniciaremos 
nossa discussão sobre a fisiologia e reprodução dos fungos.
Na fisiologia, vamos iniciar discutindo o principal carboidrato de reserva dos fungos 
verdadeiro que é o glicogênio, e também é a reserva em células animais. E o ergosterol 
é o principal componente da membrana plasmática. Os fungos são seres heterotróficos, 
precisam de fonte de carbono como hemicelulose, celulose, lignina e açúcares. 
A fonte de nitrogênio, nitrato e amônio. Os macronutrientes essenciais são: além do 
carbono, hidrogênio e nitrogênio, tem também o potássio, necessário para o metabolismo 
dos carboidratos e atividade enzimática. O fósforo está presente no núcleo e metabolismo 
energético. O magnésio que atua ativando enzimas. O cálcio que está presente na 
parede celular e o enxofre que é componente dos aminoácidos e enzimas. Quanto aos 
micronutrientes que são elementos requeridos em menor quantidade podemos citar o ferro 
que está presente no citocromo, enzimas e pigmentos, o cobre presente em enzimas e 
pigmentos e manganês, zinco e molibdênio também presentes em pigmento.
2.1 E quanto ao metabolismo secundário? Quem produz as plantas ou os 
fungos?
É raro em animais, comum em fungos, bactérias e plantas. O metabolismo secundário 
produz substâncias naturais produzidas durante seu ciclo de vida que não são necessárias 
para o crescimento do fungo. Um grupo especial de fungos produz essas substâncias, tais 
como Penicillium que pode produzir substâncias antibióticas e antifúngicas. 
CARACTERÍSTICAS 
FISIOLÓGICAS E 
REPRODUÇÃO DOS FUNGOS2
TÓPICO
PRINCIPAIS GRUPOS DE MICRORGANISMOUNIDADE 4
97PRINCIPAIS GRUPOS DE MICRORGANISMOSUNIDADE 4
Outros pontos importantes são o requerimento de água, a digestão e a respiração. 
O requerimento de água é indispensável para o crescimento, embora tenha os fungos que 
se desenvolvem em baixa quantidade de água como os fungos causadores de bolores. Os 
fungos fazem digestão extracorpórea, ou seja, fora da célula. 
Acadêmico(a), vamos imaginar uma laranja madura armazenada em um lugar com 
umidade e temperatura elevada, depois de alguns dias provavelmente esta laranja estará 
com podridão. O que aconteceu? É que o fungo liberou as hifas e micélio vegetativo e esses 
começaram a liberar enzimas que fazem a digestão dos nutrientes, e quando elas digeriram 
aquele nutriente fora da célula, agora, sim, o fungo absorve os nutrientes e manda para 
todo o fungo mantendo sua sobrevivência. E o transporte de nutrientes se dá por difusão, 
potencial osmótico, e por transporte ativo, canais formados por proteínas premeases.
Os fungos têm um amplo espectro de enzimas capazes de degradar substratos 
orgânicos como a lignina, celuloses e Keratina. Quanto à respiração, os fungos necessitam de 
oxigênio para sobreviverem. Entretanto, tem fungos que se desenvolvem em meio líquido como 
quantidade de oxigênio pequena, proporcionando a fermentação de álcool e dióxido de carbono, 
como as Saccharomyces e fermentação do ácido lático, como os Zigomycota e Oomycetos.
Os fungos também demonstram grande diversidade de comportamento em relação 
à variação de temperatura, pois esta pode influenciar no crescimento vegetativo, tamanho 
e número de esporos.
Vejamos caro(a) aluno(a) um exemplo:
• Temperatura ótima para:
• Germinação de esporos = 22 ˚C
• Desenvolvimento do micélio = 28 ˚C
• Formação de novos esporos = 24 ˚C 
Essas condições são ideais para fungos do gênero Helminthosporium. De modo geral, 
a temperatura ótima para o desenvolvimento fúngico é de 20 a 30 ˚C. Temperaturas muito 
baixas, os fungos têm capacidade de suportar com o metabolismo baixo, como se estivessem 
dormentes. E temperaturas elevadas podem ocasionar a morte do fungo que é de 45 a 50 ˚C.
Outro fator que pode influenciar no desenvolvimento dos fungos é a luminosidade. 
Os fungos quando armazenados no escuro podem ter maior facilidade de germinarem 
quando comparado com a claridade. Outros apresentam crescimento micelial diferenciado 
em resposta à luz, produzindo anéis concêntricos quando cultivados em meio de cultura em 
placas de Petri. Enquanto que as luzes negras e ultravioletas podem estimular a esporulação. 
98PRINCIPAIS GRUPOS DE MICRORGANISMOSUNIDADE 4
A luminosidade também pode influenciar a orientação no crescimento da hifa, que é 
denominado de tropismo. Além da luminosidade, tem a força da gravidade (geotropismo), 
unidade atmosférica (hidrotropismo) e substâncias químicas (quimiotropismo).
Agora caro(a) aluno(a) vamos discutir sobre o modo de vida dos fungos.
Os fungos são encontrados na natureza, na água, no solo, no ar, na matéria orgânica 
em decomposição, em produtos alimentícios, na indústria, parasitando vegetais e animais. 
Vimos que os fungos são seres heterotrófica, que precisam ser alimentados, eles não têm 
capacidade de sintetizar seu próprio alimento. E a forma como eles se alimentam obrigam 
eles a viver em estado saprofítica, parasítica e simbiose. Tanto a forma saprofítica como 
parasítica requerem carbono para sua alimentação. 
O fungo saprófita é quando obtém seu alimento na matéria orgânica, ou material em 
decomposição. Os fungos saprófitas facultativos parasitam substrato vivo ou morto. Neste caso 
iniciam a infecção em tecidos vivos e multiplicam-se em tecidos mortos. E os fungos parasitas 
obtêm seu alimento às custas de um organismo vivo, podendo ser parasita obrigatório (precisa 
do hospedeiro vivo para obter seu alimento), parasita facultativo (fungos que são saprófitas 
mais em condições favoráveis colonizam substrato vivo) e hemibiotróficos (atacam células 
inicialmente como parasitas obrigatórios e terminam como saprófitas). E os fungos que fazem 
simbiose, que é a associação de dois organismos que se beneficiam mutuamente, como, por 
exemplo, as micorrizas, que são fungos associados às raízes de plantas.
Outro item do nosso capítulo a ser estudado, caro(a) aluno(a) é a reprodução dos 
fungos que pode ser sexuada e assexuada. Na reprodução sexuada, também denominada 
fase teleomórfica, a formação de um indivíduo se dá pela união de duas células sexuais 
diferentes conhecidas como gametas. Estes gametas quando se unem trocam material 
genético formando o zigoto que é produzido por meiose. Processo este que produz 
indivíduos com diferença genética entre si. 
Os indivíduos obtidos pela reprodução sexuada apresentam alta variabilidade 
genética e resistência às condições adversas. Enquanto que a reprodução assexuada, 
denominada de anamórfica, não envolve a união de gametas, permitindo obter células 
idênticas à célula mãe, ou seja, os esporos aqui produzidos são obtidos por mitose originando 
esporos com baixa variabilidade genética, verdadeiros clones.
99
CLASSIFICAÇÃO 
DE FUNGOS3
TÓPICO
PRINCIPAIS GRUPOS DE MICRORGANISMOSUNIDADE 4
Ao abordarmos a classificação dos fungos, saliento a você, caro(a) aluno(a) que 
existem algumas diferenças nesta classificação, pois, pode ser encontrado autores que 
apresentam uma classificação mais detalhada.
Por esse motivo,serão apresentados os principais grupos de fungos, baseando-se 
na classificação da 10ª edição do Dictionary of the fungi, de 2008 (Kirk et al. 2008), apesar 
de antiga, esta obra contempla uma classificação válida. A classificação de fungos está em 
constante alteração e parte destas alterações podem ser consultadas online em bancos de 
dados, tais como Mycobank (www.mycobank.org) (ROBERT, et al. 2005) e Index fungorum 
(www.indexfungorum.org).
3.1 Os principais grupos de fungos são:
01. Reino Protozoa
• Classe Myxogastria
 ◦ São organismos multicelulares com plasmódio sem parede celular, que se 
transforma em esporângio onde internamente os esporos são formados.
 ◦ Espécies representativas: Physarum polycephalum
02. Classe Phytomyxia
 ◦ São parasitas obrigatórios, tipicamente patogênicos de plantas. O estágio 
vegetativo é em forma de plasmódio. Os plasmódios dão origem a zoosporângios 
os quais contêm quatro a oito zoósporos. Os zoósporos são biflagelados do tipo 
chicote, o que facilita sua movimentação no filme de água no solo.
 ◦ Espécies representativas: Plasmodiophora brassicae
http://www.mycobank.org/
http://www.indexfungorum.org
100PRINCIPAIS GRUPOS DE MICRORGANISMOSUNIDADE 4
03. Reino Chromista
• Classe Oomycetes
 ◦ Os Oomicetos são organismos que produzem, por meio da reprodução 
assexuada, células móveis denominadas de zoósporos que apresentam dois 
flagelos, um flagelo do tipo chicote e outro do tipo tinsel. Os zoósporos são 
formados dentro dos esporângios. Durante a reprodução sexual produzem os 
oósporos, esporo de repouso com parede celular bem espessa.
 ◦ Espécies representativas: Saprolegina ferax e Phytophthora infestans.
 
04. Reino Fungi (Fungos verdadeiros)
• Filo Blastocladiomycota e Chytridiomycota
 ◦ Os representantes destes Filos são os únicos fungos verdadeiros que se 
reproduzem por zoósporos. Os zoósporos são móveis e apresentam um flagelo 
tipo chicote, localizado na extremidade posterior.
 ◦ Espécies representativas: Physoderma alfafae, Olpidium brassicae e 
Allomyces macrogynus
• Filo Zigomycota
 ◦ Os Zigomicetos se reproduzem sexuadamente por fusão gametangial 
caracterizado pela formação de zigosporangio contendo no seu interior um 
zigósporo com parede celular bem espessa. E a reprodução vegetativa se dá 
pela formação de Esporangiósporos no interior de esporângios.
 ◦ Espécies representativas: Rhizopus stolonifer e Mucor rouxil. 
 
• Filo Ascomycota
 ◦ Os Ascomicetos constituem o grupo mais numeroso de fungos. Os Ascomicetos 
distinguem-se dos outros fungos por produzir esporos (ascósporos) sexuados 
endogenamente em um asco. Os ascos podem ser produzidos livremente ou no 
interior de ascomas. E a sua reprodução assexuada dará origem aos conídios.
 ◦ Espécies representativas: Saccharomyces cerevisiae, Claviceps purpúrea, 
Trichoderma sp. e micorrizas (fungos que se associam com as raízes de plantas)
 
• Filo Basidiomycota
 ◦ Os Basidiomicetos compreendem um grande grupo de fungos que causam 
doenças de importância em plantas. Eles são caracterizados por produzir 
esporos sexuados exogenamente em células em forma de clava denominada 
basídio. Os basídios são formados em basidiocarpos bem definidos.
 ◦ Espécies representativas: Agaricos bisporus, Puccinia graminis (ferrugem 
do trigo), Ustilago maydis (carvão do milho).
101PRINCIPAIS GRUPOS DE MICRORGANISMOSUNIDADE 4
• Fungos anamórfico
 ◦ Os fungos anamórficos, também conhecidos como fungos imperfeitos, ou 
fungos mitospóricos, ou ainda deuteromicetos. Constituem um grupo de fungos 
em que a reprodução sexuada é ausente ou ocorre raramente. Estes fungos 
são caracterizados por produzirem conídios em conidiomas ou fragmentação do 
talo micelial. Espécies representativas: Penicillium notatum e Candida albicans
3.2 Diferença entre Oomicetos e fungos verdadeiros
Caro(a) aluno(a), depois de estudar as principais características dos diferentes 
grupos de fungos fica uma questão a ser respondida.
• Os omitetos são fungos verdadeiros?
 ◦ A resposta é não!
Os Oomicetos apresentam características diferentes dos fungos verdadeiros, as 
quais são apresentadas na tabela 1.
TABELA 1: PRINCIPAIS DIFERENÇAS ENTRE OS OOMICETOS
E FUNGOS VERDADEIROS. 
