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TEMAS 01 A 03 MEIO AMBIENTE E SUSTENTABILIDADE

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Histórico dos problemas ambientais
Profª. Juliana Velloso Durão
Descrição
O histórico dos problemas ambientais, a relação da atividade humana,
do modelo de sociedade e do desenvolvimento predominante e os
consequentes problemas ambientais.
Propósito
Compreender a forma como a ação humana tem provocado crescentes
impactos e desafios ambientais é fundamental para o profissional de
meio ambiente e sustentabilidade, que deve conhecer os principais
problemas ambientais da atualidade e sua associação com o atual
modelo de desenvolvimento para uma atuação profissional eficiente na
área.
Objetivos
Módulo 1
Histórico da relação do homem com o meio
ambiente
Reconhecer o histórico de problemas ambientais enfrentados pela
humanidade desde a industrialização.
Módulo 2
Principais marcos ambientais
Identificar os principais marcos ambientais.
Módulo 3
Modelo de desenvolvimento e urbanização da
sociedade
Descrever o modelo de desenvolvimento atual como promotor de
problemas ambientais.
Módulo 4
As nove fronteiras planetárias
Listar as nove fronteiras planetárias.
É inevitável que o ser humano cause algum impacto ambiental
como consequência de suas ações e escolhas. Entretanto, esses
impactos se tornaram expressivos a partir da industrialização, mais
especificamente, a partir do estabelecimento da sociedade de
consumo, que segue a lógica produção-consumo-descarte.
O modelo de desenvolvimento atual baseado em crescimento
contínuo, cujo indicador de progresso é medido pelo produto
interno bruto (PIB), só tem ampliado e agravado o histórico de
problemas ambientais.
Introdução
1 - Histórico da relação do homem com o meio ambiente
Ao �nal deste módulo, você será capaz de reconhecer o histórico de problemas ambientais
enfrentados pela humanidade desde a industrialização.
O homem e o meio ambiente antes da
Revolução Industrial
Nós, humanos, somos moradia de outros seres vivos, nutrimo-nos de
outros organismos e, quando morremos, os micro-organismos
Diante disso, desde a metade do século XX, a humanidade vem
enfrentando desafios ambientais cada vez mais complexos, tanto
locais como globais. Com o passar do tempo, devido à falta de
priorização dessas questões, tais desafios ganharam cada vez
mais relevância e passaram a representar grande ameaça para a
vida da Terra.
Atualmente, a partir de muitos relatórios e estudos científicos,
sabe-se que a humanidade enfrenta o maior desafio ambiental de
todos os tempos: a questão climática. Além disso, sabe-se também
que ultrapassamos a maioria das nove fronteiras planetárias, que
são essenciais para a sobrevivência da espécie humana no planeta.
A partir de agora, prepare-se para a reflexão sobre um assunto que
envolve todos nós.
reaproveitam a matéria orgânica que formava nossos corpos. A história
humana diz respeito ao modo como a humanidade se relaciona entre si
e com a natureza externa a ela, que chamamos de meio ambiente
(ALBUQUERQUE, 2007).
Ao longo do tempo, a humanidade vem se relacionando de diferentes
maneiras com o meio ambiente. Desde a descoberta do fogo, da
agricultura e da pecuária, a capacidade de transformar e alterar a
natureza gradualmente se tornou cada vez mais expressiva. No início, os
humanos mais se adaptavam ao meio do que tentavam alterá-lo; no
entanto, em algum momento, começaram a alterá-lo para colocá-lo a
seu serviço e, utilizando suas potencialidades, construíram diversas
civilizações, dominaram o fogo, inventaram a roda, plantaram sementes
escolhidas e domesticaram animais (ALBUQUERQUE, 2007, p. 27).
Impactos ambientais ocorrem desde que o homem surgiu no planeta.
Recursos naturais importantes, como madeira, por exemplo, já se
tornaram elementos escassos para diferentes civilizações e em
diferentes períodos, como na Grécia, no final do século V a.C. Os
romanos, em período a.C., já reclamavam da poluição do ar,
demonstrando a ocorrência de impactos ambientais a partir da ação
humana em diferentes épocas e contextos.
A grande questão, no entanto, é a magnitude e a escala do impacto do
homem no meio ambiente. Nem sempre as interferências causadas pela
humanidade geraram tantos problemas como estes com que nos
deparamos hoje.
Como tem sido a relação da humanidade com o meio
ambiente desde a industrialização?
A Revolução Industrial pode ser considerada um marco emblemático. A
partir dela, mais precisamente do estabelecimento da sociedade de
consumo, os impactos ambientais da raça humana sobre o meio
ambiente se tornaram insustentáveis e destrutivos.
Revolução Industrial: marco da
relação do homem com o meio
ambiente
A Revolução Industrial é um símbolo relevante da mudança de trajetória
da espécie humana no planeta, pois alteram-se os padrões de produção
e consumo nos séculos XVIII e XIX, que começam a basear-se na
exploração crescente de recursos naturais e do trabalho que se tornou
predatória para obtenção de crescente capital e alterou
significativamente as relações entre o homem e o meio ambiente.
Saiba mais
A Revolução Industrial, iniciada na Inglaterra em meados do século XVIII,
institucionalizou o capitalismo industrial com novas formas de
produção apoiadas no uso de máquinas, na produção em grande escala
e no consumismo como alicerce da economia (LEAL et al., 2018).
Quando as primeiras indústrias foram criadas, os problemas ambientais
eram pouco expressivos, pois ainda não havia concentração
populacional e a produção era de baixa escala. Não existiam exigências
ambientais e o símbolo do progresso era a fumaça saindo de chaminés
das fábricas sem nenhuma ou pouca associação à poluição que já era
gerada.
Ilustração de fábrica em pleno funcionamento, em 1860.
O agravamento da situação começou com a Segunda Revolução
Industrial, quando é estabelecida e consolidada a sociedade de
consumo. Empresas passam a aumentar suas escalas produtivas e
precisam escoar a produção. Os cidadãos se tornam consumidores, que
precisam consumir de forma contínua e crescente.
A Revolução Industrial é um importante marco
histórico da epistemologia ambiental. Foi naquele
momento em que as cidades ou a burguesia
ganhavam forças perante o sistema
feudal/absolutismo, que a noção de apropriação
da natureza ganhava coro, tornando o grau de
desenvolvimento e progresso de determinada
sociedade totalmente vinculados à capacidade de
dominação e emancipação do homem perante o
meio.
(NAVES; BERNARDES, 2014, p. 21)
Com a industrialização e a sociedade moderna, foram criadas novas
tecnologias e, com isso, a indústria começa a ganhar escala e
produtividade. À medida que mais produtos são fabricados, mais
recursos naturais são necessários, mais itens são consumidos e mais
resíduos são gerados, ocasionando maior poluição do ar, do solo e da
água. Assim, mais impactos ambientais são evidenciados e acirrados.
Nesse momento, consolidou-se a ideia de que uma natureza intocável é
um entrave ao desenvolvimento da economia dos países, bem como
pensou-se que não é possível ter crescimento econômico sem a
apropriação dos recursos naturais. É importante ressaltar a incoerência
existente, pois os recursos naturais, apesar de abundantes, são finitos,
em sua grande maioria.
Ilustração demonstrando despejo de poluentes industriais.
A consolidação da industrialização fez crescer a construção de fábricas,
que se concentravam e geravam mais ambientes urbanos, tornando-se
um espaço de grande circulação de recursos materiais e humanos, com
geração exacerbada de resíduos, assim como grandes quantidades de
poluentes lançados no ar, na água e no solo.
Um marco na relação homem-meio
ambiente: Antropoceno
Antropoceno é um termo cunhado por Paul Crutzen, Prêmio Nobel de
Química em 1995, e demonstra o momento que vivemos, no qual o
humano (antropo) domina a atual era geológica (ceno).
Paul Crutzen (1933-2021)
Estamos na Era dos Humanos, com uma população de mais de sete
bilhões de pessoas, que segue crescendo e dominando todas as outras
espécies do planeta. Não existe atualmenteuma região na Terra que
não seja afetada direta ou indiretamente pela espécie humana e isso é
inédito.
De acordo com Alves (2020), o Homo sapiens surgiu e se espalhou pelo
mundo no Pleistoceno e apenas no Holoceno a civilização emergiu e a
espécie humana se tornou onipresente no planeta. A população mundial
era de cerca de 5 milhões de habitantes no princípio do período
Holoceno, há 12 mil anos.
O termo antropoceno foi criado com base na dimensão
do impacto destruidor das atividades humanas sobre o
ambiente, legitimando a época da dominação humana. O
Antropoceno representa algo negativo, um período da
história da Terra em que o ser humano se tornou a grande
força por trás da degradação ambiental e o propulsor de
ações que provavelmente levarão a catástrofes
ecológicas.
A destruição de florestas através das queimadas provocadas pelo homem.
O Antropoceno simboliza uma expressiva mudança da relação do
homem com o meio ambiente, na qual a humanidade se destaca das
demais espécies animais por seu impacto crescente e negativo no
planeta. O homem se converteu em uma força geológica,
assemelhando-se a forças naturais, no que diz respeito ao impacto e à
capacidade de modificar o planeta. Assumiu, portanto, papel de
destaque na geologia e na ecologia. Considerando a perspectiva
química, biológica e das ciências ambientais, vive-se hoje o momento
em que o ser humano alterou e está alterando cada vez mais o equilíbrio
do sistema terrestre.
Comentário
Sabemos que o homem tem modificado o planeta e, em alguns casos,
de forma irreversível. Sabemos ainda que os conceitos do Holoceno não
podem mais ser usados. Logo, o futuro da humanidade no planeta
depende do estabelecimento de ações urgentes para otimizar a relação
do homem com o meio ambiente.
Pegada ecológica
A pegada ecológica é uma metodologia criada por pesquisadores da
instituição Global Footprint Network (GFN), em 1993, para mensurar os
impactos do consumo humano sobre os recursos naturais. Ela fornece
elementos para repensar nosso impacto e nossos hábitos de consumo,
bem como estabelecer atitudes para adequá-los à capacidade ecológica
do planeta.
É uma metodologia de contabilidade ambiental que avalia a pressão do
consumo da humanidade sobre os recursos naturais. Ela permite
comparar diferentes padrões de consumo e verificar se são compatíveis
com a capacidade ecológica da Terra. Permite também avaliar a
demanda humana por recursos naturais renováveis com a capacidade
regenerativa do planeta.
A pegada ecológica equivale ao tamanho da área produtiva de terra e de
mar necessária para gerar produtos, bens e serviços utilizados no
cotidiano. É um meio de interpretar, em hectares (ha), a extensão
territorial que uma pessoa ou uma sociedade utiliza, em média, para
sustentar seu consumo. O cálculo é feito somando as áreas necessárias
para fornecer os recursos naturais renováveis utilizados, com as que
são ocupadas por infraestrutura, como cidades, por exemplo, e as áreas
necessárias para a absorção de gases de efeito estufa — GEE (WWF,
2013).
A pegada ecológica do Brasil é mensurada pela instituição ambiental
WWF e, segundo a organização (WWF, 2013), estudos recentes
acenderam um alerta vermelho ao demonstrar que o consumo
exagerado e sem controle está extrapolando a capacidade ecológica do
planeta.
Desde a década de 1960, a demanda mundial por recursos naturais tem
crescido de forma expressiva a cada ano e, a partir de 1966, dobrou.
Atualmente, a humanidade demanda o equivalente a um planeta e meio
para suprir o estilo de vida da sociedade.
O cálculo da pegada ecológica envolve:
A pegada ecológica brasileira é de 2,9 hectares globais por habitante,
indicando que o consumo médio de recursos ecológicos pelo brasileiro
é bem próximo da média mundial da pegada ecológica por habitante, de
2,7 hectares globais.
Você sabe o que é biocapacidade?
Carbono Áreas de cultivo
Representa a capacidade dos ecossistemas em produzir materiais
biológicos úteis e absorver os resíduos gerados. Assim como a pegada
ecológica, a biocapacidade é expressa em uma unidade comum, o
hectare global (gha).
Dia da Sobrecarga Global
Acompanhe agora a especialista Juliana Velloso Durão apresentando o
conceito de Dia da Sobrecarga da Terra. Vamos lá!
Após apresentarmos esses conceitos, temos uma pergunta para a sua
reflexão:
Qual é o tamanho da sua pegada ecológica?
Você troca os aparelhos eletrônicos e eletrodomésticos a cada modelo
novo que surge no mercado e adora um importado? E como você se
locomove pela cidade? Usa o carro para tudo? Ou utiliza mais o
transporte público, a bicicleta? E na hora de se alimentar, o que você
escolhe? Seus alimentos são produzidos perto de casa ou você
consome apenas produtos industrializados e importados? Você come
carne, frango ou peixe todo dia ou consome mais legumes e vegetais
frescos?
As perguntas acima parecem estranhas, mas as respostas a elas
interferem na sua pegada ecológica. Embora não percebamos, todas as
decisões que tomamos no nosso dia a dia geram impactos sobre o
planeta.
Nossa passagem pela Terra deixa marcas, ou pegadas, que podem ser
maiores ou menores, só depende da escolha diária que fazemos como
cidadãos e consumidores.

