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Obturação do sistema de canais radiculares Etapa quase final do tratamento endodôntico é a obturação do sistema de canais radiculares. Quando a gente faz todo o preparo químico e mecânico, toda etapa de limpeza e modelagem do canal, a gente tem que passar por uma outra etapa que também tem vários objetivos. Quais são esses objetivos? 1-Selar toda a extensão da cavidade endodôntica. Eu modelei meu canal, abri um pouco mais de espaço eu tenho que selar toda essa cavidade que eu criei 2- Fazer o selamento apical, lateral e coronário. Lateral pq? Pq existem canais laterais e coronário porque quando a gente termina o tratamento endodôntico a gente tem que selar a câmara coronária. 3- Perpetuar, quer dizer, manter eterno o estado de desinfecção que eu criei após o preparo químico mecânico e após a medicação intra-canal se foi o caso. 4- Reduzir o risco de reinfecção; Porque a maioria dos fracassos do tratamento endodôntico estão relacionados a remanescentes de microrganismos nos túbulos dentinários ou na região apical, ou ainda advindos da região coronária pq não foi realizado o correto selamento coronário. Então, microrganismo está intimamente relacionado ao fracasso do tratamento endodôntico. Outra coisa, o nosso sistema de canais radiculares ( a gente não tem um canal e sim um sistema de canais), então ele tem istmo, os próprios túbulos dentinários, vários canais recorrentes (reticular, secundário, acessório, tem aquela gama de canais que foi visto na aula de anatomia) isso tudo é loja pra abrigar esses microrganismos. Então qto mais eu conseguir irrigar, limpar o meu canal, se eu conseguir fazer uma obturação que deixe tudo selado eu não deixo espaço e região através da qual o microrganismo consiga se manter vivo, não tenho região pra nutrir aquele microrganismo, ele pode até tá lá, mas ele fica encarcerado em uma região sem acesso a nutrientes. Em uma micro tomografia de um dente real, é possível observar muitas ramificações em um único dente, e é claro que não é possível entrar com a lima em todas essas regiões. Quem trabalha muito na endo? É a irrigação, tem que dar muito valor pra irrigação, pq infelizmente não conseguimos entrar com o nosso instrumento seja ele manual, rotatório, de aço, de qualquer material não é possível. A irrigação trabalha muito, e uma vez que a irrigação trabalhou eu tenho que manter aquilo adequadamente selado através da obturação. Se eu deixo o espaço aberto, eu forneço substrato, forneço um meio de (não entendi se é hipercolação de fluidos) o que vão dar nutrientes para os microrganismo. Então hipercolação de fluidos via forame entre o material obturador e as paredes de dentina. O meu selamento definitivo da câmara coronária é uma barreira ao Microrganismo. Por exemplo, se eu tenho meu canal e esse canal é um canal achatado ou ovalado, ai eu coloco um cone só no meio dele (canal é achatado e o cone é circular) eu deixo todo o resto da região para os microrganismos “viverem”. A importância do selamento coronário Aqui no laboratórios nos dentes de vcs, a gente quer que vcs façam o selamento com cotosol que é um material de selamento provisório ou cimento de óxido de zinco e eugenol. No paciente isso não é mais aceitável, o selamento ou é feito com resina ou com cimento de ionômero de vidro. Pq? Pq os canais podem se tornar rapidamente contaminados. De 30 a 45 dias é o padrão, porém com uma semana já existe evidências de recontaminação dos canais radiculares. Então pq não deixamos material temporário na boca do paciente? Paciente sai daqui ah terminou o canal e nunca mais ele volta pq ele acha que tá tudo bem, e ai ele fica com curativo, ele come e cai e quebra o curativo e ele não tá nem ai, pq terminou o canal e ele não sente dor e ele acha que tá tudo bem. Então é nossa a responsabilidade de fazer um selamento adequado, pq senão vc perdeu seu tempo e seu dinheiro, paciente vai voltar e vc vai ter que fazer tudo de novo. Esse selamento serve