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Elementos Negócio Jurídico Ana Viola

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CLASSIFICAÇÃO DOS ELEMENTOS DO NEGÓCIO JURÍDICO
A classificação tradicional dos elementos do negócio jurídico, que vem do direito romano, 
divide-os em: essentialia negotii, naturalia negotii e accidentalia negotii.
 ■Elementos essenciais (essentialia negotii) são os estruturais, indispensáveis à existência 
do ato e que lhe formam a substância: a declaração de vontade nos negócios em geral; a coisa, 
o preço e o consentimento (res, pretium et consensus) na compra e venda, por exemplo. 
Subdividem-se em:
 a) gerais: comuns a todos os negócios, como a declaração de vontade;
 b) particulares: peculiares a certas espécies, como a coisa, o preço e o consentimento na 
compra e venda (CC, art. 482) e o instrumento de próprio punho ou mediante processo 
mecânico no testamento particular (art. 1.876).
Elementos naturais (naturalia negotii) são as consequências ou efeitos que decorrem da própria 
natureza do negócio, sem necessidade de expressa menção. Normas supletivas já determinam 
essas consequências jurídicas, que podem ser afastadas por estipulação contrária. Assim, por 
exemplo, a responsabilidade do alienante pelos vícios redibitórios (CC, art. 441) e pelos riscos 
da evicção (art. 447) bem como o lugar do pagamento, quando não convencionado (art. 327
Elementos acidentais (accidentalia negotii) consistem em estipulações acessórias, que as partes 
podem facultativamente adicionar ao negócio para modificar alguma de suas consequências 
naturais, como a condição, o termo e o encargo ou modo (CC, arts. 121, 131 e 136) 
Outros elementos são chamados de acidentais porque não exigidos pela lei, mas 
introduzidos pela vontade das partes.
De <http://caduchagas.blogspot.com.br/2012/07/direito‐civil‐negocio‐juridico‐condicao_5.html> 
São requisitos da condição:
 A FUTURIDADE – não se considera condição o fato passado ou presente, mas somente o 
futuro.
 A INCERTEZA – o evento a que se subordina o negócio deve ser incerto. Se for certo, 
como a morte por exemplo, não haverá condição, mas sim termo.
PLANO DE EXISTÊNCIA DO NEGÓCIO JURÍDICO
não se indaga sobre a invalidade ou eficácia do negócio jurídico, importando apenas a 
realidade da existência. Tal ocorre quando este sofre a incidência da norma jurídica, desde que 
presentes todos os seus elementos estruturais. Se faltar, no suporte fático, um desses 
elementos, o fato não ingressa no mundo jurídico: é inexistente. O casamento celebrado por 
autoridade incompetente ratione materiae, um delegado de polícia, por exemplo, é considerado 
inexistente. Por essa razão, não se indaga se é nulo ou ineficaz nem se exige a desconstituição 
judicial, pois se trata de um nada jurídico. O plano da existência é dos elementos, visto que 
elemento é tudo o que integra a essência de alguma coisa
Os requisitos de existência do negócio jurídico são os seus elementos estruturais, sendo que 
não há uniformidade, entre os autores, sobre a sua enumeração. Preferimos dizer que são os 
seguintes:
 ■declaração de vontade;
 ■finalidade negocial;
 ■idoneidade do objeto.
 Faltando qualquer deles, o negócio inexiste.
