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DPCI - Aula 02 - Petição Inicial

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KM_DPCI
Direito Processo Civil I	 3 
AULA 02	 3 
I. DA PETIÇÃO INICIAL	 3 
I.1. CONCEITO E NOÇÕES BÁSICAS	 3 
I.2. MOMENTO DA PROPOSITURA	 4 
I.3. PRINCÍPIOS INQUISITIVO, DISPOSITIVO E 
CONSECTÁRIOS	 5 
I.4. REQUISITOS FORMAIS DA PETIÇÃO INICIAL	 7 
I.4.1. O ART. 282 E INCISOS, CPC: PAUTA MÍNIMA	 7 
I.4.2. DOCUMENTOS INDISPENSÁVEIS À 
PROPOSITURA DA AÇÃO	 7 
I.4.3. CAPACIDADE POSTULATÓRIA	 7 
I.4.4. ENDEREÇO DO ADVOGADO	 8 
I.4.5. INDICAÇÃO DO JUÍZO OU TRIBUNAL	 8 
I.4.6. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES	 9 
I.4.7. FATOS E FUNDAMENTOS JURÍDICOS DO 
PEDIDO	 10 
I.4.8. VALOR DA CAUSA	 11 
I.4.9. REQUERIMENTO DE PROVAS	 12 
I.4.10. REQUERIMENTO DE CITAÇÃO	 12 
I.4.11. O PEDIDO, COM SUAS ESPECIFICAÇÕES	 13 
I.4.11.1. ESPÉCIES DE PEDIDOS	 15 
I.4.11.1.1. Pedido Mediato e Imediato	 15 
I.4.12. Requisitos do Pedido	 15 
I.4.12.1. Pedido Alternativo e Cumulação Alternativa dos 
Pedidos	 17 
I.4.12.1.1. Pedido Alternativo	 17 
I.4.12.1.2. Cumulação Alternativa de Pedidos	 17 
DPC_AULA 02 14/08/2015 " DE "1 23
KM_DPCI
I.4.12.2. Pedido Sucessivo ou Cumulação Sucessiva	 17 
I.4.12.3. Cumulação Sucessiva	 18 
I.4.13. DESPESAS	 19 
II. CONTROLE DE ADMISSIBILIDADE DA PETIÇÃO 
INICIAL	 19 
II.1. Indeferimento da Petição Inicial	 19 
II.2. Saneamento da Petição Inicial	 20 
II.3. Improcedência Liminar	 20 
II.4. Despacho liminar Positivo	 21 
III. MODIFICAÇÕES DA CAUSA DE PEDIR E DO 
PEDIDO	 22 
DPC_AULA 02 14/08/2015 " DE "2 23
KM_DPCI
Direito Processo Civil I 
Karina Martins 
2015_2 
Direito Processo Civil I 
AULA 02 
I. DA PETIÇÃO INICIAL 
I.1.CONCEITO E NOÇÕES BÁSICAS 
A petição inicial é ato formal que inaugura o processo, sendo, 
portanto, o marco inicial deste, que consagra, ademais, o Direito de Ação 
constitucionalmente assegurado no art. 5º, XXXV, CF. 
Em regra, deve ser escrita no vernáculo (art. 156, CPC), datada, 
assinada e apresentada na forma física ou eletrônica, admitindo-se a 
postulação oral em situações autorizadas por lei (Juizados Especiais Cíveis: 
art. 14, Lei nº 9.099/99; pedido de concessão de medidas protetivas de 
urgência em favor da mulher que se afirma vítima de violência doméstica 
ou familiar: art. 12, Lei nº 11.340/2006 e; no procedimento especial da 
ação de alimentos: art. 3º, § 1º, Lei nº 5.478/68). 
A oralidade, contudo, é efêmera, porque a postulação levada a 
efeito sob tal forma é reduzida a termo, isto é, à forma escrita, quase que 
instantaneamente pelo auxiliar da justiça responsável. 
Maria Helena Diniz (2010, pp. 452/454) a conceitua como: 
Ato declaratório e introdutório do processo pelo qual 
alguém exerce seu direito de ação, formulando sua 
pretensão, pretendendo a sua satisfação pela decisão 
judicial, uma vez que determina o conteúdo daquela 
decisão. Deve indicar o juiz ou o tribunal a que se 
dirige, a qualificação do autor e do réu, o fato e os 
DPC_AULA 02 14/08/2015 " DE "3 23
KM_DPCI
fundamentos jurídicos do pedido, o pedido com suas 
especificações, as provas que se pretende demonstrar a 
verdade dos fatos alegados, e, além disso, conter o 
requerimento para citação do réu. 
Pode ser entendida, portanto, como ato formal que dá início ao 
processo, devendo obedecer às prescrições que o Código de Processo 
Civil e/ou a legislação processual extravagante lhe impõe (m), a fim de 
que seja considerada apta. 
