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KM_DPCI Direito Processo Civil I 2 AULA 01 2 I. PROCESSO DE CONHECIMENTO 2 II. PROCESSO DE EXECUÇÃO 2 III. PROCESSO CAUTELAR 3 IV. PROCEDIMENTO COMUM ORDINÁRIO E PROCEDIMENTO SUMÁRIO 4 IV.1. PROCEDIMENTO COMUM ORDINÁRIO 4 IV.2. PROCEDIMENTO SUMÁRIO 6 V. PROCEDIMENTO COMUM ORDINÁRIO_NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL 6 V.1. Estrutura 8 V.2. Fases e Estágios 9 V.2.1. Perspectiva Horizontal 9 DPC_AULA 01 13/08/2015 " DE "1 11 KM_DPCI Direito Processo Civil I Karina Martins 13 de agosto de 2015 Direito Processo Civil I AULA 01 Primeiramente devemos entender que o processo se trata de um instrumento, de um meio, que o Estado possui com a finalidade de aplicar o direito ao caso concreto, dizer o direito no caso concreto (jurisdição). É um mecanismo que visa tutelar, resguardar direitos violados ou sob ameaça de serem violados, tanto das pessoas físicas como jurídicas dentro do Estado. Existem três tipos de processo: Processo de Conhecimento, de Execução e Cautelar. I. PROCESSO DE CONHECIMENTO O processo de conhecimento (ou declaratório em sentido amplo) provoca o juízo, em sentido mais restrito e próprio: através de sua instauração, o órgão jurisdicional é chamado a julgar, declarando qual das partes tem razão. O objeto do processo de conhecimento é a pretensão ao provimento declaratório da sentença denominado sentença de mérito. Essa sentença concluirá pela procedência, quando acolher a pretensão do autor; pela improcedência quando a rejeitar. II. PROCESSO DE EXECUÇÃO A função jurisdicional não se limita à emissão de sentença, através do processo de conhecimento, há também a sentença DPC_AULA 01 13/08/2015 " DE "2 11 KM_DPCI condenatória em que alia-se a declaração à sanção, formando assim um título executivo necessário para que esta possa ser concretamente atuada. Assim, configura-se outra forma de tutela jurisdicional, através do processo que se denomina de execução. O processo de execução visa uma prestação jurisdicional que consiste em tornar efetiva a sanção mediante a prática dos atos próprios da execução forçada. O pressuposto da execução é um título executivo, que normalmente é discutido no processo de conhecimento. É possível, porém, que o processo de conhecimento seja suficiente à satisfação da obrigação, em necessidade de execução forçada; Quando se tratar de títulos executivos extrajudiciais (que não surgiram por meio de sentença judicial) a execução pode ser promovida sem o processo de conhecimento. No processo executivo é proposta uma ação (ação executiva), pela qual o credor pretende o provimento jurisdicional satisfativo (na execução por título judicial, uma vez já exaurida a ação cognitiva, a pretensão satisfativa, com o advento da Lei 11.232/2005, é apenas mais uma fase no processo de conhecimento). A sentença penal condenatória, aplicando a sanção, constitui-se no título executivo necessário à efetivação do comando que emerge da própria sentença; encerrado o processo penal de conhecimento e constituído o título, instaura-se o processo de execução penal, que, apesar de peculiaridades e diferenças em confronto com a execução civil, não tem natureza diversa. Tais peculiaridades são: A execução penal, ação penal condenatória e ate mesmo o processo civil na ação constitutiva necessária são sempre forçadas. A jurisdição não é inerte na execução penal, sendo o processo instaurado ex officio . Mas outros casos há de jurisdição que se auto- movimenta, sem que se negue o caráter jurisdicional ao processo instaurado sem iniciativa do autor (execução trabalhista, recuperação judicial convolada em falência, etc.). III. PROCESSO CAUTELAR DPC_AULA 01 13/08/2015 " DE "3 11 KM_DPCI É acrescido ao conhecimento e à execução, sendo