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Aula 1 - Direito Penal I.pptx AULA 1 – A Ciência Penal CURSO DE DIREITO Data 1 CIÊNCIA PENAL 1. O Direito Penal e as demais Ciências Sociais Aplicadas. 1.1.O que é o Direito Penal e para que serve: senso comum. O Direito Penal é o segmento do ordenamento jurídico que detém a função de selecionar os comportamentos mais graves e perniciosos à coletividade, capazes de colocar em risco valores fundamentais para a convivência social, e descrevê-los como infrações penais, cominando-lhes, em consequência, as respectivas sanções. (CAPEZ, p. 17) Bens Jurídicos protegidos (Carrara) Prevenção geral (Art. 59) A Ciência Penal (Justiça igualitária com atenção aos princípios) CIÊNCIA PENAL 1.2. A visão interdisciplinar do Direito Penal. No 1° período do curso houve o estudo das disciplinas ( IED, História do Direito Brasileiro, Psicologia Aplicada ao Direito, Fundamentos das Ciências Sociais, Fundamentos de Economia e Análise Textual ). No 2° período: Direito Civil, Sociologia Geral e Jurídica, Ciência Política e Teoria Geral do Estado , bem como Teoria da narrativa Jurídica. A importância do Direito Penal CIÊNCIA PENAL 1.3. Conceitos de Direito Penal. a. Von Liszt: Direito Penal é o conjunto das prescrições emanadas do Estado que ligam ao crime, como fato, a pena como consequência. b. José Frederico Marques: No Direito Penal se compreendem todas as relações jurídicas que as normas penais disciplinam, inclusive as que derivam dessa sistematização ordenadora do delito e da pena. c. Damásio: Conjunto de normas que ligam ao crime, como fato, a pena como consequência, e disciplinam também as relações jurídicas daí derivadas, para estabelecer a aplicabilidade das medidas de segurança e a tutela do direito de liberdade em face do poder de punir do Estado. O DIREITO PENAL 2. O Direito Penal. 2.1. Missões ou Funções no Estado Democrático de Direito. A missão do Direito Penal é proteger os valores fundamentais para a subsistência do corpo social, tais como a vida, a saúde, a liberdade, a propriedade etc., denominados bens jurídicos. Temor da sanção Compromissos éticos entre o indivíduo e o Estado A ação humana está sujeita a dois aspectos valorativos diferentes: lesividade do resultado (desvalor do resultado) e reprovabilidade da ação em si mesma (desvalor da ação). O DIREITO PENAL Direito Penal no Estado Democrático de Direito Diferença entre o Estado de Direito e o Estado democrático de Direito O primeiro carece de conteúdo social Nenhuma interpretação poderia fugir à visão literal do texto, sob pena de subjetivismo arbitrário. Surge o positivismo jurídico Princípio da dignidade da pessoa humana (CF, Art. 1, III) Do Estado democrático de Direito parte o princípio da dignidade da pessoa humana, orientando toda a formação do Direito Penal. Qualquer construção típica, cujo conteúdo contrariar e afrontar a dignidade da pessoa humana, será materialmente inconstitucional, posto que atentatória ao próprio fundamento da existência de nosso Estado. (CAPEZ, p.23) O DIREITO PENAL “A norma penal, portanto, em um Estado Democrático de Direito não é somente aquela que formalmente descreve um fato como infração penal, pouco importando se ele ofende ou não o sentimento social de justiça; ao contrário, sob pena de colidir com a Constituição, o tipo incriminador deverá obrigatoriamente selecionar, dentre todos os comportamentos humanos, somente aqueles que realmente possuem real lesividade social” O DIREITO PENAL 2.2. Características. O Direito Penal regula as relações do indivíduo com a sociedade. Por isso, não pertence ao Direito Privado, mas sim ao Público. Jus puniendi – é o direito que tem o Estado de atuar sobre os delinquentes na defesa da sociedade contra o crime. O Direito Penal é sancionador, pois que através da cominação da sanção, protege outra norma jurídica de natureza extrapenal. O DIREITO PENAL 2.3. Fontes. Fonte é o lugar de onde o direito provém. Material, de