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Portifólio Individual 5º Semestre Unopar

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SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO
Superior de Tecnologia em Gestão Ambiental
EMERSON DE OLIVEIRA PINHEIRO
LICENCIAMENTO AMBIENTAL E AS SUAS APLICAÇÕES NA IMPLANTAÇÃO DE RODOVIAS
Cáceres- MT
2015
EMERSON DE OLIVEIRA PINHEIRO
LICENCIAMENTO AMBIENTAL E AS SUAS APLICAÇÕES NA IMPLANTAÇÃO DE RODOVIAS
Trabalho apresentado ao Curso Superior de Tecnologia em Gestão Ambiental da UNOPAR- Universidade Norte do Paraná, para a disciplina Planejamento de áreas urbanas e rurais, Avaliação de impactos ambientais e licenciamento, Projetos ambientais, Tópicos especiais em gestão ambiental, Seminário Interdisciplinar V.
Professores: Jeanedy Maria Pazinato, Vinícius Pires Rincão, Tiago H. dos Santos Garbim, Marcelo Augusto Rocha, Flávia da Silva Bortoloti
Cáceres- MT
2015
LICENCIAMENTO AMBIENTAL E AS SUAS APLICAÇÕES NA IMPLANTAÇÃO DE RODOVIAS
De acordo com a Constituição Federal, art. 225, “todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para às presentes e futuras gerações.” Cabendo assim, tantoao governo quanto a cada indivíduo o dever de preserva- lo.
Atualmente, a licença ambiental torna evidente o reconhecimento, pelo Poder Público, de que a construção e a ampliação de atividades consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras devem adotar critérios capazes de garantir a sua sustentabilidade sob o ponto de vista ambiental.
O artigo 1º, inciso I, da Resolução Conama n° 237, de 19 de dezembro de 1997, conceitua licenciamento ambiental como: 
“Procedimento administrativo pelo qual o órgão ambiental competente licencia a localização, instalação, ampliação e a operação de empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais, consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras; ou aquelas que, sob qualquer forma, possam causar degradação ambiental, considerando as disposições legais e regulamentares e as normas técnicas aplicáveis ao caso.”
A necessidade de implantação do licenciamento tem amparo na Constituição Federal e está regulada pela legislação ordinária.De acordo com SILVA, (2003) apud FARIAS, (2007), as licenças ambientais são constituídas de atos administrativos que se propõem a controlar preventivamente as atividades de particulares no exercício de seus direitos, no que se diz respeito ao uso de um bem ambiental de sua propriedade.
FIORILLO (2005, p. 81) apud SOUZA(2010), de sua parte, constata que o licenciamento ambiental “é o complexo de etapas que compõe o procedimento administrativo, a qual objetiva a concessão de licença ambiental. Dessa forma, não é possível identificar isoladamente a licença ambiental, porquanto esta é uma das fases do procedimento”.
Segundo Dias,(2003, p. 204),“o grande desafio do Século XXI”. Em verdade:
“A exigência de licenciamento ambiental é uma forma de controle da intervenção dohomem no meio ambiente, quando essa intervenção possa resultar em qualquer degradação ao meio ambiente. Trata-se, sem dúvida, de um instrumento de gestão ambiental,visando o desenvolvimento sustentável, pois se procura harmonizar o interesse econômico com a necessária preservação do ambiente (DESTEFENNI, 2004, p. 102).”.
Portanto, licenciamento ambiental é considerado um instrumento da PolíticaNacional do Meio Ambiente (art. 9º, inc. IV, da Lei 6938/81) e tem como principal objetivo o controle prévio de atividades potencialmente nocivas ao meio ambiente, evitando-se, desta forma,“que as atividades humanas possam causar danos ambientais, em geral de difícil reversibilidade”(GARCIA, 2004, p. 125)
A carência de infraestrutura de transportes no país mostra a enorme demanda de um sistema viário abrangente, técnica e ambientalmente bem concebido, para compatibilizar o esforço desenvolvimentista do Governo Federal com um sistema logístico de transporte à altura do país com dimensões continentais e que necessita ser competitivo MORALES, (2005) apud PANAZZOLO et al (2012).
A construção de rodovias pode apresentar inúmeros impactos sobre o meio ambiente, como desmatamentos, perda da diversidade biológica, a alteração do sistema natural de drenagem e a degradação do solo. Sob esta ótica, o processo de construção rodoviária deve, portanto, compatibilizar-se com a conservação ambiental a partir do uso de técnicas e métodos de atividades construtivas, que evitem ou minimizem a degradação ambientalPANAZZOLO et al (2012).
Para que haja a implantação de rodovias em acordo com o que estabelece o Art. 80, da Lei 10.233/2001 compete ao DNIT programar, em sua esfera de atuação, a política formulada para a administração da infraestruturado Sistema Federal de Viação, compreendendo sua operação, manutenção, restauração ou reposição, adequação de capacidade, e ampliação mediante construção de novas vias e terminais, dentro dos critérios legais e técnicos existentes, atividades essas passiveis de licenciamento ambiental.
