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Politica ambiental e global 5 A 10

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Politica ambiental e global
Aula 5: Questões teóricas e evolução histórica do tema ambiental 
Ao final desta aula, você será capaz de:
1. Relacionar os temas estudados até esta aula. 
2. Exemplificar os temas estudados a partir de fatos históricos da agenda ambiental global. 
3. Aplicar o conteúdo estudado às concepções teóricas contemporâneas de proteção ao meio ambiente e desenvolvimento sustentável.
Introdução
Nessa primeira parte da disciplina apresentamos os elementos históricos e conceituais da questão ambiental. Como vimos, esta precisou de esclarecimentos sobre os impactos do desenvolvimento na biosfera, sobretudo a partir de 1960.
Vimos, também, as bases teóricas para um grande número de avaliações e recomendações sobre atuação dos homens e governos. Desde as primeiras reflexões sobre o impacto do crescimento econômico até a concepção de desenvolvimento sustentável, amplos debates foram estabelecidos entre as correntes ambientais, tanto em termos do papel do homem, como na função da Terra em relação às necessidades da humanidade.
Nesta aula, faremos uma revisão dos principais pontos, dando destaque às bases do pensamento ecológico, os primeiros indícios da degradação ambiental, os grandes relatórios e conferências ambientais e, finalmente, vamos rever o papel do desenvolvimento sustentável no mundo atual. Para tanto, veremos exemplos e fatos das relações internacionais contemporâneas, mirando em situações verídicas e atuais tanto no Brasil como no contexto global.
Importante ficar claro que essa aula não substitui todas as anteriores no sentido de estudos para as provas, mas deve ser vista como um guia de conhecimentos e um grande resumo dos principais pontos e ideias apresentados.
O que é a questão ambiental?
Antes de compreendermos o que é a questão ambiental, precisamos esclarecer como se estrutura o posicionamento do homem em relação à totalidade da biosfera, conhecida como Terra.
TERRA: 
•  BIOSFERA
•  ECOSSISTEMAS
O mundo é o espaço onde interagem os homens e ocorrem as transformações sociais de grande impacto sobre a Terra. 
A questão ambiental, portanto, surge da problemática relação entre essas duas esferas: o homem e seu impacto na Terra. Por isso, não podemos dizer que a questão ambiental, pode ser vista de maneira unilateral – de responsabilidade de um Estado ou um determinado grupo de Estados apenas – mas de maneira transnacional, já que a degradação ambiental ou transformações neste âmbito são decorrentes da atuação de toda a humanidade.
Relação homem/natureza
A percepção sobre essa relação não é nova, e desde o inicio do processo civilizatório buscou-se refletir sobre a dicotomia homem e planeta. Podemos, então, pensar em três propostas:
A Economia Clássica e a visão bíblica, segundo as quais o homem é considerado o centro da Terra (visão antropocêntrica). Lembram daquela diferenciação entre a Terra e o Mundo? Pois é, a perspectiva bíblica coloca o homem acima da Terra, por isso não ha uma visão crítica sobre a atuação do homem em abastecer-se indiscriminadamente dos recursos da Terra.
A perspectiva Geocêntrica ou ecocentrista, ou seja, a Terra como elemento central e superior ao “mundo” dos homens, por isso prioridade absoluta nessa relação entre homem e natureza. Como vimos, a proposta radical dos preservacionistas se baseia nessa premissa de superioridade da Terra e na inviabilidade de uma relação harmônica entre o homem e a natureza.
O alinhamento entre o Antropocentrismo e o Geocentrismo, conciliando as necessidades da humanidade com as condições limites de renovação dos recursos naturais. Pode-se dizer que essa é a base do debate sobre o uso racional do meio ambiente, portanto, de grande parte dos organismos e instituições voltadas ao tema.
A origem e evolução das preocupações ambientais
Vamos mostrar agora como a evolução do capitalismo e do desenvolvimento econômico foram gerando a degradação ambiental e, como resposta, reações políticas e acadêmicas.
Revolução industrial sec. XVIII.
Efeitos sobre o meio ambiente já ocorriam, mas em proporções menores e menos impactantes 
A partir do séc. XVIII, o homem dá inicio a uma mudança radical e sem precedentes na história da humanidade, transformando amplamente sua relação com o meio ambiente. O desenvolvimento industrial acelerado a partir de então, não foi acompanhado por políticas de proteção ambiental. Nesse sentido, até meados do séc. XX, a maior parte das medidas de proteção da biosfera era tímida e não surtia efeito significativo a longo prazo.
Evolução do capitalismo.
Voltado para a produção, acumulação e consumo de bens, o desenvolvimento capitalista gerou mais impactos com a exploração de recursos naturais.
Efeitos da expansão do capitalismo nos se. XIX e XX.
Gerando uma verdadeira “explosão” demográfica, rápida industrialização nos grandes centros urbanos da Europa e nos Estados Unidos, aumento da desnutrição e miséria, desaparecimento contínuo de recursos não renováveis.
Clube de Roma: “Os Limites do Crescimento”, 1974.
A partir das preocupações com os efeitos danosos do crescimento industrial nas décadas anteriores, o relatório publicado chama atenção para a necessidade de se repensar o crescimento global em termos de equilíbrio global, visando reflexão sobre os modelos de crescimento baseados na exploração predatória dos recursos naturais.
I Conferência sobre Meio Ambiente em Estocolmo, 1971.
Seu principal objetivo era institucionalizar o tema ambiental no cenário internacional. Neste encontro os temas sociais e econômicos também passam a ser vistos como parte da questão ambiental, atrelando meio ambiente e desenvolvimento.
Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, 1972.
Primeira instituição internacional com sede num país africano, o PNUMA voltou seus trabalhos para a promoção da pesquisa cientifica na área ambiental e na promoção de acordos internacionais, fomentando a chamada agenda ambiental global.
Comissão Mundial do Meio Ambiente e do Desenvolvimento, 1980.
Primeira iniciativa no sentido de conscientização global sobre o tema ambiental e da necessidade de reformulações nos padrões de comportamento, compatíveis com os desafios da interdependência nas questões ambientais. Expansão das ideias de transnacionalidade da questão ambiental. Sua atuação foi prejudicada pelo contexto da Guerra Fria e a centralidade do tema “segurança internacional” na agenda política global.  Ao longo da década de 70, um substancial aumento da regulação e controle em torno de elementos que exerciam influência sobre o meio ambiente surgiu como decorrência direta dos debates e deliberações da Conferência de 1972.
Comissão Mundial do Meio Ambiente e do Desenvolvimento, 1980.
Presidida pela Primeira-Ministra norueguesa Gra Harlem Brundtland, a comissão se aproximou de grupos ambientalistas e ONGs ligadas ao tema a fim de produzir um estudo imparcial, amplo e isento sobre a questão ambiental e os impactos do homem na biosfera. Na década de 1980, entra em vigor em grande parte do mundo as legislações voltadas para a regulação das indústrias, principalmente as mais poluentes.
Nosso Futuro Comum: o relatório Brundtland, 1988.
O documento produzido pela Comissão Mundial do Meio Ambiente, considerado o mais importante documento oficial já produzido sobre o tema, chamou atenção para o papel do homem nas ameaças ao perfeito equilíbrio do meio ambiente planetário, apontando processos de degradação já em andamento. Também pode ser considerado inovador, por diferenciar o papel dos países ricos e pobres sobre os impactos do desenvolvimento no meio ambiente e atrelar, definitivamente, questões ligadas ao desenvolvimento das nações aos temas ambientais. Outro ponto importante é que no relatório em questão é formalizado o conceito de desenvolvimento sustentável.
Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento - ECO-92 . Além de consagrar o desenvolvimento sustentável como mecanismo necessário à preservação ambiental frente às necessidades dedesenvolvimento dos povos e revisar todas as medidas e recomendações feitas na Conferência de 1972, a ECO-92 produziu cinco documentos de grandes importâncias, entre eles a Agenda 21, com proposições para um amplo plano de ação a longo a prazo para governos, órgãos da ONU, grupos e entidades setoriais independentes e agências de desenvolvimento, respeitando as características locais e os princípios defendidos pelo documento geral dessa conferência. 
Ao longo da década de 1990, a questão ambiental passa a ocupar ainda mais espaço na agenda internacional por conta do fim da bipolaridade e da centralidade do tema segurança internacional na política global da Guerra Fria.
Direito ambiental
Vamos ver o que diz o Professor-Doutor Marcelo Varella: “O Direito Internacional do Meio Ambiente é o conjunto de regras e princípios que regulam a proteção da natureza na esfera internacional” (p. 7, 2009).
Como podemos ver, o ramo do Direito que trata das questões ambientais enfrenta um grande obstáculo: os limites legais no âmbito global à medida que as consequências da degradação ambiental vão além das fronteiras, mas as regras e leis produzidas em ambientes de grande aplicabilidade são locais e regionais. 
Essa questão, portanto, gira em torno da soberania dos Estados, os efeitos da degradação ambiental em termos globais e os mecanismos debatidos e instituídos dentro das organizações internacionais.
É importante lembrar que o arcabouço normativo do Direito Ambiental não se dá de forma linear justamente por pender entre as diversas concepções da questão ambiental e os diferentes níveis hierárquicos de aplicação das normas jurídicas. 
As normas podem ser produzidas através de negociações multilaterais ou bilaterais por diferentes fontes – como as negociações ocorridas dentro de organizações políticas internacionais ou negociações diretas entre Estados –, produzindo normas que se sobrepõem, e até mesmo entram em conflito, na regulação de assuntos idênticos.
Como foi dito, as normas internacionais devem ser vistas, na verdade, como recomendações, até porque não haveria condições jurídicas para “julgar” ou aplicar sanções sobre os países que não orientassem suas políticas nesses sentidos.
