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Processo Civil CEJ 12

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PROCESSO CIVIL – Celso Belmiro – 2007 – página � PAGE �256�
12ª aula (25/05/2007)
	O artigo 292, parágrafo 1º do CPC diz: 
“Art. 292. É permitida a cumulação, num único processo, contra o mesmo réu, de vários pedidos, ainda que entre eles não haja conexão.
§ 1o São requisitos de admissibilidade da cumulação:
I - que os pedidos sejam compatíveis entre si;
II - que seja competente para conhecer deles o mesmo juízo;
III - que seja adequado para todos os pedidos o tipo de procedimento.
§ 2o Quando, para cada pedido, corresponder tipo diverso de procedimento, admitir-se-á a cumulação, se o autor empregar o procedimento ordinário.”
	Para que haja reconvenção, ou seja, para que o Réu possa apresentar uma ação em face do Autor naquele mesmo processo, o Juízo que for competente para a ação originária tem que ser competente também para a reconvenção. 
	Paramos aqui na aula passada. 
	3) mesmo procedimento 
	O inciso III do parágrafo 1º do artigo 292 do CPC diz que deve ser adequado para todos os pedidos o tipo de procedimento. O que também é lógico, pois apresentada a reconvenção, a ação originária e esta vão andar juntas. Como poderiam andar juntasse possuírem procedimentos completamente diferentes? 
	Então, o terceiro requisito para a reconvenção qual seria? Para que o Réu possa apresentar reconvenção, a ação originária deve ter o rito ordinário e aí se a reconvenção for também uma ação que segue o rito ordinário, aí posso apresentá-la. 
	Essa é a parte simples, a partir daí começam os problemas, por exemplo: o sujeito propõe uma ação de rito ordinário e a reconvenção que quer apresentar é de rito sumário. É possível apresentar essa reconvenção? É. Por quê? Porque o Autor tem direito a um procedimento em tese mais célere, se ele na condição de Réu quer apresentar a reconvenção está abrindo mão deste procedimento mais célere. Então neste caso o que acontece? Essa reconvenção pode ser sim apresentada, mas o que vai acontecer? O procedimento dessa ação a que a princípio seria sumária, vai seguir o rito ordinário. O Réu no processo abre mão de um procedimento que seria mais célere para ele e a reconvenção segue junto com a ação principal. 
	E o contrário, é possível? Eu tenho uma ação que deve seguir o rito sumário e o Réu quer apresentar uma reconvenção que segue rito ordinário, é possível essa reconvenção? E aí? Não pode? Por que não pode? Não é possível porque quando uma ação tem rito sumário não cabe a reconvenção, pois no rito sumário existe possibilidade no rito sumário do Réu na própria contestação formular pedido em face do Autor (é o chamado pedido contraposto). Segundo a intensa maioria da doutrina se há a possibilidade de pedido contraposto está afastada a possibilidade da reconvenção. Esse pedido contraposto está no artigo 278, parágrafo 1º do CPC: 
“Art. 278. Não obtida a conciliação, oferecerá o réu, na própria audiência, resposta escrita ou oral, acompanhada de documentos e rol de testemunhas e, se requerer perícia, formulará seus quesitos desde logo, podendo indicar assistente técnico. (Redação dada pela Lei nº 9.245, de 26.12.1995) 
§ 1º É lícito ao réu, na contestação, formular pedido em seu favor, desde que fundado nos mesmos fatos referidos na inicial. (Redação dada pela Lei nº 9.245, de 26.12.1995)”
	Também encontramos o pedido contraposto no artigo 31 da lei 9099/95, que é mais completo e inicia dizendo que não cabe reconvenção: 
“Art. 31. Não se admitirá a reconvenção. É lícito ao réu, na contestação, formular pedido em seu favor, nos limites do art. 3º desta Lei, desde que fundado nos mesmos fatos que constituem objeto da controvérsia.”
	O CPC não é tão explícito, há necessidade de interpretação doutrinária e a interpretação majoritária é no sentido de se cabe pedido contraposto fica afastada a possibilidade de reconvenção. 
