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Sistemas Operacionais de Obrigações Acessórias Formas de Tributação - Pessoa Jurídica Desenvolvimento do material Nara Pires 1ª Edição Copyright © 2022, Afya. Nenhuma parte deste material poderá ser reproduzida, transmitida e gravada, por qualquer meio eletrônico, mecânico, por fotocópia e outros, sem a prévia autorização, por escrito, da Afya. Sumário Formas de Tributação - Pessoa Jurídica Para início de conversa... ................................................................................ 3 Objetivos .................................................................................................... 3 1. Simples Nacional / MEI .............................................................................. 4 2. Lucro Presumido ........................................................................................... 8 3. Lucro Real ....................................................................................................... 10 Referências ......................................................................................................... 12 Para início de conversa... Esta unidade de aprendizagem destina-se a falar sobre os regimes tributários existentes no Brasil. Quando falamos de regime tributário, na realidade, estamos falando sobre o conjunto de leis que dá a regulamentação necessária à forma de tributação da pessoa jurídica, ou seja, no que diz respeito ao Imposto de Renda (IRPJ) e à Contribuição Social (CSLL). O sistema de recolhimento de impostos poderá ser imposto pela legislação ou escolhido pela empresa; isso dependerá do ramo de atividade, faturamento, dentre outros requisitos. Veremos, aqui, a tributação com base no Simples Nacional a modalidade mais recente e que visa atender à micro e pequena empresa: o Lucro Presumido, que leva em consideração o faturamento das empresas, e o Lucro Real, que é o regime mais tradicional de tributação, em que é possível provar que a empresa não auferiu lucro e, com isso, suspender o recolhimento do IR e da CSLL. Objetivos ▪ Identificar as atividades contábeis compreendendo a visão sistêmica e interdisciplinar. ▪ Reconhecer as terminologias identificando a linguagem das Ciências Contábeis. ▪ Interpretar aplicando a normatização inerente à contabilidade. Sistemas Operacionais de Obrigações Acessórias 3 1. Simples Nacional / MEI Os pequenos empresários sempre apresentaram dificuldades para se adequar a um mercado cada vez mais competitivo – daí a importância de um regime que simplificasse a burocracia e ainda diminuísse a carga tributária. Então, a constituição de 1988 abriu um precedente para que se construísse uma legislação específica (lei geral) que atendesse a essa necessidade. O Simples iniciou-se atuando apenas nos recolhimentos Federais. O antigo Simples Federal, com o passar do tempo, foi substituído pela formatação que conhecemos hoje: o Simples Nacional (supersimples), que, agora, abarca os impostos e contribuições federais, estaduais e municipais. O Simples Nacional foi instituído pela lei complementar 123/2006 e unifica o IRPJ, IPI, CSLL, Cofins, PIS e a contribuição patronal previdenciária, e mais o ICMS, que é de competência estadual, e o ISS, de competência Municipal. Essa atuação do governo visa construir um regime que impulsione as microempresas e empresas de pequeno porte. Para aderir ao Simples Nacional, as empresas precisam se enquadrar nas normas estabelecidas pela legislação. Para ser considerada uma Microempresa ou Empresa de Pequeno Porte com base no faturamento, é necessário que a microempresa fature até 360.000 ao ano e as Empresas de Pequeno Porte, entre 360.000 e 4.800.000 ao ano ou proporção anual. Outro ponto relevante é verificar se há algum impedimento para adesão da empresa, já que não são todas as empresas ou atividades que podem optar pelo enquadramento no Simples Nacional. Então, quem não pode aderir? A Receita Federal, com base no art. 3º, II, §§ 2º e 4º, e art. 17 da Lei Complementar nº 123, de 2006, nos informa os impedidos de adesão: 1. Que não tenha natureza jurídica de sociedade empresária, sociedade simples, empresa individual de responsabilidade limitada ou empresário individual. 2. Que tenha auferido, no ano-calendário imediatamente anterior ou no ano calendário em curso, receita bruta no mercado interno superior a R$ 4.800.000,00 ou ao limite adicional de igual valor para exportação de mercadorias e serviços. Sistemas Operacionais de Obrigações Acessórias 4 3. Que tenha auferido, no ano-calendário de início de atividade, receita bruta no mercado interno superior ao limite proporcional de R$ 400.000,00 multiplicados pelo número de meses em funcionamento no período, inclusive as frações de meses, ou ao limite adicional de igual valor para exportação de mercadorias e serviços. 