I.2. MOMENTO DA PROPOSITURA 
Marinoni e Arenhart (2008, pp. 72/73) advertem: 
Distribuindo-se a petição inicial, logicamente nas 
comarcas que têm distribuir, considera-se proposta a 
ação. Nas comarcas em que não há distribuidor (ou 
mais de um órgão, ou de uma repartição vinculada ao 
mesmo órgão, com competência concorrente), 
considera-se proposta a ação quando a petição inicial é 
despachada pelo juiz. 
A lição é constatada no art. 263, CPC. 
Os mesmos autores apontam a importância de se precisar o 
momento no qual a ação é distribuída no sentido de evitar, por exemplo, a 
prescrição (art. 219 e parágrafos, CPC), ou, ainda, de se estabelecer a 
competência (art. 87, CPC). 
O próprio serviço judiciário pauta-se, em alguns casos, 
precisamente naqueles em que não há pedido de liminar, pela data da 
distribuição da ação para fins de ordenação das atividades forenses. A 
petição inicial que deu entrada antes de outra, será, portanto, autuada em 
primeiro lugar, e assim por diante. 
DPC_AULA 02 14/08/2015 " DE "4 23
KM_DPCI
I.3. P R I N C Í P I O S I N Q U I S I T I V O, D I S P O S I T I V O E 
CONSECTÁRIOS 
Destaque-se, ademais, que a petição inicial invoca, formalmente, 
a prestação da tutela jurisdicional almejada condicionada, evidentemente, 
ao requerimento nela constante, articulado pela parte ou pelo interessado, 
a teor do disposto no art. 2º do CPC. 
Humberto Theodoro Júnior (2012, p. 35) define dois princípios 
intimamente ligados com a temática da petição inicial e que, 
modernamente, informam o processo civil mercê da reunião de preceitos 
tanto de um quanto de outro, não obstante o distanciamento das 
concepções clássicas. São eles: o princípio inquisitivo e o princípio 
dispositivo. 
Para o autor: 
Caracteriza-se o princípio inquisitivo pela liberdade da 
iniciativa conferida ao juiz, tanto na instauração da 
relação processual como no seu desenvolvimento. Por 
todos os meios a seu alcance, o julgador procura 
descobrir a verdade real, independentemente de 
iniciativa ou colaboração das partes. Já o princípio 
dispositivo atribui às partes toda a iniciativa, seja na 
instauração do processo, seja no seu impulso. As 
provas só podem, portanto, ser produzidas pelas 
próprias partes, limitando-se o juiz à função de mero 
espectador. 
Ato contínuo, aduz que o Código de Processo Civil consagra o 
princípio dispositivo, mas reforça a autoridade do Poder Judiciário, 
armando-o de poderes para prevenir ou reprimir qualquer ato atentatório à 
dignidade da Justiça (Ministro Alfredo Buzaid, Exposição de Motivos, nº 
18). 
O art. 2º, CPC, por seu turno, revela, no âmbito legislativo, o 
princípio da demanda, corolário do princípio dispositivo, pelo qual a 
iniciativa do processo depende de prévia manifestação de vontade de 
DPC_AULA 02 14/08/2015 " DE "5 23
KM_DPCI
algum interessado (DESTEFENNI, Marcos. Curso de Processo Civil. 
Processo de conhecimento convencional e eletrônico. Tomo I. 2. ed. São 
Paulo: Saraiva, 2009, p. 320). 
É o que também se depreende do art. 262, CPC. Dinamarco 
(2009, p. 301) pondera a respeito, salientando que: 
A única diferença significativa entre ação e defesa 
consiste que só aquela inclui,e esta não, o poder de 
dar início ao processo. Como o juiz é proibido de 
realizar processos e conceder tutelas jurisdicionais sem 
a iniciativa de alguém (CPC, arts. 2º e 262 – supra, n. 
398), a Constituição e a lei lhe municiam do poder de 
provocar sua atividade todo sujeito que precise do 
processo como meio para exame e eventual 
acolhimento de suas pretensões insatisfeitas. Tal é o 
poder de iniciativa processual. 
Como bem lembra Fredie Didier (2009, p. 407): A relação entre 
petição inicial e demanda é a mesma que se estabelece entre a forma e o 
seu conteúdo... A petição inicial é a forma da demanda, o seu instrumento; 
a demanda é o conteúdo da petição inicial. 
Logo em seguida, menciona: 
Como a demanda tem a função de bitolar a atividade 
jurisdicional, que não pode extrapolar os seus limites 
(decidindo além aquém ou fora do que foi pedido), 
costuma-se dizer que a petição inicial é um projeto de 
sentença: contém aquilo que o demandante almeja ser 
o conteúdo da decisão que vier a acolher o seu pedido. 
A função de bitolar a atividade jurisdicional é resultado do 
princípio da congruência ou da adstrição previsto nos arts. 128 e 460, 
CPC, que também deriva do princípio dispositivo. 
DPC_AULA 02 14/08/2015 " DE "6 23
KM_DPCI
Em razão desse princípio, o juiz deverá ficar limitado ou adstrito 
ao pedido da parte, de maneira que apreciará e julgará a lide “nos termos 
em que foi proposta”, sendo-lhe vedado conhecer questões não 
suscitadas pelos litigantes (art. 128), (THEODORO JÚNIOR, Humberto. 
