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Conversão matricial de Denavit- Hartenberg Apresentação O número de robôs utilizados em instalações industriais está cada vez maior, por conta de sua capacidade de realizar operações que requerem flexibilidade, rapidez e precisão. Grande parte das aplicações industriais dos robôs manipuladores exige que eles desenvolvam tarefas em relação a sua ferramenta terminal, o que envolve dados de seu posicionamento e orientação. Como um robô precisa ser controlado por suas variáveis articulares no que se refere ao sistema de coordenadas cartesianas, é preciso utilizar metodologias que transformem as coordenadas. Isso deve ser feito com o uso de algoritmos numéricos rápidos, que ajudam a determinar o deslocamento de cada grau de liberdade para que o robô execute suas funções. Assim, para que você conheça a prática dos manipuladores industriais, é importante dominar técnicas de cálculo utilizadas na movimentação de robôs. Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai estudar a transformação homogênea empregada nas transformações geométricas que possibilitam a movimentação de juntas de robôs e manipuladores industriais. Também vai conhecer um importante conceito para o estudo de robôs, a matriz de Denavit-Hartenberg, e sua conversão. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Apresentar a transformação homogênea na resolução do problema da rotação e translação dos robôs. • Enunciar a construção da matriz de Denavit-Hartenberg para o estudo de robôs.• Aplicar a conversão de Denavit-Hartenberg em manipuladores industriais.• Desafio A convenção de Denavit-Hartenberg (D-H) é uma abordagem amplamente empregada na análise cinemática de robôs, destinada a representar as relações entre suas articulações. Ela oferece um método organizado para descrever as transformações entre sistemas de coordenadas consecutivos ao longo das articulações e dos eixos dos manipuladores robóticos. A notação D-H é utilizada para sistematizar a descrição cinemática de um sistema mecânico articulado com n graus de liberdade. Agora acompanhe a seguinte situação: Nesse contexto, como se estivesse falando pessoalmente com Patrick, explique o que é a convenção D-H, assim como cada um dos quatro parâmetros utilizados para descrever a transformação homogênea. Depois elabore um infográfico ou um fluxograma que relacione esses parâmetros, de forma que fique claro que a convenção D-H será utilizada por você na modelagem de trajetória e de movimentação dos robôs que Patrick pretende adquirir para a fábrica de móveis. Infográfico Robôs móveis autônomos podem ser empregados na produção e montagem de diferentes produtos a fim de melhorar a agilidade e precisão fabril de indústrias. Para solucionar o problema da cinemática direta de robôs manipuladores, podem ser empregados vários métodos, entre eles a notação de Denavit-Hartenberg (D-H). Neste Infográfico, veja a descrição detalhada dessa abordagem. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/0c835954-1038-4741-ab90-52f566e7b8c6/913d0dea-67e7-4c46-a99e-08296be45785.jpg Conteúdo do livro Trabalhar com robôs manipuladores contribui para o aumento da eficiência e precisão de uma linha de produção. Por isso, seu uso tem aumentado exponencialmente em todo o mundo nos últimos anos. O controle e planejamento dos movimentos desses robôs dependem de cálculos matemáticos e do uso de diferentes métodos e técnicas. Nesse contexto, os controladores de robôs industriais desempenham papel crucial na execução precisa das tarefas atribuídas aos manipuladores, os quais dependem da interação entre teoria e prática. Para isso, é importante compreender os movimentos, as coordenadas e as posições dos manipuladores por meio de uma análise profunda das transformações geométricas e cinemáticas associadas a esses sistemas. Assim, o conceito de transformação homogênea ajudará você a adquirir conhecimentos importantes sobre como resolver problemas relacionados à rotação e translação de robôs. A construção da matriz de Denavit-Hartenberg é uma ferramenta essencial para esse processo, pois auxilia na simplificação e representação eficiente das características cinemáticas dos manipuladores. No capítulo Conversão matricial de Denavit-Hartenberg, base teórica desta Unidade de Aprendizagem, confira as características desse método e seu funcionamento — diferenciais para um profissional que pretende atuar com robótica no futuro da indústria. Boa leitura. CINEMÁTICA DIRETA DE ROBÔS OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM > Apresentar a transformação homogênea na resolução do problema da ro- tação e translação dos robôs. > Enunciar a construção da matriz de Denavit-Hartenberg para o estudo de robôs. > Aplicar a convenção de Denavit-Hartenberg em manipuladores industriais. Introdução A fim de executar as atividades para as quais foram designados, os controladores de robôs industriais utilizam microprocessadores, hardwares ou uma combinação dos dois. Para que os robôs “compreendam” as ordens e os direcionamentos dos controladores, é necessário descrever sistemas e sintetizar informações. As variáveis articulares dos robôs são a base dos sistemas de controle, que utilizam dados geométricos para efetivar cálculos sobre as possíveis posições dos mani- puladores robóticos. Isso envolve movimentos de rotação e translação dos elos e das juntas de um robô manipulador. Neste capítulo, você vai