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FIBROSE CÍSTICA Jéssica Caroline Costa Silva FIBROSE CÍSTICA A fibrose cística, também conhecida como mucoviscidose, é uma doença genética, hereditária, autossômica e recessiva, ou seja, passa de pai/mãe para filho(a). Ou seja, na prática isso significa que para que um bebê nasça com a doença, é preciso que tanto o pai quanto a mãe carreguem o gene da fibrose cística, mesmo que nunca tenham manifestado a doença. Sua principal característica é o acúmulo de secreções mais densas e pegajosas nos pulmões, no trato digestivo e em outras áreas do corpo. A fibrose cística prejudica o funcionamento das glândulas exócrinas, que são as responsáveis por produzir muco, suor e até as enzimas pancreáticas. Em um paciente com fibrose cística, o muco torna-se mais espesso, prejudicando a respiração, digestão e absorção de nutrientes, além do risco de desidratação do paciente. O gene da fibrose cística está mais presente na população branca. No Brasil, estima-se que nasça 1 bebê com fibrose cística a cada 7 mil nascidos. Mas os dados variam entre as regiões do país e, devido à diversidade e miscigenação da população, pode acometer pessoas de todas as origens.1 SINTOMAS Os sinais e sintomas de fibrose cística variam de acordo com a idade do paciente. Em recém-nascidos, é possível observar: Entupimento do Intestino Dificuldade para ganhar peso Tosse com secreção Desidratação sem motivo aparente Com o passar dos anos, o paciente pode apresentar: Perda de peso Desnutrição progressiva Tosse crônica com muita secreção Sinusite crônica Formação de pólipos nasais (pequenas bolsas de tecido inflamado que crescem nas mucosas nasais, ou nos seios paranasais) Doença hepática (cirrose biliar) Diabetes Infecções respiratórias Infertilidade Evacuações constantes, volumosas, mal digeridas e com perda de gordura Deformidades nos dedos e nas unhas DEFORMIDADE NAS UNHAS DIAGNÓSTICO O diagnóstico da Fibrose Cística pode ser feito através dos seguintes testes e exames: Teste do suor: é específico para diagnóstico de fibrose cística. Níveis de cloro superiores a 60 milimoles por litro, em duas dosagens, associados a quadro clínico característico, indicam que a pessoa é portadora da doença; Teste do pezinho: feito rotineiramente nas maternidades para três doenças congênitas, deve incluir a triagem para fibrose cística. Embora existam falsos positivos, resultado positivo é sinal de alerta que não deve ser desprezado; Teste genético: identifica apenas os tipos mais freqüentes da doença, porque as mutações do gene são muitas e os kits, padronizados. Mesmo assim, esse teste cobre aproximadamente 80% dos casos. Tripsina Imunorreativa (IRT) = Para diagnóstico pré-natal, com teste de "Screenning“ (tem a finalidade de identificar de forma presuntiva a doença que não era conhecida anteriormente. Por meio de exames clínicos e laboratoriais, o paciente se classifica em suspeito ou não de ter determinada enfermidade), é realizado junto com o teste do pezinho. Coprológico Funcional = Análise das fezes. Exame complementar. Pesquisa Genética = Análise do DNA, detectando as mutações para a Fibrose C. BUSCANDO AJUDA MÉDICA Procure um médico se uma pessoa com fibrose cística desenvolver sintomas novos ou se os sintomas piorarem, especialmente se houver dificuldade respiratória grave ou expectoração de sangue. Busque assistência especializada se você ou seu filho tiverem: Febre, aumento de tosse, alterações na saliva ou sangue na saliva, perda de apetite ou outros sinais de pneumonia; Perda de peso acentuada; Evacuações mais frequentes ou fezes com odor gordura; Abdômen inchado. ESPECIALISTAS QUE PODEM DIAGNOSTICAR A FIBROSE CÍSTICA Clínico Geral; Pneumologista; Gastroenterologista; Genética Médica. TRATAMENTO O tratamento da Fibrose Cística é um tratamento multidisciplinar que engloba: médicos, enfermeiros, fisioterapeutas e assistentes sociais. TRATAMENTO PULMONAR Fisioterapia respiratória para facilitar a higiene dos pulmões e evitar infecções; Reidratação; Reposição de Sódio Prescrição de antibióticos em casa ou no hospital, nos casos mais graves. Inalações diárias com soro fisiológico, bronco dilatadores ou mucolíticos, conforme as características da secreção para abrir as vias respiratórias; Terapia de substituição de enzima para afinar o muco e facilitar a expectoração O transplante de pulmão é uma opção em alguns casos, principalmente quando o caso é muito avançado TRATAMENTO GASTROINTESTINAL E NUTRICIONAL Boa nutrição do paciente, por meio de dieta rica em calorias sem restrição de gorduras; Suplementação de enzimas pancreáticas para auxiliar a digestão e na absorção de gorduras e proteínas; Reposição das vitaminas lipossolúveis A, D, E, K; A FISIOTERAPIA NO TRATAMENTO DA FIBROSE CÍSTICA O fisioterapeuta irá atuar