Logo Passei Direto
Buscar
Material

Prévia do material em texto

LABORATÓRIO CONTÁBIL 
Luís Gruenfeld e Jânio Blera de Andrade 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
, 
2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
1 ABERTURA E ENCERRAMENTO DE EMPRESAS ................. 3 
2 CÁLCULOS E ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL ........................ 33 
3 ROTINA CONTÁBIL/SISTEMA DE GESTÃO CONTÁBIL INFORMATIZADO . 60 
4 OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS – SPED ................................. 71 
5 REGIME DE TRIBUTAÇÃO – LUCRO TRIBUTÁVEL ............ 93 
6 SIMPLES NACIONAL .................................................... 109 
, 
3 
 
 
 
 
 
 
 
1 ABERTURA E ENCERRAMENTO DE EMPRESAS 
Caro(a) aluno(a), 
 
Neste capítulo, você estudará os tipos de sociedade existentes e suas formas de 
constituição, com ênfase nas Sociedades Empresárias Limitadas e Sociedades 
Anônimas, além das Sociedades Simples. Conhecerá os modelos de contrato, de ata de 
constituição e de estatuto social, e identificará os pontos importantes, como a 
responsabilidade dos sócios, a dissolução da sociedade, entre outros. 
 
 
 
1.1 Comércio, Serviços, Sociedades Empresárias 
 
Vamos iniciar o estudo conceituando o termo “comércio”, que pode ser definido como 
a troca de mercadorias por dinheiro ou por outras mercadorias, e “comerciante”, que 
é exatamente a pessoa que facilita o processo de troca, na medida em que, seja na 
qualidade de pessoa física ou jurídica, aproxima compradores e vendedores para 
consubstanciar uma transação comercial. 
Sociedade é o contrato pelo qual duas ou mais pessoas unem esforços e recursos para 
atingir um determinado fim. Celebram contrato de sociedade as pessoas que se 
obrigam a contribuir, com bens e serviços, para o exercício de atividade econômica e a 
partilha, entre si, dos resultados (IUDÍCIBUS; MARION, 2009). As sociedades são 
divididas, basicamente, em Sociedade Empresária e Sociedade Simples, de acordo com 
o novo Código Civil. 
Sociedade Empresária é aquela que tem por objetivo o exercício de atividade própria 
de empresário e tem seus instrumentos de constituição e alterações registrados na 
Junta Comercial. As Sociedades Simples são todas as demais, principalmente aquelas 
que exploram atividade de prestação de serviços decorrente de atividade intelectual e 
cooperativa, sendo registradas em cartório. 
, 
4 
 
 
Curiosidade 
 
Você sabia que o novo Código Civil determina que conste, no 
nome empresarial, a designação do objetivo da sociedade? 
Curiosidade 
Você sabia que as Sociedades Não Personificadas são divididas 
em Sociedade Comum e Sociedade em Conta de Participação? 
 
 
Observe, caro(a) aluno(a), que é importante fazer uma distinção entre empresário e 
não empresário. O empresário exerce profissionalmente atividade econômica 
organizada para a produção ou circulação de bens e serviços. A indústria, o comércio e 
a prestação de serviços em geral caracterizam-se como atividades empresariais. 
Considera-se não empresário aquele que exerce profissão intelectual (científica, 
literária ou artística), mesmo quando auxiliado por colaboradores, exceto nos casos 
em que esse exercício profissional se dê a partir da constituição de uma empresa, por 
exemplo, um médico que se junte a outros para a abertura de um hospital. 
 
 
 
 
 
No caso de empresas com mais de um objeto social, deverá constar o nome da 
atividade preponderante, conforme exemplificam Iudícibus e Marion (2009), uma 
Sociedade Empresária Limitada cujo objeto social seja a construção de imóveis deve 
ter nome empresarial semelhante, algo como “X Construção de Imóveis Ltda”. As 
Juntas Comerciais responsáveis pelo registro de documentos societários verificam o 
cumprimento dessa exigência legal, ao analisar os contratos sociais apresentados após 
a entrada em vigor do Código Civil. 
 
 
, 
5 
 
 
 
 
As sociedades são também divididas em Não Personificadas e Personificadas. As 
Sociedades Não Personificadas podem ter sido constituídas oral ou documentalmente, 
mas não formalizaram o arquivamento ou registro. As Sociedades Personificadas são 
as legalmente constituídas e registradas em órgão competente. Podem, portanto, ser 
chamadas de “pessoas jurídicas”. 
A Sociedade Comum é aquela que explora a atividade econômica sem registro formal 
(sociedade de fato ou irregular). A Sociedade em Conta de Participação é um contrato 
de investimento comum, em que duas ou mais pessoas reúnem-se para a exploração 
de uma atividade econômica. Nesse tipo de negócio, temos a figura do Sócio Ostensivo 
– aquele que dirige o negócio e é responsável perante terceiros – e dos Sócios 
Participantes – participam apenas na condição de investidores. 
As Sociedades Personificadas são divididas em Empresária, Simples e Cooperativa. As 
Sociedades Empresárias podem: 
• Sociedade em Nome Coletivo; 
 
• Sociedade em Comandita Simples; 
 
• Sociedade Limitada; 
 
• Sociedade por Ações (Lei das Sociedades por Ações); 
 
• Sociedade em Comandita por Ações (Lei das Sociedades por Ações). 
, 
6 
 
 
 
 
 
 
 
 
As Sociedades Simples podem ser divididas em: 
 
• Sociedade Simples “Pura” ou Sociedade em Nome Coletivo; 
 
• Sociedade em Comandita Simples; 
 
• Sociedade Limitada; 
 
• Cooperativa. 
 
 
As Cooperativas podem ser de dois tipos – com responsabilidade dos sócios limitada 
ou com responsabilidade dos sócios ilimitada – e estão disciplinadas em Legislação 
Especial e no Código Civil. 
 
Atenção 
 
O novo Código Civil Brasileiro (Lei nº 10.406/02, artigos 1057 a 1087) 
proporcionou à Sociedade por Quotas de Responsabilidade Limitada 
(Ltda.) um novo ordenamento jurídico e adaptação à realidade da 
economia brasileira, dando-lhe, numa nova roupagem, a designação 
“Sociedade Limitada”. O novo Código Civil acabou, entre outras coisas, 
com a subdivisão existente nesse tipo de sociedade, a Sociedade Civil e 
a Sociedade Comercial, transformando-as em Sociedade Simples e 
Sociedade Empresária. Subsidiariamente, no que couber, ante eventuais 
lacunas que possam existir em função da complexidade da matéria ou 
do negócio empreendido, serão aplicadas as mesmas normas das 
Sociedades Anônimas (Lei nº 6.404/76). 
, 
7 
 
 
 
 
Com base em Iudícibus e Marion (2009) temos o seguinte detalhamento: 
 
Sociedades Empresárias 
 
• Sociedade em nome coletivo: 
 
Constituída exclusivamente por pessoas físicas. Todos os sócios respondem 
ilimitadamente pelas obrigações sociais. Sem prejuízo da responsabilidade 
perante terceiros, podem os sócios, no ato constitutivo ou por unânime 
convenção posterior, limitar entre si a responsabilidade de cada um. 
A administração da sociedade compete exclusivamente aos sócios, sendo o uso 
da firma, nos limites do contrato, privativo dos que tenham os necessários 
poderes. 
Este tipo de sociedade é pouco interessante, porque a responsabilidade dos 
sócios vai além do capital, sendo ilimitada. 
 
 
 
• Sociedade em comandita simples: 
 
Na Sociedade em Comandita Simples, tomam parte sócios de duas categorias: 
os comanditados, pessoas físicas, responsáveis solidária e ilimitadamente pelas 
obrigações sociais; e os comanditários, obrigados somente pelo valor de sua 
quota. 
O contrato deve discriminar os comanditados e os comanditários. 
 
Aplicam-se à Sociedade em Comandita Simples as normas da Sociedade em 
Nome Coletivo, no que forem compatíveis. Aos comanditados cabem os 
mesmos direitos e obrigações dos sócios da Sociedade em Nome Coletivo. 
Sem prejuízo da faculdade de participar das deliberações sociais da sociedade e 
de lhe fiscalizar as operações, não pode o comanditário praticar qualquer ato 
de gestão, nem ter o nome na firma social, sob pena de ficar sujeito às 
, 
8 
 
 
 
 
responsabilidades de sócio comanditado. Pode o comanditário ser constituído 
procurador da sociedade, para negócio determinado e com poderes especiais. 
Também é um tipo de sociedade em desuso. Todavia, é melhor que a 
Sociedade em Nome Coletivo, já que admitecustos com a dispensa de emissão e armazenamento de 
documentos em papel; 
 
• Eliminação do papel; 
 
• Redução de custos com a racionalização e simplificação de obrigações 
acessórias; 
• Uniformização das informações que o contribuinte presta às diversas 
unidades federais; 
, 
48 
 
 
 
 
• Redução do envolvimento involuntário em práticas fraudulentas; 
 
• Redução do tempo despendido com a presença de auditores fiscais nas 
instalações do contribuinte; 
• Simplificação e agilidade nos procedimentos sujeitos ao controle da 
administração tributária (comércio exterior, regimes especiais e trânsito 
entre unidades da federação); 
• Fortalecimento do controle e da fiscalização, por meio de intercâmbio 
de informações entre as administrações tributárias; 
• Rapidez no acesso às informações; 
 
• Aumento da produtividade do auditor, através da eliminação de passos 
para a coleta dos arquivos; 
 
• Possibilidade de troca de informações entre os próprios contribuintes, a 
partir de um leiaute padrão; 
 
• Redução de custos administrativos; 
 
• Melhoria da qualidade da informação; 
 
• Possibilidade de cruzamento entre os dados contábeis e os fiscais; 
 
• Disponibilidade de cópias autênticas e válidas da escrituração para usos 
distintos e concomitantes; 
 
• Redução do “custo brasil”; 
 
• Aperfeiçoamento do combate à sonegação; 
 
• Preservação do meio ambiente, pela redução do consumo de papel. 
, 
49 
 
 
Saiba mais 
 
Um certificado digital contém os dados de seu titular, tais 
como: nome, e-mail, CPF, chave pública, nome e assinatura 
da autoridade certificadora que o emitiu. É como se fosse 
uma carteira de identidade virtual! 
 
 
Certificação Digital e Usuários do SPED 
 
O certificado digital é um documento eletrônico, assinado digitalmente por uma 
terceira parte confiável, que associa uma entidade (pessoa, processo, servidor) a uma 
chave pública. 
 
 
 
 
Os principais requisitos de segurança oferecidos por uma assinatura eletrônica são: 
 
• Confidencialidade: garantia de que somente as pessoas envolvidas no 
processo terão acesso às informações transmitidas de forma eletrônica pela 
rede; 
• Integridade: garantia de que o conteúdo de uma mensagem ou resultado 
de uma consulta não será alterado durante seu tráfego; 
 
• Autenticação: garantia de identificação das pessoas ou entidades 
envolvidas na comunicação; 
 
• Não repúdio: garantia de que o emissor de uma mensagem ou pessoa que 
executou determinada transação de forma eletrônica não poderá 
posteriormente negar sua autoria. 
 
 
 
São usuários do SPED a Secretaria da Receita Federal do Ministério da Fazenda, as 
administrações tributárias dos estados, do Distrito Federal e dos municípios, mediante 
convênio celebrado com a Secretaria da Receita Federal, e os órgãos e entidades da 
, 
50 
 
 
 
 
administração pública federal, direta e indireta, que tenham atribuição legal de 
regulação, normatização, controle e fiscalização dos empresários e das Sociedades 
Empresárias, como o Banco Central (Bacen), o DREI, as Juntas Comerciais, entre 
outros. 
O acesso às informações armazenadas no SPED deverá ser compartilhado com seus 
usuários, no limite de suas respectivas competências e sem prejuízo da observância da 
legislação referente aos sigilos comercial, fiscal e bancário. Assim, fica garantido o 
sigilo necessário, já que os usuários terão acesso irrestrito às informações 
transmitidas, que serão disponibilizadas no limite da competência de cada órgão. O 
acesso também será possível aos empresários e às Sociedades Empresárias em relação 
às informações por eles transmitidas ao sistema. 
O empresário ou a Sociedade Empresária tem como saber quais órgãos estão 
acessando as suas informações, já que o projeto prevê que o login de cada acesso 
efetuado fique registrado para o conhecimento das partes interessadas. 
A Resolução CFC nº 1.020/05, com alterações dadas pela Resolução CFC nº 1.063/05, 
aprova a NBC T 2.8 – Das Formalidades da Escrituração Contábil em Forma Eletrônica. 
A Instrução Normativa DREI nº 81/20 dispõe sobre os procedimentos para a validade e 
eficácia dos instrumentos de escrituração dos empresários, Sociedades Empresárias, 
leiloeiros, tradutores públicos e intérpretes comerciais. 
 
 
 
ECD ou SPED Contábil 
 
A ECD, integrante do SPED e, por isso, também conhecida como SPED Contábil, foi 
instituída pela Receita Federal do Brasil, por intermédio da Instrução Normativa nº 
787, de 19 de novembro de 2007, e será utilizada para fins fiscais e previdenciários, 
devendo também atender às exigências do DNRC, do Conselho Federal de 
Contabilidade (CFC), do Bacen, da Superintendência de Seguros Privados (Susep), da 
CVM e de outros órgãos interessados. Tal embasamento legal foi alterado pela 
Instrução Normativa RFB nº 926/09. 
, 
51 
 
 
 
 
A ECD substituirá paulatinamente a atual sistemática de prestação de informações ao 
Fisco e, de acordo com informações da Receita Federal, compreenderá a versão digital 
dos seguintes livros: 
1. Diário e seus auxiliares, se houver; 
 
2. Razão e seus auxiliares, se houver; 
 
3. Balancetes Diários, Balanços e fichas de lançamento comprobatórias 
dos assentamentos neles transcritos. 
Cada arquivo deve conter apenas um livro e os livros contábeis emitidos em forma 
eletrônica deverão ser assinados digitalmente, utilizando certificado de segurança 
mínima tipo A3, emitido por entidade credenciada pela ICP-Brasil, a fim de garantir a 
autoria do documento digital. A numeração dos livros é sequencial, por tipo de livro, 
independentemente de sua forma (em papel, fichas, microfichas ou digital). 
A partir do seu sistema de contabilidade, a empresa gera um arquivo digital no 
formato especificado no anexo único da Instrução Normativa RFB nº 787/07. Devido às 
peculiaridades das diversas legislações que tratam da matéria, esse arquivo pode ser 
tratado pelos sinônimos: 
• Livro Diário Digital; 
 
• ECD; 
 
• Escrituração Contábil em forma eletrônica. 
 
Esse arquivo é submetido ao Programa Validador e Assinador (PVA), fornecido pelo 
SPED. 
O Ato Declaratório Executivo Cofis nº 20, de 28 de maio de 2009, dispõe sobre as 
regras de validação e as tabelas de códigos aplicáveis à ECD. 
Faça o download do PVA e do Receitanet e instale-os em um computador ligado à 
internet. Através do PVA, execute os seguintes passos: 
, 
52 
 
 
 
 
• Validação do arquivo contendo a escrituração; 
 
• Assinatura digital do livro pela pessoa que tem poderes para assinar, de 
acordo com os registros na Junta Comercial, e pelo contabilista; 
• Geração e assinatura de requerimento para a autenticação dirigido à 
Junta Comercial de sua jurisdição. Para a geração do requerimento, é 
indispensável informar a identificação do documento de arrecadação do 
preço da autenticação. 
Verifique, na Junta Comercial de sua jurisdição, como obter a identificação. Assinados 
a escrituração e o requerimento, faça a transmissão para o SPED. Concluída a 
transmissão, será fornecido um recibo. Imprima-o, pois ele contém informações 
importantes para a prática de atos posteriores. 
Ao receber a ECD, o SPED extrai um resumo (requerimento, Termo de Abertura e 
Termo de Encerramento) e o envia para a Junta Comercial competente. Verifique, na 
Junta Comercial de sua jurisdição, como fazer o pagamento do preço para a 
autenticação. Recebido o preço, a Junta Comercial analisará o requerimento e o Livro 
Digital. 
A análise poderá gerar três situações, todas elas com termo próprio: 
 
1. Autenticação do livro; 
 
2. Indeferimento; 
 
3. Sob exigência. 
 
Para que um livro colocado sob exigência para a Junta Comercial possa ser 
autenticado, após sanada a irregularidade, ele deve ser reenviado ao SPED. Não há 
necessidade de novo pagamento do preço da autenticação. Deve ser gerado o 
requerimento específico para a substituição de livros não autenticados e colocados sobexigência. 
, 
53 
 
 
 
 
Para verificar o andamento dos trabalhos, utilize a funcionalidade “Consulta Situação” 
do PVA. Os termos lavrados pela Junta Comercial, inclusive os de autenticação, são 
transmitidos automaticamente à empresa durante a consulta. O PVA tem, ainda, as 
funcionalidades de visualização da escrituração e de geração e recuperação de backup. 
Autenticada a escrituração, adote as medidas necessárias para evitar a deterioração, 
extravio ou destruição do livro digital. Ele é composto por dois arquivos principais: o 
do livro digital e o de autenticação (extensão *.aut). Faça, também, cópia do arquivo 
do requerimento (extensão *.rqr) e do recibo de entrega (extensão *.rec). Todos os 
arquivos têm o mesmo nome, variando apenas a extensão. 
De acordo com o artigo 3º da Instrução Normativa nº 787/07, alterado pela Instrução 
Normativa RFB nº 926/09, ficam obrigadas a adotar a ECD, nos termos do artigo 2º do 
Decreto nº 6.022/07: 
1. Em relação aos fatos contábeis ocorridos a partir de 1º de janeiro de 
2008, as Sociedades Empresárias sujeitas a acompanhamento 
econômico-tributário diferenciado, nos termos da Portaria RFB nº 
11.211, de 7 de novembro de 2007, e sujeitas à tributação do Imposto 
de Renda com base no lucro real; 
 
2. Em relação aos fatos contábeis ocorridos a partir de 1º de janeiro de 
2009, as demais Sociedades Empresárias sujeitas à tributação do 
Imposto de Renda com base no lucro real. (BRASIL, 2007, s.p). 
 
 
 
É facultada a entrega da ECD às demais Sociedades Empresárias. 
 
As declarações relativas a tributos administrados pela Secretaria da Receita Federal 
exigidas das pessoas jurídicas que tenham apresentado a ECD, em relação ao mesmo 
período, serão simplificadas, com vistas a eliminar eventuais redundâncias de 
informação. 
, 
54 
 
 
 
 
A Portaria RFB nº 2.521, de 29 de dezembro de 2008, estabeleceu parâmetros para a 
seleção das pessoas jurídicas a serem submetidas ao acompanhamento econômico- 
tributário diferenciado e especial no ano de 2009. 
São usuários do SPED Contábil: 
 
1. Bacen; 
 
2. CVM; 
 
3. CFC; 
 
4. DREI; 
 
5. Receita Federal; 
 
6. Susep; 
 
7. Secretarias Estaduais da Fazenda; 
 
8. Secretarias de Finanças das capitais. 
 
O CFC e o DREI não têm acesso aos livros digitais por intermédio do sistema e as 
Secretarias Estaduais da Fazenda e de Finanças das capitais dependem da assinatura 
de convênio para acesso aos livros digitais. 
A ECD deverá ser transmitida ao SPED, sendo considerada válida somente após a 
confirmação de recebimento do arquivo que a contém e, quando for o caso, após a 
autenticação pelos órgãos de registro, como as Juntas Comerciais, por exemplo. É 
importante salientar que, mesmo transmitido o arquivo para o ambiente do SPED, a 
responsabilidade da guarda e manutenção dessas informações continua a encargo do 
contribuinte, que deverá manter, também, a confirmação do recebimento e os demais 
arquivos relacionados à sua remessa. 
O arquivo contendo a ECD deverá ser submetido ao PVA, especificamente 
desenvolvido para esse fim e disponibilizado de forma gratuita na página da Receita 
Federal, o qual contém as seguintes funcionalidades: 
, 
55 
 
 
 
 
• Validação do arquivo digital da escrituração; 
 
• Assinatura digital; 
 
• Visualização da escrituração; 
 
• Transmissão para o SPED; 
 
• Consulta à situação da escrituração. 
 
As regras de validação aplicáveis aos diversos campos, registros e arquivos integrantes 
da ECD constam do Anexo I do Ato Declaratório Executivo Cofis nº 36/07, alterado pelo 
Ato Declaratório Executivo Cofis nº 20/09. 
Tal arquivo deverá conter a escrituração referente a, no mínimo, um mês, sendo 
facultado ao empresário ou à Sociedade Empresária apresentar o arquivo contendo 
mais de um mês de escrituração, desde que, nesse caso em específico, o arquivo tenha 
tamanho inferior a 1 GB (um gigabyte). 
A ECD será transmitida anualmente ao SPED até o último dia útil do mês de junho do 
ano seguinte ao ano do calendário a que se refira a escrituração. Ou seja: a primeira 
transmissão, a ser efetuada pelas pessoas jurídicas tributadas pelo lucro real e sujeitas 
ao acompanhamento econômico-tributário diferenciado, deveria ter ocorrido até o 
final do mês de junho de 2009. 
O serviço de recepção da ECD será encerrado às 20 horas – horário de Brasília – da 
data final fixada para a entrega. 
Destaca-se que, nos casos de extinção, cisão parcial, cisão total, fusão e incorporação, 
a ECD deverá ser entregue pelas pessoas jurídicas extintas, cindidas, fusionadas, 
incorporadas e incorporadoras até o último dia útil do mês subsequente ao do evento. 
A não apresentação da ECD até o último dia útil de junho do ano seguinte acarretará a 
aplicação de multa no valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) por mês calendário ou 
fração. 
, 
56 
 
 
Saiba mais 
A Escrituração Fiscal Digital (EFD) é um arquivo digital, que se constitui de 
um conjunto de escriturações de documentos fiscais e de outras 
informações de interesse dos Fiscos das unidades federadas e da Secretaria 
da Receita Federal, bem como de registros de apuração de impostos 
referentes às operações e prestações praticadas pelo contribuinte. Esse 
arquivo deverá ser assinado digitalmente e transmitido, via internet, ao 
ambiente SPED. Consulte o site: 
. 
(Acesso em: 10 fev. 2021). 
 
 
Com redação dada pela Instrução Normativa RFB nº 926/09, excepcionalmente, em 
relação aos fatos contábeis ocorridos entre 1º de janeiro de 2008 e 31 de maio de 
2009, o prazo será até o último dia útil do mês de junho de 2009. 
 
 
 
Requerimentos e Retificação 
 
São dois os tipos de requerimento: 
 
1. autenticação de livro (inclusive nos casos de extravio, deterioração e 
destruição); 
2. substituição de livro colocado em exigência pela Junta Comercial. 
 
A previsão original era de que os requerimentos de extravio, deterioração ou 
destruição não seriam aceitos quando o livro “original” tivesse sido enviado para o 
SPED e ainda estivesse em sua base de dados. 
 
 
, 
57 
 
 
 
 
Logo, uma vez remetido ao SPED e submetido à autenticação pela Junta Comercial, o 
livro fica impedido de retificação; portanto, faz-se necessária atenção redobrada no 
momento da geração desses livros. 
No entanto, a partir do dia 14 de julho de 2009, os livros digitais enviados para o SPED 
passaram a poder ser substituídos (retificados), desde que não estivessem em uma das 
seguintes etapas: em análise (pela Junta Comercial), autenticado ou substituído. 
Será implantada a funcionalidade para permitir ao titular fazer download da própria 
escrituração, com a utilização de certificado digital da empresa, de seu representante 
legal ou de seu procurador. 
 
 
 
Plano de Contas Referencial 
 
Trata-se de um Plano de Contas elaborado com base na Declaração de Informações 
Econômico-Fiscais da Pessoa Jurídica (DIPJ). As empresas, em geral, devem usar o 
plano publicado pela Receita Federal através do Ato Declaratório Executivo Cofis nº 
20/09. As financeiras utilizam o Plano Contábil das Instituições do Sistema Financeiro 
Nacional (Cosif ) e as seguradoras não precisam informar o registro I051. 
O Plano de Contas Referencial tem por finalidade estabelecer uma relação (de – para) 
entre as contas analíticas do Plano de Contas da empresa e um padrão, possibilitando 
a eliminação de fichas da DIPJ. 
 
 
 
Obrigações Acessórias 
 
As declarações relativas a tributos administrados pela Receita Federal exigidas das 
pessoas jurídicas que tenham apresentado a ECD, em relação ao mesmo período, 
serão simplificadas, com vistas a eliminar eventuais redundâncias da informação. Por 
enquanto, todavia, com exceção das hipóteses a seguir, ainda não há dispensa da 
entrega de outras declarações pela pessoa jurídica obrigada à ECD. 
, 
58 
 
 
 
 
Compartilhamentoe Acesso às Informações 
 
As informações relativas à ECD, disponíveis no ambiente nacional do SPED, serão 
compartilhadas com as administrações tributárias dos estados, do Distrito Federal e 
dos municípios e, ainda, com os órgãos e as entidades da administração pública 
federal, direta e indireta, que tenham atribuição legal de regulação, normatização, 
controle e fiscalização dos empresários e das Sociedades Empresárias. 
Tal compartilhamento restringe-se ao limite de competência dos entes mencionados, 
observada, ainda, a legislação referente aos sigilos comercial, fiscal e bancário, nas 
seguintes modalidades de acesso: 
• Integral, para cópia do arquivo da escrituração (no caso de iniciado 
procedimento fiscal ou equivalente junto à pessoa jurídica titular da ECD); 
• Parcial, para cópia e consulta à base de dados agregados, que consiste na 
consolidação mensal de informações de saldos contábeis e nas 
demonstrações contábeis. 
O ambiente nacional do SPED manterá o registro dos eventos de acesso pelo prazo de 
seis anos, contendo, no mínimo: 
• Identificação do usuário; 
 
• Autoridade certificadora emissora do certificado digital; 
 
• Número de série do certificado digital; 
 
• Data e hora da operação; 
 
• Tipo de operação realizada (acesso integral ou parcial). 
 
As informações sobre o acesso à ECD pelos órgãos e entidades ficarão disponíveis para 
a pessoa jurídica titular da ECD, em área específica no ambiente nacional do SPED, com 
acesso mediante certificado digital, ou seja, o contribuinte terá conhecimento dos 
órgãos e entidades que acessaram sua ECD, inclusive, se esse acesso foi integral ou 
parcial. 
, 
59 
 
 
 
 
Conclusão 
 
Caro(a) aluno(a), neste capítulo, você estudou a prática de escrituração dos registros 
contábeis, com uma breve revisão sobre os lançamentos contábeis e a forma de se 
efetuar os registros dos fatos e atos administrativos. 
Você conheceu a ECD, integrante do SPED, e por isso também conhecida como SPED 
Contábil, que foi instituída pela Receita Federal, por intermédio da Instrução 
Normativa nº 787, de 19 de novembro de 2007, e será utilizada para fins fiscais e 
previdenciários, devendo também atender às exigências do DREI, do CFC, do Bacen, da 
Susep, da CVM e de outros órgãos interessados. 
Também aprendeu sobre as obrigações acessórias e o compartilhamento e acesso de 
informações eletrônicas. 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
BRASIL. Decreto nº 6.022, de 22 de janeiro de 2007. Institui o Sistema Público de 
Escrituração Digital – Sped. Diário Oficial da União, Brasília, 22 jan. 2007. Disponível 
em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/decreto/d6022.htm. 
Acesso em: 12 mar. 2021. 
 