4. De cujo capital participe outra pessoa jurídica. 5. Que seja filial, sucursal, agência ou representação, no País, de pessoa jurídica com sede no exterior. 6. De cujo capital participe pessoa física que seja inscrita como empresário ou seja sócia de outra empresa que receba tratamento jurídico diferenciado nos termos da Lei Complementar nº 123, de 2006, desde que a receita bruta global ultrapasse o limite de R$ 4.800.000,00. 7. Cujo titular ou sócio participe com mais de 10% do capital de outra empresa não beneficiada pela Lei Complementar nº 123, de 2006, desde que a receita bruta global ultrapasse o limite de R$ 4.800.000,00. 8. Cujo sócio ou titular seja administrador ou equiparado de outra pessoa jurídica com fins lucrativos, desde que a receita bruta global ultrapasse o limite de R$ 4.800.000,00. 9. Constituída sob a forma de cooperativas, salvo as de consumo. 10. Que participe do capital de outra pessoa jurídica. 11. Que exerça atividade de banco comercial, de investimentos e de desenvolvimento, de caixa econômica, de sociedade de crédito, financiamento e investimento ou de crédito imobiliário, de corretora ou de distribuidora de títulos, valores mobiliários e câmbio, de empresa de arrendamento mercantil, de seguros privados e de capitalização ou de previdência complementar. 12. Resultante ou remanescente de cisão ou qualquer outra forma de desmembramento de pessoa jurídica que tenha ocorrido em um dos 5 anos-calendário anteriores. 13. Constituída sob a forma de sociedade por ações. 14. Cujos titulares ou sócios guardem, cumulativamente, com o contratante do serviço, relação de pessoalidade, subordinação e habitualidade. 15. Que explore atividade de prestação cumulativa e contínua de serviços de assessoria creditícia, gestão de crédito, seleção e riscos, administração de contas a pagar e a receber, gerenciamento de ativos (asset management), compras de direitos creditórios resultantes de vendas mercantis a prazo ou de prestação de serviços (factoring). 16. Que tenha sócio domiciliado no exterior. 17. De cujo capital participe entidade da administração pública, direta ou indireta, federal, estadual ou municipal. 18. Que possua débito com o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), ou com as Fazendas Públicas Federal, Estadual ou Municipal, cuja exigibilidade não esteja suspensa. Sistemas Operacionais de Obrigações Acessórias 5 19. Que preste serviço de transporte intermunicipal e interestadual de passageiros, exceto quando na modalidade fluvial ou quando possuir características de transporte urbano ou metropolitano ou realizar-se sob fretamento contínuo em área metropolitana para o transporte de estudantes ou trabalhadores. 20. Que seja geradora, transmissora, distribuidora ou comercializadora de energia elétrica. 21. Que exerça atividade de importação ou fabricação de automóveis e motocicletas. 22. Que exerça atividade de importação de combustíveis. 23. Que exerça atividade de produção ou venda no atacado de: cigarros, cigarrilhas, charutos, filtros para cigarros, armas de fogo, munições e pólvoras, explosivos e detonantes, cervejas semálcool e bebidas alcoólicas (exceto, a partir de 2018, as produzidas ou vendidas no atacado por micro e pequenas cervejarias, micro e pequenas vinícolas, produtores de licores e micro e pequenas destilarias). 24. Que realize cessão ou locação de mão de obra. 25. Que se dedique ao loteamento e à incorporação de imóveis. 26. Que realize atividade de locação de imóveis próprios, exceto quando se referir à prestação de serviços tributados pelo ISS. 27. Sem inscrição ou com irregularidade em cadastro fiscal federal, municipal ou estadual, quando exigível. É necessário, também, verificar se o CNAE (Cadastro Nacional de Atividade Empresarial) permite a adesão ao Simples, por meio do site http://cnae-simples.com.br/. Após as verificações e não havendo impedimento, o contribuinte poderá requerer a adesão, que é facultativa e que se tornará irretratável durante todo o ano-calendário. Para operar com os serviços relacionados ao Simples na Receita federal, o contribuinte deverá dispor de uma senha de acesso, criada a partir do número do recibo da declaração do Imposto de Renda PF, ou de certificado digital adquirido nas empresas credenciadas. Então, a opção pelo Simples Nacional poderá ser feita quando da abertura da empresa, ou no primeiro mês de cada ano para as empresas interessadas em alterar o seu enquadramento tributário. E como deve ser feito o cálculo e o recolhimento dos impostos e contribuições simplificados pelo Simples Nacional? Exemplo de cálculo O recolhimento unificado se dá por meio do DAS e, para calcular esse valor, o contribuinte deve seguir os seguintes passos: 1. Verificar o faturamento da empresa nos últimos 12 meses anteriores ao período da apuração. 