	
 	Dos requisitos colocados, este talvez seja o mais tênue, porque muitas vezes, por economia processual, mesmo que a ação seja originária sigam procedimentos diferentes tem se admitido a utilização da reconvenção. 
	Por exemplo, numa ação de usucapião. A ação de usucapião tem um procedimento especial, caberia reconvenção neste caso? Eu sou Autor da ação de usucapião, estou na posse do imóvel há20 anos e quero que seja declarada minha propriedade. O réu nesta ação diz que o proprietário é ele e quer que seja entregue para ele. Qual é a reconvenção teríamos aqui? Não é propriamente uma reintegração de posse, pois nesta o fundamento que o Autor sustenta é a posse e no caso o fundamento do Autor é a propriedade, então seria uma ação reivindicatória, que seria uma reconvenção em rito ordinário. A jurisprudência tem admitido essa hipótese. 
	Outro exemplo seria a ação de alimentos, revisional de alimentos onde o Autor que Aumentar o valor dos alimentos. O Réu requer a exoneração de alimentos. A ação originária tem rito especial e a reconvenção tem rito ordinário. 
	Outro exemplo é a ação de prestação de contas que possui procedimento especial. O que pode pleitear o Réu nessa ação? Ele pode dizer que nas contas do Autor este está lhe devendo, me pague. Ação de cobrança. A ação originária tem procedimento especial e a reconvenção possui rito ordinário. 
	Então, esse requisito, ou seja, para que seja possível a reconvenção a reconvenção e a ação originária têm que seguir o mesmo procedimento, muitas vezes é esvaziado pela própria jurisprudência. Se for possível no mesmo processo resolvermos o conflito de interesse, não vou utilizar outro processo, vou aproveitar para solucionar ali mesmo.
	
	4) Legitimidade 
 	Também para que haja a reconvenção tem que se observar a legitimidade. O que significa esse requisito? Que quem faz parte da ação originária tem que fazer parte também da reconvenção. 
	Exemplo: A ajuíza uma ação em face de B e este apresenta reconvenção em face de A. Ação originária A e B, reconvenção B e A. 
	Outras questões interessantes surgem em relação a esse item legitimidade. 
 	Questão de prova: A e B ajuízam uma ação em face de C. É possível que C ajuíze reconvenção só em face de A, deixando B de fora? 
	Ou, A ajuíza uma ação em face de B e C. é possível que só B apresente reconvenção? 
	Repare que nessas duas situações não há propriamente uma identidade entre quem figura na ação originária e quem figura na reconvenção. 
	Nessas duas situações colocadas será possível a reconvenção? Será. 
	Esse requisito proíbe o seguinte: A ajuíza uma ação em face de B e este apresenta a reconvenção em face de A e C. Isso não é possível, pois na ação originária estão presentes A e B e eu permito que através da reconvenção o B insira mais alguém no processo, a reconvenção passaria a servir como uma modalidade de intervenção de terceiro. Reconvenção não é modalidade de intervenção de terceiro. Não é possível através da reconvenção pretender-se o ingresso de mais alguém no processo. 
	
	O artigo 315 do CPC dispõe: 
“Art. 315. O réu pode reconvir ao autor no mesmo processo, toda vez que a reconvenção seja conexa com a ação principal ou com o fundamento da defesa.
Parágrafo único. Não pode o réu, em seu próprio nome, reconvir ao autor, quando este demandar em nome de outrem. (§ 1º renumerado pela Lei nº 9.245, de 26.12.1995)”
	O parágrafo único do artigo 315 do CPC possui uma redação meio “sinistra”. 
	O Autor A está no processo defendendo interesse de B (legitimação extraordinária), A não é o B, A é o substituto processual de B. É possível a reconvenção nessa hipótese? O Réu quer apresentar reconvenção neste processo, é possível? Depende. Depende de quê? Se o direito que o Réu quer ver reconhecido é um direito que ele afirma possuir contra o A, essa reconvenção não é possível. Pois o A está no processo defendendo direito de B. Se o A está no processo defendendo direito de B, caso o Réu queira exigir alguma coisa do A, essa reconvenção não é possível. É a vedação do parágrafo único do artigo 315 do CPC. 