produção ou substancial: refere-se ao órgão incumbido de sua elaboração (CF, art. 22, I). Os Estados somente podem legislar nas lacunas legislativas e mesmo assim em questões de interesse específico e local. Formal, de cognição ou de conhecimento: refere-se ao modo como o Direito Penal se exterioriza Imediata: Lei Mediata: costumes e princípios gerais do direito. O DIREITO PENAL Fonte formal imediata Descrevem a conduta e a sanção Ela é descritiva e não proibitiva Pode ser classificada em: Incriminadora: crimes e penas Não incriminadoras: sem crimes, sem penas Não incriminadoras permissivas: tornam lícitas condutas incriminadoras. Ex: Legítima defesa Não incriminadoras finais. Ex: parte geral do CP Fonte formal mediata - Doutrina - Jurisprudência O DIREITO PENAL Características das normas penais Exclusividade: só elas definem o crime e cominam penas Anterioridade: necessita a entrada em vigor antes do fato Imperatividade: todos são obrigados Generalidade: Eficácia aplicada a todos Impessoalidade: Não faz distinção Normas penais em branco: Falta a descrição da conduta, portanto, necessita de uma complementação. 2.4. As demais Ciências Penais: criminologia, política criminal, penalogia e vitimologia. O DIREITO PENAL 3. O Controle Social - Penal e o Estado Democrático de Direito. 3.1.Conceito . Mecanismos ou processos que regulam o comportamento do indivíduo e/ou grupo, na tentativa de obter conformidade de cumprimento das regras de uma sociedade dada, Estado ou grupo social. 3.2.Espécies : formal e informal. Formal: sanções externas – regulação (Durkhein) Informal: socialização 3.3.Controle Social-Penal: legitimidade e relação com Direitos Humanos, Direitos Fundamentais e Garantismo Penal. O DIREITO PENAL 1) Leia o texto abaixo e responda às questões formuladas com base nas leituras indicadas no plano de aula e pelo seu professor. Jonas, após um churrasco em que ingeriu cinco copos de cerveja, ainda que alertado por um amigo sobre a nova lei de trânsito, que proíbe dirigir embriagado, decide ir embora dirigindo seu carro, pois afirma que não se encontra embriagado e que, portanto, não há qualquer perigo em dirigir. Tão logo sai da casa de seu amigo é surpreendido por uma “blitz” e submetido ao teste do bafômetro, do qual resulta a constatação da alcoolemia de Jonas em índice previsto pela Lei n. 9503/1997 (art. 306)para fins da caracterização do crime de embriaguez ao volante. Ante o exposto, sendo certo que Jonas dirigia de forma normal, qual a fundamentação para a intervenção penal sobre sua conduta e, conseqüente, responsabilização penal? Responda de forma justificada com base nos estudos realizados sobre as missões do Direito Penal no Estado Democrático de Direito. O DIREITO PENAL Lei n. 9503/1997 – Código de Trânsito Brasileiro CAPÍTULO XIX - DOS CRIMES DE TRÂNSITO Seção II - Dos Crimes em Espécie ?Art. 306. Conduzir veículo automotor, na via pública, estando com concentração de álcool por litro de sangue igual ou superior a 6 (seis) decigramas, ou sob a influência de qualquer outra substância psicoativa que determine dependência: Penas - detenção, de seis meses a três anos, multa e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor. Parágrafo único. O Poder Executivo federal estipulará a equivalência entre distintos testes de alcoolemia, para efeito de caracterização do crime tipificado neste artigo O DIREITO PENAL 2) Não obstante a falha do sistema penal, o mesmo continua a ser considerado um “mal necessário” à sociedade moderna na medida em que visa, diante da complexidade das situações fáticas delituosas que lhe são apresentadas, exercer um controle social formal e institucional que atenda à toda a coletividade, desde que, no caso concreto, seja a única forma de controle social capaz de proteger determinado bem jurídico.Neste contexto, diante do Estado Democrático de Direito, baseado na dignidade da pessoa humana, assinale a alternativa correta acerca das missões e características do