descobrir o que é a transformação homogênea, utili- zada para resolver problemas de rotação e translação dos robôs. Além disso, verá como a construção da matriz de Denavit-Hartenberg influencia o estudo de robôs e exemplos de aplicações dessa matriz em manipuladores industriais. Conversão matricial de Denavit- Hartenberg Roni Francisco Pichetti Transformação homogênea Nas indústrias, o uso da robótica envolve um desenvolvimento tecnológico e organizativo que vem tornando os processos produtivos mais eficientes em todos os níveis, com o objetivo de obter vantagens competitivas. Essas vantagens competitivas, aliadas a profundas inovações tecnológicas, estão abrindo espaço para novas formas de trabalho e de modelos de negócio. Nesse sentido, os desafios estão na necessidade de desenvolver sistemas produtivos inteligentes, fáceis de utilizar, mais flexíveis e ágeis, que se rela- cionem de maneira eficiente e intuitiva com os operadores humanos, a fim de que os custos de produção e o desperdício sejam diminuídos, e a qualidade dos produtos, aumentada (Pires, 2018). Nesse contexto, uma trajetória determinada de um robô manipulador precisa ser definida por um conjunto de ângulos associados ao movimento de cada um de seus graus de liberdade, que servirão como sinal de refe- rência para o controle de posição de suas juntas. Essa transformação de coordenadas articulares em cartesianas geralmente é realizada em tempo real, para que a tarefa executada seja eficiente. Com base em um conjunto de variáveis articulares, obtêm-se a posição e a orientação dos elementos de um robô (Rosário, 2004). Entretanto, quando os valores das variáveis articulares utilizadas como sinal de referência para o controle de posição das juntas são comparados com os valores das juntas, podem surgir erros, os quais aumentam conforme a velocidade de operação do robô. Por esse motivo, a implementação de um controlador de posições de um robô industrial depende do conhecimento da precisão cinemática do movimento do manipulador. Por consequência, é necessário estabelecer estratégias de controle de posição de juntas robóticas para que estas sejam eficientes e precisas, com erros próximo a zero. Isso é feito descrevendo o movimento do robô por equações que levam em conta sua arquitetura construtiva, a massa de seus elementos, as inércias, entre outros fatores (Rosário, 2004). Um manipulador de um robô pode ser representado como umacadeia cinemática de corpos rígidos (elos) conectados por juntas ou articulações, como pode ser visto na Figura 1. Um extremo do robô manipulador está conectado a uma base; já o efetuador está montado em outra extremidade, que possibilita a manipulação de objetos (Aguirre, 2007). Conversão matricial de Denavit-Hartenberg2 Figura 1. Descrição dos elos e juntas de um robô manipulador. Fonte: Aguirre (2007, p. 351). Na robótica, é comum que utilizar dois tipos básicos de junta: � de rotação; � de translação (prismática). O movimento dessas juntas gera o movimento do efetuador, sendo que cada junta adiciona um grau de liberdade ou mobilidade (Aguirre, 2007). Cada par de elos, ou cada junta, representa um grau de liberdade (GDL) que está presente no robô. De forma geral, os três primeiros graus de liberdade de um sistema robótico visam a posicionar sua ferramenta no espaço de tra- balho, enquanto os outros são responsáveis pela orientação. Uma vez que um efetuador esteja fixado em seu punho, é ele que efetua o trabalho e precisa ser acionado pelos diferentes pares de elos, para que seu posicionamento e sua orientação estejam de acordo com o necessário, em cada operação do robô (Munhoz, 2017). São empregadas funções matemáticas para calcular a cinemática do robô e obter qualquer matriz de rotação ou de transformação e as trajetórias no espaço das juntas, bem como para definir velocidades e acelerações iniciais e finais. O conjunto de funções utilizadas é diretamente relacionado ao tipo de robô utilizado; ou seja, são empregadas funções otimizadas de acordo com o tipo de robô utilizado, em que a cinemática (direta ou inversa) foi obtida simbolicamente e otimizada (Pires, 2018). Conversão matricial de Denavit-Hartenberg 3 Uma grande parte da cinemática do robô preocupa-se em estabelecer referenciais de coordenadas para representar as posições e orientações de objetos rígidos, com transformações entre esses referenciais de coordena- das. Na verdade, a geometria do espaço tridimensional e dos movimentos rígidos desempenha um papel central em todos os aspectos da manipulação robótica. As transformações homogêneas combinam as operações de rotação e translação em uma única multiplicação de matriz e são empregadas para derivar as chamadas equações cinemáticas diretas de manipuladores rígidos (Spong; Hutchinson; Vidyasagar, 2020). Assim, é necessário examinar as representações de pontos e vetores em um espaço euclidiano equipado com múltiplos referenciais de coordenadas. Em seguida, deve-se utilizar o conceito de matriz de rotação para representar, em linguagem matemática, posições e orientações físicas reais relacionadas a referenciais de coordenadas, a fim de rotacionar objetos. O objetivo é que, na sequência, seja possível combinar esses dois conceitos para construir matrizes de transformação homogênea, que podem ser empregadas para representar simultaneamente a posição e a orientação de um referencial de coordenadas em relação a outro. Além disso, matrizes de transformação