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Sistemas Operacionais de 
Obrigações Acessórias
Formas de Tributação - Pessoa 
Jurídica
Desenvolvimento do material
Nara Pires
1ª Edição
Copyright © 2022, Afya.
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mecânico, por fotocópia e outros, sem a prévia 
autorização, por escrito, da Afya.
Sumário
Formas de Tributação - Pessoa Jurídica
Para início de conversa... ................................................................................ 3
Objetivos .................................................................................................... 3
1. Simples Nacional / MEI .............................................................................. 4
2. Lucro Presumido ........................................................................................... 8
3. Lucro Real ....................................................................................................... 10
Referências ......................................................................................................... 12
Para início de conversa...
Esta unidade de aprendizagem destina-se a falar sobre os regimes 
tributários existentes no Brasil. Quando falamos de regime tributário, 
na realidade, estamos falando sobre o conjunto de leis que dá a 
regulamentação necessária à forma de tributação da pessoa jurídica, ou 
seja, no que diz respeito ao Imposto de Renda (IRPJ) e à Contribuição 
Social (CSLL). 
O sistema de recolhimento de impostos poderá ser imposto pela 
legislação ou escolhido pela empresa; isso dependerá do ramo de 
atividade, faturamento, dentre outros requisitos.
Veremos, aqui, a tributação com base no Simples Nacional a modalidade 
mais recente e que visa atender à micro e pequena empresa: o Lucro 
Presumido, que leva em consideração o faturamento das empresas, e 
o Lucro Real, que é o regime mais tradicional de tributação, em que é 
possível provar que a empresa não auferiu lucro e, com isso, suspender o 
recolhimento do IR e da CSLL.
Objetivos
 ▪ Identificar as atividades contábeis compreendendo a visão sistêmica 
e interdisciplinar.
 ▪ Reconhecer as terminologias identificando a linguagem das Ciências 
Contábeis.
 ▪ Interpretar aplicando a normatização inerente à contabilidade.
Sistemas Operacionais de Obrigações Acessórias 3
1. Simples Nacional / MEI
Os pequenos empresários sempre apresentaram dificuldades para se 
adequar a um mercado cada vez mais competitivo – daí a importância 
de um regime que simplificasse a burocracia e ainda diminuísse a carga 
tributária. Então, a constituição de 1988 abriu um precedente para que 
se construísse uma legislação específica (lei geral) que atendesse a essa 
necessidade. O Simples iniciou-se atuando apenas nos recolhimentos 
Federais. O antigo Simples Federal, com o passar do tempo, foi 
substituído pela formatação que conhecemos hoje: o Simples Nacional 
(supersimples), que, agora, abarca os impostos e contribuições federais, 
estaduais e municipais.
O Simples Nacional foi instituído pela lei complementar 123/2006 
e unifica o IRPJ, IPI, CSLL, Cofins, PIS e a contribuição patronal 
previdenciária, e mais o ICMS, que é de competência estadual, e o ISS, de 
competência Municipal.
Essa atuação do governo visa construir um regime que impulsione as 
microempresas e empresas de pequeno porte. Para aderir ao Simples 
Nacional, as empresas precisam se enquadrar nas normas estabelecidas 
pela legislação.
Para ser considerada uma Microempresa ou Empresa de Pequeno Porte 
com base no faturamento, é necessário que a microempresa fature 
até 360.000 ao ano e as Empresas de Pequeno Porte, entre 360.000 e 
4.800.000 ao ano ou proporção anual. 
Outro ponto relevante é verificar se há algum impedimento para adesão 
da empresa, já que não são todas as empresas ou atividades que podem 
optar pelo enquadramento no Simples Nacional.
Então, quem não pode aderir? A Receita Federal, com base no art. 3º, II, 
§§ 2º e 4º, e art. 17 da Lei Complementar nº 123, de 2006, nos informa os 
impedidos de adesão:
1. Que não tenha natureza jurídica de sociedade empresária, sociedade 
simples, empresa individual de responsabilidade limitada ou 
empresário individual.
2. Que tenha auferido, no ano-calendário imediatamente anterior 
ou no ano calendário em curso, receita bruta no mercado interno 
superior a R$ 4.800.000,00 ou ao limite adicional de igual valor para 
exportação de mercadorias e serviços.