Um bom exemplo é o Protocolo de Kioto, posteriormente formalizado em torno do Tratado de Kioto. Neste importante documento, cujos objetivos giram em torno do combate ao aquecimento global, há premissas recomendatórias aos países signatários do acordo. Importantes países, no entanto, como os Estados Unidos, simplesmente ficaram de fora por não crer que a postura defendida nas negociações estejam de acordo com seus interesses.
Perspectivas Teóricas
Vamos, agora, relembrar as teorias e diferentes concepções sobre a questão ambiental e a relação sociológica com a biosfera. Inicialmente, é importante saber que há três importantes perspectivas sobre a função que o homem deve assumir frente ao meio ambiente. São elas: 
Preservacionistas: radicais defensores da intocabilidade da natureza como único modo de preservação ambiental. Exerceram fortíssima influência na criação de parques nacionais e reservas ambientais, onde as únicas atividades permitidas são recreativas e para fins ambientais.  
Desenvolvimentistas: adeptos de que o crescimento econômico deveria acontecer a qualquer custo, sem qualquer preocupação quanto às questões ambientais ou aos danos provenientes da exploração contínua e de grandes proporções sobre os recursos naturais.
Conservacionistas: defendiam a viabilidade de uso racional e eficiente justamente como garantia para a preservação. A maior parte dos movimentos ambientalistas inclusive, se baseia na visão conservacionista, que se tornou, gradualmente, um consenso entre as nações ao longo do séc. XX e está na base das políticas instruídas pela ideia de desenvolvimento sustentável.
Além das visões antropocentristas e ecocentristas, vistas no início dessa aula, podemos citar também a visão tecnocentrista, cuja característica principal é o otimismo quanto à evolução tecnológica e científica e as soluções que esses meios podem oferecer em termos de reverter e/ou impedir a degradação ambiental.
Já a Teoria de Gaia, ou Hipótese de Gaia, propõe que a biosfera e os elementos físicos da Terra estão completamente integrados, de forma a gerarem um complexo sistema interligado que mantém as condições viáveis de sobrevivência e transformação do Planeta Terra.
Devemos lembrar também de três propostas importantes, de fundo sociológico, sobre a composição do tema ambiental. São elas:
Ecologia Profunda
O homem é parte integral da complexa estrutura da natureza e deve ser preservado e respeitado para garantir o equilíbrio da biosfera.
Ecologia Social
Os problemas ecológicos estão ligados aos problemas na evolução da própria sociedade sob um sistema político hierárquico e dominante, portanto, apenas medidas tomadas pela coletividade no sentido de romper os tradicionais laços sociais podem surtir efeito sobre as questões ecológicas.
Ecossocialismo
A expansão do capitalismo é vista como responsável pela a exclusão social, a miséria, a guerra e, evidentemente, a degradação ambiental. Logo, defende que apenas o desmantelamento do capitalismo e do Estado pode impedir a continuidade da degradação humana e ambiental.
Para fecharmos essa parte teórica, vale recordar as três abordagens quanto aos mecanismos voltados para a atuação dos Estados e os meios políticos de gestão ambiental. São elas:
Abordagens Organizacionais: nasce na percepção de que havia uma pré-disposição em compreender o sistema internacional como um ambiente que caminhava rumo a uma centralização de poder, ou seja, para uma organização ou governo mundial, capaz de unir as principais demandas transfronteiriças ou bens comuns da humanidade através de um mesmo escopo político-diplomático.
Regimes Internacionais: uma tendência de movimentação dos Estados em direção a redes institucionais não hierárquicas, onde surgiam regras implícitas ou explícitas que resultavam na modificação do comportamento dos governos em relação a determinados temas.
Governança Global: uma percepção sobre a viabilidade da adoção de aspectos transnacionais de regras e normas para a gestão de temas transfronteiriços, ou seja, que “atingem” livremente diferentes nações e espaços geográficos.
Desenvolvimento sustentável
Sim, a evolução das conferências internacionais e estudos na área mostraram que é viável pensarmos em desenvolvimento, crescimento econômico, atendimento às demandas da humanidade e preservação ambiental ao mesmo tempo. E o que é o desenvolvimento sustentável? Segundo o Relatório Brundtland:
“O desenvolvimento que procura satisfazer as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade de as gerações futuras satisfazerem as suas próprias necessidades, significa possibilitar que as pessoas, agora e no futuro, atinjam um nível satisfatório de desenvolvimento social e econômico e de realização humana e cultural, fazendo, ao mesmo tempo, um uso razoável dos recursos da Terra e preservando as espécies e os habitats naturais”.
A perspectiva de desenvolvimento sustentável era viável, então, por reconhecer as demandas por desenvolvimento de alguns povos, ao mesmo tem que reafirmava a necessidade de garantir para as gerações futuras condições de sustentação através do meio ambiente preservado. 
Para tanto, era preciso que os países ricos adotassem estilos de vida que diminuíssem a forte pressão sobre os recursos naturais, ao mesmo tempo em que houvesse um equilíbrio entre a densidade demográfica nas cidades e o aumento da população.
Podemos pensar em uma estrutura de desenvolvimento sustentável, que se apresenta:
Sustentabilidade Ambiental: capacidade da biosfera em renovar-se, ou seja a capacidade que o ambiente natural tem de manter as condições propícias de vida aos seres vivos, levando em consideração a habitabilidade, preservação da paisagem ambiental e renovação das fontes naturais.
Sustentabilidade Econômica: integração dos princípios de sustentabilidadeambiental às estruturas de desenvolvimento econômico e industrial, transformando antigas concepções de mais valia e lucro em novas propostas que ambicionam valorizar as questões ambientais dentro da prática econômica.
Sustentabilidade Sociopolítica: compreende-se como o ponto de equilíbrio em termos de desenvolvimento e no âmbito socioeconômico, dando uma nova “roupagem” à economia através dos princípios sustentáveis do conceito, desenvolvendo a ideia de que o caráter social e cultural da humanidade são valores intransponíveis. A Agenda 21 é um exemplo de adoção deste princípio.
Como não poderia deixar de ser, o modelo adotado de desenvolvimento sustentável recebe muitas críticas, dentre as quais destacamos:
.É bastante influenciado pela visão dos países desenvolvidos e que, então, já passaram por um grande processo de industrialização e degradação ambiental.
.É “implementado” e através de organizações internacionais onde a presença e influência dos países ricos é predominante.
.Esconde interesses nacionais dos países desenvolvidos em manter seus ritmos e estruturas de desenvolvimento econômico, em contrapartida abre possibilidade de dificultar o desenvolvimento das nações mais pobres.
Com isso, fechamos nosso conteúdo de revisão. Lembre-se de que a leitura desta aula não é suficiente para preparar você para a prova de Av1, mas deve ser vista como um grande resumo das aulas anteriores, podendo ser usada como guia de leitura e ordenação cronológica e teórica do arcabouço amplo do tema ambiental.
ATIVIDADE PROPOSTA
A partir do vídeo da organização não governamental Greenpeace, inúmeras conclusões podem ser feitas à luz dos conceitos, políticas e ideias estudadas nesta primeira parte da disciplina Política Ambiental Global. A seguir, vamos fazer um rápido quizz, e você deve marcar somente as afirmações que julgar corretas:
(X ) No vídeo há um clima de denúncia sobre os riscos que o desenvolvimento econômico e a industrialização desenfreada oferecem ao meio ambiente.
( ) tecnologia é mostrada como saída economicamente viável para a preservação dos recursos não renováveis, assim como coloca o tecnocentrismo.
Questão 2: Embora os tecnocentristas acreditassem que a tecnologia e a ciência responderiam aos efeitos negativos do desenvolvimento sobre o meio ambiente, a evolução tecnológica dos últimos dois séculos ainda não conseguiu reverter o degradado cenário ambiental global.
3-( ) O vídeo mostra uma perspectiva bastante próxima ao Relatório Brundtland, onde a preservação ambiental é vista como uma responsabilidade de toda a humanidade.
( x) Não são apenas os países ricos os responsáveis pela degradação do meio ambiente, por isso o alerta quanto aos riscos à biosfera também são dados nas nações em desenvolvimento.
( x ) A miséria e o subdesenvolvimento também são considerados riscos ao meio ambiente, por isso estão dentro do escopo das preocupações ambientais.
( x ) Os efeitos do desenvolvimento exploratório podem ser percebidos apenas nas regiões onde ocorrem, por isso a importância de mecanismos internacionais de governança global.
Questão 6:Compreendemos os danos ambientais como problemas transfronteiriços, isso porque seus efeitos “viajam” livremente pelo planeta sem qualquer distinção entre nações ricas e pobres, grandes ou pequenas. A poluição atmosférica, por exemplo, causa danos em toda a humanidade independente de onde é oriunda a emissão de gases tóxicos.
(x ) O Planeta Terra não tem condições de autorrenovação na mesma velocidade com que temos explorado suas riquezas, recursos naturais e ecossistemas.
( x ) Sem transformações efetivas no comportamento humano em relação ao planeta, as gerações futuras só conhecerão determinadas espécies por fotos e filmes.
 ( x ) As transformações propostas em termos de políticas ambientais e conscientização das populações sobre o tema, devem atender todas as necessidades da humanidade em termos de recursos naturais.
Questão 9: Desde o Clube de Roma se reconhece que os atuais padrões de consumo da humanidade são insustentáveis, por isso é fundamental repensarmos a exploração de recursos naturais, sobretudo os não renováveis.
 ( x ) Somos parte integrante de um grande ecossistema, por isso devemos preservá-lo a fim de preservar as condições de vida na Terra para esta e as próximas gerações.