homogêneas também podem ser utilizadas para realizar transformações de coordenadas (Spong; Hutchinson; Vidyasagar, 2020). Outro conceito importante para compreender as matrizes de transfor- mação homogênea é o vetor de deslocamento. O vetor de deslocamento é, basicamente, a diferença entre a posição inicial e a posição inicial do objeto que se quer movimentar. O cálculo do deslocamento (d) é feito por meio da subtração entre duas grandezas vetoriais: a coordenada da posição final menos a coordenada a posição inicial. Portanto, no caso da robótica indus- trial, ele é utilizado para mostrar como a posição do efetuador muda, visto que a matriz de rotação não demonstra essa informação (Spong; Hutchinson; Vidyasagar, 2020). Veja, portanto, que a transformação homogênea é uma técnica muito importante na robótica, empregada para representar as transformações geométricas, como rotação e translação, em um espaço tridimensional, e para modelar o movimento das juntas dos robôs e demais sistemas mecânicos. Basicamente, a transformação homogênea é representada por uma matriz 4 × 4 (quatro por quatro), que possibilita a combinação de diversas transformações em uma única matriz, facilitando o processo de cálculo final de um objeto depois de um determinado número de operações (Rosário, 2004). Conversão matricial de Denavit-Hartenberg4 É importante deixar claro que, segundo Spong, Hutchinson e Vidyasagar (2020), para se obter o quadro final com referência ao quadro da base do robô, é possível utilizar o produto das matrizes de rotação (por exemplo, de um robô Cartesiano), por meio da seguinte equação: Os autores esclarecem que essa relação é não verdadeira para a translação, com o vetor de deslocamento (d). As transformações geométricas de rotação são obtidas por meio de uma permutação cíclica das coordenadas do primeiro até o terceiro eixo (Hearn; Baker; Carithers, 2014). Nesse caso, as variáveis de x passam a ser utilizadas para y, e as de y para z, como pode ser visto a seguir: Perceba que isso muda somente o local das variáveis na matriz de trans- formação, a fim de se obter uma rotação para um dos três eixos diferentes. Essa permutação cíclica é representada na Figura 2. Conversão matricial de Denavit-Hartenberg 5 Figura 2. Permutação cíclica dos eixos de coordenadas cartesianas para produzir os três conjuntos de equações de rotação do eixo de coordenadas. Fonte: Hearn, Baker e Carithers (2014, p. 277). Veja, a seguir, uma matriz de posições de ângulos coordenados (P’), que obterá resultados calculados com a multiplicação de uma matriz 4 × 4 de coordenadas homogêneas do vetor T por uma matriz de posições coordenadas iniciais (P): Considere x, y, z e 1 como as coordenadas originais, x’, y’, z’ e 1 como as novas coordenadas e a matriz 4 × 4 como a matriz da translação a ser realizada. As variáveis tx, ty e tz são as quantidades pelas quais se deseja transladar o objeto nas direções x, y e z, respectivamente, processo que também é chamado de adicionar offsets (desvios) (Hearn; Baker; Carithers, 2014). Nesse caso, um objeto, ou elo de um robô, é transladado em três dimensões, transformando cada uma das posições de coordenadas definidoras do objeto. Depois, o elo é movimentado no novo local. Para um objeto representado como um conjunto de superfícies poligonais, é preciso realizar a translação de cada vértice para cada superfície e exibir novamente as facetas do polígono nas posições transladadas (Hearn; Baker; Carithers, 2014). Veja, na Figura 3, um objeto sendo transladado entre duas posições dife- rentes em relação aos eixos (axis) x, y e z. Conversão matricial de Denavit-Hartenberg6 Figura 3. Mudando a posição de um objeto com o vetor de translação T. Fonte: Hearn, Baker e Carithers (2014, p. 275). Já a transformação homogênea para uma rotação em três dimensões ao redor de um dos eixos principais (x, y ou z) é representada por três matrizes diferentes, uma para cada eixo (Hearn; Baker; Carithers, 2014). A matriz de transformação homogênea de rotação do eixo z é a seguinte: Nesse caso, o parâmetro θ especifica o ângulo de rotação em torno do eixo z, e os valores da coordenada z permanecem inalterados por essa trans- formação (Hearn; Baker; Carithers, 2014). Na Figura 4, é mostrada rotação de um objeto em torno do eixo z. Conversão matricial de Denavit-Hartenberg 7 Figura 4. Rotação tridimensional de um objeto do eixo z. Fonte: Hearn, Baker e Carithers (2014, p. 277). Perceba que o objeto estava no eixo x e é rotacionado para o eixo z, assim como acontece com a rotação das juntas em um robô industrial, tanto nesse mesmo eixo quanto entre os eixos x e y. Valores negativos para ângulos de rotação geram rotações no sentido horário, e a matriz identidade é produ- zida quando se multiplica qualquer matriz de rotação por sua inversa. Como apenas a função seno é afetada pela mudança no sinal do ângulo de rotação, a matriz inversa tambémpode ser obtida trocando linhas e colunas (Hearn; Baker; Carithers, 2014). As matrizes de transformação homogênea de rotação dos eixo x e y são estas: As matrizes de transformação homogênea de rotação dos eixo x e y são ilustradas na Figura 5. Conversão matricial de Denavit-Hartenberg8 Figura 5. Mudando a posição de um objeto com o vetor de translação T. Fonte: Hearn, Baker e Carithers (2014, p. 278). É possível combinar rotações e translações em uma única matriz de trans- formação homogênea. Para isso, deve-se multiplicar