Curso de Direito Processual Civil. v. I. 53. ed. Rio de Janeiro: Forense, 
2012, p. 35), ressalvada a apreciação das normas de ordem pública no 
limite necessário para solucionar o litígio descrito pelas partes. 
I.4. REQUISITOS FORMAIS DA PETIÇÃO INICIAL 
I.4.1. O ART. 282 E INCISOS, CPC: PAUTA MÍNIMA 
Quanto aos requisitos formais, o art. 282 elenca a pauta mínima 
que deve ser observada em uma petição inicial. 
O dispositivo legal enumera, pois, os requisitos básicos ou 
mínimos, mas não os esgota. 
Significa dizer que outros requisitos são exigidos pelo Código de 
Processo Civil ou pela legislação processual extravagante, podendo variar 
conforme a modalidade de processo. Embora consagrada pela praxe 
forense, a denominação da ação é despicienda, já que a lei não a impõe. 
I.4.2. DOCUMENTOS INDISPENSÁVEIS À PROPOSITURA DA 
AÇÃO 
O art. 283, CPC, dispõe que a petição inicial será instruída com 
os documentos indispensáveis à propositura da ação, estando autorizada a 
juntada posterior desde que preenchidos os requisitos do art. 397, CPC. 
I.4.3. CAPACIDADE POSTULATÓRIA 
Ordinariamente, a petição inicial é assinada por quem possua 
capacidade postulatória (advogado, defensor público ou membro do 
Ministério Público), o que conduz à obrigatoriedade de acompanhamento 
do instrumento de mandato, e dos atos constitutivos em se tratando de 
pessoa jurídica. 
DPC_AULA 02 14/08/2015 " DE "7 23
KM_DPCI
A lei, todavia, prevê exceções à regra, conferindo capacidade 
postulatória ao leigo, consoante preconiza o art. 36, CPC, por exemplo. 
Reza o dispositivo legal: A parte será representada em juízo por 
advogado legalmente habilitado. Ser-lhe-á lícito, no entanto, postular em 
causa própria, quando tiver habilitação legal ou, não a tendo, no caso de 
falta de advogado no lugar ou recusa ou impedimento do que houver. 
A legislação extravagante disciplina outras hipóteses de 
capacidade postulatória extraordinária, especificamente no art. 2º da Lei de 
Alimentos (5.478/68); Habeas Corpus, etc. 
I.4.4. ENDEREÇO DO ADVOGADO 
A petição deve indicar, ainda, o endereço profissional do 
advogado para envio de intimações (art. 39, I, CPC). 
Crê-se, porém, que a exigência de declinação do endereço 
profissional do advogado na petição inicial não tem como único objetivo o 
envio de intimações, eis que também tem a finalidade de informar o colega 
ex adverso que, eventualmente, pretenda entrar em contato com o fito de 
remeter uma proposta de composição amigável. 
O endereço profissional do advogado, normalmente, não se 
encontra no corpo do texto da petição inicial, mas no cabeçalho ou no 
instrumento de mandato. Consignado o endereço no cabeçalho ou no 
instrumento de mandato acostado à inicial, estará cumprida a exigência 
contida no art. 39, I, CPC. 
No caso, porém, é importante alertar que o prazo legal para 
emendar a inicial é de 48h, nos termos do art. 39, parágrafo único, CPC, e 
não de dez dias (art. 284, CPC). 
Não se vislumbra, entretanto, óbice à concessão do prazo de dez 
dias, por inexistir qualquer prejuízo às partes. 
I.4.5. INDICAÇÃO DO JUÍZO OU TRIBUNAL 
Observando as regras de competência, o autor deve indicar o 
juízo ou o tribunal a que a petição inicial é direcionada. 
DPC_AULA 02 14/08/2015 " DE "8 23
KM_DPCI
O inciso I do art. 282, CPC, não só fala em juízo, mas também 
em tribunal, porque engloba as causas de competência originária dos 
tribunais. A ação rescisória (arts. 485 e seguintes, CPC) retrata uma dessas 
causas. 
O art. 488, CPC, reza que: 
A petição inicial será elaborada com observância dos 
requisitos essenciais do art. 282, devendo o autor: I – 
cumular ao pedido de rescisão, se for o caso, o de 
novo julgamento da causa; II – depositar a importância 
de 5% (cinco por cento) sobre o valor da causa, a título 
de multa, caso a ação seja, por unanimidade de votos, 
declarada inadmissível, ou improcedente. 
Luiz Rodrigues Wambier (2011, p. 348) destaca que o 
direcionamento à autoridade judiciária pode ser fruto da escolha do autor, 
sendo a competência prorrogável. 
Isto é, havendo, por exemplo, cláusula contratual de eleição de 
foro da Comarca de Vinhedo, pode o autor propor a ação de cobrança 
das parcelas vencida e não pagas do contrato na Comarca de Campinas, 
onde se situa o domicílio do réu (art. 94, CPC). Tratando-se de 
competência relativa, o juízo, em princípio, incompetente, torna-se 
competente, não sendo oposta a exceção de incompetência territorial, em 
virtude do fenômeno da prorrogação, consoante dispõe o art. 114, CPC. 