PLANO DE VALIDADE
o ato existente deve passar por uma triagem quanto à sua regularidade para ingressar no 
plano da validade, quando, então, se verificará se está perfeito ou se encontra eivado de algum 
vício ou defeito inviabilizante. O preenchimento de certos requisitos fáticos, como a capacidade 
do agente, a licitude do objeto e a forma prescrita em lei, é indispensável para o 
reconhecimento da validade do ato. Mesmo a invalidade pressupõe como essencial a existência 
do fato jurídico. Este pode, portanto, existir e não ser válido. O plano da validade é o dos 
requisitos do negócio jurídico, porque estes são condição necessária para o alcance de certo fim
PLANO DE EFICÁCIA
pode também o negócio jurídico existir, ser válido, mas não ter eficácia, por não ter ocorrido 
ainda, por exemplo, o implemento de uma condição imposta. O plano da eficácia é onde os 
fatos jurídicos produzem os seus efeitos, pressupondo a passagem pelo plano da existência, 
não, todavia, essencialmente, pelo plano da validade[44]. Com efeito, é possível que o negócio 
seja existente e inválido, porém eficaz, como sucede na hipótese de casamento anulável 
celebrado de boa-fé. Embora inválido, gera todos os efeitos de um casamento válido para o 
Cônjuge de boa fé.
O novo Código Civil não adotou a tricotomia existência-validade-eficácia, conhecida como 
“Escada Ponteana”, em alusão a Pontes de Miranda. Na realidade, não há necessidade de 
mencionar os requisitos de existência, pois esse conceito encontra-se na base do sistema dos 
fatos jurídicos
DECLARAÇÃO DE VONTADE
vontade é pressuposto básico do negócio jurídico e é imprescindível que se 
exteriorize. Do ponto de vista do direito, somente vontade que se exterioriza é 
considerada suficiente para compor suporte fático de negócio jurídico; aquela que 
permanece interna, como acontece como a reserva mental, não serve a esse 
desiderato, pois que de difícil, senão impossível, apuração. A declaração de vontade 
é, assim, o instrumento da sua manifestação[46]. Por se tratar de é um elemento de 
caráter subjetivo, que se revela por meio da declaração, esta, portanto, e não aquela, 
constitui requisito de existência do negócio jurídico. A declaração pode ser expressa 
(gestos, palavras, fala, escrita), tácita(art. 1805 e 1263) ou presumida(art. 322, 323, 
324).
Condição é um evento futuro e incerto. Se o ato se sujeitar a uma condição 
suspensiva, somente produzirá efeitos se e quando a condição se implementar. Se 
a condição for resolutiva, produzirá efeitos até que a condição se implemente, se 
isso acontecer.
Termo é um evento futuro e certo. O ato sujeito a termo inicial somente produz 
efeito daquele momento em diante. Já termo final determina o momento em que 
os efeitos do ato cessarão.
Encargo ou modo é um ônus imposto a quem se beneficia pelo ato gratuito.(553 
do cc)
http://caduchagas.blogspot.com.br/2012/07/negocio-juridico-encargo-ou-modo.html
http://caduchagas.blogspot.com.br/2012/07/direito-civil-negocio-juridico-termo.html
http://caduchagas.blogspot.com.br/2012/07/direito-civil-negocio-juridico-condicao_
5.html
ENCARGO OU MODO
Encargo ou modo é uma determinação que, imposta pelo autor de liberalidade, a esta 
adere, restringindo-a45.
 Trata-se de cláusula acessória às liberalidades (doações, testamentos), pela qual 
se impõe uma obrigação ao beneficiário. É admissível, também, em declarações 
unilaterais da vontade, como na promessa de recompensa. Não pode ser aposta em 
negócio a título oneroso, pois equivaleria a uma contraprestação.
 O encargo é muito comum nas doações feitas ao município, em geral com a 
obrigação de construir um hospital, escola, creche ou algum outro melhoramento 
público; e nos testamentos, em que se deixa a herança a alguém, com a obrigação de 
cuidar de determinada pessoa ou de animais de estimação. Em regra, é identificada 
pelas expressões “para que”, “a fim de que”, “com a obrigação de”.
 O modo tem a função de dar relevância ou eficácia jurídica a motivos ou 
interesses particulares do autor da liberalidade46. Reduz os efeitos desta e pode 
constituir-se em obrigação de dar (uma contribuição anual aos pobres, p. ex.), de 
fazer (construir uma creche) ou de não fazer (não demolir uma capela).