Vem que eu te explico!
Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo
que você acabou de estudar.
Módulo 1 - Vem que eu te explico!
Você já ouviu falar do antropoceno?
Módulo 1 - Vem que eu te explico!
Você já mediu sua pegada ecológica?
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1
A Revolução Industrial é considerada um marco na relação do homem
com o meio ambiente, quando os impactos ambientais se tornam cada
vez maiores e desafiadores. Indique a mudança provocada pela
Revolução Industrial que agravou a relação entre o ser humano e o meio
ambiente:
A
A Revolução Industrial diminuiu o consumo de
recursos naturais e legitimou uma trajetória de
crescimento contínuo na economia.
A Revolução Industrial alterou os padrões de
d ã b
B
produção e consumo, que começaram a basear-se em
exploração crescente de recursos naturais e do
trabalho, institucionalizando a busca por um
crescimento econômico contínuo.
C
Com a Revolução Industrial, a sociedade passou a se
desenvolver em termos socioeconômicos e a buscar
alternativas para diminuir os impactos ambientais,
que têm diminuído ao longo do tempo.
D
A Revolução Industrial trouxe avanços expressivos
para a sociedade; com os aprimoramentos
tecnológicos, promoveu o aumento expressivo do
consumo e, consequentemente, da qualidade de vida
da humanidade.
E
A Revolução Industrial alterou os padrões de consumo
e produção que começaram a basear em consumo
apenas de recursos renováveis, promovendo o
crescimento econômico contínuo concomitante à
diminuição das desigualdades.
Parabéns! A alternativa B está correta.
A Revolução Industrial promoveu a alteração dos padrões de produção e consumo da sociedade, que passaram
a se basear em exploração crescente de recursos naturais e do trabalho. Além disso, a revolução preconiza a
busca por um crescimento econômico contínuo pela sociedade.
Questão 2
A pegada ecológica é uma metodologia que permite mensurar o
impacto ambiental individual ou de uma sociedade ao longo de um
período definido. Os componentes utilizados para o cálculo da pegada
ecológica são
A
carbono, áreas de cultivo, pastagens, florestas, áreas
construídas e estoques pesqueiros.
B
carbono, área industrial, agricultura, florestas, área
desmatada e estoques pesqueiros.
2 - Principais marcos ambientais
Ao �nal deste módulo, você será capaz de identi�car os principais marcos ambientais.
O livro Primavera silenciosa e sua
C
emissão de oxigênio, recursos hídricos, agricultura,
área plantada, área desmatada e estoques agrícolas.
D
carbono, área urbana, área rural, transportes,
agricultura, florestas, área desmatada e estoques
pesqueiros.
E
carbono, área industrial,área rural, florestas, estoques
alimentícios e estoques pesqueiros.
Parabéns! A alternativa A está correta.
A pegada ecológica é calculada com base em: carbono, áreas de cultivo, pastagens, florestas, áreas
construídas e estoques pesqueiros.

importância na questão ambiental
Em 1962, a bióloga Rachel Louise Carson lançou o livro Primavera
silenciosa e se tornou responsável pela maior revolução ecológica dos
Estados Unidos e do mundo. Embora o título remeta a um romance ou a
uma poesia, seu objetivo foi denunciar a presença duradoura de
produtos químicos tóxicos na água e na terra, a presença de
DDT(Dicloro-difenil-tricloroetano) até no leite materno, bem como sua
ameaça a outras criaturas, especialmente pássaros canoros.
Rachel Louise Carson (1907-1964)
Carson documentou no livro a observação de quatro anos dos perigos
do uso de pesticidas e herbicidas. Seu título era uma referência ao
silêncio dos pássaros mortos pela contaminação dos agrotóxicos.
Nunca um livro havia feito tanto barulho a favor do meio ambiente.
Em seu primeiro capítulo, intitulado “Uma fábula para o amanhã”,
descreve, de forma lírica, um lugar onde as árvores não davam folhas, os
animais morriam, os rios contaminados não tinham peixes e,
principalmente, os pássaros que cantavam na primavera haviam
sumido. Você relaciona essa paisagem descrita na década de 1960 com
o que vivenciamos hoje?
O livro é considerado o ponto de partida que fez a sociedade olhar com
mais atenção para os descasos ambientais. Ele divulgou de forma clara,
em uma linguagem não científica, os problemas ambientais
ocasionados pelo uso indiscriminado de pesticidas agrícolas e o
processo de bioacumulação deles nos organismos.
Agricultor utilizando pesticidas agrícolas.
A partir da publicação do livro e ao longo dos 16 anos seguintes, Carson
explicou e denunciou o perigo dos pesticidas para o mundo. Seu livro é
emblemático na área ambiental e é um dos grandes marcos que
demonstram o agravamento da relação do homem com o meio
ambiente.
Em 1972, o uso do DDT foi proibido nos Estados Unidos, e a revista Time
incluiu a autora na lista das 100 pessoas mais influentes do século XX.
Em 1992, um grupo de escritores americanos elegeram Primavera
silenciosa como o livro mais influente dos últimos 50 anos naquele país
e no mundo.
Você sabia que os defensivos agrícolas mais utilizados no mundo são
os herbicidas à base de glifosato?
O glifosato foi descoberto pela Monsanto em 1970 e é o
agrotóxico mais popular do Brasil. O defensivo é usado para
eliminação de ervas daninhas na agricultura.
O glifosato é um herbicida não seletivo, ou seja, mata a maioria
dos vegetais. Por conta disso, seu uso na agricultura se
popularizou associado a culturas geneticamente modificadas
para resistir ao princípio ativo.
Na União Europeia, desde 2015, há um amplo debate sobre a
possibilidade de proibição do uso do glifosato, após um relatório
da Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC) ter
classificado a substância como "provável carcinógeno humano",
ou seja, como possível agente causador de câncer.
Na Europa, atualmente, a autorização do uso do glifosato vale
até dezembro de 2022. A Áustria se tornou o primeiro país da
região a banir o produto, em 2019, enquanto a Alemanha planeja
prescindir do herbicida a partir de 2024.
Glifosato 
A água brasileira pode ser considerada potável contendo até 500
microgramas de glifosato por litro, enquanto a água da União
Europeia pode ter no máximo 0,1 micrograma de glifosato, o que
demonstra que o limite brasileiro é 5 mil vezes maior do que o
limite da União Europeia. (CARRANÇA, 2021.)
A importância do livro Primavera
silenciosa
Neste vídeo, a especialista Juliana Velloso falará sobre a importância do
livro Primavera silenciosa, de Rachel Carson, para a sensibilização
acerca do impacto da ação humana no meio ambiente. Vamos lá!
O relatório Limites do Crescimento
Outro marco importante para demonstrar o agravamento dos problemas
ambientais foi a divulgação do relatório do Clube de Roma denominado
Limites do Crescimento em 1972. O relatório foi encomendado pelo
Clube de Roma, um grupo de cientistas liberais, economistas e políticos,
fundado em 1968.
Naquele ano, o empresário italiano Aurelio Peccei, presidente honorário
da Fiat, e o cientista escocês Alexander King se juntaram para promover
um encontro com o objetivo de discutir o futuro da humanidade na Terra
e avaliar questões de ordem política, econômica e social com relação ao
meio ambiente.
Em 1972, o grupo pediu a uma equipe de cientistas do Instituto de
Tecnologia de Massachusetts (MIT), liderada por Dennis e Donella
Meadows, para elaborar um estudo que simulasse a interação do
homem com o meio ambiente, levando em consideração o aumento
populacional e o esgotamento dos recursos naturais.