BRASIL. Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. Diário Oficial da 
União, Brasília, 11 jan. 2002. Disponível em: https://bit.ly/405xT4m. Acesso em: 12 mar. 
2021. 
FABRETTI, L.C. Contabilidade tributária. São Paulo: Atlas S.A., 2009. 
PEREIRA, M.S.A. Excel para contadores. São Paulo: IOB Thomson, 2007. 
RECEITA FEDERAL. Apresentação. Sistema público de Escrituração Digital. Disponível 
em: http://sped.rfb.gov.br/pagina/show/964. Acesso em: 12 mar. 2021. 
SZUSTER, N. et al. Contabilidade geral: introdução à contabilidade societária. São 
Paulo: Atlas, 2008. 
, 
60 
 
 
 
 
ESTA UNIDADE FOI SUBSTITUÍDA PELO ESTUDO DE CASO DA DISCIPLINA 
 
 
 
 
3 ROTINA CONTÁBIL/SISTEMA DE GESTÃO CONTÁBIL INFORMATIZADO 
 
 
Caro(a) aluno(a), 
 
Neste capítulo você conhecerá as informações do Sistema contábil da CONTMATIC e 
todas as operações necessárias para implantação e utilização do Sistema, disponível no 
no endereço: 1. 
Para utilização do Sistema, o aluno deve acessar o site da CONTMATIC e acessar 
“Contmatic Educacional acesso WEB”, no endereço: 
https://conteudo.contmatic.com.br/projeto-educacional.2 Efetuar o cadastro, seguir e 
baixar gratuitamente o sistema, observe como fazer isso nas imagens abaixo: 
 
Figura 3.1 – Acesso ao site 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 (Acesso em 08 mar. 2021). 
2 (Acesso em 08 mar. 2021). 
, 
Figura 3.2 – Acesso ao site (2) 
61 
 
 
 
 
 
 
Figura 3.3 – Acesso ao site (3) 
 
, 
Figura 3.4 – Acesso ao site (4) 
62 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3.1 Cadastro da empresa e contador responsável 
 
O cadastramento da empresa, dos responsáveis administradores e do contador efetua- 
se utilizando a aba cadastro no menu do sistema, no qual é possível realizar todos os 
cadastros iniciais necessários. 
Ficha Geral 
 
No cadastramento da empresa devemos assegurar todas as informações relativas ao 
nome completo da empresa, bem como o nome fantasia. Deve constar todas as 
informações conforme o cadastro do CNPJ da Receita Federal. As demais informações 
de composição do cadastro, como o objeto da empresa, a composição do quadro 
societário, os administradores responsáveis, o CNPJ, a inscrição estadual, a inscrição 
municipal e CNAE – Cadastro Nacional de Atividade Econômica, devem ser colhidos 
junto aos documentos originários de inscrição na Junta Comercial ou no Cartório e 
Registros dos órgãos públicos federais, estaduais e municipais. 
Ficha Escrita 
 
As informações necessárias nesta ficha servirão para a integração do sistema de escrita 
fiscal com o sistema contábil, no qual utilizaremos o Plano de Contas Geral. 
, 
3 (Acesso em 08 mar. 2021). 
63 
 
 
 
 
Ficha CONT 
 
As informações que devemos incluir nesta ficha correspondem à forma de tributação 
que a empresa irá adotar. 
Razão Social Completa 
 
Esse cadastramento corresponde às informações oficiais que constarão nos relatórios 
contábeis emitidos. 
Responsáveis pela Empresa 
 
O cadastramento dos responsáveis pela empresa é feito considerando pessoa física ou 
pessoa jurídica e também definição de quais sócios assinam os relatórios contábeis. 
Contadores 
 
A assinatura das demonstrações contábeis é prerrogativa do profissional de 
contabilidade, de acordo com a Lei 12.249 de 28 de junho de 2010, em seus artigos 76 
e 77. 
Nesse cadastro são identificadas a qualificação e o tipo de registro do profissional 
responsável técnico das demonstrações contábeis. 
Para maiores detalhes, acesse o manual no endereço: 
https://www.contmatic.com.br/dados/manual/contabil.pdf.3 
 
 
 
3.2 Planos de contas - referencial SPED ECD/ECF 
 
O plano de contas deve ser cadastrado ao acessar o sistema, na aba cadastro, “plano 
de contas”. Dentro do próprio sistema, no cadastro de plano de contas, há um vídeo 
tutorial com todas as informações necessárias para o cadastro e acesso ao plano de 
contas. 
 
 
 
, 
4 (Acesso em 08 mar. 2021). 
64 
 
 
 
 
A configuração do plano de contas pode ser efetuada utilizando-se os planos de contas 
modelos para serem copiados, que podem ser modificados para adequar-se à 
empresa. 
 
 
 
Cadastrando um novo Plano de Contas: 
 
Deve-se definir a máscara da conta contábil, inserindo no campo de dígitos por grau a 
quantidade de dígitos para contas e sub contas. 
Os grupos de contas são identificados como 1 – Ativo, 2 – Passivo, 3 – Receita, 4 – 
Despesa, 5 – Custos e 6 – Resultado. 
 
 
 
Cadastrando novas Contas: 
 
Deve-se observar, no cadastramento de uma nova conta, se a empresa tem a 
obrigatoriedade de gerar o ECD, caso positivo, é necessário fazer a referência ao Plano 
Referencial SPED. 
Nas contas de resultado, despesas, receitas e custos, informar o título demonstração 
de resultado para definir a ordem na DRE modelo 1, obrigatória para as empresas 
optantes pelo Lucro Real, para que o LALUR busque o resultado contábil desse 
relatório. 
Para maiores detalhes, acesse o manual disponível em: 
https://www.contmatic.com.br/dados/manual/contabil.pdf4. 
 
 
 
Referencial SPED ECD/ECF 
 
Acesse o sistema, aba “Cadastro”, “Configuração do plano de contas”, “Configuração 
dos registros ECD/ECF”. 
 
, 
5 (Acesso em 08 mar.2021). 
65 
 
 
 
 
Configurações Complementares ao Plano de Contas 
Plano Referencial SPED: 
Acesse o sistema, aba “Cadastro”, “Configuração do plano de contas”, “Configuração 
dos registros ECD/ECF”. 
O SPED ECD/ECF possui um plano de contas referencial que deve ser utilizado por 
todas as empresas que são obrigadas a entregar a ECD/ECF. O Plano de contas contábil 
de cada empresa deve ser referenciado ao plano de contas do ECD/ECF. 
Para maiores detalhes, acesse o manual disponível em: 
https://www.contmatic.com.br/dados/manual/contabil.pdf.5 
 
 
 
3.3 Lançamentos contábeis 
 
Acessar o sistema, aba “Lançamentos”, “Contábeis”, na qual encontram-se os 
lançamentos: simples-uma conta a débito e uma a crédito, e múltiplos-várias contas a 
débito e a crédito. 
Lançamentos Simples: 
 
Todo lançamento contábil deve conter no mínimo 5 premissas básicas, que são: 1ª) 
data, 2ª) conta a débito, 3ª) conta a crédito, 4ª) valor e, 5ª) histórico detalhado. 
Lançamentos Múltiplos Simples: 
 
No lançamento múltiplo simples teremos uma conta a débito e várias contas a crédito 
ou uma conta a crédito e várias contas a débito, sempre considerando as premissas 
básicas: 1ª) data, 2ª) conta a débito, 3ª) conta a crédito, 4ª) valor e 5ª) histórico 
detalhado. 
 
 
 
 
 
 
, 
6 (Acesso em 08 mar. 2021). 
66 
 
 
 
 
Lançamentos Múltiplos Múltiplos: 
 
No lançamento múltiplos múltiplos teremos várias contas a débito e várias contas a 
crédito, sempre considerando as premissas básicas: 1ª) data, 2ª) conta a débito, 3ª) 
conta a crédito, 4ª) valor e 5ª) Histórico detalhado. 
Para maiores detalhes, acesse o manual disponível em: 
https://www.contmatic.com.br/dados/manual/contabil.pdf.6 
 
 
 
3.4 Relatórios 
 
Acesse o sistema, aba “Relatórios”, “Balancete de Verificação”, “Razão Analítico”, 
“Balanço Patrimonial”, “DRE”. 
 
Balancete de Verificação: aleatórias 
 
O balancete de verificação é utilizado para conciliação das contas contábeis, pode ser 
analítico – sub contas – ou sintético – grupo de contas, dentro desse contexto, é 
emitido por mês, por trimestre, por ano e há suspensão/redução para as empresas 
enquadradas como lucro real, apuração por estimativa, utilizando-se o controle de 
suspensão/redução no LALUR. 
Razão Analítico: 
 
O razão é o relatório que nos permite analisar as contas contábeis analiticamente, por 
períodos específicos, selecionando as contas individualmente ou por intervalos de 
contas, filtrando sequencialmente ou de forma aleatória. 
Diários: 
 
“No Livro Diário devem ser lançadas, em ordem cronológica, com individualização, 
clareza e referência ao documento probante, todas as operações ocorridas, e 
quaisquer outros fatos que provoquem variações patrimoniais” (CFC ITG2000 R1). 
 
 
, 
7 (Acesso em 08 mar. 2021). 
67 
 
 
 
 
O Diário é o relatório que nos permite analisar os lançamentos por dia, por mês, por 
ano ou outro período qualquer. 
Demonstração de Resultado do Exercício: 
 
A DRE (Demonstração de Resultado do Exercício) discriminará as receitas e despesas, 
resultadas antes do IR/CSLL, o cálculo dos impostos e as participações são estipuladas 
na Lei das S/As, em seu artigo 187. 
A DRE permite analisar o resultado de um período específico como: mensal, trimestral, 
semestral ou anual. 
Balanço Patrimonial: 
 
“No balanço, as contas serão classificadas segundo os elementos do patrimônio que 
registram, e agrupadas de modo a facilitar o conhecimento e a análise da situação 
financeira da companhia.” (Lei das S/As, 6404/76 atualizada 11638/11941). 
O BP (Balanço Patrimonial) permite analisar e demonstrar as posições de Ativo, Passivo 
e Patrimônio Líquido de um período específico, como mensal, trimestral, semestral ou 
anual. 
Para maiores detalhes, acesse o manual disponível em: 
https://www.contmatic.com.br/dados/manual/contabil.pdf.7 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
, 
68 
 
 
 
 
3.5 Processamentos 
 
Acesse o sistema, aba “Processamentos”, “DMPL”, “Notas Explicativas”, “Carta de 
Responsabilidade”. 
DMPL (Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido): 
 
A demonstração de lucros ou prejuízos acumulados deverá indicar o montante do 
dividendo por ação do capital social e poderá ser incluída na demonstração das 
mutações do patrimônio líquido, se elaborada e publicada pela companhia (art. 186 da 
Lei das S/As). 
A DMPL é uma demonstração que evidencia as contas do Patrimônio Líquido – Capital 
social, Reservas de Capital, Reservas de Lucros, Ajustes de Avaliação Patrimonial e 
Prejuízos Acumulados – e suas mutações em um determinado período. 
 
 
 
Notas Explicativas: 
 
As notas explicativas devem: 
 
I - apresentar informações sobre a base de preparação das 
demonstrações financeiras e das práticas contábeis específicas selecionadas 
e aplicadas para negócios e eventos significativos; 
 
II - divulgar as informações exigidas pelas práticas contábeis 
adotadas no Brasil que não estejam apresentadas em nenhuma outra parte 
das demonstrações financeiras; 
 
III - fornecer informações adicionais não indicadas nas próprias 
demonstrações financeiras e consideradas necessárias para uma 
apresentação adequada (artigo 176, parágrafo 4º Lei das S/As, 6404/76 
atualizada Lei 11638/07 e 11941/09). 
 
 
 
Carta de Responsabilidade: 
 
ANEXO III - Modelo Básico de Carta de Responsabilidade da Administração 
(Anexo III incluído pela Resolução CFC n.º 1.457/13) 
 
§ 1º Deverá ser obtida pelo profissional da Contabilidade, 
anualmente, a Carta de Responsabilidade da Administração para o 
encerramento do exercício contábil. 
, 
69 
 
 
 
 
§ 2º A assinatura das demonstrações contábeis fica vinculada à 
entrega da Carta de Responsabilidade da Administração. 
 
§ 3º O profissional deverá comunicar ao CRC de seu domicílio 
profissional a recusa da entrega da Carta de Responsabilidade da 
Administração por parte da empresa. 
 
§ 4º A exigência em contrato para entrega da Carta de 
Responsabilidade da Administração será obrigatória somente nos contratos 
de novos clientes, ou quando da renovação dos contratos antigos." (CFC, 
2013, p. 1-2). 
 
 
 
Para maiores detalhes, acesse o manual disponível em: 
.8 
 
 
 
 
 
Conclusão 
 
Caro(a) aluno(a), 
 
Neste capítulo, você conheceu o Sistema de Contabilidade Contábil Phoenix, da 
empresa CONTMATIC. Aprendeu como realizar o cadastro de uma empresa, o Plano 
de Contas e como cadastrar um lançamento padrão, efetuar lançamentos e gerar 
relatórios operando o sistema Contábil Phoenix através do Manual de procedimentos 
do Sistema CONTMATIC. 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
BRASIL. Lei no 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Dispõe sobre as Sociedades por 
Ações. Diário Oficial da União, Brasília, 17 dez. 1976. Disponível em: 
https://bit.ly/3tdjfYT. Acesso em: 12 mar. 2021. 
 
BRASIL. Lei nº 11.638, de 28 de dezembro de 2007. Diário Oficial da União, Brasília, 
28 dez. 2007. Disponível em: https://bit.ly/3coP3TP. Acesso em: 12 mar. 2021. 
 
8 (Acesso em 08 mar. 2021). 
, 
70 
 
 
 
 
 
 
BRASIL. Lei nº 11.941, de 27 de maio de 2009. Diário Oficial da União, Brasília, 28 
maio 2009. Disponível em: https://bit.ly/38A0zur. Acesso em: 12 mar. 2021. 
BRASIL. Lei nº 12.249, de 11 de junho de 2010. Diário Oficial da União, Brasília, 14 
jun. 2009. Disponível em: https://bit.ly/38zzaZC. Acesso em: 12 mar. 2021. 
CONTMATIC PHOENIX. Contábil Phoenix. Disponível em: 
https://www.contmatic.com.br/dados/manual/contabil.pdf. Acesso em: 12 mar. 
2021. 
CFC. CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. ITG 2000 (R1) – ESCRITURAÇÃO 
CONTÁBIL. Brasília, 2014. Disponível em: 
https://www1.cfc.org.br/sisweb/SRE/docs/ITG2000(R1).pdf. Acesso em: 12 mar. 
2021. 
 
CFC. CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Resolução CFC nº 1.457, de 11 de 
dezembro de 2013. Altera a Resolução CFC nº 987/03, que dispõe sobre a 
obrigatoriedade do contrato de prestação de serviçoscontábeis e dá outras 
providências. Diário Oficial da União, Brasília, 13 dez. 2013. Disponível em: 
https://www1.cfc.org.br/sisweb/SRE/docs/RES_1457.pdf. Acesso em: 12 mar. 2021. 
, 
71 
 
 
 
 
 
 
 
4 OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS – SPED 
 
Caro(a) aluno(a), 
 
Neste bloco você estudará as obrigações acessórias que são de envio obrigatório para 
a Receita Federal, lembrando que o envio dessas obrigações é de competência 
exclusiva do contador, utilizando-se de sua assinatura eletrônica, através do certificado 
digital e com autorização do cliente por procuração eletrônica efetuada no site da 
Receita Federal. Deve-se atentar para o fato de que cada obrigação acessória tem um 
prazo para entrega definido em lei e a entrega fora do prazo ou incorreções geram 
multas. 
 
 
 
Figura 4.1 - SPED 
 
 
 
Fonte: O autor. 
, 
72 
 
 
 
 
SPED – Sistema Público de Escrituração Digital: 
 
Criado em 2007, consiste na modernização e substituição das Obrigações Acessórias, 
transmitidas pelos contribuintes às administrações tributárias e aos órgãos 
fiscalizadores, utilizando-se da certificação digital para fins de assinatura dos 
documentos eletrônicos, garantindo, assim, a validade jurídica dos mesmos apenas na 
sua forma digital. 
 
 
 
4.1 NFe (Nota Fiscal Eletrônica), NFS-e (Nota Fiscal de Serviços eletrônica), CT-e 
(Conhecimento Transporte eletrônico) 
4.1.2 NFe-Nota Fiscal Eletrônica 
 
Histórico 
 
Para atender o disposto da Emenda Constitucional nº 42, Inciso XXII, art. 37, 
foi realizado, de 15 a 17 de julho de 2004, em Salvador, o 1º Encontro 
Nacional de Administradores Tributários – ENAT, reunindo os titulares das 
administrações tributárias federais, estaduais, do Distrito Federal e dos 
municípios de capitais. 
 
O encontro teve como objetivo buscar soluções conjuntas das três esferas 
de Governo que promovessem maior integração administrativa, 
padronização e melhor qualidade das informações; racionalização de custos 
e da carga de trabalho operacional no atendimento; maior eficácia da 
fiscalização; maior possibilidade de realização de ações fiscais coordenadas 
e integradas; maior possibilidade de intercâmbio de informações fiscais 
entre as diversas esferas governamentais; cruzamento de dados em larga 
escala com dados padronizados e uniformização de procedimentos. 
 
No ENAT foram aprovados dois protocolos de cooperação técnica nas áreas 
do cadastramento: Projeto do Cadastro Sincronizado e Nota Fiscal 
Eletrônica. 
 
Visando alinhar as diretrizes do projeto, iniciado pelo ENAT, com o fórum de 
discussão dos Coordenadores e Administradores Tributários Estaduais 
(ENCAT), foi realizada uma Reunião Técnica do ENAT/ENCAT, em São Paulo, 
no dia 27 de abril de 2005, para a unificação dos diferentes projetos em 
andamento no âmbito das Administrações Tributárias. 
 
No final de agosto de 2005, no evento do II ENAT – Encontro Nacional de 
Administradores Tributários, em São Paulo, os Secretários de Fazenda dos 
Estados e DF, o Secretário da Receita Federal e os representantes das 
Secretarias de Finanças dos municípios das Capitais assinaram o Protocolo 
ENAT 03/2005, visando o desenvolvimento e a implantação da Nota Fiscal 
Eletrônica, consolidando de forma definitiva a coordenação técnica e o 
desenvolvimento do projeto sob a responsabilidade do ENCAT (Encontro 
, 
73 
 
 
 
 
Nacional dos Coordenadores e Administradores Tributários Estaduais) com a 
participação, da agora denominada, Receita Federal do Brasil (RFB). 
 
A partir de novembro de 2005 a Superintendência da Zona Franca de 
Manaus (Suframa) passou a integrar o projeto. 
 
 
Descrição do Processo 
 
De maneira simplificada, a empresa emissora de NF-e gerará um arquivo 
eletrônico contendo as informações fiscais da operação comercial, o qual 
deverá ser assinado digitalmente, de maneira a garantir a integridade dos 
dados e a autoria do emissor. Esse arquivo eletrônico, que corresponderá à 
Nota Fiscal Eletrônica (NF-e), será então transmitido pela Internet para a 
Secretaria da Fazenda de jurisdição do contribuinte que fará uma pré- 
validação do arquivo e devolverá um protocolo de recebimento (autorização 
de uso), sem o qual não poderá haver o trânsito da mercadoria. 
 
A NF-e também será transmitida para a Receita Federal, que será repositório 
nacional de todas as NF-e emitidas (Ambiente Nacional) e, no caso de 
operação interestadual, para a Secretaria de Fazenda de destino da 
operação e Suframa, no caso de mercadorias destinadas às áreas 
incentivadas. As Secretarias de Fazenda e a RFB (Ambiente Nacional) 
disponibilizarão consulta, através da Internet, para o destinatário e outros 
legítimos interessados, que detenham a chave de acesso do documento 
eletrônico. 
 
Para acompanhar o trânsito da mercadoria será impressa uma 
representação gráfica simplificada da Nota Fiscal Eletrônica, intitulado 
DANFE (Documento Auxiliar da Nota Fiscal Eletrônica), em papel comum, 
em única via, que conterá impressa, em destaque, a chave de acesso para 
consulta da NF-e na Internet e um código de barras bi-dimensional que 
facilitará a captura e a confirmação de informações da NF-e pelas unidades 
fiscais. 
 
O DANFE não é uma nota fiscal, nem substitui uma nota fiscal, servindo 
apenas como instrumento auxiliar para consulta da NF-e, pois contém a 
chave de acesso da NF-e, que permite ao detentor desse documento 
confirmar a efetiva existência da NF-e através do Ambiente Nacional (RFB) 
ou site da SEFAZ na Internet. 
 
O contribuinte destinatário, não emissor de NF-e, poderá escriturar os 
dados contidos no DANFE para a escrituração da NF-e, sendo que sua 
validade ficará vinculada à efetiva existência da NF-e nos arquivos das 
administrações tributárias envolvidas no processo, comprovada através da 
emissão da Autorização de Uso. O contribuinte emitente da NF-e, realizará a 
escrituração a partir das NF-e emitidas e recebidas. 
 
 
Benefícios Esperados: 
 
O Projeto NF-e instituirá mudanças significativas no processo de emissão e 
gestão das informações fiscais, trazendo grandes benefícios para os 
contribuintes e as administrações tributárias, conforme descrito a seguir: 
, 
74 
 
 
 
 
Benefícios para as Administrações Tributárias 
 
• Aumento na confiabilidade da Nota Fiscal; 
• Melhoria no processo de controle fiscal, possibilitando um melhor 
intercâmbio e compartilhamento de informações entre os fiscos; 
 
• Redução de custos no processo de controle das notas fiscais capturadas pela 
fiscalização de mercadorias em trânsito; 
 
• Diminuição da sonegação e aumento da arrecadação; 
• Suporte aos projetos de escrituração eletrônica contábil e fiscal da 
Secretaria da RFB (Sistema Público de Escrituração Digital - SPED). 
 
 
Benefícios para a Sociedade 
 
• Redução do consumo de papel, com impacto positivo no meio ambiente; 
• Incentivo ao comércio eletrônico e ao uso de novas tecnologias; 
• Padronização dos relacionamentos eletrônicos entre empresas; 
• Surgimento de oportunidades de negócios e empregos na prestação de 
serviços ligados à Nota Fiscal Eletrônica. 
 
 
Benefícios para o Contribuinte Comprador (Receptor da NF-e): 
 
• Eliminação de digitação de notas fiscais na recepção de mercadorias; 
• Planejamento de logística de entrega pela recepção antecipada da 
informação da NF-e; 
 
• Redução de erros de escrituração devido a erros de digitação de notas 
fiscais; 
 
• Incentivo ao uso de relacionamentos eletrônicos com fornecedores (B2B). 
 
 
Benefícios para o Contribuinte Vendedor (Emissor de NF-e): 
 
• Redução de custos de impressão; 
• Redução de custos de aquisição de papel; 
• Redução de custos de envio do documento fiscal; 
• Redução de custos de armazenagem de documentos fiscais; 
• Simplificação de obrigações acessórias, como dispensa de AIDF; 
• Redução de tempo de parada de caminhões em Postos Fiscais de Fronteira; 
• Incentivo a uso de relacionamentos eletrônicos com clientes (B2B). 
, 
75Justificativas para Execução: 
 
A busca pela integração e modernização da Administração Tributária 
relaciona-se à forma federativa adotada pelo Estado brasileiro. Neste 
contexto, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios são dotados 
de autonomia política, administrativa e financeira, estando suas atribuições, 
limitações e competências previstas na Constituição Federal, que concede a 
cada esfera de governo a competência de instituir e administrar os 
respectivos tributos. 
 
A integração e cooperação entre administrações tributárias têm sido um 
tema muito debatido em países federativos, especialmente naqueles que, 
como o Brasil, possuem forte grau de descentralização fiscal. Nesses países, 
a autonomia tributária tem gerado, tradicionalmente, multiplicidade de 
rotinas de trabalho, burocracia, baixo grau de troca de informações e falta 
de compatibilidade entre os dados econômico-fiscais dos contribuintes. Para 
os cidadãos, o Estado mostra-se multifacetado, ineficiente e moroso. Para o 
governo, o controle apresenta-se difícil porque falta a visão integrada das 
ações dos contribuintes. Para o País, o custo público e privado do 
cumprimento das obrigações tributárias torna-se alto, criando um claro 
empecilho ao investimento e geração de empregos. 
 
Com o advento da sociedade da informação, os agentes econômicos 
aumentaram a sua mobilidade, exercendo ações em todo o território 
nacional e deixando de estar restritos ao conceito de jurisdição territorial. 
Em decorrência, é comum que empresas sejam contribuintes, 
simultaneamente, de diversos governos, em nível federal, estadual ou 
municipal. A consequência direta deste modelo é que os bons contribuintes 
acabam penalizados pela burocracia, pois têm que lidar com procedimentos 
e normas diversos em cada unidade da federação ou município. 
 
As administrações tributárias enfrentam o grande desafio de adaptarem-se 
aos processos de globalização e de digitalização do comércio e das 
transações entre contribuintes. Os volumes de transações efetuadas e os 
montantes de recursos movimentados crescem num ritmo intenso e, na 
mesma proporção, aumentam os custos inerentes à necessidade do Estado 
de detectar e prevenir a evasão tributária. 
 
No que se refere às administrações tributárias, há a necessidade de 
despender grandes somas de recursos para captar, tratar, armazenar e 
disponibilizar informações sobre as operações realizadas pelos 
contribuintes, administrando um volume de obrigações acessórias que 
acompanha o surgimento de novas hipóteses de evasão. 
 
No que tange aos contribuintes, há a necessidade de alocar recursos 
humanos e materiais vultosos para o registro, contabilidade, 
armazenamento, auditoria interna e prestação de informações às diferentes 
esferas de governo que, no cumprimento das suas atribuições legais, as 
demandam, usualmente, por intermédio de declarações e outras obrigações 
acessórias. Indubitavelmente, o custo inerente ao grande volume de 
documentos em papel que circulam e são armazenados, tanto pela 
administração tributária como pelos contribuintes, é substancialmente 
elevado. 
 