 A característica mais marcante é a sua obrigatoriedade (cf. CC, art. 553), podendo 
o seu cumprimento ser exigido por meio de ação cominatória. Por outro lado, não se 
confunde o modo ou encargo com a situação subjetiva conhecida por ônus. Este não 
constitui obrigação devida a alguém, sendo por isso incoercível, embora necessário 
para a validade do ato pretendido, por exemplo, o registro de atos relacionados aos 
direitos reais47.
 Dispõe o art. 136 do Código Civil:
 “Art. 136. O encargo nãosuspende a aquisição nem o exercício do direito, salvo 
quando expressamente imposto no negócio jurídico, pelo disponente, como condição 
suspensiva”.
CONTRATO CONSIGO MESMO (AUTOCONTRATO)
Denomina-se o ajuste no qual reunem-se numa só pessoa as qualidades de primeiro e 
segundo contratantes Contratante em si mesma e representante com poderes
ELEMENTOS ACIDENTAIS
Além dos elementos estruturais e essenciais, que constituem requisitos de existência e de 
validade do negócio jurídico, pode este conter outros elementos meramente acidentais, 
introduzidos facultativamente pela vontade das partes, não necessários à sua existência. 
Aqueles são determinados pela lei; estes dependem da vontade das partes. Uma vez 
convencionados, têm o mesmo valor dos elementos estruturais e essenciais, pois que 
passam a integrá-lo, de forma indissociável.
Elementos acidentais são, assim, os que se acrescentam à figura típica do ato para mudar-
lhe os respectivos efeitos. São cláusulas que, apostas a negócios jurídicos por declaração 
unilateral ou pela vontade das partes, acarretam modificações em sua eficácia ou em sua 
abrangência. constituição, modificação ou extinção das relações jurídicas, ou seja, os 
f i d ó i j ídi l l d fi á i
Elementos Negócio J.
quinta‐feira, 20 de agosto de 2015 20:10
 Página 1 de Direito Civil I e II Teoria Geral 
q p p g j , p p , ç
suspensiva”.
CONTRATO CONSIGO MESMO (AUTOCONTRATO)
Denomina-se o ajuste no qual reunem-se numa só pessoa as qualidades de primeiro e 
segundo contratantes. Contratante em si mesma e representante com poderes 
expressos para celebrar o acordo pela outra.
Termo
ermo é o dia ou momento em que começa ou se extingue a eficácia do negócio 
jurídico, podendo ter como unidade de medida a hora, o dia, o mês ou o ano41. 
Termo convencional é a cláusula contratual que subordina a eficácia do negócio a 
evento futuro e certo.
 Dispõe o art. 131 do Código Civil:
 “Art. 131. O termo inicial suspende o exercício, mas não a aquisição do direito”.
 O termo não suspende a aquisição do direito por ser evento futuro, mas dotado de 
certeza. Difere da condição, que subordina a eficácia do negócio a evento futuro e 
incerto. Sendo o termo um acontecimento certo, inexiste estado de pendência, não se 
cogitando de retroatividade, existente apenas no negócio condicional. O titular do 
direito a termo pode, com maior razão, exercer sobre ele atos conservatórios.
O termo pode ser de várias espécies.
 Termo convencional é o aposto no contrato pela vontade das partes. Termo de 
direito é o que decorre da lei. E termo de graça é a dilação de prazo concedida ao 
devedor.
 Pode ocorrer que o termo, embora certo e inevitável no futuro, seja incerto quanto 
à data de sua verificação. Exemplo: determinado bem passará a pertencer a tal 
pessoa a partir da morte de seu proprietário. A morte é certa, mas não se sabe 
quando ocorrerá. Neste caso, a data é incerta. Sob esse aspecto, o termo pode ser 
dividido em incerto, como no referido exemplo, e certo, quando se reporta a 
determinada data do calendário ou a determinado lapso de tempo.
 Há, também, termo inicial ou suspensivo (dies a quo) e final ou resolutivo (dies ad 
quem). Se for celebrado, por exemplo, um contrato de locação no dia 20 de 
determinado mês para ter vigência no dia 1º do mês seguinte, esta data será o termo 
inicial. Se também ficar estipulada a data em que cessará a locação, esta constituirá o 
termo final.
