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Resumo PROVA DE PENAL

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PROVA DE PENAL
158, 159, 168, 171, 180, 
181, 182, 183 (DISPOSIÇÕES GERAIS)
213 ATÉ 225 (ASSÉDIO SEXUAL NÃO CAI)
234-b
EXTORSÃO
 
 Art. 158 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, e com o intuito de obter para si ou para outrem indevida vantagem econômica, a fazer, tolerar que se faça ou deixar fazer alguma coisa:
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.
§ 1º - Se o crime é cometido por duas ou mais pessoas, ou com emprego de arma, aumenta-se a pena de um terço até metade.
§ 2º - Aplica-se à extorsão praticada mediante violência o disposto no § 3º do artigo anterior. Vide Lei nº 8.072, de 25.7.90
§ 3º Se o crime é cometido mediante a restrição da liberdade da vítima, e essa condição é necessária para a obtenção da vantagem econômica, a pena é de reclusão, de 6 (seis) a 12 (doze) anos, além da multa; se resulta lesão corporal grave ou morte, aplicam-se as penas previstas no art. 159, §§ 2o e 3o, respectivamente. (Incluído pela Lei nº 11.923, de 2009).
Objeto jurídico: crime complexo. O patrimônio, a liberdade, a incolumidade pessoal. 
Sujeito ativo: qualquer pessoa 
Sujeito passivo: qualquer pessoa, incluindo a que sofre o constrangimento sem prejuízo econômico.
Tipo objetivo: Constranger= coagir, obrigar.
Mediante violência: física contra a pessoa
Mediante grave ameaça: promessa de causar mal sério e verossímel.
O constrangimento pode ser para fazer (coisa certa); tolerar que se faça (obrigar a permitir); deixar de fazer (obrigar a não fazer). 
DEVE OBJETIVAR A OBTENÇÃO DE VANTAGEM INDEVIDA, em razão do elemento subjetivo do tipo.
Economicamente apreciável: qualquer vantagem, de caráter econômico ou não, capaz de produzir efeitos de natureza econômica em proveito do agente ou de terceira pessoa. 
SE O ATO A QUEM O SUJEITO PASSIVO É OBRIGADOA A FAZER TRATA-SE DE ATO JURIDICAMENTE NULO, NÃO HAVERÁ O CRIME DE EXTORSÃO.
Tipo subjetivo: dolo. Na doutrina tradicional, é o dolo específico de obter vantagem indevida.
 
Crime hediondo: o art. 9º, da Lei 8072/90, estabelece que no caso do art. 158, § 2º, estando a vítima em algum dos casos do art. 224, do CP, as penas são acrescidas da metade, respeitado o limite superior de 30 anos de reclusão.
 
Consumação: discute-se se é crime formal ou material. Predomina o entendimento de que é formal.
 
Tentativa: possível.
Confronto: 
a)	Estelionato (art. 171), caso a vítima não entregue a coisa coagida, mas iludida.
b)	Exercício arbitrário das próprias razões (art. 345), se a vantagem fosse devida.
c)	 Constrangimento ilegal (art. 146), se a vantagem for meramente moral
d)	roubo, se o bem foi retirado da vítima pelo sujeito ativo, sem que aquela entregasse o bem. Aqui, há entendimentos jurisprudenciais de que mesmo que a vítima tenha entregado a coisa, caso a mesma não tivesse possibilidade de resistir.
e) concussão, se a exigência é feita por funcionário público, sem a presença de violência ou grave ameaça.
Concurso de crimes:
a) Crime continuado entre roubo e extorsão: possível.
 