Portanto, a integração e compartilhamento de informações têm o objetivo 
de racionalizar e modernizar a administração tributária brasileira, reduzindo 
custos e entraves burocráticos, facilitando o cumprimento das obrigações 
, 
76 
 
 
 
 
tributárias e o pagamento de impostos e contribuições, além de fortalecer o 
controle e a fiscalização por meio de intercâmbio de informações entre as 
administrações tributárias. 
 
Para atender a estas necessidades, a Emenda Constitucional nº 42 
introduziu o Inciso XXII ao art. 37 da Constituição Federal, que determina às 
administrações tributárias da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Municípios a atuar de forma integrada, inclusive com o compartilhamento 
de cadastros e de informações fiscais. 
 
De modo geral, o projeto justifica-se pela necessidade de investimento 
público voltado para a redução da burocracia do comércio e dos entraves 
administrativos enfrentados pelos empresários do País, exigindo a 
modernização das administrações tributária nas três esferas de governo. 
 
O projeto prevê ainda o investimento em tecnologia de forma a modernizar 
o parque tecnológico e os sistemas de informação, ampliando a capacidade 
de atendimento das unidades administrativas. 
 
 
Objetivos do Projeto 
 
O Projeto NF-e tem como objetivo a implantação de um modelo nacional de 
documento fiscal eletrônico que venha substituir a sistemática atual de 
emissão do documento fiscal em papel, com validade jurídica garantida pela 
assinatura digital do remetente, simplificando as obrigações acessórias dos 
contribuintes e permitindo, ao mesmo tempo, o acompanhamento em 
tempo real das operações comerciais pelo Fisco. 
 
A implantação da NF-e constitui grande avanço para facilitar a vida do 
contribuinte e as atividades de fiscalização sobre operações e prestações 
tributadas pelo Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) 
e pelo Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). Num momento inicial, 
a NF-e será emitida apenas por grandes contribuintes e substituirá os 
modelos, em papel, tipo 1 e 1A. (MINISTÉRIO DA ECONOMIA, s.d., s.p.). 
 
 
 
4.1.3 - NFS-e – Nota Fiscal de Serviços eletrônica 
 
O que é: 
 
O Projeto Nota Fiscal de Serviços Eletrônica (NFS-e) está sendo desenvolvido 
de forma integrada, pela Receita Federal do Brasil (RFB) e Associação 
Brasileira das Secretarias de Finanças das Capitais (Abrasf), atendendo o 
Protocolo de Cooperação ENAT nº 02, de 7 de dezembro de 2007, que 
atribuiu a coordenação e a responsabilidade pelo desenvolvimento e 
implantação do Projeto da NFS-e. 
 
A Nota Fiscal de Serviços Eletrônica (NFS-e) é um documento de existência 
digital, gerado e armazenado eletronicamente em Ambiente Nacional pela 
RFB, pela prefeitura ou por outra entidade conveniada, para documentar as 
operações de prestação de serviços. 
, 
77 
 
 
 
 
Esse projeto visa o benefício das administrações tributárias padronizando e 
melhorando a qualidade das informações, racionalizando os custos e 
gerando maior eficácia, bem como o aumento da competitividade das 
empresas brasileiras pela racionalização das obrigações acessórias (redução 
do custo-Brasil), em especial a dispensa da emissão e guarda de documentos 
em papel. 
 
A geração da Nota Fiscal de Serviços Eletrônica – NFS-e é feita, 
automaticamente, por meio de serviços informatizados, disponibilizados aos 
contribuintes. Para que sua geração seja efetuada, dados que a compõem 
serão informados, analisados, processados, validados e, se corretos, gerarão 
o documento. A responsabilidade pelo cumprimento da obrigação acessória 
de emissão da NFS-e e pelo correto fornecimento dos dados à secretaria, 
para a geração da mesma, é do contribuinte. 
 
 
Recibo provisório de serviços (RPS): 
 
A NFS-e será gerada através dos serviços informatizados disponibilizados 
pela respectiva secretaria municipal de finanças. 
 
No intuito de prover uma solução de contingência para o contribuinte, foi 
criado o Recibo Provisório de Serviços (RPS), que é um documento de posse 
e responsabilidade do contribuinte, que deverá ser gerado manualmente ou 
por alguma aplicação local, possuindo uma numeração sequencial crescente 
e devendo ser convertido em NFS-e no prazo estipulado pela legislação 
tributária municipal. 
 
Este documento atende, também, àqueles contribuintes que, porventura, 
não dispõem de infraestrutura de conectividade com a secretaria em tempo 
integral, podendo gerar os documentos e enviá-los, em lote, para 
processamento e geração das respectivas NFS-e. 
 
Para que os RPS possam fazer parte de um lote a ser enviado para geração 
das NFS-e correspondentes, é necessário que o contribuinte possua uma 
aplicação instalada em seus computadores, seja ela fornecida pela 
secretaria ou desenvolvida particularmente, seguindo as especificações 
disponibilizadaspor essa. 
 
O envio de RPS à secretaria para geração da NFS-e é feito em lotes, ou seja, 
vários RPS agrupados para gerar uma NFS-e para cada um deles. 
 
Este serviço de Recepção de Lote de RPS é definido como Assíncrono (Um 
processo é assíncrono quando ocorre uma chamada ao mesmo, com envio 
de determinadas informações – lote de RPS nesse caso – e seu retorno é 
dado em outro momento.). 
 
Como comprovante de envio de lote de RPS, o contribuinte receberá um 
número de protocolo de recebimento. O lote recebido pela secretaria será 
colocado em uma fila de processamento, e será executado em momento 
oportuno. Depois de processado, gerará um resultado que estará disponível 
ao contribuinte. Esse resultado poderá ser as NFS-e correspondentes ou a 
lista de erros encontrados no lote. 
 
A numeração dos lotes de RPS é de responsabilidade do contribuinte, 
devendo ser única e distinta para cada lote. 
, 
78 
 
 
 
 
Um RPS pode ser enviado com o status de cancelado gerando uma NFS-e 
cancelada. Um RPS já convertido em NFS-e não pode ser reenviado. 
Havendo necessidade de cancelamento do documento, deve ser cancelada a 
respectiva NFS-e. 
 
Geração de NFS-e: 
 
A NFS-e contém campos que reproduzem as informações enviadas pelo 
contribuinte e outros que são de responsabilidade do Fisco. Uma vez 
gerada, a NFS-e não pode mais ser alterada, admitindo-se, unicamente por 
iniciativa do contribuinte, ser cancelada ou substituída, hipótese está em 
que deverá ser mantido o vínculo entre a nota substituída e a nova. 
 
A NFS-e deve conter a identificação dos serviços em conformidade com os 
itens da Lista de Serviços, anexa à Lei Complementar n°116, de 2003, 
acrescida daqueles que foram vetados e de um item "9999" para "outros 
serviços". 
 
É possível descrever vários serviços numa mesma NFS-e, desde que 
relacionados a um único item da Lista, de mesma alíquota e para o mesmo 
tomador de serviço. Quando a legislação do município assim exigir, no caso 
da atividade de construção civil, as NFS-e deverão ser emitidas por obra. 
 
A identificação do prestador de serviços será feita pelo CNPJ, que pode ser 
conjugado com a Inscrição Municipal, não sendo de uso obrigatório. 
 
A informação do CNPJ do tomador do serviço é obrigatória para pessoa 
jurídica, exceto quando se tratar de tomador do exterior. 
 
A competência de uma NFS-e é o mês da ocorrência do fato gerador. O 
sistema assumirá automaticamente o Mês/Ano da emissão do RPS ou da 
NFS-e, o que for inferior, podendo ainda o contribuinte informar uma 
competência anterior. 
 
A base de cálculo da NFS-e é o Valor Total de Serviços, subtraído do Valor de 
Deduções previstas em lei. 
 
O Valor do ISS é definido de acordo com a Natureza da Operação, a Opção 
pelo Simples Nacional, o Regime Especial de Tributação e o ISS Retido, e será 
sempre calculado, exceto nos seguintes casos: 
 
• A Natureza da Operação for Tributação no Município; Exigibilidade suspensa 
por decisão judicial ou Exigibilidade suspensa por procedimento 
administrativo e o Regime Especial de Tributação for Microempresa 
Municipal; Estimativa ou Sociedade de profissionais. 
 
• A Natureza da Operação for Tributação fora do Município, nesse caso os 
campos Alíquota de Serviço e Valor do ISS ficarão abertos para o prestador 
indicar os valores. 
 
• A Natureza da Operação for Imune ou Isenta, nesses casos o ISS será 
calculado com alíquota zero. 
 
• O contribuinte for optante pelo Simples Nacional e não tiver o ISS retido na 
fonte. 
, 
79 
 
 
 
 
A alíquota do ISS é definida pela legislação municipal. Quando a NFS-e é 
tributada fora do município em que está sendo emitida, a alíquota será 
informada pelo contribuinte. (MINISTÉRIO DA ECONOMIA, s. d., s.p.). 
 
 
 
4.1.4 - CT-e – Conhecimento Transporte eletrônico 
 
Podemos conceituar o CT-e como um documento de existência 
exclusivamente digital, emitido e armazenado eletronicamente, com o 
intuito de documentar uma prestação de serviços de transportes, cuja 
validade jurídica é garantida pela assinatura digital do emitente e a 
Autorização de Uso fornecida pela administração tributária do domicílio do 
contribuinte. (MINISTÉRIO DA ECONOMIA, s.d., s.p.). 
 
 
 
4.2 F-Cont, SPED Contábil, SPED Fiscal, e-LALUR 
 
4.2.1 FCONT 
 
Lei 11941/09 criação do RTT – neutralidade fiscal 
 
Conforme disciplina a Instrução Normativa RFB nº 949/09, o FCONT é uma 
escrituração, das contas patrimoniais e de resultado, em partidas dobradas, 
que considera os métodos e critérios contábeis vigentes em 31.12.2007. 
 
Em termos práticos, no Programa Validador e Assinador da entrada de 
dados do FCONT devem ser informados os lançamentos que: 
 
• Efetuados na escrituração comercial, não devam ser considerados para fins 
de apuração do resultado com base na legislação vigente em 31.12.2007. Ou 
seja, os lançamentos que existem na escrituração comercial, mas que 
devem ser expurgados para remover os reflexos das alterações introduzidas 
pela Lei nº 11.638, de 28 de dezembro de 2007, e pelos arts. 37 e 38 da Lei 
nº 11.941, de 2009, que modifiquem o critério de reconhecimento de 
receitas, custos e despesas computadas na escrituração contábil, para 
apuração do lucro líquido do exercício definido no art. 191 da Lei nº 6.404, 
de 15 de dezembro de 1976; 
 
• Não efetuados na escrituração comercial, mas que devam ser incluídos para 
fins de apuração do resultado com base na legislação vigente em 
31.12.2007. (SOFTSERV apud MINISTÉRIO DA ECONOMIA, s.d., s.p.). 
 
 
 
4.2.2 - SPED Contábil – IN 1420/13 
 
A Escrituração Contábil Digital (ECD) é parte integrante do projeto SPED e 
tem por objetivo a substituição da escrituração em papel pela escrituração 
transmitida via arquivo, ou seja, corresponde à obrigação de transmitir, em 
versão digital, os seguintes livros: 
, 
80 
 
 
 
 
I - livro Diário e seus auxiliares, se houver; 
II - livro Razão e seus auxiliares, se houver; 
III - livro Balancetes Diários, Balanços e fichas de lançamento 
comprobatórias dos assentamentos neles transcritos. (MINISTÉRIO DA 
ECONOMIA, s.d., s.p.). 
 
 
 
4.2.3 EFD SPED Fiscal 
 
[A Escrituração Fiscal Digital – EFD] é um arquivo digital, que se constitui de 
um conjunto de escriturações de documentos fiscais e de outras 
informações de interesse dos fiscos das unidades federadas e da Secretaria 
da Receita Federal do Brasil, bem como de registros de apuração de 
impostos referentes às operações e prestações praticadas pelo contribuinte. 
(VIANNA, 2009, s.p.). 
 
Este arquivo deverá ser assinado digitalmente e transmitido, via Internet, ao ambiente 
SPED. 
A ECF Escrituração Contábil Fiscal, deverá ser apresentada de forma centralizada pela 
matriz, a partir do ano calendário de 2014, por todas as pessoas jurídicas: Lucro Real, 
Lucro Presumido, Lucro Arbitrado e Imunes e Isentas – entidades sem fins lucrativos. 
 
 
 
4.2.4 eLALUR 
 
[Art. 2o O Decreto-Lei no 1.598, de 26 de dezembro de 1977, passa a 
vigorar com as seguintes alterações:] 
 
“Art. 7o ............................................... 
 
§ 6o A escrituração prevista neste artigo deverá ser entregue em 
meio digital ao Sistema Público de Escrituração Digital - SPED.” (NR) 
 
“Art. 8o ................................................... 
 
 
I - de apuração do lucro real, que será entregue em meio digital, e no 
qual: 
 
.............................................................................................. 
 
b) será transcrita a demonstração do lucro real e a apuração do 
Imposto sobre a Renda 
, 
81 
 
 
 
 
§ 1o Completada a ocorrência de cada fato gerador do imposto, o 
contribuinte deverá elaborar o livro de que trata o inciso I do caput, de 
forma integrada às escriturações comercial e fiscal, que discriminará: 
 
b) os registros de ajuste do lucro líquido, com identificação das 
contas analíticas do plano de contas e indicação discriminada por 
lançamento correspondente na escrituração comercial, quandopresentes; 
 
d) a apuração do Imposto sobre a Renda devido, com a discriminação 
das deduções, quando aplicáveis; e 
 
e) demais informações econômico-fiscais da pessoa jurídica 
 
[...] 
 
§ 4o Para fins do disposto na alínea “b” do § 1o, considera-se conta 
analítica aquela que registra em último nível os lançamentos contábeis. 
 
[...] 
 
“Art. 8º - A. O sujeito passivo que deixar de apresentar o livro de que 
trata o inciso I do caput do art. 8o, nos prazos fixados no ato normativo a 
que se refere o seu § 3o, ou que o apresentar com inexatidões, incorreções 
ou omissões, fica sujeito às seguintes multas: 
 
I - equivalente a 0,25% (vinte e cinco centésimos por cento), por mês- 
calendário ou fração, do lucro líquido antes do Imposto de Renda da pessoa 
jurídica e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido, no período a que se 
refere a apuração, limitada a 10% (dez por cento) relativamente às pessoas 
jurídicas que deixarem de apresentar ou apresentarem em atraso o livro; e 
 
II - 3% (três por cento), não inferior a R$ 100,00 (cem reais), do valor 
omitido, inexato ou incorreto. 
 
§ 1o A multa de que trata o inciso I do caput será limitada em: 
 
I - R$ 100.000,00 (cem mil reais) para as pessoas jurídicas que no 
ano-calendário anterior tiverem auferido receita bruta total, igual ou 
inferior a R$ 3.600.000,00 (três milhões e seiscentos mil reais); 
 
II - R$ 5.000.000,00 (cinco milhões de reais) para as pessoas jurídicas 
que não se enquadrarem na hipótese de que trata o inciso I deste parágrafo. 
 
§ 2o A multa de que trata o inciso I do caput será reduzida: 
 
I - em 90% (noventa por cento), quando o livro for apresentado em 
até 30 (trinta) dias após o prazo; 
 
II - em 75% (setenta e cinco por cento), quando o livro for 
apresentado em até 60 (sessenta) dias após o prazo; 
 
III - à metade, quando o livro for apresentado depois do prazo, mas 
antes de qualquer procedimento de ofício; e 
 
IV - em 25% (vinte e cinco por cento), se houver a apresentação do 
livro no prazo fixado em intimação. (BRASIL, 1977, s.p.). 
, 
82 
 
 
 
 
Além das demais premissas do Sped, vejamos as do e-Lalur: 
 
 
• Rastreabilidade das informações: a rastreabilidade diz respeito a manter os 
registros das movimentações que resultem em alterações de saldos que irão 
compor as demonstrações contábeis baseadas no plano de contas 
referencial. 
 
• coerência aritmética dos saldos da parte B: A coerência aritmética dos 
saldos da parte B é a garantia de que eles estarão matematicamente 
corretos. Para isso, uma das etapas será a conferência com os saldos do 
período anterior de e-Lalur já transmitido. A cada conferência de saldo, o 
sistema obterá, também, um extrato (semelhante a um razão) completo de 
cada conta controlada na parte B. 
 
 
A partir de tais elementos o PGE fará um "rascunho" da Demonstração do 
Lucro Real, da base de cálculo da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido 
(CSLL) e dos valores apurados para o IRPJ e a CSLL. Caso o contribuinte 
concorde com os valores apresentados, basta assinar o livro e transmiti-lo 
pela internet. (REZENDE, 2012 apud MINISTÉRIO DA ECONOMIA, s.d., s.p.). 
 
 
 
4.3 EFD-Contribuições, EFD-REINF, DCTF WEB 
 
4.3.1 EFD-Contribuições 
 
O EFD-Contribuições [é um] arquivo digital instituído no Sistema Público de 
Escrituração Digital – SPED, a ser utilizado pelas pessoas jurídicas de direito 
privado na escrituração da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins, nos 
regimes de apuração não-cumulativo e/ou cumulativo, com base no 
conjunto de documentos e operações representativos das receitas 
auferidas, bem como dos custos, despesas, encargos e aquisições geradores 
de créditos da não cumulatividade. (MINISTÉRIO DA ECONOMIA, s.d., s.p.). 
 
 
 
4.3.2 - EFD-Reinf 
 
A Escrituração Fiscal Digital de Retenções e Outras Informações Fiscais EFD- 
Reinf é um dos módulos do Sistema Público de Escrituração Digital – SPED, a 
ser utilizado pelas pessoas jurídicas e físicas, em complemento ao Sistema 
de Escrituração Digital das Obrigações Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas 
– eSocial. 
 
Tem por objeto a escrituração de rendimentos pagos e retenções de 
Imposto de Renda, Contribuição Social do contribuinte exceto aquelas 
relacionadas ao trabalho e informações sobre a receita bruta para a 
apuração das contribuições previdenciárias substituídas. Substituirá, 
portanto, o módulo da EFD-Contribuições que apura a Contribuição 
Previdenciária sobre a Receita Bruta (CPRB). 
, 
83 
 
 
 
 
A EFD-Reinf, junto ao eSocial, após o início de sua obrigatoriedade, abre 
espaço para substituição de informações solicitadas em outras obrigações 
acessórias, tais como a GFIP, a DIRF e também obrigações acessórias 
instituídas por outros órgãos de governo como a RAIS e o CAGED. 
 
Esta escrituração está modularizada por eventos de informações, 
contemplando a possibilidade de múltiplas transmissões em períodos 
distintos, de acordo com a obrigatoriedade legal. 
 
Dentre as informações prestadas através da EFD-Reinf, destacam-se aquelas 
associadas: 
 
• Aos serviços tomados/prestados mediante cessão de mão de obra ou 
empreitada, referente retenção de contribuição social previdenciária – Lei 
9711/98; 
 
• Às retenções na fonte (IR, CSLL, COFINS, PIS/PASEP) incidentes sobre os 
pagamentos diversos efetuados a pessoas físicas e jurídicas (a ser 
implementado, referente à série 4000) (ou, talvez, retirar esse item, 
enquanto não houver sua implementação); 
 
• aos recursos recebidos por/repassados para associação desportiva que 
mantenha equipe de futebol profissional, referente a contribuição social 
previdenciária; 
 
• à comercialização da produção e à apuração da contribuição previdenciária 
substituída pelas agroindústrias e demais produtores rurais pessoa jurídica; 
 
• às empresas que se sujeitam à CPRB (cf. Lei 12.546/2011); 
• às entidades promotoras de evento que envolva associação desportiva que 
mantenha clube de futebol profissional, referente a contribuição social 
previdenciária. (MINISTÉRIO DA ECONOMIA, s.p., s.d.). 
 
 
 
4.3.3 - DCTF WEB 
 
A Instrução Normativa RFB nº 1787, de 07 de fevereiro 2018 – Dispõe sobre a 
Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais Previdenciários e de Outras 
Entidades e Fundos (DCTFWeb). 
O que é DCTFWEB 
 
DCTFWeb é a Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais 
Previdenciários e de Outras Entidades e Fundos. Trata-se da obrigação 
tributária acessória por meio da qual o contribuinte confessa débitos de 
contribuições previdenciárias e de contribuições destinadas a terceiros. 
DCTFWeb é também o nome dado ao sistema utilizado para editar a 
declaração, transmiti-la e gerar o documento de arrecadação. 
 
A nova declaração e seu sistema substituem a GFIP e o SEFIP. Essa 
substituição se dá em conjunto com as escriturações digitais mencionadas 
, 
84 
 
 
 
 
no parágrafo a seguir (eSocial e EFD-Reinf). Da mesma forma como ocorria 
com a GFIP, as informações prestadas na DCTFWeb têm caráter 
declaratório, ou seja, constituem confissão de dívida. É, portanto, 
instrumento hábil e suficiente para a exigência das contribuições não 
recolhidas. 
 
A DCTFWeb é gerada a partir das informações prestadas no eSocial e na 
EFD-Reinf, escriturações digitais integrantes do Sistema Público de 
Escrituração Digital (SPED). Transmitidas as apurações, o sistema DCTFWeb 
recebe, automaticamente, os respectivos débitos e créditos, realiza 
vinculações, calcula o saldo a pagar e, após o envio da declaração, possibilita 
a emissão do documento de arrecadação 
 
A aplicação fica disponível no Atendimento Virtual (e-CAC) da Receita 
Federal, acessível pelo endereço idg.receita.fazenda.gov.br. O formato 
utilizado, plataforma web, permite uma maior integração com os sistemas 
da RFB, facilitando o preenchimento da declaração e diminuindo a 
ocorrência de erros. É possível, por exemplo, importar informações de 
compensações, parcelamentos, documentosde arrecadação pagos, entre 
outros. 
 
Além disso, não é necessário fazer o download e instalação de Programa 
Gerador de Declaração (PGD) ou Programa Validador e Assinador (PVA) na 
máquina do usuário. Basta acessar o portal na Internet e usufruir todas as 
funcionalidades da aplicação. Cabe destacar também que a interface gráfica 
amigável permite uma navegação intuitiva, facilitando o acesso às diversas 
ferramentas disponíveis. 
 
O sistema DCTFWeb foi desenvolvido de forma a modernizar o 
cumprimento das obrigações tributárias, diminuindo a ocorrência de erros e 
aumentando a segurança na prestação das informações. A nova sistemática 
de integração entre escrituração, declaração e emissão do documento de 
arrecadação representa um marco no relacionamento entre o contribuinte e 
a Administração Tributária, e tende a se estender a outros tributos federais. 
(MINISTÉRIO DA ECONOMIA, 2018, p. 8). 
 
 
 
4.4 eSocial 
 
eSocial simplificado 
 
Foram publicadas [...] as Portarias Conjuntas RFB/SEPRT nº 76 e 77, que 
criam um novo leiaute simplificado para a escrituração de obrigações 
trabalhistas, previdenciárias e fiscais que substituirá o eSocial atual. O 
desenvolvimento do eSocial Simplificado estava previsto na Lei nº 13.874/19 
e entrará em operação a partir do ano que vem, dando prazo para as 
empresas se adaptarem às mudanças. 
 
A criação do novo sistema contou com a participação de empresas e 
entidades representativas de diversas categorias profissionais envolvidas no 
trabalho de simplificação da plataforma, entre eles as Confederações 
patronais, o Conselho Federal de Contabilidade (CFC), a Associação 
Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação 
(Brasscom), o Sebrae, a Federação Nacional das Empresas de Serviços 
, 
85 
 
 
 
 
Contábeis e das Empresas de Assessoramento, Perícias, Informações e 
Pesquisas (Fenacon). 
 
O novo sistema segue as seguintes premissas: 
 
• Foco na desburocratização: substituição das obrigações acessórias; 
• Não solicitação de dados já conhecidos; 
• Eliminação de pontos de complexidade; 
• Modernização e simplificação do sistema; 
• Integridade e continuidade da informação; 
• Respeito pelo investimento feito por empresas e profissionais. 
 
 
 
O QUE MUDA: 
 
O eSocial Simplificado traz as seguintes novidades para os usuários: 
 
• Redução do número de eventos; 
• Expressiva redução do número de campos do leiaute, inclusive pela exclusão 
de informações cadastrais ou constantes em outras bases de dados (ex.: 
FAP); 
 
• Ampla flexibilização das regras de impedimento para o recebimento de 
informações (ex.: alteração das regras de fechamento da folha de 
pagamento - pendências geram alertas e não erros); 
 
• Facilitação na prestação de informações destinadas ao cumprimento de 
obrigações fiscais, previdenciárias e depósitos de FGTS; 
 
• Utilização de CPF como identificação única do trabalhador (exclusão dos 
campos onde era exigido o NIS); 
 
• Simplificação na forma de declaração de remunerações e pagamentos. 
 
 
O eSocial Simplificado substituirá diversas obrigações acessórias hoje 
existentes, e sua integração com outros sistemas permitirá ampliar o ritmo 
de substituições. Dentre as obrigações já substituídas, temos o CAGED, a 
anotação da Carteira de Trabalho (que passou a ser 100% digital para as 
empresas), Livro de Registro de Empregados, além da RAIS para empresas 
que já prestam informações de folha de pagamento. E muitas outras serão 
substituídas em breve: CAT (Comunicação de Acidente de Trabalho), CD – 
Comunicação de Dispensa; PPP – Perfil Profissiográfico Previdenciário; DCTF 
– Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais; MANAD – Manual 
Normativo de Arquivos Digitais; Folha de pagamento; GRF – Guia de 
Recolhimento do FGTS. 
, 
86 
 
 
 
 
DOCUMENTAÇÃO TÉCNICA 
 
Com o lançamento do novo sistema de escrituração, foi disponibilizado para 
os desenvolvedores de software o novo leiaute do eSocial Simplificado 
versão S-1.0 RC (Release Candidate). [...]. (BRASIL, 2020, s.p.). 
 
 
 
CRONOGRAMA DE IMPLANTAÇÃO 
 
O uso do sistema é obrigatório desde 08 de janeiro de 2018 – conforme 
etapas detalhadas abaixo – e as informações nele prestadas têm caráter 
declaratório, constituindo instrumento hábil e suficiente para a exigência 
dos tributos e encargos trabalhistas delas resultantes e que não tenham sido 
recolhidos no prazo consignado para pagamento. 
 
Confira abaixo as fases e o cronograma de implantação: 
 
1ª Fase envio das informações constantes dos eventos das tabelas S- 
1000 a S-1080 
 
2ª Fase envio das informações constantes dos eventos não 
periódicos S-2190 a S-2399 (exceto os eventos de Segurança e Saúde do 
Trabalhador - SST) 
 
3ª Fase envio das informações constantes dos eventos periódicos S- 
1200 a S-1299 
 
4ª Fase envio das informações constantes dos eventos S-2210, S- 
2220 e S-2240 
 
 
GRUPO 1 - Empresas com faturamento anual superior a R$ 78 milhões: 
 
1ª Fase: 08/01/2018 – Apenas informações relativas às empresas, ou 
seja, cadastros do empregador e tabelas; 
 
2ª Fase: 01/03/2018 – Nesta fase, empresas passam a ser obrigadas 
a enviar informações relativas a trabalhadores e seus vínculos com as 
empresas (eventos não periódicos), como admissões, afastamentos e 
desligamentos. 
 