as matrizes correspon- dentes na ordem desejada. Por exemplo, se você deseja transladar e depois rotacionar a junta de um determinado elo, deve multiplicar as matrizes de translação e rotação nessa ordem (Rosário, 2004). Como as matrizes de transformação homogênea são empregadas para representar as mudanças na posição e orientação objetos e juntas em um sistema de coordenadas 3D, elas são úteis para calcular sua posição final após uma série de operações de transformação. Isso é fundamental na cinemática direta e inversa de robôs, em que se deseja determinar a posição final do efetuador do robô com base em suas articulações (Rosário, 2004). Construção da matriz de Denavit- Hartenberg A matriz de Denavit-Hartenberg (D-H) é uma técnica muito utilizada na ci- nemática de robôs para representar a relação entre suas articulações. Ela é uma maneira sistemática de descrever a transformação entre sistemas de coordenadas consecutivos ao longo das juntos e eixos dos robôs manipula- dores. Isso quer dizer que a mudança no tempo das coordenadas das juntas de um robô é tratada no modelo cinemático de um sistema articulado no espaço tridimensional (Rosário, 2004). A notação D-H é utilizada para sistematizar a descrição cinemática de um sistema mecânico articulado com n graus de liberdade. Nesse sentido, o método é empregado para obter somente as coordenadas do elemento terminal do robô. O modelo que utiliza essas informações pode ser utilizado em progra- Conversão matricial de Denavit-Hartenberg 9 mas de geração de trajetórias, bem como para identificação de erros, visto que precisa somente das coordenadas do elemento terminal (Rosário, 2004). De acordo com Spong, Hutchinson e Vidyasagar (2020), na construção da matriz de D-H, para qualquer manipulador, o primeiro passo seria colocar os eixos coordenados em cada uma das juntas, que são os quadros. Ou seja, existem regras para a colocação dos eixos (x, y, z) em cada uma das juntas, como você pode ver a seguir. 1. O eixo z deve ser o eixo de rotação em uma junta de revolução ou a direção de movimento (deslocamento) da junta prismática. 2. O eixo x deve ser perpendicular ao eixo z de sua junta e ao eixo z da junta anterior. Para o primeiro quadro, como não existe junta anterior, o eixo x precisa apenas ser perpendicular ao eixo z de sua junta. 3. Todos os quadros devem obedecer a regra da mão direita. Com a palma da mão aberta e o polegar aberto de forma a ter um ângulo de 90° com os demais dedos, os dedos devem ser colocados sobre o eixo X, e o polegar, sobre o eixo z. O eixo y está na direção da palma da mão. 4. Cada eixo x precisa interceptar o eixo z do quadro anterior. Existem robôs que necessitam de um deslocamento virtual do quadro. Assim, na convenção D-H, cada transformação homogênea é composta por quatro transformações básicas, sendo duas rotações e duas translações. Dessa forma, são necessários apenas quatro parâmetros para descrever a transformação homogênea em questão, o que diminui a complexidade. De fato, com o uso de outros métodos, são necessários mais de seis parâmetros para descrever as transformações homogêneas e as posições de ângulos coordenados (Aguirre, 2007). Existem algumas formas de mostrar a matriz de D-H. Ela é construída com um número de linhas que corresponde ao número de quadros do robô menos uma unidade. Dessa forma, a tabela de D-H de um robô tem o número de linhas igual à quantidade de quadros do robô menos um. A construção de uma matriz de Denavit-Hartenberg depende do seguintes parâmetros, que são os responsáveis pelo fato de a matriz de transformação ter sempre quatro colunas: � ângulo de rotação (θ); � deslocamento ao longo do eixo anterior (d); � comprimento da ligação (r); � ângulo de inclinação (α). Conversão matricial de Denavit-Hartenberg10 O ângulo de rotação é definido pela escolha de um eixo de rotação que represente a rotação de uma junta i em relação a uma junta i – 1; ou seja, é um parâmetro que descreve o ângulo de rotação da junta atual em relação à junta anterior. Geralmente, a junta atual é escolhida ao longo do eixo z, mas isso pode variar de acordo com a configuração do robô. Em seguida, é preciso definir o ângulo entre o eixo atual da junta atual i e o eixo anterior da junta anterior i – 1, medindo em torno do eixo comum (Aguirre, 2007). O deslocamento ao longo o eixo anterior é definido medindo a distância ao longo do eixo anterior da junta atual i até o ponto de interseção com o eixo de rotação da junta i – 1. Em outras palavras, esse parâmetro representa a distância entre a junta atual e a junta anterior ao longo do eixo de rotação da junta anterior (Aguirre, 2007). Já o comprimento da ligação, como o nome sugere, é definido medindo a distância ao longo o eixo de rotação da junta i até o eixo de rotação da junta i + 1. Ele é a medida ao longo do eixo de rotação da junta atual desde a junta anterior até a junta posterior, que são adjacentes (Aguirre, 2007). Por fim, o ângulo de inclinação é estabelecido escolhendo-se um eixo de referência para a junta i + 1, que geralmente é ao longo do eixo x, podendo variar. Depois, define-se o eixo de referência da junta i + 1 ao medir em torno do eixo comum. Assim, esse parâmetro trata da descrição do ângulo de incli- nação entre os eixos de rotação das juntas anterior e atual em relação a um eixo de referência (Aguirre, 2007). Na Figura 6, os eixos z e zi da estrutura das juntas (joints) correspondem aos