O relatório produzido sinalizou uma perspectiva sombria sobre o futuro
da humanidade na Terra, defendendo que o crescimento econômico e
populacional esgotaria os recursos do planeta e causaria o colapso
econômico antes de 2070.
Dennis Meadows.
Por meio do relatório, chegou-se à conclusão de que se
a humanidade continuasse a consumir os recursos
naturais como na época, por consequência da
industrialização, eles se esgotariam rapidamente e
levariam a problemas ambientais cada vez mais
graves.
Quase meio século após seu lançamento, as principais conclusões do
relatório continuam atuais. Recentemente, um grupo de pesquisadores
independentes atualizaram o trabalho usando ferramentas analíticas
mais sofisticadas, e as perspectivas não são nada otimistas. Segundo a
atualização do relatório, o mundo não conseguirá atingir os Objetivos de
Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas — um conjunto
de metas sociais, ambientais e de prosperidade para 2030.
Conferência de Estocolmo
A partir da crescente preocupação científica e da sociedade sobre
questões ambientais, a Organização das Nações Unidas (ONU) elaborou
a Conferência Mundial sobre o Homem e o Meio Ambiente em 1972.
Durante essa conferência histórica, também chamada de Conferência de
Estocolmo, foi dado o primeiro grande alerta mundial sobre os graves
riscos ambientais sofridos pelo planeta. A preocupação da comunidade
internacional com os assuntos ambientais era crescente e já se refletia
em medidas de racionalização dos recursos naturais, no planejamento
industrial e urbano, e em esforços para controle da poluição, sobretudo
atmosférica e marinha.
A Conferência de Estocolmo é reconhecida como um
marco nas tentativas de melhorar a relação do homem
com o meio ambiente, e também por ter instaurado a
busca por equilíbrio entre desenvolvimento econômico
e redução da degradação ambiental, que mais tarde
evoluiria para a noção de desenvolvimento sustentável.
Essa conferência contou com a presença de chefes de 113 países e de
mais de 400 instituições governamentais e não governamentais. Uma
das maiores divergências encontradas foi entre os países em
desenvolvimento e os países desenvolvidos.
Se, por um lado, os países desenvolvidos buscavam compromissos
maiores com o meio ambiente, em detrimento do crescimento industrial,
por outro lado, os países em desenvolvimento visavam ao crescimento
industrial independentemente das questões ambientais.
Saiba mais
Embora não tenha sido possível atingir um acordo que estabelecesse
metas concretas a serem seguidas pelos países participantes, durante a
conferência foi concebido um importante documento político
denominado Declaração da Conferência das Nações Unidas sobre o
Meio Ambiente Humano, publicado em 6 de junho de 1972. Este foi o
primeiro documento do direito internacional a reconhecer o direito do
ser humano a ter um meio ambiente de qualidade que permita que ele
viva com dignidade.
Nas duas décadas seguintes à conferência, observou-se um crescente
aperfeiçoamento das legislações nacionais, acompanhado de um
cuidado gradual em estender a cooperação internacional à preservaçãoe melhoria do meio ambiente.
Relatório de Brundtland
Em 1987, foi lançado o relatório Brundtland, também conhecido pelo seu
título Nosso Futuro Comum. Esse documento foi emblemático por
cunhar o termo, muito usado até hoje, de desenvolvimento sustentável.
Gro Harlem Brundtland
Em 1983, a médica Gro Harlem Brundtland, mestre em Saúde Pública e
ex-primeira ministra da Noruega, estabeleceu e presidiu a Comissão
Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento. Brundtland foi
escolhida para essa posição por ser responsável por um trabalho
pioneiro à época, buscando enxergar a saúde relacionada ao meio
ambiente e ao desenvolvimento humano.
O relatório já abordava temáticas relevantes para a humanidade, como o
aquecimento global e a destruição da camada de ozônio, mas que ainda
eram pouco difundidas na sociedade. Além disso, ele estabeleceu uma
série de metas que deveriam ser seguidas pelos países para evitar a
trajetória de destruição ambiental e conter o aquecimento global. Foi a
primeira vez que as nações tentaram criar um consenso para buscar
uma trajetória de desenvolvimento sustentável.
O termo desenvolvimento sustentável é definido pelo
relatório como o desenvolvimento capaz de suprir as
necessidades da geração atual, sem comprometer a
capacidade de atender às necessidades das futuras
gerações. Uma trajetória que não esgote os recursos
naturais para uso futuro.
Entre as medidas apontadas pelo relatório, constam soluções, como:
Garantia de recursos básicos (água, alimentos, energia) a
longo prazo.
Protocolo de Montreal
A Terra é envolta por um gás chamado ozônio (O3). Ele filtra os raios
ultravioleta, protegendo animais, plantas e seres humanos. Sem a
camada de ozônio, os raios ultravioleta poderiam acabar com a vida no
Atendimento das necessidades básicas (saúde, escola,
moradia).
Preservação da biodiversidade e dos ecossistemas.
Limitação do crescimento populacional.
Diminuição do consumo de energia e desenvolvimento de
tecnologias com uso de fontes energéticas renováveis.
Aumento da produção industrial nos países não
industrializados com base em tecnologias ecologicamente
adaptadas.
Controle da urbanização desordenada e integração entre
campo e cidades menores.
planeta. No entanto, na superfície terrestre, ela contribui para agravar a
poluição do ar das cidades e a chuva ácida.
Proteção da Terra pela camada de ozônio em relação aos raios solares.
Cientistas britânicos detectaram, em 1977, um buraco na camada de
ozônio sobre a Antártida. Desde então, há diversos registros de que a
camada está se tornando cada vez mais fina em diversas localidades do
mundo, especialmente nas áreas próximas aos polos.
O problema é que diferentes substâncias químicas destroem o ozônio
quando reagem com ele.
A lista dos produtos que impactam negativamente a camada de ozônio
inclui os óxidos nítricos e nitrosos expelidos por exaustores dos
veículos e o CO2 produzido pela queima de combustíveis fósseis, como
o carvão e o petróleo.
Os mais destrutivos, no entanto, são os clorofluorcarbonetos, CFCs, que
são geralmente usados como propelentes em aerossóis, como isolantes
em equipamentos de refrigeração e para a produção de materiais
plásticos.
O CFC presente em aerossóis é muito prejudicial à camada de ozônio.
De acordo com o Ibama (2021), o Protocolo de Montreal foi acordado
com o objetivo de proteger a camada de ozônio. Para isso, definiu a
necessidade de eliminar a produção e o consumo das substâncias que
causam sua destruição. Esse tratado é consequência da Convenção de
Viena para Proteção da Camada de Ozônio, da qual o Brasil é um dos
países signatários.
Tal protocolo destaca-se como um dos tratados ambientais mais bem-
sucedidos. Isso porque, desde sua origem, países foram estimulados a
assumir o compromisso com a eliminação gradual da produção e do
consumo das substâncias anteriormente referidas.
Curiosidade
O protocolo de Montreal é o único acordo ambiental das Nações Unidas
a ser ratificado por todos os países do mundo, onde as partes
participantes eliminaram 98% das substâncias que destroem a camada
de ozônio e com isso cerca de dois milhões de pessoas são salvas do
câncer de pele todos os anos.(PNUMA, 2019).
Rio-92
Em 1992, o Rio de Janeiro foi sede da Conferência das Nações Unidas
para o Meio Ambiente e Desenvolvimento, que ficou conhecida como
Eco-92 ou Rio-92. A conferência fez com que a conscientização
ambiental e ecológica entrasse definitivamente na agenda dos cinco
continentes do mundo (IPEA, 2009).
Delegações de 175 países, entre chefes de Estado e ministros, se
reuniram para definir medidas a fim de enfrentar os problemas
crescentes da emissão de gases causadores do efeito estufa, entre
outros desafios ambientais.
Representantes de movimentos sociais, da sociedade civil e da iniciativa
privada também estiveram presentes em peso com o objetivo de propor
e apoiar um novo modelo de desenvolvimento econômico que
contemplasse a proteção da biodiversidade e o uso sustentável dos
recursos naturais.
Entre os principais consensos da Rio-92, concluiu-se
que as nações mais desenvolvidas eram as maiores
responsáveis pela destruição do meio ambiente e que
os países em desenvolvimento, como o Brasil, ainda
necessitavam de suporte financeiro e tecnológico para
atingir um modelo sustentável de crescimento.
Como resultado da conferência, foi ratificada a Agenda 21, que
estabelecia diversas políticas e ações compromissadas com a
responsabilidade ambiental. Além disso, apontava as mudanças
necessárias dos padrões de consumo, em relação à proteção dos
recursos naturais e ao desenvolvimento de tecnologias capazes de
melhorar a gestão ambiental dos países. Também foram estabelecidos
outros importantes tratados, como as convenções da Biodiversidade,
das Mudanças Climáticas e da Desertificação, a Carta da Terra e a
Declaração sobre Florestas.
Protocolo de Quioto
O Protocolo de Quioto é um acordo que resultou da Convenção-Quadro
das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCC). Com o
objetivo de combater o aquecimento global, foi negociado e adotado no
Japão, na cidade de Quioto, em 1997, e entrou em vigor em fevereiro de
2005.
A redução da emissão de gases do efeito estufa (GEE) foi um dos compromissos discutidos no
protocolo de Quioto.
Os países signatários se comprometeram a reduzir suas emissões de
gases de efeito estufa (GEE), que são os causadores do aquecimento
global. À data do início de vigência, o acordo alcançou a meta de 50% de
ratificações dentre os 84 signatários originais.
O protocolo tem por base premissas comprovadas pela
ciência de que o aquecimento global é real e causado
pela ação antrópica. Ele foi considerado um dos
compromissos ambientais mais importantes já firmado
no mundo, visto que as mudanças climáticas,
consequência do aquecimento global, representam o
maior desafio ambiental já enfrentado pela
humanidade.
O protocolo foi ratificado por 192 países, além da União Europeia (UE) —
embora os Estados Unidos tenham assinado, se negaram a ratificá-lo.
Segundo o acordo, 37 economias industrializadas (denominadas países
do Anexo 1) se comprometeram a reduzir as emissões totais dos seis
principais gases — dióxido de carbono (CO2), metano (CH4), óxido de
nitrogênio (N20) e três fluoretos (HFC, PFC, SF6) — em pelo menos 5%
até 2012 em comparação com os níveis de 1990.
Os países em desenvolvimento (do Anexo 2) não foram associados a
um compromisso de reduzir os GEE por ainda precisarem avançar em
aspectos socioeconômicos. Eles se comprometeram somente a buscar
reduzir a poluição, sob o princípio de que os países ricos são os
responsáveis históricos pelo aquecimento global e deveriam se
comprometer mais fortemente para as mudanças necessárias.
Rio+20
Em 2012, 20 anos após a Rio-92, ocorreu a Conferência das Nações
Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, na cidade do Rio de Janeiro,
também denominada Rio+20. Essa conferência também teve ampla
participação de líderes mundiaise de representantes de diversos
setores da sociedade civil.
Participantes da Rio+20.
O objetivo da conferência foi reafirmar o compromisso dos países e
demais instituições com a busca por um desenvolvimento sustentável.
Os principais temas abordados foram: economia verde, inclusão social,
pobreza e, obviamente, desenvolvimento sustentável.
O documento final da Rio+20 estabeleceu
compromissos, como o desenvolvimento sustentável
com erradicação da pobreza, o fortalecimento do
Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente
(PNUMA) e a criação de um Fórum Político de Alto
Nível Internacional, entre outros.
Infelizmente, a Rio+20 não obteve êxito em razão de seus impasses,
principalmente entre os interesses dos países desenvolvidos e em
desenvolvimento. O documento final apresentou diversas intenções e
encaminhou, para os próximos anos, a definição de medidas práticas
para garantir a proteção do meio ambiente.
Comentário
Muitos analistas defenderam que a crise econômica mundial iniciada
em 2008, principalmente nos Estados Unidos e na Europa, acabou
impactando negativamente as negociações, as tomadas de decisões e o
estabelecimento de compromissos durante a conferência.
Acordo de Paris
O Acordo de Paris é um tratado mundial que possui um único objetivo:
promover a redução do aquecimento global. Ele foi discutido entre 195
países durante a COP21, no ano de 2015, em Paris. Aprovado em 12 de
dezembro de 2015, entrou em vigor oficialmente no dia 4 de novembro
de 2016, um tempo recorde para um acordo climático tão relevante para
a sociedade. No ano de 2020, passou a vigorar como substituto do
Protocolo de Quioto.
Esse tratado tem como principal objetivo a busca pela redução das
emissões de GEE para limitar o aumento médio de temperatura global a
2°C, quando comparado a níveis pré-industriais. No entanto, idealmente,
para que as consequências não sejam tão drásticas, o esforço maior
deveria ser para limitar o aumento de temperatura a 1,5°C.
Uma grave consequência do aquecimento da temperatura no planteta é o derretimento das
calotas polares.
O acordo também prevê recomendações quanto à adaptação dos países
signatários às mudanças climáticas, em especial para os países menos
desenvolvidos, com os seguintes objetivos:

Reduzir a vulnerabilidade a eventos climáticos extremos. 

Fomentar o suporte financeiro e tecnológico dos países desenvolvidos
para os países em desenvolvimento e mais vulneráveis.

Promover o desenvolvimento tecnológico e transferência de tecnologia
e capacitação para adaptação às mudanças climáticas. 

Estimular a cooperação entre a sociedade civil, o setor privado,
instituições financeiras, cidades, comunidades e povos indígenas para
ampliar e fortalecer ações urgentes de mitigação e adaptação do
aquecimento global.
Em relatório publicado em agosto de 2021, o Painel Intergovernamental
de Mudanças Climáticas (IPCC) evidenciou que não é inequívoco a ação
humana como causador do aquecimento global e, caso ações drásticas
não sejam colocadas em prática e o uso de combustíveis fósseis não
diminua de forma expressiva, as consequências climáticas serão
desastrosas e poderão tornar o planeta um lugar inóspito para
sobrevivência humana e de outras espécies.
O relatório do IPCC deixa claro que não estamos
lidando com uma crise climática, e sim com uma
emergência climática.
A partir de todos os marcos apresentados, salienta-se o agravamento
dos problemas ambientais: hoje a sociedade se encontra em um
momento crucial para sua sobrevivência no planeta. Além da questão
climática, a ação humana tem provocado diversos outros impactos
ambientais que trazem consequências desastrosas para a vida no
planeta.
Devastação provocada pelas chuvas em cidade da Bélgica em julho de 2021.
Vem que eu te explico!
Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo
que você acabou de estudar.
Módulo 2 - Vem que eu te explico!
Rio+20 – A Agenda 21
Módulo 2 - Vem que eu te explico!
Mudanças climáticas – a COP26
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1
Desde a década de 60, quando a questão ambiental começou a ter
relevância na sociedade, a humanidade iniciou a tomada de consciência
sobre seu impacto ambiental. Um dos livros que legitimaram a
necessidade de se olhar para esse tema foi escrito por Rachel Carson.
Qual era o assunto abordado?
A Destruição da floresta amazônica
B Uso indiscriminado de herbicidas
C Extinção de animais silvestres
D Acidificação dos oceanos
E Mudanças climáticas
Parabéns! A alternativa B está correta.
O livro Primavera silenciosa trouxe à tona o resultado do uso de herbicidas nos Estados Unidos, que estava
provocando o desaparecimento de diversas espécies da fauna e da flora.
Questão 2
As mudanças climáticas representam o grande desafio ambiental
enfrentado hoje pela humanidade. Caso o aquecimento global não seja
contido, trará consequências desastrosas para a vida no planeta. Qual
opção abaixo representa marcos importantes na agenda climática?
A Protocolo de Quioto e Acordo de Paris.
B Eco-92 e Rio+20.
C Conferência de Estocolmo e relatório Brundtland.
D Primavera silenciosa e Limites do Crescimento.
E Desenvolvimento sustentável e relatório Brundtland.
Parabéns! A alternativa A está correta.
O Protocolo de Quioto e o Acordo de Paris representam os acordos globais em prol da contenção do
aquecimento global, o maior desafio que a humanidade já enfrentou em termos ambientais.
3 - Modelo de desenvolvimento e urbanização da sociedade
Ao �nal deste módulo, você será capaz de descrever o modelo de desenvolvimento atual como
promotor de problemas ambientais.
Modelo de desenvolvimento da
sociedade atual
O modelo de desenvolvimento atual se baseia na produção e consumo
crescentes de bens e serviços, com leis do mercado que ditam as regras
na perspectiva do individualismo e da competitividade. Nesse sentido,
nossa sociedade se fundamenta em um modelo industrial/tecnológico
de globalização da economia, no qual os interesses econômicos são
sempre colocados na frente de questões sociais e ambientais.
Um dos principais indicadores que mensura o progresso da sociedade
atual é o produto interno bruto (PIB). Ele é a soma de todos os bens e
serviços finais produzidos por um país, estado ou cidade, geralmente
em um ano. Todos os países calculam o seu PIB nas suas respectivas
moedas e mensuram o desenvolvimento de suas economias a partir
dele.