O mesmo autor esclarece que: A doutrina adverte – e não é 
demais repetir – que não se trata do nome da autoridade judiciária, mas 
sim o cargo, exatamente porque se está diante de exigência de 
competência. Pouco importa qual seja a pessoa a exercer o cargo de juiz, 
basta que tenha ele (o cargo), competência para a causa. 
I.4.6. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES 
O autor deverá qualificar, da forma mais completa possível, a si e 
a parte contrária, para que sejam aferidos: a legitimidade ad causam; o 
litisconsórcio necessário de pessoas casadas (art. 10, § 1º, CPC), domicílio 
DPC_AULA 02 14/08/2015 " DE "9 23
KM_DPCI
necessário do incapaz, servidor público, militar, marítimo e do preso (art. 
76, CC); exigência de caução das custas em relação a autores 
estrangeiros ou nacionais não residentes no país (art. 835, CPC). 
Havendo pedido de gratuidade processual, pode o juiz 
determinar, atento à qualificação e outros dados pessoais da parte 
postulante, que esta comprove, no prazo legal ou judicial assinado, a 
alegação de miserabilidade jurídica presente na declaração firmada nos 
termos do art. 4º, § 1º, da Lei nº 1.060/50. 
Quando, no entanto, a qualificação não for possível deve ser 
procedido um esboço da identificação do réu, o que abre espaço para a 
citação editalícia (art. 231, I, CPC). 
Exemplo clássico da doutrina consiste na demanda possessória 
relacionada à ocupação de terra. 
I.4.7. FATOS E FUNDAMENTOS JURÍDICOS DO PEDIDO 
O inciso III do art. 282 traz outros requisitos: os fatos (causa de 
pedir remota) e os fundamentos jurídicos do pedido (causa de pedir 
próxima) que devem ser preferencialmente expostos na petição inicial com 
clareza suficiente para que o exercício do contraditório sejaassegurado ao 
réu e a tutela jurisdicional seja prestada pelo Estado-juiz. Interessa, a esse 
respeito, o estudo da teoria da substanciação. 
Firme em tais questões, a inépcia (ou ausência de aptidão) só 
deve ser reconhecida nos casos em que haja manifesto óbice ao exercício 
da ampla defesa e do contraditório e à própria prestação da tutela 
jurisdicional, conforme entendimento firmado pelo Superior Tribunal de 
Justiça: 
PROCESSO CIVIL. PETIÇÃO INICIAL. INÉPCIA AFASTADA. 
A petição inicial só deve ser indeferida, por inépcia, 
quando o vício apresenta tal gravidade que impossibilite 
a defesa do réu, ou a própria prestação jurisdicional. 
Recurso especial não conhecido. (STJ, T3, REsp nº 
193.100/RS, rel. Min. Ari Pargendler, j. em 15/10/2001, 
DJ 04/02/2002). 
DPC_AULA 02 14/08/2015 " DE "10 23
KM_DPCI
Importa esclarecer a existência de distinção entre fundamento 
jurídico e fundamento legal. 
O CPC não obriga a indicação do fundamento legal, na medida 
em que incorporou, implicitamente, os princípios da mihi factum, dabo tibi 
jus e iuria novit curia. 
Basta que a inicial exponha as consequências jurídicas oriundas 
dos fatos narrados. 
Desnecessária, nesse diapasão, a menção dos dispositivos legais. 
A petição inicial de uma ação indenizatória, por exemplo, não 
precisa indicar o art. 186, CC, em caso de demanda fundada em 
responsabilidade civil subjetiva. 
É bem verdade, porém, que muitos concursos públicos, além do 
exame da Ordem dos Advogados, exigem o apontamento do fundamento 
legal do pedido. 
Tal fato, por óbvio, não pode ser olvidado pelos candidatos de 
tais concursos. 
I.4.8. VALOR DA CAUSA 
Seguindo mais adiante na análise do art. 282, CPC, aparece, no 
inciso V, o valor da causa como requisito da petição inicial, segundo 
determina o art. 258, CPC. 
Os arts. 259 e 260 estabelecem algumas balizas (de ordem 
pública, diga-se de passagem) para a fixação do valor da causa. 
O réu, por sua vez, poderá impugnar, no prazo da contestação, o 
valor atribuído à causa, de conformidade com o art. 261, CPC. 
Nada impede, certamente, que ofereça primeiro a impugnação e 
depois a contestação, e vice-versa, desde que esteja dentro do prazo legal 
de quinze dias. 
O parágrafo único do art. 261, CPC, trata da aceitação presumida 
do valor atribuído à causa na petição inicial à míngua de impugnação 
tempestiva. 
DPC_AULA 02 14/08/2015 " DE "11 23
KM_DPCI
O projeto do novo CPC simplifica a matéria processual, facultando 
a oferta de impugnação ao valor da causa como preliminar de contestação 
(art. 256, Projeto do novo CPC). 