eixos de rotação. O link associado às juntas se estende ao longo do eixo x da estrutura. Essa é uma configuração simples, na qual as juntas e a rotação dos eixos são coplanares, ou seja, elas estão no mesmo plano. A distância abaixo do eixo x de uma junta até a próxima trata-se do parâmetro de comprimento da ligação. O ângulo de rotação da junta é especificado pela rotação da junta i + 1 em torno de seu eixo z em relação à direção do eixo z (Parent, 2012). Portanto, nesse caso, utilizam-se apenas dois dos quatro parâmetros de D-H. Conversão matricial de Denavit-Hartenberg 11 Figura 6. Dois parâmetros de Denavit-Hartenberg em juntas planares. Fonte: Parent (2012, p. 186). Por sua vez, as configurações não planares podem ser representadas incluindo também os outros dois parâmetros D-H. Nesse caso, como retra- tado na Figura 7, o eixo x da i-ésima junta é definido como o segmento de linha perpendicular aos eixos z dos quadros i-ésimo e i + 1. O parâmetro de torção do link descreve a rotação do eixo z do quadro i + 1 em torno da linha perpendicular em relação ao eixo z do i-ésimo quadro, com seu ângulo de inclinação. Por sua vez, o parâmetro de deslocamento do link especifica a distância ao longo do eixo z até o quadro i + 1 do i-ésimo eixo x ao eixo i + 1 x, ou seja, o deslocamento ao longo o eixo anterior (Parent, 2012). Figura 7. Quatro parâmetros de Denavit-Hartenberg em juntas não planares. Fonte: Parent (2012, p. 187). Conversão matricial de Denavit-Hartenberg12 Após a definição dos quatro parâmetros da convenção D-H para cada junta do braço robótico, é possível criar a matriz de transformação homogênea que descreve a posição e a orientação da junta atual em relação à junta anterior (Rosário, 2004). A multiplicação das matrizes de todas as juntas do braço robótico gera a matriz de transformação completa, que representa a posição final da ponta do robô manipulador em relação à sua base. Isso quer dizer que os parâmetrosD-H possibilitam descrever a geometria e a cinemática de um braço robótico, calculando sua posição e orientação em relação a um sistema de coordenadas global. Isso torna essa técnica fundamental na análise e no controle de robôs manipuladores (Rosário, 2004). Veja, na Figura 8, um exemplo de criação de uma matriz de D-H. Considere que um robô tem três quadros, então a tabela para compor a matriz deve ter 2 linhas (3 – 1) e 4 colunas. Figura 8. Exemplo de tabela para montagem de uma matriz de D-H. Fonte: Adaptada de Spong, Hutchinson e Vidyasagar (2020, p. 87). Nesse caso, θ é a rotação em torno de Zn–1 para que Xn–1 fique igual a Xn nos diferentes quadros. Já α é a rotação ao redor de Xn para que Zn–1 fique igual a Zn, momento em que todo o quadro n – 1 é rotacionado. O parâmetro r é a distância entre o centro do quadro n – 1 e o centro do quadro n, ao longo da direção do eixo Xn. Já d é a distância entre o centro do quadro n – 1 e o centro do quadro n, ao longo da direção do eixo Zn–1. Perceba que os valores de r e d são 0, a2, a1, 0. Isso significa que eles fazem parte de uma sequência numérica de uma progressão aritmética, em que an é o enésimo termo, an – 1 é o antecessor de an e an + 1 é o sucessor de an. Por exemplo, se todos os termos forem múltiplos de 5, a1 será igual a 0 (5*0), a2 será igual a 5 (5*1) e assim sucessivamente, até o an ser igual a 5*n. Conversão matricial de Denavit-Hartenberg 13 Convenção de Denavit-Hartenberg em manipuladores industriais Um algoritmo que utiliza a convenção de D-H e seus parâmetros pode ser um manipulador com n graus de liberdade, em que se determina um sistema de coordenadas para cada link do robô a partir do sistema de coordenada fixo à base de suporte até seu elemento terminal. As relações entre os links adjacentes são representadas por uma matriz de transformação homogênea 4 × 4. Assim, o conjunto de matrizes de transformação homogênea permite obter um modelo cinemático do robô manipulador (Rosário, 2004). A convenção D-H é muito empregada pelos fabricantes de robôs industriais no fornecimento de parâmetros, a fim de sistematizar a entrada de dados de um modelo. Porém, para realizar a modelagem e simulação gráfica, é preciso conhecer diversos pontos do robô, visando a construir formas sólidas primitivas (paralelepípedos, cilindros, entre outros) que representem o robô e o ambiente de trabalho, tornando possível a execução de testes de colisão com esse ambiente (Rosário, 2004). Considere o exemplo, dado por Spong, Hutchinson e Vidyasagar (2020), de um pulso esférico de um robô manipulador. Na Figura 9, é apresentada a estrutura esférica desse pulso, que conta com três elos, nos quais os eixos articulados z3, z4, z5 se cruzam em o, que é o centro do pulso. Figura 9. A atribuição da estrutura esférica do pulso. Fonte: Adaptada de Spong, Hutchinson e Vidyasagar (2020, p. 90). Nesse caso, as três variáveis conjuntas finais (θ4, θ5, θ6) são um conjunto de três ângulos de Euler (ϕ, θ e ψ) em relação às coordenadas o3, x3, y3 e z3. De maneira simplificada, o manipulador mostrado na Figura 9 pode ser repre- sentado conforme a Figura 10, levando em consideração todos os quadros em seus respectivos lugares. Conversão matricial de Denavit-Hartenberg14 Figura 10. A atribuição da estrutura esférica do pulso. Fonte: Adaptada de Spong, Hutchinson e Vidyasagar (2020, p. 90). Observe que a relação entre o quadro 1 (a1) e o quadro 2 (a2) impossibilita que o eixo x2 intercepte o eixo x1. Para