Competência para o caso de extorsão com morte: juiz singular.
EXTORSÃO MEDIANTE SEQUESTRO
Crime complexo – mais de um bem jurídico protegido
Previsão Legal: Art. 159, do CP.
Art. 159 - Sequestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para outrem, qualquer vantagem, como condição ou preço do resgate: 
 Pena - reclusão, de oito a quinze anos. 
 § 1o Se o sequestro dura mais de 24 (vinte e quatro) horas, se o sequestrado é menor de 18 (dezoito) ou maior de 60 (sessenta) anos, ou se o crime é cometido por bando ou quadrilha.
Pena - reclusão, de doze a vinte anos. 
 § 2º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave: 
 Pena - reclusão, de dezesseis a vinte e quatro anos. 
 § 3º - Se resulta a morte
Pena - reclusão, de vinte e quatro a trinta anos. 
 § 4º - Se o crime é cometido em concurso, o concorrente que o denunciar à autoridade, facilitando a libertação do sequestrado, terá sua pena reduzida de um a dois terços.
Alteração: O art. 6º, da Lei n. 8.072/90 aumentou o mínimo das penas de reclusão do caput e dos parágrafos 1º a 3º, e excluiu as penas de multa. 
 
Aumento especial de pena: O art. 9º, da Lei n. 8.072/90 estabeleceu quem no caso do caput e seus parágrafos, “estando a vítima em qualquer das hipóteses referidas no art. 224 também do CP, as penas são acrescidas de metade, respeitando o limite superior de trinta anos de reclusão”.223, 159 Cominados, 224 REGOVADO.
 
Crime hediondo: Tanto a forma simples como as formas qualificadas de extorsão mediante sequestro são considerados crimes hediondos.
Objeto Jurídico: O patrimônio, a liberdade e a incolumidade pessoais.
 
Sujeitos: SUJEITO ATIVO: qualquer pessoa. 
SUJEITO PASSIVO: qualquer pessoa, incluindo a que sofre o constrangimento sem lesão patrimonial.
 
Tipo Objetivo: O núcleo é sequestrar, isto é, reter alguém privando-o da liberdade. O sequestro é feito a fim de obter qualquer vantagem, como condição ou preço do resgate. 
Quanto à expressão qualquer vantagem, há divergência em sua interpretação: seria “econômica ou patrimonial”; “econômica ou não econômica”; “econômica”. Essa vantagem deve ser indevida (posição majoritária). 
A efetiva obtenção do proveito almejado deve ser considerada mero exaurimento, pois o crime é formal e não material.
Tipo Subjetivo: Dolo específico, com especial finalidade de agir com o fim de obter para si ou para outrem qualquer vantagem, como condição ou preço do resgate. Não existe forma culposa.
	
Consumação: Com o sequestro, ou seja, com a privação da liberdade do ofendido por espaço de tempo que tenha alguma relevância jurídica. 
A consumação independe da efetiva obtenção da vantagem desejada. Trata-se de crime permanente e não instantâneo. Admite-se a tentativa.
 
Confronto: Não havendo intenção de obter vantagem, art. 148, do CP. Se a vantagem for devida, poderá ser considerado o art. 345.
Ação penal: Pública incondicionada.
 
Figura qualificada do § 1º:
a) Se o sequestro durar mais de 24 horas: conta-se o prazo a partir do início da privação.
b) Se o sequestrado é menor de 18 anos.
c) Se praticado por bando ou quadrilha (art. 288, do CP).
Pena: reclusão de 12 a 20 anos.
Figuras qualificadas dos §§ 2º e 3º:
 
Noção: A lesão ou a morte é do sequestrado e não de quem se exige a vantagem. Tem que ser obtida pelo menos com a culpa.
Pena: lesão corporal grave: reclusão de 16 a 24 anos.
 Morte: de 24 a 30 anos de prisão.
Causa especial de diminuição de pena (§ 4º):
 
Noção: Essa situação veio corrigida pela nova redação do § 4º, dada pelo art. 1º, da Lei n. 9.269/96, beneficiando o delator ainda que os agentes sejam somente dois ou três. 
 