3ª Fase: 01/05/2018 – Torna-se obrigatório o envio das folhas de 
pagamento. 
 
Substituição da GFIP: Agosto/2018 – Substituição da GFIP para 
recolhimento de Contribuições Previdenciárias. 
 
(Data a definir) – Substituição da GFIP para recolhimento do FGTS 
(ver Resolução CCFGTS nº 926/2019). 
 
4ª Fase: 08/06/2021 – Na última fase, deverão ser enviados os dados 
de segurança e saúde no trabalho (SST). 
, 
87 
 
 
 
 
GRUPO 2 – entidades empresariais com faturamento no ano de 2016 
de até R$ 78.000.000,00 (setenta e oito milhões) e que não sejam optantes 
pelo Simples Nacional: 
 
1ª Fase: 16/07/2018 – Apenas informações relativas às empresas, ou 
seja, cadastros do empregador e tabelas. 
 
2ª Fase: 10/10/2018 – Nesta fase, empresas passam a ser obrigadas a 
enviar informações relativas aos trabalhadores e seus vínculos com as 
empresas (eventos não periódicos), como admissões, afastamentos e 
desligamentos. 
 
3ª Fase: 10/01/2019 – Torna-se obrigatório o envio das folhas de 
pagamento (de todo o mês de janeiro/2019). Substituição da GFIP: 
Abril/2019 - Substituição da GFIP para recolhimento de Contribuições 
Previdenciárias – empresas com faturamento superior a R$4,8 milhões. 
 
(Data a definir) – Substituição da GFIP para recolhimento de 
Contribuições Previdenciárias – Demais obrigados, exceto órgãos públicos e 
organismos internacionais bem como empresas constituídas após o ano- 
calendário 2017, independentemente do faturamento (ver Instrução 
Normativa RFB nº 1906, de 14 de agosto de 2019). 
 
(Data a definir) – Substituição da GFIP para recolhimento do FGTS 
(ver Resolução CCFGTS nº 926/2019) 
 
4ª Fase: 08/09/2021 – Na última fase, deverão ser enviados os dados 
de segurança e saúde no trabalho (SST) 
 
 
GRUPO 3 – empregadores optantes pelo Simples Nacional, 
empregadores pessoa física (exceto doméstico), produtor rural PF e 
entidades sem fins lucrativos: 
 
1ª Fase: 10/01/2019 – Apenas informações relativas às empresas e às 
pessoas físicas, ou seja, cadastros dos empregadores e tabelas. 
 
2ª Fase: 10/04/2019 – Nesta fase, as empresas passam a ser 
obrigadas a enviar informações relativas aos trabalhadores e seus vínculos 
(eventos não periódicos), e as pessoas físicas quanto aos seus empregados. 
Exemplos: admissões, afastamentos e desligamentos. 
 
3ª Fase: 01/05/2021 – Torna-se obrigatório o envio das folhas de 
pagamento. 
 
Substituição da GFIP: (Data a definir) – Substituição da GFIP para 
recolhimento de Contribuições Previdenciárias (Instrução Normativa 
específica, a ser publicada). 
 
(Data a definir) – Substituição da GFIP para recolhimento do FGTS 
(ver Resolução CCFGTSnº 926/2019). 
 
4ª Fase: 10/01/2022 – Na última fase, deverão ser enviados os dados 
de segurança e saúde no trabalho (SST). 
, 
88 
 
 
 
 
GRUPO 4 - órgãos públicos e organizações internacionais: 
 
1ª Fase: 08/07/2021 – Apenas informações relativas aos órgãos, ou 
seja, cadastros dos empregadores e tabelas. 
 
2ª Fase: 08/11/2021 – Nesta fase, os entes passam a ser obrigados a 
enviar informações relativas aos servidores e seus vínculos com os órgãos 
(eventos não periódicos). Exemplos: admissões, afastamentos e 
desligamentos. 
 
3ª Fase: 08/04/2022 – Torna-se obrigatório o envio das folhas de 
pagamento (de todo o mês de abril/2022). 
 
Substituição da GFIP: (Resolução específica a ser publicada) – 
Substituição da GFIP para recolhimento de Contribuições Previdenciárias. 
 
(Data a definir) – Substituição da GFIP para recolhimento do FGTS 
(ver Resolução CCFGTS nº 926/2019). 
 
4ª Fase: 11/07/2022 - Na última fase, deverão ser enviados os dados 
de segurança e saúde no trabalho (SST). (BRASIL, 2020, s.p.). 
 
 
 
4.5 PER/DCOMP Web 
 
Pessoas Físicas 
 
O PER/DCOMP Web é uma aplicação existente no Portal e-CAC que permite 
ao contribuinte realizar o pedido de restituição e a declaração de 
compensação do Pagamento Indevido ou a Maior em Darf, inclusive as 
quotas do IRPF. 
 
 
Pessoas Jurídicas 
 
A aplicação permite o pedido de restituição ou ressarcimento e a declaração 
de compensação de: 
 
• Pagamento Indevido ou a Maior em Darf; 
• Contribuição Previdenciária Indevida ou a Maior realizado em GPS; 
• Saldos negativos de IRPJ ou CSLL; 
• Retenção – Lei 9.711/98; 
• IRRF Cooperativas; 
• PIS ou Cofins não cumulativo. 
 
 
[Observação]: No caso de um pedido de ressarcimento, o contribuinte 
poderá selecionar entre os créditos de PIS ou Cofins a partir do Período de 
Apuração 2014. 
, 
89 
 
 
 
 
Ressarcimento de IPI 
 
[Observação]: Ainda não é possível o detalhamento do crédito de 
Ressarcimento de IPI. Neste caso, o contribuinte deve utilizar primeiro o 
Programa PER/DCOMP e, após, poderá preencher o PER/DCOMP Web para 
fazer compensação, informando que o crédito foi detalhado em 
PER/DCOMP anterior. 
 
Reintegra 
 
[Observação]: Ainda não é possível o detalhamento do crédito de Reintegra. 
Neste caso, o contribuinte deve utilizar primeiro o Programa PER/DCOMP e, 
após, poderá preencher o PER/DCOMP Web para fazer compensação, 
informando que o crédito foi detalhado em PER/DCOMP anterior. 
 
 
Contribuintes do eSocial 
 
Os contribuintes do eSocial, que estão obrigados a entregar a DCTF Web, 
também poderão por meio do PER/DCOMP Web: 
 
Compensar débitos previdenciários oriundos da DCTF Web, sendo que os 
saldos a pagar dos débitos apurados serão importados automaticamente da 
DCTF Web para o PER/DCOMP Web, limitando a compensação a esses 
valores; 
 
Fazer pedido de restituição ou declaração de compensação informando 
crédito de pagamento indevido ou a maior de eSocial, ou seja, pagamento 
do Darf gerado pela DCTF Web em duplicidade ou que se tornou indevido 
em razão de retificação da DCTF Web; 
 
Realizar a compensação cruzada, ou seja, compensar débitos fazendários 
com créditos previdenciários e vice-versa, desde que tanto o crédito quanto 
o débito sejam apurados a partir de agosto de 2018. 
 
 
Vantagens do PER/DCOMP Web 
 
Dentre as melhorias do serviço, destacam-se: 
 
1) Interface gráfica amigável; 
 
2) Recuperação automática de informações constantes na base de 
dados da Secretaria da Receita Federal do Brasil; 
 
3) Consulta aos rascunhos e aos documentos transmitidos em 
qualquer computador com acesso à internet; 
 
4) Impressão em PDF da segunda via do PER/DCOMP e do recibo de 
transmissão; 
 
5) Facilidade na retificação e no cancelamento a partir da consulta 
dos documentos transmitidos; 
 
6) Dispensa da instalação e da atualização das tabelas do programa 
no computador do usuário. 
, 
90 
 
 
 
 
Atenção! 
 
O serviço está disponível no Portal e-CAC e o acesso para a PJ será 
exclusivamente por meio de certificado digital. A pessoa física poderá 
acessar o PER/DCOMP Web, alternativamente, com utilização de código de 
acesso. 
 
O PER/DCOMP Web também pode ser realizado pelo procurador do 
contribuinte que possuir procuração eletrônica. 
 
Para outros tipos de documentos não descritos nesta página, faça o 
download do Programa PER/DCOMP. (BRASIL, s.d., s.p.). 
 
 
 
Conclusão 
 
Caro(a) aluno(a), 
 
Neste bloco você estudou sobre as obrigações acessórias, relativas ao SPED – Sistema 
Público de Escrituração Digital e as suas vertentes como Nota Fiscal Eletrônica, as ECDs 
– Escrituração Contábil Digital, Escrituração Fiscal e o eLALUR (Livro de Apuração do 
Lucro Real) e o eLACS (Livro de Apuração da Contribuição Social), também a EFD-Reinf 
(Escrituração Fiscal Digital de Retenções), a EFD – Contribuições sobre PIS e COFINS de 
apuração não cumulativa e também o eSocial, que vinculou todas as atividades 
laborais em um único sistema. 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
BRASIL. Cronograma de Implantação. Portal do Governo, s/d. Disponível em: 
https://bit.ly/30C2Cd0. Acesso em: 12 mar. 2021. 
 
BRASIL. Decreto nº 6.022, de 22 de janeiro de 2007. Institui o Sistema Público de 
Escrituração Digital - Sped. Diário Oficial da União, Brasília, 22 jan. 2007. 
Disponível em: https://bit.ly/38zWLJQ. Acesso em: 12 mar. 2021. 
 
BRASIL. Decreto nº 9.580, de 22 de novembro de 2018. Regulamenta a tributação, a 
fiscalização, a arrecadação e a administração do Imposto sobre a Renda e Proventos de 
Qualquer Natureza. Diário Oficial da União, Brasília, 23 nov. 2018. Disponível em: 
https://bit.ly/3bIxNcY. Acesso em: 12 mar. 2021. 
, 
91 
 
 
 
 
BRASIL. Lei nº 11.638, de 28 de dezembro de 2007. Diário Oficial da União, Brasília, 
28 dez. 2007. Disponível em: https://bit.ly/3coP3TP. Acesso em: 12 mar. 2021. 
 
BRASIL. Lei Nº 11.941, de 27 de maio de 2009. Diário Oficial da União, Brasília, 2019. 
Disponível em: https://bit.ly/38A0zur. Acesso em: 12 mar. 2021. 
 
BRASIL. Lei nº 12.973, de 13 de maio de 2014. Diário Oficial da União, Brasília, 14 
maio 2014. Disponível em: https://bit.ly/30D73o1. Acesso em: 12 mar. 2021. 
 
BRASIL. Governo anuncia novo eSocial Simplificado. Portal do Governo, 23 out. 2020. 
Disponível em: https://bit.ly/3cnQXnP. Acesso em: 12 mar. 2021. 
 
MINISTÉRIO DA ECONOMIA. RECEITA FEDERAL. Apresentação. SPED – Sistema 
Público de Escrituração Digital. Disponível em: 
http://sped.rfb.gov.br/pagina/show/964. Acesso em: 12 mar. 2021. 
 
MINISTÉRIO DA ECONOMIA. RECEITA FEDERAL. CT-e. SPED – Sistema Público de 
Escrituração Digital. Disponível em: http://sped.rfb.gov.br/pagina/show/1126. Acesso 
em: 12 mar. 2021. 
 
MINISTÉRIO DA ECONOMIA. RECEITA FEDERAL. ECF. SPED – Sistema Público de 
Escrituração Digital. Disponível em: http://sped.rfb.gov.br/pagina/show/1285. Acesso 
em: 12 mar. 2021. 
 
MINISTÉRIO DA ECONOMIA. RECEITA FEDERAL. EFD Contribuições. SPED – Sistema 
Público de Escrituração Digital. Disponível em: 
http://sped.rfb.gov.br/pagina/show/284. Acesso em: 12 mar. 2021. 
 
MINISTÉRIO DA ECONOMIA. RECEITA FEDERAL. EFD-Reinf. SPED – Sistema Público de 
Escrituração digital. Disponível em: http://sped.rfb.gov.br/pagina/show/1494. Acesso 
em: 12 mar. 2021. 
 
MINISTÉRIO DA ECONOMIA. RECEITA FEDERAL. Instrução normativa RFB nº 1515, de 
24 de novembro de 2014. Diário Oficial da União, Brasília, 26 nov. 2014. Disponível 
em: https://bit.ly/41oSX70. Acesso em: 12 mar. 2021. 
, 
92 
 
 
 
 
MINISTÉRIO DA ECONOMIA. RECEITA FEDERAL. Instrução normativa RFB nº 1700, de 
14 de março de 2017. Diário Oficial da União, Brasília, 16 mar. 2017. Disponível em: 
https://bit.ly/3bHaMXX. Acesso em: 12 mar. 2021. 
 
MINISTÉRIO DA ECONOMIA. RECEITA FEDERAL. Manual de Orientação da 
DCTFWeb, 2018. Disponível em: http://bit.ly/3qH6Fzx. Acesso em: 12 mar. 2021. 
 
MINISTÉRIO DA ECONOMIA. RECEITA FEDERAL. NFS-e. SPED – Sistema Públicoum tipo de sócio (comanditário) 
sem responsabilidade ilimitada. 
 
 
 
• Sociedade Limitada: 
 
As Sociedades Limitadas representam mais de 90% das empresas brasileiras. 
Neste tipo de sociedade, a responsabilidade de cada sócio é restrita ao valor de 
suas quotas, mas todos respondem solidariamente pela integração do capital 
social. 
O contrato social poderá prever a regência supletiva da Sociedade Limitada 
pelas normas da Sociedade Anônima, que tem lei própria: a Lei nº 6.404/76, 
atualizada pelas Leis nos 11.638/07 e 11.941/09, entre outras. O capital social 
divide-se em quotas, iguais ou desiguais, cabendo uma ou diversas a cada sócio. 
A Sociedade Limitada é administrada por uma ou mais pessoas designadas no 
contrato social ou em ato separado. Se o contrato permitir administradores não 
sócios, a designação deles dependerá de aprovação da unanimidade dos sócios, 
enquanto o capital não estiver integralizado, e de dois terços, no mínimo, após 
a integralização. 
O administrador designado em ato separado investir-se-á no cargo mediante 
termo de posse no livro de atas da administração. O exercício do cargo de 
administrador cessa pela destituição, em qualquer tempo, do titular ou pelo 
término do prazo, se, conforme fixado no contrato ou em ato separado, não 
houver recondução. 
, 
9 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ao término de cada exercício social, proceder-se-á à elaboração do inventário, do 
Balanço Patrimonial e da Demonstração do Resultado do Exercício (DRE). 
Sem prejuízo dos poderes da assembleia dos sócios, pode o contrato instituir o 
Conselho Fiscal, composto de três ou mais membros e respectivos suplentes, sócios ou 
não, residentes no país, eleitos na assembleia anual. 
Observe a seguir, caro(a) aluno(a), o que depende da deliberação dos sócios, além de 
outras matérias indicadas na lei ou no contrato: 
▪ a aprovação das contas da administração; 
 
▪ a designação dos administradores, quando feita em ato separado; 
 
▪ a destituição dos administradores; 
 
Atenção 
 
Diferentemente do que disciplinava o Decreto nº 3.708/19, o novo 
Código Civil Brasileiro (Lei nº 10.406/02) permite expressamente, em 
seu artigo 1.060, parágrafo único, que a administração da Sociedade 
Limitada seja exercida por pessoas estranhas ao seu quadro social, 
desde que haja a expressa aprovação unânime dos sócios e permissão 
contratual, se o capital social não estiver totalmente integralizado, e 
aprovação de dois terços após a referida integralização do capital 
social. Se o capital social não estiver totalmente integralizado, haverá 
necessidade de aprovação por unanimidade, pois, não sendo o capital 
totalmente integralizado, aquele sócio que ainda não integralizou 
totalmente as cotas por ele subscritas responde com o seu patrimônio 
pessoal (até o limite do valor subscrito); assim, devem todos deliberar 
quando da escolha de novo gerente, para que, no caso de eventual 
insolvência da Sociedade Empresária, não possa nenhum sócio alegar 
que não participou da escolha do referido gerente e que, portanto, 
não tem responsabilidade sobre eventuais atos por este praticado, os 
quais possam ter levado à insolvência da Sociedade Empresária. 
, 
10 
 
 
 
 
▪ o modo de sua remuneração, quando não estabelecido no contrato; 
 
▪ a modificação do contrato social; 
 
▪ a incorporação, a fusão e a dissolução da sociedade ou a cessação 
do estado de liquidação; 
▪ a nomeação e a destituição dos liquidantes e o julgamento de suas 
contas; 
▪ o pedido de concordata. 
 
As deliberações dos sócios serão tomadas em reunião ou em assembleia, conforme 
previsto no contrato social, devendo ser convocadas pelos administradores nos casos 
previstos em lei ou no contrato. A deliberação em assembleia será obrigatória se o 
número dos sócios for superior a dez. 
• Sociedade anônima: 
 
As Sociedades Anônimas, também denominadas companhias, têm o capital 
social dividido em ações e a responsabilidade dos acionistas (proprietários das 
ações) é limitada ao preço de emissão das ações subscritas ou adquiridas. 
A Sociedade Anônima rege-se por lei especial, sendo aplicada, nos casos 
omissos, as disposições do Código Civil. 
A Sociedade Anônima é sempre uma Sociedade Empresária (antiga Sociedade 
Comercial) e é designada por denominações, acompanhadas da expressão 
companhia ou sociedade anônima, expressa por extenso ou abreviadamente, 
sendo vedada a utilização da primeira ao final. Poderá figurar na designação o 
nome do fundador, acionista ou pessoa que, por qualquer modo, tenha 
concorrido para o êxito da empresa. 
A companhia pode ter por objetivo participar de outras sociedades, ainda que 
tal participação não seja prevista no estatuto. A participação é facultada como 
meio de realizar o objeto social ou para beneficiar-se de incentivos fiscais. 
, 
11 
 
 
 
Atenção 
 
No direito brasileiro, existem duas formas de constituição da 
Sociedade Anônima. São elas: 
• Por subscrição pública (grupo fundador subscreve parcela do 
capital, colocando à venda, ao público em geral, outra parcela 
das ações): é submetida à apreciação da CVM, com o objetivo de 
proteger a economia popular. A CVM não concede o registro de 
emissão para a constituição de companhia por inviabilidade ou 
temeridade do empreendimento ou, ainda, por inidoneidade 
dos fundadores. A subscrição somente pode ser efetuada com a 
intermediação de instituição financeira, através de um 
underwriter; 
• Por subscrição particular (o grupo fundador fica com a 
totalidade do capital): é a forma que predomina quando a 
subscrição particular do capital pode fazer-se por deliberação 
dos subscritos em Assembleia Geral (reunião dos subscritores) 
ou por escritura pública (assinatura de todos os subscritores), 
considerando-se fundadores todos os subscritores. 
 
 
A constituição da companhia depende do cumprimento dos seguintes 
requisitos preliminares (após o estabelecimento do estatuto – regras que 
regem as Sociedades por Ações): 
• subscrição, pelo menos por duas pessoas, de todas as ações em 
que se divide o capital social fixado no estatuto; 
• realização, como entrada, de 10%, no mínimo, do preço de 
emissão das ações subscritas, em dinheiro; 
• depósito, no Banco do Brasil ou em outro estabelecimento 
bancário autorizado pela Comissão de Valores Mobiliários 
(CVM), da parte do capital realizada em dinheiro. 
 
 
 
, 
12 
 
 
 
 
As Sociedades Anônimas são divididas em companhia aberta, companhia fechada, 
sociedade de capital autorizado e sociedade de economia mista. 
Na companhia aberta, a captação de recursos é realizada junto ao público. Os valores 
mobiliários (ações ou debêntures) são admitidos à negociação em bolsas ou no 
mercado de balcão. As negociações dos valores mobiliários podem ser realizadas em 
pregão (proclamação pública com corretores etc.) ou em mercado de balcão (mercado 
primário, a primeira venda de um valor mobiliário sem pregão). 
Além dos incentivos fiscais concedidos aos acionistas e à própria empresa, a Sociedade 
Anônima de capital aberto (Cia. Aberta) possui grande vantagem quanto à captação de 
recursos junto ao público, recursos esses que, muitas vezes, são “mais baratos” em 
relação ao mercado financeiro (crédito), não havendo obrigação líquida e certa do 
reembolso. 
A companhia fechada é a companhia que não recorre à poupança pública e obtém 
recursos entre os próprios acionistas para a formação de seu capital próprio. Sua ação 
não é cotada em bolsa. É a sociedade tradicional, restrita a pequenos grupos. 
A sociedade de capital autorizado é a que contém, no estatuto, disposição que autoriza 
o aumento de capital até certo teto (capital autorizado), sem a necessidade de 
anuência da Assembleia Geral nem de reforma estatutária. Portanto, a sociedade com 
capital autorizado realiza, gradativamente, com a emissão de ações, o aumento do 
capital subscrito, até atingir o montante da autorização.de 
Escrituração digital. Disponível em: http://sped.rfb.gov.br/pagina/show/488. Acesso 
em: 12 mar. 2021. 
 
MINISTÉRIO DA ECONOMIA. RECEITA FEDERAL. PER/DCOMP Web. Disponível em: 
http://bit.ly/3esTn7k. Acesso em: 12 mar. 2021. 
 
MINISTÉRIO DA ECONOMIA. RECEITA FEDERAL. Sobre a NF-e. Nota Fiscal Eletrônica. 
Disponível em: http://bit.ly/38z6G2g. Acesso em: 12 mar. 2021. 
REZENDE, R. E-LALUR. Ricardo Rezende Consultor Contábil e Tributário Ltda, 15 
ago. 2012. Disponível em: http://bit.ly/30B2wCH. Acesso em: 12 mar. 2021. 
SOFTSERV. SPED – FCONT. Softserv Sistemas, 2011. Disponível em: 
https://softserv.com.br/contabil-v7-1-324/. Acesso em: 12 mar. 2021. 
 
VIANNA, G. Sistema Público de Escrituração Digital (SPED). Jus.com.br, 27 fev. 2009. 
Disponível em: http://bit.ly/3rCYntL. Acesso em: 12 mar. 2021. 
, 
93 
 
 
 
 
 
 
 
5 REGIME DE TRIBUTAÇÃO – LUCRO TRIBUTÁVEL 
 
Apresentação 
 
Caro(a) aluno(a), 
 
Neste capítulo vamos conhecer, calcular e contabilizar as formas de tributação que são 
reconhecidas junto aos regimes de tributação vinculados ao lucro tributável: o Lucro 
Real, Presumido e Arbitrado, lembrando que o lucro real é a forma de apuração que 
trabalha especificamente a apuração do lucro, considerando as receitas não tributáveis 
e as despesas não dedutíveis. Já o lucro presumido e o lucro arbitrado independem das 
receitas e despesas e incidem sobre o faturamento bruto, sobre os percentuais de 
presunção estabelecidos pela Receita Federal e, sobre os percentuais presumidos, 
incide 20% para apuração do lucro arbitrado. 
 
 
 
5.1 LUCRO REAL – Contabilização 
 
LUCRO REAL – No encerramento do exercício – Contabilização. 
Apuração: Lucro Líquido. 
(+) Adições (Despesas não dedutíveis) 
(-) Exclusões (Receitas não tributáveis) 
(=) Lucro Real antes da compensação de prejuízos (-) Compensação de prejuízos 
(limitada a 30% do Lucro) 
(=) Lucro Real 
 
(x) Alíquota de 15% + adicional de 10% (=) IRPJ 
 
(x) Alíquota de 9% (=) CSLL 
, 
94 
 
 
 
 
D – Provisão Imposto de Renda (RD) D – Provisão CSLL (RD) 
 
C – IRPJ a Recolher (PC) C – CSLL a Recolher (PC) 
 
Se a empresa optou por Lucro Real anual, fará o pagamento por estimativa mensal 
(presumido); quando isso ocorrer, a empresa deve contabilizar da seguinte forma: 
No mês da estimativa: 
 
D – IRPJ antecipado por Estimativa (AC) D – CSLL antecipado por Estimativa (AC) 
C – Disponibilidades (AC) C – Disponibilidades (AC) 
No encerramento do exercício: 
 
D – IRPJ a Recolher (PC) D – CSLL a Recolher (PC) 
 
C – IRPJ antecipado por Estimativa (AC) C – CSLL antecipado por Estimativa (AC) 
 
 
 
O que se entende por “lucro real” e “lucro tributável”? 
 
Para fins da legislação do imposto de renda, a expressão “lucro real” 
significa o próprio lucro tributável, e distingue-se do lucro líquido apurado 
contabilmente. 
 
De acordo com o art. 258 do RIR/2018, lucro real é o lucro líquido do 
período de apuração ajustado pelas adições, exclusões ou compensações 
prescritas ou autorizadas pela legislação fiscal. A determinação do lucro real 
será precedida da apuração do lucro líquido de cada período de apuração 
com observância das leis comerciais. 
 
Normativo: RIR/2018, art. 258. (BRASIL, 2019, p.1). 
, 
95 
 
 
 
 
5.2 Lucro real – Como se determina 
 
Como se determina o lucro real? 
 
O lucro real será determinado a partir do lucro líquido do período de 
apuração, obtido na escrituração comercial (antes da provisão para o 
imposto de renda) e demonstrado no Lalur, observando-se que: 
 
1) serão adicionados ao lucro líquido: 
 
a) os custos, despesas, encargos, perdas, provisões, participações e 
quaisquer outros valores deduzidos na apuração do lucro líquido que, de 
acordo com a legislação tributária, não sejam dedutíveis na determinação 
do lucro real (exemplos: resultados negativos de equivalência patrimonial; 
custos e despesas não dedutíveis); 
 
b) os resultados, rendimentos, receitas e quaisquer outros valores 
não incluídos na apuração do lucro líquido que, de acordo com a legislação 
tributária, devam ser computados na determinação do lucro real (exemplos: 
ajustes decorrentes da aplicação dos métodos dos preços de transferência; 
lucros auferidos por controladas e coligadas domiciliadas no exterior); 
 
2) poderão ser excluídos do lucro líquido: 
 
a) os valores cuja dedução seja autorizada pela legislação tributária e 
que não tenham sido computados na apuração do lucro líquido do período 
de apuração (exemplo: depreciação acelerada incentivada); 
 
b) os resultados, rendimentos, receitas e quaisquer outros valores 
incluídos na apuração do lucro líquido que, de acordo com a legislação 
tributária, não sejam computados na determinação do lucro real (exemplos: 
resultados positivos de equivalência patrimonial; dividendos); 
 
3) poderão ser compensados, total ou parcialmente, à opção do 
contribuinte, os prejuízos fiscais de períodos de apuração anteriores, desde 
que observado o limite máximo de trinta por cento do lucro líquido ajustado 
pelas adições e exclusões previstas na legislação tributária. O prejuízo 
compensável é o apurado na demonstração do lucro real de períodos 
anteriores e registrado no Lalur (Parte B). 
 