Sistemas Operacionais de Obrigações Acessórias 4
3. Que tenha auferido, no ano-calendário de início de atividade, receita 
bruta no mercado interno superior ao limite proporcional de R$ 
400.000,00 multiplicados pelo número de meses em funcionamento 
no período, inclusive as frações de meses, ou ao limite adicional de 
igual valor para exportação de mercadorias e serviços.
4. De cujo capital participe outra pessoa jurídica.
5. Que seja filial, sucursal, agência ou representação, no País, de pessoa 
jurídica com sede no exterior.
6. De cujo capital participe pessoa física que seja inscrita como 
empresário ou seja sócia de outra empresa que receba tratamento 
jurídico diferenciado nos termos da Lei Complementar nº 123, de 
2006, desde que a receita bruta global ultrapasse o limite de R$ 
4.800.000,00. 
7. Cujo titular ou sócio participe com mais de 10% do capital de 
outra empresa não beneficiada pela Lei Complementar nº 123, de 
2006, desde que a receita bruta global ultrapasse o limite de R$ 
4.800.000,00. 
8. Cujo sócio ou titular seja administrador ou equiparado de outra 
pessoa jurídica com fins lucrativos, desde que a receita bruta global 
ultrapasse o limite de R$ 4.800.000,00.
9. Constituída sob a forma de cooperativas, salvo as de consumo.
10. Que participe do capital de outra pessoa jurídica.
11. Que exerça atividade de banco comercial, de investimentos e de 
desenvolvimento, de caixa econômica, de sociedade de crédito, 
financiamento e investimento ou de crédito imobiliário, de corretora 
ou de distribuidora de títulos, valores mobiliários e câmbio, de 
empresa de arrendamento mercantil, de seguros privados e de 
capitalização ou de previdência complementar.
12. Resultante ou remanescente de cisão ou qualquer outra forma de 
desmembramento de pessoa jurídica que tenha ocorrido em um dos 
5 anos-calendário anteriores.
13. Constituída sob a forma de sociedade por ações.
14. Cujos titulares ou sócios guardem, cumulativamente, com o contratante 
do serviço, relação de pessoalidade, subordinação e habitualidade.
15. Que explore atividade de prestação cumulativa e contínua de 
serviços de assessoria creditícia, gestão de crédito, seleção e riscos, 
administração de contas a pagar e a receber, gerenciamento de ativos 
(asset management), compras de direitos creditórios resultantes de 
vendas mercantis a prazo ou de prestação de serviços (factoring).
16. Que tenha sócio domiciliado no exterior.
17. De cujo capital participe entidade da administração pública, direta 
ou indireta, federal, estadual ou municipal.
18. Que possua débito com o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), 
ou com as Fazendas Públicas Federal, Estadual ou Municipal, cuja 
exigibilidade não esteja suspensa.
Sistemas Operacionais de Obrigações Acessórias 5
19. Que preste serviço de transporte intermunicipal e interestadual de 
passageiros, exceto quando na modalidade fluvial ou quando possuir 
características de transporte urbano ou metropolitano ou realizar-se 
sob fretamento contínuo em área metropolitana para o transporte 
de estudantes ou trabalhadores. 
20. Que seja geradora, transmissora, distribuidora ou comercializadora 
de energia elétrica.
21. Que exerça atividade de importação ou fabricação de automóveis e 
motocicletas.
22. Que exerça atividade de importação de combustíveis.
23. Que exerça atividade de produção ou venda no atacado de: cigarros, 
cigarrilhas, charutos, filtros para cigarros, armas de fogo, munições 
e pólvoras, explosivos e detonantes, cervejas semálcool e bebidas 
alcoólicas (exceto, a partir de 2018, as produzidas ou vendidas 
no atacado por micro e pequenas cervejarias, micro e pequenas 
vinícolas, produtores de licores e micro e pequenas destilarias).
24. Que realize cessão ou locação de mão de obra.
25. Que se dedique ao loteamento e à incorporação de imóveis.
26. Que realize atividade de locação de imóveis próprios, exceto quando 
se referir à prestação de serviços tributados pelo ISS.
27. Sem inscrição ou com irregularidade em cadastro fiscal federal, 
municipal ou estadual, quando exigível.
É necessário, também, verificar se o CNAE (Cadastro Nacional de 
Atividade Empresarial) permite a adesão ao Simples, por meio do site 
http://cnae-simples.com.br/.