auxiliar e subsidiário, visando assegurar o êxito das primeiras etapas: trata-se da atividade cautelar, desenvolvido através do processo que toma o mesmo nome. Seu resultado específico é um provimento acautelatório. Visa proteger um bem ou direito que será discutido em ação principal (processo de conhecimento). O provimento cautelar funda-se antecipadamente na hipótese de um futuro provimento jurisdicional favorável ao autor: verificando-se os pressupostos do fumus boni juris (aparência do bom direito) e do periculum in mora (perigo da demora), o provimento cautelar opera imediatamente, como instrumento provisório e antecipado do futuro provimento definitivo, para que este não seja frustrado em seus efeitos. Pode ser requerido de forma autônoma, ou seja, antes da propositura da ação principal ou por via incidental, quando ocorrer no curso de processo já iniciado. IV. PROCEDIMENTO COMUM ORDINÁRIO E PROCEDIMENTO SUMÁRIO Antes de falarmos, devo salientar que no novo processo civil, deixará de existir o procedimento sumário e teremos apenas o procedimento comum ordinário. IV.1. PROCEDIMENTO COMUM ORDINÁRIO Nesse procedimento, são realizados atos de cognição (conhecimento), que é a análise feita pelo juiz dos autos. Comparando com o processo antes de 2006, o ato de conhecimento e a execução eram processos distintos, onde cada um necessitava de uma petição inicial. Depois de 2006, houve a junção do conhecimento com a execução, diminuindo um pouco a carga processual, aproveitando o mesmo processo para já executar dar o direito ao pleiteante. Por conta dessa junção de atos de natureza diversa, a doutrina passou a chamar de processo de natureza sincrética. Sincretismo é a junção desses atos. DPC_AULA 01 13/08/2015 " DE "4 11 KM_DPCI O procedimento ordinário tem características de ser: – Padrão – Por ser o procedimento modelo para todos os outros; – Completo – é o mais completo, possui todos os passos de forma a dar maior segurança processual; – Subsidiar – Serve de subsídio para todos os outros procedimentos. Segundo Pontes de Miranda: “Em razão dessa subsidiariedade o procedimento ordinário é um preenchedor de lacunas dos outros procedimentos.” Fases do processo de conhecimento: Segue desde a petição inicial até o momento da sentença: I – Fase postulatória: – Petição inicial – Citação – Resposta do réu II – Fase ordinatória Vai organizar o processo, sanear o processo (como diz Humberto Teodoro), ele essa fase verifica o conteúdo das provas bem como irregularidades no processo visando corrigi-las, dependendo do conteúdo das provas, o processo pode acabar nessa fase. III – Instrutória Ela é destinada a produção de provas como a pericial, oral e eventualmente inspeção judicial que é feita pelo próprio juiz. IV – Decisória Essa fase é a decisão da sentença. DPC_AULA 01 13/08/2015 " DE "5 11 KM_DPCI IV.2. PROCEDIMENTO SUMÁRIO Antes de dar prosseguimento, observe que no processo civil não existe o procedimento sumaríssimo, esse procedimento é do processo Penal e da justiça do trabalho. A diferença do procedimento comum ordinário para o procedimento sumário é basicamente a concentração dos atos processuais, busca-se praticar um maior número de atos processuais no mesmo ato. Observe que ocorre também a mesma busca exauriente do processo e conhecimento profundo dosfatos da mesma forma que no comum ordinário, justamente para que se tenha a segurança jurídica necessária. Existe uma discussão doutrinária sobre a escolha do tipo de procedimento, pergunta-se se as partes podem escolher o tipo de procedimento adotado. Há duas correntes: 1 – Indisponibilidade do procedimento, por se tratar de matéria de direito público. 