	Como devemos ler o parágrafoúnico do artigo 315 do CPC? A expressão “no próprio nome” é no próprio nome de quem do Autor ou do Réu? Do Autor. Por quê? Porque o que eu quero saber é se interesse que o Autor está defendendo é o interesse dele próprio ou de outrem. 
	A redação correta do artigo é: Não pode o Réu reconvir ao Autor em seu próprio nome quando o Autor demandar em nome de outrem. Não pode o réu exigir nada o Autor se este está no processo defendendo interesse que é de outra pessoa. Deve-se jogar a expressão “no próprio nome” pra frente, depois da palavra autor. 
	E se o Réu quer exigir alguma coisa em face do B, do substituído, seria possível a reconvenção? Isso não está regulado no artigo 315, parágrafo único do CPC. Nesse caso, é possível a reconvenção desde que A tenha legitimidade para defender B na reconvenção. 
	Celso Belmiro diz para não perguntarem exemplo disso porque, apesar dessa questão discutida acima já ter caído duas vezes em prova ele não consegue visualizar na prática uma possibilidade disso ocorrer, até porque, quando se fala em legitimidade extraordinária, tal legitimidade é para o sujeito ajuizar uma ação defendendo interesse de outrem e não para defender o interesse de outrem numa eventual reconvenção ou numa contestação. 
	O artigo 316 do CPC dispõe: 
“Art. 316. Oferecida a reconvenção, o autor reconvindo será intimado, na pessoa do seu procurador, para contestá-la no prazo de 15 (quinze) dias.”
	Está certo dizer que o Autor será intimado da reconvenção? A reconvenção é uma ação do réu contra o Autor. Está certo esse intimado ou seria citado? Está certo o termo intimado aqui, porque só se cita quem não está no processo, se a pessoa já está no processo se intima. Essa intimação irá produzir todos os efeitos de uma citação: interromper prescrição, induzir a litispendência,... Os efeitos todos da citação estarão presentes nessa intimação. 
	Se o Autor (reconvindo) na reconvenção quiser sustentar que o Juízo é relativamente incompetente para o julgamento da reconvenção? Caberia aqui o oferecimento de exceção. 
	E outra reconvenção seria possível? É cabível Reconvenção da reconvenção? Não. Por que não? Porque senão geraria um processo infinito. O Autor vai ser intimado da reconvenção para apresentar contestação, podendo excepcionalmente apresentar exceção, mas uma outra reconvenção não. 
	O artigo 317 do CPC dispõe: 
“Art. 317. A desistência da ação, ou a existência de qualquer causa que a extinga, não obsta ao prosseguimento da reconvenção.”
	A reconvenção tem vida própria, ela é independente. Então, se alguma coisa acontecer na ação originária que leve a extinção da mesma, a reconvenção continua. 
	Vamos voltar para o artigo 299 do CPC. Falamos de Contestação, falamos de Exceção e concluímos agora Reconvenção. Então, a resposta do Réu está aqui. O artigo 297 do CPC inicia o assunto dizendo que o Réu poderá apresentar sua resposta no prazo de 15 dias. 
	Assim dispõe o artigo 299 do CPC: 
“Art. 299. A contestação e a reconvenção serão oferecidas simultaneamente, em peças autônomas; a exceção será processada em apenso aos autos principais.”
	Então, no procedimento ordinário o prazo para o oferecimento da respostado Réu é de 15 dias. Então, nesse prazo ele pode: apresentar a contestação no 4º dia e apresentar a reconvenção no 12º dia? De acordo com o que está no artigo 299 do CPC, não, pois a contestação e a reconvenção devem ser apresentadas simultaneamente. 
	E ao contrário, é possível? Se o sujeito apresenta reconvenção no 4º dia e contestação no 12º dia é possível? De acordo com o artigo 299 do CPC não poderia. O artigo diz que a apresentação da contestação e da reconvenção deve ser simultânea. Porém, nesse segundo caso, dizer que o sujeito não poderá contestar gera conseqüências muito graves. Dizer que apresentada a contestação o sujeito não poderá mais reconvir faz apenas com que ele não possa resolver aquele seu direito no mesmo processo. Agora dizer que o sujeito apresentada a reconvenção não poderá mais contestar gera conseqüências muito mais graves, o sujeito será considerado revel e por conta disso se submeterá aos efeitos da revelia e tudo isso dentro do prazo que teria para apresentar sua contestação. Ele não perdeu o prazo para contestar. Então, nesse caso, tem se admitido a contestação, apesar do artigo 299 do CPC. 