Requisitos: Para que a pena seja reduzida de um a dois terços, devem estar presentes dois requisitos:
a) Haver denúncia à autoridade por parte de um dos coautores.
b) Que esta denúncia facilite a libertação do sequestrado.
DA APROPRIAÇÃO INDÉBITA
Previsão Legal: Art. 168, do CP.
Apropriação indébita
Art. 168 - Apropriar-se de coisa alheia móvel, de que tem a posse ou a detenção:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
Noção: Ao contrário do furto ou do estelionato, na apropriação indébita inexiste subtração ou fraude. O agente tem a anterior posse da coisa alheia, que lhe foi confiada pelo ofendido, mas inverte a posse, isto é, passa agir como se fosse ele o dono da coisa.
Objeto Jurídico: o patrimônio.
Sujeito Ativo: quem tem a posse ou a detenção lícita da coisa. O co-proprietário pode cometer o delito, ao transformar a posse da parte alheia em propriedade. Sujeito Passivo: o dono ou o possuidor em razão de direito real.
Tipo Objetivo: Apropriar-se é fazer sua, tomar para si. É necessário que preexista a posse ou detenção justa; ou seja, a coisa deve ter sido antes entregue ao agente pelo ofendido, sem fraude nem violência (consentimento não viciado). Como posse, considera-se a direta, que pode ter sido confiada com ou sem interesse. Detenção é termo técnico civil, que indica relação possessória; só na hipótese de detenção sem vigilância, serve ela à tipificação deste art.168, do CP. 
Objeto material: é a coisa móvel, semelhante ao objeto do furto. Há divergência em relação a coisa fungível, tendo entendimento que não pode configurar apropriação indébita. Já Mirabete entende que pode, quando confiada para ser entregue a terceiros; quando não caracteriza cessão para consumo; quando não há transmissão de propriedade. A coisa deve ter alheia (elemento normativo). 
- Caso não haja prazo marcado para a devolução da coisa ao proprietário, é necessário para a caracterização do crime que o agente seja notificado ou interpelado para devolvê-la (art. 397, parágrafo único, do CC). 
- Não existe apropriação indébita de uso, o que é impunível. Incluem-se também os títulos de crédito, que são coisas com valor econômico. Para gerar o crime é necessário que estejam presentes na posse os seguintes requisitos: tradição livre e consciente, origem legítima e disponibilidade de coisa pelo sujeito ativo. 
Tipo Subjetivo: Dolo, que deve ser posterior ao recebimento da coisa. Há quem diga que é dolo genérico; outros dizem trata-se de dolo específico. Não há a modalidade culposa.
Consumação e Tentativa: Não há como aferir na prática o momento exato da consumação. Geralmente, aponta-se a inversão da posse, demonstrada pelo ato de dispor da coisa ou pela negativa em devolvê-la. É possível a tentativa.
Não se caracteriza o crime quando o possuidor puder, legalmente, reter a coisa como nos casos de compensação e de depósito. Também não há crime na mera mora em devolver a coisa, não prevendo a lei a forma culposa do crime.
- O ressarcimento do prejuízo, a composição, a restituição após a consumação não desfigura o delito, podendo constituir, conforme o caso, em arrependimento posterior, se for anterior à denúncia, ou atenuante genérica, se posterior.
Ação penal: Pública incondicionada.
CAUSAS ESPECIAIS DE AUMENTO DE PENA
Noção: Em seus 3 incisos, são indicadas as hipóteses em que a pena da apropriação indébita é agravada. Configuram-se quando o agente recebeu a coisa:
a) Em depósito necessário: para alguns autores, abrange só o depósito miserável, ou seja, “o que se efetua por ocasião de alguma calamidade, como o incêndio, a inundação, o naufrágio, ou o saque”, e não o depósito legal, ou seja “o que se faz em desempenho de obrigação legal”, hipótese que o crime seria de peculato. Ver artigos 647, inc. I, II e 649, do CC. 
b) Na qualidade de tutor, curador, síndico, liquidatário, inventariante, testamenteiro ou depositário judicial: o rol é taxativo e não pode ser ampliado.
c) Em razão de ofício, emprego ou profissão: o recebimento deve ter sido em razão, isto é, por causa ou por motivo de ofício, emprego ou profissão, e não apenas por ocasião deles. Há necessidade de ter relação de confiança.
Figura Privilegiada: vide art. 155, § 2º, do CP.
ESTELIONATO
Previsão Legal: Art. 171, CP.
Art. 171 - Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento:
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, de quinhentos mil réis a dez contos de réis.
§ 1º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor o prejuízo, o juiz pode aplicar a pena conforme o disposto no art. 155, § 2º.
§ 2º - Nas mesmas penas incorre quem:
Disposição de coisa alheia como própria
I - vende, permuta, dá em pagamento, em locação ou em garantia coisa alheia como própria;
Alienação ou oneração fraudulenta de coisa própria
II - vende, permuta, dá em pagamento ou em garantia coisa própria inalienável, gravada de ônus ou litigiosa, ou imóvel que prometeu vender a terceiro, mediante pagamento em prestações, silenciando sobre qualquer dessas circunstâncias;
Defraudação de penhor
III - defrauda, mediante alienação não consentida pelo credor ou por outro modo, a garantia pignoratícia, quando tem a posse do objeto empenhado;
Fraude na entrega de coisa
IV - defrauda substância, qualidade ou quantidade de coisa que deve entregar a alguém;
Fraude para recebimento de indenização ou valor de seguro
V - destrói, total ou parcialmente, ou oculta coisa própria, ou lesa o próprio corpo ou a saúde, ou agrava as conseqüências da lesão ou doença, com o intuito de haver indenização ou valor de seguro;
Fraude no pagamento por meio de cheque
VI - emite cheque, sem suficiente provisão de fundos em poder do sacado, ou lhe frustra o pagamento.
§ 3º - A pena aumenta-se de um terço, se o crime é cometido em detrimento de entidade de direito público ou de instituto de economia popular, assistência social ou beneficência.
Existe o crime de estelionato, quando o agente emprega qualquer meio fraudulento, ou mesmo quando se utiliza da astúcia, induzindo alguém em erro com o objetivo de obter para si ou para outrem, vantagem ilícita. 
Assim o estelionatário, não deixa de ser um criminoso, já que a ação praticada por este é juridicamente ilegal.
Sujeito Ativo e Passivo: Por ser um crime comum, qualquer pessoa pode ser o sujeito ativo. Todavia, nada impede que ocorra, concurso eventual, podendo ser co-autoria ou participação. 
Quanto ao sujeito passivo, vem a ser aquele que sofre a lesão patrimonial, de regra, é a mesma que foi enganada. Porém, deve ser determinada, pois não há estelionato contra pessoa incerta. 
Tipo Objetivo: é obter vantagem ilícita para si ou para outrem, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil ou qualquer outro meio fraudulento.
Para que se configure estelionato, é necessário que haja: 
a)	O emprego pelo agente de artifício, ardil ou outro meio fraudulento; 
b)	Induzir a vitima em erro; 
c)	Obter a vantagem ilícita; 
d)	Prejuízo alheio; 
Tipo Subjetivo: Configura-se o estelionato, com o dolo específico, ou seja, com especial fim de agir. Por ser um crime material, sua consumação dá-se no momento e local em que o agente obtém a vantagem ilícita em prejuízo alheio. Representa-se pela vontade livre e consciente de ludibriar alguém, por qualquer meio fraudulento, para obter vantagem indevida, em prejuízo de outrem.
 