Aula 5: Questões teóricas e evolução histórica do tema ambiental 
Para reforçar tudo o que revisamos nesta aula, não deixe de rever também os artigos, vídeos e entrevistas indicados nas aulas anteriores. Além destes materiais, vejam também os seguintes itens:
WWF – Brasil - Mundo.
Pense de Novo - Energia e novas tecnologias.
Hora do planeta 2009.
Leia a entrevista com Gro Harlem Brundtland, sobre os 20 anos do Relatório Bruntland, disponível na biblioteca virtual da disciplina no SIA.
 Politica ambiental e global
Aula 6: Capitalismo verde: novos mercados e mercadorias diferenciadas:
Objetivo desta aula
Ao final desta aula, você será capaz de:
1. Descrever as características da “produção verde”.
2. Relacionar o capitalismo verde às novas exigências de consumo.
Introdução
A importância da preservação do meio ambiente ao longo das últimas décadas, aliada à disseminação de informações científicas e acadêmicas que envolvem o tema, vem transformando substancialmente a visão da sociedade e fazendo com que as preocupações quanto à temática ambiental aumente
A fim de se ajustarem a essa realidade e manter sua competitividade frente às novas demandas de consumo, empresas vêm buscando contribuir para a preservação ambiental fazendo uso dessas preocupações sociais para potencializarem os seus negócios por meio do lançamento dos chamados produtos “ecologicamente corretos”.
Logo, essas iniciativas passaram a representar o principal segmento de vendas de inúmeras empresas cujos esforços de marketing e comercialização convergiam para alcançar os cada vez mais numerosos “consumidores verdes”.
Na esteira da “produção verde”, é preciso compreender o impacto dos certificados ambientais, vistos por muitos mercados consumidores como vitais na comprovação da sustentabilidade ambiental nos processos industriais.
A questão ambiental e o capitalismo contemporâneo
Nas últimas décadas, sobretudo ao longo da década de 1990 nos Estados Unidos, verifica-se o aumento da oferta de produtos ambientalmente responsáveis, o que pode ser visto como uma resposta das empresas às pressões oriundas do mercado consumidor mais consciente quanto às questões ambientais. Veja na
 
 INTRODUÇÃO DE PRODUTOS COM APELO ECOLÓGICO NOS EUA
(como porcentagem do total de produtos introduzidos)
Fonte: Productscan, 1994, Marketing Intelligence Service, NY
Além dos Estados Unidos, no Canadá e na Europa Ocidental os esforços governamentais no sentido de legislar em defesa do meio ambiente e estabelecer políticas de proteção ambiental acabam por promover um engajamento da população que, cada vez mais consciente e integrada à questão ambiental, adapta seus hábitos de consumo –ou ao menos passa a considerá-los na hora da decisão de comprar –aos produtos que apresentem os menores danos.
Logo, percebemos que a ação responsável das empresas é resultado direto da conscientização popular sobre a degradação ambiental a partir das conferências e pesquisas divulgadas até então. As empresas percebem a necessidade de se qualificarem como “amigas da natureza”, uma vez que a sociedade passa a enxergá-las como vetor essencial da condição ambiental no mundo contemporâneo.
Mesmo que possa soar estranha a combinação dos conceitos de “capitalismo” e “verde”, essa relação pode ser vista como a mais nova fronteira do capitalismo e da economia mundial. Por isso um número cada vez maior de empresas investe em pesquisa de alternativas aos modos de produção danosos ao meio ambiente, percebendo que o “capitalismo verde” deverá ser uma importante bandeira em um futuro próximo,o caminho para uma nova cultura empresarial e de consumo.
Por outro lado, durante um longo tempo as empresa temiam os argumentos ecológicos alegando que medidas de preservação eram muito caras, e viam suas ações simplificadas em apenas duas possibilidades: primeira, na limpeza dos efeitos de produção (como remover resíduos poluentes) e, segundo, investir na renovação dos recursos naturais utilizados no processo produtivo (como no replantio de árvores) (DIAS, TOSTES, p. 18, 2006).
Empresas no novo contexto
É provável que muitas empresas se sentem obrigadas a seguir um comportamento ambientalmente responsável para evitar penalidades por parte da legislação em alguns países e se manterem competitivas frente ao mercado consumidor consciente. Veja o quadro a seguir, onde podemos verificar as diversas razões nas quais se justifica a ação ambientalmente responsável das empresas.
No quadro a seguir, podemos ver claramente uma transformação da visão empresarial sobre a lógica produtiva e o meio ambiente:
EVOLUÇÃO DA ABORDAGEM EMPRESARIAL REFERENTE À PROTEÇÃO AMBIENTAL
Também no âmbito das relações internacionais, a tendência pela “produção e consumo verdes”, passa a se expandir com a frequente interação entre as questões ambientais e o comércio mundial, principalmente com o aumento da globalização econômica e comercial e a interdependência entre as nações. 
Essa crescente preocupação, aliás, pode ser percebida pela multiplicação de acordos internacionais e entendimentos que tratam dos impactos transfronteiriçosda degradação ambiental, como na incorporação pela Organização Mundial do Comércio das questões ligadas ao desenvolvimento sustentável e ao meio ambiente na sua agenda de trabalhos (QUEIROZ, p. 2, 2005).
Mesmo no Brasil, onde a atividade das empresas nesse sentido foi um pouco mais tardia, uma série de produtos e serviços exemplifica a chegada da preocupação ambiental no escopo empresarial. Importante considerarmos que o lançamento desses produtos atende uma tentativa empresarial de aproveitar a oportunidade surgida em meio a um mercado consumidor mais preocupado com o meio ambiente (TEIXEIRA, MOTTA, p. 01-03, 2000).
Para mais informações, leia agora o texto
../docs/14PA_aula06_exemplos_de_produtos_brasileiros_ambientalmente_responsaveis.pdf
São exemplos de produtos brasileiros ambientalmente responsáveis:
1 - Tinta látex acrílica “Eco Acqua”, da Midas Elastômeros, um látex fabricado sem solventes nem compostos orgânicos voláteis, da Renner e linha “Metalatex Eco”, da Metalatex, fabricado sem solventes, com base em água.
solventes nem compostos orgânicos voláteis, da Renner e linha “Metalatex 
 2 - Açúcar orgânico e ecológico “Native” da Usina São Francisco e arroz orgânico “Nardelli Bio”, da Alimentos Nardelli.
3 - Geladeiras “verdes”, que consomem menos energia elétrica, lançadas por Multibras e Electrolux e que utilizam o gás natural R600, não prejudicial à camada de ozônio, pela Bosch.
4 - As madeiras certificadas com selo de manejo ambiental das empresas Juruá Madeiras e Gethal assim como a Tramontina, empresa que atua no ramo de utilidades domésticas, que inovou em seu mercado com móveis para jardim, cabos para ferramentas e utensílios para o lar confeccionados com madeira certificada
5 - Linha de cosméticos “Ekos”, da Natura e creme dental “Sorriso Herbal”, da Kolynos.
6 - As empresas de comunicação TV Globo, TV Cultura e Rádio Eldorado AM que apresentam, respectivamente, os programas “Globo Ecologia”, “Repórter Eco” e “Terra, Fogo, Mar e Ar”.
7 - Papel para impressão reciclado “Reciclato” da Suzano.
8 - Xales da Baobá Tecidos Artesanais feitos com PET, a partir de garrafas de
refrigerantes recicladas.
9 - Lápis com madeira reflorestada da Faber-Castell e “Post-it” ecológico da 3M, juntamente com a Suzano.
Entre outros.
“Procura-se rotular de 'verde' os produtos que causem menos impacto ao meio ambiente do que seus alternativos” (OTTMAN, 1994).
Um produto ecologicamente correto deve ser concebido para satisfazer as necessidades de preservação ambiental de consumidores preocupados com esta questão, levando-se em conta, contudo, de que esta é uma necessidade
Para atender a essa perspectiva de sustentabilidade, é preciso pensar em produtos que levem em conta a questão ambiental em todo o seu processo produtivo, todo o seu “ciclo de vida”, desde a utilização de matérias-primas, suas etapas de transformação industrial, seu uso por parte do consumidor e, finalmente, seu descarte. As pessoas, afinal de contas, compram os produtos para satisfazer as necessidades para as quais foram designados; a característica 
de não agressão ao meio ambiente pode funcionar como uma ampliação deste produto, extrapolando as expectativas dos clientes.
Interessante observar que deve haver uma preocupação extra com a embalagem do produto. Isso porque, invariavelmente, as embalagens dos produtos são uma preocupação especial à medida que sua composição afeta profundamente o meio ambiente. 
As empresas devem compreender que o lixo e o desperdício de materiais constituem-se como problemas inerentes à questão ambiental atual, portanto, cabe a ela analisar o impacto que seus produtos causam ao meio ambiente em todo o seu ciclo de vida, assumindo a responsabilidade sobre os efeitos do descarte do produto final e de sua embalagem. 
Na verdade, alguns autores apontam para os efeitos danosos do curto “prazo de vida” dos produtos, pois, assim, esses produtos vão para o lixo mais rapidamente, e deverão ser substituídos por novos produtos, que passarão por toda a cadeia de produção já mencionada (MAIOLI, 2008).
Na esteira da produção “verde”, podemos indicar alguns vetores essenciais, quais sejam:
A exclusão do desperdício e da produção de sobras.
A escolha por matérias-primas renováveis cuja extração cause baixo ou nenhum impacto ao meio ambiente.
A composição material do produto atendendo todas as necessidades de descarte e de reciclagem ou reutilização da embalagem.