Estruturas Oomicetos Fungos Verdadeiros
Parede celular Celulose e glucanos Quitina
Mitocôndrias Cristais tubulares Achatadas ou laminares
Esporos com flagelos Com Sem
Septos no talo micelial Ausente Presente
Síntese de esteróis Não Sim
Plodia 2N N
Fonte: USP (2019).
Observando a tabela 1, caro(a) aluno(a), vemos que os Oomicetos são muito 
semelhantes às plantas e algas, apesar dos pesquisadores defenderem a ideia de estes 
apresentarem um ancestral comum, consideram que os Oomicetos perderam a capacidade 
autotrófica e consequentemente passaram a necessitar de uma fonte de carbono, tornando-
se saprófita ou parasita.
102
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS 
DOS VÍRUS4
TÓPICO
PRINCIPAIS GRUPOS DE MICRORGANISMOSUNIDADE 4
Neste tópico, caro(a) aluno(a) vamos discutir as principais características dos vírus, 
que comparado com os eucariotos e procariotos são muito menores. Os vírus podem medir 
de 20 a 30 nm de diâmetro e 2000 nm de comprimento. Para termos uma ideia de como 
são pequenos em uma célula bacteriana cabe mais de um milhão de partículas virais, assim 
são menores que qualquer célula existente. Eles não são observados em microscópio ótico, 
somente no microscópio eletrônico.
4.1 O que é vírus?
É um microrganismo obrigatório, intracelular, constituído de uma ou mais moléculas 
de ácido nucleico (DNA ou RNA), geralmente envolto por uma capa proteica camada 
capsídeo (MIZUBUTI; MAFIA, 2006).
Com essa definição, caro(a) aluno(a) você já pode dizer que o vírus é um parasita 
obrigatório, ou seja, para que ele possa se multiplicar é necessário que ele entre na célula 
do hospedeiro.
Os vírus têm grande importância, pois é capaz de causar doenças em plantas e 
animais, são modelos de estudos na biologia molecular, são utilizados como vetores na 
síntese de proteínas e outras moléculas de interesse industrial, entre outros.
Agora que você, caro(a) aluno(a), já sabe o que é um vírus, vamos conversar sobre 
os componentes estruturais e químico dos vírus.
O vírus nada mais é que uma proteína, e dentro desta proteína tem o material 
genético, ou seja, o ácido nucleico. Então vamos ver isso detalhadamente.
103PRINCIPAIS GRUPOS DE MICRORGANISMOSUNIDADE 4
4.2 Estrutura do vírus:
O genoma é o conjunto de informações genética que é codificado por um ácido nucleico. 
O capsídeo que é a capa proteica que envolve genoma viral. É formada por subunidade de 
proteínas. E tem a função de proteger o genoma viral dos fatores adversos e de possibilitar a 
aderência da partícula viral da célula hospedeira e conferir simetria estrutural.
O capsômero é a proteína que forma o capsídeo, são unidades de capsídeos. O 
nucleocapsídeo é o conjunto formado de genoma mais o capsídeo. E o envelope é a membrana 
que envolve o nucleocapsídeo. Esse envelope é um resquício de quando o vírus abandona a 
célula hospedeira, provavelmente tem caráter lipídico e glicoproteínas chamadas de espículas, 
como se fosse anteninhas, que são responsáveis pelas variações dos vírus. Nem todos os vírus 
têm o envelope, alguns podem ter somente o capsídeo e o material genético.
Quanto aos componentes químicos dos vírus, eles apresentam:
O ácido nucleico que pode ser DNA ou RNA, fita simples (ss), fita dupla (ds) ou ainda 
linear, ou circular. Os vírus com RNA ss atuam como RNA mensageiro (mRNA), são vírus de 
cadeia positiva (+) e são traduzidos pelos ribossomos da célula hospedeira. Enquanto que os 
vírus que replicam seu mRNA primeiro para depois formar a fita complementar são desligados 
da fita negativa (-) para a replicação da fita positiva (+) que é catalisada por uma RNA polimerase
As proteínas são os principais componentes químicos do vírus. As polimerases 
são responsáveis pela cópia do genoma viral tanto DNA como RNA. As helicases ajudam 
a modificar aconformação da molécula para ação das polimerases. As Proteínas de 
movimento auxiliam no movimento do vírus nas células hospedeiras. Também tem as 
proteínas capsideais que protegem o vírus do sistema de defesa do hospedeiro, ajudando 
na transmissão. E as proteases, que quebram moléculas de protiproteinas. As proteínas 
supressoras de genes que conseguem inibir as proteínas de defesa do hospedeiro facilitando 
a disseminação do vírus em seu hospedeiro.
Lipídeos e carboidratos também estão presentes na partícula viral. Os lipídios são 
encontrados na forma de fosfolipídios no envelope viral e glicoproteínas. Os carboidratos 
são ribose e desoxirribose que estão presentes no ácido nucleico.
Quanto a morfologia básica das partículas virais, pode–se dizer que a maioria dos 
vírus se apresentam com aspecto poliédrico ou esférico de um capsídeo cuja estrutura 
básica é de um icosaedro, com face constituída de 20 faces triangulares e 12 vértices. 
A face triangular é um triângulo equilátero as quais juntam-se para formar 12 vértices. 
Os vírus com simetria helicoidal têm um capsídeo cujos capsômeros estão arranjados em 
torno do ácido nucleico em forma de uma hélice, apresentando-se em forma de bastão. 
Um dos vírus helicoidais muito estudado é o vírus do mosaico do tabaco e vírus animais, 
incluindo os agentes causais do sarampo, caxumba, influenza e raiva. Existem vírus animais 
com simetria complexa ou indefinida, como, por exemplo, os arenavírus e os poxvírus que 
apresentam capsídeo com simetria irreconhecível.
104PRINCIPAIS GRUPOS DE MICRORGANISMOSUNIDADE 4
Outro ponto importante é a replicação Viral, que tem por base a pré-existência de 
um molde. Os vírus mudam o processo metabólico das células hospedeiras para produzir 
novos vírus. Este processo tem fases específicas para animais e plantas. A primeira fase 
que discutiremos ocorre somente para vírus que atacam os animais. É a fase de fixação ou 
também denominada de adsorção.
A célula que vai receber o vírus apresenta em sua superfície receptores específicos 
ocorrendo a fixação. A penetração é a segunda etapa no processo de infecção do vírus na 
célula hospedeira. O genoma pode ser diretamente liberado no citoplasma passando pela 
cutícula ou por meio de fagocitose quando for célula animal. Em plantas são necessários 
ferimentos causados por insetos e poros presentes ao longo da parede celular. A biossíntese 
dos componentes virais dentro da célula hospedeira, seja animal ou vegetal, se dá pela síntese 
do mRNA viral e proteínas que montam o nucleocapsídeo. As etapas seguintes são a maturação 
e a montagem. Quando se tem um grande número de partículas virais, os mesmos são unidos 
em partículas maduras no núcleo e/ou citoplasma da célula infectada. O tempo que leva para o 
vírus perder a capa proteica até a montagem de um novo vírus é denominado de eclipse, pois 
se a célula for rompida neste período nenhum vírus infeccioso será encontrado. 
A liberação do vírus maduro na célula hospedeira é a etapa final da replicação viral. 
A liberação pode ser feita todos juntos quando ocorre a desintegração ou lise da célula. 
Outra alternativa é a expulsão das partículas virais por exocitose. E alguns vírus deixam as 
células por canais especiais (túbulos) com o auxílio das proteínas de movimentos.
E para finalizarmos este tópico, caro(a) aluno(a), vamos relatar a classificação dos 
vírus que podem ser classificados de acordo com as características físicas, químicas e 
biológicas, um sistema estabelecido pelo Comitê Internacional de Taxonomia do Vírus (CITV). 
Quanto a nomenclatura, desde do início da virologia busca-se a melhor maneira 
de classificar os vírus, quanto a nomenclatura há várias décadas tem se usado o nome 
do hospedeiro e ou tipo de sintoma que ele induz, por exemplo, vírus da cólera suína, 
vírus da influenza suína, vírus do mosaico do pepino, vírus do mosaico do tabaco. Essa 
nomenclatura também é baseada na afinidade do vírus pelos tecidos afetados, como, 
por exemplo: vírus neurotrópicos, aqueles específicos das células nervosas. No entanto, 
como se tem muito conhecimento sobre características física, química e biológica do vírus, 
esquemas de classificação foram formulados. 
E esse tipo de classificação vem sendo utilizada pelo Comitê internacional de 
taxonomia dos vírus (CTIV) para classificar os vírus. O nome da família termina em –viridae, 
nomes de subfamílias em –virinae e o gênero e as espécies em — vírus. Por exemplo, 
Picornaviridae que significa vírus RNA pequeno (pico); Hepadnavírus, vírus DNA que 
causa doença no fígado (hepa). Os virologistas de vegetais classificam os vírus de maneira 
semelhante. Os vírus são classificados em grupos de vírus (em lugar de família e gênero). 
Os nomes são derivados de nomes protótipos mais representativos do grupo, por exemplo, 
o vírus do mosaico do tabaco é o grupo tabamo ou tobamovírus.
105
Você sabe que os vírus podem ser comedores de bactérias patogênicas a homens e animais? 
Muitas pesquisas estão sendo realizadas para avaliar a eficiência dos vírus como agentes terapêuticos em 
diversas áreas.
Isso se deve ao crescente surgimento de resistência bacteriana aos antibióticos e a terapia com 
fagos acaba sendo uma alternativa viável, pois é uma forma de controle biológico, que se baseia em um 
vírus específico que infecta e destrói células bacterianas, os bacteriófagos. O uso de bacteriófagos como 
agentes antimicrobianos é utilizado com sucesso para detecção de patógenos em produtos alimentícios que 
compreendem desde a segurança da água e alimentos ao emprego da agricultura e saúde animal.
Fonte: ROSSI, Lívia Píccolo Ramos; ALMEIDA, Rogeria Comastri de Castro. Bacteriófagos para 
controle de bactérias patogênicas em alimentos. Revista do Instituto Adolfo Lutz (Impresso), v. 69, n. 2, p. 
151–156, 2010.
SAIBA
MAIS
“Os fungos são essenciais para a nossa sobrevivência. Estamos a fazer o suficiente para os 
proteger?” Este é o título do artigo publicado por SARAH GIBBENS, na revista National Geografic. Neste 
artigo, a autora relata que os cogumelos solitários estão em extinção e muitos outros podem estar em perigo.
Os cogumelos além de serem saborosos, ricos em vitaminas, eles podem curar várias 
doenças e isso induz uma colheita excessiva, o que pode levá-los à extinção. No entanto, os fungos têm 
grande importância no ecossistema, ajudando a fragmentar o carbono armazenado em material vegetal, 
aprisionando-o no solo. Assim os pesquisadores questionam: Será que podemos perder algum fungo?
 
Fonte: GIBBENS, Sarah. Os fungos são essenciais para a nossa sobrevivência. Estamos a fazer 
o suficiente para os proteger? 2021 Disponível em https://www.nationalgeographic.pt/
REFLITA
PRINCIPAIS GRUPOS DE MICRORGANISMOSUNIDADE 4
https://www.nationalgeographic.pt/
106
Nesta unidade, caro(a) aluno(a), você aprendeu sobre o fascinante mundo dos 
fungos e vírus.
Identificamos as principais características morfológicas dos fungos, sendo elas 
divididas em estrutura vegetativa e reprodutiva. A estrutura vegetativa é referente ao micélio 
que é formado por um conjunto de hifas. 
As hifas podem sofrer diversas modificações como haustório, apressório, escleródio, 
rizomorfas, clamidósporos e estroma. A estrutura reprodutiva se refere aos esporos que 
apresentam variações quanto à forma, coloração, septação e tamanho. E o esporo é a 
marca registrada do fungo.
Em seguida, passamos a discutir sobre as características fisiológicas e a reprodução 
dos fungos. Vimos que os fungos precisam de uma fonte de carbono para se desenvolverem, 
que a digestão é extracelular e os fungos podem ser saprófita ou parasita. 
O fungo parasita, dependendo como ele se alimenta, pode ser parasita obrigatório, 
parasita facultativo ou parasita saprófita. Quanto à reprodução estudamos a reprodução 
sexuada, que vai gerar os conídios que são esporos com o mesmo material da célula mãe. 