Estelionato e falsidade: existem quatro orientações, quando o agente se utiliza do falso como meio para a prática de estelionato: 
a) O estelionato absorve a falsidade: quando esta for o meio fraudulento utilizado para a prática do crime-fim, que é o estelionato; 
b) Concurso formal entre estelionato e o crime de falsidade: neste caso é indiferente a espécie ou natureza da falsidade: material, ideológica, documento público ou particular, ou simples uso de documento falso; 
c) O crime de falso prevalece sobre o estelionato: somente nos casos em que há falsidade de documentos públicos, onde a pena é superior a do estelionato; 
d) Concurso material: é indiferente se a falsidade é de documento público ou particular. 
 
Estelionato privilegiado: Art. 171, parágrafo 1
A lei não se refere ao valor da coisa, mas ao pequeno desfalque patrimonial sofrido pelo ofendido (RT 603/411), considerando assim na jurisprudência aquele que não chega a atingir um salário mínimo. (RT 394/114). É no momento da consumação que se deve averiguar o prejuízo para efeito de aplicar-se ou não a minorante. 
Entretanto, é causa de diminuição de pena se o juiz reconhece que estão presentes dois requisitos legais (primariedade e pequeno valor). Para tanto o quesito de diminuição de pena não se aplica ao sujeito que tiver antecedentes criminais. 
A pena prevista no art. 155, §2° do CP: “Se o criminoso é primário e é de pequeno valor a coisa furtada, o juiz pode substituir a pena de reclusão pela de detenção, diminui-Ia de um a dois terços ou aplicar somente a pena de multa”.
RECEPTAÇÃO
Art. 180 - Adquirir, receber, transportar, conduzir ou ocultar, em proveito próprio ou alheio, coisa que sabe ser produto de crime, ou influir para que terceiro, de boa-fé, a adquira, receba ou oculte: 
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. 
Receptação qualificada.
§ 1º - Adquirir, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em depósito, desmontar, montar, remontar, vender, expor à venda,ou de qualquer forma utilizar, em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, coisa que deve saber ser produto de crime: 
Pena - reclusão, de três a oito anos, e multa. 
§ 2º - Equipara-se à atividade comercial, para efeito do parágrafo anterior, qualquer forma de comércio irregular ou clandestino, inclusive o exercício em residência. 
§ 3º - Adquirir ou receber coisa que, por sua natureza ou pela desproporção entre o valor e o preço, ou pela condição de quem a oferece, deve presumir-se obtida por meio criminoso:
Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa, ou ambas as penas. 
§ 4º - A receptação é punível, ainda que desconhecido ou isento de pena o autor do crime de que proveio a coisa. 
§ 5º - Na hipótese do § 3º, se o criminoso é primário, pode o juiz, tendo em consideração as circunstâncias, deixar de aplicar a pena. Na receptação dolosa aplica-se o disposto no § 2º do art. 155
§ 6º - Tratando-se de bens e instalações do patrimônio da União, Estado, Município, empresa concessionária de serviços públicos ou sociedade de economia mista, a pena prevista no caput deste artigo aplica-se em dobro.
Objeto jurídico: o patrimônio. 
Sujeito ativo: qualquer pessoa, exceto o autor ou coautor do crime original.
Sujeito passivo: é o próprio sujeito passivo do crime de que adveio a coisa receptada.
Pressuposto: É indispensável, para a configuração da receptação, que a coisa seja “produto de crime”, pois sem tal pressuposto não há receptação. Não basta que seja de contravenção penal.
Objeto material: Deve ser coisa móvel (ou imóvel mobilizado).