Consumo responsável
“(...) uma manifestação dessa mudança é o número crescente de consumidores que toma a decisão de marca com base em registro de realizações de fabricantes quanto a critérios ambientais e sociais” (OTMAN, pg. 24, 1994).
Como vimos, o consumo teve um papel preponderante ao pressionar as empresas por uma produção ambientalmente responsáveis. Na verdade, podemos dizer que o consumidor é o único elemento de pressão que de fato exerceu influência final e determinante no comportamento das empresas, caso contrário os altos custos da produção “verde” – comum em 
Essa grande importância do consumidor, no entanto, não é uma garantia final de que a humanidade aprendeu a selecionar suas compras por um aspecto de sustentabilidade, ou até mesmo que tenha mudado o grau de consumo em escala global.
Dados mostram que os povos consomem 25% mais recursos naturais do que a capacidade de renovação da Terra. Continuando nesse ritmo, como já vimos, em menos de 50 anos precisaríamos de outro planeta apenas para fins de fornecimento de matérias-primas para suprir nossas necessidades de consumo.
Para mudarmos esse quadro catastrófico quanto ao futuro da humanidade e a sustentabilidade da vida na Terra, é preciso que repensemos nossos hábitos de consumo e interação com o meio ambiente.
O consumidor verde "é o indivíduo que busca para consumo apenas produtos que causam menor ou nenhum prejuízo ao meio ambiente"; a aquisição ou a utilização de um bem vincula diretamente com ajuda à natureza; o consumidor verde não adquire produto que provoca risco à saúde, que contém excesso de embalagens; faz separação do lixo, não desperdiça a água nem o papel, passa a exigir das empresas não somente a criação e venda de produtos, mas profícua integração com o meio social, ultrapassando o simples relacionamento comercial (CARDOSO, 2008).
É preciso levar em conta que o consumo “verde” também deve ser estimulado através da educação ambiental, sem a qual o respeito aomeio ambiente e a escolha consciente em termos de consumo só serão garantidos através de leis ou taxações sobre a atividade produtiva e o mercado consumidor, surtindo um efeito drasticamente menor. 
A educação ambiental, então, deve desenvolver o comportamento pró-ativo das pessoas em relação às questões ambientais, mostrando as consequências benéficas garantidas para elas próprias, seus ambientes de vida e às gerações futuras. (VENIR, p. 125, 1998).
Para mais informações, leia agora o texto Consumidor consciente.
1 - Verifique quais as matérias-primas do produto na hora da compra. Escolha materiais reciclados e os produtos que têm certificados de boa procedência e manejo sustentável; 2 - Descubra onde o produto é fabricado. Quanto mais regional for o produto, maior a redução da queima de combustível no transporte da mercadoria; 3 - Prefira produtos que gerem apenas um resíduo; 4 - Opte pelas sacolas de pano para levar ao supermercado e à feira; 5 - Pesquise como o produto é descartado. Se ele gera um lixo não reciclável ou que contamina o solo, a água ou o ar, não use. Escolha aqueles que possam voltar ao ciclo produtivo ou se decompor sem causar prejuízo ao meio ambiente; 6 - Evite comprar e usar pratos, talheres e copos descartáveis; 7- Para uma festa ou reunião em sua casa, prefira o aluguel de louças; 8 - Procure comprar produtos que sejam oferecidos em embalagem maior (biscoitos, papel higiênico, etc.), assim você evita o acúmulo de várias embalagens a serem descartadas; 9 - Se os produtos forem feitos de madeira, descubra se os mesmos são fabricados com madeira extraída de reflorestamento, com manejo sustentável; 10 - Evite alimentos cultivados com agrotóxicos. Prefira os produtos orgânicos. 11 - Utilize produtos de limpeza sem CFC, sem soda, sem fosfato, e sem cloro. Produtos que contêm esses ingredientes poluem o ambiente e agridem a saúde; 12 - Procure fazer uso comunitário de seu automóvel junto com colegas de trabalho, revezando os veículos para poder aumentar a vida útil destes e diminuir o consumo de combustível e emissão de gases que provocam o efeito estufa. 13 - Se usar o carro for inevitável, compre um que tenha pequena cilindrada e funcione com álcool, pois assim estará evitando um gasto muito grande de combustível e diminuindo em 80% as emissões de carbono. 14 - Monte em seu condomínio uma central de recolhimento de recicláveis e utilize o lucro da venda destes como complementação de renda dos funcionários do condomínio, isso fará com que ajudem de bom grado e com atenção na tarefa de reciclar. 15 - Pare de fumar - Além de melhorar sua saúde, você deixa de poluir o meio ambiente e as áreas usadas para plantar fumo poderão ser utilizadas para plantar alimentos. 16 - Prefira caminhar pequenas distâncias e use a bicicleta para distâncias médias, sua saúde, seu bolso e seu planeta agradecem. 17 - Exija sacolas de papel na quitanda, no mercado, nas lojas, evite comprar tecidos sintéticos, mas se for inevitável, compre o que seja reciclável. 18 - O barato sai caro, prefira produtos de qualidade comprovada, mesmo que um pouco mais caro, do que produtos com qualidade duvidosa e que vão durar menos, pois estes vão para o lixo mais cedo e você vai precisar gastar mais para repor. 19 - Troque todas as lâmpadas de sua casa por lâmpadas do tipo econômicas, elas duram mais, consomem menos energia e iluminam tão bem quanto as outras. Podem ser um pouco mais caras, mas isso é compensado na conta de luz e na durabilidade. 20 - Retire aparelhos que não estão sendo usados da tomada, alguns aparelhos eletrônicos, quando em stand-by (aguardando comando do controle remoto) consomem muita energia. O consumo de um televisor desligado responde por 70% do consumo de energia elétrica deste tipo de aparelho. 21 - Só compre os produtos com o selo de qualidade do PROCCEL (programa de controle de consumo de energia elétrica) verificando sempre se ele atende as suas necessidades. 22 - Faça uma limpeza semanal dos filtros de aparelhos de ar condicionado e uma limpeza geral dos aparelhos a cada quatro meses, pois assim, limpos, eles vão trabalhar com maior eficiência e menor consumo de energia. 23 - Se tiver espaço, faça pequenas hortas orgânicas em casa, em um pequeno vaso podemos plantar um tomateiro, salsinha, cebolinha e outros tipos de plantas. Faça um minhocário (ou compre, são vendidos pela internet) para tratar seus resíduos orgânicos (papel higiênico, inclusive), elas vão transformar tudo em adubo que você pode usar em sua pequena horta.
Observando o quadro a seguir, concluímos que a transformação no comportamento do consumo acompanha, em termos gerais, as mudanças na percepção ambiental ao longo da segunda parte do séc. XX, quando são divulgados importantes relatórios e acontecem grandes conferências relacionadas à temática ambiental.
Inúmeras são as pesquisas que demonstram a mudança no comportamento de consumo, saindo da lógica quantitativa de curto prazo para uma percepção qualitativa de longo prazo, incluindo até mesmo uma preocupação inerente à sobrevivência das empresas cujos processos de produção e produtos finais tenham compromisso com a sustentabilidade ambiental. 
Dessa forma, o consumidor assume uma postura psicológica participativa de responsabilidade social no combate à degradação do meio ambiente e na retaliação às empresas que mantêm os mesmos processos danosos à biosfera.
Também é possível dizer que os consumidores estão involuntariamente se agrupando em consumidores “verdes” e os tradicionais (voltados apenas para a questão quantitativa). Os “verdes”, no entanto, quando mais se educam sobre o processo produtivo e seus impactos no meio ambiente, mais eles se habilitam como formadores de opinião e agentes promotores da sustentabilidade dos produtos e empresas.
Ainda embrionário, o mercado de produtos ambientalmente responsáveis no Brasil tende a ser uma iniciativa de empresas que já atuam no âmbito global ou que pretendem promover um processo de internacionalização de suas atividades ou vendas ao exterior, afinal, grandes mercados consumidores como o europeu e o estadunidense já demonstram uma consciência social mais seletiva em termos de consumo. 
De modo geral, no entanto, também no Brasil é possível identificar um processo crescente de conscientização popular da questão ambiental, o que garante às empresas uma perspectiva de ganhos futuros através da produção “verde” (HSM MANAGEMENT, p. 90, 2007).
Além da pressão exercida pela conscientização dos consumidores, é importante compreendermos o papel das certificações como estratégia utilizada pelas empresas para obter ganhos em termos de competitividade nacional e internacional. Em alguns países, entre eles o Brasil, não há efetivamente uma lei que obrigue a obtenção de certificações por parte das empresas, diferentemente dos países europeus onde a certificação é um pré-requisito fundamental à liberação de produtos para o mercado consumidor.
Por outro lado, verifica-se no Brasil e em países cujas empresas nacionais estejam seguindo o rumo da internacionalização a  tendência de autocertificação ou, até mesmo, pressões empresariais para a criação de selos certificados por instituições de renome (que podem ser ONGs, associações ou federações de determinados setores) ou dos próprios órgãos governamentais. 
Dessa maneira, essas empresas encontram maiores facilidade para “provar” a sustentabilidade de seus processos produtivos e produtos finais.
Certificações
Como podemos verificar no quadro a seguir, o certificado “verde” exerce uma enorme percepção positiva por parte dos consumidores finais.
Os primeiros “selos verdes”, como são conhecidos esses certificados, surgiram na Europa no mercado de madeira, e se deu a partir da necessidade de identificar a origem da madeira exportada para o mercado europeu e, posteriormente, para o mercado norte-americano. Consequentemente, o impacto dessa nova “exigência” de mercado logo atingiu, em cheio, os exportadores do mundo inteiro, principalmente os brasileiros (INSTITUTO AKATU, 2007).A partir dessa demanda, os exportadores brasileiros de outros setores (têxteis e agropecuário, por exemplo) também perceberam a necessidade de certificação a fim 
A partir dessa demanda, os exportadores brasileiros de outros setores (têxteis e agropecuário, por exemplo) também perceberam a necessidade de certificação a fim de manter e aumentar seus fluxos de exportação em direção aos mercados dos países desenvolvidos.