Notas: 
 
O montante positivo do lucro real, base para compensação de prejuízos 
fiscais de períodos de apuração anteriores, poderá ser determinado, 
também, a partir de prejuízo líquido do próprio período de apuração, 
constante da escrituração comercial. 
 
Normativo: Lei nº 8.981, de 1995, art. 42; e RIR/2018, arts. 260 e 261. 
(BRASIL, 2019, p. 2-3). 
, 
96 
 
 
 
 
5.3 Lucro real – Lalur 
 
O que vem a ser o Livro de Apuração do Lucro Real (Lalur)? 
 
O Livro de Apuração do Lucro Real, também conhecido pela sigla Lalur, é um 
livro de escrituração de natureza eminentemente fiscal, criado pelo art. 8º, 
inciso I do Decreto Lei nº 1.598, de 1977, conforme previsão do § 2º do art. 
177 da Lei nº 6.404, de 1976, e alterações posteriores, e destinado à 
apuração extracontábil do lucro real sujeito à tributação pelo imposto de 
renda em cada período de apuração, à apuração do Imposto sobre a Renda 
devido, com a discriminação das deduções, quando aplicáveis, e demais 
informações econômico-fiscais da pessoa jurídica, contendo, ainda, 
elementos que poderão afetar os resultados de períodos futuros e que não 
constem na escrituração comercial. 
 
No Lalur, o qual será entregue em meio digital, a pessoa jurídica deverá: 
 
a) lançar os ajustes do lucro líquido, de adição, exclusão e 
compensação nos termos estabelecidos nos arts. 260 e 261 do RIR/2018; 
 
b) transcrever a demonstração do lucro real, de que trata o art. 287 
do RIR/2018, e a apuração do imposto sobre a renda; 
 
c) manter os registros de controle de prejuízos fiscais a compensar 
em períodos de apuração subsequentes, da depreciação acelerada 
incentivada, e dos demais valores que devam influenciar a determinação do 
lucro real de períodos de apuração futuros e não constem da escrituração 
comercial; e 
 
d) manter os registros de controle dos valores excedentes a serem 
utilizados no cálculo das deduções nos períodos de apuração subsequentes, 
dos dispêndios com programa de alimentação ao trabalhador e outros 
previstos no Regulamento do Imposto de Renda. 
 
O Lalur será elaborado de forma integrada às escriturações comercial e fiscal 
e será entregue em meio digital. 
 
A transcrição da apuração do imposto sobre a renda a que se refere o art. 
287 do RIR/2018 será feita com a discriminação das deduções, quando 
aplicáveis. 
 
As demais informações econômico-fiscais da pessoa jurídica serão 
discriminadas no Lalur. 
 
Notas: 
 
1) A companhia observará exclusivamente em livros ou registros 
auxiliares, sem qualquer modificação da escrituração mercantil e das 
demonstrações reguladas na Lei nº 6.404, de 1976, as disposições da lei 
tributária, ou de legislação especial sobre a atividade que constitui seu 
objeto, que prescrevam,conduzam ou incentivem a utilização de métodos 
ou critérios contábeis diferentes ou determinem registros, lançamentos ou 
ajustes ou a elaboração de outras demonstrações financeiras. 
 
2) A partir do ano-calendário de 2014, todas as pessoas jurídicas, 
inclusive as equiparadas, deverão apresentar a Escrituração Contábil Fiscal 
(ECF) de forma centralizada pela matriz. 
, 
97 
 
 
 
 
3) Para os contribuintes que apuram o Imposto sobre a Renda da 
Pessoa Jurídica pela sistemática do lucro real, a ECF é o Livro de Apuração 
do Lucro Real de que trata o inciso I do art. 8º, do Decreto Lei nº 1.598, de 
26 de dezembro de 1977. 
 
 
Normativo: 
 
RIR/2018, art. 260,261,277; 
 
DL nº 1.598, de 1977, art. 8º; 
 
Lei nº 11.941, de 2009, arts. 37, 38 e 39; 
 
Instrução Normativa RFB nº 1.422, de 2013, art. 1º, § 3º; 
 
Instrução Normativa RFB nº 1.700, de 2017, art. 310, § 1º. (MINISTÉRIO DA 
ECONOMIA, 2020, p. 1-2). 
 
 
 
5.4 Lucro presumido 
 
O Lucro presumido é uma forma de tributação simplificada e opcional de 
determinação da base de cálculo do imposto de renda, somente utilizável pelas 
pessoas jurídicas que não estiverem obrigadas, no ano do calendário, à apuração do 
lucro real. É o imposto de renda devido trimestralmente na medida em que é auferido. 
 
 
 
Lucro presumido trimestralmente – Contabilização 
 
Apuração: Receita Bruta do trimestre. 
 
(x) Percentual de presunção (=) Lucro Presumido 
 
(x) Alíquota de 15% + adicional de 10% (=) IRPJ 
 
(x) Alíquota de 9% (=) CSLL 
 
D – Provisão Imposto de Renda (RD) D – Provisão CSLL (RD) 
 
C – IRPJ a Recolher (PC) C – CSLL a Recolher (PC) 
, 
98 
 
 
 
 
Qual é o período de apuração do lucro presumido? 
 
O imposto de renda com base no lucro presumido é determinado por 
períodos de apuração trimestrais, encerrados em 31 de março, 30 de junho, 
30 de setembro e 31 de dezembro de cada ano-calendário. (MINISTÉRIO DA 
ECONOMIA, 2020, p.2). 
 
 
 
Quais os percentuais aplicáveis de presunção de lucro sobre a receita bruta para 
compor a base de cálculo do Lucro Presumido? 
Os percentuais a serem aplicados sobre a receita bruta são os discriminados 
na tabela a seguir (MINISTÉRIO DA ECONOMIA, 2020, p.14): 
 
 
Tabela 5.1 – Percentuais aplicáveis de presunção de lucro sobre a receita bruta 
 
 
, 
99 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: MINISTÉRIO DA ECONOMIA (2020, p. 15-16). 
 
 
 
 
Notas: 
 
1) Para as pessoas jurídicas exclusivamente prestadoras de serviços 
em geral, mencionados nas alíneas “b”, “c”, “d”, “f”, “g” e “j” do inciso IV do 
§ 1º do art. 33 IN RFB nº 1.700, de 2017, cuja receita bruta anual seja até 
R$120.000,00 (cento e vinte mil reais), poderão utilizar, na determinação da 
parcela da base de cálculo do imposto sobre a renda de que trata o § 1º 
deste mesmo artigo, o percentual de 16% (dezesseis por cento) (IN RFB nº 
1.700, de 2017, art. 33, §7º). 
 
2) A pessoa jurídica que houver utilizado o percentual reduzido 
mencionado na Nota 1, cuja receita bruta acumulada até determinado mês 
do ano-calendário exceder o limite de R$120.000,00 (cento e vinte mil) 
ficará sujeita ao pagamento da diferença do imposto postergado, apurada 
em relação a cada mês transcorrido, até o último dia útil do mês 
subsequente àquele em que ocorreu o excesso, sem acréscimos (RIR/2018, 
art. 592, §§ 5º e 6º e IN RFB nº 1.700, de 2017, art. 33, §§ 8º, 9º e 10). 
 
3) O exercício de profissões legalmente regulamentadas, como as 
escolas, inclusive as creches, mesmo com receita bruta anual de até 
R$120.000,00 (cento e vinte mil reais), não podem aplicar o percentual de 
16% (dezesseis por cento) sobre a receita bruta para fins de determinação 
do lucro presumido, devendo, portanto, aplicar o percentual de 32% (trinta 
e dois por cento) (ADN Cosit nº 22, de 2000). 
 
4) O percentual de 8 % (oito por cento) também será aplicado sobre a 
receita financeira da pessoa jurídica que explore atividades imobiliárias 
relativas a loteamento de terrenos, incorporação imobiliária, construção de 
prédios destinados à venda, bem como a venda de imóveis construídos ou 
adquiridos para a revenda, quando decorrente da comercialização de 
imóveis e for apurada por meio de índices ou coeficientes previstos em 
, 
100 
 
 
 
 
contrato (Lei nº 9.249, de 1995, art. 15, § 4º, inserido pelo art. 34 da Lei nº 
11.196, de 2005). 
 
5) Para fins de aplicação do percentual de 8 % (oito por cento), 
entende-se como atendimento às normas da Anvisa , entre outras, a 
prestação de serviços em ambientes desenvolvidos de acordo com o item 3 - 
Dimensionamento, Quantificação e Instalações Prediais dos Ambientes da 
Parte II - Programação Físico-Funcional dos Estabelecimentos Assistenciais 
de Saúde da Resolução RDC nº 50, de 21 de fevereiro de 2002, cuja 
comprovação deve ser feita mediante alvará da vigilância sanitária estadual 
ou municipal. 
 
6) O percentual de 8% (oito por cento) relativo aos serviços 
hospitalares e médicos listados na tabela acima não se aplica: a) à pessoa 
jurídica organizada sob a forma de sociedade simples; b) aos serviços 
prestados com utilização de ambientes de terceiros; e c) à pessoa jurídica 
prestadora de serviço médico ambulatorial com recursos para realização de 
exames complementares e serviços médicos prestados em residência, sejam 
eles coletivos ou particulares (home care). 
 
7) A receita bruta auferida pela pessoa jurídica decorrente da 
prestação de serviços em geral, como limpeza e locação de mão de obra, 
ainda que sejam fornecidos os materiais, está sujeita à aplicação do 
percentual de 32% (trinta e dois por cento). 
 
Veja ainda: Percentuais aplicáveis à receita para obtenção da base de 
cálculo: Perguntas 012 e 013 do capítulo XIV (Lucro Arbitrado - receita 
conhecida); Pergunta 013 do capítulo XV (Lucro Real-Estimativa). 
 
Normativo: RIR/2018, art. 220; Lei nº 11.727, de 2008, arts. 29 e 41, VI; IN 
RFB nº 1.234, de 2012, art. 31, parágrafo único; e IN RFB nº 1.700, de 2017, 
arts. 33, 35, 36 e 38. (MINISTÉRIO DA ECONOMIA, 2020, p. 16-18). 
 
 
 
Como deve ser exercida, pela pessoa jurídica, a opção pela tributação com base no 
lucro presumido? 
Via de regra, a opção é manifestada com o pagamento da primeira quota ou 
quota única do imposto devido correspondente ao primeiro período de 
apuração de cada ano-calendário, sendo considerada definitiva para todo o 
ano-calendário. 
 
As pessoas jurídicas que tenham iniciado suas atividades a partir do segundo 
trimestre do ano-calendário manifestarão a sua opção por meio do 
pagamento da primeira ou única quota do imposto devido relativa ao 
período de apuração do início de atividade. 
 
Não poderá optar pelo regime de tributação com base no lucro presumido 
as pessoas jurídicas resultantes de evento de incorporação ou fusão 
enquadradas nas disposições contidas no art. 59 da INRFB nº 1.700, de 
2017, ainda que qualquer incorporada ou fusionada fizesse jus ao referido 
regime antes da ocorrência do evento, não se lhes aplicando o disposto no 
art. 4º da Lei nº 9.964, de 10 de abril de 2.000, salvo no caso em que a 
incorporadora estivesse submetida ao Programa de Recuperação Fiscal 
, 
101 
 
 
 
 
(Refis) antes do evento de incorporação. (MINISTÉRIO DA ECONOMIA, 2020, 
p. 2). 
 
 
 
Quais as pessoas jurídicas que podem optar pelo ingresso no regime do lucro 
presumido? 
Podem optar as pessoas jurídicas: 
 
a) cuja receita total no ano-calendário anterior tenha sido igual ou 
inferior a R$ 78.000.000,00 (setenta e oito milhões de reais) ou a R$ 
6.500.000,00 (seis milhões e quinhentos mil reais) multiplicado pelo número 
de meses em atividade no ano-calendário anterior, quando inferior a 12 
(doze) meses. 
 
b) que não estejam obrigadas à tributação pelo lucro real em função 
da atividade exercida ou da sua constituição societária ou natureza jurídica. 
(MINISTÉRIO DA ECONOMIA, 2020, p. 3). 
 
 
 
5.5 Lucro arbitrado 
 
Lucro arbitrado trimestralmente – Contabilização 
Apuração: Receita Brutado trimestre 
(x) Percentual de Arbitramento 
 
(x) Alíquota de 15% + adicional de 10% (=) IRPJ 
 
(x) Alíquota de 9% (=) CSLL 
 
D – Provisão Imposto de Renda (RD) D – Provisão CSLL (RD) 
 
C – IRPJ a Recolher (PC) C – CSLL a Recolher (PC) 
 
 
 
O que é lucro arbitrado? 
 
É uma das formas de apuração da base de cálculo do imposto de renda, que 
deve ser utilizada se ocorrer alguma das hipóteses de arbitramento do lucro 
previstas na legislação tributária. 
, 
102 
 
 
 
 
É aplicável pela autoridade tributária quando a pessoa jurídica deixar de 
cumprir as obrigações acessórias relativas à determinação do lucro real ou 
presumido, por exemplo. 
 
O contribuinte poderá efetuar o pagamento do imposto de renda 
correspondente com base nas regras do lucro arbitrado, desde que ocorrida 
qualquer das hipóteses de arbitramento previstas na legislação fiscal e 
quando conhecida a receita bruta. (MINISTÉRIO DA ECONOMIA, 2020, p. 1). 
 
 
 
Qual o conceito de receita bruta para fins do lucro arbitrado? 
 
Para cálculo do lucro arbitrado, a receita bruta é a soma do produto da 
venda de bens nas operações de conta própria, do preço da prestação de 
serviços em geral, do resultado auferido nas operações de conta alheia e das 
demais receitas da atividade ou objeto principal da pessoa jurídica, 
deduzindo-se deste total as devoluções e vendas canceladas e os descontos 
incondicionais concedidos. 
 
Na receita bruta não se incluem os tributos não cumulativos cobrados, 
destacadamente, do comprador ou contratante pelo vendedor dos bens ou 
pelo prestador dos serviços na condição de mero depositário, e incluem-se 
os tributos sobre ela incidentes e os valores decorrentes do ajuste a valor 
presente, de que trata o inciso VIII do caput do art. 183 da 
 
Lei nº 6.404, de 1976, das operações previstas no caput do artigo 26 da IN 
RFB nº 1.700, de 2017, observado o disposto no § 2º do mesmo artigo. 
(MINISTÉRIO DA ECONOMIA, 2020, p. 12). 
 
 
 
A quem cabe a aplicação do arbitramento de lucro? 
 
Ocorrida qualquer das hipóteses previstas na legislação fiscal e que ensejam 
o arbitramento de lucro, o cálculo do lucro arbitrado e do consequente 
imposto devido poderá ser realizado: 
 
1) pela autoridade fiscal; ou 
 
2) pelo próprio contribuinte, quando conhecida a sua receita bruta. 
 
É importante notar que o cálculo e pagamento realizados pelo contribuinte 
não representa o exercício de um direito, mas o cumprimento de uma 
obrigação tributária, e pressupõe a ocorrência de uma das hipóteses que 
ensejam o arbitramento. (MINISTÉRIO DA ECONOMIA, 2020, p. 2). 
, 
103 
 
 
 
 
Quais as hipóteses de arbitramento do lucro previstas na legislação tributária? 
 
O imposto de renda devido trimestralmente será determinado com base nos 
critérios do lucro arbitrado quando: 
 
1) o contribuinte, obrigado à tributação com base no lucro real, não 
mantiver escrituração na forma das leis comerciais e fiscais ou deixar de 
elaborar as demonstrações financeiras exigidas pela legislação fiscal; 
 
2) a escrituração a que estiver obrigado o contribuinte revelar 
evidentes indícios de fraudes ou contiver vícios, erros ou deficiências que a 
tornem imprestável para identificar a efetiva movimentação financeira 
(inclusive bancária) ou para determinar o lucro real; 
 
3) o contribuinte, não obrigado à tributação com base no lucro real, 
deixar de apresentar à autoridade tributária os livros e documentos da 
escrituração comercial e fiscal, ou o Livro Caixa, nos quais deverá estar 
escriturada toda a movimentação financeira, inclusive bancária; 
 
4) o contribuinte optar indevidamente pela tributação com base no 
lucro presumido; 
 
5) o comissário ou representante da pessoa jurídica estrangeira 
deixar de cumprir o disposto no § 1º do art. 76 da Lei nº 3.470, de 28 de 
novembro de 1958; 
 
6) o contribuinte não mantiver, em boa ordem e segundo as normas 
contábeis recomendadas, Livro Razão ou fichas utilizadas para resumir e 
totalizar, por conta ou subconta, os lançamentos efetuados no Diário; 
 
7) o contribuinte não escriturar ou deixar de apresentar à autoridade 
tributária as informações necessárias para gerar o FCONT por meio do 
Programa Validador e Assinador da Entrada de Dados para o FCONT de que 
trata a Instrução Normativa RFB nº 967, de 15 de outubro de 2009, no caso 
de pessoas jurídicas sujeitas ao RTT; 
 
8) o contribuinte não escriturar ou deixar de apresentar à autoridade 
tributária a ECF. 
 
Normativo: RIR/2018, art. 603 e IN RFB nº 1.700, de 2017, art. 226. 
(MINISTÉRIO DA ECONOMIA, 2020, p. 4). 
 
 
 
Qual é o período de apuração do lucro arbitrado? 
 
O imposto de renda com base no lucro arbitrado é determinado por 
períodos de apuração trimestrais, encerrados em 31 de março, 30 de junho, 
30 de setembro e 31 de dezembro de cada ano-calendário. (MINISTÉRIO DA 
ECONOMIA, 2020, p. 5). 
, 
104 
 
 
 
 
Qual o critério a ser utilizado para apuração do lucro arbitrado? 
 
Quando conhecida a receita bruta, o lucro arbitrado será apurado mediante 
a aplicação de percentuais sobre esta, segundo a natureza da atividade 
econômica explorada. Quando desconhecida, o lucro será arbitrado com a 
utilização de coeficientes aplicados sobre valores (bases) expressamente 
fixados pela legislação fiscal. (MINISTÉRIO DA ECONOMIA, 2020, p. 6). 
 
 
 
Como se obtém a base de cálculo para tributação das pessoas jurídicas pelo lucro 
arbitrado, quando conhecida a receita bruta? 
Quando conhecida a receita bruta, a base de cálculo do lucro arbitrado será 
o montante determinado pela soma das seguintes parcelas: 
 
1) o valor resultante da aplicação dos percentuais informados na 
Pergunta 012 sobre a receita bruta definida na Pergunta 017, de cada 
atividade, auferida em cada período de apuração trimestral, deduzida das 
devoluções e vendas canceladas e dos descontos incondicionais concedidos; 
 
2) os ganhos de capital, demais receitas e resultados positivos 
decorrentes de receitas não abrangidas pelo caput do art. 227 da IN RFB nº 
1.700, de 2017, auferidos no mesmo período; 
 
3) os rendimentos e ganhos líquidos auferidos em aplicações 
financeiras de renda fixa e renda variável; 
 
4) os juros sobre o capital próprio auferidos; 
 
5) os valores recuperados, correspondentes a custos e despesas, 
inclusive com perdas no recebimento de créditos, salvo se a pessoa jurídica 
comprovar não os ter deduzido em período anterior no qual tenha se 
submetido ao regime de tributação com base no lucro real ou que se refiram 
a período no qual tenha se submetido ao regime de tributação com base no 
lucro presumido ou arbitrado; 
 
6) o valor resultante da aplicação dos percentuais informados na 
pergunta 012 sobre a parcela das receitas auferidas em cada atividade, no 
respectivo período de apuração, nas exportações às pessoas vinculadas ou 
aos países com tributação favorecida que exceder ao valor já apropriado na 
escrituração da empresa, na forma prevista na IN RFB nº 1.312, de 2012; 
 
7) a diferença de receita financeira calculada conforme disposto no 
Capítulo V e art. 58 da IN RFB nº 1.312, de 2012; e 
 
8) as multas ou qualquer outra vantagem paga ou creditada por 
pessoa jurídica, ainda que a título de indenização, em virtude de rescisão de 
contrato, observado o disposto nos §§ 1º e 2º do art. 79 da IN RFB nº 1.700, 
de 2017. (MINISTÉRIO DA ECONOMIA, 2020, p. 6). 
, 
105 
 
 
 
 
Quais percentuais devem ser aplicados sobre a receita bruta para a apuração do 
lucro arbitrado da pessoa jurídica? 
Os percentuais a serem aplicados sobre a receita bruta, quando conhecida, 
são os aplicáveis para o cálculo da estimativa mensal e do lucro presumido, 
acrescidos de 20%, e para as instituições financeiras, o percentual será de 
45%, conforme tabela a seguir (MINISTÉRIO DA ECONOMIA, 2020, p. 8): 
 
 
Tabela 5.2 – Percentuais que devem ser aplicados sobre a receita bruta para a 
apuração do lucro arbitrado da pessoa jurídica 
 
, 
106Fonte: MINISTÉRIO DA ECONOMIA (2020, p. 9-10). 
 
 
 
 
Quais os coeficientes aplicáveis para a apuração do lucro arbitrado, quando não for 
conhecida a receita bruta? 
Quando não conhecida a receita bruta, o lucro arbitrado das pessoas 
jurídicas será determinado por meio de procedimento de ofício, com a 
seleção de uma base e da sua multiplicação pelo respectivo coeficiente, 
ambos previstos em lei, conforme a seguinte tabela (MINISTÉRIO DA 
ECONOMIA, 2020, p. 14): 
, 
107 
 
 
 
 
Tabela 5.3 – Coeficientes aplicáveis para a apuração do lucro arbitrado quando não 
for conhecida a receita bruta 
 
 
Fonte: MINISTÉRIO DA ECONOMIA (2020, p. 15). 
 
 
 
 
Como será tributado o lucro distribuído ao titular, sócio ou acionista da pessoa 
jurídica que teve seu lucro arbitrado? 
Poderá ser distribuído a título de lucros, sem incidência do imposto de renda 
(dispensada, portanto, a retenção na fonte), ao titular, sócio ou acionista da 
pessoa jurídica, o valor correspondente ao lucro arbitrado, diminuído de 
todos os impostos e contribuições (inclusive adicional do IR, CSLL, Cofins, 
PIS/Pasep) a que estiver sujeita a pessoa jurídica. 
 
Acima desse valor citado no parágrafo anterior, a pessoa jurídica poderá 
distribuir, sem incidência do imposto de renda, até o limite do lucro contábil 
efetivo, desde que ela demonstre, via escrituração contábil feita de acordo 
com as leis comerciais, que esse lucro efetivo é maior que o lucro arbitrado. 
 
Todavia, se houver qualquer distribuição de valor a título de lucros, superior 
àquele apurado contabilmente, deverá ser imputada à conta de lucros 
acumulados ou de reservas de lucros de exercícios anteriores. Na 
distribuição incidirá o imposto de renda com base na legislação vigente nos 
, 
108 
 
 
 
 
respectivos períodos (correspondentes aos exercícios anteriores), com 
acréscimos legais. Entretanto, tal situação não abrange a distribuição de 
lucro arbitrado após o encerramento do trimestre correspondente. 
(MINISTÉRIO DA ECONOMIA, 2020, p. 19). 
 
 
 
Conclusão 
 
Caro(a) aluno(a), 
 
Neste bloco vimos as formas de apuração do Lucro Tributável, Real, Presumido e 
Arbitrado. Calculamos os impostos e contribuições vinculados ao lucro, IRPJ e CSLL, e, 
por fim, vimos como contabilizar cada forma de tributação. 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
BRASIL. Decreto nº 9.580, de 22 de novembro de 2018. Regulamenta a tributação, a 
fiscalização, a arrecadação e a administração do Imposto sobre a Renda e Proventos de 
Qualquer Natureza. Diário Oficial da União, Brasília, 23 nov. 2018. Disponível em: 
https://bit.ly/3bIxNcY. Acesso em: 12 mar. 2021. 
 
MINISTÉRIO DA ECONOMIA. Capítulo VI - IRPJ - Lucro Real 2020. Brasília: Receita 
Federal, 2019. Disponível em: https://bit.ly/3UttxmH. Acesso em: 12 abr. 2023. 
 
MINISTÉRIO DA ECONOMIA. Capítulo VII - Escrituração 2020. Brasília: Receita Federal, 
2019. Disponível em: https://bit.ly/402d5uz. Acesso em: 12 abr. 2023. 
 
MINISTÉRIO DA ECONOMIA. Capítulo XIII - IRPJ - Lucro Presumido 2020. Brasília: 
Receita Federal, 2019. Disponível em: https://bit.ly/3KUrq88. Acesso em: 12 abr. 2023. 
 
MINISTÉRIO DA ECONOMIA. Capítulo XIV - Lucro Arbitrado 2020. Brasília: Receita 
Federal, 2019. Disponível em: https://bit.ly/3GG8MhL. Acesso em: 12 abr. 2023. 
, 
109 
 
 
 
 
 
 
 
6 SIMPLES NACIONAL 
 
Apresentação 
 
Caro(a) aluno(a), 
 
O Simples Nacional é uma forma de tributação simplificada, utilizável pelas pessoas 
jurídicas enquadradas como microempresas ou empresas de pequeno porte. É o 
imposto de renda, contribuição social, PIS, COFINS e INSS do empregador, devidos 
mensalmente e apurados sobre a receita bruta, de forma diferenciada, com benefício 
fiscal concedido pela Constituição Federal, artigo 170 “tratamento favorecido para as 
empresas de pequeno porte constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sua sede 
e administração no País” (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 6, de 1995). 
Através da Lei 9317/96, foi instituído o Simples Federal que introduziu tratamento 
diferenciado, simplificado e favorecido às Microempresas e Empresas de Pequeno 
Porte. 
A Lei Complementar 123/06, revogou a Lei 9317/96 e criou o Simples Nacional, 
instituindo o Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte. 
Criou o CNSN – Comitê Nacional do Simples Nacional que acompanha continuamente a 
legislação do Simples Nacional, aprimorando e melhorando a legislação vigente. 
A LC 155/16 atualizou a LC 123/06, aprimorando o sistema de apuração e cálculo do 
imposto, atualizando as tabelas anexas da LC 123/06, estipulando a fórmula do RBT12 
e do fator “r”, que estudaremos mais à frente. 
A criação do Investidor Anjo, pela LC 155/16, trouxe uma inovação na participação de 
investidores, vejamos abaixo o que diz a Lei: 
 
 
 
§ 4º O investidor-anjo: 
 
I - não será considerado sócio nem terá qualquer direito a gerência ou voto 
na administração da empresa; 
, 
110 
 
 
 
 
II – não responderá por qualquer dívida da empresa, 
inclusive em recuperação judicial, não se aplicando a ele o 
art. 50 da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 - Código 
Civil; 
 
III – será remunerado por seus aportes, nos termos do 
contrato de participação, pelo prazo máximo de cinco anos. 
 