	É possível apresentar contestação no 5º dia e exceção no 13º dia? Pode, pois a exigência de simultaneidade é para a contestação e a reconvenção. 
	É possível apresentar reconvenção no 4º dia e contestação no 13º dia? Pode. 
	Pode apresentar reconvenção no 2º dia e contestação no 16º dia? A contestação nesse caso está sendo apresentada fora do prazo. 
	OBS: Celso Belmiro fala sobra Revista Fé Pública, onde foi publicado um artigo falando sobre as alterações do processo de execução, lei 11.232 e lei 11.382. 
	OBS2: Apresentada uma exceção, esta gera a suspensão do processo e também dos prazos. Assim, por exemplo, apresentada uma exceção no 5º dia, o processo fica suspenso e o resto do prazo também. Depois que for julgada a exceção é que se reabre o prazo para contestar. 
II.3) PROVIDÊNCIAS PRELIMINARES E JULGAMENTO CONFORME O ESTADO DO PROCESSO
	PROVIDÊNCIAS PRELIMINARES
	Terminado o prazo para a apresentação da resposta do réu o processo tem que ir adiante. O processo é regido por um princípio que deve ser observado, que é o princípio do contraditório. Dependendo do que aconteceu dentro do prazo de 15 dias, eventualmente se terá necessidade de ouvir o Autor. 
	As providências preliminares estão relacionadas, estão ligadas ao que aconteceu dentro do prazo de que o Réu dispunha para responder e tem por finalidade manter o processo sob o domínio do contraditório. 
	Alguma coisa aconteceu no prazo de resposta do Réu que faz com que agora eu tenha que ouvir o Autor, para que o contraditório possa ser observado.
	As providências preliminares estão no artigo 323 do CPC: 
“Art. 323. Findo o prazo para a resposta do réu, o escrivão fará a conclusão dos autos. O juiz, no prazo de 10 (dez) dias, determinará, conforme o caso, as providências preliminares, que constam das seções deste Capítulo.”
	Segundo o artigo 323 do CPC, podemos concluir pela expressão “conforme o caso”, não será sempre que se terá necessidade de tomar alguma providência preliminar. 
	
	Então, vamos examinar as hipóteses do que pode ocorrer no prazo de resposta do Réu. 
	Primeiro pode ocorrer a revelia. A revelia gera a presunção de veracidade dos fatos alegados pelo Autor. Então, se o Réu deixou de contestar ele é revel. E a revelia nas situações normais gera a presunção de veracidade dos fatos alegados pelo Autor. Presente essa presunção de veracidade damos um salto no processo e vamos para o julgamento antecipado da lide. O juiz já pode julgar antecipadamente a lide porque não há mais a necessidade de provas. 
	Só que nem sempre quando o Réu é revel haverá essa presunção de veracidade dos fatos alegados pelo Autor (direitos indisponíveis, fato alegado pelo Autor só se prova com determinado documento, quando existem dois réus e um deles contesta...). Não havendo a presunção de veracidade o Autor não está dispensado de provar os fatos que alegou, continua tendo que provar os fatos alegados. Vai ser preciso ouvir o Autor, pois há um elemento novo no processo. E que elemento novo é esse, presente no processo e que o Autor não sabia quando ajuizou a petição inicial? A revelia. Então, diante dessa revelia, que provas você Autor pretende produzir agora? 
	A primeira providência preliminar é a oitiva do Autor sobre provas. Isto se encontra no artigo 324 do CPC: 
“Art. 324. Se o réu não contestar a ação, o juiz, verificando que não ocorreu o efeito da revelia, mandará que o autor especifique as provas que pretenda produzir na audiência. (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973)”
	Mas o Autor já não tinha que ter requerido suas provas lá no início, na petição inicial (artigo 282 doCPC)? Sim. Mas gora ele precisa ser ouvido novamente porque existe uma coisa nova no processo, uma informação nova no processo da qual eu tenho que dar informação ao Autor. Isso significa respeitar o contraditório. 