O modelo contemporâneo preconiza o crescimento constante do PIB a
partir da utilização crescente de recursos naturais e de uma maior
produção, maior consumo e, consequentemente, maior descarte. Ele
propõe que a mão invisível do mercado consegue resolver todas as
questões mediante a lei da oferta e demanda, no entanto, isso não
acontece na prática.
O crescimento econômico pode ajudar na promoção de melhorias em
aspectos sociais, quando os recursos financeiros são bem alocados
com esse objetivo. Contudo, a sociedade atual enfrenta níveis de
desigualdade exorbitantes e outras inúmeras mazelas. Enquanto poucos
concentram a maior parte da riqueza, a grande maioria vive na pobreza e
sem acesso a bens e serviços necessários para uma vida digna. É
importante ressaltar que há regiões do mundo menos desiguais,
entretanto, na América Latina, onde fica o Brasil, a desigualdade é
gritante.
A desigualdade social é um dos grandes problemas de muitos países.
Embora o processo de globalização tenha alguns aspectos positivos,
como a promoção de maior riqueza e bem-estar social e o acesso a
diferentes bens e serviços, isso não ocorreu de forma homogênea no
mundo. Iniciada na década de 90, a globalização possibilitou o aumento
das relações comerciais entre os países, que começaram a produzir
mais para exportar e, ao mesmo tempo, a demandar mais produtos de
outras nações. Nesse sentido, trouxe consigo muitas consequências
negativas: acirrou desigualdades e problemas sociais e descaracterizoumuitas culturas, tornando hegemônico o viés em prol do consumo.
Assim, configurou e disseminou o modelo seguido pela sociedade
atualmente.
Os descartáveis, principalmente os plásticos, causam grande impacto ambiental.
O que antes era produzido localmente, em menor escala e velocidade,
passou a ser produzido em diferentes partes do mundo e transacionado
por meio de longas distâncias. Além disso, com os avanços
tecnológicos e com o crescimento do uso de combustíveis fósseis e de
plástico, se estabeleceu também a sociedade do descartável: antes os
itens eram produzidos para durar e serem consumidos em menor
velocidade, com embalagens retornáveis. Com o estabelecimento do
modelo atual de desenvolvimento, instituiu-se a sociedade do consumo
excessivo e contínuo, e os cidadãos se tornaram consumidores.
Anteriormente em um contexto rural, muitas vezes baseado no setor
agrícola e na economia de subsistência, as cidades, principalmente as
grandes, começaram a ser polos de produção e a atrair novos
habitantes, promovendo uma mudança expressiva na população rural e
urbana no mundo.
Com a urbanização, agravou-se ainda mais a problemática ambiental:
cidades começaram a crescer e a se tornar polos de produção,
consumo, poluição, degradação, pobreza, violência e desigualdade. É
importante mencionar que há exceções, mas, de forma geral, a
urbanização trouxe consigo mais mazelas do que benefícios para a
maior parte da população.
Urbanização como vetor de
problemas ambientais
Nem sempre a humanidade viveu em cidades. Os primeiros habitantes
eram nômades e, por isso, não tinham residência fixa e viviam da caça,
pesca e coleta. Nessa fase, o impacto ambiental associado ao ser
humano era muito inexpressivo.
Com o passar do tempo, a maioria das comunidades nômades deixou
essa condição para se tornarem produtores. Esse foi o início do
processo de aglomeração em localidades, que se transformaram em
cidades. O ser humano, com o desenvolvimento de atividades
econômicas, foi se concentrando em centros urbanos.
A urbanização é caracterizada pelo deslocamento de
pessoas das zonas rurais para as cidades, formando
aglomerações de pessoas em áreas delimitadas. Na
maioria das vezes, essas pessoas estão buscando
empregos nas diversas atividades produtivas e no
setor de serviços. Essas áreas deixam de ser agrícolas
para se tornarem áreas industriais, onde o comércio e
a prestação de serviços também predominam.
O processo de urbanização pode ser dividido em duas fases marcantes:
Primeira fase
Ocorreu no período da Revolução Industrial, no fim do século XVIII, com
a enorme migração de pessoas das áreas rurais rumo às cidades. Nesse
período, entretanto, a urbanização concentrava-se apenas nos países
envolvidos na revolução.
Segunda fase
Aconteceu após a Segunda Guerra Mundial. Essa urbanização não foi
motivada pela industrialização, mas sim pela crença de que as cidades
seriam melhores para se viver e ofereceriam melhores condições de
vida, oportunidades de estudo e trabalho.
Conforme vimos, a urbanização não ocorreu simultaneamente no
mundo, iniciou-se nos países industrializados. No caso dos países em
desenvolvimento e de industrialização tardia, como é o caso do Brasil, o
crescimento urbano aconteceu mais tarde, de forma acelerada e muito
desordenada. A falta de planejamento dessa migração rural-urbana tem
promovido a proliferação de graves problemas, como favelização, falta
de infraestrutura, violência, poluição de todos os tipos, desemprego e
pobreza.
Com o crescimento acelerado e desordenado das áreas urbanas, a
maior parte do contingente que migra da área rural para as cidades
acaba em favelas, onde os serviços de água, luz e esgotamento
geralmente são precários ou inexistentes. Isso acontece porque, muitas
vezes, o Estado não consegue acessar tais locais para oferecer serviços
básicos, como esgotamento sanitário, devido à violência, que institui um
estado paralelo. Com isso, acabam-se acirrando os impactos
ambientais.
Durante as décadas de 1970 e 1980, o Brasil sofreu um intenso
processo de êxodo rural, resultado da mecanização da produção
agrícola, que expulsou trabalhadores do campo para as cidades
em busca de oportunidades de trabalho e sobrevivência.
Atualmente, o deslocamento do campo para a cidade é bem
menor (IBGE, 2021).
De acordo com os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de
Domicílios (PNAD) de 2015, a maior parte da população
brasileira, 84,72%, vive em áreas urbanas, enquanto 15,28% da
população vive em áreas rurais (IBGE, 2021).
Esse intenso processo de urbanização vivido no Brasil gerou o
fenômeno chamado de metropolização, que define a ocupação
urbana que ultrapassa os limites das cidades. Com isso, foram
desenvolvidos grandes centros metropolitanos, como São Paulo,
Rio de Janeiro, Porto Alegre, Salvador, Goiânia, Manaus, entre
outros, que enfrentam diversos problemas sociais e ambientais.
E como ocorreu o processo de urbanização no Brasil? 
Os problemas ambientais urbanos impactam de maneira significativa o
meio ambiente das cidades e podem se originar de causas naturais,
mas geralmente ocorrem pela ação antrópica. Dentre eles, destacamos
os principais:
No Brasil, esses transtornos estão relacionados à expansão
desordenada dos centros urbanos, o que tem ocorrido nas últimas
décadas. Eles geram consequências econômicas e ambientais graves,
impactando a disponibilidade e a qualidade dos recursos ambientais,
bem como resultam em inúmeras vidas perdidas devido aos grandes
desastres naturais.
Com a geração de resíduos pelo consumo crescente, cria-se um modelo
de sociedade insustentável. É bom lembrar que nosso planeta possui
recursos finitos e que a humanidade convive com diversas outras
espécies e formas de vida.
Indicadores de Desenvolvimento
Sustentável instituídos pelo IBGE
Está na hora de falarmos sobre a sociedade de consumo e seus
impactos negativos na saúde humana e do planeta. Com a palavra a
especialista Juliana Velloso.
Poluição Ilhas de calor