Também, no âmbito financeiro as empresas ambientalmente sustentáveis têm mostrado destaque. Pesquisas indicam que ações de empresas “verdes” estão no centro dos investimentos preferidos nas bolsas de valores, além das vantagens que essas empresas encontram na concessão de crédito para projetos de cunho sustentável, exigência cada vez mais comum em instituições de fomento, como coloca um grande banco que atua também no setor de crédito:
“As pessoas vêm mudando seus hábitos de consumo. Cada vez mais valorizam seu poder de escolha, adquirindo produtos produzidos por empresas que respeitam o meio ambiente. Essa nova postura tem exigido das companhias um rápido processo de adaptação. Para estimular nossos clientes empresariais a realizar esse movimento, criamos financiamentos direcionados às áreas ambiental, educacional e social” (fonte:www.bancoreal.com.br).
Também o principal banco de fomento ao crédito no Brasil, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES – faz essa ressalva quanto à competitividade das empresas que não seguem os estímulos por uma produção sustentável e ambientalmente responsáveis. Segundo o banco, uma empresa cuja produção produza danos ao meio ambiente indica uma competitividade menor do que as suas congêneres, logo isso indica um maior risco de crédito (www.bndes.gov.br).
Cientistas e estudiosos da área atribuem aos carros menores um impacto de até 40% menor em termos de emissão de gases poluentes e desgastes naturais no planeta. Quanto menos um carro consome, menores são as necessidades de produção de combustíveis, trazendo inúmeros benefícios à conservação ambiental.
 No Brasil um número cada vez maior de cooperativas e fábricas de médio porte estão investindo na produção têxtil a partir dos chamados “fios reciclados”, que são desenvolvidos através da reciclagem de garrafas pet e outros plásticos. Os resultados são fibras idênticas as de origem vegetal e sintéticas, e já podem ser vistas, inclusive, na camisa oficial da Seleção Brasileira de Futebol.
3. No Brasil um número cada vez maior de cooperativas e fábricas de médio porte estão investindo na produção têxtil a partir dos chamados “fios reciclados”, que são desenvolvidos através da reciclagem de garrafas pet e outros plásticos. Os resultados são fibras idênticas as de origem vegetal e sintéticas, e já podem ser vistas, inclusive, na camisa oficial da Seleção Brasileira de Futebol.
4. O aumento no consumo de energia faz com que os países busquem outras formas de produção energética, já que os meios renováveis – como a energia oriunda das hidrelétricas – ficam cada vez mais insuficientes para atender à demanda. Uma das fontes que mais têm despertado interesse dos governos nos últimos anos é a polêmica e perigosa energia nuclear.
 Além de levar um tempo de degradação no meio ambiente superior em até 1000 vez em relação aos produtos de papel, produtos plásticos descartáveis também são uma ameaça porque contribuem para a produção e acúmulo de lixo nos centros urbanos, poluindo rios e mananciais.
Aula 6: Capitalismo verde: novos mercados e mercadorias diferenciadas 
Para saber mais sobre produtos ecológicos e selos “verdes”, leia:
Produtos ecológicos para uma sociedade sustentável.
O consumo verde no Brasil. Algumas considerações e reflexões.
Entrevista com o físico Amory Lovins.
 POLITICA AMBIENTAL GLOBAL
Aula 7: Temas ambientais contemporâneos
	
		Ao final desta aula, você será capaz de:
1. Listar as principais ameaças ao meio ambiente no cenário internacional contemporâneo. 
2. Identificar as questões ambientais que terão grande influência no período vindouro.
3. Compreender o papel das novas tecnologias ambientais.
POLUIÇÃO
Atividade de sensibilização
Por ter efeitos catastróficos, o aquecimento global pode ser considerado como consequência final e definitiva da ação poluidora do homem sobre a biosfera, e isso porque a mudança do clima na Terra afetará indiscriminadamente todos os ecossistemas e a própria condição de sobrevivência na superfície terrestre.
Além dos efeitos mostrados no vídeo, podemos identificar as seguintes situações caso nada de relevante seja feito imediatamente:
Assista o vídeo: “Aquecimento global” e reflita sobre as seguintes considerações:
Por ter efeitos catastróficos, o aquecimento global pode ser considerado como consequência final e definitiva da ação poluidora do homem sobre a biosfera, e isso porque a mudança do clima na Terra afetará indiscriminadamente todos os ecossistemas e a própria condição de sobrevivência na superfície terrestre.
Além dos efeitos mostrados no vídeo, podemos identificar as seguintes situações caso nada de relevante seja feito imediatamente:
Assista o vídeo: “Aquecimento global” e reflita sobre as seguintes considerações:
Diminuição significativa das áreas plantadas na região dos trópicos, ocasionando queda de colheitas em até 40% nos próximos 50 anos, e atingindo em torno de 3 bilhões de pessoas. 
Aumento da desertificação em inúmeras regiões secas do planeta, extinguindo lençóis freáticos e acabando com a fertilidade nos campos. 
Devido ao aquecimento das águas, a ocorrência de furacões das categorias 4 e 5 (os mais intensos da escala), dobrou nos últimos 35 anos. 
Derretimento das calotas polares e elevação dos níveis dos oceanos, levando à inundação permanente de todas as cidades litorâneas e pequenas ilhas provocando o deslocamento de suas populações. 
Aumento da intensidade do calor e sua duração nas estações em todo o mundo.
 Queda de colheitas
 Fertilidade
35 anos.
 Populações.
 Mundo.
Introdução
Os problemas ambientais vividos no mundo hoje podem ser vistos como consequência direta da intervenção do homem e seu modo de produção no planeta e nos ecossistemas, causando desequilíbrios nos ecossistemas e na biosfera e, logo, comprometendo a própria sobrevivência. Por outro lado, nunca o tema ambiental e a preservação dos ecossistemas foram assuntos tão comentados.
A preocupação com o meio ambiente tomou conta dos meios de comunicação, das organizações internacionais, das relações de cooperação entre governos, das escolas e até mesmo das indústrias. Mas, apesar de todo o embate, a natureza ainda está sofrendo grandes desgastes por causa da ação do homem, e os efeitos desse desgaste já podem ser sentidos no nosso dia a dia, causando problemas até então desconhecidos pela humanidade
Desertificação, poluição dos mares e do ar, inundações, secas, catástrofes naturais, falta de alimento e de combustível são apenas algumas das consequências que já começam a ser sentidas – e a previsão de cientistas e pesquisadores é que este cenário piore caso mudanças drásticas no nosso modo de vida e consumo não sejam prontamente promovidas. E, para que isso ocorra, é preciso compreender quais são os maiores problemas ambientais da atualidade e como eles afetam nosso cotidiano.
Temas ambientais contemporâneos
Segundo organizações não governamentais ambientais como World Wildlife Fund (WWF) e Greenpeace, e mesmo por órgãos governamentais, como a Organização das Nações Unidas (ONU), quando falamos em problemas ambientais é preciso pensar que há questões mais urgentes ou mais alarmantes e, portanto, merecedoras de atenção especial no que tange à criação de mecanismos de desenvolvimento limpo e proteção do meio ambiente.
Para se ter uma ideia, na Conferência das Nações Unidas sobre o Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de 2002, a Rio + 10, foram destacados os seguintes problemas: 
a. Crescimento demográfico:a população mundial, de 6,1 bilhões, deve chegar a 9,3 bilhões em 2050, sendo que nos 49 países menos desenvolvidos a população deve triplicar, passando de 668 milhões a 1,86 bilhão de habitantes; 
b. Pobreza e desigualdades: cerca de 2,8 bilhões de pessoas vivem com menos de US$ 2 por dia, 800 milhões de pessoas, entre elas 150 milhões de crianças são desnutridas e 80% da riqueza mundial estão nas mãos de 15% dos habitantes dos países mais ricos; 
c. Superexploração dos recursos: a utilização dos recursos supera, anualmente, em 20% a capacidade do planeta de regenerá-los; 
d. Mudanças climáticas: a proporção de CO²  na atmosfera passou de 280 partes por milhão a 360 em 150 anos e teme-se que essa concentração seja de entre 500 e 1.000 em 2.100, acarretando um aumento da temperatura média de cerca de 1,5°C a 5,8°C; 
e. Buraco na camada de ozônio: o buraco em cima do Antártico media 30 milhões de km² em outubro de 2001 e, graças ao Protocolo de Montreal de 1987 e à diminuição da produção de CFC, a camada de ozônio está se reconstituindo e deve recuperar seu nível de antes dos anos 80 até 2050; 
f. Espécies ameaçadas de extinção: 11.046 espécies animais estão ameaçadas, principalmente pelo desaparecimento de seu habitat natural, o que representa 24% das espécies mamíferas, 12% dos pássaros, 25% dos répteis, 20% dos anfíbios e 30% dos peixes; 
g. Desaparecimento dos bosques: a superfície dos bosques diminuiu 4% desde 1990, sob a pressão da indústria madeireira, da atividade extrativista e do aumento da área urbana. Cerca de 40% do que resta dos antigos bosques pode desaparecer dentro de 10 a 20 anos; 
h. Acesso à água: cerca de 1,1 bilhão de pessoas não têm acesso à água potável e 2,4 bilhões não vivem em condições sanitárias decentes. A queda do nível dos lençóis freáticos se tornou um sério problema em algumas regiões e metade dos rios do mundo está em um nível muito baixo ou poluído; 
i. Erosão do solo: o crescimento da população acarreta uma enorme pressão sobre a agricultura e, portanto, uma demanda crescente por terras agrícolas. Uma superfície equivalente às áreas dos Estados Unidos e México juntos estão desgastadas pela superexploração agrícola e salinização dos solos; 
j. Esgotamento das reservas de pesca: quase um terço das reservas de pesca está com um nível muito baixo ou superexploradas. Algumas espécies com importância econômica praticamente desapareceram de algumas regiões para comercialização (REIS, p. 3, 2009).