	A segunda situação possível seria o Réu apresentar sua defesa através da contestação. Que tipo de defesa temos aqui? Defesa processual e de mérito. Sendo que a defesa de mérito possui uma divisão em defesa de mérito direta e indireta. 
	O Réu apresentou defesa processual na contestação, ou seja, preliminares do artigo 301 do CPC. O Réu apresentou defesa indireta de mérito. O que é defesa indireta de mérito? O Réu aceita os fatos e até as conseqüências, mas apresenta outros fatos modificativos, impeditivos ou extintivos do direito do Autor. 
	É comum quando o Réu alega uma defesa preliminar na contestação, também apresentar uma defesa indireta de mérito, alega outro fato modificativo, impeditivo, extintivo do direito do Autor. Há uma coisa nova no processo, uma cosia sobre a qual o Autor não se manifestou na petição inicial. Então, tanto quando o Réu alega uma preliminar como quando alega uma defesa indireta de mérito haverá alguma alegação nova sobre a qual o Autor não e manifestou ainda. Se quero observar o contraditório, tenho que ouvir o Autor. Essa manifestação do Autor nesses casos tem um nome, RÉPLICA, que se encontra no artigo 326 e 327 do CPC: 
	
“Art. 326. Se o réu, reconhecendo o fato em que se fundou a ação, outro Ihe opuser impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor, este será ouvido no prazo de 10 (dez) dias, facultando-lhe o juiz a produção de prova documental.
Art. 327. Se o réu alegar qualquer das matérias enumeradas no art. 301, o juiz mandará ouvir o autor no prazo de 10 (dez) dias, permitindo-lhe a produção de prova documental. Verificando a existência de irregularidades ou de nulidades sanáveis, o juiz mandará supri-las, fixando à parte prazo nunca superior a 30 (trinta) dias.”
	Por que o Juiz nos artigos 326 e 327 do CPC faculta ao Autor a produção de prova documental? Porque existe um fato novo, uma discussão nova no processo. É natural que se permita a ele a apresentação de provas de tudo o que está sendo discutido. 
	
	Na defesa direta de mérito o Réu a defesa é sobre os fatos alegados pelo Autor. Nesse caso o Juiz deve mandar ouvir o Autor de novo? O Autor diz que aconteceu e o Réu diz que não aconteceu, não tem que ouvir o Autor quando o Autor ataca os fatos alegados pelo Autor. Não há tecnicamente falando Réplica nessa história. Na prática até acontece. Mas a réplica só faz sentido quando o Réu traz alguma coisa de diferente: alegar uma preliminar, ou apresenta uma defesa indireta de mérito. Agora quando o Réu apresenta defesa direta de mérito não faz sentido mandar o Autor se manifestar. 
	O Réu apresentou defesa direta de mérito, tornou controvertida aquela relação jurídica, e aí? E aí que nessa hipótese eu irei ouvir o Autor, mas ouvirei o Autor para caso ele queira apresente ação declaratória incidental. É o que está no artigo 325 do CPC: 
“Art. 325. Contestando o réu o direito que constitui fundamento do pedido, o autor poderá requerer, no prazo de 10 (dez) dias, que sobre ele o juiz profira sentença incidente, se da declaração da existência ou da inexistência do direito depender, no todo ou em parte, o julgamento da lide (art. 5o).”
	“Contestando o réu o direito que constitui o fundamento do pedido”, leia-se: apresentando o Réu defesa direta de mérito. 
	O próprio artigo 325 do CPC faz referência expressa ao artigo 5º do CPC (ação declaratória incidental). 
	Ação Declaratória Incidental 
	Vamos ver algumas coisas antes de chegar propriamente na Ação declaratória incidental. 
	Primeira coisa é termos noção do que significa questão. O que significa questão em processo? Questão dentro de processo são os pontos sobre o qual controvertem Autor e Réu. 