Sociedade de consumo
Consumir é um ato necessário para a manutenção da vida, seja um
insumo, um alimento, um vestuário, um produto qualquer, ou algum
serviço. No entanto, nunca se viu uma oferta de produtos e serviços tão
expressiva quanto se observa nos dias de hoje, nem tanta demanda para
produtos descartáveis, feitos para durar pouco (BASSI e LOPES, 2017).
O consumo é importante para suprir as necessidades do ser humano,
entretanto, após a Revolução Industrial, a produção de bens de consumo
passou a ser acelerada e em escala. Assim, o ato de consumir
extrapolou o necessário, chegando a um consumismo desenfreado e
muitas vezes irracional, cultural, fomentado para sustentar o modelo
capitalista que vigora na sociedade.
Somado à crescente produção de bens de consumo, a televisão e, bem
mais recentemente, a internet, com elaboradas estratégias de marketing
e muitas propagandas, estimulam o consumo descontrolado. Além
disso, os produtos são feitos para durar determinado período, quando,
na verdade, poderiam durar muito mais, fenômeno chamado de
obsolescência programada. Desse modo, as empresas induzem os
consumidores a sempre comprarem novos itens de consumo.
Ocorre quando um produto vem de fábrica com a predisposição
a se tornar obsoleto ou parar de funcionar após um período
específico de uso — geralmente um tempo curto. Dessa forma,
as empresas lançam produtos no mercado para que sejam
rapidamente descartados e substituídos por outros.
Por exemplo: apesar do avanço tecnológico, hoje nossos
eletrodomésticos duram muito menos do que há 50 anos. Os
produtos são fáceis de comprar, mas são desenhados para não
durar. Como efeito, os consumidores são obrigados a descartar
os produtos adquiridos em um prazo consideravelmente menor e
Você sabe o que é obsolescência programada? 
substituí-los por novos, que provavelmente também tiveram sua
durabilidade alterada. Além do prejuízo ao consumidor, essa
ação causa um impacto ao meioambiente, pelo uso de recursos
naturais e de energia e pela geração de resíduos.
A máquina de lavar roupas, por exemplo, tem sido um grande
alvo da obsolescência programada. Quando criada, ela durava
muitos anos, mas as fabricantes notaram que venderiam apenas
um número limitado de unidades. Por isso, passaram a
disponibilizar no mercado modelos menos duradouros e com
uma eficiência menor, embora o objetivo do eletrodoméstico
continuasse o mesmo.
Na área tecnológica, a obsolescência programada pode ser vista
com maior frequência. Geralmente, durante o período de
garantia, smartphones, desktops e notebooks de alguns
fabricantes funcionam normalmente. No entanto, após o fim
desse prazo, passam a apresentar defeitos. Na quase totalidade
dos casos, o preço do conserto é tão alto que não vale a pena, e
os consumidores são impelidos a adquirir um produto novo.
(IDEC, 2018)
Resumidamente, nossa sociedade é moldada pelo consumismo,
caracterizado pelo desperdício e pelo excesso. O resultado disso é uma
sociedade que não vivencia o bem-estar associado ao consumo,
apresenta inúmeros problemas ambientais e sociais, além de ser
formada por muitos cidadãos com crescentes problemas psicológicos
sérios. O modo de vida é orientado por uma busca crescente pelo
consumo de bens ou serviços, em sua relação simbólica com prazer,
sucesso, felicidade, que acabam não ocorrendo na prática. Isso
demonstra que a sociedade de consumo falhou em diversos aspectos e
é necessário mudar radicalmente essa trajetória.
Bauman traz uma boa reflexão sobre essa condição:
A sociedade de consumidores representa o tipo de
sociedade que promove, encoraja ou reforça a
escolha de um estilo de vida e uma estratégia
existencial consumistas, e rejeita todas as opções
culturais alternativas. Uma sociedade em que se
adaptar aos preceitos da cultura de consumo e
segui-los estritamente é, para todos os fins e
propósitos práticos, a única escolha aprovada de
maneira incondicional. Uma escolha viável e,
portanto, plausível — e uma condição de afiliação.
(BAUMAN, 2008, p. 54)
O ato de consumir acabou estabelecendo relações de poder: é mais
poderoso aquele que mais consome. A sociedade se submeteu à lógica
do mercado e segue os padrões e diretrizes ditados pela indústria do
marketing, da publicidade e da propaganda.
A lógica consumista se baseia na ganância, buscando sempre consumir
mais, mesmo sem nenhuma necessidade. Com esse modo de vida,
exaurimos nossos recursos naturais, que são finitos e muitas vezes
escassos, além de gerarmos crescente poluição e inúmeros outros
problemas ambientais que, segundo muitos cientistas, estão levando a
humanidade ao colapso de sua espécie.
De acordo com Bassi e Lopes (2017), o consumismo é o lado perverso
do consumo e trouxe malefícios para a sociedade em termos
econômicos, sociais e ambientais, tais como a condição de
massificação na relação com as pessoas; a publicidade exagerada e
enganosa; a ausência de civismo; a crescente e acelerada exaustão dos
recursos naturais; a descartabilidade como conduta padrão; e a
exclusão social crescente e insustentável.
Mazelas ambientais associadas ao
modelo de sociedade atual
Como já vimos, o modelo de desenvolvimento atual, baseado no
consumismo desenfreado, trouxe consequências ambientais sérias e
irreversíveis. Dentre os inúmeros problemas, podemos citar:
extinção crescente de espécies;
buracos na camada de ozônio;
desertificações;
alteração da acidez dos mares;
degelo das calotas polares;
poluição plástica nos oceanos;
alterações climáticas;
alterações das correntes marítimas;
improdutividade das terras;
contaminação por uso de agrotóxicos.
Com o estabelecimento da sociedade do consumo e o crescente
aumento da velocidade da compra e do descarte, caminhamos para o
esgotamento dos recursos naturais e para o atingimento de índices
insustentáveis de poluição da atmosfera, da água e dos solos.
Perdemos, dia após dia, nossa biodiversidade e a água potável, já
escassa para tantos, se torna cada vez mais rara e preciosa.
O consumo desenfreado pode ser causador do esgotamento de nossos recursos naturais, como
a água.
Há uma relação destrutiva entre o consumismo e o meio ambiente. O
modelo de desenvolvimento insustentável em que vivemos tem feito a
sociedade caminhar para pontos irreversíveis, o que pode tornar a terra
inabitável para a espécie humana e para outras espécies. Nunca a
humanidade gerou tamanho impacto ambiental e atingiu níveis tão
alarmantes, que poderão, em breve, se tornar inalteráveis, caso a rota de
desenvolvimento e o modelo baseado em consumo irracional e
excessivo não sejam alterados.
Vem que eu te explico!
Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo
que você acabou de estudar.
Módulo 3 - Vem que eu te explico!
A sociedade de consumo
Módulo 3 - Vem que eu te explico!
Mazelas ambientais associadas ao modelo de sociedade
atual
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1
O modelo de desenvolvimento atual, baseado no consumismo
desenfreado, trouxe consequências ambientais sérias e irreversíveis.
Dentre as opções a seguir, indique a aquela não representa uma
consequência ambiental negativa do modelo de desenvolvimento
predominante no mundo:
A Acidificação dos oceanos
B Aquecimento global
C Escassez hídrica
D Aumento da produção de alimentos
E Poluição plástica nos oceanos
Parabéns! A alternativa D está correta.
O aumento da produção de alimentos, mesmo trazendo consigo impactos ambientais expressivos, não pode
ser considerado uma consequência ambiental negativa do modelo de desenvolvimento predominante na nossa
sociedade.
Questão 2
A obsolescência programada pode ser caracterizada como:
A
uma forma de as empresas aumentarem sua
produtividade e lucratividade.
B
um produto que vem de fábrica com a predisposição a
se tornar obsoleto ou parar de funcionar após um
curto período de uso.
C
uma forma de produzir minimizando os impactos
ambientais associados.
D
um produto que é produzido para durar um longo
período e que pode ser facilmente reparado quando
quebrado.
E
um produto fabricado de forma ecoeficiente e que não
gera impactos ambientais durante seu uso.
Parabéns! A alternativa B está correta.
4 - As nove fronteiras planetárias
Ao �nal deste módulo, você será capaz de listar as nove fronteiras planetárias.
Introdução às nove fronteiras
planetárias
Em 2009, o ex-diretor do Stockholm Resilience Centre (SRC), Johan
Rockström coordenou um grupo de 28 cientistas de renome
internacional para identificar os nove processos que regulam a
estabilidade e a resiliência do sistema terrestre.
Os cientistas propuseram limites quantitativos planetários dentro dos
quais a humanidade pode continuar a se desenvolver e prosperar pelas
próximas gerações. Atravessar essas fronteiras aumenta o risco de
gerar mudanças ambientais abruptas ou irreversíveis em larga escala,
podendo impedir a vida humana na Terra.
As fronteiras planetárias e as interações complexas entre elas podem
ser difíceis de entender em um primeiro momento, mas precisam ser
tomadas como prioridade na agenda de toda sociedade para que
possamos pensar em um futuro viável para a raça humana no planeta.
Nos tópicos seguintes, apresentaremos as linhas gerais das fronteiras
planetárias.
A obsolescência programada ocorre quando um produto vem de fábrica com a predisposição a se tornar
obsoleto ou parar de funcionar após um curto período de uso, para que sejam rapidamente descartados e
substituídos por outros.