Após as verificações e não havendo impedimento, o contribuinte poderá 
requerer a adesão, que é facultativa e que se tornará irretratável durante 
todo o ano-calendário. 
Para operar com os serviços relacionados ao Simples na Receita federal, 
o contribuinte deverá dispor de uma senha de acesso, criada a partir 
do número do recibo da declaração do Imposto de Renda PF, ou de 
certificado digital adquirido nas empresas credenciadas.
Então, a opção pelo Simples Nacional poderá ser feita quando da 
abertura da empresa, ou no primeiro mês de cada ano para as empresas 
interessadas em alterar o seu enquadramento tributário.
E como deve ser feito o cálculo e o recolhimento dos impostos e 
contribuições simplificados pelo Simples Nacional?
Exemplo de cálculo 
O recolhimento unificado se dá por meio do DAS e, para calcular esse 
valor, o contribuinte deve seguir os seguintes passos:
1. Verificar o faturamento da empresa nos últimos 12 meses anteriores 
ao período da apuração.
2. Encontrar a alíquota efetiva.
Sistemas Operacionais de Obrigações Acessórias 6
3. Aplicar a alíquota efetiva pelo faturamento mensal da empresa.
Vejamos um exemplo de uma empresa que explora a atividade 
do comércio:
Receita Bruta em 12 Meses (em R$) Alíquota Valor a Deduzir (em 
R$)
1a Faixa Até 180.000,00 4,00% -
2a Faixa De 180.000,01 a 
360.000,00 7,30% 5.940,00
3a Faixa De 360.000,01 a 
720.000,00 9,50% 13.860,00
4a Faixa De 720.000,01 a 
1.800.000,00 10,70% 22.500,00
5a Faixa De 1.800.000,01 a 
3.600.000,00 14,30% 87.300,00
6a Faixa De 3.600.000,01 a 
4.800.000,00 19,00% 378.000,00
Tabela 1: Anexo I da LC 155/16, que alterou a LC 123/06. Fonte: Brasil (2016).
A WYXY é uma empresa com atividade de comércio, cujo faturamento 
nos últimos 12 meses foi de R$ 1.350.457,30, o que o deixará na quarta 
faixa; no mês de cálculo, o faturamento mensal foi de R$ 180.145,37.
Ao cálculo:
1.350.457,30 x 10,27% - 22.500,00 = 121.998,93
121.998,93/1.350.457,30 = 9,0339% (alíquota efetiva a ser aplicada)
180.145,37x 9,0339%= 16.274,14
O valor a ser recolhido no DAS é R$ 16.274,14. 
Essa forma de cálculo passou a vigorar a partir de janeiro de 2019.
A tabela utilizada corresponde à atividade do comércio. Para as demais 
atividades, indústria e comércio, por exemplo, as tabelas são diferentes. 
Obrigações Acessórias
A ME e a EPP optantes pelo Simples Nacional deverão apresentar, 
anualmente, a declaração única e simplificada das informações 
socioeconômicas e fiscais, a ser entregue à Receita Federal, pela internet, 
até o último dia útil do mês de março do ano subsequente ao de 
ocorrência dos fatos geradores dos impostos e contribuições previstos 
no Simples Nacional. Tal exigência não desobriga o contribuinte 
optante pelo Simples a prestar informações relativas a terceiros. Outro 
ponto é que deverão ser observadas outras obrigações pertinentes e 
de competência das Estados e Municípios conforme o caso, além de 
observar o tratamento que deverá ser atribuído aos demais tributos não 
abrangidos pelo simples Nacional e que deverão seguir a legislação 
dos respectivos entes federativos, tanto no recolhimento quanto na 
prestação de informações.
Sistemas Operacionais de Obrigações Acessórias 7
Vamos falar, agora, sobre o Microempreendedor Individual, o MEI, ao qual 
é considerado Simples Nacional, já que corresponde à mesma lei geral. O 
microempreendedor individual, uma vez criado, estará automaticamente 
participando do Simples Nacional. 
A criação de um MEI é bastante simples e rápida. Para abertura, devem ser 
seguidos os passos previstos no site http://www.portaldoempreendedor.
gov.br/.
Após a formalização, o sistema disponibiliza CNPJ e alvará 
automaticamente. A prefeitura do Rio de Janeiro disponibiliza uma senha 
web para emissão da Nota Fiscal eletrônica, mediante atendimento 
presencial. 