Tipo objetivo: Receptação própria: 1ª parte do “caput”: adquirir (aquisição onerosa ou gratuita) receber (a qualquer título) transportar (levar, carregar) conduzir (guiar, dirigir) ocultar (esconder ou tornar irreconhecível); Receptação imprópria: 2ª parte do “caput”: Comportamento de influir (sugerir, inspirar) para que terceiro de boa-fé a adquira, receba ou oculte. Deve ser observado que a Lei nº 9426/96 deixou de incluir a influência no sentido de que o terceiro de boa-fé conduza ou transporte a coisa produto de crime.
Tipo subjetivo:
1 Tanto na receptação própria como imprópria é o dolo, ou seja, a vontade livre e consciente da prática da receptação. 
2 NÃO BASTA O DOLO EVENTUAL, uma vez que a lei se utiliza da expressão “que sabe ser produto de crime”. Compara-se com a elementar “deve saber”, prevista no § 1º, do art. 180, que trata da receptação qualificada.
3 Deve haver o especial fim de agir, no sentido de
4 Para a maioria da doutrina, o dolo deve ser antecedente, não bastando o dolo subsequente.
5 A culpa dá lugar a receptação culposa – art. 180, § 3º, CP
Consumação:
RECEPTAÇÃO PRÓPRIA: o crime é material, consumando-se com a efetiva aquisição, recebimento, transporte, condução ou ocultação (na ocultação é crime permanente).
RECEPATÇÃO IMPRÓPRIA: o crime é formal, consumando-se com a conduta idônea de influir. Parte da doutrina (minoritária), entende que se trata de crime material, exigindo que o terceiro de boa-fé seja efetivamente induzido.
Tentativa:
RECEPTAÇÃO PRÓPRIA: admite-se.
RECEPTAÇÃO IMPRÓPRIA: não se admite.
Concurso de crimes: O crime será único, ainda que o agente adquira coisas originárias de diversos delitos, desde que faça de uma só vez. Em caso contrário, poderá haver crime continuado ou concurso material de crimes.
Confronto: 
1 Se a receptação foi feita com outro fim de agir, poderá tipificar o crime de favorecimento real (art. 349): objeto receptado com o fim de gerar proveito para o próprio autor do crime que motivou a obtenção criminosa da coisa.
2 Se o objeto for moeda falsa (art. 289, § 1º).
3 Se for mercadoria produto de contrabando ou descaminho (art. 334, 1º, “d”).
4 Se for fita de vídeo (art. 184, § 2º).
RECEPTAÇÃO QUALIFICADA – art. 180, § 1º e 2º
Objeto jurídico: o mesmo do caput.
Sujeito ativo: só o comerciante ou industrial (crime próprio)
Tipo objetivo: Condutas previstas de forma alternativa. Atividade comercial, exige permanência.
Tipo subjetivo: É o dolo eventual. Entende-se que a expressão “deve saber” se refere ao dolo eventual e não a culpa consciente. E é assim porque a receptação culposa está expressamente prevista na lei.
Inconstitucionalidade do § 1º: Fere o princípio da proporcionalidade. Aplica-se a pena do “caput”.
Consumação: crime material. Com a prática das condutas do tipo.
Tentativa: admite-se.
Norma penal em branco: o Código Comercial, e agora o novo Código Civil, definem o conceito de atividade comercial ou industrial.
RECEPTAÇÃO CULPOSA – ART. 180, § 3º, CP
Objeto jurídico, sujeito ativo e passivo: o mesmo do “caput”.
Tipo objetivo: 
1)	Adquirir e receber (excluídas as de transportar, conduzir, ocultar e influir, próprias da figura dolosa simples (do caput), bem como excluída a conduta de ter em depósito, desmontar, montar, remontar, vender, expor à venda, ou de qualquer forma utilizar (do § 1º)).
2)	TRÊS INDÍCIOS ESTABELECEM A PRESUNÇÃO DE CULPA: a) natureza da coisa; b) desproporção entre o valor e o preço; c) condição de que oferece. CELSO DELMANTO FAZ UMA RESSALVA, NO SENTIDO DE QUE TAIS HIPÓTESES “NÃO IMPLICAM NECESSARIAMENTE NA EXISTÊNCIA DA CULPA”. 
Consumação: no momento em que a coisa é adquirida ou recebida.