Por que de�nir as fronteiras
planetárias e seus limites?
Os limiares definem-se como transições não lineares no funcionamento
de sistemas humanos-ambientais, por exemplo, o recuo do gelo marinho
do Ártico causado pelo aquecimento global antropogênico. São
características intrínsecas desses sistemas e são frequentemente
definidos por uma posição ao longo de uma ou mais variáveis de
controle, como temperaturae feedback gelo-albedo no caso do gelo
marinho.
Alguns processos do sistema terrestre, como a mudança no uso da
terra, não estão associados a limites conhecidos na escala continental e
global, mas podem, por meio do declínio contínuo das principais
funções ecológicas (como sequestro de carbono), causar colapsos
funcionais, gerando feedbacks que desencadeiam e aumentam a
probabilidade de um limiar global em outros processos (como
mudanças climáticas).
Tais processos podem, no entanto, desencadear dinâmicas não lineares
em escalas mais baixas, por exemplo, cruzamento de limiares em lagos,
florestas e savanas, como resultado da mudança no uso da terra e da
água e de alterações no carregamento de nutrientes. Essas mudanças
não lineares, de um estado desejado para um indesejável, podem se
tornar uma preocupação global para a humanidade, se ocorrerem em
todo o planeta.
Os limites, por outro lado, são valores, determinados pelo homem, da
variável de controle definida a uma distância segura de um nível
perigoso (para processos sem limites conhecidos nas escalas
continental e global) ou de seu limite global. Determinar uma distância
segura envolve julgamentos normativos de como as sociedades
escolhem lidar com o risco e a incerteza. A escolha da variável de
controle para cada limite planetário foi baseada em uma avaliação da
variável que, em equilíbrio, pode fornecer o parâmetro mais abrangente,
agregado e mensurável para limites individuais. Cada posição limite,
proposta para cada fronteira, assume que nenhuma outra fronteira foi
transgredida e foi baseada no conhecimento existente hoje sobre cada
tema.
O conceito proposto de fronteiras planetárias estabelece as bases para
mudar as abordagens usuais que se baseiam essencialmente em
análises setoriais dos limites do crescimento, visando minimizar apenas
as externalidades negativas.
Saiba mais
Com a definição das fronteiras planetárias, objetivou-se definir uma
estimativa do espaço seguro para o desenvolvimento humano. As
fronteiras planetárias determinam, por assim dizer, as fronteiras do
“campo de jogo planetário” para a humanidade, se o objetivo for evitar
grandes mudanças ambientais induzidas pelo homem em uma escala
global.
Quais são as fronteiras planetárias?
Os cientistas identificaram nove processos e sistemas da Terra, bem
como suas fronteiras que marcam a zona segura para o planeta, como
fatores fundamentais para o desenvolvimento sustentável e para a
manutenção da humanidade no planeta.
Com o rápido crescimento do uso de combustíveis fósseis e da
sociedade industrial de consumo, as atividades antrópicas alcançaram
níveis considerados irreversíveis e que podem causar mudanças
ambientais abruptas, criando condições desfavoráveis para a vida
humana no planeta.
As pressões antropogênicas no sistema terrestre alcançaram uma
escala em que mudanças ambientais globais abruptas não podem mais
ser descartadas. Ao definir as fronteiras planetárias, foram definidos os
limites planetários dentro dos quais espera-se que a humanidade possa
operar com segurança. Transgredir uma ou mais fronteiras planetárias
pode ser catastrófico devido ao risco de cruzar limiares que
desencadearão mudanças ambientais abruptas e não lineares em
sistemas de escala continental a planetária.
As nove fronteiras planetárias são:
1. Mudanças climáticas
2. Perda da integridade da biosfera (perda de biodiversidade e
extinção de espécies)
3. Destruição do ozônio estratosférico
4. Acidificação dos oceanos
5. Fluxos biogeoquímicos (ciclos do fósforo e do nitrogênio)
�. Mudança do sistema terrestre (por exemplo, o desmatamento)
7. Utilização da água doce
�. Carga atmosférica de aerossóis (partículas microscópicas na
atmosfera que afetam o clima e os organismos vivos)
9. Introdução de novas entidades (por exemplo, poluentes orgânicos,
materiais radioativos, nanomateriais e microplásticos)
As nove fronteiras planetárias.
Duas dessas fronteiras, mudança climática e integridade da biosfera,
são o que os cientistas chamam de limites centrais e fundamentais para
a sobrevivência humana na Terra. A alteração significativa de qualquer
um desses limites levaria o Sistema Terra a um novo estado, que nem
os cientistas conseguem ainda saber qual seria.
Saiba mais
O estudo atualizado das fronteiras planetárias, publicado na revista
Science em janeiro de 2015, revelou que já foram ultrapassadas as
fronteiras de mudanças climáticas, de perda de integridade da biosfera,
de mudança do sistema terrestre e de alteração de ciclos
biogeoquímicos (fósforo e nitrogênio).
Limites das fronteiras planetárias
Das nove fronteiras planetárias identificadas, foram propostas
quantificações para sete delas.
Mudanças climáticas
A concentração de CO2 na atmosfera precisa ser menor que
350ppm.
Acidi�cação oceânica
O estado de saturação média da água do mar superficial em
relação à aragonita precisa ser maior ou igual a 80% dos
níveis pré-industriais.
Ozônio estratosférico
É preciso haver redução menor que 5% na concentração de
O3 do nível pré-industrial de 290 unidades Dobson.
Ciclos biogeoquímicos
Em relação ao ciclo biogeoquímico de nitrogênio (N), é
preciso limitar a fixação industrial e agrícola de N2 a 35Tg N
ano-1 e o ciclo de fósforo (P) não deve exceder 10 vezes o
intemperismo natural de fundo de P, que é enviado para os
oceanos.
Utilização da água doce
Os dois limites planetários adicionais, poluição química e o
carregamento de aerossóis atmosféricos, ainda não tiveram seus limites
calculados por dificuldades científicas para tal. As fronteiras planetárias
são interdependentes, porque transgredir uma pode mudar a posição de
outras fronteiras ou fazer com que sejam transgredidas. Os impactos
sociais da transgressão de fronteiras serão uma função da resiliência
socioecológica das sociedades afetadas.
Importância da de�nição das
fronteiras planetárias
As atividades humanas influenciam cada vez mais o clima da Terra e os
ecossistemas. O planeta entrou em uma nova época, o Antropoceno, na
qual os humanos constituem o condutor dominante da mudança do
sistema terrestre. O crescimento exponencial das atividades humanas
está aumentando a pressão sobre o sistema, o que poderia
desestabilizar sistemas biofísicos críticos e desencadear mudanças
ambientais abruptas ou irreversíveis. Esse é um dilema profundo porque
o paradigma predominante de desenvolvimento social e econômico
permanece amplamente alheio ao risco de desastres ambientais
induzidos pelo homem em escalas continentais a planetárias.
É preciso ser menor que 4.000km3 ano-1 de uso
consumptivo de recursos de escoamento.
Mudança do sistema terrestre
É preciso ter menos que 15% da superfície da Terra como
áreas cultiváveis.
Perda de integridade da biosfera
Acerca da taxa na qual a diversidade biológica é perdida, é
fundamental que a taxa anual de extinção por milhão de
espécies seja menor do que 10.
As fronteiras planetárias apresentaram um novo conceito para estimar
um espaço operacional seguro para a humanidade no que diz respeito
ao funcionamento do sistema terrestre. Primeiramente, identificaram-se
os principais processos do sistema terrestre e depois se quantificou,
para cada processo, o limite que não deve ser transgredido para
evitarmos mudanças ambientais globais inaceitáveis.
O ambiente relativamente estável do Holoceno, o atual período
interglacial que começou há cerca de 10 mil anos, permitiu que a
agricultura e as sociedades complexas, incluindo a atual, se
desenvolvessem e florescessem.
Essa estabilidade induziu os humanos, pela primeira vez, a investir de
forma importante em seu ambiente natural, em vez de meramente
explorá-lo.
Apesar de algumas flutuações ambientais naturais nos últimos 10 mil
anos (por exemplo, padrões de chuva, distribuição da vegetação, ciclo
de nitrogênio), a Terra permaneceu dentro do domínio de estabilidade do
Holoceno. A resiliência do planeta o manteve dentro da faixa de
variaçãoassociada ao estado do Holoceno, com os principais
parâmetros biogeoquímicos e atmosféricos flutuando dentro de uma
faixa relativamente estreita.
Ao mesmo tempo, ocorreram mudanças marcantes na dinâmica do
sistema regional durante esse período. Embora a marca das primeiras
atividades humanas seja vista em escala regional (por exemplo, regimes
de fogo alterados, extinções de megafauna), não há evidências claras de
que os humanos tenham afetado o funcionamento do sistema terrestre
em escala global até muito recentemente. No entanto, desde a
Revolução Industrial (o advento do Antropoceno), os humanos estão
efetivamente empurrando o planeta para fora da faixa de variabilidade
do Holoceno em muitos processos-chave do sistema terrestre. Sem
essas pressões, o estado do Holoceno poderia ser mantido por mais
milhares de anos futuros.
Até recentemente, a ciência havia fornecido avisos sobre os riscos
planetários de ultrapassar os limiares nas áreas de mudança climática e
ozônio estratosférico. No entanto, a crescente pressão humana no
planeta requer atenção a outros processos biofísicos que são
importantes para a resiliência dos subsistemas da Terra e do sistema
terrestre como um todo.
A resiliência dos subsistemas do planeta está
ameaçada quando longos períodos de condições
aparentemente estáveis são seguidos por períodos de
mudança abrupta e não linear, refletida em transições
críticas de um domínio de estabilidade para outro
quando os limiares são ultrapassados.
O Antropoceno levanta uma nova questão: quais são as precondições
planetárias inegociáveis que a humanidade precisa respeitar para evitar
o risco de mudanças ambientais deletérias ou mesmo catastróficas em
escalas continentais a globais?
O estabelecimento das fronteiras planetárias é uma primeira tentativa
de identificar os limites planetários para os principais processos do
sistema terrestre associados a limiares perigosos, cujo cruzamento
poderia empurrar o planeta para fora do estado Holoceno desejado.
Comentário
Esse esforço científico foi extremamente relevante para dar ciência à
humanidade dos grandes desafios ambientais que enfrentamos e que
podem provocar a extinção da raça humana neste planeta.
A economia donut e os limites
planetários
Kate Raworth.
A economista Kate Raworth, da Universidade de Oxford, propôs um
modelo econômico simples, ambicioso, revolucionário e original: a
economia donut. Ela defende a ideia de que devemos incluir os limites
planetários na concepção de um novo modelo de desenvolvimento
socioeconômico. A economista propõe expandir os horizontes do
pensamento econômico, que ainda é bastante retrógrado ao não
incorporar a questão ambiental como central em seus modelos,
premissas e propostas.
Na proposta da economia donut, a autora afirma que o modelo
econômico vigente é ultrapassado e não contempla os grandes desafios
contemporâneos. Ressalta a necessidade de transformarmos o
capitalismo, que sustenta a sociedade de consumo, em um sistema
sustentável do ponto de vista social e ambiental.
Na economia donut, o bem-estar da humanidade estaria em primeiro
lugar, ou seja, à frente de sistemas e modelos de desenvolvimento que
perseguem o crescimento econômico infinito e desumano a qualquer
custo. Nesse modelo, a economia é associada ao formato de uma
rosquinha (daí o nome donut), na qual o círculo interno representa a
base social — serviços e produtos como alimentos, saúde e habitação —
enquanto o externo está associado às fronteiras planetárias. No espaço
entre um e outro, vemos um ambiente seguro e justo para a humanidade
viver e devemos compreender e aceitar que temos que estar dentro
desse espaço.
Diagrama da economia donut.
A sociedade, nesse sistema econômico, é considerada próspera quando
todas as bases sociais são atendidas sem ultrapassarmos nenhum dos
limites planetários, tais como mudanças climáticas, acidificação dos
oceanos, poluição química, poluição por nitrogênio e fósforo, excesso
de uso de água doce, danos à Terra, perda de biodiversidade, poluição
do ar, destruição da camada de ozônio, entre outros. O grande desafio
da humanidade para o século atual é atender e incluir todos dentro das
possibilidades do planeta, ou seja, as fronteiras sociais e planetárias
devem nortear o modelo de desenvolvimento da sociedade.
Amsterdã: cidade que está seguindo
as diretrizes da economia donut

Acompanhe agora o caso da cidade de Amsterdã, que tem buscado
incorporar, desde 2020, as diretrizes da economia donut. Com a palavra
a especialista Juliana Velloso.
Vem que eu te explico!
Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo
que você acabou de estudar.
Módulo 4 - Vem que eu te explico!
As Nove Fronteiras Planetárias
Módulo 4 - Vem que eu te explico!
A economia donut e os limites planetários
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1
As fronteiras planetárias foram divulgadas em 2009, após ampla
pesquisa científica. Entre as opções abaixo, sinalize aquela que
representa uma das fronteiras planetárias.
A Fluxos climáticos
B Queima de combustíveis fósseis
C Degradação ambiental
D Acidificação dos rios
E Utilização da água doce
Parabéns! A alternativa E está correta.
As fronteiras planetárias são: mudanças climáticas, perda da integridade da biosfera, destruição do ozônio
estratosférico, acidificação dos oceanos, fluxos biogeoquímicos, mudança do sistema terrestre, utilização da
água doce, carga atmosférica de aerossóis e introdução de novas entidades.
Questão 2
Sobre a economia donut, que incorpora em seu modelo as fronteiras
planetárias, podemos afirmar que ela
A
defende um modelo de desenvolvimento baseado no
crescimento econômico, no qual o PIB é o principal
indicador de bem-estar econômico, social e
ambiental.
B
defende que os aspectos ambientais são mais
relevantes do que questões sociais e que o bem-estar
da humanidade não é relevante.
C
defende uma mudança de paradigma, pois considera
que o modelo econômico vigente é ultrapassado e
não contempla os grandes desafios contemporâneos.
Considerações �nais
O sistema político e a indústria frequentemente tentaram negar
previsões climáticas, que eram consideradas catastróficas e
exageradas. Contudo, hoje enfrentamos cada vez mais desastres
naturais relacionados a questões ambientais causadas pela ação
humana e temos inúmeras e incontestáveis evidências científicas do
impacto da humanidade no planeta. Logo, fica claro que mudar a
trajetória do impacto ambiental antrópico é fundamental para a
sobrevivência do ser humano na Terra.
O que a humanidade viveu a partir de 2020, com a pandemia global do
novo coronavírus, talvez já seja reflexo da ação humana. Embora
mudanças estruturais e de paradigma sejam necessárias para que a
humanidade possa, quem sabe, mudar sua trajetória, é fundamental que
cada indivíduo se sensibilize e faça sua parte.
Um dos primeiros passos para começarmos a agir é mensurar a pegada
ecológica e montar um plano de ação para diminui-la em um espaço de
tempo definido. Não adianta, infelizmente, esperar a ação de governos e
empresas apenas. O papel dos cidadãos, seja cobrando os seus
D
defende que a sociedade de consumo é importante
para promover o bem-estar da população que precisa
aferir sempre bens de consumo.
E
defende o modelo de desenvolvimento baseado no
capitalismo, sem mudanças relevantes, mas
incorporando a variável ambiental nas tomadas de
decisão.
Parabéns! A alternativa C está correta.
A proposta da economia donut defende uma mudança de paradigma, pois defende que o modelo econômico
vigente é ultrapassado e não contempla os grandes desafios contemporâneos. Ressalta a necessidade de
transformarmos o capitalismo, que sustenta a sociedade de consumo, em um sistema sustentável do ponto de
vista social e ambiental.