Agora, falaremos das empresas que já não se enquadram na condição do 
Simples Nacional e que são obrigadas a aderir ao Lucro Presumido ou 
Lucro Real.
2. Lucro Presumido
O lucro presumido é o nome dado a um dos regimes de apuração do 
Imposto de Renda das empresas. Recebe esse nome em função do cálculo 
ser feito a partir de um lucro aproximado e que não necessariamente 
corresponde ao lucro efetivo da empresa. A base de cálculo encontrada 
no lucro presumido servirá de base para o cálculo do IRPJ e da CSLL.
O cálculo do imposto nessa modalidade é bastante simples e serão 
utilizados percentuais pré-fixados, definidos em lei, e de acordo com o 
ramo de atividade da empresa. O percentual pré-fixado será aplicado 
sobre a Receita Bruta referente à operação das empresas. 
Entende-se por receita bruta a receita correspondente ao valor recebido 
da venda dos serviços ou produtos da empresa.
O valor do imposto é variável e de acordo com o ramo de atividade de 
cada empresa. O requisito principal para que uma empresa se inclua 
nessa categoria de tributação é o valor do faturamento anual, o qual não 
poderá ser superior a 78 milhões por ano. A opção por esse regime de 
tributação deverá ocorrer no momento de constituição da empresa. Caso 
não tenha sido essa a opção inicial, a empresa poderá realizar a alteração 
no início do ano fiscal subsequente; para tanto, será necessário recolher 
o imposto pelo DARF com código correspondente ou pela entrega da 
primeira declaração exigida pela Receita Federal; dos dois o que vier 
primeiro. 
Sistemas Operacionais de Obrigações Acessórias 8
Pelo lucro presumido, são pagos o IRPJ e a CSLL. Os impostos serão 
apurados trimestralmente. Via de regra, devem ser pagos em uma única 
parcela e até o último dia útil do mês posterior ao período apurado. As 
datas para a apuração são: 31/03, 30/06, 30/09 e 31/12.
O cálculo leva em consideração a presunção do lucro sobre a receita 
bruta, conforme previsto na Tabela 2:
ESPÉCIES DE ATIVIDADES
Percentuais 
sobre a 
receita
Revenda a varejo de combustíveis e gás natural 1,6%
 ▪ Venda de mercadorias ou produtos
 ▪ Transporte de cargas
 ▪ Atividades imobiliárias (compra, venda, loteamento, 
incorporação e construção de imóveis)
 ▪ Serviços hospitalares
 ▪ Atividade rural
 ▪ Industrialização com materiais fornecidos pelo encomendante
 ▪ Outras atividades não especificadas (exceto prestação de 
serviços)
8 %
 ▪ ·Serviços de transporte (exceto o de cargas)
 ▪ Serviços gerais com receita bruta até R$ 120.000/ano 
16%
 ▪ ·Serviços profissionais (Sociedades Simples - SS, médicos, 
dentistas, advogados, contadores, auditores, engenheiros, 
consultores, economistas etc.)
 ▪ ·Intermediação de negócios
 ▪ ·Administração, locação ou cessão de bens móveis/imóveis ou 
direitos
 ▪ ·Serviços de construção civil, quando a prestadora não 
empregar materiais de sua propriedade nem se responsabilizar 
pela execução da obra (ADN Cosit 6/97).
 ▪ Serviços em geral, para os quais não haja previsão de 
percentual específico
32%
Tabela 2: Presunção do lucro sobre a receita bruta. Fonte: Portal Tributário.
Para a CSLL, teremos as alíquotas de 32% para as empresas que fazem 
negócios ou serviços de administração, locação de móveis, cessão de 
direitos ou prestação de serviços, e de 12% para todas as empresas que 
não se encaixam na categoria anterior.
Após aplicar o percentual de presunção do lucro sobre o faturamento 
bruto, aplicaremosas alíquotas do IRPJ que é de 15% e da CSLL de 9%.
Para o cálculo dos impostos em questão, é necessário aguardar o 
faturamento do trimestre. Sendo assim, suponha que o faturamento 
mensal nos meses de janeiro, fevereiro e março seja de 15 mil por mês e 
que corresponda a um serviço de Engenharia, ao qual prevê a presunção 
de 32% de lucro tanto para o IRPJ quanto para Serviços Prestados.
