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Amazônia Paraíso perdido, eldorado, inferno verde = imagens recorrentes sobre a Amazônia se reproduzem hoje com novas feições. Movimento de apropriação de um dos últimos espaços povoados do planeta. A ausência de organização social preexistente não resiste às novas apropriações = transformação = fronteira. A fronteira tem um tempo diferente do restante do território nacional, mais acelerado, acontecendo rápidas inovações. 3\5 do Brasil, 1\5 da água doce, 1\3 das reservas de florestas latifoliadas e 3,5 milésimos da população mundial. O Brasil possui 63,4% da Amazônia sul- americana. A Amazônia brasileira = mais da metade do território nacional. Só recentemente se desencadeou a ocupação rápida e sistemática da região, por forças nacionais e internacionais. Fronteira amazônica é diferente da fronteira dos EUA no séc. XIX ou as frentes pioneiras do Centro-Sul do Brasil na primeira metade do séc. XX. Mito de espaço vazio = válvula de escape a conflitos sociais em áreas povoadas e investimentos. Nega a existência de índios e caboclos na região. Fronteira = espaço não plenamente estruturado, gerador de novas realidades. Espaço de projeção para o futuro. Para o capital = implantar novas estruturas e reserva mundial de energia. Formas de Ocupação Primeira forma de ocupação = devassamento da floresta de várzea, ao longo dos rios, em busca de drogas do sertão para farmácia europeia. Final do séc. XIX e início do XX com o ciclo da borracha, em função da industrialização dos EUA e da Europa. Em 1920 e 1930 = frentes pioneiras agropecuárias e minerais espontâneas vindas do Nordeste. Apartirdosanos70=atuaçãodoEstado=novo ordenado devassamento amazônico = inserção do Brasil em uma ordem planetária moldada pelo vetor científico-tecnológico. Estado + corporações transnacionais. • Região é vista como capaz de promover solução para a tensão social do Nordeste e continuidade do crescimento do Sudeste = novos investimentos. Espaço Fordista EUA – 1870 Eletricidade e petróleo como formas de energia. Siderurgia (aço). Rodovia e a navegação aérea = grande velocidade. Indústria automobilística é a imagem simbólica da II R.I. Reestruturação do espaço. Eletricidade libera a indústria dos constrangimentos de localização = mundo se industrializa. Motor é o Taylorismo – conjunto de regras com o objetivo de uma organização científica do trabalho. Objetivo é eliminar a porosidade do trabalho fabril. Trabalho por tarefa, específico e fragmentado = repetição de um mesmo movimento. Especialização do produto especializa a máquina ferramenta e especializa o trabalhador. Fábrica – ambiente mais arejado, ventilado e espaçoso = destruição do espaço manchesteriano. Novo espaço interno da fábrica = linha de montagem de Ford. Trabalho definido pelo ritmo do trabalho automático. Separa-se o ato de pensar do ato de executar. Pensar – engenheiro – escritório (espaço para planejar o movimento da fábrica) Executa – operário – chão da fábrica (máquinas, operários e os produtos). Sistema espacial de gestão fortemente hierarquizado com várias chefias. Sistema de produção padronizado, em série e em massa = salário mensal e fim do salário pago por peça = fim da porosidade. Novos meios de comunicação e de transporte = novo sentido das distâncias. Estado intervencionista no planejamento do território – infraestrutura e pesquisa. Imperialismo e colonialismo = disputa por mercado e m.p. Crise de acumulação fordista (29) – keynesianismo. Espaço Toyostista Segunda metade do séc. XX, no Japão. Microeletrônica, informática, robótica e biotecnologia = nova técnica. Era não propriamente industrial – a circulação se sobrepõe a produção. Computador como lugar de destaque = flexibilidade. Hardware (máquina) e software (programa). Processo produtivo pode ser reorientada em pleno andamento. Mudança no espaço interno da fábrica. Taylorismo tirou a capacidade de criação do indivíduo. Escritório e chão-de-fábrica se aproximam = alteração na concepção e execução. Projeto – programado e transmitido pelo computador e discutido pelos trabalhadores. Just-in-time. Sincronia entre balcão e fábrica. Venda orienta a produção . Introdução da diversidade e da quantidade de produção limitada ao volume da demanda. Terceirização e subcontratação nas empresas. Fim dos problemas de super-produção nas empresas. Fusão da informática e das telecomunicações para beneficiar o capital financeiro, já hegemônico desde fins do séc. XIX. Desmonte do recortamento territorial estatal gerado pelo capital mercantil e industrial. Reorientação das fronteiras dos Estados. O capital financeiro reinventa o Estado = neoliberal. Dissolve as fronteiras dos Estados e suas regiões polarizadas x acumulação industrial. Ocorre a dt. do espaço em rede, baseado no capital móvel e sem pátria. O Espaço e a Classe Trabalhadora O arranjo espacial, pela primeira vez, deixa de centralizar-se na fábrica. Deixa de centralizar-se no trabalho, acabando como empresas (são terceirizados). As duas primeira R.I. tinham arranjo interno e externo da fábrica correspondentes. Fábrica e sociedade referenciando o mesmo paradigma. A III R.I. rompe com essa reciprocidade. IeIIR.I.