Tentativa: inexiste tentativa, nos crimes culposos.
CAUSA DE AUMENTO DE PENA – ARTIGO 180, § 6º, CP
Empresa concessionária de serviço público: trata-se de pessoa jurídica de direito privado que executa em seu nome, por sua conta e risco, serviço de natureza pública, mediante delegação contratual ou legal do Poder Público, sendo remuneradas por tarifa, na forma regulamentar (Hely Lopes Meirelles, Direito Administrativo Brasileiro, p. 318-324).
Sociedade de economia mista: trata-se de pessoa jurídica de direito privado, com participação do Poder Público e de particulares no seu capital e na sua administração, criadas para a realização de atividade econômica ou serviço de interesse coletivo outorgado ou delegado pelo Estado (Hely Lopes Meirelles, Direito Administrativo Brasileiro, p. 318-324).
GENERALIDADES – RECEPTAÇÃO DOLOSA SIMPLES E QUALIFICADA E CULPOSA:
1) Necessidade do acusado ter a certeza quanto a origem criminosa do bem.
2) Há entendimento de que caberia a inversão do ônus da prova, para que o acusado provasse a origem. 
3) Na modalidade de ocultação, entende que se trata de crime permanente.
4) O pedido de resgate, por quem encontrou a coisa, por entendimento jurisprudencial, tem sido considerado como crime de receptação. Há dúvidas, podendo caracterizar o delito de apropriação indébita.
5) Pode haver receptação de receptação.
6) Crime-meio, no caso do agente que recepta o talão de cheques furtado, e passa a usá-lo no comércio local. 
7) Desmanche: caracteriza do crime de receptação.
8) O crime de receptação não absorve o delito do art. 311, do CP.
9) AUTONOMIA DA RECEPTAÇÃO. Não há necessidade de ser instaurado inquérito ou ação penal para apurar a prática do crime anterior, podendo tal comprovação ser realizada no curso do processo que apura o delito de receptação. ISTO DECORRE DA PREVISÃO CONTIDA NO § 4º, DO ARTIGO 180, DO CÓDIGO PENAL.
10) Persiste a receptação, mesmo que o crime anterior tenha sido praticado por inimputável, como é o caso do menor de idade.
11) Segundo STF, “o simples fato de alguém não poder saber explicar a procedência das coisas que tinha em seu poder, de modo nenhum tipifica o ilícito de receptação (STF, RTJ 60/401).
DISPOSIÇÕES GERAIS
Artigo 181, do Código Penal: é isento de pena quem comete qualquer dos crimes contra o patrimônio em prejuízo de:
I – Cônjuge, na constância da sociedade conjugal: persiste a isenção se for separado de fato.
II – Ascendente ou descendente, seja pelo parentesco civil ou natural.
- Pela doutrina é conhecido como imunidade. O prejudicado pode propor as medidas civil cabíveis contra o autor protegido pela imunidade penal, e esta não é extensível aos estranhos que participaram do delito. Com isso, não há exclusão do crime, mas fica obstada a imposição de sançãopenal.
EXCEÇÕES: Art. 183, do CP: Não se aplica a isenção: a) se o crime é de roubo ou extorsão, ou em geral, quando haja emprego de grave ameaça ou violência à pessoa; b) ao estranho que participa do crime; c) se o crime é praticado contra pessoa com idade igual ou superior a 60 anos.
Artigo 182, do Código Penal: Somente se procede mediante representação se o crime contra o patrimônio é cometido em prejuízo:
I – do cônjuge separado judicialmente;
II – de irmão
III – de tio ou sobrinho, com quem o agente coabita.
EXCEÇÕES: Art. 183, do CP: Não se aplica a isenção: a) se o crime é de roubo ou extorsão, ou em geral, quando haja emprego de grave ameaça ou violência à pessoa; b) ao estranho que participa do crime; c) se o crime é praticado contra pessoa com idade igual ou superior a 60 anos.
DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE SEXUAL
 