E a reprodução sexuada tem troca de material genético, tem grande variabilidade e gera 
esporosde resistência.
Abordamos também os principais grupos de fungos que são classificados de acordo com 
as características dos esporos, corpo de frutificação e seu ciclo de vida. Exposto em uma tabela 
listamos informações sobre as principais diferenças entre Oomicetos e fungos verdadeiros. 
Diferenciação necessária uma vez que Oomicetos tem ancestrais comum com plantas e algas.
Por fim, tratamos da partícula viral, que envolve a definição, as características 
estruturais, químicas, replicação, movimentação na célula e classificação. Vimos que os 
vírus são parasitas obrigatórios, ou seja, precisa de um organismo vivo para desempenhar 
suas funções, caso não tenha um hospedeiro ele é considerado uma partícula inerte.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
PRINCIPAIS GRUPOS DE MICRORGANISMOSUNIDADE 4
107
Caro(a) aluno(a), você sabia que a biotecnologia utiliza microrganismos e sistemas 
biológicos na produção de produtos que podem ser aplicados na indústria de alimentos? 
Espero que estas referências complementares ajudem a entender que se tem muitos 
processos e técnicas ativas em pesquisas microbiológicas.
• DE ABREU, Jéssica Aline Soares; ROVIDA, Amanda Flávia da Silva; PAMPHILE, 
João Alencar. Fungos de interesse: aplicações biotecnológicas. Revista 
UNINGÁ Review, v. 21, n. 1, 2015.
• ORLANDELLI, Ravely Casarotti et al. Enzimas de interesse industrial: 
produção por fungos e aplicações. SaBios-Revista de Saúde e Biologia, v. 7, 
n. 3, 2012.
• MALAJOVICH, Maria Antonia. Biotecnologia. Axcel Books do Brasil Editora, 
2004.
LEITURA COMPLEMENTAR
PRINCIPAIS GRUPOS DE MICRORGANISMOSUNIDADE 4
108
MATERIAL COMPLEMENTAR
FILME/VÍDEO
• Título: Nada se espelha com o medo — Contágio
• Ano: 2011; 
• Sinopse: Contágio segue o rápido progresso de um vírus letal, 
transmissível pelo ar, que mata em poucos dias. Como a epidemia 
se espalha rapidamente, a comunidade médica mundial inicia uma 
corrida para encontrar a cura e controlar o pânico que se espalha mais 
rápido do que o próprio vírus. Ao mesmo tempo, pessoas comuns 
lutam para sobreviver em uma sociedade que está desmoronando.
LIVRO
• Título: Dictionary on the fungi.
• Autores: Paul M Kirk, Paul F Cannon, J A Stalpers, David W 
Minter;
• Editora: Cabi; 9th ed. Edição;
• Sinopse: Este livro fornece a lista mais completa disponível de 
nomes genéricos de fungos, suas famílias e ordens, seus atributos 
e termos descritivos. Para cada gênero, a autoridade, a data de 
publicação, status, posição sistemática, número de espécies aceitas, 
distribuição e referências-chave são fornecidas. Diagnósticos de 
famílias e detalhes de ordens e categorias superiores são incluídos 
para todos os grupos de fungos. Além disso, há notas biográficas, 
informações sobre metabólitos e micotoxinas bem conhecidos e 
relatos concisos de quase todos os aspectos puros e aplicados do 
assunto (incluindo citações de literatura importante).
PRINCIPAIS GRUPOS DE MICRORGANISMOSUNIDADE 4
109
CONCLUSÃO GERAL
Prezado(a) aluno(a), concluímos nossa caminhada ao longo do curso, ao estudarmos 
diversos assuntos importantes relacionados à microbiologia.
Na unidade I, conhecemos o mundo dos microrganismos. Compreendendo as 
principais características da microbiologia como ciências. Bem como aprendemos as 
perspectivas históricas da microbiologia. Também conhecemos e estudamos a diferença das 
células eucariontes e procariontes, caracterizando os principais grupos de microrganismo. 
E exemplificamos a função dos microrganismos no ambiente, o que é bastante comum e 
importante no nosso cotidiano.
Na unidade II, tivemos acesso a obter o microrganismo em cultivo puro. Conhecemos 
a importância do microscópio e o preparo do material a ser observado quando se deseja 
obter um microrganismo puro em placas de Petri. Entendemos como é realizado o controle 
dos microrganismos indesejáveis para obter os microrganismos de interesse. Analisamos 
ainda sua aplicação e quais os instrumentos podem ser utilizados.
As morfologia e classificação de bactérias e protozoários foram estudadas na Unidade 
III. Quanto às características da célula bacteriana aprendemos que são células procariontes, 
esféricas, cilíndricas e helicoidais, apresentam-se isoladas ou em arranjo, muitas bactérias 
têm flagelos para sua locomoção e pelos para auxiliar sua aderência a superfície. Além de 
que as bactérias são divididas em dois grandes grupos, Gram positivas e Gram negativas, 
que se diferem quanto à estrutura e composição química da parede celular. Detalhamos as 
organelas presentes na célula bacteriana, como também a sua reprodução, crescimento e 
variabilidade genética. Também estudamos os diferentes grupos de bactérias, as Eubactérias 
e as Arqueobactérias. E ainda nesta unidade, estudamos as principais características dos 
protozoários que se diferenciam das bactérias por serem organismos eucariotos, no entanto, 
apresentam flagelos e cílios mais complexos do que em bactérias.
Na unidade IV conhecemos os fungos e as principais características da partícula viral. 
Compreendemos as mais diversas formas vegetativa e reprodutiva que os fungos apresentam. 
Assim, estudamos sobre o comportamento dos fungos quanto a obtenção do seu alimento, o 
que os tornam biotróficos e Necrotróficos. Além, de entendermos as condições necessárias 
para o seu crescimento e reprodução que é sexuada ou assexuada. Detalhamos a estrutura e 
os componentes químicos de um vírus. Contudo, os vírus se replicam somente na presença do 
110
hospedeiro, ou seja, são parasitas obrigatórios. E que estes enganam o mecanismo de defesa 
da célula hospedeira para a produção de novas partículas virais.
Por fim, concebemos este material com o intuito de auxiliar ao longo do seu curso. 
Certamente os assuntos abordados aqui terão grande importância para sua formação 
profissional. Espero que você, acadêmico(a) possa tirar o máximo de proveito dos conceitos 
apresentados neste material didático. E com isso possa abrir caminho para que você possa 
“tomar gosto pelas coisas” em desenvolver trabalhos na microbiologia.
Até uma próxima oportunidade. Muito Obrigada!
111
REFERÊNCIAS
ALFENAS, A. C.; MAFIA, R. G. Métodos em fitopatologia. Lavras: UFV, 2007. p. 53-90.
ALMEIDA, L. M. et al. Microscopia: contexto histórico, técnicas e procedimentos 
para observação de amostras biológicas - 1. ed. -- São Paulo: Érica, 2014. ISBN 
978853652112-1.
ARMISEN, R., & GAIATAS, F. Agar. In Handbook of hydrocolloids. (pp. 82-107).
BEVILAQUA, G. C., MENEZES, M. U. F. O., DA CRUZ XIMENES, G. N., DA SILVA 
NASCIMENTO, Í. R., DA SILVA PEREIRA, E. F., & DOS SANTOS.
CORTEZ, N. M. Queijo fresco artesanal de leite caprino com lactobacillus acidophilus: 
avaliação do crescimento de bactérias láticas. Brazilian Journal of Development, 6(4), 
21214-21231. (2020).
CANHOS, V. P., & MANFIO, G. P. Recursos microbiológicos para biotecnologia. URL: 
http://www. mct. gov. br/Temas/biotec/Tendencias% 20_Vanderlei% 20Fina_. pdf. (2001).
CAVALCANTE, R. R., & DE ASSIS, R. C. Utilização de ácidos orgânicos como alternativa 
para higienização de alimentos: uma revisão integrativa. Holos Environment, 20(3), 335-
351. (2020).
COLOMBO, G. D. S., MENDES, I., SOUTO, B. D. M., PARACHIN, N., de ALMEIDA, J. R. 
M., & Quirino, B. F. (2017). Descoberta de novos genes de xilose isomerase em rúmen 
de cabras brasileiras. In Embrapa Agroenergia-Artigo em anais de congresso (ALICE). 
In: ENCONTRO DE PESQUISA E INOVAÇÃO DA EMBRAPA AGROENERGIA, 4., 2017, 
Brasília, DF. Anais… Brasília, DF: Embrapa, 2017.
112
GONÇALVES, B. M., & DOS SANTOS TORIANI, S. Hábitos relacionados à higiene alimentar 
em tempos de COVID-19: uma pesquisa com estudantes de uma instituição de ensino 
superior privada de Joinville (SC). Brazilian Journal of Development, 7(2), 18799-18811. 
(2021).
H. YU E J.R. LEADBETTER. Quimiolitoautotrofia bacteriana via oxidação de manganês. 
Nature 583, 453-458; 2020. doi: 10.1038 / s41586-020-2468-5.
KIRK, P. M., Cannon, P. F.,Minter, D. W., & Stalpers, J. A. Dictionary of the Fungi. (10thedn). 
Wallingford, UK. (2008)
KORSMAN, S. N., VAN ZYL, G., NUTT, L., ANDERSSON, M. I., & PREISER, W. Virologia. 
Elsevier Brasil. (2014).
LEE, W. K., LIM, Y. Y., LEOW, A. T. C., NAMASIVAYAM, P., ABDULLAH, J. O., & HO, C. L. 
Biosynthesis of agar in red seaweeds: A review. Carbohydrate polymers. 164, 23-30. 
(2017).
MADIGAN et al. Microbiologia de Brock. 2004. Cap. 14 – p. 463-467.
MADIGAN, M. T., et al. Microbiologia de Brock –10. ed. São Paulo: Prentice Hall, 2004. 
ISBN97885879185-12.
MADIGAN, MICHAEL T., et al. Microbiologia de Brock – 14. ed. – Porto Alegre: Artmed, 
2016. ISBN 978-85-8271-298-6.
MIZUBUTI, E.S.G.; MAFFIA, L.A. Introdução à Fitopatologia. Viçosa: Editora UFV, 190p. 
2006. (Caderno Didático; 115).
OLIVEIRA, M. B. S. C. D., & RIBEIRO, F. C. Virologia. EPSJV. (2009).
113
PELCZAR et al. Microbiologia – Conceitos e Aplicações. 1996. Vol. 1. Cap. 10 – p. 
258 – 271.
POMBO, J. C. P., RIBEIRO, E. R., DE LIMA PINTO, R., & DA SILVA, B. J. M. Efeito 
antimicrobiano e sinergístico de óleos essenciais sobre bactérias contaminantes de 
alimentos. Segurança Alimentar e Nutricional, 25(2), 108-117. (2018).
RODRIGUES, D. G., da Silva, N. B. M., Rezende, C., Jacobucci, H. B., & Fontana, E. A. Avaliação de Dois Métodos de Higienização Alimentar. Saúde e Pesquisa, 4(3). (2011).
ROSSI, L. P. R.; ALMEIDA, R. C. C. Bacteriófagos para controle de bactérias patogênicas 
em alimentos. Revista do Instituto Adolfo Lutz (Impresso), v. 69, n. 2, p. 151-156, 2010.
SALVATIERRA, C. M. Microbiologia - Aspectos morfológicos, bioquímicos e 
metodológicos - São Paulo: Érica, 2014. ISBN 978-85-365-3055-0
SCHWAN-ESTRADA, KÁTIA REGINA FREITAS, et al. Manual de aulas práticas em 
microbiologia. EduFatecie, 2020. 74 p.; ISBN 978-65-87911-10-6. Disponível: https://
unifatecie.edu.br/.../catalog/view/56/64/417-2...
SILVEIRA, A. C. O. O lado bom das bactérias: O poder invisível que fortalece sua 
defesa natural para uma vida mais feliz e longeva. ed: Editora Gente, 2021,197p.
SILVEIRA, V. D. Micologia. 5.ed. Rio de Janeiro: Âmbito Cultural. Edições Ltda., 1995.
SOLDATELLI, B. S. Ocorrência de geo-helmintos em areias das praias do Brasil: revisão 
integrativa. Medicina Veterinária-Tubarão. (2020).