para evitar, microinfiltração, cárie secundária ou recidivamente. Isso tudo a longo prazo pode representar o insucesso do seu tratamento endodôntico, fratura da restauração e do dente, claro que um selador temporário não tem a mesma resistência a mastigação do que se estiver restaurado com resina. Quando o trat endodôntico foi bom e a restauração coronária foi boa o índice de sucesso foi de 81% ou mais do tratamento endodôntico. Quando o tratamento foi bom e a restauração foi ruim, já caiu 10% o índice de sucesso. Quando o tratamento foi ruim e a restauração foi boa, é claro que o índice de sucesso cai bastante pouco mais de 50%. Se o tratamento foi ruim e a restauração foi ruim é a mesma coisa. Olha a importância da restauração final, ela pode determinar o insucesso do tratamento. Não é só o tratamento endodôntico que tem que ser bom, a restauração tbm tem que ser boa. Que ocasião eu obturo? 1-Primeiro eu tenho que ter certeza que meu preparo químico- mecânico está completo e adequado. Já fiz ampliei, já fiz limpeza, já fiz remodelagem, já fiz o batente, já fiz a irrigação abundante. Meu paciente eu coloco lá o cone de papel para secar, não tem mais exsudato (no paciente observa-se que eu coloco o cone e sai aquele soro amarelado que é fibrina, ou sangue mesmo), você pode achar até que errou na odontometria quando vc coloca lá e sai o cone “melado” de sangue. 2-Quando não tem mais sintomatologia. 3- Quando não tem mais odor fétido (por conta de MO anaeróbios que estão lá fermentando). Se for possível seguir todo o protocolo, é possível obturar no mesmo dia. Se o paciente ainda está com sintomatologia, se o dente ainda tá drenando um pouco ( não entendi). Onde eu vou obturar? O meu cone tem que estar no comprimento de trabalho, se a gente tá trabalhando de meio a 1 mm da radiografia é aqui que eu vou parar o cone. Região um pouco radiopaca acima do dente, isso é o que a gente chama de Puff apical. É um extravasamento de cimento endodôntico, isso aqui é chamado de sobreobturação. Tem professor que gosta quando acontece. Isso significa que eu desobstruir todo o canal e que eu fiz patência no forame. Então qdo eu fiz a condensação do cimento com a Guta-Percha , saiu um pouquinho de cimento, isso aqui não tem problema nenhum, não acontece nada, isso ao longo do tempo vai ser absorvido pelo organismo do paciente. Isso aqui é diferente da sobreextensão, a sobrextensão é vc passar com o cone direto o limite do dente, a sobrextensão não é desejável e significa que eu fiz alguma coisa errada na odontometria, ou na prova do cone, ou eu não travei o cone, o cone tem que tá travado pq vou ter que fazer depois a compactação vertical, e se o cone não tiver travado, na hora que eu for fazer a compactação o cone vai embora., passa do limite do dente. A sobreobturação é aceitável, tem gente que gosta e tem gente que não. Os materiais utilizados: cones de guta-percha (guta-percha mais mole e mais dura, ela é acrescida de pó de óxido de zinco, quando ela tá dura mt plastificada é pq na sua composição tem muito óxido de zinco)., é mais fácil trabalhar com a guta percha menos brilhosa (cm menos óxido de zinco). Cones principais calibrados de acorod com o sistema ISO, tem todas as séries de cone, cone 15, 20, 25... todas as séries. Tem cones que tem a conicidade diferente, as limas de conicidade 0,2 esses cones mais especiais tem conicidade 0,4, mas tem 0,6, 0,8... Os cones acessórios servem para completar os espaços que o cone principal não conseguiu selar, então eu tenho cones acessórios de vários diâmetros pra poder adequar a cada situação FF o mais fino MF FM R1 R2 R3 R4... são vários. A maioria dos cones tem 28mm e “extra longo” tem 35, ex. canino de 31 mm de comprimento é preciso eu ter cones extra-longos. Cones não podem ser autoclavados e a descontaminação é feitacolocando os cones mergulhados durante 1 min no hipoclorito de sódio. Cimentos Os cimentos endodônticos ajuda a terminar de completar os espaços. Propriedades ideais dos cimentos endodônticos #Tem que ser de fácil inserção e de fácil remoção, deve ser de fácil remoção porque pode ser que algum dia o dente precise ser retratado. #Deve selar os canais lateralmente e apicalmente. # Deve ser estável dimensionalmente #Radiopaco # Não manchar os dentes # Insolúvel nos fluidos teciduais, na saliva. Essas propriedades são antigas. # Não deve ser irritante # Impermeável #Biocompatível Antimicrobiano Não existe cimento com todas essas propriedades. 