2. Encontrar a alíquota efetiva. Sistemas Operacionais de Obrigações Acessórias 6 3. Aplicar a alíquota efetiva pelo faturamento mensal da empresa. Vejamos um exemplo de uma empresa que explora a atividade do comércio: Receita Bruta em 12 Meses (em R$) Alíquota Valor a Deduzir (em R$) 1a Faixa Até 180.000,00 4,00% - 2a Faixa De 180.000,01 a 360.000,00 7,30% 5.940,00 3a Faixa De 360.000,01 a 720.000,00 9,50% 13.860,00 4a Faixa De 720.000,01 a 1.800.000,00 10,70% 22.500,00 5a Faixa De 1.800.000,01 a 3.600.000,00 14,30% 87.300,00 6a Faixa De 3.600.000,01 a 4.800.000,00 19,00% 378.000,00 Tabela 1: Anexo I da LC 155/16, que alterou a LC 123/06. Fonte: Brasil (2016). A WYXY é uma empresa com atividade de comércio, cujo faturamento nos últimos 12 meses foi de R$ 1.350.457,30, o que o deixará na quarta faixa; no mês de cálculo, o faturamento mensal foi de R$ 180.145,37. Ao cálculo: 1.350.457,30 x 10,27% - 22.500,00 = 121.998,93 121.998,93/1.350.457,30 = 9,0339% (alíquota efetiva a ser aplicada) 180.145,37x 9,0339%= 16.274,14 O valor a ser recolhido no DAS é R$ 16.274,14. Essa forma de cálculo passou a vigorar a partir de janeiro de 2019. A tabela utilizada corresponde à atividade do comércio. Para as demais atividades, indústria e comércio, por exemplo, as tabelas são diferentes. Obrigações Acessórias A ME e a EPP optantes pelo Simples Nacional deverão apresentar, anualmente, a declaração única e simplificada das informações socioeconômicas e fiscais, a ser entregue à Receita Federal, pela internet, até o último dia útil do mês de março do ano subsequente ao de ocorrência dos fatos geradores dos impostos e contribuições previstos no Simples Nacional. Tal exigência não desobriga o contribuinte optante pelo Simples a prestar informações relativas a terceiros. Outro ponto é que deverão ser observadas outras obrigações pertinentes e de competência das Estados e Municípios conforme o caso, além de observar o tratamento que deverá ser atribuído aos demais tributos não abrangidos pelo simples Nacional e que deverão seguir a legislação dos respectivos entes federativos, tanto no recolhimento quanto na prestação de informações. Sistemas Operacionais de Obrigações Acessórias 7 Vamos falar, agora, sobre o Microempreendedor Individual, o MEI, ao qual é considerado Simples Nacional, já que corresponde à mesma lei geral. O microempreendedor individual, uma vez criado, estará automaticamente participando do Simples Nacional. A criação de um MEI é bastante simples e rápida. Para abertura, devem ser seguidos os passos previstos no site http://www.portaldoempreendedor. gov.br/. Após a formalização, o sistema disponibiliza CNPJ e alvará automaticamente. A prefeitura do Rio de Janeiro disponibiliza uma senha web para emissão da Nota Fiscal eletrônica, mediante atendimento presencial. Agora, falaremos das empresas que já não se enquadram na condição do Simples Nacional e que são obrigadas a aderir ao Lucro Presumido ou Lucro Real. 2. Lucro Presumido O lucro presumido é o nome dado a um dos regimes de apuração do Imposto de Renda das empresas. Recebe esse nome em função do cálculo ser feito a partir de um lucro aproximado e que não necessariamente corresponde ao lucro efetivo da empresa. A base de cálculo encontrada no lucro presumido servirá de base para o cálculo do IRPJ e da CSLL. O cálculo do imposto nessa modalidade é bastante simples e serão utilizados percentuais pré-fixados, definidos em lei, e de acordo com o ramo de atividade da empresa. O percentual pré-fixado será aplicado sobre a Receita Bruta referente à operação das empresas. Entende-se por receita bruta a receita correspondente ao valor recebido da venda dos serviços ou produtos da empresa. O valor do imposto é variável e de acordo com o ramo de atividade de cada empresa. O requisito principal para que uma empresa se inclua nessa categoria de tributação é o valor do faturamento anual, o qual não poderá ser superior a 78 milhões por ano. A opção por esse regime de tributação deverá ocorrer no momento de constituição da empresa. Caso não tenha sido essa a opção inicial, a empresa poderá realizar a alteração no início do ano fiscal subsequente; para tanto, será necessário recolher o imposto pelo DARF com código correspondente ou pela entrega da primeira declaração exigida pela Receita Federal; dos dois o que vier primeiro. Sistemas Operacionais de Obrigações