Com efeito, o valor da causa é, portanto, requisito básico da 
petição inicial, servindo, ainda, de parâmetro para que se fixe o valor das 
custas e despesas processuais, bem como dos honorários advocatícios 
em alguns casos (art. 20, § 3º, CPC). 
I.4.9. REQUERIMENTO DE PROVAS 
O requerimento de provas (art. 282, VI, CPC) é exigido como 
requisito capaz de tornar apta a petição inicial. 
No procedimento ordinário, requerendo o autor a produção de 
todos os meios de provas em direito admitidos, sem prejuízo de nenhum 
outro, resta atendido o referido requisito. 
No procedimento sumário, a especificação dos meios probatórios, 
na petição inicial, é imprescindível (art. 276, CPC). 
Theotonio Negrão e José Roberto F. Gouvea (2008, p. 2008) 
colacionam entendimento jurisprudencial pertinente, verbis: 
Ao protestarem os autores, na inicial, por todos os 
meios de prova em direito permitidos, seguiram forma 
usual, porquanto a precisa indicação das necessárias, 
muitas vezes, só é possível após a contestação, pois 
esta até pode admitir como verdadeiros todos os fatos 
alegados, dispensando-se, assim, a instrução probatória 
(RTJ 106/157 e STF-RT 580/260). 
I.4.10. REQUERIMENTO DE CITAÇÃO 
Outro requisito é o requerimento de citação do réu (art. 282, VII). 
A ausência deste requisito, todavia, não deve conduzir ao 
reconhecimento de inépcia da inicial e consequente extinção do processo 
sem resolução do mérito, se o juiz, acreditando que ela estivesse em 
DPC_AULA 02 14/08/2015 " DE "12 23
KM_DPCI
termos, ordenou a citação do réu (art. 285, CPC) que, por sua vez, se 
defendeu sem qualquer dificuldade. 
Em tal requerimento deve ser mencionada a modalidade de 
citação, não se olvidando das exceções previstas nas alíneas do art. 222, 
CPC. 
I.4.11. O PEDIDO, COM SUAS ESPECIFICAÇÕES 
Ao final da petição inicial, o autor formula o pedido com suas 
especificações (art. 282, IV, CPC), o que, como dito, delimitará o objeto da 
sentença. 
Da exegese do art. … infere-se a regra da interpretação restritiva 
do pedido. Ou seja, interpreta-se um pedido considerando-se o que foi 
expressamente formulado. 
Decerto, a regra cede espaço para algumas exceções em quatro 
situações distintas: a) Pedidos implícitos: juros legais (arts. 322, §1º e 323, 
CC); ressarcimento das despesas processuais e dos honorários 
advocatícios; correção monetária (art. 404, CC; art. 1º da Lei nº 6.899/81); 
b) Pedidos de prestações periódicas (art. 290, CPC); c) Matérias de ordem 
pública, tanto de natureza de direito processual; como também de natureza 
de direito material; d) Ampliação superveniente dos pedidos em caso de 
reconvenção, pedido contraposto e aqueles ligados ao chamamento ao 
processo e à denunciação da lide. 
Renato Montans de Sá (2011, p. 198) ressalva aspecto prático 
deveras importante e muito esquecido pelos juristas no ambiente forense. 
Diz ele: ... a procedência que se pede é sempre do pedido, e nunca da 
ação. 
O pedido divide-se, ainda, em imediato e mediato. O pedido 
mediato refere-se ao bem da vida subjacente à demanda. Já o pedido 
imediato diz respeito à providência jurisdicional almejada. 
Preleciona o art. 322, NCPC, que o pedido deverá ser certo ou 
determinado. Renato Montans de Sá (op. cit., p 199) esclarece que tais 
atributos necessários são obrigatoriamente complementares e não 
alternativos. 
Portanto, o pedido deve ser certo e determinado. (destacado). 
DPC_AULA 02 14/08/2015 " DE "13 23
KM_DPCI
No mesmo sentido: Vicente Greco Filho (2012, p. 141); Luiz 
Rodrigues Wambier (2011, p. 369); Humberto Theodoro Junior (2012, p 
382), e toda a doutrina unanimemente. 
Na lição de Humberto Theodoro Junior: 
Entende-se por certo o pedido expresso, pois não se 
admite possa o pedido do autor ficar apenas implícito. 
Já a determinação se refere aos limites da pretensão. O 
autor de ser claro, preciso, naquilo que espera obter da 
prestação jurisdicional... Em conclusão, a certeza e a 
determinação são requisitos tanto do pedido imediato 
como do mediato. 
Acrescenta, ainda, o mesmo jurista, que o pedido deve ser 
concludente, ou seja, da narração dos fatos deve decorrer logicamente a 
conclusão (pedido). 
Os elementos fáticos, todavia, podem impedir a elaboração de 
pedido (mediato) determinado. 
É por isso que o Código de Processo Civil admite a formulação 
de pedido genérico ou determinável. 