na parte pulmonar, ou seja, executando a fisioterapia respiratória que é constituída por um conjunto de exercícios e manobras que auxiliam para um melhor funcionamento do sistema respiratório como um todo. O principal objetivo da fisioterapia respiratória na Fibrose Cística, é a liberação do muco que obstrui os brônquios e consequentemente melhora aa capacidade respiratória do paciente. Os exercícios respiratórios devem ser feitos todos os dias e em horários específicos, de maneira a se tornarem uma rotina na vida do paciente. É importante que esta rotina não interfira nas atividades normais da pessoa, tendo cuidados especiais com as crianças, pois com o tempo elas acabam enjoando da rotina. Quando isso acontecer, é muito importante que os pais eduquem e orientem a criança para que ela tenha consciência da importância de realizar a fisioterapia corretamente, afinal, é para o próprio bem dela. TAPOTAGEM EM BEBÊS TAPOTAGEM EM CRIANÇAS TAPOTAGEM EM ADULTOS TAPOTAGEM EM IDOSOS CASO 1 Mãe relata batalha ao lado dos filhos que têm fibrose cística. James, de quatro anos, e George, de dois, têm fibrose cística, uma doença hereditária, transmitida geneticamente, que reduz a expectativa de vida de seus portadores. "Foi um choque quando descobrimos", relembra Sophie. "James tinha apenas dois anos de idade e estava no hospital com pneumonia. E eu já estava no fim da gravidez de George." Foi apenas alguns dias depois, quando George nasceu e fez o teste do pezinho, que os médicos descobriram qual era o problema. O exame diagnosticou a fibrose cística. Os médicos decidiram testar o irmão mais velho e descobriram que ele também era portador da doença. "Foi uma bomba. Meu marido e eu não sabíamos que tínhamos o gene desta doença. Ninguém nas nossas famílias tinha a doença, então foi um choque enorme. Em 24 horas, nosso mundo mudou completamente", diz Sophie. Como tratamento, foi recomendado que os meninos passassem a tomar cerca de 40 comprimidos por dia para ajudar em sua digestão e pelo menos duas sessões de fisioterapia diariamente pelo resto de suas vidas para limpar seus pulmões. "Ele tinha que tomar muitos remédios o tempo todo e eu tinha que fazer o tratamento que envolve cerca de vinte minutos de tapinhas nas costas para manter os pulmões limpos. É bem complicadofazer um menino de dois anos ficar quieto esse tempo todo." Com o tempo, a família criou uma rotina e ambos os meninos lidam bem com seus tratamentos. "James começou a escola em setembro e está indo muito bem. Eu estava um pouco preocupada inicialmente. Não sabia como os professores iam lidar com a doença, mas eles foram fantásticos e tudo está correndo tranquilamente.“ "Eles entendem o tratamento e permitem que ele faça a dieta alta em gordura que precisa, mesmo que normalmente não recomendem esse tipo de comida", diz Sophie. Os Davison são otimistas em relação ao futuro, apesar de saberem que a doença dos filhos reduz a expectativa de vida e não tem cura. "Tentamos não pensar no pior. Desde que os meninos foram diagnosticados, a expectativa de vida de alguém com fibrose cística subiu e hoje a média é de 38 anos. E sempre há novos tratamentos no horizonte." "Aproveitamos um dia de cada vez e nos concentramos em fazer com que os meninos tenham uma vida incrível", diz a mãe. CASO 2 Fibrose cística, doença que trouxe gêmeas argentinas (Maribel e Marisol) a Porto Alegre para transplante de pulmão. Brasil é o único país da América Latina que realiza o transplante de pulmão entre doadores vivos. Com lágrimas nos olhos, os argentinos Mariana e Ernesto Oviedo são um misto de alívio e de preocupação. Internados na UTI do Pavilhão Pereira Filho da Santa Casa de Misericórdia, em Porto Alegre, o casal se recupera de um transplante que retirou metade de cada um de seus pulmões na última quarta-feira. A cirurgia serviu para salvar a vida de uma das filhas gêmeas de 19 anos, Maribel, debilitada por uma doença genética chamada fibrose cística. A outra garota, Marisol que também nasceu com o problema, ainda não encontrou doador compatível e está em tratamento no mesmo hospital para reduzir anticorpos e tentar o transplante com algum parente. Caso não consiga, seguirá na fila de transplantes cadavéricos no país vizinho. A família virou símbolo na Argentina pela luta para aprovar uma lei que permita esse tipo de operação. Lá, somente é permitido o procedimento entre doadores não cadavéricos no caso de rins e fígado. REFERÊNCIAS http://www.minhavida.com.br/saude/temas/fibrose- cistica http://drauziovarella.com.br/letras/f/fibrose-cistica/ http://acam.org.br/fibrose-cistica http://www.einstein.br/einstein-saude/em-dia-com-a- saude/Paginas/fibrose-cistica-causas-sintomas-e- tratamento.aspx http://unidospelavida.org.br/a-fibrose-cistica/
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