§ 5º Para fins de enquadramento da sociedade como 
microempresa ou empresa de pequeno porte, os valores de 
capital aportado não são considerados receitas da sociedade. 
 
§ 6º Ao final de cada período, o investidor-anjo fará jus à 
remuneração correspondente aos resultados distribuídos, 
conforme contrato de participação, não superior a 50% 
(cinquenta por cento) dos lucros da sociedade enquadrada 
como microempresa ou empresa de pequeno porte. 
 
§ 7º O investidor-anjo somente poderá exercer o direito 
de resgate depois de decorridos, no mínimo, dois anos do 
aporte de capital, ou prazo superior estabelecido no 
contrato de participação, e seus haveres 
 
serão pagos na forma do art. 1.031 da Lei nº 10.406, de 10 
de janeiro de 2002 - Código Civil, não podendo ultrapassar o 
valor investido devidamente corrigido. 
 
§ 8º O disposto no § 7º deste artigo não impede a transferência da 
titularidade do aporte para terceiros. 
 
§ 9º A transferência da titularidade do aporte para terceiro 
alheio à sociedade dependerá do consentimento dos sócios, 
salvo estipulação contratual expressa em contrário. (BRASIL, 
2016, s.p.). 
 
 
 
O valor devido mensalmente pelas ME e EPP optantes pelo Simples Nacional é 
determinado mediante o cálculo da alíquota efetiva, a partir da aplicação das tabelas 
dos Anexos da Lei Complementar nº 123, de 2006 e LC 155/16. Vamos explicar o 
cálculo passo a passo. 
 
 
 
6.1 RBA Receita Bruta Acumulada – RBT12 – RBA 12 meses anteriores 
 
O sujeito passivo utilizará a receita bruta acumulada nos doze meses 
anteriores ao do período de apuração (RBT12). Não se confunde com a 
Receita Bruta Acumulada (RBA) de janeiro até o período de apuração, que 
serve para identificar se a empresa ultrapassou o limite máximo de receita 
bruta anual para ser uma EPP – e, consequentemente, permanecer no 
Simples Nacional. Por exemplo, considerando que o período de apuração 
, 
111 
 
 
 
 
(PA) é julho/2018, sua RBT12 é a soma da receita bruta de julho/2017 a 
junho/2018, enquanto sua RBA é a soma da receita bruta de jan/2018 a 
jul/2018. (VALOR, 2021, s.p.). 
 
 
 
Art. 18. O valor devido mensalmente pela microempresa ou empresa de 
pequeno porte optante pelo Simples Nacional será determinado mediante 
aplicação das alíquotas efetivas, calculadas a partir das alíquotas nominais 
constantes das tabelas dos Anexos I a V desta Lei Complementar, sobre a 
base de cálculo de que trata o § 3º deste artigo, observado o disposto no § 
15 do art. 3º. 
 
§ 1º Para efeito de determinação da alíquota nominal, o sujeito 
passivo utilizará a receita bruta acumulada nos doze meses anteriores ao 
do período de apuração . 
 
§...1º_A. A alíquotaefetiva é o resultado de: RBT12xAliq-PD, em que: 
RBT12. 
 
1 - RBT12: receita bruta acumulada nos doze meses anteriores ao 
período de apuração; lI - Aliq: alíquota nominal constante dos Anexos I a V 
desta Lei Complementar ; 
 
IlI - PD: parcela a deduzir constante dos Anexos I a V desta Lei 
Complementar. 
 
§ 1º-B. Os percentuais efetivos de cada tributo serão calculados a 
partir da alíquota efetiva, multiplicada pelo percentual de repartição 
constante dos Anexos I a V desta Lei Complementar, observando-se que: 
 
I - o percentual efetivo máximo destinado ao ISS será de 5% (cinco 
por cento), transferindo-se eventual diferença, de forma proporcional, aos 
tributos federais da mesma faixa de receita bruta anual; 
 
lI - eventual diferença centesimal entre o total dos percentuais e a 
alíquota efetiva será transferida para o tributo com maior percentual de 
repartição na respectiva faixa de receita bruta. 
 
§ 1º-C. Na hipótese de transformação , extinção, fusão ou sucessão 
dos tributos referidos nos incisos IV e V do art. 13, serão mantidas as 
alíquotas nominais e efetivas previstas neste artigo e nos Anexos I a V 
desta Lei Complementar, e lei ordinária disporá sobre a repartição dos 
valores arrecadados para os tributos federais, sem alteração no total dos 
percentuais de repartição a eles devidos, e mantidos os percentuais de 
repartição destinados ao ICMS e ao ISS. 
 
§2.".. Em caso de início de atividade, os valores de receita bruta 
acumulada constantes dos Anexos I a V desta Lei Complementar devem ser 
proporcionalizados ao número de meses de atividade no período. 
 
§3º Sobre a receita bruta auferida no mês incidirá a alíquota efetiva 
determinada na forma do caput e dos §§ 1º , 1º-A e 2º deste artigo, 
podendo tal incidência se dar, à opção do contribuinte, na forma 
regulamentada pelo Comitê Gestor, sobre a receita recebida no mês, sendo 
essa opção irretratável para todo o ano-calendário. 
, 
112 
 
 
 
 
Conhecida a RBT12, consulta-se, no Anexo em que devem ser tributadas as 
receitas, a faixa de receita bruta a que ela pertence. E, identificada a faixa de 
receita bruta, descobre-se a alíquota nominal e a parcela a deduzir. 
 
P.ex.: sabendo-se que a RBT12 de determinada empresa é de R$ 825.000,00, 
vê-se que, nos Anexos, esse valor está dentro da faixa de receita bruta que 
vai de R$ 720.000,01 a R$ 1.800.000,00. Se a receita for tributada pelo 
Anexo II, essa faixa corresponde à alíquota nominal de 11,20% e a parcela a 
deduzir de R$ 22.500,00. (VALOR, 2021, s.p.). 
 
 
 
6.2 Tabelas de incidência: ANEXO I DA LC 123/06 atualizadas pela LC 155/16 
Tabela 6.1 – Alíquotas e Partilha do Simples Nacional – Comércio 
 
 
 
 
Fonte: BRASIL (2016, s.p.). 
 
 
Tabela 6.2 – Alíquotas e Partilha do Simples Nacional – Indústria 
 
 
 
 
Fonte: BRASIL (2016, s.p.). 
, 
113 
 
 
 
 
Tabela 6.3 – Alíquotas e Partilha do Simples Nacional – Receitas de locação de bens 
móveis e de prestação de serviços não relacionados no § 5º-C do art. 18 desta Lei 
Complementar 
 
 
 
 
Fonte: BRASIL (2016, s.p.). 
 
 
 
Tabela 6.4 – Alíquotas e Partilha do Simples Nacional – Receitas decorrentes da 
prestação de serviços relacionados no§ 5º-C do art. 18 desta Lei Complementar 
 
Fonte: BRASIL (2016, s.p.). 
, 
114 
 
 
 
 
6.3 Cálculo Alíquota Efetiva 
 
Conhecida a RBT12, a alíquota nominal e a parcela a deduzir, calcula-se a 
alíquota efetiva, que é o resultado de: [(RBT12 × alíquota nominal) – parcela 
a deduzir]/RBT12. 
 
Já o valor devido mensalmente, a ser recolhido pela ME ou EPP, será o 
resultante da aplicação da alíquota efetiva sobre a receita bruta mensal 
auferida (regime de competência) ou recebida (regime de caixa), conforme 
opção feita pelo contribuinte. 
 
Mas o contribuinte não precisa se preocupar em fazer esse cálculo todo, que 
será efetuado pelo PGDAS-D 2018. 
 
EXEMPLO: 
 
Vejamos um exemplo bem simples, apenas para expor o procedimento. 
Exemplos mais complexos poderão ser consultados no manual do aplicativo. 
 
A empresa XYZ ME, optante pelo Simples Nacional, obteve receita bruta 
resultante exclusivamente da revenda de mercadorias no mercado interno 
(Anexo I) não sujeitas à substituição tributária. A empresa não possui filiais. 
 
Convenções: 
 
PA = Período de apuração; 
 
RPA int. = Receita bruta do PA no mercado interno 
 
RBT12 int. = Receita bruta acumulada nos 12 meses anteriores ao período 
de apuração (PA) no mercado interno; 
 
RBA int. = Receita bruta acumulada de janeiro até o mês do PA inclusive, no 
mercado interno. (VALOR, 2021, s. p.). 
 
 
Tabela 6.5 – Fluxo de faturamento (valores em milhares de R$) 
 
 
 
Fonte: VALOR (2021, s.p.). 
 
 
Apuração: 
 
PA = julho/2018 
 
RPA int. (julho/2018) = R$ 25.000,00 
 
RBA int. = R$ 135.000,00 (como é inferior a R$ 4.800.000,00, limite máximo 
de receita bruta anual para ser uma EPP, pode permanecer no Simples 
Nacional) 
, 
115 
 
 
 
 
RBT12 int. = R$ 220.000,00 (dentro da faixa que vai de R$180.000,01 a R$ 
360.000,00) 
 
Alíquota nominal dessa faixa de RBT12 para o Anexo I = 7,30% 
Parcela a deduzir nessa faixa de RBT12 para o Anexo I = R$ 5.940,00 
Alíquota efetiva int. = [(220.000,00 × 7,30%) – 5.940,00]/220.000,00 = 4,60% 
 
Simples Nacional devido no mês (RPA int × alíquota efetiva int.) = (R$ 
25.000,00 × 4,60%) = R$ 1.150,00. 
 
Nota: 
 
1. A partir de 2016, as receitas brutas de mercado interno e exportação 
também devem ser consideradas separadamente para fins de base de 
cálculo e alíquota. Ou seja, a partir do PA 01/2016, há duas alíquotas: 
 
• alíquota interna que será aplicada sobre as receitas do mercado interno, 
• e a alíquota externa que será aplicada sobre as receitas do mercado 
externo. 
 
(Base legal: art. 3º, § 15, da Lei Complementar nº 123, de 2006.) 
 
2. Mais exemplos de cálculo podem ser consultados no Manual do PGDAS-D 
e Defis a partir de 2018. (VALOR, 2021, s. p.). 
 
 
[...] Como calcular o valor devido em caso de empresa em início de 
atividade? 
 
 
[...] Como já foi explicado, a regra geral é utilizar a receita bruta total 
acumulada nos 12 (doze) meses anteriores ao do período de apuração 
(RBT12). 
 
No caso de empresa optante desde o início de suas atividades, ela utilizará a 
RBT12 proporcional ao período de atividade da empresa. Isso significa que: 
 
1. no primeiro mês, a RBT12 proporcional será a receita do próprio 
mês de apuração multiplicada por doze; e 
 
2. nos 11 meses posteriores ao do início de atividade, a RBT12 
proporcional será a média aritmética da receita bruta acumulada dos meses 
anteriores ao do período de apuração, multiplicada por 12 (doze); 
 
3. no 13º mês de atividade, passa-se a utilizar a RBT12 da regra geral 
 
Já no caso em que a empresa só é optante a partir de janeiro do ano 
seguinte ao do início de suas atividades, ela utilizará a regra prevista no item 
2 até chegar ao período de apuração do 13º mês de atividade, quando, 
então, adotará a regra geral explicada anteriormente. 
, 
116 
 
 
 
 
EXEMPLOS: 
 
1. Empresa optante no primeiro mês de atividade: 
 
PA (período de apuração) = julho/2018 
RPA (receita do PA) = R$ 9.000,00 
RBT12 proporcionalizada = R$ 9.000,00 × 12 = R$ 108.000,00 
(1ª faixa de receita dos Anexos da LC 123 de 2006) 
 
 
2. Empresa optante no segundo mês de atividade: 
 
PA = agosto/2018 
RPA = R$ 40.000,00 
Receita Bruta do mês anterior: 
 
julho/2018 = R$ 9.000,00 
 
RBT12 proporcionalizada = R$ 9.000,00 × 12 = R$ 108.000,00 
(1ª faixa de receita dos Anexos da LC 123, de 2006) 
 
 
3. Empresa optante no terceiro mês de atividade: 
 
PA = setembro/2018 
RPA = R$ 6.000,00 
Receitas dos meses anteriores: 
 
julho/2018 = R$ 9.000,00 
agosto/2018 = R$ 40.000,00 
MA (média aritmética) = (R$ 9.000,00 + R$ 40.000,00) / 2 = R$ 24.500,00 
RBT12 proporcionalizada (MA × 12) = R$ 24.500,00 × 12 = R$ 294.000,00 
(2ª faixa de receita dos Anexos da LC 123, de 2006) 
 
 
4. Empresaoptante no quarto mês de atividade (com receita zero em alguns 
PA): 
 
PA = outubro/2018 
RPA = R$ 50.000,00 
Receita dos meses anteriores: 
julho/2018 = R$ 0,00 
, 
117 
 
 
 
 
agosto/2018 = R$ 0,00 
setembro/2018 = R$ 60.000,00 
MA (média aritmética) = (R$ 0,00 + R$ 0,00 + R$ 60.000,00) / 3 = R$ 
20.000,00 
 
RBT12 proporcionalizada (MA × 12) = R$ 20.000,00 × 12 = R$ 240.000,00 
(2ª faixa de receita dos Anexos da LC 123, de 2006) 
[...] 
 
1. A RBT12 proporcionalizada é utilizada nos 12 primeiros meses de 
atividade da empresa com a finalidade de enquadramento na tabela de 
faixas de alíquotas nominais do Simples Nacional existente em cada Anexo. 
 
2. Considera-se data de início de atividade a data de abertura constante do 
CNPJ. (VALOR, 2021, s. p.). 
 
 
6.4 Cálculo Fator “r” 
 
[...] O que significa fator “r” para fins do Simples Nacional? 
 
[...] A partir de 2018, as ME e as EPP optantes pelo Simples Nacional que 
obtiverem receitas decorrentes da prestação de serviços previstos no inciso 
V do § 1º do art. 25 da Resolução CGSN nº 140, de 2018 (serviços sujeitos ao 
fator “r”), devem calcular a razão (r) entre a folha de salários, incluídos 
encargos, nos 12 meses anteriores ao período de apuração (FS12) e a receita 
bruta acumulada nos 12 meses anteriores ao período de apuração (RBT12), 
para definir em que Anexo elas serão tributadas: 
 
1. quando o fator “r” for igual ou superior a 0,28, serão tributadas pelo 
Anexo III; 
 
2. quando o fator “r” for inferior a 0,28, serão tributadas pelo Anexo V. 
 
O valor do FS12 inclui: 
 
As seguintes remunerações pagas e informadas em GFIP: 
 
- remunerações pagas a segurados empregados e trabalhadores 
avulsos; 
 
- remunerações pagas a segurados contribuintes individuais (pró- 
labore e pagamentos a “autônomos”); 
 
- o valor do 13º salário, agregado na competência da incidência da 
contribuição previdenciária; 
 
A título de encargos, o montante efetivamente recolhido: 
 
- de Contribuição Patronal Previdenciária (inclusive a recolhida 
dentro do Simples Nacional); e 
 
- para o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço – FGTS (ver Nota 4). 
, 
118 
 
 
 
 
Não são consideradas remunerações os valores pagos a título de aluguéis e 
de distribuição de lucros. 
 
(Base normativa: art. 26 da Resolução CGSN nº 140, de 2018.) 
 
 
Notas: 
 
1. No cálculo do fator “r”, a RBT12 inclui as receitas auferidas (regime de 
competência) no mercado interno e externo nos 12 meses anteriores ao PA 
de cálculo. 
 
2. A FS12 inclui as remunerações pagas nos 12 meses anteriores ao PA de 
cálculo (regime de caixa), informadas em GFIP. 
 
3. Como já foi explicado na Pergunta 5.7, para os que optam pelo regime de 
caixa, a receita mensal recebida é utilizada apenas para efeito de 
determinação da base de cálculo mensal na apuração dos valores devidos. 
 
Então, até para eles, a receita mensal apurada pelo regime de competência 
continua a ser utilizada para fins de determinação do fator “r”. 
 
4. Estando o empregado afastado recebendo benefício previdenciário (p.ex., 
auxílio-doença) e sendo o encargo da empresa deste funcionário apenas o 
recolhimento do FGTS, este encargo deve ser considerado no cálculo do 
fator “r”. 
 
5. Valores pagos a estagiários não integram o valor da FS12, porque eles não 
são empregados nem contribuintes individuais (art. 3º e 12, § 2º, da Lei nº 
11.788, de 2008). (VALOR, 2021, s. p.). 
 
 
6.5 MEI – MICRO EMPRESÁRIO INDIVIDUAL 
 
Para os efeitos [da LC 155], considera-se MEI o empresário individual que se 
enquadre na definição do art. 966 da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 
- Código Civil, ou o empreendedor que exerça as atividades de 
industrialização , comercialização e prestação de serviços no âmbito rural, 
que tenha auferido receita bruta, no ano-calendário anterior, de até R$ 
81.000,00 (oitenta e um mil reais), que seja optante pelo Simples Nacional e 
que não esteja impedido de optar pela sistemática prevista neste artigo. 
 
 
§ 2º No caso de início de atividades, o limite de que trata o§ 1º será de R$ 
6.750,00 (seis mil, setecentos e cinquenta reais) multiplicados pelo número 
de meses compreendido entre o início da atividade e o final do respectivo 
ano-calendário, consideradas as frações de meses como um mês inteiro. 
 
[...] 
 
V - o MEI, com receita bruta anual igual ou inferior a R$ 81.000,00 (oitenta e 
um mil reais), recolherá, na forma regulamentada pelo Comitê Gestor, valor 
fixo mensal correspondente à soma das seguintes parcelas: 
 
[...] 
, 
119 
 
 
 
 
§ 16-A A baixa do MEI via portal eletrônico dispensa a comunicação aos 
órgãos da administração pública. 
 
[...] 
 
§ 19-A O MEI inscrito no conselho profissional de sua categoria na qualidade 
de pessoa física é dispensado de realizar nova inscrição no mesmo 
conselho na qualidade de empresário individual. 
 
§ 19-B. São vedadas aos conselhos profissionais, sob pena de 
responsabilidade, a exigência de inscrição e a execução de qualquer tipo 
de ação fiscalizadora quando a ocupação do MEI não exigir registro 
profissional da pessoa física. 
 
[...] 
 
"Art. 18-C. Observado o disposto no caput e nos§§ 1º a 25 do art. 18-A desta 
Lei Complementar, poderá enquadrar-se como MEI o empresário individual 
ou o empreendedor que exerça as atividades de industrialização , 
comercialização e prestação de serviços no âmbito rural que possua um 
único empregado que receba exclusivamente um salário-mínimo ou o piso 
salarial da categoria profissional. 
 
[...] 
 
"Art. 18-E 
[...] 
§ 4º É vedado impor restrições ao MEI relativamente ao exercício de 
profissão ou participação em licitações, em função da sua natureza 
jurídica, inclusive por ocasião da contratação dos serviços previstos no§ 1º 
do art. 18-B desta Lei Complementar. 
 
 
§ 5º O empreendedor que exerça as atividades de industrialização, 
comercialização e prestação de serviços no âmbito rural que efetuar seu 
registro como MEI não perderá a condição de segurado especial da 
Previdência Social. 
 
§ 6º O disposto no § 5º e o licenciamento simplificado de atividades para o 
empreendedor que exerça as atividades de industrialização , 
comercialização e prestação de serviços no âmbito rural serão 
regulamentados pelo CGSIM em até cento e oitenta dias. 
 
§ 7º O empreendedor que exerça as atividades de industrialização, 
comercialização e prestação de serviços no âmbito rural manterá todas as 
suas obrigações relativas à condição de produtor rural ou de agricultor 
familiar." (NR). (BRASIL, 2016, s.p.). 
, 
120 
 
 
 
 
Conclusão 
 
Caro(a) aluno(a), 
 
Neste capítulo você avaliou e calculou o imposto do Simples, considerando a Lei 
Complementar 123/06 e a atualização pela Lei Complementar 155/16, 
compreendendo o critério de cálculo da Receita Bruta Acumulada dos últimos 12 
meses, RBT12, a alíquota efetiva, a aplicação nas tabelas de incidência do anexo I. 
Estudou o critério de cálculo do fator “r”, conhecendo o processo de utilização da 
folha de salários e encargos, e, por fim, refletiu sobre a atualização do MEI – Micro 
Empresário Individual. 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
BRASIL. Decreto nº 9.580, de 22 de novembro de 2018. Regulamenta a tributação, a 
fiscalização, a arrecadação e a administração do Imposto sobre a Renda e Proventos de 
Qualquer Natureza. Diário Oficial da União, Brasília, 23 nov. 2018. Disponível em: 
https://bit.ly/3bIxNcY. Acesso em: 12 mar. 2021. 
 
BRASIL. Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. Diário Oficial 
da União, Brasília, 11 jan. 2002. Disponível em: https://bit.ly/3cptO4f. Acesso em: 12 
mar. 2021. 
 
BRASIL. Lei complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006. Diário Oficial da 
União, Brasília, 15 dez. 2006. Disponível em: https://bit.ly/2OSa4OQ. Acesso em: 12 
mar. 2021. 
 
BRASIL. Lei complementar nº 155, de 27 de outubro de 2016. Diário Oficial da União, 
Brasília, 27 out. 2016. Disponível em: https://bit.ly/2NeSuUz.Acesso em: 12 mar. 2021. 
VALOR. Tratamento tributário: Doações de mercadorias. Valor Consulting, 14 jun. 
2022. Disponível em: https://bit.ly/3AcohdX. Acesso em: 12 abr. 2023. 
 
 
, 
121 
 
 
 
VALOR. Cálculo do Simples Nacional: Empresa em início de atividade. Valor 
Consulting, 5 jan. 2023. Disponível em: https://bit.ly/3UxqVE7. Acesso em: 12 abr. 
2023. 
 
VALOR. Cálculo do Simples Nacional: Procedimento. Valor Consulting, 5 jan. 2023. 
Disponível em: https://bit.ly/3o2MPmF. Acesso em: 12 abr. 2023. 
 
VALOR. Cálculo do Simples Nacional: Significado do fator r. Valor Consulting, 5 jan. 
2023. Disponível em: https://bit.ly/3moHTbt. Acesso em: 12 abr. 2023.Daí, haverá a fixação de um 
novo capital, com autorização da Assembleia Geral e reforma do estatuto. A lei 
estende a todas as companhias a faculdade de prever estatutariamente a autorização 
para o aumento de capital social, independentemente de reforma estatutária. 
A sociedade de economia mista é legalmente definida como entidade dotada de 
personalidade jurídica de direito privado, criada por lei para a exploração de atividade 
econômica, sob a forma de Sociedade Anônima, cujas ações com direito a voto 
pertencem, em sua maioria, à União ou à entidade da Administração Indireta. 
, 
13 
 
 
 
 
Características da sociedade de economia mista: 
 
• Reveste-se da forma de Sociedade Anônima; 
 
• Há participação do Estado e de particulares no capital social; 
 
• Há participação ativa do Poder Público na gestão da sociedade; 
 
• Tem finalidade de interesse público; 
 
• É criada por lei. 
 
 
São obrigatoriedades das Sociedades Anônimas: 
 
▪ Assembleia Geral: é a reunião dos acionistas de uma companhia, 
que, quando convocada, tem poderes para decidir sobre todos os 
negócios relativos ao objeto da empresa e outros assuntos. 
Anualmente, nos quatro primeiros meses seguintes ao término do 
exercício social, há a reunião dos acionistas, que se denomina 
Assembleia Geral Ordinária (AGO). Quando houver necessidade de 
outra Assembleia Geral, será denominada Assembleia Geral 
Extraordinária (AGE); 
▪ Ata e convocação: ata é o resumo dos assuntos discutidos e 
deliberados nas assembleias, que será lavrado em livro próprio e 
publicado em jornais. A convocação para as assembleias é feita me- 
diante anúncio publicado em jornais; 
▪ Publicação das demonstrações financeiras: tanto as Sociedades 
Anônimas de capital fechado quanto as de capital aberto devem 
publicar as demonstrações financeiras no Diário Oficial e em outro 
jornal de grande circulação; as instituições financeiras e as 
companhias abertas devem publicar essas demonstrações 
semestralmente. A obrigatoriedade na publicação das 
, 
14 
 
 
 
 
demonstrações financeiras é uma vantagem para as Sociedades 
Anônimas, uma vez que evidencia maior transparência nas 
informações, dando mais credibilidade para essas empresas junto à 
sociedade; 
▪ Ações: são títulos de propriedade, representativos das cotas-partes 
em que se divide o capital social de uma Sociedade por Ações. Uma 
ação representa a menor fração em que é dividido seu capital. O 
proprietário de uma ação torna-se acionista da companhia, isto é, 
um de seus donos. Ao possuidor da ação é conferida parcela de 
participação no controle e nos lucros da companhia. As ações, 
conforme a natureza dos direitos ou vantagens que confiram a seus 
titulares, dividem-se em ordinárias e preferenciais. Ordinárias são 
ações comuns, desprovidas de quaisquer restrições, porém não 
dotadas de nenhum privilégio, salvo o direito ao voto. Preferenciais 
são aquelas que conferem preferências previamente declaradas nos 
estatutos, tais como: prioridade na distribuição de dividendos e/ou 
prioridade no reembolso do capital, com ou sem prêmio. Quanto à 
forma de circulação, as ações podem ser: nominativas, endossáveis 
ou ao portador. A propriedade das ações nominativas presume-se 
pela inscrição do nome do acionista no livro de Registro das Ações 
Nominativas; a transferência dessas ações acontece lavrando-se o 
livro de Transferência de Ações Nominativas, com a assinatura do 
cedente e do cessionário. A propriedade de ações endossáveis 
presume-se pela posse do título com base em série regular de 
endossos, mas o exercício do direito perante a companhia requer 
a averbação do nome do acionista no livro de Registro de Ações 
Endossáveis e no certificado. Portanto, a transferência mediante 
endosso não tem eficácia perante a companhia, enquanto não for 
averbada no livro de Registro e no próprio certificado; o 
endossatário, porém, que demonstrar ser possuidor do título com 
base em série regular de endossos tem o direito de obter a 
, 
15 
 
 
Saiba mais 
 
A ação com valor nominal estampa em seu título o valor de face, 
normalmente estabelecido pelo seu valor patrimonial inicial ou em 
estatuto social, por ocasião do seu lançamento. Quando a ação não 
possui um valor nominal, é negociada pelo valor de mercado. 
 
 
averbação da transferência ou a emissão de novo certificado em seu 
nome. Algumas combinações de tipos de ações incluem: Ordinárias 
+ Nominativas = ON; Ordinárias + Endossáveis = OE; Preferenciais 
+ Nominativas = PN; Preferenciais + Endossáveis = PE. As ações 
podem ser, ainda, com valor nominal e sem valor nominal. 
 