As exceções constituem numerus clausus e se encontram 
disciplinadas nos incisos do art. 324, CPC: 
I – nas ações universais, se não puder o autor 
individuar na petição inicial os bens demandados; 
II – quando não for possível determinar de modo 
definitivo, as consequências do ato ou do fato ilícito; 
III – quando a determinação do valor da condenação 
depender de ato que deva ser praticado pelo réu. 
Marinoni e Arenhart (2008, p. 84) ensinam que: 
A petição de herança constitui exemplo de ação 
universal em que o autor, não podendo individuar os 
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KM_DPCI
bens, pode formular pedido indeterminado. Existindo ato 
ou fato ilícito, muitas vezes não é possível determinar, 
desde logo, sua extensão. Trata-se da extensão da 
responsabilidade que decorre do ilícito afirmado. Em 
outroscasos o autor não pode precisar o valor que é 
pedido, por ser esse valor dependente de ato que deve 
ser praticado pelo réu. Nesses três casos, não sendo 
possível a determinação do objeto do pedido mediato 
no transcurso do processo, o juiz está autorizado a 
proferir sentença que é denominada “ilíquida”, e que, 
portanto, deve ser liquidada antes da fase de 
“cumprimento de sentença”, conforme os arts. 475-A e 
475-J, introduzidos pela Lei 11.232/2005. 
I.4.11.1. ESPÉCIES DE PEDIDOS 
I.4.11.1.1. Pedido Mediato e Imediato 
Pedido Imediato é o requerimento para a obtenção de uma tutela 
jurisdicional. Declare e condene são pedidos imediatos pois a pessoa está 
requerendo uma tutela declaratória condenatória. 
Pedido Mediato é o requerimento para obtenção de um bem 
jurídico. Ex: Dinheiro, divórcio e etc. Quando se exige o pagamento de X 
reais. 
I.4.12. Requisitos do Pedido 
a) Certeza (certo) ==> O pedido deve ser expresso. Em princípio 
não se admite pedido implícito, ou seja, não é porque você fez uma causa 
de pedir que o juiz irá saber o que você quer. 
Exceções: 
Correção monetária e juros legais. Mesmo que você não peça 
para o juiz incluir a correção monetária e o juros, ele irá incluir (pedido 
implícito) 
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Inclusão das prestações vincendas e prestações periódicas. Se 
você tem uma prestação que é periódica (aluguel, alimentos, condomínio), 
você não precisa pedir para o juiz incluir as vincendas (que irão vencer) o 
juiz pode incluí-las. 
Condenação do vencido pagamento de honorários advocatícios. 
Eu como autor não preciso requerer isso, o juiz irá condenar a parte a 
pagar honorários. 
*Art. 322, §2º, Novo CPC ==> O pedido não é só o que está no 
final, pode estar no corpo. A petição deve ser apreciada em todo seu 
conteúdo. 
b) Determinação (determinado) ==> O pedido deve especificar a 
qualidade e a quantidade do que se deseja. Não basta que o pedido seja 
certo (expresso) ele precisa ser determinado, determinando assim, os 
critérios qualitativos e quantitativos. Ex. A entrega de um automóvel, onde 
não é especificado marca, ano, modelo e etc, o pedido é certo mas não 
determinado. 
Exceções: 
Nas ações universais. Que são aquelas que versam sobre 
universalidade de bens (art. 90 e 91 C.C.) Ex. Um acervo de uma 
biblioteca é uma universalidade de bens, então se você está pedindo a 
restituição do acervo não será preciso descrever cada livro individualmente 
de modo definitivo. 
Quando não se puder determinar, de modo definitivo, todas as 
consequências do ato ou do fato. Ex. Terminada aula, os alunos estão 
saindo da faculdade e um deles é atropelado. Vai passar por terapia, 
medicamentos, cirurgias e etc. Tudo isso não há como estabelecer na 
propositura da ação. Para isso se faz um pedido genérico, requerendo a 
condenação e depois o valor será fixado por meio de liquidação de 
sentença. 
Quando a determinação do valor ou do objeto depender de um 
ato que deva ser praticado pelo réu. Ex: Ação de exigir contas – você é 
um herdeiro e tem um inventariante que você suspeita que está dando um 
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destaque. Em uma situação como essa é possível mover uma ação de 
exigir contas em que você requer a condenação e posteriormente, após o 
réu prestar contas, será estabelecido um valor. 
Danos morais. É admitido pedido genérico. Tem quem peça para 
o juiz fixar o valor. (Habitualmente a Jurisprudência acerta) 
 
I.4.12.1. Pedido Alternativo e Cumulação Alternativa dos 
Pedidos 
I.4.12.1.1. Pedido Alternativo 
Deve ser formulado quando o devedor puder cumprir a obrigação 
por mais de uma forma. Ex. Foi celebrado um contrato de arrendamento, 
neste contrato foi estabelecida uma cláusula que o arrendatário pode 
cumprir sua obrigação de duas formas: pagando X ou entregando parte da 
produção. Chegou a data de vencimento e o arrendatário não cumpriu a 
obrigação. Frente a isso, o autor vai pedir ao juiz que determine o 
cumprimento da obrigação, cabendo ao réu optar a forma que deseja 
cumprir esta obrigação, se “a” pagando X ou da forma “b” entregando 
parte da produção. 