Direito Penal: a) o Direito Penal possui como características ser essencialmente preventivo e repressivo, buscando sempre que possível, a aplicação de penas privativas de liberdade como forma de controle penal; b) o Direito Penal possui como missão a efetivação dos direitos e garantias fundamentais, sendo, portanto, utilizado como primeira forma de controle social com vistas à máxima repressão das condutas delitivas; c) o Direito Penal possui como características ser essencialmente preventivo, retributivo e ressocializador, buscando sempre que possível, a aplicação de penas privativas de liberdade como forma de controle penal; d) o Direito Penal possui como missão a efetivação dos direitos e garantias fundamentais, e possui como características ser essencialmente preventivo, retributivo e ressocializador, buscando sempre que possível, a aplicação de medidas alternativas às penas privativas de liberdade como forma de controle penal e portanto, devendo ser utilizado como última forma de controle social. O DIREITO PENAL 3) Assinale a alternativa incorreta: a)A prevenção da vingança privada (na medida em que o Direito penal tenha incidência evita que a vítima assuma por si só a tarefa de “castigar” o infrator) e o fato de servir como conjunto de garantias para todos os envolvidos no conflito (e no processo) penal são algumas das finalidades do Direito penal. b) A fragmentariedade do Direito penal possui apenas um significado, qual seja, o de que somente os bens mais relevantes devem merecer a tutela penal. c) O princípio da intervenção mínima determina que a intervenção penal deve ser fragmentária e subsidiária. Isso é o que caracteriza o chamado Direito penal mínimo. O princípio da intervenção mínima possui dois aspectos relevantes: fragmentariedade e subsidiariedade. d) O legislador penal, em atenção ao princípio da intervenção mínima, deverá evitar a criminalização de condutas que possam ser contidas satisfatoriamente por outros meios de controle, formais ou informais, menos onerosos ao indivíduo O DIREITO PENAL Questão 1. A questão versa sobre a relevância do bem jurídico tutelado na atual sociedade de risco, qual seja a saúde pública, não podendo ser utilizado, desta forma, o princípio da alteridade ou, ainda, da ausência de lesividade ao bem jurídico como causa excludente da tipicidade. Desta forma, deverá o discente abordar a relevância da proteção e efetivação dos bens jurídicos mais relevantes à sociedade, neste caso a incolumidade pública por meio da segurança viária de modo a concluir pela necessidade da adoção do sistema penal como única forma de controle social capaz de proteger o referido bem jurídico. Fica a critério do docente retomar o presente caso concreto na aula acerca da teoria do delito de modo a diferenciar os de tipos penais de perigo e de dano, bem como nas aulas acerca dos tipos penais dolosos e culposos . Questão n. 2 Letra D. A questão versa sobre as características e missões do Direito Penal no Estado Democrático de Direito. Questão 3. Letra B. Na presente questão, para a a nálise das assertivas , o discente deverá identificar as missões e características do Direito Penal. Desta forma, o docente poderá utilizar a referida questão como disparador para os tópicos a serem abordados na próxima semana de aula. 18 Aula 2 - Direito Penal I.pptx AULA 2 – PRINCÍPIOS CURSO DE DIREITO Data 1 PRINCÍPIOS 1. Princípios e Regras 1.1. Conceito e distinção de regras e princípios. Os princípios são definidos como as ideias centrais de um sistema, ao qual dão sentido lógico, harmonioso, racional, permitindo a compreensão de seu modo de se organizar-se. Mais geral As regras, por sua vez, são normas que prescrevem imperativamente uma exigência (impõem, proíbem ou permitem) que é ou não cumprida. Mais específica CIÊNCIA PENAL 2. Funções num Estado Democrático de Direito: promoção e efetivação de um sistema penal constitucional pautado no respeito à dignidade da pessoa humana e consectários princípios. Os princípios constitucionais devem atuar como balizas para a correta interpretação e a justa aplicação das normas penais, não se podendo cogitar de uma aplicação meramente robotizada dos tipos incriminadores, ditada pela verificação rudimentar da adequação típica formal. CIÊNCIA PENAL 3. Princípios constitucionais e infraconstitucionais: 3.1. Princípio da dignidade humana. Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: I - a soberania; II - a cidadania III - a dignidade da pessoa humana; IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; V - o pluralismo político. Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição. O DIREITO PENAL 3.1.1 Princípio da humanidade da pena. - art. 5°, incisos XLVII, XLVIII, XLIX e L da CRFB/1988 XLVII - não haverá penas: a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX; b) de caráter perpétuo; c) de trabalhos forçados; d) de banimento; e) cruéis; XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado; XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral; L - às presidiárias serão asseguradas condições para que possam permanecer com seus filhos durante o período de amamentação; O DIREITO PENAL 3.1.2Princípio da personalidade da pena. art. 5°, inciso XLV, da CRFB/1988 XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido; -Auxílio reclusão O DIREITO PENAL 3.2. Princípio da Legalidade . art. 1°, do Código Penal e o art. 5°, inciso XXXIX, da CRFB/1988 Anterioridade da Lei Art. 1º - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal; O DIREITO PENAL 3.2.1 Princípio da Irretroatividade da Lei Penal art. 5°, inciso XL, da CRFB/1988. XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu; 3.2.1 Princípio da Anterioridade art. 5°, inciso XXXIX, da CRFB/1988 XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal; O DIREITO PENAL 3.3. Princípio da Intervenção Mínima Declaração Universal dos Direitos do Homem, 1789. A lei só deve prever as penas estritamente necessárias. Só haverá Direito Penal nos casos raros típicos O DIREITO PENAL 3.5. Princípio da Proporcionalidade das Penas. Leia o art. 59,do Código Penal. 3.5.1 Princípio da Individualização das Penas art. 5°, incisos XLVI, da CRFB/1988 XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes: a) privação ou restrição da liberdade; b) perda de bens; c) multa; d) prestação social alternativa; e) suspensão ou interdição de direitos; O DIREITO PENAL 3.6. Princípio da alteridade ou transcendentalidade - Ninguém pode ser punido por ter feito mal só a si mesmo A autolesão não é crime, salvo quando houver intenção de prejudicar terceiros O perigo defendido é o social Lei de droga (11343/06) uso de droga Art. 28. O DIREITO PENAL 3.9. Princípio da Insignificância. A tipicidade penal exige um mínimo de lesividade ao bem jurídico protegido. STF orientações: Mínima ofensividade da conduta do agente Nenhuma periculosidade social da ação Reduzido grau de reprovabilidade do comportamento Inexpressividade da lesão jurídica provocada Não confundir com menor potencial ofensivo Não se aplica no plano abstrato 3.10. Princípio da Adequação Social. O DIREITO PENAL 3.5. Princípio da Proporcionalidade das Penas. Fixação da pena Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e conseqüências do crime, bem como ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) I - as penas aplicáveis dentre as cominadas;(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) II - a quantidade de pena aplicável, dentro dos limites previstos;(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) III - o regime inicial de cumprimento da pena privativa de liberdade;(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) IV - a substituição da pena privativa da liberdade aplicada, por outra espécie de pena, se cabível. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) O DIREITO PENAL 3.5.1 Princípio da Individualização das Penas Leia o art. 5°, incisos XLVI, da CRFB/1988 15 Aula 3 - Direito Penal I.pptx AULA 3 – Teoria da Norma Penal CURSO DE DIREITO Data 1 Teoria da Norma Penal 1. Teoria da Norma 1.1 A Norma Jurídico Penal 1.2 Características da norma penal Teoria da Norma Penal 2. Classificação 2.1 Incriminadoras 2.2 Não Incriminadoras: permissivas e explicativas Teoria da Norma Penal 3. Norma Penal do Mandato em Branco: confronto com o princípio da Legalidade 4. Interpretação e Integração: 4.1 Interpretação analógica 4.2 Analogia em Direito Penal. Natureza Jurídica e incidência 4.3 Distinção entre Analogia, Interpretação Analógica e Interpretação extensiva em Direito Penal Teoria da Norma Penal 5. Conflito aparente de normas 5.1 Princípio do ne bis in idem 5.2 Princípios que solucionam: especialidade, subsidiariedade, consunção e alternatividade 6 Aula 4 - Direito Penal I.pptx AULA 4 – Validade e eficácia da Lei Penal no Tempo e no Espaço CURSO DE DIREITO Data 1 Validade e eficácia da Lei Penal no Tempo e no Espaço A Lei Penal no Tempo. Vigência e validade. Atividade e extratividade da Lei Penal Quando várias leis penais que tratam do mesmo assunto de modo distinto se sucedem no tempo, deve o intérprete definir qual delas será aplicada ao fato. REGRA: A lei que deve ser aplicada é aquela vigente na época do fato criminoso. (tempus regit actum) Validade e eficácia da Lei Penal no Tempo e no Espaço Vigência e validade a. Validade Ingresso da norma no ordenamento jurídico. Uma norma será válida quando não contradizer norma superior e tenha seu ingresso no ordenamento jurídico atendendo a processo legislativo pré-estipulado. b. Vigência Demarca o tempo de validade da norma. Essa já tem critérios estabelecidos, mas a autoridade competente não pode obrigar o seu cumprimento. Ex: vacation legis - é o prazo para lei entrar em vigor, ou seja, de sua publicação até o início de sua vigência. Validade e eficácia da Lei Penal no Tempo e no Espaço Atividade e ultra-atividade a. Retroatividade Aplicação da lei a fatos cometidos antes da sua vigência b. Ultra-atividade A lei penal revogada pode ser aplicada após sua revogação, quando o ilícito praticado durante a sua vigência for sucedido por lei mais severa. Validade e eficácia da Lei Penal no Tempo e no Espaço 2. Conflito de leis penais no Tempo: 2.1. Abolitio criminis, novatio legis in mellius, novatio legis incriminadora e novatio legis in pejus Abolitio criminis – Lei posterior descriminaliza condutas, tornando-as atípicas Hipótese prevista no art. 2º, caput, CP. Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Validade e eficácia da Lei Penal no Tempo e no Espaço Princípio da retroatividade da lei mais favorável (art. 5º, XL, CF) XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu; Extinção da punibilidade: (art. 107, III, CP) III – pela retroatividade de lei que não mais considera o fato como criminoso Ex: Lei 11106/05 – revogou o art. 240 do CP (Adultério) Não cessam os efeitos civis da condenação ou do ato praticado Validade e eficácia da Lei Penal no Tempo e no Espaço – novatio legis incriminadora – A lei nova incrimina fatos anteriormente considerados lícitos Essa lei incrimina novos fatos (prevalece o tempus regit actum) É irretroativa Se o crime é praticado na vacatio ? R: Não terá praticado crime, uma vez que a lei penal adquire obrigatoriedade quando entra em vigor. Validade e eficácia da Lei Penal no Tempo e no Espaço c. novatio legis in pejus – A lei nova modifica o regime anterior, agravando a situação do sujeito Essa lei não cria novos fatos, mas agrava a situação do sujeito É empregado o princípio da irretroatividade da lei penal mais severa Validade e eficácia da Lei Penal no Tempo e no Espaço d. novatio legis in melius– A lei nova modifica o regime anterior, beneficiando o sujeito Essa lei não cria novos fatos, mas é mais favorável ao sujeito É empregado o princípio da retroatividade da lei penal mais benigna Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Validade e eficácia da Lei Penal no Tempo e no Espaço 