TRABULSI, L. R., ALTERTHUM. Microbiologia. 6. ed., São Paulo: Editora Atheneu, 2015. 
ISBN978853880677-6.
https://unifatecie.edu.br/edufatecie/index.php/edufatecie/catalog/view/56/64/417-2?fbclid=IwAR2yYGBmg7aXwBBv8uTiU3ZbzJsMjPHKn43gaOVaiJOTR1GSzc-ir_Zcnr4
https://unifatecie.edu.br/edufatecie/index.php/edufatecie/catalog/view/56/64/417-2?fbclid=IwAR2yYGBmg7aXwBBv8uTiU3ZbzJsMjPHKn43gaOVaiJOTR1GSzc-ir_Zcnr4
https://unifatecie.edu.br/edufatecie/index.php/edufatecie/catalog/view/56/64/417-2?fbclid=IwAR2yYGBmg7aXwBBv8uTiU3ZbzJsMjPHKn43gaOVaiJOTR1GSzc-ir_Zcnr4
114
USP – Universidade de São Paulo. Disponível em: https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.
php/5251566/mod_resource/content/2/Fungos%20e%20Oomicetos%202020.pdf. 
Acessado em 2019
V. ROBERT, G. STEGEHUIS AND J. STALPERS. 2005. The MycoBank engine and related 
databases. Disponível em:https://www.mycobank.org/
VERMELHO, A. B. et al. Práticas de microbiologia - 2. ed. - Rio de Janeiro: Guanabara 
Koogan, 2019. 256p. ISBN 978-85-277-3556-8 1.
ZERBINI, F. M.; CARVALHO, MG de; ZAMBOLIM, E. M. Introdução à virologia vegetal. 
Cadernos Didáticos, v. 87, 2002. Pelczar et al. Microbiologia – Conceitos e Aplicações. 
1996. Vol. 1.
ENDEREÇO MEGAPOLO SEDE
 Praça Brasil , 250 - Centro
 CEP 87702 - 320
 Paranavaí - PR - Brasil 
TELEFONE (44) 3045 - 9898
	Unidade 1 - 2024
	Unidade 2 - 2024
	Unidade 3 - 2024
	Unidade 4 - 2024
	Site UniFatecie 3: 
	Botão 19: 
	Botão 18: 
	Botão 17: 
	Botão 16:caro(a) aluno(a) consegue perceber que a 
geração espontânea está incorreta? Se ela estivesse correta, as larvas surgirão tanto nas 
carnes que estavam nos frascos abertos como nos frascos fechados, nos dois frascos. Aqui 
ficou provado que a vida surge por meio de outro ser vivo. Mesmo com a comprovação de 
Redi, que os microrganismos não surgiram de material inanimado, muitos pesquisadores da 
época não aceitaram, outros falaram que este experimento era somente para organismos 
multicelulares. Então continuou a pesquisa para comprovar que os microrganismos não se 
desenvolviam por abiogêneses. Outro pesquisador que teve papel primordial na microbiologia 
foi o químico francês, Louis Pasteur (1859). Ele comprovou que o ser vivo não pode surgir de 
matéria inanimada. Para isso, o que ele fez? Ele realizou um experimento utilizando um balão 
de vidro, onde ele colocou um caldo nutritivo, em seguida ele ferveu o material para matar 
todos os microrganismos que estavam ali dentro, posteriormente ele pegou este balão e 
entortou o gargalo, ao entortar esse gargalo o que era impedido? A entrada do microrganismo. 
Assim os microrganismos não atingiam o caldo nutritivo, o ar entrava mais os microrganismos 
não, estes ficavam retidos na curva do gargalo. Depois o que Pasteur fez? Quebrou o gargalo 
deixando o ar em contato direto com o caldo nutritivo. E ele percebeu o desenvolvimento dos 
microrganismos. Com este experimento Pasteur provou que o material foi contaminado por 
microrganismos presentes no ar e não que o ser vivo surgiu do caldo nutritivo. Então Pasteur 
provou que a vida surge por meio de outro ser vivo. Essa ideia foi importante para derrubar a 
teoria da abiogênese que até então era dominante. Outra contribuição importante foi a técnica 
da pasteurização, técnica criada por Pasteur. Essa técnica é utilizada até hoje para evitar a 
proliferação de microrganismos. A técnica consiste no aquecimento e um rápido resfriamento. 
INTRODUÇÃO A MICROBIOLOGIAUNIDADE 1
13
Um exemplo, é o leite pasteurizado, no qual o leite é aquecido a 72 graus e rapidamente 
resfriado a 35 graus e embalado logo em seguida de forma a não entrar em contato com outros 
microrganismos. Continuando, em 1796, Jenner criou uma vacina para varíola. Ele põe em 
prova o ditado popular que as pessoas que trabalham com animais adquiriram uma versão 
mais leve da doença. Ao observar mulheres que eram responsáveis pela ordenha quando 
expostas ao vírus bovino tinham mesmo uma versão mais leve da doença. Ele colocou o pus 
das mãos de uma das mulheres que trabalhavam na ordenha em um menino e em poucos 
dias observou que o menino se recuperou em poucos dias. Ele repetiu esse procedimento 
em vários humanos com varíola, descobrindo assim a propriedade de imunização. Técnicas 
antissépticas foram introduzidas por um cirurgião e pesquisador inglês, Lister (1865). Ele 
demonstrou que o ácido carbólico (fenol) era um agente antisséptico eficiente, pois após seu 
uso em cirurgias fez com que reduzisse o número de mortes por infecção pós-operatória. 
Hoje utilizamos o álcool etílico, hipoclorito de sódio, compostos clorados e ácido acético. Em 
1876, o médico alemão, que teve grande importância para descobertas e fundamentos da 
microbiologia, foi Robert Koch. Ele foi responsável pelo descobrimento da bactéria Bacillus 
anthracis, causador da doença carbúnculo, que dizimou populações inteiras de ovelhas. Em 
estudos desenvolvidos por Robert Koch revela que os esporos da bactéria poderiam sobreviver 
anos no solo, no qual Koch idealizada que os animais portadores da doença tivessem seus 
corpos cremados para evitar com que a doença fosse espalhada ainda mais. O médico ainda 
provou que cada tipo de microrganismo infeccioso provocava uma doença específica. Com 
estes estudos ele publicou quatro postulados que são utilizados até hoje na microbiologia. 
01) Associação do microrganismo constante com a doença.
02) O Microrganismo deve ser cultivado em meio à cultura nutritiva.
03) Inocular em ser sadio suscetível
04) Recuperação do microrganismo - observar as mesmas características obtidas 
no postulado dois. 
Cumpridos os quatro postulados pode se dizer que o microrganismo é o agente que 
causa a doença. Estas etapas dos postulados foram responsáveis pela compreensão de 
como as doenças são transmitidas. Koch continuou a aperfeiçoar os métodos de laboratório, 
inventou diferentes meios de cultura nutritivo, entre eles o meio batata e ágar e este meio era 
mantido em um recipiente próprio, placas de Petri, que foram inventadas por seu amigo Richard 
Petri. Esta invenção é utilizada até hoje. E a pesquisa continuava, em 1892 Dimitri Ivanovski 
observou que o organismo que causava a doença do Mosaic taboco vírus era muito pequeno 
INTRODUÇÃO A MICROBIOLOGIAUNIDADE 1
14
e capaz de passar por qualquer filtro que na época era utilizado para deter as bactérias. No 
entanto, somente em 1936 Wendell Stanly demonstrou a verdadeira natureza química do vírus 
causador do mosaico do tabaco. Alexander Fleming, médico oficial inglês, por volta de 1929, 
estudando a bactéria Staphylococcus aureus, responsável pelas abscisão em feridas abertas 
provocadas pelas armas de fogo, acidentalmente descobriu que o mofo oriundo do fungo 
Penecillium secreta uma substância que destrói a bactéria. Ainda que seja ao acaso, ele criou 
o primeiro antibiótico da história da humanidade, a penicilina, o que fez da medicina uma 
verdadeira ciência. E por fim em 1995 é anunciado a primeira sequência completa de um 
genoma bacteriano Haemophilis influenzae, bactéria responsável em causar pneumonia.
INTRODUÇÃO A MICROBIOLOGIAUNIDADE 1
15
Essa classificação envolve a sequência de nucleotídeos do gene que codifica 
para RNA ribossomo, para os ribossomos. Só para você lembrar, os ribossomos são 
macromoléculas responsáveis pela síntese de proteínas. Agora você deve ter perguntado 
por que usa a classificação ribossomo? Pois bem, todo o ser vivo tem seu código genético 
na forma de uma molécula de DNA e têm genes que codificam para os ribossomos. 
Todo ser vivo possui ribossomo em sua célula, pois estes são responsáveis pela 
síntese de proteína que é uma função básica. A vida só é possível, dentro de outros 
aspectos, porque fazemos síntese proteica. Esse processo é bem controlado, não pode 
ocorrer muitos erros, pois na síntese proteica as proteínas sintetizadas devem corresponder 
o mais próximo do código genético que é herdado das células parentais. Contudo, a 
evolução na modificação da sequência de nucleotídeos para o ribossomo é lenta, ou seja, 
ocorrem poucas modificações para a evolução dos seres vivos. Assim, ao analisarmos a 
classificação dos seres vivos, que começa com a informação se é um organismo eucarioto 
e/ou organismo procarioto, é com base na comparação da sequência do DNA e RNA 
codificados para o ribossomo. E com isso se tem três domínios, que é o táxon máximo que 
engloba a classificação dos seres vivos, é assim denominada, domínio, sendo o domínio 
Eucarioto, domínio Archaea e o domínio Bactéria. Agora, vamos dar ênfase a: quanto tempo 
há vida na terra. Se fizéssemos uma relação da origem da vida com um relógio, veríamos 
que os seres humanos surgiram nos últimos segundos. Considerando que a terra surgiu há 
aproximadamente 4,6 bilhões de anos atrás, veja que as primeiras formas de vida surgiram 
a quase 4 bilhões de anos atrás e foram os microrganismos, as bactérias, procariotos, 
CLASSIFICAÇÃO DOS SERES 
E CARACTERÍSTICA GERAL 
DOS MICRORGANISMOS3
TÓPICO
INTRODUÇÃO A MICROBIOLOGIAUNIDADE 1
16
que continuam até hoje. Em seguida surgiu as bactérias fototróficas (bactérias que não 
precisam de oxigênio), e as bactérias cianobactérias (bactérias que liberam oxigênio) dando 
início a oxigenação na atmosfera e a 2 bilhões de anos atrás surgiu os eucariontes, seres 
mais complexos, inicialmente microrganismos unicelulares. Os eucariontes são a maioriadependente do oxigênio para seu metabolismo. Em seguida surgem as algas que começam 
a aumentar em termos de diversidade. Os invertebrados, as plantas e os mamíferos e por fim 
os humanos surgiram um pouco menos de meio milhões de anos atrás. Somente a menos 
de um bilhão de anos atrás que surgiram vidas mais complexas e que predominam até hoje. 
Assim, a raiz da árvore de ancestrais é a bactéria que foi se diversificando com a evolução 
durante 4 bilhões de anos e surgiu vários grupos de seres vivos. Dentro do domínio bactéria 
tem as bactérias Gram positivas, bactérias proteolíticas, Cianobactérias e hipertermófilos. 
No domínio Archaea, microrganismos que vivem em ambientes extremos, como halófilos 
(ambientes salinos), Metanogênicos (ambiente rico em metano) e hipertermófilos (ambiente 
com temperaturas elevadas). E no domínio Eucarioto, tem os grupos dos animais, o qual 
pertencemos, o grupo dos fungos e os vegetais. Evolutivamente somos próximos dos 
fungos, apesar de ter uma complexidade muito diferente. E muito longe de organismos 
capazes de causar doenças como protozoários e giárdia. Para completar nossa discussão, 
os ribossomos são moléculas presentes em todos os seres vivos e que são pouco alterados 
ao longo dos anos, então, ele é utilizado para a classificação dos seres vivos em domínio até 
diferentes taxas (Unidade taxonômica). Quando temos dois indivíduos e queremos descobrir 
a qual domínio eles pertencem, fazemos a comparação da sequência de nucleotídeos 
de genes que codificam para os ribossomos. E quanto mais próxima for a sequência de 
nucleotídeos entre dois indivíduos que dizer que a história evolutiva foi incomum. E quanto 
mais convergente, mais distante são os dois indivíduos.