I.4.12.1.2. Cumulação Alternativa de Pedidos 
Consiste na formulação de mais de um pedido para que o juiz 
acolha um deles, sem ordem de preferência. Ex. Eu peço ao juiz “a” ou 
“b” e o juiz é que estabelecerá o melhor, não há uma ordem de 
preferência, cabe ao juiz determinar qual será a indenização. 
 
I.4.12.2. Pedido Sucessivo ou Cumulação Sucessiva 
Pedido Sucessivo (pedido subsidiário) (cumulação eventual de 
pedidos) 
O autor requer ao juiz que acolha um pedido posterior na 
hipótese de não acolher um pedido anterior. É feito ao juiz um pedido “A” 
mas caso o juiz não acolha “A” você quer o “B” (isso já é estabelecido de 
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antemão na petição). Ex: Pede a anulação do casamento e se o juiz não 
acolher a anulação, você pede o divórcio. (motivo: economia processual) 
* Fazendo isso, acaba enfraquecendo (psicologicamente) o 
pedido principal. 
I.4.12.3. Cumulação Sucessiva 
O autor requer ao juiz que acolha um pedido posterior na 
hipótese de acolher um pedido anterior. Peço que acolha “A” e se acolher 
“A”, peço que acolha também o “B”. Ex: Se for acolhida a paternidade 
quero que acolha pensão alimentícia. 
Para cumulação de pedidos há 3 requisitos que devem ser 
respeitados: 
Os pedidos devem ser compatíveis entre si; 
Devem ter o mesmo juízo competente; 
Devem possuir compatibilidade de procedimentos 
relativos a cada pedido. 
Existem procedimentos especiais que são previstos para certos 
pedidos. Ex: Mandado de Segurança tem um procedimento especial bem 
diferente e optar por além deste, fazer um pedido pelo procedimento 
comum, abre-se mão do Mandado de Segurança. Dessa forma é possível 
cumular pedidos. 
OBS: 
Ação você propõe, promove move ou ajuíza; 
Mandado de Segurança, mandado de injunção, habeas 
corpus ou habeas data você impetra; 
Embargos você opõe; 
Recurso você interpõe; 
OBS2: A conexão não é um requisito para a cumulação 
de pedidos. (conexão é algo que se dá quando há o 
mesmo pedido e a causa de pedir). Nos Juizados 
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Especiais, ao contrário do que diz o CPC, exige a 
cumulação da conexão como requisito. 
I.4.13. DESPESAS 
O processo, como regra, é oneroso. 
De acordo com o art. 82, NCPC: Salvo as disposições 
concernentes à justiça gratuita, cabe às partes prover as despesas dos 
atos que realizam ou requerem no processo, antecipando-lhes o 
pagamento desde o início até a sentença final; e bem ainda, na execução, 
até a plena satisfação do direito declarado pela sentença. 
Assim, deverá o autor comprovar, initio litis, o recolhimento das 
custas iniciais, salvo se pleitear a concessão dos benefícios da justiça 
gratuita. 
Não pode, entretanto, comprovar o recolhimento das custas 
iniciais e, simultaneamente, pleitear os benefícios da justiça gratuita, por se 
tratar de atos incompatíveis entre si, configuradores de preclusão lógica. 
Tal conduta, por si só, conduz ao indeferimento da justiça gratuita 
ou gratuidade processual. 
II. CONTROLE DE ADMISSIBILIDADE DA PETIÇÃO INICIAL 
Quando a ação é proposta, a petição inicial chega as mãos do 
juiz, e quando chega, quais são as atitudes que o juiz pode tomar ao 
receber a petição? 
Isso é chamado de juízo de admissibilidade. 
Existem basicamente 4 atitudes: 
II.1. Indeferimento da Petição Inicial 
Acontece quando existe um vício insanável, o juiz irá indeferir a 
petição inicial. Ex: A prescrição é um vício incorrigível. 
Esses vícios estão previstos no Art. 330 do CPC. 
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– A inépcia da petição inicial é um dos casos de indeferimento, 
ou seja, todo casode inépcia é um caso de indeferimento, mas nem todo 
indeferimento é caso de inépcia. 
Dica: Os casos de inépcia estão todos relacionados a 
causa de pedir ou do pedido. 
O indeferimento da petição inicial se dá por meio de sentença. O 
recurso cabível é a apelação, normalmente é dirigida ao juiz, e este manda 
para o tribunal. Nesse caso do indeferimento da petição inicial, o juiz, ao 
receber a petição e analisá-la, pode vir a se retratar. 
*Isso também pode ocorrer no caso de improcedência 
de liminar. 
II.2. Saneamento da Petição Inicial 
Se houver um vício sanável, o juiz concederá ao autor o prazo de 
15 dias para que emende ou complete a petição inicial. Ex: A parte 
esqueceu de juntar documentos que são indispensáveis à aquela petição. 