corrigir esse problema, é aplicado um deslocamento virtual, que faz o quadro 2 (a2) ficar exatamente sobre o quadro 1 (a1) (Spong; Hutchinson; Vidyasagar, 2020). Assim, a1 corresponde à distância do quadro 0 para o quadro 1, a2 corresponde à distância do quadro 1 ao quadro 2 e a3 corresponde à distância do quadro 2 para o quadro 3. Nesse contexto, a soma a2 + a3 corresponde a d6. As matrizes geradas em virtude desse cálculo são apresentadas a seguir, bem como a tabela de D-H para esse manipulador (Figura 11). Conversão matricial de Denavit-Hartenberg 15 Figura 11. Tabela para o cálculo da matriz de D-H do exemplo. Fonte: Adaptada de Spong, Hutchinson e Vidyasagar (2020, p. 87). Agora, suponha que o manipulador mostrado anteriormente esteja nas posição inicial com θ4 = 0°, θ5 = 0° e θ5 = 0°, e que a1 = 0 mm, a2 = 500 mm e a3 = 500 mm. É possível calcular a posição do efetuador resolvendo a matriz anterior. Sabendo que cos(0°) = 1 e que sen(0°) = 0, e substituindo os valores na matriz: Ou seja, de acordo com a matriz apresentada antes da Figura 11, a posição do efetuado na condição inicial é [0,0,1000]. Agora, imagine que o manipulador foi movimentado para θ4 = 30°, θ5 = 45° e θ5 = 60°. A nova posição do efetuador é apresentada na seguinte matriz: Logo, realizando os cálculos necessários com esses valores, a nova co- ordenada do efetuador será [612,353,707]. A realização desses cálculos so- mente é possível ao conhecer as medidas e os ângulos necessários para o preenchimento da tabela e, posteriormente, das matrizes para a aplicação da convenção de D-H. Munhoz (2017, p. 40-41) descreve três etapas principais para utilizar os parâmetros D-H em manipuladores industriais: Conversão matricial de Denavit-Hartenberg16 1. Fixe um sistema de coordenadas local em cada elemento, que deve seguir as seguintes observações: a) Os elementos devem ser numerados progressivamente de 0 (base fixa) até o (efetuador). b) Numere as juntas a partir de 1 no 1o GDL. c) Fixe o eixo Z de rotação se a junta (i + 1) for articulada, e de deslocamento se a junta (i + 1) for prismática. d) Fixe o sistema de eixos de coordenadas 0 da base ao longo do eixo Z0. Para os demais sistemas de coordenadas, considere: i. Coloque no ponto de intersecção entre Z e Zi −1, se houver. ii. Se Zi e Zi −1 forem paralelos, então a origem (i - 1) fica na junta i. [...] 2. Utilize cada sistema de coordenadas local para definir os parâmetros de cada elemento. 3. Os parâmetros devem ser substituídos na matriz homogênea genérica, para se obter uma matriz específica para cada elemento. Para Munhoz (2017), a vantagem de utilizar esse método é que ele resolve de maneira integrada a questão da posição e da orientação de robôs manipu- ladores, além de solucionar o problema por meio de sucessivas multiplicações de matrizes, conforme cada transformação. Assim, simplifica a modelagem e o controle de robôs, pois facilita o cálculo das transformações homogêneas entre os sistemas de coordenadas dos elos. Por consequência, contribui para diversas aplicações úteis na robótica industrial, como: � a modelagem cinemática; � o planejamento de trajetória; � o controle de robôs; � a calibração e manutenção; � a programação off-line (fora de uma rede de comunicação). Na modelagem cinemática, a convenção D-H trata da representação geo- métrica dos elos e articulações do robô de maneira padronizada, o que auxilia no desenvolvimento de modelos matemáticos para calcular as posições e orientações do efetuador com base na posição das articulações. Isso ajuda a compreender o comportamento do robô em diferentes cenários e, portanto, a economizar tempo e recursos, com aplicações robóticas previamente testadas (Hearn; Baker; Carithers, 2014). Quanto ao planejamento de trajetória, a D-H ajuda na criação de algoritmos que atuam na movimentação eficiente de robôs entre diferentes posições, o que melhora o tempo de ciclo dos robôs e a precisão de sua execução de Conversão matricial de Denavit-Hartenberg 17 tarefas. O controle de robôs também é facilitado, pois, com essa convenção, tem acesso a uma representação matemática clara e eficaz para controlar suas articulações. Isso é útil tanto para ajustar a velocidade de movimento das articulações do robô quanto para manter os efetuadores na trajetória desejada (Hearn; Baker; Carithers, 2014). Sobre a calibração e manutenção, a D-H é útil para verificar se as medições e configurações das articulaçõesdos robôs estão corretas, de modo que sejam feitos ajustes sempre que necessário. Já a programação off-line se refere diretamente a um resultado da modelagem cinemática e dos testes, pois somente é possível se os movimentos tiverem sido testados virtualmente com os parâmetros D-H antes de serem planejados e executados no ambiente real. Isso pode contribuir para a redução do tempo de parada de produção em indústrias, por exemplo (Hearn; Baker; Carithers, 2014). Os sistemas robóticos executam de maneira sistemática operações que permitem um maior controle de qualidade e minimizam o número de produ- tos que não são produzidos em conformidade com os padrões de qualidade (Munhoz, 2017). Conforme Munhoz (2017, p. 145), “a montagem e a manipulação utilizando robôs industriais representam cerca de 33% das aplicações robóticas que envolvem, de forma expressiva, as indústrias automobilísticas e eletrô- nica”. Nesse contexto, a D-H é utilizada em indústrias tanto automobilísticas quanto eletrônicas, por