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Títulos de Crédito CC/02: art. 887 e seguintes. *CRÉDITO: permissão para usar capital alheio. Troca de uma prestação atual por uma futura. *Elementos do Crédito: - Confiança: princípio da boa-fé (objetiva x subjetiva) - Tempo: período que está entre a prestação atual e a prestação futura *Importância do crédito - Disponibilidade de direitos - Circulação de valores (fundamento dos títulos de crédito) * CIRCULAÇÃO - Extra-cambiária: do direito obrigacional. Ex: cessão de crédito - Cambiária: ocorre por meio dos títulos de crédito * HISTÓRIA - Título mais antigo: letra de câmbio (hoje está em desuso – usa-se a nota promissória) - Antiguidade: afirma-se o surgimento dos títulos de crédito nesse período, mas não há registro legal - Idade Média: há base legal aqui. Na Itália. Surgiu da praxe comercial; ela determina a questão dos títulos. Multiplicidade de cidades e feiras (câmbio manual – mesmo local; câmbio trajetício – de um local para outro), Aqui surge a letra de câmbio. Para garantia da letra de câmbio, surge a figura do endosso e do aval. Endosso serve para que o título possa circular, é uma assinatura. O aval é uma garantia dos títulos de crédito. - Período alemão: séc. XIX, +- 1848. A denominação “títulos de crédito” aparece. O título vale por si mesmo. - Período moderno: Uniformização. 1930. Convenção de Genebra – “Lei Uniforme de Genebra” regulamentava a letra de câmbio e a nota promissória e uma para o cheque. OBS: O CC/02 regula os títulos de crédito atípicos e/ou inominados. Aplica-se subsidiariamente. Os típicos têm suas leis cambiárias. Art. 889, §3º, CC: Caracteres criados em computador (título eletrônico). = Informatização; Desmaterialização dos Títulos de Crédito. * TÍTULOS DE CRÉDITO ELETRÔNICOS Conceito de títulos de crédito: Art. 887, CC + Vivante (autor): Título de crédito é o documento necessário ao exercício do direito literal e autônomo nele mencionado. - Art. 889, §3º, CC + Enunciado 462: Os títulos de crédito podem ser emitidos, aceitos, endossados ou avalisados eletronicamente mediante a assinatura com certificação digital, respeitadas as exceções previstas em lei. - Lei da Duplicata (Lei N. 5474/78): possibilitou a emissão de duplicata virtual. - Lei N. 9492/97 – Art. 8º, § único: possibilitou a indicação a protesto da duplicata virtual. Fundamentação para o protesto dos títulos eletrônicos. - A Execução também é possível. Para isso precisa-se dos dados da indicação do protesto virtual + o canhoto da entrega da mercadoria (STJ) ou a impressão do título. - A assinatura pode ser digital ou digitalizada. A digital é criptografada com senhas, oferecendo mais segurança e credibilidade que a digitalizada. * PRINCÍPIOS DOS TÍTULOS DE CRÉDITO (CLAAI) 1-CARTULARIDADE ou INCORPORAÇÃO. A carta, o documento impresso. Expressa a materialização do direito no título, documento, cártula. Para o credor exercer os direitos, é indispensável a cártula. Atualmente este princípio está flexibilizado. Ex: duplicata virtual. Por causa da informatização e desmaterialização dos títulos de crédito (Art. 889, §3º, CC + EN 462). 2- LITERALIDADE Corresponde ao que está inserido, escrito, na cártula. Atua em favor do credor (porque pode exigir o que consta no título) e do devedor (que está vinculado somente ao valor do título). 3- AUTONOMIA Faz do portador da cártula o titular de um direito autônomo em relação ao direito que tinha os seus predecessores. 4- ABSTRAÇÃO Decorrente da autonomia. É a separação do título da causa que lhe deu origem. Quando ele circula e passa para outras pessoas. 