ESTUPRO 
 
Previsão Legal: art. 213, do CP.
 
Art. 213. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso: 
Pena - reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos.
§ 1o Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave ou se a vítima é menor de 18 (dezoito) ou maior de 14 (catorze) anos:
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 12 (doze) anos. 
§ 2o Se da conduta resulta morte:
 
Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos.
Conceito: Estupro vem de stuprum, que no direito romano equivalia a qualquer congresso sexual indevido, compreendendo inclusive a pederastia e o adultério. Não deixa de ser uma forma especial de constrangimento ilegal, em que a tutela recai, primacialmente, sobre os costumes.
Caracterizava-se o estupro, o mais grave dos atentados contra a liberdade sexual, pela prática da conjunção carnal mediante violência. Conjunção carnal é a cópula sexual normal, ou seja, a introdução, parcial ou total, do pênis na vagina, com ou sem ejaculação. A violência é contra a mulher que não pode evitar o ato.
 
Crime Hediondo: O estupro, em qualquer das suas formas, é crime hediondo, estando sujeito às normas da Lei n. 8.072/90. Todavia, não se aplica mais o aumento especial de pena previsto no art. 9º, da Lei 8.072/90, por ter ficado revogado o art. 224, do CP.
Sujeito ativo: Tanto o homem como a mulher. No caso de conjunção carnal, a mulher pode ser coautora ou partícipe de um homem.
 - Ainda fala-se da possibilidade do crime de estupro entre os cônjuges. Esse assunto está pacificado com o art. 226, inciso II, do CP que prevê um aumento de metade da pena sempre que o crime sexual tiver sido cometido por cônjuge ou companheiro. 
 