	A finalidade do processo de conhecimento é a declaração acerca de ter ou não Razão o Autor sobre o seu pedido. Só que até que o juiz consiga chegar nessa finalidade, até que ele consiga decidir se o Autor tem ou não razão, terá que passar por uma série de obstáculos, tem que enfrentar algumas questões que numa seqüência lógica se apresentam a ele em momento anterior ao julgamento do pedido do Autor. Essas questões, por virem antes são chamadas de questões prévias. 
	As questões prévias se dividem em duas categorias: preliminares e prejudiciais. 
					Questões preliminares – indicam ao Juiz se 
QUESTÕES PRÉVIAS 						deve ou não julgar 
									o mérito. 
					
					Questões prejudiciais – indicam ao Juiz 
									como deve ser jul-
									gado o mérito. 
	
	Da análise das questões prejudiciais é que eu vou verificar se vou julgar procedente ou improcedente o pedido do Autor. 
	A primeira cosia que o Juiz vai ter que enfrentar são as questões preliminares. Analisando uma questão preliminar ele não vai analisar o mérito no mesmo momento, então se for extinguir o processo no momento a partir da análise de questão preliminar vai extingui-lo sem julgamento do mérito. 
	Digamos que todas as preliminares tenham sido superadas, o Juiz já chegou ao mérito, vai agora enfrentar o mérito, já chegou ao pedido do Autor? Não. Para chegar ao pedido do Autor e decidir como esse será julgado o Juiz terá que passar pelas questões prejudiciais. E em função das conclusões que ele chegar da análise dessas questões prejudiciais é que será julgado o pedido do Autor. 
	Exemplo prático: A ajuíza em face de B uma ação para cumprimento da obrigação contratual X. A e B celebraram o contrato X, houve violação dessa obrigação e A quer a condenação de B ao cumprimento dessa obrigação. 
	O Réu contesta. Na contestação ele alega: 1) inépcia da inicial; 2) falta de condição da ação; 3) nulidade do contrato. 
	A primeira alegação de inépcia da inicial é uma questão preliminar, por quê? Porque se o Juiz reconhecer que a inicial é inepta, o processo será extinto sem resolução do mérito. 
	A segunda alegação de falta de condição da ação também é uma preliminar porque se o Juiz reconhecer a falta de condição da ação irá extingui-lo sem resolução do mérito. 
	A nulidade do contrato também é uma questão preliminar? Não. Porque já passou das questões preliminares, não é mais uma questão da relação processual é uma questão prejudicial. É uma questão pelo fato de o Réu ter alegado o Juiz terá que enfrentar e que se coloca como pressuposto lógico e necessário para o julgamento do pedido. E mais do que isso, é em função da conclusão a que o Juiz chegar sobre a nulidade contratual ou não que vai ser definida a sua decisão. Ou seja, se o Juiz entender que o contrato é nulo irá julgar improcedente o pedido do Autor, se entender que o contrato é válido irá julgar procedente o pedido do Autor e vai condenar o Réu a cumprir a obrigação. 
	Prescrição é questão preliminar ou prejudicial? É questão prejudicial, porque o Código estabelece que a sentença que o Juiz reconhecer a prescrição será com julgamento do mérito. Então, se já sabemos que a prescrição é uma questão prejudicial não devemos colocar na contestação “preliminarmente” pra tratar da prescrição, porque ela não é preliminar. Quando o Réu alega prescrição ele não está atacando a relação processual, não está atacando o processo, está atacando a relação de direito material. Então, na nossa contestação devemos primeiro colocar as preliminares que existirem e depois, no item que tratar do mérito falar inicialmente das prejudiciais. 
	
	O Juiz profere uma sentença no seguinte sentido: o contrato é válido, julgo procedente o pedido do Autor e condeno B a cumprir a obrigação contratual. 
	Vamos analisar essa sentença. 
	Dentro da estrutura de qualquer sentença, esta deveria se organizar n seguinte sentido: relatório, fundamentação e dispositivo. 
	O contrato é válido faz parte de que parte da sentença? Faz parte da fundamentação. 
	E a parte que julga procedente o pedidoe condena a parte a cumprir a obrigação contratual, onde o juiz de fato está decidindo o processo faz parte do dispositivo. 