Os ribossomos das bactérias são de 70 S (S = sedimentação), com duas 
subunidades, uma de 50 S (maior) e outra de 20 S (menor). A unidade de 50 S é dividida 
em mais duas subunidades, uma de 23 S e outra de 5 S, com 31 proteínas. O gene de DNA 
que codifica 23 S tem aproximadamente 2904 pares de bases e a 5 S tem 120 pares de 
bases. Para a unidade menor, 30S é formada por 1542 pares de bases, com 21 proteínas. 
Quando classificamos um indivíduo como bactéria (procarionte) se usa esta sequência de 
nucleotídeos. Os ribossomos nos eucariotos têm o coeficiente de sedimentação maior, 80 S, 
a subunidade 60 S (maior) e 40 S (menor). A subunidade 60 S é formada por três unidades, 
28 S (4.718 pares de bases), 5,8 S (160 pares de bases) e 5 S (120 pares de bases), sendo 
INTRODUÇÃO A MICROBIOLOGIAUNIDADE 1
17
que apresentam 49 proteínas. E a unidade 40 S tem a unidade 18 S com aproximadamente 
1874 pares de bases que codificam 39 proteínas. 
Então quando temos o gene 18 S estamos nos referindo a subunidade menor com 
aproximadamente 1874 pares de bases, sequência de nucleotídeos ribossômico, que se 
refere aos eucariotos e não procariotos. A comparação da sequência de nucleotídeos RNA 
ribossômico permite identificar qualquer indivíduo que vai de domínio até espécie, veja, 
foram mais de 4 bilhões de anos de evolução, durante o qual os seres se diferenciam 
em tamanho, forma, genética e habitat, ainda se usa a morfologia para caracterizar os 
eucariotos, no entanto, para identificar procariotos usa a genética (RNA ribossomo), 
metabólicos e bioquímicos. Mas você deve estar se perguntando, qual é a diferença entre a 
célula procarionte e eucarionte. Então, a seguir vamos discutir as principais diferenças entre 
células procariotas e eucariotas. A célula eucariótica tem um núcleo verdadeiro, delimitado 
por membrana, enquanto que as células procarióticas o núcleo fica disperso no citoplasma 
em uma região denominada nucleoide. Quanto ao tamanho da célula, geralmente a célula 
procariótica apresenta 0,2 a 2 micrômetro e a célula eucariótica apresenta aproximadamente 
10 a 100 micrômetros. Presença de organelas revestida por membranas, os procariotos 
apresentam poucas organelas enquanto que os eucariotos têm muitas (núcleo, lisossomo, 
complexo de golgi, retículo endoplasmático, mitocôndrias, cloroplastos). 
O flagelo presente em procariotos é composto por três partes, gancho, corpo basal 
e filamento, nas células eucarióticas é mais complexo, pois apresenta citoplasma no seu 
interior, múltiplos microtúbulos para garantir o movimento. O glicocálice em procariotos é 
presente em forma de cápsula e camada limosa, em eucariotos é presente em algumas 
células sem parede celular. A parede celular geralmente presente nos procariotos e bem 
complexa, pois contém peptidoglicano que divide as bactérias em gram-positiva (maior 
quantidade de peptideoglicano) e gram-negativa (menor quantidade de peptideoglicano), 
em eucariotos quando presente é mais simples contém celulose em vegetais e algas e 
quitina em fungos. A membrana plasmática em procariotos é composta por carboidratos, 
enquanto que nos eucariotos a principal substância são esteroides. Em procariotos o é 
ausente o fluxo citoplasmático e nos eucariotos ocorre o fluxo citoplasmático. 
E os ribossomos dos procariotos são menores (70S) quando comparado com os 
eucariotos que apresenta duas subunidades, a maior (80S) e a menor (70S). O material 
genético em procariotos apresenta um único cromossomo circular sem histonas (proteínas 
de enovelamento do DNA). E nos eucariotos o cromossomo é linear e com a presença 
de histonas. A divisão celular dos procariotos é por meio da fissão binária e não envolve 
INTRODUÇÃO A MICROBIOLOGIAUNIDADE 1
18
recombinação sexual, somente a transferência do DNA. Enquanto que os eucariotos a 
divisão celular envolve a mitose e a recombinação sexual a meiose. Essas são as principais 
diferenças entre uma célula procariótica e eucariótica. Caro aluno (a) no decorrer do curso 
você vai ver que os microrganismos podem ser divididos em grupos. Aqueles que utilizam 
oxigênio, aqueles que não usam o oxigênio, microrganismos que utilizam o carbono orgânico 
e aqueles que utilizam o carbono inorgânico. Então vamos deixar clara algumas definições.
Os microrganismos podem usar como fonte de energia a luz, sendo denominados 
de fototróficos, ou utilizar compostos químicos, sendo denominados de quimiotróficos. 
Outra divisão é o tipo de molécula como fonte de carbono, elemento que todos os seres 
vivos contêm. 
Como fonte de carbono tem: compostos orgânicos, organismos denominados de 
heterotróficos; e o dióxido de carbono, organismos denominados de autotróficos. Logo 
temos: Quimioheterotróficos (organismos que utilizan como fonte de energia compostos 
químicos e fonte de carbono compostos orgânicos), Quimioautotróficos (organismos 
utilizam como fonte de energia compostos químicos e fonte de carbono dióxido de carbono), 
Fotoheterotrófico (organismo que utiliza como fonte de energia a luz e fonte de carbono 
compostos orgânicos) e fotoautotrófico (organismos que utilizam como fonte de energia a 
luz e fonte de carbono dióxido de carbono).
Organismos quimioheterotróficos, o aceptor final de elétrons é o oxigênio, são 
quase todos os animais, fungos, protozoários, e boa parte das bactérias. E o aceptor final 
de elétrons sem oxigênio são as Streptomyces e Clostridium. Os quimioautotróficos são 
bactérias que oxidam oxigênio, enxofre, ferro e nitrogênio. As bactérias não sulfurosas são 
fotoautotróficas, enquanto que organismos como plantas e algas, utilizam água para reduzir 
o dióxido de carbono e as bactérias sulfurosas que não usam água para reduzir para dióxido 
de carbono são exemplos de organismos fotoheterotróficos.
INTRODUÇÃO A MICROBIOLOGIAUNIDADE 1
19
Caro aluno(a), você sabia que os microrganismos estão presentes em todos os 
lugares e contribuem para a vida dos seres vivos?
Os microrganismos estão presentes em várias coisas que acontecem à nossa volta. 
Os microrganismos estão envolvidos na fermentação, reciclagem de nutrientes, fabricação 
de alimentos e bebidas, na indústria farmacêutica, medicina e na agricultura. A fermentaçãoé um processo de liberação de energia que ocorre sem a participação de oxigênio, ou seja, 
é a transformação da matéria orgânica em outra, liberando energia. Quem é o responsável 
pela transformação da matéria orgânica em outros produtos? As bactérias e fungos.
Para que se tenha a fermentação alcoólica é necessário que ocorra um processo 
denominado de glicólise. Processo químico no qual fosfatos são incorporados na molécula 
de glicose, que forma duas moléculas de ácido pirúvico, que sofre ação da levedura 
(Saccharomyces cerevisae) e da bactéria (Zymomonas mobilis), resultando em etanol e 
dióxido de carbono. Esse tipo de fermentação alcoólica é muito comum na produção de 
pães, vinhos, cerveja e etanol. 
A fermentação lática, que é realizada exclusivamente por bactérias, Lactobacillus e 
Streptococcus, ocorre com derivados da lactose, ou seja, o ácido pirúvico é transformado em 
ácido lático. Essa fermentação é comum na fabricação de iogurtes e queijos. A fermentação 
acética ocorre a partir da fermentação alcoólica. O etanol obtido da fermentação alcoólica 
entra em contato com as bactérias Acetobacter ou Gluconobacter, as quais transformam o 
etanol em moléculas do ácido acético, principal componente do vinagre.
Os cogumelos podem ser alimentos muito nutritivos, com grande quantidade de 
proteínas que equivalem à carne bovina. São alimentos ricos em carboidratos e vitaminas com 
baixo teor de gordura. E são aliados benéficos nos tratamentos de doenças como o câncer, 
MICRORGANISMOS
NO COTIDIANO4
TÓPICO
INTRODUÇÃO A MICROBIOLOGIAUNIDADE 1
20
lúpus e HIV que afetam a humanidade. Dentre os cogumelos comestíveis, podemos citar 
o Lentinula edodes comumente conhecido como shitake, Agaricus bisporus, popularmente 
conhecido como champignon ou cogumelo de botão, Auricularia sp. Conhecida como 
orelha-de-pau. E as chamadas trufas, termo popular para indicar um tipo de fungo (Tuber 
meloporum) comestível do grupo ascomicetos. Geralmente as trufas aparecem associadas 
às raízes de plantas como carvalho, salgueiro, álamo e bétulas, ficando alguns centímetros 
da superfície das plantas. As trufas são consideradas um dos pratos mais caros da Europa, 
devido à dificuldade de serem encontradas. As trufas liberam substâncias químicas que 
somente os cães são capazes de sentir.
Os queijos refinados como Roquefort de origem francesa são produzidos do leite 
de ovelha com veias originadas do fungo Penicillium roqueforti. O queijo de origem italiana, 
gorgonzola, produzido com leite de vaca, as veias de coloração cinza e azul deriva de maturação 
com o fungo Penicillium glaucum. Os queijos Camembert e Brie, também produzido com 
leite de vaca, sua casca apresenta uma camada branca ou cinza bem aveludada é devido à 
presença de fungos causadores de mofos, Penicillium candidum e Penicillium camemberti.
Na indústria farmacêutica, o fungo Penicillium notatum que produz um antibiótico, 
composto com a capacidade de inibir o crescimento ou causar a morte de bactérias. Esse 
antibiótico, a penicilina, é utilizado no tratamento e profilaxia de doenças bacterianas. A 
penicilina inibe uma enzima chamada transpeptidase, que atua na formação do peptideoglicano 
(importante componente da parede celular das bactérias). Essa inibição faz com que a 
penicilina provoque a rápida destruição da célula, consequentemente morte da bactéria. 
A produção de bacitracina por Bacillus sp. Também é um importante antibiótico, pois 
inibe a biossíntese parede celular das bactérias. O antibiótico, a estreptomicina, é eficaz 
no tratamento de tuberculose. É produzido pela bactéria Streptomyces, pertencente ao 
grupo Actinomicetos. Esse antibiótico inibe também a síntese proteica, havendo, portanto, 
a inibição do crescimento e eliminação da célula bacteriana.
As descobertas que ocorrem na microbiologia ajudam os profissionais da saúde 
a compreender, diagnosticar e tratar doenças que não são bem compreendidas. Os 
conhecimentos adquiridos foram primordiais para melhorar o tratamento de doenças como 
a AIDS, doença de Lyme e a doença de legionários, que são causadas por microrganismos. 
Os microbiologistas que trabalham o solo buscam microrganismos que degradam 
os poluentes como herbicidas e inseticidas. E na agricultura, na área de controle biológico, 
os microrganismos são usados para controlar insetos, como, por exemplo, Bacillus 
thuringiensis no controle de larvas de lepidópteros que atacam a cultura da soja e do 
milho. Os microrganismos também são utilizados para o controle de doenças em plantas, 
como, por exemplo, Trichoderma sp. no controle de Sclerotinia sclerotiorum agente causal 
do mofo branco em soja, cultura de maior interesse agronômico. Os microrganismos 
também fixam nitrogênio. As bactérias do gênero Bradyrhizobium capturam nitrogênio da 
INTRODUÇÃO A MICROBIOLOGIAUNIDADE 1
21
atmosfera e transforma em fertilizante para a planta. Alguns fungos e bactérias promovem 
a decomposição da matéria orgânica e liberação de nutrientes para o meio ambiente.
Ainda tem os microrganismos que causam alteração nos produtos alimentícios. 
Fungos como Rhizopus stolonifer e Penicillium sp. Que causam podridão mole e conseguimos 
visualizar um crescimento micelial sobre o alimento atacado. E o fungo Aspergillus sp. que 
é um agente produtor de micotoxinas, substâncias tóxicas para seres humanos, por esse 
motivo os grãos são desvalorizados.