1- Cimentos a base de óxido de zinco e eugenol ( não é o mesmo usado para selamento temporário)- endofil, fio-canal, endometazona (importado contém corticoide), Te um a base de prata que não entedi o nome que é a base de prata, então deve-se ter cuidado ao usa-lo pois pode manchar os dentes. Devemos espatular e testar a consistência, tem que formar um fio e esse fio não deve cair e quebrar antes de 15 segundos. 2- Cimentos Resinosos- Cimento ... ( não sei o nome) a maior falha desse cimento é que o componente resinoso é solúvel 3- Cimentos que contém hidróxido de cálcio- Não entendi o nome dos cimentos É bom comprar cimentos resinosos a base de hidróxido de cálcio. 4- Cimento a base de MTA- cimento de parede, esse MTA foi desenvolvido para selar perfurações dentinárias. (cimento de parede purificado). Já foi desenvolvido um cimento a base de MTA. Técnicas de obturação Existem muitas. Técnicas a frio, em que a gente não derrete a guta-percha- Compactação lateral (mais antiga) e cone único Técnicas termoplásticas- a gente promove o derretimento da guta –percha. Técnica de compactação vertical, injeção de guta- percha, núcleos recobertos de guta-percha, compactação termo- mecânica. Antes de entrar na obturação, eu preciso desobliterar os túbulos dentinários (debrir+ MO) essa desobliteração é feita com o EDTA. Coloco o EDTA e vou fazer a seleção do cone, tira o cone, seca, e coloca hipoclorito para remover o EDTA. Sempre deve-se usar o EDTA pra fazer o toalete final do meu canal com EDTA, se possível pega uma lima 15 e agita no consultório agita-se com ultra-som, deixo alguns minutos, seco e irrigo o canal novamente com hipoclorito pra remover o EDTA e os debris que ficaram quelados, O EDTA é um ácido fraco, então ele remove íons cálcio juntamente com a lama dentinária. É mandatório o uso do EDTA, se eu quiser o uso do EDTA entre uma lima e outra eu posso, se quiser alternar EDTA e hipoclorito pode usar, mas limpeza eu vou ter. O EDTA se apresenta em forma de líquido e gel, mas há preferência pelo líquido pela facilidade de penetração. 1- Técnica de Compactação Lateral. Consiste na inserção de cones auxiliares ao principal (cone principal + cones auxiliares) através da criação de espaço, e esse espaço será criado com os espaçadores digitais ( A B C D) e existe os espaçadores manuais. Vou selecionar o cone, meu comprimento de trabalho foi 18, terminei com o instrumento 45, vou pegar meu cone 45 e medir na régua o comprimento de trabalho, que no exemplo é 18 com a pinça dou uma apertada no cone para marcar o 18 e com a pinça vou levar o cone ao dente, vou com a pinça e fazer o teste do cone. Existem 3 testes que nós devemos fazer qdo realizar a seleção do cone, são eles: 1 Inspeção Visual, Inspeção Tátil (tem que entrar e ficar firme), 3- Inspeção radiográfica para observar se ele tá no lugar certo se tá passando ou se tá curto. Quando o cone não dá certo devemos transformar o cone acessório em um cone principal. Existe a régua calibradora que tem vários orifícios, e cada orifício corresponde ao diâmetro de uma lima. Por exemplo se eu terminei com a lima 50, eu pego o cone e insiro no orifício 50 e com uma lâmina de bisturi eu corto o cone, eu calibrei o cone e transformei em um cone principal. Existe uma régua intermidio na qual me possibilita cortar o cone em um cone que intermediário por ex, 45,5. Outra coisa que nós vamos utilizar é a cânula aspiradora (economia de papel absorvente), ponta aspiradora, Selecionei meu cone, já deixei com EDTA, já irriguei, já