Como vemos, são muitos os problemas ambientais e os sintomas de que o planeta já está sendo severamente afetado pelo nosso modo de vida, por isso torna-se inviável listarmos e analisarmos todas as questões em aberto decorrentes do desenvolvimento e da degradação da biosfera.
O que temos a seguir, é um retrato das principais questões que encontram destaque na agenda política internacional, cujo foco está presente na ação de inúmeros governos e organizações internacionais e, principalmente, a situação da biodiversidade e o risco de sua perda, cuja incontestável irreversibilidade a coloca como dano ambiental mais importante.
O aumento da população e a escassez de recursos
Tendo em vista às necessidades e hábitos de consumos das sociedades, a questão demográfica pode ser considerada um dos pilares centrais na compreensão dos impactos da ação humana sobre o meio ambiente.
Segundo dados das Nações Unidas de 2006, a população mundial que estava em 6,7 bilhões de indivíduos neste ano, deverá chegar a 9,2 bilhões em 2050, e continuará crescendo, embora a taxas mais reduzidas
Esse crescimento populacional, no entanto, deverá exercer um impacto fulminante no planeta à medida que deverá ocorrer apenas nos países em desenvolvimento, nos quais a população passará de 5,4 bilhões (2006) para 7,9 bilhões (2050).
Esse cenário aponta para um aumento inédito na demandas por produtos a serem consumidos nessas regiões, gerando uma imensa pressão sobre os recursos naturais. Vale lembrar também que o crescimento dessas regiões não será acompanhado da diminuição demográfica nos países desenvolvidos, que deverão permanecer com 1,2 bilhão de pessoas (UN, p. 71, 2006).
Embora seja mais difícil prever por depender de condições econômicas globais, o consumo tem crescido a taxas superiores às próprias taxas de crescimento da população
No Brasil, especialistas apontam a soja como o produto agrícola mais afetado pelas mudanças climáticas planetárias.
Nos países desenvolvidos o impacto do consumo por pessoa sobre o meio ambiente é entre 6 a 10 vezes superior do que nos países de baixa renda per capita. Então, podemos crer que o crescimento econômico nos países subdesenvolvidos mudará esse cenário, sabendo que a maior parte da população mundial exerce um impacto 
relativamente alto, pressionando ainda mais a já debilitada capacidade de renovação dos recursos naturais.
 Recursos naturais
A escassez de alimentos, agravada pela péssima distribuição mundial que privilegia os países desenvolvidos e não atende às necessidades dos países mais pobres.
A escassez de alimentos, agravada pela péssima distribuição mundial que privilegia os países desenvolvidos e não atende às necessidades dos países mais pobres.
A poluição decorrente do aumento do desperdícios, uso indiscriminado de combustíveis fósseis não renováveis para abastecer carros e indústrias que precisam produzir cada vez mais para atender às demandas da sociedade.
Temos assistido um aumento contínuo do preço dos combustíveis no Brasil nos últimos anos, isso porque a população está comprando mais carros e a capacidade produtiva das empresas petrolíferas e do setor de álcool combustível não consegue acompanhar a demanda).
Ameaça à biodiversidade e desertificação
A rapidez com que temos identificado a perda da biodiversidade é, sem dúvida, um dos pontos mais alarmantes quando pensamos em questões ambientais na atualidade
Isso porque mesmo com a conscientização e algumas ações políticas em torno da proteção de áreas ambientais, considerações legitimas quanto às necessidades de desenvolvimento econômico dos países tropicais e regiões subdesenvolvidas acabam por impedir que determinadas áreas sejam protegidas em sua totalidade.
Com isso, florestas inteiras são derrubadas para comercialização de madeiras ou para dar lugar a pastos, sem contar a simples expansão de cidades e assentamentos.
Dados mostram que apenas uma pequena parte da cobertura verde original do planeta continua intacta, e nos países em desenvolvimento como a China, quase toda a cobertura vegetal foi ou está sendo exploradas de maneira depredatória, levando à extinção de espécies vegetais e animais.
Importante explicarmos que eventos de extinção e transformações na biodiversidade já ocorreram diversas vezes na historia do planeta, e aconteceram sem a participação do homem ou como decorrência de sua ação sobre o meio ambiente.
Por outro lado, a dominação do homem sobre o planeta a partir da evolução das comunidades e formação das primeiras cidades mudou por completo essa evolução da biosfera, gerando processos incontroláveis e irreversíveis de extinção de espécies.
Segundo estimativas da International Union for Conservation of Nature, em 2008 cerca de 16.928 espécies estavam sob ameaças de extinção
(IUCN, 2008). Veja na tabela abaixo a relação de espécies ameaçadas e quantas estão presentes nos ecossistemas brasileiros:
Mas não são apenas os animais que correm risco de extinção:
Estudos indicam que cerca de 80% das plantas em todo o planeta sofrem algum tipo de ameaça, e dessa porcentagem 12% correm o risco de desaparecer em definitivo nos próximos anos.
Importante lembrar que a extinção de espécies vegetais contribui para a migração de pragas e insetos para os centros urbanos, já que sem o seu habitat natural, essas espécies buscam alimentação em outras regiões, levando doenças e danos a vida urbana e aos campos agrícolas.
Segundo cientistas, a ação humana tem acelerado os processos de extinção a níveis antes nunca vistos, que hoje apresenta uma relaçãode centenas de vezes superior às taxas registradas nos últimos 65 milhões de anos, debilitando de maneira irreversível inúmeros ecossistemas e a própria capacidade regenerativa do planeta.
A principal causa desse processo de extinção de plantas e animais é a perda do habitat natural ocupado pelo homem de maneira desordenada ou aniquilando as condições naturais e essenciais à sobrevivência da espécie local, envolvendo principalmente espécies concentradas geograficamente e com variedade limitada
Com a ação predatória do homem sobre as florestas e coberturas vegetais nativas, há uma crescente erosão da terra, sobretudo em situações de chuva forte, causando enchentes e inundações cujos efeitos ameaçadores se voltam contra a própria sociedade humana.
Além disso, o processo conhecido como desertificação também é consequência da ação do sol sobre o solo que, sem a proteção da vegetação, passa por um processo de ressecamento excessivo
Além disso, o processo conhecido como desertificação também é consequência da ação do sol sobre o solo que, sem a proteção da vegetação, passa por um processo de ressecamento excessivo
Atualmente, a ONU identifica pelo menos 100 países que estão sofrendo as consequências do processo de desertificação acelerado, abrangendo cerca de 61,3 milhões de quilômetros quadrados (VIANNA, p. 30, 1999). Observando o quadro a seguir, podemos concluir que cerca de 75% de todas as terras do planeta já estão em processo de desertificação ou sob algum nível de ameaça.  
Para finalizar as consequências da devastação 
vegetal sobre a Terra, resta indicar a maior ameaça
já enfrentada em toda a história da humanidade: o aquecimento global.
Na esteira das consequências da extinção de espécies vegetais, o aquecimento global também é visto como resultado da derrubada de árvores, que antes agiam na neutralização da emissão de carbono, justamente um dos grandes vilões do processo de mudanças climáticas na Terra.
O aquecimento global e as mudanças climáticas podem ser entendidos como variações além dos níveis normais da retenção de calor na atmosfera terrestre, e se dá pela ação do homem, nos últimos 150 anos, na emissão de gases poluentes e sua concentração na atmosfera, provocando o chamado efeito estufa.
Para compreendermos melhor esse fenômeno climático, é preciso entender o ciclo do carbono:
Para visualizar o ciclo do carbono,
Como vimos, o aumento da queima de combustíveis fósseis por parte das indústrias, setores de produção energética e transportes, e do desmatamento das florestas tropicais, tem levado, nas últimas décadas, a um profundo desequilíbrio no ciclo do carbono, afetando todo o clima do planeta.
Além disso, a devastação de florestas faz diminuir os chamados sumidouros, que são ecossistemas naturais com capacidade de absorver o carbono e, com essa retração de áreas vegetais, a liberação de carbono para a atmosfera se torna muito superior aos níveis normais.
De acordo com dados do IPCC das Nações Unidas, hoje a queima de combustíveis representa 80% da emissão de carbono na atmosfera, cerca de 7,2 bilhões de toneladas de carbono ao ano, enquanto que o uso indevido dos solos representam 20%, ou 1,6 bilhão de toneladas ao ano.
Embora uma parte considerável da queima de combustíveis se dê substancialmente nos países mais ricos, não podemos desprezar o aumento dessa parcela também nas regiões mais pobres do planeta, mesmo sendo a mudança no uso do solo a maior “contribuição” dos países subdesenvolvidos para as mudanças climáticas, como podemos ver no quadro a seguir:
Desde o final do séc. XVIII se verifica um aumento considerável na concentração de CO2 na atmosfera e isso se deu como resultado da demanda por grandes quantidades de combustíveis fósseis para alimentar a Revolução Industrial.
A partir de então, os índices indicam um aumento de 280 ppm (partes por milhão) em 1750 para uma média de 379 ppm em 2005, ou seja, um aumento de 31%. Isso significa uma capacidade maior da atmosfera em reter calor, aumentando a temperatura no planeta.