=produção. IIIR.I.=circulação. Embaralha as regras da formulação teórica da sociedade e do seu espaço. Mudançadatécnica=mudançadaformade regulação espacial. Hoje=perplexidadeteórica. Asrelaçõesdetrabalhosãorefeitasenovas regras de gestão de trabalho se estabelecem. Que forma nova de espaço é essa? Que modo de regulação espacial se revela? Que novas formas de trabalho esse novo espaço regula? Como e de que modo intervém essa forma de regulação espacial nova? Que cara de configuração cartográfica possui? Volvismo Baseado na imagem do cérebro. 15% do PIB sueco e 12,5% das exportações. Elevado grau de experimentalismo, desafiando os princípios fordistas e toyotistas. Produção diversificada de qualidade. Objetivo: internacionalização da produção e democratização do trabalho. Consideração da presença humana: baixo nível de ruído, ergonomia e ar respirável. 40.000 carros por ano em um turno de trabalho. Trabalho baseado em grupos. Os operários não são montadores de partes e sim construtores de veículos. Cada grupo monta um carro completo em duas horas. Maior índice de uso de robôs entre os países desenvolvidos = jovens que recusam empregos de conceitos tayloristas, tradição da socialdemocracia e sindicados fortes. Projetar o trabalho ergonômicamente para operários suadáveis. Cada grupo de trabalho possui salas espaçosas com cozinhas, banheiro, chuveiro etc. A planta é iluminada com luz natural e ambientes limpos. Operário novo = 4 meses de treinamento de mais de 3 meses de aperfeiçoamento = ser capaz de montar um veículo. 45% da mão de obra é feminina. Objetivo final = aumentar a produtividade, reduzir custos e produzir com maior qualidade. Proposta Futura • Peter Drucker: estruturas mais simples, menor número de níveis hierárquicos, informática, alta flexibilidade, nova organização de trabalho. Ex: orquestra sinfônica = alta especialização individual com coordenação e sincronismo e temperado por um caráter artístico. • Uma banda de Jazz = forma musical do séc. XX, escalas africanas, harmonias europeias, pequena importância do maestro, marcada por padrões mas com enorme espaço para improvisação individual e coletiva, valorização dos músicos e pelo prazer da execução. ECO 92 Criação de uma cultura técnico-científica para revigorar o sistema econômico. A antiga cultura técnico-científica caracteriza-se por consumir a natureza sem ter a capacidade congênita de reconstruí-la. De impor à natureza um molde uniformitariamente padronizante e não auto-regenerativo, quando a natureza , ao contrário, é heterogeneamente padronizada e auto-regenerativa.Reinventar a cultura técnico-científica é substituir o paradigma destrutivo e não auto- regenerador (concepção físico-mecânica da natureza), por um outro paradigma comparativamente heterogêneo e auto- regenerativo (inspirado na concepção químico-biológica da natureza). Mas não se cria uma cultura técnico-científica da noite para o dia. Com isso, o tempo passou a ser uma variável estratégica. É preciso de tempo para fazê-la surgir. Mas não se tem muito tempo num Sistema que se arrasta numa crise prolongada e sincrônica em escala mundial. Tempo para que as pesquisas químicas e biológicas se transformem em artefatos tecnológicos e do capital para se liquefazer no antigo paradigma e rematerializar-se no novo. Tempo = acerto de estratégias entre os Estados = ECO 92. Evento que visou ser um acerto protocolar entre os Estados para sincronizar as reformas das novas relações técnicas de trabalho. Acordos entre as grandes corporações privadas e a necessidade da mediação do Estado. Floresta amazônica = 40% de todo o código genético do planeta. Vivemos uma situação científica semelhante à dos séculos XVIII e XIX = aventureiros naturalistas pesquisando e cartografando os recursos da indústria fóssil da época. Nova geopolítica diferente das fronteiras fixas dos Estados = ideia de patrimônio universal. Ex: florestas como patrimônio da humanidade. Mas a patente tecnológica criada nesse patrimônio deve ser propriedade privada de quem inventa.
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