exemplo, para calcular as posições de articulações de robôs que fazem a instalação de componentes. Também pode ser útil em outros ramos da indústria, como no empacotamento, na inspeção de qualidade e no controle de robôs em geral. Neste capítulo, você conheceu o conceito de transformação homogênea, utilizado na resolução de problemas de rotação e translação das juntas e articulações dos robôs manipuladores industriais. Além disso, você viu como a construção da matriz de Denavit-Hartenberg influencia o estudo de robôs. Por fim, conheceu exemplos de aplicações de seus parâmetros em diferentes atividades realizadas por manipuladores industriais. Referências AGUIRRE, L. A. (ed.). Enciclopédia de automática: controle e automação. São Paulo: Blucher, 2007. v. 3. HEARN, D.; BAKER, P.; CARITHERS, W. Computer graphics with OpenGL. 4. ed. London: Pearson, 2014. MUNHOZ, I. P. Robótica. Londrina: Editora e Distribuidor Educacional, 2017. PARENT, R. Compute animation: algorithms and techniques. 3. ed. San Francisco: Morgan Kaufmann, 2012. Conversão matricial de Denavit-Hartenberg18 PIRES, J. N. Robótica industrial: indústria 4.0. Lisboa: Lidel, 2018. ROSÁRIO, J. M. Princípios de mecatrônica. São Paulo: Prentice Hall, 2004. SPONG, M. W.; HUTCHINSON, S.; VIDYASAGAR, M. Robot modeling and control. 2. ed. Hoboken: John Wiley & Sons, 2020. Leituras recomendadas GROOVER, M. Automação industrial e sistemas de manufatura. 3. ed. São Paulo: Pe- arson, 2011. SANTOS, W. E.; GORGULHO JÚNIOR, J. H. C. Robótica industrial: aplicação na indústria de manufatura e de processos. São Paulo: Érica, 2015. Os links para sites da web fornecidos neste capítulo foram todos testados, e seu funcionamento foi comprovado no momento da publicação do material. No entanto, a rede é extremamente dinâmica; suas páginas estão constantemente mudando de local e conteúdo. Assim, os edito- res declaram não ter qualquer responsabilidade sobre qualidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links. Conversão matricial de Denavit-Hartenberg 19 Dica do professor Muitos dos conhecimentos e das tecnologias utilizadas atualmente têm origens diferentes de suas utilidades atuais. O primeiro computador, por exemplo, foi criado na época da Segunda Guerra Mundial para realizar cálculos balísticos de forma rápida e precisa. Do mesmo modo que o primeiro computador, a notação de Denavit e Hartenberg (D-H) teve origem como uma resposta à necessidade de desenvolver sistemas que descrevessem de maneira generalizada as relações geométricas complexas entre as diversas partes de um manipulador robótico. Essa busca por uma representação sistemática e eficaz foi motivada pela demanda cada vez maior das indústrias por ferramentas matemáticas capazes de simplificar a análise, o planejamento e o controle de movimentos de aplicações robóticas avançadas em ambientes industriais. Nesta Dica do Professor, conheça uma explicação sobre a história da notação D-H, bem como um exemplo de sua aplicação em problemas de posicionamento de veículos aéreos não tripulados. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/4e5e164c6928acd388ca50cb1d267b65 Exercícios 1) No campo da indústria, o uso de robôs manipuladores visa tornar os processos produtivos mais eficientes e precisos, sendo que a movimentação dos robôs precisa ser devidamente calculada, de acordo com os graus de liberdade disponíveis em cada um deles, a fim de evitar erros. Nesse contexto, assinale a alternativa correta: A) Surgem erros quando os valores das variáveis planares utilizadas como sinal de exclusão para o controle de posição das juntas são comparados com os valores das juntas. B) Podem surgir erros quando os valores dos elos utilizados como sinal de referência para o controle de orientação das juntas são comparados com os valores das articulações. C) Podem surgir erros quando os valores das variáveis articulares utilizadas como sinal de inclusão para o controle de velocidade das juntas são comparados com os valores dos elos. D) Os erros de trajetória podem aumentar conforme a velocidade de operação do robô manipulador. E) Os erros de trajetória podem diminuir conforme a velocidade de operação do robô manipulador. O cálculo da cinemática direta de um robô manipulador depende do uso de funções matemáticas, a fim de obter matrizes sobre as transformações geométricas de cada articulação. A respeito desse assunto, veja as afirmações a seguir: I. O cálculo da cinemática de robôs é feito utilizando funções otimizadas, conforme o tipo de robô manipulador. II. O cálculo da cinemática de robôs é feito utilizando a mesma função para todos os tipos de robôs manipuladores. III. A transformação homogênea é utilizada para representar as transformações geométricas das articulações de robôs em um espaço tridimensional. IV. A transformação homogênea é representada por uma matriz dois por dois, que possibilita combinar duas transformações geométricas em uma única matriz. 