2 – Possibilidade de escolha pois a escolha não vai influenciar no resultado do processo, não havendo prejuízo ao réu. Segundo o artigo 277 §4° e §5° do CPC, o juiz pode converter o procedimento sumário em ordinário em casos de complexidade. V. PROCEDIMENTO COMUM ORDINÁRIO_NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL Procedimento - meio através do qual a tutela jurisdicional é prestada. Pode ser: • Satisfativa ou cautelar; • Preventiva ou representativa DPC_AULA 01 13/08/2015 " DE "6 11 KM_DPCI • contra o ilícito ou • contra o dano • Definitiva fundada na cognição exauriente ou • Provisória fundada em cognição sumária. Jurisdição contenciosa - quando há litígio - mediante procedimento comum ordinário (art. 318) ou 14 procedimentos diferentes: Ex. • ação de consignação em pagamento - art. 539 • ação de exigir contas - art. 550 • ação de demarcação de terras - art. 569 • ações possessórias - art. 554 • ação de dissolução de sociedade - art. 599 • ação de inventário e partilha - art. 610 • embargos de terceiros - art. 674 • oposição - art. 682 📌 O Novo código de Processo Civil deixou de bipartir os procedimentos - sendo o procedimento comum ordinário um só. Jurisdição voluntária - quando não há litígio - mediante procedimento comum ordinário (art. 318) ou 10 procedimentos diferentes: Ex. • notificação - art. 726 • alienação judicial - art. 730 • divórcio e separação consensual - art. 731 • testamento - art. 735 • herança - art. 738 📌 O legislador perdeu a oportunidade de legislação especificamente sobre algumas matérias, dentre elas o aborto terapêutico e a fertilização assistida. DPC_AULA 01 13/08/2015 " DE "7 11 KM_DPCI O procedimento comum ordinário é o procedimento padrão para a tutela dos direitos, aplicando-se a todos e de forma subsidiária aos procedimento diferentes (art. 318, §único). V.1. Estrutura Órgão jurisdicional pode conhecer e executar, além de proteger as partes mediante pronunciamentos provisórios e definitivos. 📌 No CPC/1973 - poderia apenas conhecer. A ação executiva e a provisória - tramitavam em processos próprios. Reformas: • Atividade de cumprimento de sentença • Tutelar provisoriamente ao longo do processo Início - mediante o exercício da ação (art. 319). Petição inicial - citação do réu: 1) audiência de conciliação (art. 334) ou 2) oferecer defesa (art. 335). O juiz, antes ou depois da citação, poderá prestar à tutela provisória (art. 294 e ss). Não sendo o caso de extinção do processo sem resolução de mérito (art. 354) ou de julgar o pedido ou parcela do pedido (art. 355). Organizar o processo (art. 357 e ss) - viabilizar a produção da prova (art. 369 e ss) e para decisão da causa (art. 485 e ss). Determinar o cumprimento da sentença - atos executivos (art. 513 e ss). DPC_AULA 01 13/08/2015 " DE "8 11 KM_DPCI 📌 Das sentenças cabe recursos para o segundo grau (art. 994 e ss) e novos recursos ao STF e STJ (art. 102, III e 105, III, CF). Art. 139, VI - o procedimento pode ser adaptado pelo juiz e pelas partes (art. 190) Ex. • Comunicação dos atos processuais/prévio acordo. • Organização pode ser por escrito ou oral em audiência. • Ônus da prova - poderá ser modificado pelo juiz (art. 373). V.2. Fases e Estágios O procedimento comum está estruturado em fases e estágios, podendo a sua estrutura ser analisada em uma perspectiva horizontal e vertical. A perspectiva horizontal revela as fases e os respectivos estágios que o procedimento comum percorre no primeiro grau de jurisdição para a prestação da tutela jurisdicional. A perspectiva vertical evidencia as fases que o procedimento comum supera para prestação da tutela jurisdicional levando em consideração a estrutura escalonada da organização judiciária. V.2.1. Perspectiva Horizontal Duas grandes fases: a de conhecimento e a de cumprimento. Fase de conhecimento - desenvolve-se normalmente em quatro estágios destinados à: 1. Postulação 2. Organização DPC_AULA 01 13/08/2015 " DE "9 11 KM_DPCI 3. Instrução 4. Decisão 📌 No caso de sentença condenatória genérica acrescenta-se um estágio - de liquidação. 