Assim, conforme definido no art. 10, da Lei no 6.938/81, os referidos empreendimentos ou atividades dependerão de prévio licenciamento por órgão competente, integrante do Sistema Nacional do Meio Ambiente – SISNAMA.
Complementarmente, o Artigo 2º da Resolução CONAMA no 001/86 definiu os tipos de atividades modificadoras do meio ambiente que devem ser licenciadas, dentre elas:
“I- Estradas de rodagem com duas ou mais faixas de rolamento; II- Ferrovias; (...)”
Estão enquadrados como atividades modificadoras do meio ambiente, ainda, os portos e hidrovias.
O êxito do processo de licenciamento demanda dentre outras coisas interface constante com os diversos entes partícipes do processo, que são consultados durante as fases de licenciamento, destacando-se:
Fundação Nacional do Índio- FUNAI
Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes- DNIT 
Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN
Tribunal de Contas da União- TCU
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis- IBAMA
Órgãos Estaduais de Meio Ambiente- OEMA´s
Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária – INCRA
As etapas do processo de licenciamento ambiental, desde a aprovação do Termo de Referência para os estudos ambientais respectivos até a emissão de licenças que se adequadamente cumpridas, possibilitam a implantação dos projetos seja feita em estrita observância às normas ambientais vigentes, garantindo à adoção de medidas de mitigação, controle e compensação dos impactos deles decorrentes.
1. Licença Prévia (LP):aprovação da localização e concepção do empreendimento na fase preliminar de seu planejamento ou atividade, atestando a viabilidade ambiental e estabelecendo os requisitos básicos e condicionantes a serem atendidos nas próximas fases de sua implantação.
Documentos exigidos de com a Resolução CONAMA237/97:
1. Requerimento 2.Cadastro de empreendimentos viários. 3. Anuência dos municípios atingidos pela obra. 4. Publicação de súmula do pedido da licença prévia em jornal de circulação e Diário Oficial da União. 5. Mapa de atividade. 6. Taxa ambiental. 
Sobre os impactos:
Obra com impacto ambiental significativo e imprevisível: apresentação do EIA/RIMA com provável realização de audiência pública.
Obra com impacto ambiental mínimo e previsível: apresentação do Plano de Controle Ambiental (PCA) ou Plano de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD).
Consequência da emissão de Licença pelo órgão ambiental: Permite a possibilidade de elaboração do projeto da rodovia quanto à sua localização e determina os parâmetros ambientais a serem seguidos.
Prazo de validade da licença: a licença Prazo não pode ser superior a 5 anos.
2. Licença de Instalação (LI):autorização da instalação do empreendimento ou atividade de acordo com as especificações constantes dos planos, programas e projetos aprovados, incluindo as medidas de controle ambiental e demais condicionantes. A LI pode autorizar a pré-operação, porprazo especificado na licença, visando subsidiar a concessão da Licença de Operação (LO).
Documentos exigidos de com a Resolução CONAMA237/97:
1. Requerimento 2. Cadastro de empreendimentos viários. 3. Cópia da Licença Prévia e sua respectiva publicação em jornal de circulação e Diário Oficial da União. 4. Publicação de súmula do pedido de Licença de Instalação em jornal de circulação e Diário Oficial da União. 5. Decreto de utilidade pública 6. Taxa ambiental Em anexo: comprovação de que as medidas de controle ambiental (mitigadoras e compensatórias) serão efetivamente contratadas e/ou executadas.
Consequência da emissão de Licença pelo órgão ambiental: Permite o inicio das obras. 
Prazo de validade da licença: Prazo não pode ser superior a 6 anos, podendo ser renovada.
3. Licença Prévia e de Instalação (LPI):em fase única, atesta a viabilidade ambiental e aprova a implantação de empreendimentos ou atividades. Será concedida quando a análise de viabilidade ambiental não depender de estudos ambientais, podendo ocorrer simultaneamente à análise dos projetos de implantação.
4. Licença de Operação (LO): autorização da operação de atividade ou empreendimento, após a verificação do cumprimento do que consta nas licenças anteriores, com as medidas de controle ambiental e demais condicionantes para a operação.
Documentos exigidos de com a Resolução CONAMA237/97:
1. Requerimento 2. Cadastro de empreendimento viário 3. Cópia da Licença de Instalação e sua respectiva publicação em jornal de circulação e Diário Oficial da União. 4. Publicação de súmula do pedido de licença de operação em jornal de circulação e Diário Oficial da União. 5. Taxa ambiental Em anexo: relatório de execução das medidas de controle ambiental.Consequência da emissão de Licença pelo órgão ambiental: Permite a operação da rodovia.Prazo de validade da licença: Prazo será no minímo de 4 anos e no máximo de 10 anos, podendo ser renovada.
5. Licença de Instalação e de Operação (LIO):o órgão ambiental aprova, concomitantemente, a instalação e a operação de atividade ou empreendimento. A LIO será concedida antes de iniciar-se a implantação de atividades e empreendimentos cuja operação represente um potencial poluidor insignificante. Poderá ser concedida ainda para ampliações ou ajustes em empreendimentos já implantados e licenciados.