Durante cem anos, os pesquisadores previram que as bactérias poderiam usar o manganês como fonte 
de energia para seu crescimento, mas nada foi encontrado. Até que dois microbiologistas ambientais da Caltech, 
Jared Leadbetter e Hang Yu, descobriram a primeira bactéria conhecida por usar o metal manganês para crescer.
O principal autor, Professor Jared Leadbetter, pesquisador da Divisão de Ciências Geológicas e 
Planetárias e da Divisão de Engenharia e Ciências Aplicadas da Caltech, disse: “São as primeiras bactérias 
a usar o manganês como fonte de energia. Um aspecto maravilhoso dos micróbios na natureza é que eles 
podem metabolizar materiais aparentemente improváveis, como metais, gerando energia útil para a célula”.
Os dois pesquisadores, examinaram a possibilidade de que microrganismos do ambiente 
anteriormente não avaliados possam oxidar manganês para obter energia. Para essa descoberta, eles 
revestiram um frasco de vidro com uma pasta de carbonato de manganês (MnCO3) e após a pasta secar, 
adicionou água da torneira municipal de Pasadena, Califórnia, e deixaram incubado em temperatura 
ambiente. Depois de vários meses, o revestimento de carbonato de cor creme oxidou em um óxido de 
manganês escuro.
A bactéria recém-descoberta, recebe o nome de Candidatus Manganitrophus noduliformans, 
pertence ao filo Nitrospirae e está distantemente relacionada a espécies conhecidas dos gêneros Nitrospira 
e Leptospirillum.
De acordo com os pesquisadores, esse achado expande a diversidade conhecida de metabolismos 
inorgânicos que suportam a vida e completam um ciclo de energia biogeoquímica para o manganês que 
pode fazer interface com outros grandes ciclos elementares globais.
Fonte: H. Yu e J.R. Leadbetter. 2020. Quimiolitoautotrofia bacteriana via oxidação de manganês. 
Nature 583, 453-458; doi: 10.1038 / s41586-020-2468-5
SAIBA
MAIS
“A microbiologia contribui para uma melhor compreensão do complexo mundo da vida que cobre 
a terra, sendo os microrganismos valorizados por seus produtos industriais, são temidos por causarem 
doenças, ou são ignorados por que não podem serem vistos, os microrganismos sempre estão conosco. E 
como se referenciava Louis Pasteur “O microrganismo terá a última palavra”.
Fonte: Pelczar Jr, M.J. et al. Microbiologia – Conceitos e Aplicações. Vol. I. São Paulo: Makron 
Books Editora. 1996. 
REFLITA
INTRODUÇÃO A MICROBIOLOGIAUNIDADE 1
22
Estamos finalizando a primeira unidade do livro didático de microbiologia geral e 
biossegurança. Assim torna-se importante salientar algumas discussões que foram propostas. 
Nossas discussões se iniciaramcom o tópico ‘O que é a microbiologia e suas aplicações’ e ao 
abordar esse tópico teve como objetivo apresentar conceitos e aplicações da microbiologia 
de que você aluno(a) necessita compreender no decorrer do curso. E ao se tratar desta 
abordagem inicia-se a discussão do próximo tópico da Unidade I, intitulado Histórico da 
microbiologia. Neste tópico procurei mostrar o surgimento da microbiologia como ciências, 
sendo necessário conhecer como ela chegou até onde estamos atualmente. Ainda dentro dos 
conceitos da microbiologia, foi trabalhado a Classificação dos seres vivos e a diferença das 
células procariótica e eucariótica que é essencial para prosseguirmos no curso. Para finalizar 
esta unidade foram apresentados alguns exemplos de como microrganismos estão presentes 
no nosso dia a dia, participando de transformações de substância e produtos que contribuem 
para o meio ambiente e para o homem. Essa unidade tem o intuito de prepará-lo(a), caro 
aluno(a) para o assunto que será tratado nas próximas unidades.
Passemos, então, à unidade II.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
INTRODUÇÃO A MICROBIOLOGIAUNIDADE 1
23
Caro(a) aluno(a) para entender um pouco mais sobre os microrganismos no nosso 
cotidiano, leia as literaturas citadas abaixo intitulados: 
• H. Yu e J.R. Leadbetter. 2020. Quimiolitoautotrofia bacteriana via oxidação 
de manganês. Nature 583, 453-458; doi: 10.1038 / s41586-020-2468-5.
• Canhos, V. P., & Manfio, G. P. (2001). Recursos microbiológicos para 
biotecnologia. 
• COLOMBO, G. D. S., MENDES, I., SOUTO, B. D. M., Parachin, N., de ALMEIDA, 
J. R. M., & Quirino, B. F. (2017). Descoberta de novos genes de xilose 
isomerase em rúmen de cabras brasileiras. In Embrapa Agroenergia-Artigo 
em anais de congresso (ALICE). In: ENCONTRO DE PESQUISA E INOVAÇÃO 
DA EMBRAPA AGROENERGIA, 4., 2017, Brasília, DF. Anais… Brasília, DF: 
Embrapa, 2017.
Estas três literaturas apresentam como os microrganismos podem auxiliar nas mais 
diversas áreas de conhecimento.
LEITURA COMPLEMENTAR
INTRODUÇÃO A MICROBIOLOGIAUNIDADE 1
24
MATERIAL COMPLEMENTAR
LIVRO
• Título: Microbiologia conceitos e aplicações.
• Autor: Pelczar Jr. E Michael Joseph.
• Editora: Pearson Books.
• Sinopse: Nesta obra os autores captaram o essencial da 
microbiologia, destacando-a como uma combinação das ciências 
básica e aplicada. Por essa razão é interessante não só para 
estudantes de graduação em curso introdutório de microbiologia, 
mas também para alunos de outras áreas, como nutrição, 
enfermagem, agricultura, administração florestal e ciência animal. 
FILME/VÍDEO
• Título: Documentário: Introdução à Microbiologia
• Sinopse: Nesse antigo, porém didático documentário (Os 
micróbios e o Homem), um passeio pelas descobertas que 
levaram ao surgimento da microbiologia.
• Link do Vídeo: https://encurtador.com.br/7SJki
INTRODUÇÃO A MICROBIOLOGIAUNIDADE 1
https://encurtador.com.br/7SJki
Professor (a) Dra. Aline José Maia
CARACTERIZAÇÃO 
E CONTROLE DOS 
MICRORGANISMOS2UNIDADEUNIDADE
PLANO DE ESTUDO
26
Plano de Estudos
• Obtenção de cultura pura e meios utilizados para o cultivo;
• Microscopia e preparo dos microrganismos;
• Fundamentos de controle dos microrganismos;
• Controle físico e químico dos microrganismos.
Objetivos da Aprendizagem
• Conhecer os diferentes meios de cultivo para obter uma cultura pura.
• Entender como funciona as principais partes do microscópio.
• Compreender a importância de realizar o controle dos microrganismos.
CARACTERIZAÇÃO E CONTROLE DOS MICRORGANISMOSUNIDADE 2
27
Prezado(a) aluno(a), nesta segunda unidade do livro didático, será tratado a 
caracterização e controle dos microrganismos, que é um instrumento importante na 
compreensão dos seres dentro da microbiologia. 
No primeiro tópico, será abordado a obtenção de cultura pura e os meios utilizados 
para o cultivo in vitro (cultivo em condições estéreis). Vamos conhecer as receitas e a 
elaboração dos diferentes meios de cultivo.
No segundo tópico falaremos dos microscópios que auxiliam na visualização dos 
microrganismos e detalharemos as principais partes do microscópio de luz, sendo o mais 
utilizado nos laboratórios de ensino e pesquisa. E também será apresentado os diferentes 
modos de preparação para exame em microscopia luminosa.
E nos tópicos seguintes trataremos sobre o Controle dos microrganismos, que 
depende do objetivo se é remover, inibir ou destruir os microrganismos em seu meio. E 
veremos que vários são os agentes físicos e químicos que podem ser utilizados para matar 
ou reduzir os microrganismos em níveis aceitáveis.
Sabemos da diversidade que existe de microrganismos à nossa volta, mas procurarei 
direcioná-lo a ser capaz de realizar o isolamento, a visualização e o controle dos microrganismos 
comumente manuseados em laboratório, como, por exemplo, fungos e bactérias.
É muito importante que você faça uma leitura bem apurada desta unidade, pois, 
ao aprender como se obtém microrganismos em cultura pura e como é feito, seu controle 
poderá contribuir para pesquisa científica moderna.
 
Vamos lá!
INTRODUÇÃO
CARACTERIZAÇÃO E CONTROLE DOS MICRORGANISMOSUNIDADE 2
28
Ao finalizar a Unidade I de nosso livro didático, abordamos o que os microrganismos 
estão presentes no nosso dia a dia. E a pergunta que fica é: será que é possível obter o 
microrganismo em laboratório? 
Caro aluno(a), antes de iniciarmos a discussão de como obter cultura pura dos 
microrganismos, precisamos abordar itens que correspondem sobre as normas, regras que 
se seguidas ajudam a minimizar os riscos em um laboratório. Uma vez que para as técnicas 
para obter a cultura pura é totalmente laboratorial.
Vamos lá!
Primeiro vamos definir o que é biossegurança, são ações que previnem e controlam 
os riscos que estão presentes na atividade de pesquisa, que podem comprometer o homem, 
os animais e o meio ambiente. Os tipos de riscos encontrados no ambiente de trabalho 
podem ser: risco acidental, ergonômico, físico, químico e biológico. Os riscos acidentais 
são aqueles que afetam sua integridade moral física, por exemplo, piso escorregadio, 
equipamentos sem proteção, probabilidade de explosão e incêndio. Os riscos ergonômicos 
são aqueles que trazem o desconforto prejudicando sua saúde, como, por exemplo, 
trabalhos monótonos, ritmo acelerado de trabalho; os riscos físicos, é quando o pesquisador 
fica exposto a vibrações, ruídos, radiação e materiais pontiagudos. Os riscos químicos são 
quando o pesquisador está sujeito a absorver pela pele ou ingestão de poeira, gases e 
vapores; os riscos biológicos, é quando o pesquisador está exposto a bactérias, fungos, 
vírus e protozoários que têm persistência no meio de trabalho. E levando em consideração 
a persistência e a proliferação dos microrganismos no ambiente de trabalho, foi elaborado 
OBTENÇÃO DE CULTURA 
PURA E MEIOS UTILIZADOS 
PARA O CULTIVO1
TÓPICO
CARACTERIZAÇÃO E CONTROLE DOS MICRORGANISMOSUNIDADE 2
29
as classes de risco biológico, a classe I, a classe II, a classe II e a classe IV. Na classe I, 
encontram-se os microrganismos com pouca probabilidade de causar doenças em humanos 
e animais, como, por exemplo, os Lactobacillus. Na classe II estão presentes microrganismos 
que causam doenças, mas o controle é eficaz. Na classe III os microrganismos causam 
doenças e nem sempre o controle é eficaz, mas o microrganismo é pouco disseminado. Na 
classe IV os microrganismos causam doenças, o controle não é eficaz e tem elevada 
disseminação, por exemplo, vírus Ebola (causador da febre-amarela). E cada nível de risco 
deve seguir o grau de proteção que tem quatro níveis: Biossegurança 1, Biossegurança 2, 
biossegurança 3 e biossegurança 4. A biossegurança nível 1 é o mais básico no qual deve-
se ter os equipamentos de proteção e uma estrutura do ambiente de trabalho adequada. No 
nível de biossegurança 2 os trabalhos somente serão realizados na presença de um técnico. 