1. Postulatório: destina-se à oitiva de ambas as partes: o autor expõe o seu caso mediante o exercício do direito da ação e o réu defende-se exercendo o seu direito de defesa. Pode ainda o réu igualmente fazer pedido de tutela jurisdicional do direito mediante reconvenção. O legislador entendeu por bem ainda inserir nessa fase, quando cabível, uma tentativa de solução consensual do litígio, antes do exercício do direito de defesa mediante audiência de conciliação e de mediação (art. 334). Pode ocorrer de o juiz, depois de viabilizar a emenda da petição inicial (art. 321), ter de indeferir a petição inicial (art. 330) ou de julgar improcedente liminarmente o pedido (art. 332). Em quaisquer desses casos o procedimento não avança e o processo é extinto respectivamente sem resolução de mérito (art.485) ou com resolução de mérito (art. 587). 2. Organizatório: tem por função preparar a causa para a sua instrução e julgamento. Por essa razão, tem tanto um perfil retrospectivo como prospectivo: visa a aferir a existência de óbices e vícios processuais que impeçam o julgamento de mérito a fim de sanear a causa (art. 357, I) e a delimitar as alegações de fato litigiosas para guiar a produção da prova, dispondo-se, inclusive, em sendo o caso, sobre questões concernentes à distribuição do ônus da prova (art. 357, III). Essa organização da causa pode ocorrer por escrito, mediante despacho saneador, ou oralmente em audiência (art. 357, caput e §3º). Pode ocorrer de ser desnecessário no todo ou em parte o estágio organizatório porque inútil ou desnecessária a colheita de prova, tendo em conta que pode ser o caso de o juiz prolatar o julgamento conforme o estado do processo (art. 354 3 ss). Pode ocorrer de ser o DPC_AULA 01 13/08/2015 " DE "10 11 KM_DPCI caso de extinguir o processo no todo ou em parte (art. 354) ou de julgar imediatamente o mérito no todo (art 355) ou em parte (art. 356). 3. Instrutório: destina-se à produção da prova, notadamente de prova oral, da prova pericial ou da inspeção judicial, ja que a prova documental acompanha as postulações iniciais das partes (art. 434). Nesse estágio, o processo é instruído com provas das alegações. Em sendo o caso, pode o juiz designar audiência de instrução e julgamento para sua colheita (arts. 358 e ss). Nada obstante o momento do estágio instrutório, pode ser necessária a produção antecipada da prova (arts. 381 e ss). Nesses casos, a lei prevê uma inversão procedimental para que a prova seja colhida em momento diverso daquele em que previsto na ordem do procedimento. 4. Decisório: é aquele em que o juiz decide o caso levado ao juízo. A decisão do caso pode levas à extinção do processo sem resolução de mérito (art. 485) ou à extinção do processo ou da fase de conhecimento com a resolução de mérito (art. 487). Se a tutela jurisdicional prestada é autossuficiente (declaratória ou constitutiva), então o pronunciamento judicial basta para atender à postulação das partes. Se a tutela jurisdicional não é autossuficiente (condenatória, mandamental ou executiva), então o pronunciamento jurisdicional não basta e é necessário submeter a cumprimento de sentença. Pode ocorrer, por fim,de ser prolatada uma sentença condenatória genérica (art. 324, §1º) no estagio decisório. Nesse caso, a fase de conhecimento abrigará ainda um quinto estagio destinado à liquidação da obrigação (arts. 509 e ss), cujo objeto é apontar qual é o valor exato que é devido ao demandante em função da procedência de seu pedido. DPC_AULA 01 13/08/2015 " DE "11 11
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