 
 
 
 
 
• Sociedade em comandita por ações: 
 
A Sociedade em Comandita por Ações tem o capital dividido em ações, 
regendo-se pelas normas relativas à Sociedade Anônima e operando sob 
firma ou denominação. Somente o acionista tem qualidade para 
administrar a sociedade e, como diretor, responde subsidiária e ilimitada- 
mente pelas obrigações da sociedade. Se houver mais de um diretor, serão 
solidariamente responsáveis, depois de esgotados os bens sociais. Esse tipo 
de sociedade, também em desuso, é tratado na Lei das Sociedades por 
Ações. 
 
 
 
Sociedade Simples 
 
É constituída para a exploração de atividade de prestação de serviços decorrente de 
atividade intelectual: advogados, médicos, dentistas, contadores, engenheiros. De 
maneira geral, atividades de natureza científica, literária, artística e intelectual 
enquadram-se como simples. 
, 
16 
 
 
 
 
As Sociedades Simples são registradas no Cartório de Registro Civil de pessoas jurídicas 
e podem ser estabelecidas segundo os mesmos tipos das Sociedades Empresárias: 
• Sociedade Limitada; 
 
• Sociedade em Nome Coletivo; 
 
• Sociedade em Comandita Simples. 
 
 
1.2 Sociedades Cooperativas, Sociedade Nacional ou Estrangeira e Sociedaes Sem 
Fins Lucrativos 
Sociedade Cooperativa 
 
A Sociedade Cooperativa é regida pelo Código Civil e por legislação especial. Como a 
Sociedade Anônima, a Sociedade Cooperativa possui legislação especial, que é a Lei nº 
5.764/71. São características da Sociedade Cooperativa: 
• Variabilidade ou dispensa do capital social; 
 
• Concurso de sócios em número mínimo necessário para compor a 
administração da sociedade, sem limitação de número máximo; 
• Limitação do valor da soma de quotas do capital social que cada sócio poderá 
tomar; 
• Intransferibilidade das quotas do capital a terceiros estranhos à sociedade, 
ainda que por herança; 
 
• Quórum, para a assembleia geral funcionar e deliberar, fundado no número de 
sócios presentes à reunião e não no capital social representado; 
 
• Direito de cada participante a um só voto nas deliberações, tenha ou não 
capital na sociedade e qualquer que seja o valor de sua participação; 
, 
17 
 
 
 
 
• Distribuição dos resultados, proporcionalmente ao valor das operações 
efetuadas pelo sócio com a sociedade, podendo ser atribuído juro fixo ao 
capital realizado; 
 
• Indivisibilidade do fundo de reserva entre os sócios, ainda que em caso de 
dissolução da sociedade. 
Na Sociedade Cooperativa, a responsabilidade dos sócios pode ser limitada ou 
ilimitada. É limitada a responsabilidade na cooperativa em que o sócio responde 
somente pelo valor de suas quotas e pelo prejuízo verificado nas operações sociais, 
guardada a proporção de sua participação nas mesmas operações. É ilimitada a 
responsabilidade na cooperativa em que o sócio responde solidária e ilimitadamente 
pelas obrigações sociais. 
No que a lei for omissa, aplicam-se as disposições referentes à Sociedade Simples. 
 
Sociedade Nacional ou Estrangeira 
 
É nacional a sociedade organizada de conformidade com a lei brasileira, que tenha no 
país a sede de sua administração. 
Quando a lei exigir que todos ou alguns sócios sejam brasileiros, as ações da Sociedade 
Anônima revestir-se-ão, no silencio da lei, à formanominativa. Qualquer que seja o 
tipo da sociedade, em sua sede ficará arquivada cópia autêntica do documento 
comprobatório da nacionalidade dos sócios. 
Não haverá mudança de nacionalidade de sociedade brasileira sem o consentimento 
unânime dos sócios ou acionistas. 
A sociedade estrangeira, qualquer que seja seu objetivo, não pode, sem autorização do 
Poder Executivo, funcionar no país, ainda que por estabelecimentos subordinados, 
podendo, todavia, ressalvados os casos expressos em lei, ser acionista de Sociedade 
Anônima brasileira. Ao requerimento de autorização, devem ser apresentados: 
, 
18 
 
 
 
 
• Prova de se achar a sociedade constituída conforme a lei de seu país; 
 
• Inteiro teor do contrato ou do estatuto; 
 
• Relação dos membros de todos os órgãos da administração da sociedade, com 
nome, nacionalidade, profissão, domicílio e, salvo quanto a ações ao portador, 
o valor da participação de cada um no capital da sociedade; 
• Cópia do ato que autorizou o funcionamento no Brasil e fixou o capital 
destinado às operações no território nacional; 
• Prova de nomeação do representante no Brasil, com poderes expressos para 
aceitar as condições exigidas para a autorização; 
 
• Último balanço. 
 
 
Sociedade Sem Fins Lucrativos 
 
Constituem-se as associações pela união de pessoas que se organizam para fins não 
econômicos, não havendo, entre os associados, direitos e obrigações recíprocos. O 
estatuto das associações conterá: 
• A denominação, os fins e a sede da associação; 
 
• Os requisitos para a admissão, demissão e exclusão dos associados; 
 
• Os direitos e deveres dos associados; 
 
• As fontes de recursos para a sua manutenção; 
 
• O modo de constituição e funcionamento dos órgãos deliberativos e 
administrativos; 
• As condições para a alteração das disposições estatutárias e para a 
dissolução. 
, 
19 
 
 
 
 
Os associados devem ter direitos iguais, mas o estatuto poderá instituir categorias com 
vantagens especiais. 
A qualidade de associado é intransmissível, se o estatuto não dispuser o contrário. 
 
A exclusão do associado só é admissível se houver justa causa, obedecido o disposto 
no estatuto; sendo este omisso, poderá ocorrer se for reconhecida a existência de 
motivos graves, em deliberação fundamentada, pela maioria absoluta dos presentes à 
Assembleia Geral especialmente convocada para esse fim. Da decisão do órgão que, de 
conformidade com o estatuto, decretar a exclusão, caberá sempre recurso à 
Assembleia Geral. 
Nenhum associado poderá ser impedido de exercer direito ou função que lhe tenha 
sido legitimamente conferido, a não ser nos casos (e pela forma) previstos na lei ou no 
estatuto. 
Compete privativamente à Assembleia Geral; 
 
• Eleger os administradores; 
 
• Destituir os administradores; 
 
• Aprovar as contas; 
 
• Alterar o estatuto. 
 
1.3 Comércio, Serviços, Empresários Individuais 
Empresa Rural 
Até 2002, as sociedades eram divididas em Sociedade Comercial e Sociedade Civil. A 
partir do início de 2003, entrou em cena o Código Civil, que revogou a primeira parte 
do Código Comercial Brasileiro de 1850. 
O Código Civil define como empresário aquele que exerce profissionalmente atividade 
econômica organizada para a produção ou circulação de bens ou serviços. Assim, o 
, 
20 
 
 
 
 
produtor rural passa a ser chamado empresário rural, em função da definição anterior, 
desde que se inscreva na Junta Comercial. Não se inscrevendo na Junta Comercial, ele 
será um produtor rural autônomo. 
Em relação à sociedade, o Código Civil considera Sociedade Empresária pessoas que 
celebram contrato e reciprocamente se obrigam a contribuir com bens e serviços para 
o exercício de atividade econômica e a partilha, entre si, dos resultados. Assim, a 
expressão ‘Sociedade Empresária’ substitui a expressão anterior, ‘Sociedade 
Comercial’. Dessa forma, a sociedade rural (quando houver a união de duas ou mais 
pessoas) passa a ser vista como uma Sociedade Empresária. 
De maneira geral, conforme o Código, o empresário, cuja atividade rural constitua sua 
principal profissão, pode exercer essa atividade nas seguintes formas jurídicas: 
• Autônomo, sem registro na Junta Comercial; 
 
• Empresário individual, quando inscrito na Junta Comercial (é optativo); 
 
• Sociedade Empresária, inscrita na Junta Comercial (na forma de Sociedade 
Limitada, Sociedade Anônima etc.). 
O Código Civil diz que não é considerado empresário quem exerce profissão intelectual 
de natureza científica, literária ou artística. Essas atividades anteriormente eram 
tratadas como civis. Assim, quando se constituía sociedade, era tratada como 
Sociedade Civil, hoje denominada “Simples”. Dessa forma, a Sociedade Empresária em 
atividade rural não poderá ser enquadrada na categoria Simples. 
EIRELI – Empresa Individual de Responsabilidade Limitada, criada através da Lei 
12.441 de 11 de julho de 2011, que alterou a Lei 10.406, de 10 de janeiro de 2002 
(Código Civil), possibilitou a constituição de empresa individual com responsabilidade 
limitada, nas condições que especifica: 
Art. 2º A Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), passa a 
vigorar com as seguintes alterações: 
 
"Art. 44. ................................................................................... 
 
.......................................................................................................... 
, 
21 
 
 
 
 
VI - as empresas individuais de responsabilidade limitada. 
 
..............................................................................................." (NR) 
"LIVRO II 
.......................................................................................................... 
TÍTULO I-A 
DA EMPRESA INDIVIDUAL DE RESPONSABILIDADE LIMITADA 
 
Art. 980-A. A empresa individual de responsabilidade limitada será 
constituída por uma única pessoa titular da totalidade do capital social, 
devidamente integralizado, que não será inferior a 100 (cem) vezes o maior 
salário-mínimo vigente no País. 
 
§ 1º O nome empresarial deverá ser formado pela inclusão da expressão 
"EIRELI" após a firma ou a denominação social da empresa individual de 
responsabilidade limitada. 
 
§ 2º A pessoa natural que constituir empresa individual de responsabilidade 
limitada somente poderá figurar em uma única empresa dessa modalidade. 
 
§ 3º A empresa individual de responsabilidade limitada também poderá 
resultar da concentração das quotas de outra modalidade societária num 
único sócio, independentemente das razões que motivaram tal 
concentração. 
 
§ 4º ( VETADO). 
 
§ 5º Poderá ser atribuída à empresa individual de responsabilidade limitada 
constituída para a prestação de serviços de qualquer natureza a 
remuneração decorrente da cessão de direitos patrimoniais de autor ou de 
imagem, nome, marca ou voz de que seja detentor o titular da pessoa 
jurídica, vinculados à atividade profissional. 
 
§ 6º Aplicam-se à empresa individual de responsabilidade limitada, no que 
couber, as regras previstas para as sociedades limitadas. 
 
........................................................................................................." 
 
"Art. 1.033. .............................................................................. 
 
.......................................................................................................... 
 
Parágrafo único. Não se aplica o disposto no inciso IV caso o sócio 
remanescente, inclusive na hipótese de concentração de todas as cotas da 
sociedade sob sua titularidade, requeira, no Registro Público de Empresas 
Mercantis, a transformação do registro da sociedade para empresário 
individual ou para empresa individual de responsabilidade limitada, 
observado, no que couber, o disposto nos arts. 1.113 a 1.115 deste Código." 
(BRASIL, 2011, s.p.). 
, 
22 
 
 
 
 
MEI – Micro Empreendedor Individual 
 
A atividade MEI (MicroempreendedorIndividual) foi instituída pela Lei Complementar 
128 em dezembro de 2008, e alterações produzidas por Resoluções do CGSN (Comitê 
Gestor do Simples Nacional), podendo ter enquadramento em 466 atividades 
diferentes e possibilitando que cada MEI possa usufruir de 16 atividades, sendo uma 
principal e 15 secundárias. 
O Microempreendedor Individual existe como pessoa jurídica e pessoa física, tendo de 
cumprir obrigações fiscais como pessoa jurídica através da DASN-SIMEI – Declaração 
Anual do Simples Nacional e como pessoa física através da DIRPF – Declaração do 
Imposto de Renda Pessoa Física. 
As obrigações do MEI-PJ são os pagamentos mensais da DAS e apresentação da 
declaração anual DASN-SIMEI que pode ser apresentada de duas formas para 
distribuição de lucros, sendo a primeira com escrituração contábil que evidencie a 
distribuição e a segunda é utilizando a sistemática de aplicação sobre a receita bruta 
anual dos percentuais de apuração do Lucro Presumido sendo 32% para prestação de 
serviços e 8% para indústria e comércio que serão considerados para distribuição. 
Se o MEI possuir escrituração contábil, poderá distribuir os lucros evidenciados e, 
como a distribuição de lucros não tem tributação, será informado na cédula de 
Rendimentos Isentos e Não Tributáveis. 
Se o MEI não possuir escrituração contábil, poderá distribuir como isento os lucros 
decorrentes da aplicação do percentual de apuração do Lucro Presumido (32% para 
prestação de serviços e 8% para comércio e indústria) sobre o faturamento bruto (-) do 
pagamento mensal do DAS e a diferença deve ser considerada como rendimento 
tributável da pessoa física. 
O governo federal, através do decreto 10.139, vem revisando atos normativos com o 
intuito de desburocratização e simplificação. Abaixo a íntegra do Decreto e os atos 
que serão revisionados: 
, 
23 
 
 
 
 
“DECRETO Nº 10.139 de 28 de novembro de 2019 
 
Dispõe sobre a revisão e a consolidação dos atos normativos inferiores a 
decreto.” (BRASIL, 2019, s.p.). 
 
 
O governo Federal, através do Ministério da Economia, instituiu o decreto 10.139, que 
irá revisar e consolidar todos os atos normativos inferiores aos decretos, como por 
exemplo: portarias, Instrução Normativas, Atos Declaratórios, Resoluções, ofícios e 
avisos, qualquer ato inferior ao Decreto. 
 
 
O Ministério da Economia (ME) vai simplificar e automatizar o processo de 
autenticação de livros no âmbito das juntas comerciais. Assim, tudo será 
realizado de forma digital e automática tanto para livros contábeis quanto 
para livros não contábeis, inclusive dos agentes auxiliares do comércio 
(leiloeiros e tradutores públicos). Para debater a melhor forma de 
modernizar a Instrução Normativa que trata do tema, o ministério abriu, em 
27 de novembro de 2020, uma consulta pública. 
 
A automatização do serviço é mais uma medida em consonância com as 
ações do governo para a transformação digital dos serviços", afirma o 
diretor do Departamento Nacional de Registro Empresarial e Integração 
(Drei), André Santa Cruz. Segundo o texto da proposta, a nova instrução 
normativa objetiva definir tão somente as atribuições legais que são de 
competência das juntas comerciais, ou seja, a autenticação dos livros. 
 
Segundo Santa Cruz, a antiga Instrução Normativa Drei n.º 11, de 2013, 
trazia várias disposições sobre lançamentos de demonstrações contábeis. 
"Entendemos que isso não era pertinente, na medida em que para essas 
situações devem ser observadas disposições específicas da área contábil", 
complementa. 
 
Os interessados em participar da consulta devem acessar a plataforma 
Participa +Brasil. "A participação é fundamental para conseguirmos um 
melhor fluxo das atividades empresariais", diz o diretor. Qualquer cidadão 
pode contribuir até o dia 14 de dezembro. 
 
 
Revisão dos normativos 
 
A iniciativa atende ao disposto no Decreto n.º 10.139, que está em vigor 
desde fevereiro de 2019 e trata da revisão e consolidação dos atos 
normativos inferiores a decretos editados por órgãos e entidades da 
administração pública federal direta, autárquica e fundacional”. (BRASIL, 
2020, s.p.). 
, 
24 
 
 
 
 
1.4 Procedimentos Básicos de Abertura de Empresa 
 
Apresentamos, a seguir, os procedimentos básicos de abertura de uma empresa, 
conforme pode ser verificado no site do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e 
Pequenas Empresas (Sebrae), sob o título Guia prático para o registro de empresas. 
O registro legal de uma empresa é tirado na Junta Comercial do estado ou no Cartório 
de Pessoa Jurídica. Para as pessoas jurídicas, esse passo é equivalente à obtenção da 
Certidão de Nascimento de uma pessoa física. A partir desse registro, a empresa existe 
oficialmente – o que não significa que ela possa começar a operar. 
Para fazer o registro, é preciso apresentar uma série de documentos e formulários, 
que podem variar de um estado para outro. Os mais comuns são: 
• Contrato social; 
 
• Documentos pessoais de cada sócio (no caso de uma sociedade). 
 
O contrato social é a peça mais importante do início de uma empresa e, nele, devem 
estar definidos claramente os seguintes itens: 
• Interesse das partes; 
 
• Objetivo da empresa; 
 
• Descrição do aspecto societário e maneira de integralização das 
cotas. 
 
Para ser válido, o contrato social deverá ter o visto de um advogado. As 
microempresas e empresas de pequeno porte são dispensadas da assinatura do 
advogado, conforme prevê o Estatuto da Micro e Pequena Empresa. 
Ainda na Junta Comercial ou no cartório, deve-se verificar se há alguma outra empresa 
registrada com o nome pretendido. Geralmente, é necessário preencher um 
formulário próprio, com três opções de nome. Há estados que já oferecem esse 
serviço pela internet. 
, 
25 
 
 
 
 
Se tudo estiver certo, será possível prosseguir com o arquivamento do ato constitutivo 
da empresa, quando geralmente serão necessários os documentos: 
• Contrato social ou requerimento de empresário individual ou estatuto, em 
três vias; 
• Cópia autenticada do RG e CPF do titular ou dos sócios; 
 
• Requerimento padrão (capa da junta comercial), em uma via; 
 
• Ficha de cadastro nacional (FCN) modelos 1 e 2, em uma via; 
 
• Pagamento de taxas, através de documento de arrecadação de receitas 
federais (DARF). 
Os preços e prazos para abertura variam de estado para estado. Para isso, o ideal é 
consultar o site da Junta Comercial do estado em que a empresa estiver localizada. 
Registrada a empresa, será entregue ao seu proprietário o Número de Identificação do 
Registro de Empresa (NIRE), que é uma etiqueta ou um carimbo, feito pela Junta 
Comercial ou cartório, contendo um número que é fixado no ato constitutivo. 
Com o NIRE em mãos, chega a hora de registrar a empresa como contribuinte, ou 
seja, de obter o Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ). O registro do CNPJ é 
feito exclusivamente pela internet diretamente no site da Receita Federal, as Juntas 
Comerciais já efetuam o registro do CNPJ, da inscrição estadual e inscrição municipal, 
recepcionando os documentos necessários para o cadastro da empresa. 
Ao fazer o cadastro no CNPJ, é preciso escolher a atividade que a empresa irá exercer. 
Essa classificação será utilizada não apenas na tributação, mas também na fiscalização 
das atividades da empresa. Lembre-se de que nem todas as empresas podem optar 
pelo Simples, principalmente as prestadoras de serviço que exigem habilitação 
profissional. Portanto, antes de fazer sua inscrição no CNPJ, consulte os tipos de 
empresa que não se enquadram no Simples. 
, 
26 
 
 
 
Saiba mais 
 
Quanto ao registro junto ao Corpo de Bombeiros, os formulários de 
requerimento e consulta de viabilidade devem ser obtidos diretamente no setor 
administrativo daquele órgão, uma vez que ainda não existe acesso via internet, 
além de ser extremamente burocrático com relação às obrigações pertinentes. 
Já em relação às obrigaçõesrelativas ao registro na Vigilância Sanitária, há um 
vínculo direto com a prefeitura municipal, a qual encaminha, através de uma só 
rotina, ambos os registros relacionados às Finanças e à Vigilância Sanitária, 
mudando apenas a quantidade de formulários e procedimentos bem mais 
detalhados e burocráticos, envolvendo, inclusive, cadastro de funcionários, 
atestado de saúde deles e manual de boas práticas sanitárias. 
 
 
Com o CNPJ cadastrado, é preciso ir à prefeitura ou administração regional para 
receber o alvará de funcionamento. O alvará é uma licença que permite o 
estabelecimento e o funcionamento de instituições comerciais, industriais, agrícolas e 
prestadoras de serviço, bem como de sociedades e associações de qualquer natureza, 
vinculadas a pessoas físicas ou jurídicas. Isso é feito na prefeitura, na administração 
regional ou na Secretaria Municipal da Fazenda de cada município. Geralmente, a 
documentação necessária é: 
• Formulário próprio da prefeitura; 
 
• Consulta prévia de endereço aprovada; 
 
• Cópia do CNPJ; 
 
• Cópia do contrato social; 
 
• Laudo dos órgãos de vistoria, quando necessário. 
 
 
 
 
, 
27 
 
 
 
 
Já o cadastro no sistema tributário estadual deve ser realizado junto à Secretaria 
Estadual da Fazenda. Em geral, ele não pode ser feito pela internet, mas isso varia de 
estado para estado. Atualmente, a maioria dos estados possui convênio com a Receita 
Federal, o que permite obter a Inscrição Estadual junto ao CNPJ, por meio de um único 
cadastro. 
A Inscrição Estadual é obrigatória para empresas dos setores do comércio, indústria e 
serviços de transporte intermunicipal e interestadual. Também estão incluídos os 
serviços de comunicação e energia. Ela é necessária para a obtenção da inscrição no 
Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e Prestação de 
Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS) e, em 
geral, a documentação pedida para o cadastro é: 
• Documento Único de Cadastro (DUC), em três vias; 
 
• Documento Complementar de Cadastro (DCC), em uma via; 
 
• Comprovantes de endereço dos sócios, cópia autenticada ou original; 
 
• Cópia autenticada de documento que prove o direito de uso do imóvel, por 
exemplo, contrato de locação do imóvel ou escritura pública do imóvel; 
 
• Número do cadastro fiscal do contador; 
 
• Comprovante de contribuinte do Imposto sobre Serviços de Qualquer 
Natureza (ISS), para os prestadores de serviço; 
• Certidão simplificada da Junta (para empresas constituídas há mais de três 
meses); 
• Cópia do ato constitutivo; 
 
• Cópia do CNPJ; 
 
• Cópia do alvará de funcionamento; 
 
• RG e CPF dos sócios. 
, 
28 
 
 
 
 
Observação: em alguns estados, a Inscrição Estadual deve ser solicitada antes do 
alvará de funcionamento. 
Após a concessão do alvará de funcionamento, a empresa já está apta a entrar em 
operação. No entanto, ainda faltam duas etapas fundamentais para o seu 
funcionamento. A primeira é o cadastro na Previdência Social e o pagamento dos 
respectivos tributos. Assim, o representante deverá dirigir-se à Agência da Previdência 
de sua jurisdição, para solicitar o cadastramento da empresa e seus responsáveis 
legais. O prazo para cadastramento é de 30 dias após o início das atividades. 
Agora, resta apenas preparar o aparato fiscal para que o empreendimento entre em 
ação. Será necessário solicitar a autorização para impressão de notas fiscais e a 
autenticação de livros fiscais. Isso é feito na prefeitura de cada cidade. Empresas que 
pretendam dedicar-se às atividades de indústria e comércio deverão ir à Secretaria 
Estadual da Fazenda, no caso do Distrito Federal. 
Independentemente do segmento de atuação da empresa, essa autorização é 
emitida pela Secretaria Estadual da Fazenda. 
Uma vez que o aparato fiscal esteja pronto e registrado, a empresa pode começar a 
operar legalmente. 
 
 
1.5 Dissolução e Liquidação de Sociedades 
 
A dissolução e a liquidação de sociedades são explicadas por Sharp Junior: 
 
O processo de encerramento das sociedades passa por três fases distintas, 
compreendendo a dissolução, a liquidação e a extinção. Tem-se aí a 
‘dissolução-procedimento’ (dissolução lato sensu), que consiste num 
complexo de atos encadeados que conduzirão a sociedade ao término de 
sua existência. Atribui-se o termo ‘dissolução-ato’ (dissolução stricto sensu) 
ao ato específico que marca o início do procedimento que culminará na 
extinção. Por força da teoria da preservação da empresa, deve-se evitar a 
dissolução total da sociedade quando for possível a sua dissolução parcial, 
apurando-se os haveres dos sócios que dela se retiram e prosseguindo a 
sociedade com os demais sócios. (2009, p. 130- 131). 
, 
29 
 
 
 
 
Quanto à causa determinante, a dissolução pode ser de pleno direito ou judicial. A 
dissolução de pleno direito dá-se (artigo 1.033 do Código Civil): 
a) pelo vencimento do prazo de duração, salvo se, vencido este e sem 
oposição de sócio, não entrar a sociedade em liquidação, caso em que 
se prorrogará por tempo indeterminado; 
 
b) pelo consenso unânime dos sócios; 
 
c) pela deliberação dos sócios, por maioria absoluta, na sociedade de 
prazo indeterminado; 
 
d) pela falta da pluralidade dos sócios, não reconstituída no prazo de 180 
dias; 
 
e) pela extinção, na forma da lei, de sua autorização para funcionar. 
(BRASIL, 2002, s.p.). 
 
 
 
Não se aplica a hipótese da alínea d anterior caso o sócio remanescente, inclusive na 
hipótese de concentração de todas as cotas da sociedade sob sua titularidade, 
requeira no Registro Público de Empresas Mercantis a transformação do registro da 
sociedade para empresário individual, observado, no que couber, o disposto nos 
artigos 1.113 a 1.115 do Código Civil (parágrafo único do artigo 1.033, com redação 
dada pela Lei Complementar nº 128/08). 
O contrato social poderá prever outras causas de dissolução da sociedade (artigo 1.035 
do Código Civil), a serem examinadas em juízo, se contestadas. 
A seu turno, a dissolução judicial dá-se (artigo do Código Civil): 
 
a) por sentença judicial, por anulação de seu ato de constituição; 
 
b) pelo exaurimento ou inexequibilidade (material ou jurídica) de seu fim 
social. 
 
As causas de dissolução das companhias vêm disciplinadas no art. 206 da Lei das 
Sociedades por Ações. 
, 
30 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Com a dissolução, ocorre o encerramento da fase ativa da sociedade e passa-se à sua 
liquidação. Após a dissolução, a sociedade ainda mantém a sua personalidade jurídica 
(artigos 51, 1.036, e 1.105, parágrafo único, do Código Civil; artigos 207, 216, § 1º, e 
219 da Lei das Sociedades por Ações), sem, contudo, poder realizar novos negócios, 
mas apenas com a finalidade de concluir os atos pendentes. Ainda que, numa 
companhia, haja ações preferenciais sem direito de voto (artigo 111 da Lei das 
Sociedades por Ações), durante a fase de liquidação, todas as ações terão esse direito 
(artigo 213, § 1º, da Lei das Sociedades por Ações). 
Na liquidação ordinária (voluntária ou amigável), será nomeado um liquidante (que 
poderá ser um administrador ou um terceiro), que ficará encarregado de receber 
eventuais créditos da sociedade e de pagar todo o seu passivo. Chega-se, enfim, à 
partilha, em que os bens remanescentes serão entregues aos sócios, após o 
pagamento de todos os credores. Uma vez aprovadas pelos sócios as contas do 
liquidante, deverá ser requerido o cancelamento junto ao registro competente (artigo 
51, § 3º, do Código Civil). A liquidação poderá, ainda, tomar a forma coativa, quer 
judicial, como na falência, quer administrativa, como na extrajudicial de instituição 
financeira propriamente dita ou equiparada (Lei nº 6.024/74). 
Muitas vezes, as sociedades são extintas sem satisfazer todas as suas dívidas, 
deixando, por exemplo, de pagar um credor trabalhista, comercial ou fiscal. Nesse caso 
e naqueleoutro, em que simplesmente a sociedade encerra as suas atividades e fecha 
as portas sem o cumprimento das formalidades exigidas, entende-se que a sua 
extinção foi irregular, acarretando a responsabilidade pessoal dos sócios pelas dívidas 
da sociedade. Isso explica e justifica a penhora dos bens dos sócios para a liquidação 
Atenção 
 
Observe que os termos ‘dissolução’ e ‘liquidação’ têm 
conotação diversa no direito brasileiro. A extinção da 
sociedade, termo genérico, passa por determinadas 
fases que estabelecem a referida distinção. 
, 
31 
 
 
 
 
das obrigações sociais. Presume-se dissolvida irregularmente a sociedade que deixa de 
funcionar em seu domicílio fiscal, sem comunicação aos órgãos competentes, 
comerciais e tributários, cabendo a responsabilização aos seus administradores, afirma 
o Superior Tribunal de Justiça (Resp. 800039). 
 