O esquecimento de juntar documentos é um vício sanável. 
Se por acaso após os 15 dias, estabelecido no CPC, o autor não 
fizer nada o juiz indefere. Esse é um direito do autor, o juiz é obrigado a 
dar este prazo. Previsto no artigo 321 do novo CPC, ao indeferir a petição 
inicial, o juiz deve esclarecer qual o vício que gerou o indeferimento. 
II.3. Improcedência Liminar 
Está previsto no Art. 322 do CPC. Se o pedido contrariar uma 
súmula do STJ ou do STF o juiz já poderá julgar improcedente. Se o STJ 
ou STF julgar um recurso repetido e o pedido contrariar essa decisão, 
antes de citar o réu, o juiz julgará improcedente. 
Se o pedido contrariar o entendimento formado no incidente de 
resolução de demandas repetitivas, ou na Assunção de Competência, o 
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juiz pode julgar improcedente antes de citar o réu. Se o pedido contrariou 
Súmula do TJ o juiz pode julgar improcedente. 
Quando houver prescrição ou decadência é contado como um 
caso de improcedência liminar. 
OBS: O juiz estará proferindo uma sentença em todos 
estes casos. E o recurso cabível será o de apelação. Se 
houver apelação, o juiz terá 15 dias para se retratar. 
II.4. Despacho liminar Positivo 
Não ocorrendo as situações anteriores, o juiz ordenará a citação 
do réu. No código de 73 o réu seria citado para apresentar uma resposta. 
No código de 2015, o réu é citado à comparecer à uma audiência 
chamada de “audiência de conciliação ou mediação”. 
OBS: O conciliador propõe solução, o mediador não 
propõe solução, ele apenas cria o ambiente para que a 
solução (autocomposição) ocorra. 
Essa audiência não ocorrerá quando: 
a) O direito não admite autocomposição (transação). Por 
exemplo os direitos indisponíveis. Em casos assim o juiz 
não marcará a audiência, pois o direito não admite. 
b) Ambas as partes se manifestam contrárias a 
audiência. Se um autor disser que aceita e o réu disser 
que não, haverá audiência, inclusive em litisconsórcio. O 
autor se manifesta positivamente na petição inicial. O réu 
tem até 10 dias antes da audiência para se manifestar. 
(art. 334 do novo CPC). 
DICA: O novo CPC, unificou os prazos todos em 15 dias ÚTEIS, o 
que facilita muito e causa menos confusão para os advogados estagiários 
profissionais. 
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III. MODIFICAÇÕES DA CAUSA DE PEDIR E DO PEDIDO 
Antes de tudo, é preciso distinguir ampliação, redução e alteração 
do pedido. 
Em todos esses casos, há modificação do pedido. 
O art. 264, do CPC, veda a modificação do pedido ou da causa 
de pedir depois de efetivada a citação do réu. 
Em raciocínio paralelo, permite-se, portanto, a modificação do 
pedido até a citação. Depois de efetivada a citação, a ampliação ou a 
alteração do pedido dependem da aquiescência do réu. 
O consentimento do réu, tácito ou expresso, é condição 
imprescindível para que a ampliação (art. 294, CPC) ou a alteração (art. 
264, parágrafo único, CPC) do pedido sejam deferidas. Não se trata de 
exigência legal inócua, pois, inúmeras razões poderão existir para que o 
réu consinta com a ampliação ou alteração objetiva da demanda. 
É possível, por exemplo, que o réu manifeste concordância com 
eventual pedido nesse sentido, por entender que o pedido aditado é 
manifestamente improcedente, embora o pedido primitivo tenha grandes 
chances de êxito, o que conduzirá fatalmente à sucumbência recíproca (art. 
21, CPC). 
Humberto Theodoro Júnior (2012, p. 388) enfatiza que: 
Sendo possível a modificação, deve-se observar se o 
réu é, ou não, revel. Se o for, após a inovação, ter-se-á 
de promover nova citação do demandado. Se o réu 
tiver advogado nos autos, terá de ser intimado, a fim de 
obter-se o assentimento à modificação, seja de forma 
explícita, seja implícita. 
Somente até o saneamento do processo, contudo, poderá haver 
ampliação ou alteração do pedido, estabilizando-se, a partir daí, a 
demanda em sua face objetiva. 
A redução objetiva da demanda, por seu turno, não encontra 
óbices temporais. Nessa esteira, Marinoni e Arenhart (2008, p. 87) 
destacam: 
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O pedido pode ser reduzido em virtude de: i) 
desistência da ação no tocante a uma parte do pedido 
ou a um dos pedidos (quando houver cumulação de 
pedidos); ii) renúncia a uma parte do direito postulado; 
iii) transação parcial (na pendência do processo); iv) 
convenção de arbitragem em relação a parte do objeto 
do litígio (na pendência do processo); e v) recurso em 
relação a uma parte da sentença. Nesse sentido, fica 
claro que a redução do pedido não é subordinada aos 
limites temporais definidos pela citação e pelo 
saneamento do processo.
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