sequei, já tá tudo pronto, vou espatular o cimento, peguei o cone e vou “melar” ele no cimento e vou levar o cone no canal. Quando eu vou inserir o cone no canal, eu dou uma “lambuzada nas paredes que é pra espalhar o cimento e finalmente eu posiciono o cone no lugar, se ele está ajustado tem que ficar travado, em seguida eu vou pegar o espaçador digital e vou selecionar um lugar que tem mais espaço e vou inserir o espaçador fazendo um pouco de pressão, removo fazendo um leve movimento anti-horário e insiro o cone acessório no lugar em que inseri o espaçador digital, pego de novo o espaçador e no mesmo eu insiro em seguida retiro e coloco outro cone e quando eu não estiver mais conseguindo inserir nenhum cone eu tenho que parar, deve-se evitar fazer pressão excessiva porque o dente pode fraturar. Em seguida eu vou fazer o raio x, se tiver “bom” eu vou aquecer o calcador e cortar o excesso de cone, cortando aos poucos de forma que o cone de toda a região da coroa seja removido, a massa de obturação tem que ficar da região cervical para baixo, não deve-se deixar cimento e nem guta-percha na região da coroa pq senão o paciente terá que fazer clareamento. Terminei de cortar, vou fazer a compactação vertical e por fim deve-se limpar a cavidade com a álcool a 70% e fazer o selamento definitivo com resina ou ionômero e fazer o raio x final. O espaçador geralmente não passa do CTP, então antes de começar deve-se colocar o cursor onde é meu CTP pra não fazer muita pressão. 2- Técnica do cone único Existem uns instrumentos que o fabricante já produz o instrumento, o cone de papel e o cone de guta-percha na medida. Então vamos supor que eu terminei com o instrumento amarelo, pego o cone compatível, seco, pego o cone de guta-percha , então eu uso um único cone pq ele tem o mesmo formato da lâmina de corte então ele já ocupa aquele espaço todo. Coloco no canal, corto e radiografo. 3- Compactação termomecânica (técnica híbrida de Tagger). Ela mistura duas técnicas, a técnica de condensação lateral tradicional com a técnica térmica (plastificação da guta percha). Os condensadores tem o encache para baixa rotação, quando eu aciono o micromotor através da ligação mecânica eu produzo calor e derreto a guta-percha. Os compactadores são conhecidos como compactadores de Maxpaden (vejam se é assim) ou condensadores de guta percha. Vantagem: é uma técnica barata e possibilita que eu corrija a obturação e é de rápida execução: Desvantagem: deve-se seguir um protocolo o micromotor tem que tá girando em sentido horário sempre, então tem que fazer o teste da gaze. Se ele estiver em sentido horário eu insiro na gaze e aciono e a tendência dele é sair sem prender. Caso ele esteja em sentido anti-horário a gaze vai enroscar nele sozinho. No paciente caso esteja em sentido anti-horário transfixa o osso. Vou ajustar o cone, selecionar o cone como se eu fosse fazer uma compactação lateral tradicional, espatulo o cimento, coloco o espaçador digital (1ª fase obturação da região apical com compactação lateral) a 2ª fase inserir o compactador de maxpaden na região média e cervical não entra em região apical e acionar, o giro dele vai derreter a guta-percha, deu uns 10 segundos eu vou tirando encostando na parede do canal, não tiro o pé do acionador. Deve ficar 5mm aquém do meu comprimento de trabalho e se o dente tiver curvatura, fica antes da curvatura. Possíveis problemas: pode fraturar o compactador, não derreter a guta percha quando é muito brilhosa (alta quantidadede óxido de zinco), se o micro motor estiver em sentido anti-horário ele trava o compactador e não consegue-se puxar, extravasamento do material. Indicações: cones com risogênese completa, dentes com absorção interna. Contra-indicaçãoes: dentes com risogênese incompleta. Tríade do tratamento de canal: preparo químico adequado, selamento adequado em 3d do sistema de canais radiculares, e selamento coronário eu tenho sucesso no tratamento.
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