 Como já foi dito, o termo inicial suspende o exercício, mas não a aquisição do 
direito (CC, art. 131).
 O termo pode ser ainda essencial e não essencial. Diz-se que é essencial quando o 
efeito pretendido deva ocorrer em momento bem preciso, sob pena de, verificado 
depois, não ter mais valor. Exemplo: em um contrato que determine a entrega de um 
vestido para uma cerimônia, se o vestido for entregue depois, não tem mais a 
utilidade visada pelo credor43.
O art. 553 do Código Civil estabelece que “o donatário é obrigado a cumprir os 
encargos da doação, caso forem a benefício do doador, de terceiro, ou do interesse 
geral”. Acrescenta o parágrafo único: “Se desta última espécie for o encargo, o 
Ministério Público poderá exigir sua execução, depois da morte do doador, se este não 
tiver feito”.
 O art. 1.938 do mesmo diploma acresce que ao legatário, nos legados com 
encargo, aplica-se o disposto quanto às doações de igual natureza, o mesmo 
acontecendo com o substituto, por força do art. 1.949. E o art. 562, primeira parte, 
prevê que “a doação onerosa pode ser revogada por inexecução do encargo, se o 
donatário incorrer em mora”. Tal dispositivo aplica-se, por analogia, às liberalidades 
causa mortis
passam a integrá-lo, de forma indissociável.
Elementos acidentais são, assim, os que se acrescentam à figura típica do ato para mudar-
lhe os respectivos efeitos. São cláusulas que, apostas a negócios jurídicos por declaração 
unilateral ou pela vontade das partes, acarretam modificações em sua eficácia ou em sua 
abrangência. constituição, modificação ou extinção das relações jurídicas, ou seja, os 
efeitos do negócio jurídico, colocam-se no plano de sua eficácia
Condição 
Condição é o acontecimento futuro e incerto de que depende a eficácia do negócio 
jurídico. Da sua ocorrência depende o nascimento ou a extinção de um direito. Sob o 
aspecto formal, apresenta-se inserida nas disposições escritas do negócio jurídico, razão 
por que muitas vezes se define como a cláusula que subordina o efeito do ato jurídico a 
evento futuro e incerto (CC/1916, art. 114; CC/2002, art. 121)5.
 Nesse diapasão, Orlando Gomes define condição como “a disposição acessória que 
subordina a eficácia, total ou parcial, do negócio jurídico a acontecimento futuro e 
incerto”. Aduz o saudoso mestre que “o vocábulo é empregado ora para designar a 
cláusula que contém a disposição, ora o próprio evento”6. Para Roberto de Ruggiero, 
condição é “a eventualidade futura e incerta de que se faz depender a eficácia ou a 
resolução do negócio jurídico”
A frase “derivando exclusivamente da vontade das partes” afasta do terreno das condições 
em sentido técnico as condições impostas pela lei (condiciones iuris).
 Apesar de o dispositivo supratranscrito se referir à vontade das partes (plural), cabe 
ressalvar, como observou Zeno Veloso, que negócios jurídicos unilaterais há, como o 
testamento, por exemplo, que admitem disposições condicionais10
Os requisitos ou elementos para que haja condição na acepção técnica são: a 
voluntariedade, a futuridade e a incerteza. É necessário, portanto: a) que a cláusula seja 
voluntária; b) que o acontecimento a que se subordina a eficácia ou a resolução do ato 
jurídico seja futuro; c) que também seja incerto11.
 Quanto à voluntariedade, já foi exposto que as partes devem querer e determinar o 
evento, pois se a eficácia do negócio jurídico for subordinada por determinação de lei, não 
haverá condição, mas, sim, conditio iuris.