Sujeito Passivo: Tanto o homem como a mulher. A conjunção carnal após a morte da vítima constitui crime de vilipêndio a cadáver (necrofilia) (art. 212, do CP).
Tipo Objetivo: Conduta: a ação física
Os elementos essenciais da conduta são a conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso com alguém dissenciente e o emprego da violência ou grave ameaça.
Tipo Subjetivo 
- Dolo, com o especial fim de agir para a conjunção carnal ou outro ato libidinoso. Portanto, dolo específico. Não há forma culposa. O dolo específico, portanto, do crime de estupro é a intenção deliberada de copular ou de praticar outros atos libidinosos, mediante violência ou grave ameaça, por não poder copular sem o emprego deste meio. Há quem defenda que o agente não precisa ter a intenção específica de satisfazer o seu apetite sexual. Para esses, se o agente quer se vingar ou por questão de aposta estupra a vítima, estará configurado o crime.
Consumação
- Consuma-se o delito com a introdução completa ou incompleta do pênis na vagina da mulher, não sendo necessário o orgasmo, ejaculação ou rompimento da membrana himenal. 
- Outro ato libidinoso: a consumação se dá com a sua prática. Assim, pode, entretanto, dizer consumado o crime pelo simples contato dos órgãos genitais e mesmo pelo atrito do membro viril contra a vulva da vítima.
 
Tentativa
É possível. Pode ocorrer no caso do agente empregar violência ou grave ameaça à vítima e não conseguir realizar o ato sexual por circunstâncias alheias a sua vontade.
Concurso de crimes
1) Atentado Violento ao Pudor: Com a inclusão desse tipo penal ao artigo 213, do CP, ficam as seguintes dúvidas: Se no mesmo ato o agente praticar conjunção carnal e atos libidinosos? 2 correntes se formaram para responder:
a) CRIME ÚNICO: o antes denominado atentado violento ao pudor e estupro, praticados no mesmo contexto fático, constituem, agora, um único crime (Damásio de Jesus), devendo retroagir por ser mais benéfico ao réu. Nesse sentido: STJ – HC 144870/DF – 6ª Turma – Rel. Min. Og Fagundes – j. 09.02.2010 – informativo 422.
b) CONCURSO DE CRIMES: o fato do antigo crime de atentado violento ao pudor ter sido revogado e incorporado ao atual crime de estupro não obriga, necessariamente, ao reconhecimento de crime único, podendo, ao contrário, haver concurso de crimes entre as duas modalidades de estupro, seja concurso material ou crime continuado, na dependência da análise do caso concreto.
Causas de aumento da pena
a) Concurso de pessoas: Vide art. 226, I do CP. No caso de concurso de duas ou mais pessoas, haverá um aumento de quarta parte. Aqui vale tanto para coautoria como para participação (não precisa que as duas pessoas participem do ato executório).
b) Pessoas que exercem autoridade: Vide art. 226, inciso II, do CP.  
Esse rol é taxativo (ascendente, padrasto ou madrasta, tio, irmão, cônjuge, companheiro, tutor, curador, preceptor ou empregador da vítima ou por qualquer outro título tem autoridade sobre ela). O aumento é de metade da pena. 
- Preceptor é o professor responsável pela educação individualizada de menores.
 
c) Se resultar gravidez: Vide artigo 234-A, inciso III. O aumento será de metade. É permito o aborto.
 
d) Transmissão de doença venérea: Vide artigo 234-A, inciso IV. O aumento será de um sexto até a metade, se o agente transmite à vítima doença sexualmente transmissível de que sabe ou deveria saber ser portador.
Da ação penal: 
O artigo 225 prevê os tipos de ações penais. No crime de estupro, a regra é que a ação penal seja pública condicionada a representação da vítima. Agora, se a vítima tiver entre 14 e 18 anos, a ação penal será pública incondicionada. A súmula 608, do STF encontra-se revogada.
- Há quem diga que se houver a morte da vítima de estupro, a ação penal deverá ser também incondicionada. Mas não é isso que tratou o artigo 225, do CP.

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