representantes e as empresas das quais consomem — ou parando de
consumir delas — é fundamental! Afinal, as instituições,sejam elas
governos ou empresas, são formadas por pessoas.
Pudemos perceber claramente o impacto da ação humana no planeta e
a necessidade urgente de mudança de rumo. Diante disso, esperamos
sensibilizar e movimentar cada indivíduo em prol de um planeta mais
próspero, justo e sustentável.
Podcast
Antes de finalizarmos, a especialista Juliana Velloso apresenta alguns
casos de iniciativas sustentáveis e que minimizam os impactos
ambientais em cidades brasileiras e europeias.

Referências
ALBUQUERQUE, B. P. As relações entre o homem e a natureza e a crise
sócio-ambiental. Rio de Janeiro: EPSJV, 2007.
ALVES, J. E. D. Antropoceno: a era do colapso ambiental. Centro de
Estudos Estratégicos da Fiocruz, 16 jan. 2020.
BASSI, M. C. P. C.; LOPES, C. C. A sociedade do consumo e suas
consequências socioambientais. Caderno PAIC, v. 18, n. 1, p. 100-125,
2017.
BAUMAN. Z. Vida para consumo: a transformação das pessoas em
mercadoria. Rio de Janeiro: Zahar, 2008.
CARRANÇA, T. Agrotóxico mais usado do Brasil está associado a 503
mortes infantis por ano, revela estudo. BBC News Brasil, 25 maio 2021.
CIDREIRA-NETO, I. R. G.; RODRIGUES, G. G. Relação homem-natureza e
os limites para o desenvolvimento sustentável. Revista Movimentos
Sociais e Dinâmicas Espaciais, v. 6, n. 2, p.142-156, 2017.
INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS
NATURAIS RENOVÁVEIS. IBAMA. Protocolo de Montreal. Brasil, 2021.
INSTITUTO BRASILEIRO DE DEFESA DO CONSUMIDOR. IDEF. Entenda o
que é obsolescência programada. 18 jun. 2012.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. IBGE.
População urbana e rural. IBGEeduca. Brasil, 2021.
INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA APLICADA. IPEA. História Rio-
92. Ano 7, 56. ed. 10 de dez. 2009.
LEAL, G. C. de G. et al. O processo de industrialização e seus impactos
no meio ambiente urbano. QUALIT@S Revista Eletrônica, v. 7, n. 1, 2008.
MENDONÇA, R. Conservar e criar: natureza, cultura e complexidade.
São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2005.
NAVES, J. G.; BERNARDES, M. B. J. A relação histórica homem/natureza
e sua importância no enfrentamento da questão ambiental. Geosul, v.
29, n. 57, p. 7-26, jan./jun. 2014.
PROGRAMA DAS NAÇÕES UNIDAS PARA O MEIO AMBIENTE. PNUMA.
Protocolo de Montreal mira novos desafios após 30 anos de sucesso.
15 nov. 2019.
STOCKHOLM RESILIENCE CENTRE. Planetary Boundaries. set. 2021.
WWF. Pegada ecológica: nosso estilo de vida deixa marcas no planeta.
Brasília, jun. 2013.
Explore +
Para aprofundar seus conhecimentos sobre o tema:
Acesse a página da Pegada Ecológica para realizar sua medição.
Pesquise o artigo intitulado Kate Raworth e a economia donut: uma
alternativa ao crescimento a qualquer custo, publicado no portal da
Firjan, e veja como é estruturada a economia donut.
Acesse a página de Stockholm Resilience Centre e, em Planetary
Boundaries, aprofunde os conhecimentos sobre limites planetários.
Assista ao documentário A História das Coisas, disponível no
YouTube, que trata dos impactos gerados pelo consumismo.
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Transformações nas organizações e novas tecnologias de
gestão
Profª. Juliana Velloso
Descrição
Transformações recentes nas organizações e novas estratégias de
gestão socioambiental.
Propósito
As novas estratégias de gestão da agenda socioambiental empresarial
têm adquirido cada vez mais espaço e pressupõem que as empresas
atuem além do que a legislação estabelece. Esse conhecimento
permitirá que você esteja preparado para lidar com as mudanças e
atualizações sobre os novos conceitos de gestão socioambiental.
Objetivos
Módulo 1
Desa�os sociais e ambientais
Reconhecer os principais desafios sociais e ambientais das
corporações.
Módulo 2
Gestão socioambiental das empresas
Identificar as principais ferramentas de gestão socioambiental das
empresas.
Módulo 3
Sistemas de gestão socioambiental
Descrever os instrumentos de monitoramento de sistemas de gestão
socioambiental.
Módulo 4
Gestão ambiental compartilhada
Identificar as características da gestão ambiental compartilhada.
A teoria econômica tradicional baseia-se na premissa de que os
homens são racionais e agem egoisticamente para maximizar a
satisfação de seus interesses. Por essa razão, coube a uma
instituição supostamente independente, o mercado, a
responsabilidade pelo fluxo de todos os bens e serviços gerados
por indivíduos e organizações.
Por meio do livre jogo da oferta e da procura, o mercado seria
capaz de garantir a distribuição dos bens entre a totalidade dos
membros da sociedade, com a consequente satisfação de cada
um. Contudo, para seu bom desempenho, o mercado precisa de
Introdução
1 - Desa�os sociais e ambientais
grande margem de liberdade, não devendo o Estado interferir ou
regular seu funcionamento.
Sabe-se que, no mundo real, economia e sociedade não estão
dissociadas e que o mercado não é uma instituição perfeita. Assim,
convidamos você a estudar as transformações nas organizações e
as novas estratégias de gestão socioambiental que vêm sendo
incorporadas pelas empresas. Inicialmente, abordaremos a
importância do gerenciamento dos aspectos sociais e ambientais
nas organizações e como é fundamental e crescente o
comprometimento dessas instituições, muito além do pagamento
dos impostos. Em seguida, apresentaremos as ferramentas de
gestão das agendas socioambientais das empresas e as mudanças
recentes. Também discutiremos os instrumentos de
monitoramento de sistemas de gestão socioambiental e, para
finalizar, possibilidades de gestão ambiental compartilhada,
explorando a economia circular, mais especificamente o conceito
de simbiose industrial.
Conhecendo e compreendendo as novas estratégias e ferramentas
de gestão socioambiental das empresas, podemos refrear e mitigar
os impactos sociais e ambientais, e consequentemente evitar
perdas financeiras, reputacionais e de mercado para as
corporações, assim como utilizar a força dos negócios para
promover soluções para problemas enfrentados pela sociedade
contemporânea.
Ao �nal deste módulo, você será capaz de reconhecer os principais desa�os sociais e
ambientais das corporações.
Motivadores da agenda
socioambiental empresarial
Durante a Conferência de Estocolmo (1972), o representante do governo
brasileiro defendeu que o controle da poluição era um entrave ao
progresso e articulou a vinda para a cidade de Cubatão, em São Paulo,
de indústrias altamente poluidoras, que estavam sendo expulsas dos
países desenvolvidos. Naquela época, poluição ainda era sinal de
progresso.
Conferência de Estocolmo
Evento que representou o primeiro alerta de grande repercussão sobre os graves riscos ambientais sofridos pelo planeta.
Vista do interior do prédio de Sveriges Riksdag, onde foi realizada a Conferência de Estocolmo.
Desde então, muita coisa mudou. Legislações foram instituídas, acordos
foram estabelecidos e, com a difusão da tecnologia da informação, a
visibilidade das ações do setor privado se tornou muito maior, dando
espaço para crescente fiscalização e cobrança por parte da mídia e da
sociedade. Além disso, como já demonstrado por meio de diversos
estudos sobre as consequências das mudanças climáticas, o custo da
inação é geralmente muito maior do que o de agir da forma correta.
Assim, e por experiências práticas, o setor privado vem se
conscientizando de que o custo financeiro de reduzir o passivo
ambiental e de administrar conflitos sociais pode ser mais oneroso do
que o custo de "fazer a coisa certa", isto é, de respeitar os direitos
humanos e o meio ambiente de todos os povos.
Inicialmente, essa mudança de comportamento foi motivada por
restrições impostas pela legislação e por pressão da sociedade civil,
mas terminou por influenciar o mercado, alterando as bases tradicionais
da concorrência.
Atenção
Se as normas ambientais mais rigorosas representam um custo alto em
pagamento de multas e mitigação dos danos ambientais, os acidentes e
crimes ambientais provocam

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