2) V. A transformação homogênea é útil para modelar o movimento das juntas de robôs e demais sistemas mecânicos, por meio de matrizes. Sendo assim, está correto o que se afirma em: A) I, III e V. B) I, III e IV. C) III e IV. D) II e V. E) I, III, IV e V. 3) A técnica de utilização da matriz de Denavit-Hartenberg depende da utilização de quatro parâmetros para representar a relação entre as articulações de um robô manipulador. Nesse sentido, relacione os três parâmetros citados com suas respectivas descrições e/ou características: I. Deslocamento ao longo do eixo anterior. II. Comprimento da ligação. III. Ângulo de inclinação. ( ) É a representação da distância entre a junta atual e a junta anterior ao longo do eixo de rotação da junta anterior. ( ) É a descrição do ângulo de inclinação entre os eixos de rotação da junta atual e da junta anterior relacionada a um eixo de referência. ( ) É a representação da distância ao longo do eixo de rotação da junta atual, desde a junta anterior até a junta posterior. Assinale a alternativa em que é apresentada a ordem correta: A) I, II e III. B) III, II e I. C) I, III e II. D) II, III e I. E) III, I e II. 4) Com a definição dos quatro parâmetros da convenção de Denavit-Hartenberg, é possível utilizar matrizes para tratar das transformações geométricas das juntas de robôs manipuladores. Nesse contexto, assinale a alternativa correta: A) A adição das matrizes de todas as juntas do braço robótico gera a matriz de evolução que representa a posição inicial da ponta do robô manipulador em relação à sua base. B) A multiplicação das matrizes de algumas juntas do braço robótico gera a matriz de transformação parcial que representa a posição final da ponta do robô manipulador em relação a seu efetuador. C) A subtração das matrizes de todas as juntas do braçorobótico gera a matriz de transformação completa que representa a posição final da ponta do robô manipulador em relação à sua base. D) Os parâmetros de Denavit-Hartenberg (D-H) descrevem a simetria de um braço robótico, por meio do cálculo de matrizes com informações sobre tamanho e material de fabricação do robô em relação ao tipo de movimento que ele realiza. E) Os parâmetros de Denavit-Hartenberg (D-H) descrevem a geometria e a cinemática de um braço robótico, por meio do cálculo de matrizes, com informações sobre sua posição e orientação em relação a um sistema de coordenadas global. A convenção D-H é utilizada por fabricantes de robôs industriais para sistematizar a entrada de dados de um modelo. A construção da modelagem gráfica depende de conhecimento sobre a construção de formas sólidas primitivas (paralelepípedos, cilindros, entre outros) que representam o robô e seu ambiente de trabalho, para assim executar testes de maneira satisfatória. Nesse contexto, veja as afirmações a seguir: I. Uma das vantagens do uso da convenção D-H é que ela trata, de maneira integrada, o problema da posição e da orientação de robôs manipuladores. II. Uma das vantagens do uso da convenção D-H é que ela torna mais complexa e abrangente a modelagem e o controle de robôs. III. Uma das vantagens do uso da convenção D-H é que ela resolve os problemas de rotação e translação por meio de sucessivas multiplicações de matrizes. 5) IV. Uma das vantagens do uso da convenção D-H é que ela torna mais simples a modelagem e o controle de robôs. Sendo assim, está correto o que se afirma em: A) I e III. B) I, III e IV. C) III e IV. D) II e IV. E) I, II e IV. Na prática A busca por fontes de energia sustentável vem dando espaço cada vez maior para a indústria de insumos para produção solar de energia, como aquelas que fabricam painéis solares. Nesse contexto, a aplicação da convenção de Denavit-Hartenberg em manipuladores industriais pode desempenhar papel importante, aprimorando a eficiência da produção de maneira precisa e confiável. Confira neste Na Prática o caso da indústria de placas solares EveryoneSun, que pretende aumentar a lucratividade do seu negócio e impulsionar a missão de fornecer energia renovável, utilizando as funcionalidades da convenção de Denavit-Hartenberg. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Saiba + Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: Análise da eficiência computacional para solução do problema da cinemática inversa de robôs seriais utilizando a Teoria de Bases de Gröbner Neste link, conheça o projeto que faz uma análise da eficiência computacional na solução do problema da cinemática inversa de robôs manipuladores seriais, sendo investigadas duas abordagens: o método de Paul a partir da matriz obtida pelo algoritmo de Denavit-Hartenberg; e a Teoria de Bases de Gröbner. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. Desenvolvimento, modelagem matemática e simulação de um braço robótico acionado por CLP Neste artigo, conheça o projeto de desenvolvimento do protótipo de um manipulador robótico acionado por um Controlador Lógico Programável (CLP), e sua modelagem matemática. O objetivo do trabalho foi fazer a modelagem matemática da cinemática (direta, inversa e diferencial), assim como da dinâmica do manipulador robótico. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. A importância da modelagem matemática na engenharia: estudo de caso de robótica para reabilitação Este estudo de caso exemplifica a importância da modelagem matemática na concepção de uma solução robotizada para aplicação na reabilitação física de acidentados e idosos. A modelagem https://proceedings.science/sbai-2019/trabalhos/analise-da-eficiencia-computacional-para-solucao-do-problema-da-cinematica-inver?lang=pt-br https://periodicos.ufersa.edu.br/r4em/article/view/10649/10799 utilizada no trabalho definiu os sistemas de coordenadas de referência e as relações cinemáticas a partir da convenção de Denavit-Hartenberg. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. http://revistaredes.ielusc.br/index.php/revistaredes/article/view/64