3. Princípios que regem o conflito de leis penais no tempo: 3.1 Princípio da irretroatividade da Lei penal severa Com fundamento no art. 5º, XXXVI e XL, CF XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada; Consiste em fazer tudo o que não é proibido e assim, não sofrer qualquer sanção pela conduta. A não ser que transgrida a norma penal e receba a pena cominada. Destarte, se a lei nova definir a conduta anteriormente lícita como crime ela não pode retroagir, pois o sujeito possuía direito adquirido de não ser punido por aquela conduta. XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu; 3.2 Princípio da retroatividade da lei penal mais benigna Se o próprio Estado reconhece a pena anterior como severa, logo renuncia a capacidade de punir daquela forma Validade e eficácia da Lei Penal no Tempo e no Espaço 4. Leis excepcionais e leis temporárias 4.1 Conceito Temporárias – são aquelas que possuem vigência previamente fixada pelo legislador. Este determina que a lei terá vigência até certa data. Excepcionais – são aquelas promulgadas em casos de calamidade pública, guerras, revoluções, cataclismos, epidemias etc. 4.2 Distinção A lei excepcional é revogada pela cessação das “circunstâncias que a determinaram”. A temporária, pelo decurso do “período de sua duração”. Validade e eficácia da Lei Penal no Tempo e no Espaço As leis temporárias ou excepcionais não derrogam o princípio da reserva legal, pois não se aplicam a fatos ocorridos antes de sua vigência. Contudo são aplicadas aos fatos praticados durante a sua vigência mesmo depois de sua autorrevogação. (art. 3º CP) Art. 3º - A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigência. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984) Validade e eficácia da Lei Penal no Tempo e no Espaço 5. Tempo do crime: É a fixação do momento em que se considera o delito cometido (tempus commissi delicti). Guarda relação com a imputabilidade, prescrição, anistia, dentre outros elementos subjetivos. Validade e eficácia da Lei Penal no Tempo e no Espaço 5.1 Teorias: atividade, resultado e mista Atividade – atende-se ao momento da prática da ação (ou omissão). Ex: No estelionato, em princípio, aplica-se a lei vigente quando o agente induz ou mantém alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento (ação), prescindindo-se da análise da norma em vigor quando o agente obtém a vantagem ilícita em prejuízo alheio. Resultado – considera-se tempus delicti o momento da produção do resultado. Ex: No homicído, tempo do crime é o de seu resultado (morte), e não o da prática dos atos executórios (ação) Mista (ubiquidade) – considera-se tanto o momento da ação quanto o do resultado. Validade e eficácia da Lei Penal no Tempo e no Espaço 5.2 Teoria adotada pelo Código Penal O CP adotou a teoria da atividade (art. 4º, CP) Art. 4º - Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984) OBS – Não se aplica aos prazos de prescrição, pois o art. 111, I, CP determina que a contagem se inicie do momento da consumação. Validade e eficácia da Lei Penal no Tempo e no Espaço 5.3 Crime Permanente, Continuidade delitiva e Súmula 711 do STF Súmula 711 – A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou da permanência. Se o crime é cometido na vigência da lei menos grave, mas cuja execução se prolongue até a entrada em vigor da lei mais grave, poderá ser plicada esta última. - Distinção entre os delitos e o conflito de leis penais no tempo Validade e eficácia da Lei Penal no Tempo e no Espaço 6. A Lei Penal no Espaço 6.1 Validade da Lei Penal 6.2 Lugar do crime. Teorias da ubiquidade 6.3 Conceito de Território Nacional e sua extensão 6.4 Princípios delimitadores do conflito de leis penais no espaço: Territorialidade Extraterritorialidade: incondicionada e condicionada Princípios: defesa, justiça universal, nacionalidade ativa, nacionalidade passiva e representação 6.5 Pena cumprida no estrangeiro 18
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