	O que se torna imutável na sentença? O que não pode ser modificado em processo posterior? O dispositivo. Por quê? Achem um dispositivo do Código que diga que é a parte do dispositivo da sentença que se torna imutável. Não existe. Não tem nenhum artigo dizendo que é o dispositivo da sentença que se torna imutável, mas existe artigo dizendo que a coisa julgada não incide sobre a fundamentação. O artigo 469 do CPC dispõe: 
“Art. 469. Não fazem coisa julgada:
I - os motivos, ainda que importantes para determinar o alcance da parte dispositiva da sentença;
Il - a verdade dos fatos, estabelecida como fundamento da sentença;
III - a apreciação da questão prejudicial, decidida incidentemente no processo.”
	A coisa julgada incide apenas sobre o dispositivo da sentença. 
	Imaginemos que os mesmos personagens da ação se vêem numa segunda ação. O mesmo A ajuíza em face do mesmo B uma ação para cumprimento da obrigação contratual Y. As mesmas partes, os mesmo contrato, só que agora outra obrigação contratual. 
	Vem o Réu contestação e diz que o contrato é nulo. O Juiz neste processo pode reconhecer que esse contrato é nulo? Pode. Por quê? Porque a validade do contrato é uma questão prejudicial e foi decidida em outro processo e faz parte da fundamentação da sentença e esta não é abrangida pela coisa julgada, 
	Como posso, então, fazer com que a fundamentação do processo também se torne imutável e impedir que isso em outro processo seja julgado novamente? Através da ação declaratória incidental. 
	Se o Autor ou o Réu, apresentarem numa ação uma ação declaratória incidental, o que vai acontecer? Artigo 470 do CPC: 
“Art. 470. Faz, todavia, coisa julgada a resolução da questão prejudicial, se a parte o requerer (arts. 5o e 325), o juiz for competente em razão da matéria e constituir pressuposto necessário para o julgamento da lide.”
		
	O próprio artigo 470 do CPC faz referência ao artigo 5 e 325 do CPC, que tratam da ação declaratória incidental. 
	Faz coisa julgada a fundamentação se a parte apresentar a ação declaratória incidental. E tendo, efetivamente, uma das partes apresentado ação declaratória incidental, o que acontece com a sentença? O que antes seria mera fundamentação será jogado para dentro da coisa julgada. A fundamentação também passa a ser imutável também e não poderá ser discutida em outro processo em obediência a coisa julgada. 
	Qual é a finalidade da ação declaratória incidental? A ampliação dos limites objetivos da coisa julgada. 
	Requisitos para a apresentação da Ação declaratória incidental: 
Existência de uma questão de cuja apreciação dependa o julgamento da lide; 
 Que questão é essa? Uma questão prejudicial. 
Contestação, tornando controvertida a relação jurídica através da veiculação de uma defesa direta de mérito; 
Competência, o Juiz que é competente para julgar a ação originária tem que ser competente também para julgar a ação declaratória incidental.
Questão: O empregado ajuíza contra o patrão uma ação de dano moral em decorrência da relação empregatícia. De quem é a competência para julgar essa ação? É a Justiça do Trabalho ou a Justiça Comum na Vara Cível? Durante muito tempo isso foi polêmico. Hoje não há mais tanta polêmica em relação a isso, existem decisões reiteradas de que a competência é da Justiça do Trabalho. Mas para efeito do que queremos analisar aqui vamos seguir a corrente majoritária e entender ser de competência da Justiça Comum, da Vara Cível. 
	Então, o patrão apresenta uma contestação dizendo na mesma que não há vínculo empregatício nenhum. O Juiz da Vara Cível, partido do princípio que ele é competente para julgar a ação, pode reconhecer se há ou não vínculo empregatício? Como questão prejudicial para julgar o dano moral ele pode. A existência ou não de vínculo empregatício irá aparecer na fundamentação de sua sentença. 
	O patrão queria aproveitar essa ação para dizer que não vínculo empregatício com força de coisa julgada. Essa ação declaratória incidental pode ser apresentada? Não. Porque o Juiz da Vara Cível não tem competência para dizer com força de coisa julgada se há ou não vínculo empregatício. Então, aqui a ação declaratória incidental não será possível porque o Juiz competente para julgar a ação originária não é competente para julgar a ação declaratória incidental. 