Também o IPCC nos mostra que entre 1995 e 2005, o índice de concentração de CO2 cresceu a 1,9 ppm por ano, média superior ao aumento de 1,4 ppm verificado entre 1960 e 2005 (RELATÓRIO IPCC/ONU, p. 3, 2007).
Portanto, analisando os dados que colocam na indústria e na atividade econômica humana a grande emissão de carbono na atmosfera, podemos concluir que o aquecimento atual não é parte do ciclo natural do planeta ou um fenômeno autônomo à ação humana, mas consequência de um estilo de vida iniciado na Revolução Industrial e ainda praticado pelos 6,5 bilhões de habitantes.
Fonte: UCAR & NOAA. Outono de 1997. Reports to the Nation on Our Changing Climate.
O aquecimento global pode ser considerado responsável por 150 mil mortes a cada ano em todo o mundo, devido às ondas de calor, inundações, e doenças acarretadas por catástrofes naturais – como furacões e grandes tempestades, que se tornam mais comuns com as mudanças climáticas.
Caso nenhuma ação seja posta em prática, as mudanças climáticas podem trazer efeitos catastróficas para o planeta, como (PINTO, p. 15, 2008):
Maior frequência de grandes fenômenos climáticos extremos.
Escassez na oferta de recursos hídricos e não renováveis.
Transformações nos ecossistemas.
levação do nível do mar e inundação permanente de grandes áreas litorâneas.
Derretimento das calotas polares e grandes coberturas de gelo em todo o planeta.
Impacto na capacidade produtiva agrícola e nas condições de saúde e bem-estar de toda a população mundial.
Poluição
“A poluição automóvel é, em grande parte, local, i.e., afeta diretamente as populações existentes no local em que é gerada. No entanto, uma vez que muito dessa poluição é atmosférica, tem a capacidade de ultrapassar fronteiras, afetando não só os locais de origem, mas também zonas a milhares de quilômetros de distância. Essa poluição dá origem aos chamados efeitos globais, que se tornam cada vez mais preocupantes, por afetaram grandes áreas ou mesmo todo o globo”. (Luís Neves, 2004)
Quando falamos em poluição não devemos pensar apenas no lançamento de dejetos poluentes no ar ou nos mares, mas também é preciso levar em consideração a poluição do solo e a poluição nuclear, uma das grandes preocupações dos ambientalistas na atualidade.
De acordo com a legislação brasileira (Lei 6.938/81, Art.3, III) poluição é a “(…) degradação da qualidade ambiental (…)” que direta ou indiretamente prejudiquem a saúde, segurança e o bem-estar da população, que criem condições adversas às atividades sociais e econômicas, que afetem desfavoravelmente a biota, as condições estéticas ou sanitárias do ambiente ou que lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões estabelecidos.
No que tange à poluição ambiental, é importante lembrarmos o caráter transfronteiriço próprio da interdependência global do tema, colocando a poluição como um dano para toda a humanidade ou para grandes áreas geográficas, não estando limitada às fronteiras nacionais e nem mesmo ao distanciamento entre os grandes continentes.
Se a emissão de dejetos causadores da poluição é local, suas consequências são globais:
Poluição atmosférica: Produzida pela atividade industrial e pela queima de combustível nos transportes, a poluição atmosférica afeta diretamente o ar que respiramos e tem relevante impacto na saúde humana.
Poluição da água: Pode ser considerada a mais antiga e comum pela tradicional prática humana de se agrupar próximo a recursos hídricos como lagos, rios e no litoral. Embora, atualmente, existam leis que legislam sobre a emissão de poluentes nas águas por parte da atividade industrial e usos residenciais nas cidades, ainda são muitos os exemplos do lançamento de esgoto, dejetos químicos e derramamento de combustíveis nos rios e mares.
Poluição do solo: A contaminação dos solos pode ser dá através de diversas situações, desde o descarte incorreto de lixo até o uso indiscriminado de agrotóxicos e pesticidas.
Poluição nuclear: Muito polêmica, a utilizaçãoda energia nuclear é vista por muitos governos como uma fonte segura, eficiente e não poluente de energia. Por outro lado, o impacto provocado pelos acidentes nucleares e o material produzido pelas usinas nucleares – o lixo radioativo – são vistos pelos ambientalistas como razão fundamental para o abandono desse tipo de produção energética.
A poluição nuclear pode ocorrer justamente por conta das dificuldades ou erros na destinação dos materiais radioativos oriundos da atividade de usinas desse tipo, além dos eventuais – porém inúmeros acidentes já ocorridos em diversas partes do mundo.
Em 1986 o mundo assistiu ao maior e mais assustador acidente nuclear da história, na Central Nuclear de Chernobyl, Ucrânia, levando a rápida evacuação de cerca de 200 mil pessoas. Mais recentemente vimos um acidente de grandes proporções na Usina Nuclear Fukushima-Daiichi no Japão, após o forte terremoto e tsunami que destruíram parte do litoral norte japonês em 2011)
O principal argumento dos defensores da energia nuclear é o baixo grau poluente do lixo radioativo em comparação com o lixo comum produzido por fábricas e residências.
Isso porque os restos radioativos passam por um rigorosíssimo controle de destinação e gerenciamento por parte dos governos e das organizações internacionais, enquanto que o lixo comum nem sempre recebe a mesma atenção ou provoca tanta apreensão por parte das autoridades.
A diferença primordial entre esses tipos de dejetos, entretanto, gira em torno da capacidade de permanecer poluindo ao longo do tempo, já que o lixo nuclear pode ficar ativo por milhares de anos, exigindo monitoramento constante e, em situação de vazamento ou acidente, causar danos à saúde das pessoas, animais e ecossistemas por muitas gerações.
Compartilhamento de novas tecnologias 
“As inovações tecnológicas (...) são capazes de minimizar a emissão de monóxido de carbono e de óxidos de nitrogênio, por exemplo, a níveis bem inferiores aos que a legislação atual exige”.
(Sônia Hess, FAPESP, 2006)
A fim de manter as condições necessárias de desenvolvimento econômico e industrial e diminuir o impacto sobre o meio ambiente e os recursos renováveis, há cerca de duas décadas começam a proliferar estudos científicos que buscam uma utilização mais racional da tecnologia a fim de garantir sustentabilidade ao setor produtivo.
É claro que essas ações, sobretudo tomadas por grandes empresas e governos, é resultado direto da conscientização sobre o tema ambiental e da divulgação de um grande número de relatórios e estudos por parte das organizações internacionais e grupos ambientalistas.
Como vimos na aula sobre o “capitalismo verde”, a produção sustentável e o lançamento de produtos ambientalmente responsáveis foi uma adaptação das indústriais às novas exigências de consumo das sociedades educadas quanto à questão da degradação ambiental.
Mas nosso interesse aqui não é apontar para a modernização dos meios de produção para fins de garantir menor emissão de poluentes ou descarte de dejetos. O que estamos levando em conta é a própria utilização de novas tecnologias para “observar” e “fiscalizar” as questões ambientais, ou seja, a tecnologia como facilitadora na defesa do meio ambiente.
No entanto, é preciso lembrar que não são as tecnologias que permitirão um uso racional ou agirão como um obstáculo na relação de exploração do homem sobre os recursos naturais, pois esse comportamento advém de uma cultura equivocada e irracional sobre as possibilidades de regeneração da biosfera e em sua capacidade de abastecer as necessidades humanas (MACIEL, p. 84, 2005).
Um exemplo da tecnologia a favor do meio ambiente é a utilização de satélites para o monitoramento da floresta amazônica, a fim de identificar pontos de degradação, queimadas e desmatamento (Projeto SIVAM).
(Projeto SIVAM).
Outro setor brasileiro que é referência mundial é o bicombustível, visto como saída para a produção de combustíveis menos poluentes e ambientalmente renováveis.
Além desse exemplo, se identifica cada vez mais nos países desenvolvidos a utilização de recursos tecnológicos para fins de agrupamentos humanos e extração de recursos naturais com baixo impacto no meio ambiente.
Para fortalecer essa prática, bancos de fomento, públicos e privados, incentivados ou não por setores governamentais, dispõem de créditos e financiamentos próprios para a aquisição de inovação no âmbito tecnológico.
Também podemos perceber aqui um novo “filão” empresarial, o que não o desqualifica como por sua importância em termos de um novo relacionamento entre o homem e o meio ambiente.
A tecnologia em questão não se restringe apenas no setor industrial, e é percebido também nas residências e nos pequenos comércios. Nas empresas de grande poder, no entanto, essa tecnologia rapidamente garantiu a adesão dos setores mais vanguardistas por garantir uma imagem politicamente correta e ainda, em alguns casos, diminuir os custos de produção ou otimizar processos produtivos.
No tratamento de esgoto, por exemplo, já existem empresas com sistema de tratamento da água para fins de reutilização, como irrigação, limpeza e alimentação hidráulica de maquinários, diminuindo seus custos com fornecimento de água.
Segundo o relatório da WWF, até 2020 os setores que desenvolvem tecnologias limpas se tornarão o terceiro mais lucrativo no mundo, atrás apenas da indústria de produtos eletrônicos e a automobilística, movimentando até 1,6 trilhão de euros.
Já no ano de 2007, os ganhos desses setores ultrapassaram a marca de 630 bilhões de euros, valor superior aos ganhos da indústria farmacêutica.
No setor energético, por sinal, os exemplos são muitos, como o uso de energias eólica e solar, a ampliação das pequenas centrais hidrelétricas, a energia produzida a partir de sementes oleaginosas, entre outras.
Aula 7: Temas ambientais contemporâneos 
 
Síntese da Aula
Sintese desta Aula
Nesta aula você:
Compreendeu o significado da degradação ambiental para a sobrevivência do planeta.