5-INOPONIBILIDADE DAS EXCEÇÕES PESSOAIS AOS TERCEIROS DE BOA-FÉ Este princípio é consequência do anterior. OBS: exceções formais (ex: defeito) são oponíveis. O devedor, quando emite um título, obriga-se por uma relação contratual que o une ao seu credor. Portanto, contra ele (credor) o devedor pode opor exceções pessoais que o direito lhe confere (compensação, novação...). No entanto, com relação aos terceiros de boa-fé, possuidores do título, que sucedem o credor originário, pela corrente de endossos (endossatários), o fundamento da obrigação está na assinatura que o devedor colocou no título, que é o que o vincula ao pagamento. Contra esse terceiro, o devedor não poderá opor as exceções pessoais que teria contra o credor originário. * DEFESAS DO EXECUTADO (executado direto ou terceiros) – DFT, FPA, DCRS, RPPT 1-DEFEITO FORMAL DO TÍTULO Alega quando falta algum requisito de validade. O título deve possuir os seus requisitos formais. Consequência: descaracteriza o título. Ex: a falta de assinatura. OBS: Ainda pode cobrar! Mas não direto por processo de execução, terá que ser por ação de cobrança em um processo de conhecimento. 2-FALSIDADE DA PRÓPRIA ASSINATURA O avalista (garantidor) não pode arguir falsidade da assinatura do devedor! Só pode arguir falsidade de sua própria assinatura. Isso porque quando presta o aval, o avalista coloca-se no lugar, como se devedor fosse. 3-DEFEITO DE CAPACIDADE OU DE REPRESENTAÇÃO DO SUBSCRITOR / SACADOR / EMITENTE Quando pessoas incapazes (absolutamente - menores de 16 ou quem tem curador) ou sem a devida representação (relativamente incapaz - um interditado, menor de 18 e maior de 16) emitem um título, ele não é válido. 4-RELAÇÕES PESSOAIS COM O PORTADOR DO TÍTULO DO CREDOR -Princípio da inoponibilidade das exceções pessoas aos terceiros de boa-fé. Ocorre somente entre credor e devedor originários, aqueles que fizeram o primeiro negócio o qual deu origem ao título de crédito. * CARACTERÍSTICAS DAS OBRIGAÇÕES CAMBIÁRIAS 1-NATUREZA COMERCIAL 2-DOCUMENTO FORMAL: tem requisitos para sua validade – princípio da literalidade 3-BEM MÓVEL: a posse de boa-fé equivale à propriedade 4-TÍTULO DE APRESENTAÇÃO: é necessária a apresentação para o exercício do direito nele contido. Para a cobrança (resgate) deverá apresentar o título. Decorre do rigor formal (princípio da literalidade e cartularidade), que o devedor deve ter ao pagar o título, devendo fazê-lo somente a quem aparenta ser o portador legítimo. 5-TÍTULO LÍQUIDO E CERTO: Líquido= valor determinado; Certo= certeza da obrigação que representa. 6-EFICÁCIA PROCESSUAL ABSTRATA: O título tem força executiva própria, gerando para o credor um poder processual independente do mérito, da pretensão consubstanciada no título. Se desvincula da causa que lhe deu origem. Não se discute a obrigação que lhe deu origem. 7-OBRIGAÇÃO QUESÍVEL: Credor se dirige ao devedor para cobrar. POR QUÊ? Pois o devedor pode não saber quem é o credor, em função da circulabilidade do título. 8-TÍTULO DE RESGATE: Pode ser antecipado o pagamento. O portador pode receber a soma cambiária antes do vencimento, através de uma operação de desconto. EX: Desconto bancário; Duplicata de R$ 1.000,00 p/ 30 dias = saca 900,00 – banco vira credor – 100,00 juros e riscos. 9-TÍTULO DE CIRCULAÇÃO: É a principal função de um título= circular. Há duas maneiras de circulação. - Endosso: assinatura do beneficiário (o portador). Pode ser em branco (não diz o nome do novo beneficiário) ou em preto (diz pra quem beneficia) - Tradição (entrega): “ao portador”, sem beneficiário. * CLASSIFICAÇÃO DOS TÍTULOS DE CRÉDITO 1-QUANTO AO MODELO 1.1-MODELO LIVRE: não tem FORMA pré-determinada por lei. Ex: letra de câmbio; nota promissória. Têm requisitos mas não tem forma. Para validade bastam os requisitos. 1.2-MODELO VINCULADO: a lei define um padrão que deve ser observado para a validade do título. Ex: cheque. 2-QUANTOÀ ESTRUTURA 2.1-ORDEM DE PAGAMENTO: com o saque, são geradas 3 situações jurídicas: 1º) O emitente é o que dá a ordem de pagamento (DEVEDOR) 2º) O sacado é o que recebe a ordem e deve cumpri-la (BANCO) 3º) O beneficiário (ou tomador) é quem receberá o valor (CREDOR) Ex: letra de câmbio, cheque, duplicata. 2.2-PROMESSA DE PAGAMENTO: o saque cambial (ou emissão) gera 2 situações jurídicas: 1º) Promitente é o devedor, que faz a promessa do pagamento 2º) Beneficiário é o credor, que receberá o valor Ex: nota promissória.
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