 Pra ficar mais fácil, imagina a ação declaratória incidental como uma ação autônoma, como uma ação sozinha: Eu poderia ajuizar uma ação na Vara Cível para dizer que não há vínculo empregatício? Não. Então, se não pode ser proposta autonomamente porque o Juízo não é competente, não pode ser incidentalmente. 
	 A questão prejudicial penal tem previsão no CPC, no artigo 110: 
“Art. 110. Se o conhecimento da lide depender necessariamente da verificação da existência de fato delituoso, pode o juiz mandar sobrestar no andamento do processo até que se pronuncie a justiça criminal.
Parágrafo único. Se a ação penal não for exercida dentro de 30 (trinta) dias, contados da intimação do despacho de sobrestamento, cessará o efeito deste, decidindo o juiz cível a questão prejudicial.”
	É recomendável ao Juiz sobrestar o feito, mas não é obrigado. Nada impede que o Juiz para julgar uma ação cível, por exemplo, reconheça no curso do processo cível, que o Réu é o Autor do crime. Isso vai causar alguma influência no julgamento penal? Não. 
	Mesmo se o juiz suspender o processo não é obrigado a esperar infinitamente o julgamento do processo penal para julgar sua ação. 
	Outra situação é a seguinte: um contribuinte ajuíza uma ação em face da União. O contribuinte nessa ação sustenta que a lei que criou ou majorou a alíquota do tributo é inconstitucional. A União na sua contestação diz que a lei é constitucional. O Juiz tem competência para dizer se é constitucional ou inconstitucional? Tem. Controle difuso de constitucionalidade. Qualquer Juiz para julgar o pedido do Autor pode reconhecer a constitucionalidade ou inconstitucionalidade de uma lei. O entendimento de ser a lei constitucional ou inconstitucional fará parte da fundamentação da sentença. 
	O contribuinte ou mesmo a União pede que o Juiz diga que a lei é inconstitucional ou constitucional com força de coisa julgada, pode? Não. Pois ele não tem competência para dizer se a lei é constitucional ou inconstitucional. Só quem tem essa competência é o STF. 
	Quem tem legitimidade para apresentar uma ação declaratória incidental? O Autor. Qual o momento? Qual é o prazo? Artigo 325 do CPC. Prazo de 10 dias. 
	E o Réu? Pode apresentar ação declaratória incidental? Pode. Em que momento? No prazo para resposta, 15 dias da juntada aos autos do AR ou do mandado de intimação.
	Pergunta-se: O artigo 299 do CPC tem aplicação nesse caso? Ou seja, se o Réu quer apresentar uma ação declaratória incidental tem que ser junto com a contestação? 
	Há uma corrente minoritária que diz que a ação declaratória incidental proposta pelo Réu tem natureza reconvencional. 
	Celso Belmiro diz que esta corrente está equivocada, porque não é possível confundir reconvenção com ação declaratória incidental. Qual a diferença que podemos apresentar entre elas? 
	
Ação Declaratória Incidental
	
Reconvenção
	Legitimidade: Autor/Réu
	Legitimidade: Réu
	Indispensável a existência de contestação
	A existência de contestação é dispensável 
	Não é ação autônoma em relação à ação originária
	É ação autônoma em relação à ação originária
	Tem natureza declaratória. 
	Via de regra tem natureza condenatória, mas se admite que seja constitutiva ou declaratória
	Não dá pra confundir reconvenção com ação declaratória incidental. Logo, se a ação declaratória incidental não tem nada de natureza reconvencional o artigo 299 do CPC não tem aplicação a ela. 
	Partindo do pressuposto que o artigo 299 do CP nãose aplica à ação declaratória incidental quando é o Réu que irá a apresentar, pode o mesmo contestar no 6º dia e apresentar a ação declaratória incidental no 12º dia? Pode. 
	Se inverter a ordem, apresentar a ação declaratória incidental no 6º dia e contestar no 12º dia? A princípio não haveria problema já que não há necessidade de ser simultâneo. Mas essa inversão não é possível! Por quê? Porque a contestação é um requisito para a apresentação da ação declaratória incidental. Então não é possível ajuizar a ação declaratória incidental antes da contestação.

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