Aprendeu o que é o aquecimento global e outras ameaças ao meio ambiente.
Analisou as soluções apresentadas por meios científicos e políticos.
Para saber mais sobre o Aquecimento Global, veja o documentário: “Uma Verdade Inconveniente”, de Davis Guggenheim e com a participação do senador estadunidense Al Gore. 
Sobre os principais problemas ambientais globais, veja o texto de Paulo Nogueira Neto: “Os Grandes Problemas Ambientais do Mundo Contemporâneo”. 
Para conhecer o relatório das Nações Unidas sobre o aumento populacional nas próximas décadas, leia: “World Population Prospects The 2006 Revision”. 
Sobre o impacto das mudanças climáticas no Brasil, veja o relatório do Greenpeace: “Mudanças do Clima, Mudanças de Vidas”
Aula 7: Temas ambientais contemporâneos
Na próxima aula, conheceremos:
O papel do Brasil no debate ambiental global.
A inserção dos temas ambientais na agenda política brasileira.
POLITICA GLOBAL E AMBIENTAL
Aula 8: O Brasil e o cenário ambienal e global
	
		Ao final desta aula, você será capaz de: 
1. Avaliar a importância do Brasil nos debates sobre o meio ambiente.
2. Identificar as políticas, legislações e órgãos criados no âmbito nacional brasileiro para tratar da questão ambiental.
Brasil: a maior reserva ambiental do planeta
ATIVIDADE PROPOSTA
Leia o texto a seguir:
Em 1983, a Natura colocou no mercado o primeiro refil para produtos de alto consumo no Brasil, como shampoos e desodorantes. A medida contribuiu para a redução do uso de água, energia e matéria-prima para a confecção de embalagens.
Além da economia na produção, o lançamento do primeiro refil foi um importante marco na abordagem da questão ambiental na Natura, segundo Rodolfo Guttilla, diretor de assuntos corporativos e relações governamentais da Natura. “Aos poucos essa variante foi sendo incorporada à estratégia da empresa e novas oportunidades de negócios foram identificadas, como a linha Ekos, lançada em 2000. Os produtosdessa linha são desenvolvidos a partir de ativos da biodiversidade brasileira, extraídos e processados de forma sustentável.
Essa postura tornou-se um diferencial competitivo e teve influência na conquista de novos mercados, inclusive no exterior”, afirma Guttilla (Revista Socioambiental, 2008).
ATIVIDADE PROPOSTA
Leia o texto a seguir:
Gabarito comentado
( v) Nos últimos anos verificou-se uma verdadeira enxurrada de produtos ambientalmente responsáveis nos mercados brasileiros, acompanhando uma conscientização crescente da nossa população.
GABARITO COMENTADO: É verdade, segundo dados das confederações das indústrias brasileiras, a conscientização ambiental do povo brasileiro tem exercido uma poderosa pressão sobre as empresas, que se veem obrigadas a produzir a fim de atender às novas demandas da sociedade.
( X ) A conscientização ambiental também é protagonizada pelas próprias empresas e indústrias, isso porque elas precisam estar preparadas para enfrentar a concorrência estrangeira que já está adequada aos novos modelos de produção sustentável
. GABARITO COMENTADO: Além disso, com o contínuo processo de internacionalização de empresas brasileiras e o aumento das exportações nacionais para o mundo todo, estar adequado às novas exigências de mercado é uma necessidade de sobrevivência empresarial.
( X ) Uma prova do sucesso das empresas brasileiras ambientalmente responsáveis é a receptividade dos produtos nacionais no exigente mercado europeu e canadense, onde as condições do produto e a garantia de um ciclo produtivo responsável já são valores vistos como prioritários pelo consumidor final.
GABARITO COMENTADO: Até joias e bijuterias ambientalmente responsáveis estão nos itens com exportação crescente para a Europa, aliando a beleza nas pedras e sementes brasileiras à criatividade de nossos designers e à sustentabilidade dos ecossistemas.
( X ) Mesmo que tenham um valor um pouco maior que os produtos tradicionais, os produtos “verdes” ou “renováveis” estão ganhando apoio da população e adesão na hora das compras
GABARITO COMENTADO: Também é verdade. Pesquisa feita pela Kantar Worldpanel indica que 73% dos brasileiros pagariam mais por produtos ambientalmente responsáveis, embora a média de aceitação na América Latina esteja na casa dos 76%.
Em 1983, a Natura colocou no mercado o primeiro refil para produtos de alto consumo no Brasil, como shampoos e desodorantes. A medida contribuiu para a redução do uso de água, energia e matéria-prima para a confecção de embalagens.
Além da economia na produção, o lançamento do primeiro refil foi um importante marco na abordagem da questão ambiental na Natura, segundo Rodolfo Guttilla, diretor de assuntos corporativos e relações governamentais da Natura. “Aos poucos essa variante foi sendo incorporada à estratégia da empresa e novas oportunidades de negócios foram identificadas, como a linha Ekos, lançada em 2000. Os produtos dessa linha são desenvolvidos a partir de ativos da biodiversidade brasileira, extraídos e processados de forma sustentável.
Essa postura tornou-se um diferencial competitivo e teve influência na conquista de novos mercados, inclusive no exterior”, afirma Guttilla (Revista Socioambiental, 2008).
Detentor de algumas das características mais importantes do mundo quando se fala em meio ambiente e natureza, o Brasil ganha destaque nos debates internacionais e chama atenção no modo como cuidamos de nossas florestas, recursos hídricos, ecossistemas e espécies animais e vegetais. Temos em nosso território a maior parte da maior floresta do mundo, a Amazônia; possuímos um dos maiores reservatórios de água portável do planeta, também na bacia amazônica; nossa biodiversidade de espécies ocupa cerca de 2/3 de toda a biodiversidade global; já fomos chamados de “pulmão do mundo” por conta da capacidade de nossas árvores em relação à emissão de carbono e, como se não bastasse, começamos o séc. XXI anunciando a maior descoberta de petróleo em todo o mundo nos últimos 50 anos.
Mas e nossos governantes? Como a questão ambiental tem sido abordada na agenda política? De que forma nossas imensidões ambientais e exuberância de números se tornaram preocupação formal do Estado brasileiro? Para compreender tudo isso e verificar a capacidade do Brasil no enfrentamento da degradação ambiental e na exploração de recursos naturais, é preciso ver a nossa legislação, os órgãos criados pelos governos a fim de tratar do tema ambiental e, por fim, analisar como o mundo enxerga a postura brasileira frente à agenda ambiental global.
A inserção do ambientalismo no Brasil
Como já vimos, uma das primeiras iniciativas no sentido de proteção ambiental se deu com a criação de parques ambientais nos Estados Unidos, fato que também pode ser identificado ainda no Brasil Imperial com a criação do Jardim Botânico do Rio de Janeiro em 1808, sob forte influência dos ideais preservacionistas e repouso cultivado na Alemanha e Inglaterra.  No âmbito artístico, a exuberância da flora e fauna local também esteve fortemente presente entre os anglo-saxônicos em países coloniais, dando peso significativo à importância do meio ambiente no Brasil como fator diferenciado frente às outras regiões conhecidas e administradas pelos impérios europeus.
As lutas ambientalistas e o conservacionismo, no entanto, somente se aproximariam da sociedade brasileira com a influência dos movimentos de contracultura na década de 1960, quando nos Estados Unidos grupos e ativistas políticos começavam a questionar o status quo e a manutenção de velhos modismos de consumo, cuja valorização morava na imagem do consumo voraz e contínuo do american way of life. Mesmo sobre a forte repressão da ditadura militar brasileira, não demorou a surgir no cenário civil de grandes cidades, como Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre, os primeiros movimentos influenciados pelas atitudes preservacionistas e conservacionistas voltados para a questão ecológica e a preservação de matas regionais (WALDMAN, 1992).
mportante notar que durante os governos militares houve uma clara escolha política pela manutenção do latifúndio agrícola e a adoção de medidas de modernização no campo com vistas à grande produção agrícola, sobretudo no setor de grãos. Esse processo pode ser verificado na ação do governo em incentivar a atração de empresas estrangeiras do setor de insumos químicos, maquinários e equipamentos de grande escala para a produção no campo. Além disso, viu-se a criação de centros e órgãos de pesquisa como a EMBRAPA, EMBRATER  e as EMATERs, cujos objetivos eram garantir competitividade ao produto agrícola nacional frente aos nossos solos e clima (FRONCHETI, p. 17, 2001).  
Conscientização global sobre o meio ambiente
A mudança na conscientização global sobre o meio ambiente gerou pressões sociais em todos os níveis, também a mídia passou a exercer uma importante função na disseminação dos temas ambientais na sociedade brasileira com a crescente produção de matérias jornalísticas e, ate mesmo, com a teledramaturgia que incorporava as questões ambientais e as mazelas do subdesenvolvimento nos folhetins dos canais de televisão.
Em 1976 a Rede Globo de Televisão lança a novela O Grito, cujo tema central era o debate ecológico e a preservação do meio ambiente.
A Agenda Política Brasileira
 Como já é possível perceber, após a Rio-92 o tema ambiental entra de vez para a agenda política, empresarial e social no país. Para muitos autores, um dos grandes legados da conferência de 1992 foi colocar o Brasil como protagonista do tema para a sua própria sociedade, que ainda não vislumbrava ou compreendia a importância da preservação do ecossistema apropriadamente (SETUBAL, p. 13, 198).
Uma das questões que se tornou latente foi a posição do país vis a vis suas vantagens estratégicas, tais como o uso em larga escala da energia hidrelétrica, um programa de biocombústivel consolidado, possibilidades

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