Os níveis de biossegurança 3 e4 têm acesso restrito e é um sistema de segurança totalmente 
rigoroso. Então a finalidade da biossegurança é proteção do pesquisador e isso inclui 
equipamentos de segurança (equipamentos de proteção individual — luva, óculos e jalecos; 
proteção coletiva, barreiras de contenção; e boas práticas de laboratório), técnicas 
laboratoriais (treinamento), estrutura física (conhecer o que é feito em cada compartimento) 
e gestão administrativa (conhecer a organização das atividades, rotina e quais são os 
agentes biológicos que o laboratório trabalha, desenvolve a pesquisa). Agora que você, 
caro aluno (a), já conhece sobre os principais pontos de biossegurança, lembre-se que 
cada laboratório tem sua rotina, normas, regras a serem seguidas. No entanto, em qualquer 
laboratório você sempre deve entrar de jaleco, calças compridas e calçado fechado. Agora 
que você aluno (a), já sabe as normas básicas de um laboratório, vamos discutir a respeito 
de como obter uma cultura pura. Primeiro vamos ver a definição de uma cultura pura. A 
cultura pura é quando se obtêm um microrganismo por meio de uma única célula que 
cresce e se multiplica no meio de cultura. A cultura pura possibilita o estudo das características 
morfológicas e fisiológicas dos microrganismos. Quando estamos cultivando os 
microrganismos empregamos meio de cultura que contém nutrientes e vitaminas necessários 
para o seu crescimento e reprodução. O fornecimento de nutrientes tem que atender às 
exigências das espécies a serem cultivadas, promovendo o crescimento e ou esporulação 
satisfatória do microrganismo. A maior parte dos microrganismos cultiváveis crescem em 
meio à cultura que contém uma fonte de carbono e nitrogênio e em menor quantidade 
outros nutrientes como potássio, fósforo, enxofre, ferro e manganês. O carbono é um 
elemento de grande importância para o desenvolvimento de microrganismos, seja no seu 
habitat ou em meio de cultivo. Ele é um elemento estrutural que é considerado a principal 
CARACTERIZAÇÃO E CONTROLE DOS MICRORGANISMOSUNIDADE 2
30
fonte de energia. O carbono é fornecido por meio de monossacarídeos como glicose, frutose 
e galactose. O nitrogênio é a parte essencial para a formação dos aminoácidos que 
compõem as proteínas e é fornecido de forma orgânica (asparagina, caseína e peptona) e 
de forma inorgânica (nitrato de sódio e nitrato de cálcio). Enquanto que o enxofre é utilizado 
na forma de sulfato para a biossíntese de aminoácidos como cisteínas e metionina. O 
enxofre na forma de sulfeto pode ser tóxico aos microrganismos. O fosfato é um componente 
da membrana e está presente na síntese dos ácidos nucleicos e ATP e é fornecido como 
fosfato de potássio. Os demais nutrientes são necessários em pequena quantidade e 
funcionam como cofatores. Entretanto, a composição do meio de cultivo depende do 
microrganismo que se deseja cultivar e do objeto de estudo. De modo geral, quando 
trabalhamos com o cultivo de microrganismos, caro aluno (a) saiba que o ambiente é 
asséptico, ou seja, ambiente livre de contaminação. E os meios de cultivo depois de 
preparados devem ser esterilizados, para garantir que estamos trabalhando somente com 
o microrganismo que pretendemos estudar. Agora, sim, vamos falar da classificação dos 
meios de cultivo. Os meios de cultivo são classificados quanto: sua consistência; composição 
e seletividade. Quanto à consistência, o meio pode ser líquido ou sólido. O meio líquido 
contém todos os nutrientes necessários para o crescimento do microrganismo são 
dissolvidos em água. Uma vez preparado e esterilizado pode inserir o microrganismo que 
se pretende trabalhar em meio de cultivo. Este meio é utilizado quando se tem por objetivo 
obter maior massa em menor tempo, geralmente é utilizado para o crescimento de bactérias. 
Os meios sólidos são preparados a partir da adição de um agente solidificador, o AGAR na 
concentração de 1,5 a 2% p/v, antes de esterilização. Este tipo de meio é o mais utilizado 
para a obtenção de culturas puras, para estudar as características morfológicas e para a 
estocagem de culturas puras. O meio de cultivo em relação a sua composição pode ser: 
Sintético, semi-sintético e natural. O meio sintético é quando sua composição química e 
concentrações são conhecidas. Um exemplo é o meio CZAPK (nitrato de sódio 2g L-1, 
sulfato de magnésio 0,5 2g L-1, cloreto de potássio 0,52g L-1, sulfato ferroso 0.01 2g L-1, 
difosfato de potássio 1,0 2g L-1, sacarose 30 2g L-1, e o pH final 7,2). O meio de cultivo semi 
sintético é a composição química é parcialmente conhecida de alguns componentes, por 
exemplo, o meio de cultivo batata-ágar-dextrose. Sua composição é 500 mL do caldo de 
batata (componentes desconhecidos), 20g dextrose e 20 g de ágar e completa para 1000 
mL de água. Quando a composição do meio é desconhecida por completo, é denominado 
de meio de cultivo natural, como, por exemplo, o meio cenoura-ágar, que é composto de 
400 mL do extrato de cenoura, 20 g de ágar e completa para 1000 mL de água. O meio 
CARACTERIZAÇÃO E CONTROLE DOS MICRORGANISMOSUNIDADE 2
31
natural, por apresentar baixo custo, acaba sendo o mais utilizado nos laboratórios de 
pesquisa. Os meios de cultivo podem apresentar se: seletivos, não seletivos e diferenciais. 
Os meios de cultivos seletivos são aqueles que você vai adicionar uma substância que 
favorece o desenvolvimento de um determinado organismo. Por exemplo, adiciona cristal 
de violeta ao meio de cultivo, favorecendo o desenvolvimento de bactérias Gram negativa. 
Os meios de cultivo que desenvolvem uma grande gama de microrganismos são 
denominados meios não seletivos. E os meios diferenciais, são meios que permitem, 
mediante a adição de reagentes, verificar o comportamento de dois ou mais microrganismos. 
Por exemplo, quando adiciona ao meio de cultivo eosina e azul de metileno consegue ver 
a diferença de Escherichia coli de Enterobacter aerogenes. Caro aluno(a), quando for fazer 
o cultivo puro de bactérias e fungos, você precisa saber que as bactérias têm preferência a 
meios de cultivo próximo da neutralidade pH = 7 e ricos em proteínas, enquanto que, os 
fungos se desenvolvem melhor em meios de cultivo ligeiramente ácidos (pH = 5) e ricos em 
carboidratos. E para finalizar nosso tópico, vamos discutir a composição do meio de cultivo 
Batata-agar-dextrose (BDA), que é considerado o meio universal, pois suporta o crescimento 
de muitos organismos (fungos e bactérias) por isso é usado mundialmente como meio de 
rotina nos laboratórios para o isolamento (obtenção da cultura pura) e manutenção 
temporária das culturas. A batata serve como importante fonte de Carboidrato, o amido é 
absorvido pelo microrganismo como glicose após a hidrólise enzimática. A dextrose na 
quantidade certa permite o crescimento do microrganismo, pois é um monossacarídeo mais 
importante utilizado como fonte de energia na respiração de procariotos e eucariotos. Como 
é preparado este meio, qual a receita do meio? O modo de preparo é simples. Primeiro 
passo é ferver 200g de batata em 500 mL de água por 30 minutos. Em seguida filtrar o caldo 
em gases. Fazer a fusão do ágar (20g) junto com a quantidade de dextrose (20g) em 500 
mL de água. Em seguida adicione o caldo e complete o volume para 1000 mL de água. E o 
meio está pronto para ser esterilizado. Após ser esterilizado pode ser vertido em placas de 
Petri, para ser feito o isolamento do microrganismo.
CARACTERIZAÇÃO E CONTROLE DOS MICRORGANISMOSUNIDADE 2
32
Na unidade I, você aprendeu sobre a invenção do microscópio óptico que amplia 
a imagem de um pequeno objeto. Neste, segundo tópico da Unidade II, vamos apresentar 
a razão pela qual utilizamos a microscopia na microbiologia e também nas demais áreas 
de conhecimento. Em seguida vamos comentar sobre os princípios do funcionamento dos 
dois grandes grupos que será dividido em tipos de microscopia e por fim vamos detalhar a 
microscopia ópticaque é o mais comumente utilizado nos laboratórios de ensino.
Vamos começar a discussão se referindo quando queremos observar um 
microrganismo que tem a estrutura muito pequena e os nossos olhos têm dificuldade 
de reconhecer o microrganismo ou objetos menores que 1 milímetro (mm). Objetos que 
apresentam 100 micrometros nossos olhos não conseguem distinguir, por isso, que 
precisamos da microscopia. 
Então, a microscopia é uma técnica que permite a visualização de estruturas 
minúsculas que são invisíveis ao “olho nu”. Com o desenvolvimento da microscopia 
obviamente que teve um grande avanço em diversas áreas de conhecimento como na 
saúde, agricultura, entre outros. 
Caro aluno(a), agora você entende que existem organismos do qual nossos olhos não 
conseguem ver, observar. E que a microscopia é uma técnica muito importante como um todo.
Para que você entenda como os microscópios funcionam tem que entender os 
princípios de funcionamento de um microscópio. 
 MICROSCOPIA E PREPARO 
DOS MICRORGANISMOS2
TÓPICO
CARACTERIZAÇÃO E CONTROLE DOS MICRORGANISMOSUNIDADE 2
33
O microscópio tem a capacidade de aumentar a resolução das estruturas 
extremamente pequenas por meio de lentes especializadas que podem ser de vidro 
(microscopia óptica /luminosa) ou eletromagnética (microscopia eletrônica).
2.1 Qual a diferença entre microscopia ótica e microscopia eletrônica? 
Então, aluno(a), elas diferem no princípio pelo qual a ampliação é produzida. 
Para ampliar um objeto, os microscópios ópticos modernos usam um sistema de lentes 
para direcionar o caminho que um feixe de luz percorre até o objeto a ser estudado. O 
microscópio eletrônico utiliza um feixe de elétrons controlado por um campo magnético. 
Esses são os dois grupos no qual a microscopia se fundamenta para observar os diferentes 
grupos de microrganismos. 
E quando estudamos estes dois tipos de microscopia o princípio de funcionamento 
seria: 
• Microscopia óptica: a luz é um tipo de onda que têm um comprimento. 
Esse comprimento de onda é visível aos nossos olhos. Então conseguimos 
manipular essa luz, condensando ela a um ponto específico no qual ampliamos 
as dimensões. Então, temos um ponto muito pequeno e conseguimos condensar 
a luz neste ponto e emitir ela novamente, fazendo com que ela seja capturada 
através de um objetivo para daí passar por um conjunto de lentes que vem até 
nossos olhos. 
Entretanto, a microscopia óptica tem um limite de resolução. E o que significa 
resolução? A resolução, caro aluno(a), é a capacidade de distinguir dois pontos distintos. 
Então quanto maior a capacidade de distinguir os dois pontos, maior é a resolução. E existe 
uma resolução máxima para a microscopia ótica. 
Quando queremos estudar as estruturas com maior detalhamento, que não são 
capazes de serem visualizadas no microscópio óptico, utilizamos o microscópio eletrônico, 
que utiliza feixes de elétrons para visualizar a amostra.
 Seu modelo de funcionamento é a passagem de feixes de elétrons por um percurso 
no qual as lentes eletromagnéticas permitem que o feixe de elétrons seja direcionado à 
amostra. Aqui na microscopia eletrônica temos lentes e condensadores eletromagnéticos. 
Na microscopia de luz temos lentes de vidro que desviam o caminho da luz. No 
caso do microscópio eletrônico o feixe de elétrons incide na amostra, obtendo-se um perfil 
de imagem do produto que vamos visualizar. Nossos olhos não enxergam elétrons, tem um 
detector de elétrons para observar a imagem. 
CARACTERIZAÇÃO E CONTROLE DOS MICRORGANISMOSUNIDADE 2
34
Caro aluno(a) este é basicamente o perfil de funcionamento dos microscópios 
óticos e eletrônicos. Agora vamos comentar os tipos de microscopia.
Vários são os tipos de microscopia que permite avaliar diferentes estruturas dos 
produtos que queremos observar. Cada uma tem a sua vantagem e desvantagens.
Na microscopia ótica temos alguns tipos que é bastante utilizada: Microscopia 
óptica composta (é a mais utilizada), microscopia de campo escuro; microscópio contraste 
de fase, microscopia de fluorescência e microscopia confocal. A microscopia óptica 
composta é possível observar os microrganismos com o emprego de corantes, ou seja, os 
microrganismos são tingidos para serem observados em microscópio. A maior parte dos 
corantes pode paralisar ou até mesmo matar o microrganismo. 