 
 
Conclusão 
 
Caro(a) aluno(a), 
 
Neste capítulo, você estudou os principais tipos de sociedade existentes e as principais 
alterações introduzidas pelo Código Civil Brasileiro. 
Aprendeu sobre a forma de constituição, com ênfase nas Sociedades Empresárias 
Limitadas e Sociedades Anônimas, além das Sociedades Simples. 
Conheceu os principais itens que compõem um contrato, ata de constituição e 
estatuto social, e identificou pontos importantes, como a responsabilidade dos sócios, 
a dissolução da sociedade, entre outros. 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
BRASIL. Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. Diário Oficial da 
União, Brasília, 11 jan. 2002. Disponível em: https://bit.ly/3cptO4f. Acesso em: 12 mar. 
2021. 
 
BRASIL. Lei nº 12.441, de 11 de julho de 2011. Diário Oficial da União, Brasília, 12 
jul. 2011. Disponível em: https://bit.ly/3qHUDpm. Acesso em: 12 mar. 2021. 
 
BRASIL. Decreto nº 10.139, de 28 de novembro de 2019. Diário Oficial da União, 
Brasília, 2019. Disponível em: https://bit.ly/3rMtAL6. Acesso em: 12 mar. 2021. 
IUDÍCIBUS, S.; MARION, J.C. Contabilidade Comercial. 8. ed. São Paulo: Editora 
Atlas , 2009. 
, 
32 
 
 
 
 
SHARP JUNIOR, R. A. Direito Comercial e de Empresa Sistematizado. 1. ed. Rio de 
Janeiro: Elsevier, 2009. 
SINDICATO DOS CONTABILISTAS DE SÃO PAULO. Autenticação de livros empresariais 
será automática. SINDCONT-SP, 1 dez. 2020. Disponível em: http://bit.ly/3tr0LV9. 
Acesso em: 12 mar. 2021. 
 
 
REFERÊNCIAS COMPLEMENTARES 
 
SEBRAE. Guia prático para a formalização de empresas. SEBRAE, 20 nov. 2013. 
Disponível em: http://bit.ly/3exzRGB. Acesso em: 12 mar. 2021. 
, 
33 
 
 
 
 
 
 
 
2 CÁLCULOS E ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL 
 
Caro(a) aluno(a), 
 
Neste capítulo, vamos conceituar a Contabilidade como um sistema de informação e 
avaliação destinado a prover seus usuários com demonstrações e análises de natureza 
econômica, financeira, física e de produtividade, no que tange à entidade objeto da 
contabilização. 
Você aprenderá a executar a escrita contábil no dia a dia de operações contábeis, por 
meio da aplicação prática da doutrina contábil, reportando-se aos princípios, 
convenções e normas contábeis. 
Vamos iniciar! 
 
 
2.1 Contabilidade 
 
A Contabilidade é a ciência social que tem por objetivo medir, para poder informar, os 
aspectos quantitativos e qualitativos do patrimônio de quaisquer entidades. Constitui 
um instrumento para gestão e controle das entidades, além de representar um 
sustentáculo da democracia econômica, já que, por seu intermédio, a sociedade é 
informada sobre o resultado da aplicação dos recursos conferidos às entidades 
(SZUSTER et al., 2008). 
Para os autores, a Contabilidade é o processo cujas metas são registrar, resumir, 
classificar e comunicar as informações financeiras. O input desse processo são as 
transações que a empresa efetua e o output são as demonstrações contábeis. Para os 
autores, a capacidade informativa da Contabilidade e a estruturação do sistema 
contábil são viabilizadas por meio da elaboração de um “bom” Plano de Contas, que 
ordena todas as contas utilizadas pela empresa por natureza e que viabiliza a definição 
das áreas da empresa em que são incorridos os gastos. Além disso, um “bom” Plano de 
Contas deve permitir seu aprimoramento e a criação de novas contas e detalhamentos 
(subcontas), sem prejuízo de toda a sua estrutura. 
, 
34 
 
 
 
 
Também são interessantes as definições e comentários dos autores sobre os objetivos 
da Contabilidade. 
A Contabilidade é uma ciência fundamentalmente utilitária. Seu grande produto é 
prover informações para o planejamento e o controle, evidenciando informações 
referentes à situação patrimonial, econômica e financeira de uma empresa. O seu 
propósito básico é prover aos “tomadores de decisões” (diretores, gerentes, 
administradores da empresa e todos os interessados) informações para a tomada de 
decisões. 
Segundo a sua estrutura conceitual básica, a Contabilidade é, objetivamente, um 
sistema de informação e avaliação destinado a prover seus usuários de demonstrações 
e análises de natureza econômica, financeira, física e de produtividade, no que tange à 
entidade objeto da contabilização. 
 
 
2.2 Cálculos – Depreciação e Apropriação de Férias e 13º Salário 
 
A seguir, passamos a demonstrar alguns cálculos comumente utilizados em 
Contabilidade. 
Neste exemplo, temos uma tabela com o bem ‘veículo’ com data de aquisição 
01.01.XXXX, valor de aquisição R$ 20.000,00, taxa de depreciação 20%, valor mensal 
de depreciação e saldos mensais, além do saldo final de depreciação e do saldo final 
do primeiro ano de uso, como segue: 
, 
35 
 
 
 
 
Tabela 2.1 – Planilha de Depreciação 
 
Bem Data da Aquisição Valor da Aquisição 
Veículo 01/01/xx 20.000,00 
Taxa de Depreciação Taxa Mensal 
20% 333,33 
Mês Valor Depreciação Saldo 
Janeiro 333,33 19.666,67 
Fevereiro 333,33 19.333,33 
Março 333,33 19.000,00 
Abril 333,33 18.666,67 
Maio 333,33 18.333,33 
Junho 333,33 18.000,00 
Julho 333,33 17.666,67 
Agosto 333,33 17.333,33 
Setembro 333,33 17.000,00 
Outubro 333,33 16.666,67 
Novembro 333,33 16.333,33 
Dezembro 333,33 16.000,00 
Total da despesa 4.000,00 
 
Fonte: PEREIRA (2007). Adaptado. 
 
 
As fórmulas desta planilha são as seguintes: calcule 20.000,00 * 20%, depois divida o 
valor por 12 meses; para ter o valor mensal de depreciação = (C2*A4)/12, não esqueça 
que devem ser colocados os parênteses “( )”. Depois, coloque o seguinte comando na 
linha B6 =B$4; essa fórmula copiará o conteúdo da célula B4, na qual deve estar a 
fórmula do cálculo do valor mensal de depreciação. Após esse comando, você deve, na 
coluna de saldo, calcular o valor original menos a depreciação mensal e, nas linhas a 
seguir, você deve copiar as fórmulas. 
Observação: na linha do mês de janeiro, você deve subtrair o valor mensal de 
depreciação do valor original; a partir do mês de fevereiro, você deve subtrair do saldo 
anterior, ou seja, do saldo de janeiro e assim sucessivamente. 
, 
36 
 
 
 
 
Apropriação de Férias e 13º Salário 
 
Esta planilha deve conter os seguintes dados: nome do funcionário, data de admissão 
e valor do salário. Após obter esses dados, temos condições de calcular quanto de 
direito tem o funcionário em relação às férias e ao 13º salário. Depois de apurados 
esses dados, calculamos o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) e o 
Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) referentes aos proventos. 
Tabela 2.2 – Lançamentos de Janeiro 
 
Lançamentos – Janeiro 
 Admissão Salário Férias 1/3 s/férias FGTS/Férias INSS 
s/férias 
13º sal. FGTSs/13º INSSs/13º 
José da Silva 5/ago 890,00 74,17 24,72 8,41 27,49 74,17 6,30 20,62 
João da Silva 9/set 1.200,00 100,00 33,33 11,33 37,07 100,00 8,50 27,80 
Maria da Silva 1/dez 500,00 41,67 13,89 4,72 15,44 41,67 3,54 11,58 
Total 31/jan 2.590,00 215,83 71,94 24,46 80,00 215,83 18,35 60,00 
 
Fonte: PEREIRA (2007). Adaptado. 
 
 
Tabela 2.3 – Posição das Provisões de JaneiroPosição das Provisões – Janeiro 
 Admissão Salário Férias Férias 1/3 s/ férias FGTS/ 
Férias 
INSS s/ férias 13º sal. 13º sal. FGTSs/13º INSSs/13º 
José da Silva 5/ago 890,00 5/12 370,83 123,61 42,03 137,46 1/12 74,17 6,30 20,62 
João da Silva 9/set 1.200,00 4/12 400,00 133,33 45,33 148,27 1/12 100,00 8,50 27,80 
Maria da Silva 1/dez 500,00 1/12 41,67 13,89 4,72 15,44 1/12 41,67 3,54 11,58 
Totais 2.590,00 812,50 270,83 92,08 301,17 215,83 18,35 60,00 
 
Fonte: PEREIRA (2007). Adaptado. 
 
 
Na primeira parte da planilha, temos o título “Lançamentos – Janeiro” e os dados ali 
colocados servem para a contabilidade, ou seja, os saldos totais são os valores a serem 
usados nos lançamentos contábeis. 
, 
37 
 
 
 
 
Na primeira coluna, temos os nomes dos funcionários; na outra, a data de admissão e 
o valor dos salários. Depois disso, temos o valor a ser lançado na contabilidade do mês 
de janeiro referente ao valor de 1/12 de férias. A fórmula de cálculo usada foi a 
seguinte: salário/12, que representa o valor das férias em janeiro; depois, pegamos 
esse valor e dividimos por 3: =D3/3; esta foi a fórmula usada na coluna E, na linha 3. 
Depois disso, calculamos o valor do FGTS sobre esses dois valores; a fórmula usada na 
coluna F foi a seguinte: =(D3+E3)*8,5%. Somamos o valor das férias e 1/3 sobre férias 
e calculamos o valor do FGTS sobre os proventos; depois, calculamos 1/12 do 13º 
Salário, utilizamos a mesma fórmula para calcular o valor das férias e repetimos os 
comandos para os cálculos dos encargos. 
Atenção: As fórmulas só devem ser feitas na primeira linha da planilha; para as outras 
linhas, utilizamos o comando de copiar e colar. Depois de calculados os dados dos 
funcionários, somamos as colunas, para termos os totais de cada item. 
Os lançamentos contábeis são: 
 
• Férias 
 
D – Férias (Grupo de Contas de Despesas); 
C – Provisão de Férias (Passivo Circulante); 
H – Valor Provisão de Férias mês 01.XX Valor – R$ 215,83. 
 
 
 
• 1/3 Férias 
 
D – Férias (Grupos de Contas de Despesas); 
C – Provisão de Férias (Passivo Circulante); 
H – Valor Provisão 1/3 sem Férias mês 01.XX Valor – R$ 71,94. 
, 
38 
 
 
 
 
• FGTS sem Férias 
 
D – FGTS (Grupo de Contas de Despesas) 
C – Provisão FGTS (Passivo Circulante); 
H – Valor Provisão FGTS sem Férias mês 01.XX; 
Valor – R$ 24,46. 
 
 
• INSS sem Férias 
 
D – INSS (Grupo de Contas de Despesas); 
C – Provisão INSS (Passivo Circulante); 
H – Valor Provisão INSS sem Férias mês 01.XX; 
Valor – R$ 80,00. 
 
 
• 13º Salário 
 
D – 13º Salário (Grupo de Contas de Despesas); 
C – Provisão 13º Salário (Passivo Circulante); 
H – Valor Provisão 13º Salário mês 01.XX; 
Valor – R$ 215,83. 
 
 
• FGTS sem 13º Salário 
 
D – FGTS (Grupo de Contas de Despesas); 
C – Provisão FGTS (Passivo Circulante); 
, 
39 
 
 
 
 
H – Valor Provisão FGTS sem 13º Salário mês 01.XX; 
Valor – R$ 18,35. 
 
 
• INSS sem 13º Salário 
 
D – INSS (Grupo de Contas de Despesas); 
C – Provisão INSS (Passivo Circulante) 
H – Valor Provisão INSS sem 13º Salário mês 01.XX; 
Valor – R$ 60,00 
 
 
Quando efetuados os pagamentos das férias ou do 13º salário, os valores devem ser 
baixados das contas do Passivo Circulante, pois as despesas já foram contabilizadas na 
época em que ocorreram. Isso também serve para os impostos/encargos referentes 
aos proventos. 
 
 
 
2.3 Cálculos – Estoque – Método = Média Ponderada (PEREIRA, 2007) 
 
Para ter o controle dos estoques e saber o montante final em quantidade e valor, 
temos que ter fichas de controle de estoque, nas quais devemos indicar todas as 
entradas e saídas em quantidade e valor. 
Além dessas informações, na ficha, teremos ainda que informar o Custo das 
Mercadorias Vendidas (CMV). A forma de apuração do CMV é por meio da seguinte 
fórmula: CMV = EI + C – EF, em que CMV é o Custo das Mercadorias Vendidas, EI é o 
estoque inicial, C é a compra de novas mercadorias e EF é o estoque final. Se houver 
devolução, a fórmula fica CMV = EI + (C – Compras canceladas) – EF. 
, 
40 
 
 
 
 
Para o exemplo, utilizaremos a seguinte condição: 
 
Compra de Mercadorias: 
 
05/01 – 100 unidades a R$ 150,00 
06/01 – 100 unidades a R$ 150,00 
09/01 – 150 unidades a R$ 180,00 
15/01 – 180 unidades a R$ 200,00 
20/01 – 160 unidades a R$ 190,00 
25/01 – 170 unidades a R$ 210,00 
Venda de Mercadorias: 
08/01 – 75 unidades 
12/01 – 135 unidades 
18/01 – 127 unidades 
22/01 – 138 unidades 
31/01 – 160 unidades 
Neste momento, já podemos montar a planilha no Excel para calcular o estoque 
referente ao mês de janeiro/XX. Consideraremos, na planilha, um estoque inicial de 75 
unidades, ao valor de R$ 100,00, e uma margem de lucro de 30% sobre a venda, 
portanto, nossa venda terá o valor de R$ 206.830,00. 
, 
41 
 
 
 
 
 
 
Tabela 2.4 – Controle de Estoque 
 
 
Fonte: O autor. 
 
 
 
Temos, nesta planilha, o cálculo efetuado pelas médias das compras de mercadorias. 
Observe, na coluna de saldo, que, antes de baixar a venda, calculamos quanto vale 
cada item do estoque pelo valor médio. 
O resultado por esse método seria: 
 
Tabela 2.5 – Resultado 
 
Fonte: O autor. 
 
 
 
 
2.4 Escrituração Contábil 
 
Fabretti (2009) afirma que, para produzir uma boa escrituração contábil, são 
indispensáveis instrumentos e métodos adequados. O autor traz ensinamentos a 
respeito da escrituração contábil, conforme segue. 
, 
42 
 
 
Atenção 
 
A não apresentação dos arquivos escriturados 
é sujeita à multa de R$ 5.000,00 por mês ou 
fração! 
 
 
Livros de Escrituração 
 
A legislação comercial e fiscal exige a escrituração dos atos e fatos administrativos da 
empresa em livros próprios. 
O Departamento Nacional de Registro Empresarial e Integração (DREI), que substituiu 
o DNRC – Departamento Nacional de Registro do Comércio, por meio da Instrução 
Normativa nº 81 de 10 de junho de 2020, que dispõe sobre as normas e diretrizes 
gerais do Registro Público de Empresas, bem como regulamenta as disposições do 
Decreto nº 1.800, de 30 de janeiro de 1996, dando continuidade ao processo de 
simplificação e modernização da escrita fiscal, veio permitir a validade de 
arquivamento de documentos e livros na forma eletrônica, desde que assinados com 
certificado da Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira (ICP – Brasil), atendendo, 
assim, ao projeto maior do Sistema Público de Escrituração Digital (SPED), incluindo 
nesse processo o livro Diário e o Razão. 
A Instrução Normativa RFB nº 787/07 estabelece, também, a obrigatoriedade da 
Escrituração Contábil Digital (ECD), para fins fiscais e previdenciários, para as empresas 
que apuram seus impostos pelo lucro real, a partir de 2009. Para os demais regimes, o 
procedimento é facultativo. 
 
 
 
Diário 
 
É o livro mais antigo, exigido como obrigatório pelo Código Comercial (Lei nº 556, de 
25 de junho de 1850), em seus artigos 11 e 12. Embora a linguagem empregada seja a 
de 1850, não é difícil entender suas determinações, razão pela qual essa redação 
nunca foi alterada. 
, 
43 
 
 
 
 
Atenção, caro(a) aluno(a), para entender que, em decorrência do Código Comercial, 
escrituração mercantil e escrituração comercial são sinônimos de escrituração 
contábil. São empregadas, nesse mesmo sentido, também na legislação tributária. 
O novo Código Civil, instituído pela Lei nº 10.406, publicada no Diário Oficial da União 
de 11 de janeiro de 2002, revoga a Parte Primeira do Código Comercial, em que se 
encontravam as supracitadas normas sobre a escrituração e o livro Diário (artigo 
2.045). Esse Código introduziu, no Livro II – Do Direito de Empresa –, as normas sobre 
o empresário, as sociedades, o estabelecimento, o nome empresarial, os prepostos 
(entre eles, o contabilista) e a escrituração. 
O empresário e a sociedade empresária são obrigados a seguir um sistema de 
contabilidade, mecanizado ou não, com base na escrituração uniforme deseus livros, 
em correspondência com a documentação respectiva, e a levantar anualmente o 
balanço patrimonial e o de resultado econômico. 
§ 1º Salvo o disposto no art. 1.180, o número e a espécie de livros ficam a 
critério dos interessados. 
 
§ 2º É dispensado da exigência deste artigo o pequeno empresário a que se 
refere o art. 970. 
 
Art. 1.180. Além dos demais livros exigidos por lei, é indispensável o Diário, 
que pode ser substituído por fichas no caso de escrituração mecanizada ou 
eletrônica. 
 
Parágrafo único. A adoção de fichas não dispensa o uso de livro apropriado 
para o lançamento do balanço patrimonial e do resultado econômico. 
 
Art. 1.183. A escrituração será feita em idioma e moeda corrente nacionais e 
em forma contábil, por ordem cronológica de dia, mês e ano, sem intervalos 
em branco, nem entrelinhas, borrões, rasuras emendas ou transportes para 
as margens. 
 
Parágrafo único. É permitido o uso de código de números ou de 
abreviaturas, que constem de livro próprio, regularmente autenticado. 
 
Art. 1.184. No Diário serão lançadas, com individuação, clareza e 
caracterização do documento respectivo, dia a dia, por escrita direta ou 
reprodução, todas as operações relativas ao exercício da empresa. 
 
§ 1º Admite-se a escrituração resumida do Diário, com totais que não 
excedam o período de trinta dias, relativamente a contas cujas operações 
sejam numerosas ou realizadas fora da sede do estabelecimento, desde que 
utilizados livros auxiliares regularmente autenticados, para registro 
individualizado, e conservados os documentos que permitam a sua per- feita 
verificação. 
, 
44 
 
 
 
 
§ 2º Serão lançados no Diário o balanço patrimonial e o de resultado 
econômico, devendo ambos ser assinados por técnico em Ciências 
Contábeis legalmente habilitado e pelo empresário ou sociedade 
empresária. (BRASIL, 2002, s. p.). 
 
 
 
Razão 
 
Tornou-se obrigatório pela legislação do Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ), a 
partir do ano calendário de 1992, por determinação das Leis nº 8.218/91, artigo 14, e 
nº 8.383/91, artigo 62, consolidada no artigo 274 do Regulamento do Imposto de 
Renda (RIR). Antes, era facultativo. 
Na realidade, para o gerenciamento da contabilidade, ele é o livro principal, porque 
permite a visualização imediata da posição de cada elemento do patrimônio e de suas 
mutações. 
É um livro de ordem sistemática, classificada por contas e subcontas, com os 
respectivos débitos e créditos escriturados em ordem cronológica. Assim, ele tem 
como função principal demonstrar a situação de cada subconta e, secundariamente, os 
respectivos lançamentos em ordem cronológica. 
Exemplo: 
 
Conta – Despesas de Vendas 1º grau 
Subcontas 2º grau Comissões Propaganda 
Fretes e Carretos 
Seu nome – Razão (do italiano ragione) – deriva de sua ordem lógica e sistemática, 
que permite raciocinar (ragionare) sobre o estado de contas da entidade. Na Itália, 
berço da Contabilidade (Luca Pacioli, 1447-1517, considerado o pai da Contabilidade), 
o contador é denominado ragionieri (aquele que organiza a razão). 
, 
45 
 
 
 
 
 
 
 
 
Caixa 
 
É um livro facultativo, no qual é registrado o movimento financeiro da empresa. Se 
autenticado da maneira que explicaremos a seguir, passa a ter valor de livro auxiliar e 
é possível lançar no livro Diário os totais mensais do Caixa, conforme disposto no 
artigo 258, § 5º, do RIR. 
No entanto, ele tornou-se obrigatório para a pessoa jurídica que optar pelo lucro 
presumido, a partir de 1º de janeiro de 1995, como dispõe o artigo 45, parágrafo 
único, da Lei nº 8.981/95, bem como para as micro e pequenas empresas que se 
enquadrarem no Simples (Lei nº 9.317/96, art. 7º, § 1º, letra “a”). 
A legislação do Imposto de Renda exige, tanto para o lucro presumido quanto para o 
Simples, a escrituração de todos os movimentos financeiros, inclusive o bancário. 
Escriturar o livro Caixa com todos os movimentos financeiros, inclusive o movimento 
bancário, é preparar 90% da contabilidade. Os lançamentos que faltam para a 
contabilidade completa podem ser feitos por partidas mensais, desde que registrados 
como livros auxiliares alguns livros fiscais, como os do ICMS (o de entrada e o de 
saída), cujos totais podem ser lançados, indicando as folhas dos livros de origem. 
Outros Livros Auxiliares da Contabilidade 
 
Atualmente, nas empresas de maior porte, trabalha-se com programas específicos de 
Contas a Receber e Contas a Pagar por computação eletrônica. Essa escrituração, 
depois de impressa, encadernada e registrada no Registro Civil de Pessoas Jurídicas, 
passa a ter valor de livro auxiliar. Seu movimento pode ser lançado por totais mensais 
Atenção 
 
Um Plano de Contas padronizado, para ser aplicável a todas as 
empresas, deve reunir e compatibilizar duas características: 
uniformidade e flexibilidade. 
, 
46 
 
 
 
 
no livro Diário, conforme disposto no artigo 258, § 1º, do RIR. O mesmo procedimento 
aplica-se aos programas de folha de pagamento, escrituração fiscal e estoques. 
Essas medidas visam a descentralizar o registro e o controle das operações contábeis 
em diferentes programas, operados por diferentes pessoas. No final de cada mês, são 
integrados à contabilidade os seus resultados totais, agilizando-a e evitando a 
repetição de registros e controles. Esse método dá mais certeza da exatidão de 
cálculos feitos por computação registrados no Diário e Razão ao mesmo tempo, o que 
evita a possibilidade de erros de transcrição. 
 
 
 
2.5 Sistema Público de Escrituração Digital (SPED) 
 
Instituído pelo Decreto nº 6.022/07, [o projeto SPED faz parte do 
Programa de Aceleração do Crescimento do Governo Federal (PAC 2007- 
2010) e] constitui-se em mais um avanço na informatização da relação 
entre o Fisco e os contribuintes. 
 
Consiste na modernização da sistemática atual do cumprimento das 
obrigações acessórias, transmitidas pelos contribuintes às administrações 
tributárias e aos órgãos fiscalizadores, utilizando-se da certificação digital 
para fins de assinatura dos documentos eletrônicos, garantindo assim a 
validade jurídica dos mesmos apenas na sua forma digital. (RECEITA 
FEDERAL, s.d., s.p.). 
 
 
O SPED é composto por grandes subprojetos: 
 
1. Escrituração Contábil Digital (ECD); 
 
2. Escrituração Fiscal Digital (EFD); 
 
3. Nota Fiscal Eletrônica (NF-e); 
 
4. Nota Fiscal de Serviços Eletrônica (NFS-e); 
 
5. Conhecimento de Transporte Eletrônico (CT-e); 
 
6. Livro de Apuração do Lucro Real Eletrônico (e-Lalur); 
 
7. Central de Balanços. 
, 
47 
 
 
 
 
Além disso, representa uma iniciativa integrada das administrações tributárias, nas 
três esferas governamentais (federal, estadual e municipal). 
Os livros e documentos inseridos no projeto SPED são emitidos em forma eletrônica, 
observado o disposto na Medida Provisória nº 2.200-2, de 24 de agosto de 2001, que 
instituiu a ICP-Brasil, transformou o Instituto Nacional de Tecnologia da Informação em 
autarquia e deu outras providências. 
O disposto nessa base legal não dispensa o empresário e a Sociedade Empresária de 
manterem sob sua guarda e responsabilidade os livros e documentos na forma e 
prazos previstos na legislação aplicável. 
Os arquivos gerados para envio ao ambiente SPED devem ser transmitidos via sistema 
próprio, disponibilizado pela Receita Federal no site da instituição (Disponível em: 
. Acesso em: 10 fev. 2021). O programa Receitanet SPED 
pode ser utilizado nos sistemas operacionais descritos no site, desde que obedecidas 
as seguintes instruções: 
A máquina virtual Java (JVM), versão 1.5.0 ou superior, deve estar instalada, pois o 
programa desenvolvido em Java não pode ser executado sem a JVM. Versões 
anteriores da JVM são incompatíveis com o programa; selecione o programa de acordo 
com o sistema operacional, faça o download e o instale. 
Os objetivos do SPED são: 
 
• Redução de

Mais conteúdos dessa disciplina