6. Licença de Operação e Recuperação (LOR): autorização da operação da atividade ou empreendimento, concomitante à recuperação ambiental de passivo existente em sua área, caso não haja risco à saúde da população e dos trabalhadores.
7. Licença Ambiental Simplificada (LAS): as atividades enquadradas na classe 2 serão licenciadas em fase única, que atesta a viabilidade ambiental, aprova a localização e autoriza a implantação e/ou a operação, estabelecendo as condições e medidas de controle ambiental.
8. Licença Ambiental de Recuperação (LAR):aprova a remediação, recuperação, descontaminação ou eliminação de passivo ambiental existente, na medida do possível e de acordo com os padrões técnicos exigíveis, em especial aqueles emempreendimentos ou atividades fechados, desativados ou abandonados.
Para adquirir Licença Ambiental dos órgãos estaduais e federais de meio ambiente os empreendimentos de Gestão Ambiental da CGMAB/DNIT precisam estar rigorosamente dentro das especificações exigidas abaixo ao qual éum conjunto integrado de programas a serem executados nas etapas de instalação e operação, que inclui, pelo menos:
Plano Ambiental de Construção;
Monitoramento e Controle de Processos Erosivos e Corpos d´Água;
Recuperação de Áreas Degradadas e Passivas Ambientais;
Ação de Emergência com Cargas Perigosas;
Proteção e Monitoramento da Fauna e Flora;
Saúde e Segurança Ocupacional e Capacitação de Mão-de-obra;
Prospecção e Salvamento do Patrimônio Histórico-Cultural e Arqueológico;
Componente Indígena e Comunidades Tradicionais;
Desapropriação, Reassentamento e Ordenamento Territorial na Faixa de Domínio;
Comunicação Social e Educação Ambiental;
Compensação Ambiental.
Dentre os efeitos ambientais de uma obra de construção civil de rodovias destacam-se: 
Perda de terras agriculturáveis; 
 Imigração e adensamento de áreas naturais segregadas ou, ao menos, de difícil acesso; 
 Compactação e/ou a erosão do solo; 
Alteração do lençol freático; 
 Aterramento do solo/vegetação natural; 
Modificação do relevo e de cursos d’água; 
Restrições ao movimento de animais; 
Possibilidade de contaminação das águas e do solo por óleo e combustível de máquinas, veículos e equipamentos.
Assim, o Tecnólogo Ambiental, no exercício de sua profissãodeve seguir todas as etapas doLicenciamento ambiental e as suas aplicações na implantação de rodovias,avaliando de maneira responsável todo o processo a fim de diminuir o impacto ambiental unindo a tecnologia e o progresso, preservando o meio ambiente garantindo a vida, a flora e a fauna para as gerações futuras.
REFERÊNCIA BIBLIOGRAFICA
Brasil. Tribunal de Contas da União. Cartilha de licenciamento ambiental. Tribunal de Contas da União; com colaboração do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis. -- 2.ed. -- Brasília : TCU, 4ª Secretaria de Controle Externo, 2007. 83 p. : il. Colo Disponível em:<http://portal2.tcu.gov.br/portal/pls/portal/docs/2059156.PDF> Acesso 09/05/2015
DIAS, Edna Cardoso. Manual de Direito Ambiental. 2. ed., Belo Horizonte: Mandamentos, 2003.
FIORILLO, Celso Antônio Pacheco. Curso de Direito Ambiental Brasileiro. 6. ed., São Paulo:Saraiva, 2005.
http://rodoviasverdes.ufsc.br/files/2010/04/Leis-ambientais-para execu%C3%A7%C3%A3o-de-rodovias.pdf
http://www.der.pr.gov.br/arquivos/File/Meio_Ambiente/Publicacoes/Manual_de_Instrucoes_Ambientais_para_Obras_Rodoviarias.pdf
http://www.dnit.gov.br/planejamento-e-pesquisa/coordenacao-geral-de-meio-ambiente/licenciamento-ambiental
Lei 6.938/81, Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA.Disponível em:<http://www.dnit.gov.br/planejamento-e-pesquisa/coordenacao-geral-de-meio-ambiente/licenciamento-ambiental/lei6938.pdf>Acesso 09/05/2015
MORALES, P.R.D. In: BELLIA, V. et al. Introdução à gestão ambiental de estradas. Rio de Janeiro: IME/FRF, 2005. 160p.
PANAZZOLO et al. Gestão ambiental na construção de rodovias - O caso da BR-448 - Rodovia do Parque.3º Congresso Internacional de Tecnologias para o Meio Ambiente. Bento Gonçalves – RS, Brasil, 25 a 27 de Abril de 2012. 
SILVA, José Afonso da.Direito Ambiental constitucional. 4 ed. São Paulo: malheiros, 2003, p. 281/282.Disponível em:<http://www.direitodoestado.com/revista/REDE-9-JANEIRO-2007-TALDEN%20FARIAS.pdf>Acesso 09/05/2015
SOUZA, Demétrius Coelho. Breves Considerações sobre o licenciamento ambiental. Revista Jurídica da Unifil. Ano 6, nº 6, 2010. Disponível em:<http://web.unifil.br/docs/juridica/06/ARTIGO_2.pdf>Acesso 09/05/2015

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