Outro tipo de microscopia utilizada para visualizar microrganismos transparentes 
que aparecem brilhantes ou iluminados sobre um campo escuro é a Microscopia de campo 
escuro, que é aplicada para microrganismos que exibem características morfológicas 
específicas quando vivos.
Na microscopia de fluorescência o microrganismo é corado com uma substância 
fluorescente. E a microscopia confocal permite maior contraste entre materiais de espessura 
ou densidade diferentes. Aqui a luz incide em várias direções em diferentes partes do 
material analisado. E essa é a vantagem, pois aumenta a capacidade de mostrar a estrutura 
celular sem utilizar corantes.
E também tem a microscopia eletrônica, que existem vários tipos: transmissão, 
varredura, tunelamento e força atômica. A microscopia eletrônica de transmissão e 
varredura, oferecem imagens que dão aspecto físico dos microrganismos, como, por 
exemplo, a aderência de uma célula bacteriana a um objeto. A microscopia eletrônica de 
tunelamento como se a superfície a ser analisada fosse rastreada com uma agulha sobre 
um disco e entre o espaço da agulho com o disco ficam os elétrons localizando um átomo 
individual sobre a superfície. Enquanto, que a microscopia de força atômica aplica uma 
força entre a agulha e a superfície.
Então, agora que definimos os vários tipos de microscopia, vamos detalhar um 
pouco mais a microscopia óptica simples. Para isso, caro aluno(a), vamos falar o que é 
o microscópio ótico composto, os principais componentes, também vamos ver como é o 
cálculo da resolução e pôr fim a mensuração da potência das lentes. 
O microscópio óptico composto é utilizado para visualizar estruturas celulares por 
intermédio da ampliação da luz refletida pela amostra em análise. Esse microscópio é 
utilizado em laboratórios de microbiologia, para analisar as amostras. 
CARACTERIZAÇÃO E CONTROLE DOS MICRORGANISMOSUNIDADE 2
35
E como a maioria das amostras tem em torno de 1 a 100 micrômetros dá para 
utilizar o microscópio ótico para visualizar muito bem as estruturas da amostra, não com 
tantos detalhes igual o microscópio eletrônico, mas conseguimos obter vários detalhes 
importantes para diagnosticar fungos, bactérias, protozoários e outros tipos de células.
E quando falamos de composição estrutural do microscópio ótico vemos que os 
principais componentes deste microscópio são: Iluminador, fonte de luz que vai iluminar 
a amostra; Condensador, que condensa a luz em um ponto específico na amostra para 
que possamos avaliar; Lentes objetivas, que vão ampliar a imagem; e também as lentes 
oculares (Figura 1), que vão fornecer uma potência maior para visualizarmos a imagem, ou 
seja, imagem refletida para os nossos olhos, é observada pelas lentes oculares.
FIGURA 1: PRINCIPAIS PARTES DO MICROSCÓPIO ÓTICO
 
Fonte: A autora.
Estas são as principais partes do microscópio, claro que existem outras partes que 
vamos citá-las logo mais. 
Caro aluno(a), quando você for observar uma amostra, qual o primeiro passo a ser 
feito? 
Então, primeiro de tudo, quando você for observar uma amostra, ela deve ser 
colocada na interface do condensador e da lente objetiva. Cada parte do microscópio tem 
uma razão, na porção biocular, temos as lentes oculares, onde a luz será projetada para 
nossos olhos. 
As lentes objetivas, na verdade, é um conjunto de lentes que confere diferentes 
graus de resolução para a amostra a ser analisada. O condensador, tem um conjunto de 
lentes que vão focalizar a luz na amostra e o iluminador é que imite a luz e esta luz pode ser 
CARACTERIZAÇÃO E CONTROLE DOS MICRORGANISMOSUNIDADE2
36
controlada pelo botão denominado de ajustador de luz, ou seja, você consegue aumentar e 
diminuir a intensidade de luz que vai até a amostra.
 Essa quantidade de luz depende da amostra a ser analisada. Outros componentes 
importantes são os parafusos macrométrico e micrométrico. O parafuso micrométrico faz 
ajuste fino da amostra, o macrométrico faz o ajuste grosseiro da amostra. Primeiro faz o 
ajuste com o macrométrico e depois somente o micrométrico. 
E obviamente a luz vai fazer todo um trajeto, ela passa pelo corpo do microscópio 
para chegar nas lentes oculares, na qual observa a amostra a ser analisada. Quando 
falamos da luz que incide a amostra, as lentes objetivas têm que capturar essa luz para 
emitir ela até as lentes oculares para chegar nos nossos olhos. 
Então veja, caro aluno(a) que a luz tem um trajeto especial no microscópio ótico.
O trajeto se dá da seguinte maneira: primeiro a luz sai do iluminador, que gera luz, esta 
luz vai percorrer por duas lentes condensadoras, aí ela vai focalizar exatamente a amostra, 
focalizando a amostras, as lentes objetivas vão capturar a luz e transmitir a luz até um prisma.
 Este prisma reflete a luz e faz com que essa luz refletida seja desviada até as 
lentes oculares, onde vamos enxergar a amostra. Caro aluno(a), veja que temos lentes 
que vão ampliar a imagem, ampliar a visualização, ampliar a resolução da nossa amostra. 
Assim temos a capacidade de enxergar estruturas com mais detalhes se compararmos com 
o que podemos ver a amostra a olho nu. E podemos ter algumas imagens que podemos 
observar no microscópio ótico, imagens de bactérias, fungos (Figura 2) e protozoários. 
FIGURA 2: ESTRUTURAS DE FUNGOS, FILAMENTOS E ESPOROS
 
Fonte: A autora.
Estruturas estas que não conseguimos enxergar a olho nu, mas quando utilizamos 
o microscópio óptico, podemos observá-las. Os fungos conseguem visualizar filamentos e 
esporos. As bactérias conseguem enxergar que são cocos. 
CARACTERIZAÇÃO E CONTROLE DOS MICRORGANISMOSUNIDADE 2
37
Veja, caro aluno(a), temos um momento de detalhamento, e a resolução da 
imagem utilizando o microscópio óptico. E nestas duas imagens podemos observar o uso 
de corantes. Sabe por quê?
É comum utilizar corantes para visualizar no microscópio óptico devido ao baixo 
contraste das amostras não coradas. As amostras que são submetidas a visualização do 
microscópio óptico são muito delgadas (finas), por isso o contraste que elas oferecem é 
muito baixo.
 Alguns microscópios permitem a visualização sem corante, mas quando as 
amostras realmente são delgadas é importante corar as amostras para aumentar o seu 
contraste, para poder visualizar suas estruturas e identificar as amostras em análise. 
Agora falando especificamente da resolução e detalhamento da imagem.
Vamos começar como a seguinte pergunta: 
2.2 O que significa resolução? 
A resolução é a capacidade de diferenciar dois pontos que apresentam uma 
distância específica.
Para melhor entender, vamos dar um exemplo de dois pontos. Esses dois pontos 
têm uma distância de 2 micrômetros entre eles. Daí nós queremos avaliar os dois pontos 
no microscópio óptico com diferente capacidade de resolução. Se formos avaliar esses 
dois pontos em um microscópio óptico com resolução de 1 micrômetro, a gente consegue 
distinguir perfeitamente entre si os dois pontos com uma distância de 1 micrômetro. 
Se olharmos conseguimos distinguir os dois pontos e eles estão separados, porque 
a resolução do microscópio é menor que a distância entre os dois pontos. E mesmo se 
os pontos estivessem a 1 micrômetro de distância entre eles, também enxergávamos os 
pontos separados.
 Agora se utilizarmos um microscópio que tem uma resolução máxima de 4 
micrômetros e observarmos estes dois pontos, neste microscópio não iremos enxergar os 
dois pontos e sim um único ponto, pois a distância entre os dois pontos é de dois micrometros 
e esse microscópio não distingue os dois pontos que possuem distância menor que 4 
micrômetros. Isso é muito importante quando utilizamos microscópio ótico. Caro aluno(a), 
observe que quanto maior for a resolução, melhor é a capacidade de distinguir os detalhes 
da imagem. E existe uma maneira de calcular essa resolução. 
O cálculo para resolução segue a seguinte fórmula:
 R = (0,61 x λ)/ (Ƞ x sen α)
CARACTERIZAÇÃO E CONTROLE DOS MICRORGANISMOSUNIDADE 2
38
Cada ponto deste significa:
• R = resolução 
• 0,61 = constante
• Λ = Letra grega, comprimento de onda da luz, usa-se 0,5 micrometros (varia 
entre 0,4 a 0,7 micrômetros)
• Ƞ = índice de refração (ar = 1 e o óleo de imersão 1,4). 
Esse índice de refração é que a luz vai sofrer quando passa pela amostra. Se 
usarmos óleo de imersão para visualizar a amostra, o valor de refração é de 1,4. 
• sen α = é o seno do ângulo do cone de luz (90˚= 1), que é formado no momento que 
incide a amostra. Normalmente utiliza-se uma lente objetiva em relação à amostra 
de um ângulo de 90 ˚, se fizermos o cálculo do seno de 90˚ veremos que é igual a 1. 
Agora podemos substituir os valores e chegaremos no valor da resolução máxima 
do microscópio ótico que é 0,22 micrômetros. Isso significa que partículas menores não se 
distinguem uma das outras. E também não quer dizer que não podemos utilizar resoluções 
maiores. Em alguns casos não é necessário usar uma resolução maior, pois para isso 
temos a potência das lentes.
A potência das lentes que são utilizadas no microscópio ótico pode ser mensurada 
pela seguinte fórmula: 
Pt = PLo x Piob
• Pt = potência total
• Plo = potência da lente ocular (10x)
Geralmente essa potência já vem fixada. Ela consegue ampliar 10 x o tamanho da 
amostra. 
• Piob = potência da lente objetiva, que pode ser diferente (4x; 10x; 40x; 100x), 
representado na figura 3.
CARACTERIZAÇÃO E CONTROLE DOS MICRORGANISMOSUNIDADE 2
39
FIGURA 3: LENTES OBJETIVAS DO MICROSCÓPIO ÓTICO
 
Fonte: Schwan-Estrada et al. 2020.
Então, caro aluno(a), se queremos observar uma amostra com maior detalhe, nos 
variamos as lentes objetivas na qual estamos fazendo a leitura da amostra. Se quiser mais 
detalhes utilizamos a lente de maior potência. Na maioria das vezes utiliza-se as lentes de 
potência de 10 e 40x. 
A lente de 4x tem uma análise superficial da amostra, que confere informações 
importantes. No caso de lente de 100x é necessário utilizar o óleo de imersão para visualizar 
a amostra, pois quando a luz incide na lente de 100x muitas vezes a luz transmitida é 
dispersa para o ambiente devido o índice de refração do ar. E para esse índice de refração 
da luz utiliza-se o óleo de imersão que acaba sendo a única maneira de observar a amostra 
ampliada na lente de 100x. Agora que já conhecemos as principais partes e princípios do 
microscópio óptica, vamos deixar aqui alguns procedimentos que você aluno deve fazer ao 
observar corretamente uma amostra. 
2.3 Procedimento correto para focalização
Primeiro você deve acender a luz do microscópio. Depois verifique a posição da 
alavanca quando está travada e destravada. Em seguida, gire o revólver, encaixando a 
objetiva de menor aumento (4X). Coloque a lâmina na platina, segurando-a com a mão 
direita e abrindo a presilha com a mão esquerda.
 Não toque no corpo da lâmina; segure-a como se segura um negativo fotográfico. 
Solte a presilha e verifique se a lâmina está bem encaixada. Verifique sempre se a lâmina 
está voltada para cima. Centralize o material no orifício da platina, utilizando os parafusos 
da Charriot. Na sequência, levante a mesa (ou platina), movimentando o parafuso 
Fixa
Imersão
Laminas Óleo de Imersão
Retrátil Retrátil
CARACTERIZAÇÃO E CONTROLE DOS MICRORGANISMOSUNIDADE 2
40
macrométrico, até o ponto máximo. Quando chegar ao final, não force o parafuso, pois 
danifica as roscas do mesmo.
Verifique se o diafragma está aberto, olhando lateralmente (se não tiver, abra-o 
movimentando a alavanca correspondente); o condensador deve ser mantido

Mais conteúdos dessa disciplina