 Do mesmo modo, não se considera condição o evento futuro, ainda que incerto quanto 
ao momento, a cuja eficácia o negócio está subordinado, mas que decorra da sua própria 
natureza, como, por exemplo, a morte em relação ao testamento. Sem o evento morte 
este não tem eficácia. No entanto, não há qualquer alteração estrutural do negócio, pois a 
morte é intrínseca a esse modo de manifestação de última vontade.
 No que concerne à futuridade, preleciona Limongi França: “É de se observar que, em 
se tratando de fato passado ou presente, ainda que ignorado, não se considera condição
As condições são admitidas nos atos de natureza patrimonial em geral, com algumas 
exceções, como na aceitação e renúncia da herança, mas não podem integrar os de 
caráter patrimonial pessoal, como os direitos de família puros e os direitos 
personalíssimos. Não comportam condição, por exemplo,o casamento, o reconhecimento 
de filho, a adoção, a emancipação etc.
 Os atos que não admitem condição denominam-se atos puros. São, resumidamente: 
“a) os negócios jurídicos que, por sua função, inadmitem incerteza; b) os atos jurídicos em 
senso estrito; c) os atos jurídicos de família, onde não atua o princípio da autonomia 
privada, pelo fundamento ético social existente; d) os atos referentes ao exercício dos 
direitos personalíssimos”. Essas exceções derivam da natureza dos interesses a proteger e 
da própria consideração devida à parte contrária1
Nuncio é o nome que se dá ao mensageiro, um porta voz, isto é, pessoa 
encarregada de levar notícia, de representar, não se lhe exige 
responsabilidade, podendo até ser um capaz.
TERMO X PRAZO
Termo não se confunde com prazo, também regulamentado pelo novo Código Civil.
 Prazo é o intervalo entre o termo a quo e o termo ad quem, ou entre a manifestação de 
vontade e o advento do termo, estando regulamentado nos arts. 132 a 134 do Código Civil. 
O prazo é certo ou incerto, conforme também o seja o termo.
 Os dias, como unidade de tempo, contam-se por inteiro, da meia-noite à meia-noite 
seguinte. Na contagem dos prazos, exclui-se o dia do começo e inclui-se o do vencimento 
(art. 132). Se este cair em feriado, “considerar-se-á prorrogado o prazo até o seguinte dia 
útil” (§ 1º).
 Meado considera-se, “em qualquer mês, o seu décimo quinto dia” (§ 2º). “Os prazos de 
meses e anos expiram no dia de igual número do de início, ou no imediato, se faltar exata 
correspondência” (§ 3º), como ocorre em ano bissexto. “Os prazos fixados por hora contar-
se-ão de minuto a minuto” (§ 4º).
 Nos testamentos, “presume-se o prazo em favor do herdeiro” (art. 133, primeira parte). 
Assim, se o testador fixar prazo para a entrega do legado, entender-se-á que foi 
estabelecido em favor do herdeiro, obrigado ao pagamento, e não do legatário. Nos 
contratos, presume-se “em proveito do devedor” (art. 133, segunda parte).
 Pode, assim, o devedor renunciar ao prazo e antecipar o pagamento da dívida, para 
livrar-se, por exemplo, de um índice de atualização monetária que estaria vigorando na data 
do seu vencimento, sem que o credor possa impedi-lo. No entanto, “se do teor do 
instrumento, ou das circunstâncias, resultar que o prazo se estabeleceu a benefício do 
credor ou de ambos os contratantes” (art. 133, segunda parte), tal renúncia não poderá 
ocorrer sem a anuência do credor, salvo se a avença for regida pelo Código de Defesa do 
Consumidor. Permite esse Código, sem distinção, a liquidação antecipada do débito, com 
redução proporcional dos juros (art. 52, § 2º).
 Os negócios jurídicos entre vivos, para os quais não se estabelece prazo, “são exequíveis 
desde logo”. A regra, entretanto, não é absoluta, como ressalva o art. 134, pois alguns atos 
dependem de certo tempo, seja porque terão de ser praticados em lugar diverso, seja pela 
sua própria natureza
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