Sistemas Operacionais de Obrigações Acessórias 9
Memória de Cálculo:
45.000 x 32% = 14.400 (Lucro presumido)
14.400 x 15% = 2.160 (IRPJ)
14.400 x 9% = 1.296 (CSLL)
A cada vez que a base de cálculo do imposto for superior a 20.000 no 
mês, incidirá sobre este o adicional de 10%, a título do Imposto de Renda.
Assim, ainda que o lucro efetivo do semestre seja superior a 14.400,00, 
o imposto será calculado sobre esse valor e pelo semestre. Aí é que 
entra o trabalho mais importante do contador: avaliar se essa forma de 
tributação é a mais adequada para a empresa e se há possibilidade de 
trabalhar com outra modalidade, caso não seja.
Via de regra, ao ser tributado pelo Lucro Presumido, os recolhimentos 
mensais para as contribuições do PIS e do COFINS, serão realizados 
mediante o regime cumulativo, ou seja, não há crédito sobre os insumos 
e as alíquotas do PIS 0,65% e do COFINS 3%. 
E quanto ao Lucro Real? Qual a diferença entre Lucro Real e Lucro 
Presumido? Vamos descobrir a seguir.
3. Lucro Real
O lucro real é mais uma forma de tributação para o pagamento do 
Imposto de Renda e da Contribuição Social. Essa é uma forma tradicional 
de tributação, já que, para calcular, faz-se necessária a apuração do Lucro 
Líquido da empresa. A grosso modo, a apuração do Lucro Líquido se dá 
mediante a apuração das contas de Resultado Receita (–) Custos (–) 
Despesas, e essa apuração se dá mediante os registros realizados pela 
contabilidade. Veja que a escrita contábil é de suma importância para a 
comprovação e apuração do IRPJ e da CSLL.
A base de cálculo do imposto é composta por todos os ganhos e 
rendimentos de capital, independentemente da sua natureza; basta que 
decorra de um ato ou negócio que, pela sua finalidade, tenha os mesmos 
efeitos do previsto na norma específica de incidência do imposto.
O imposto poderá ser recolhido mediante a apuração trimestral ou 
anual, mediante antecipações mensais por estimativa ou por balanço de 
suspensão ou redução, em que a empresa levanta balancetes mensais 
acumulados para realizar o recolhimento com base em antecipações 
mensais.
Estará sujeita à incidência do adicional de 10%, o lucro apurado mensal 
que exceder a 20.000,00, o que anualmente corresponder 240.000,00.
Sistemas Operacionais de Obrigações Acessórias 10
A partir de 01.01.2014, estarão obrigadas à opção pelo Lucro Real as 
seguintes pessoas jurídicas:
I. Cuja receita total, no ano-calendário anterior, seja superior ao 
limite de R$ 78.000.000,00 (setenta e oito milhões de reais) ou a 
R$ 6.500.000,00 (seis milhões e quinhentos mil reais) multiplicado 
pelo número de meses de atividade do ano-calendário anterior, 
quando inferior a 12 (doze) meses (limite estabelecido pela Lei 
12.814/2013).
II. Cujas atividades sejam de bancos comerciais, bancos de 
investimentos, bancos de desenvolvimento, caixas econômicas, 
sociedades de crédito, financiamento e investimento, sociedades 
de crédito imobiliário, sociedades corretoras de títulos, valores 
mobiliários e câmbio, distribuidora de títulos e valores mobiliários, 
empresas de arrendamento mercantil, cooperativas de crédito, 
empresas de seguros privados e de capitalização e entidades de 
previdência privada aberta.
III. Que tiverem lucros, rendimentos ou ganhos de capital oriundos do 
exterior.
IV. Que, autorizadas pela legislação tributária, usufruam de benefícios 
fiscais relativos à isenção ou redução do imposto.
V. Que, no decorrer do ano-calendário, tenham efetuado pagamento 
mensal pelo regime de estimativa, na forma do art. 2 da Lei 
9.430/1996.
VI. Que explorem as atividades de prestação cumulativa e contínua de 
serviços de assessoria creditícia, mercadológica, gestão de crédito, 
seleção e riscos, administração de contas a pagar e a receber, 
compras de direitos creditórios resultantes de vendas mercantis a 
prazo ou de prestação de serviços (factoring).
VII. Que explorem as atividades de securitização de créditos imobiliários, 
financeiros e do agronegócio.
Também estão obrigadas ao Lucro Real as empresas imobiliárias, 
enquanto não concluídas as operações imobiliárias para as quais haja 
registro de custo orçado (IN SRF 25/1999). O custo orçado é a modalidade 
de tratamento contábil dos custos futuros de conclusão de obras.
As Sociedades de Propósito Específico (SPE) deverão apurar o Imposto de 
Renda das Pessoas Jurídicas com base no lucro real, conforme estipulado 
no art. 56, § 2, IV da Lei Complementar 123/2006.
As SPES são as sociedades de propósito específico e cuja atividade possui 
data determinada para ser encerrada. São comuns nos empreendimentos 
imobiliários, por exemplo.
Via de regra, ao ser tributado pelo Lucro Presumido, os recolhimentos 
mensais para as contribuições do PIS e do COFINS, serão realizados 
mediante o regime não cumulativo, em que há direito ao crédito na entrada 
de insumos e sob as alíquotas do PIS a 1,65% e do COFINS 7,6%. 
Sistemas Operacionais de Obrigações Acessórias 11
Durante esta unidade de aprendizagem, estudamos os regimes tributários 
existentes no Brasil. Vimos que regime tributário é o conjunto de leis 
que dá a regulamentação necessária à forma de tributação da pessoa 
jurídica no que diz respeito ao Imposto de Renda (IRPJ) e à Contribuição 
Social (CSLL). 
O sistema de recolhimento de impostos poderá ser imposto pela 
legislação ou escolhido pela empresa; isso dependerá do ramo de 
atividade, faturamento, dentre outros requisitos previstos pela legislação 
e apresentados nesta unidade de aprendizagem.
Vimos, aqui, a tributação com base no Simples Nacional é uma 
modalidade mais recente e visa atender à micro e pequena empresa. 
Vimos que o Lucro Presumido leva em consideração o faturamento das 
empresas e que o Lucro Real é o regime mais tradicional de tributação, 
em que é possível provar que a empresa não auferiu lucro e, com isso, 
suspender o recolhimento do IR e da CSLL, quando este for o caso.
Referências 
BRASIL. Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006. Institui 
o Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte; 
altera dispositivos das Leis nº 8.212 e 8.213, ambas de 24 de julho de 
1991, da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto-
Lei nº 5.452, de 1o de maio de 1943, da Lei nº 10.189, de 14 de fevereiro 
de 2001, da Lei Complementar nº 63, de 11 de janeiro de 1990; e revoga 
as Leis nº 9.317, de 5 de dezembro de 1996, e 9.841, de 5 de outubro de 
1999. Disponível em: . Acesso em: 15 abr. 2019.
______. Lei Complementar nº 155, de 14 de outubro de 2016. Altera a Lei 
Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006, para reorganizar e 
simplificar a metodologia de apuração do imposto devido por optantes 
pelo Simples Nacional; altera as Leis nº 9.613, de 3 de março de 1998, 
12.512, de 14 de outubro de 2011, e 7.998, de 11 de janeiro de 1990; e 
revoga dispositivo da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991. Disponível 
em: . Acesso em: 15 
abr. 2019.
______. Lei nº 9.249, de 26 de dezembro de 1995. Altera a legislação do 
imposto de renda das pessoas jurídicas, bem como da contribuição social 
sobre o lucro líquido, e dá outras providências. Disponível em: . Acesso em: 15 abr. 2019.
Sistemas Operacionais de Obrigações Acessórias 12
______. Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996. Dispõe sobre a 
legislação tributária federal, as contribuições para a seguridade social, o 
processo administrativo de consulta e dá outras providências. Disponível 
em:. Acesso em: 
15 abr. 2019.
GUIA TRIBUTÁRIO. Lucro Real/2014 - Obrigatoriedade. Disponível 
em: . Acesso em: 15 abr. 2019.
PORTAL TRIBUTÁRIO. Lucro Presumido. . Acesso em: 15 abr. 2019.
RECEITA FEDERAL. Simples Nacional. Disponível em: . 
Acesso em: 15 abr. 2019.
______. Novo modelo do Documento de Arrecadação do Simples 
Nacional (DAS). Disponível em: . Acesso em: 15 abr. 2019.
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