Acessórias 8 Pelo lucro presumido, são pagos o IRPJ e a CSLL. Os impostos serão apurados trimestralmente. Via de regra, devem ser pagos em uma única parcela e até o último dia útil do mês posterior ao período apurado. As datas para a apuração são: 31/03, 30/06, 30/09 e 31/12. O cálculo leva em consideração a presunção do lucro sobre a receita bruta, conforme previsto na Tabela 2: ESPÉCIES DE ATIVIDADES Percentuais sobre a receita Revenda a varejo de combustíveis e gás natural 1,6% ▪ Venda de mercadorias ou produtos ▪ Transporte de cargas ▪ Atividades imobiliárias (compra, venda, loteamento, incorporação e construção de imóveis) ▪ Serviços hospitalares ▪ Atividade rural ▪ Industrialização com materiais fornecidos pelo encomendante ▪ Outras atividades não especificadas (exceto prestação de serviços) 8 % ▪ ·Serviços de transporte (exceto o de cargas) ▪ Serviços gerais com receita bruta até R$ 120.000/ano 16% ▪ ·Serviços profissionais (Sociedades Simples - SS, médicos, dentistas, advogados, contadores, auditores, engenheiros, consultores, economistas etc.) ▪ ·Intermediação de negócios ▪ ·Administração, locação ou cessão de bens móveis/imóveis ou direitos ▪ ·Serviços de construção civil, quando a prestadora não empregar materiais de sua propriedade nem se responsabilizar pela execução da obra (ADN Cosit 6/97). ▪ Serviços em geral, para os quais não haja previsão de percentual específico 32% Tabela 2: Presunção do lucro sobre a receita bruta. Fonte: Portal Tributário. Para a CSLL, teremos as alíquotas de 32% para as empresas que fazem negócios ou serviços de administração, locação de móveis, cessão de direitos ou prestação de serviços, e de 12% para todas as empresas que não se encaixam na categoria anterior. Após aplicar o percentual de presunção do lucro sobre o faturamento bruto, aplicaremosas alíquotas do IRPJ que é de 15% e da CSLL de 9%. Para o cálculo dos impostos em questão, é necessário aguardar o faturamento do trimestre. Sendo assim, suponha que o faturamento mensal nos meses de janeiro, fevereiro e março seja de 15 mil por mês e que corresponda a um serviço de Engenharia, ao qual prevê a presunção de 32% de lucro tanto para o IRPJ quanto para Serviços Prestados. Sistemas Operacionais de Obrigações Acessórias 9 Memória de Cálculo: 45.000 x 32% = 14.400 (Lucro presumido) 14.400 x 15% = 2.160 (IRPJ) 14.400 x 9% = 1.296 (CSLL) A cada vez que a base de cálculo do imposto for superior a 20.000 no mês, incidirá sobre este o adicional de 10%, a título do Imposto de Renda. Assim, ainda que o lucro efetivo do semestre seja superior a 14.400,00, o imposto será calculado sobre esse valor e pelo semestre. Aí é que entra o trabalho mais importante do contador: avaliar se essa forma de tributação é a mais adequada para a empresa e se há possibilidade de trabalhar com outra modalidade, caso não seja. Via de regra, ao ser tributado pelo Lucro Presumido, os recolhimentos mensais para as contribuições do PIS e do COFINS, serão realizados mediante o regime cumulativo, ou seja, não há crédito sobre os insumos e as alíquotas do PIS 0,65% e do COFINS 3%. E quanto ao Lucro Real? Qual a diferença entre Lucro Real e Lucro Presumido? Vamos descobrir a seguir. 3. Lucro Real O lucro real é mais uma forma de tributação para o pagamento do Imposto de Renda e da Contribuição Social. Essa é uma forma tradicional de tributação, já que, para calcular, faz-se necessária a apuração do Lucro Líquido da empresa. A grosso modo, a apuração do Lucro Líquido se dá mediante a apuração das contas de Resultado Receita (–) Custos (–) Despesas, e essa apuração se dá mediante os registros realizados pela contabilidade. Veja que a escrita contábil é de suma importância para a comprovação e apuração do IRPJ e da CSLL. A base de cálculo do imposto é composta por todos os ganhos e rendimentos de capital, independentemente da sua natureza; basta que decorra de um ato ou negócio que, pela sua finalidade, tenha os mesmos efeitos do previsto na norma específica de incidência do imposto. O imposto poderá ser recolhido mediante a apuração trimestral ou anual, mediante antecipações mensais por estimativa ou por balanço de suspensão ou redução, em que a empresa levanta balancetes mensais acumulados para realizar o recolhimento com base em antecipações mensais. Estará sujeita à incidência do adicional de 10%, o lucro apurado mensal que exceder a 20.000,00, o que anualmente corresponder 240.000,00. Sistemas Operacionais de Obrigações Acessórias 10 A partir de 01.01.2014, estarão obrigadas à opção pelo Lucro Real as seguintes pessoas jurídicas: I. Cuja receita total, no ano-calendário anterior, seja superior ao limite de R$ 78.000.000,00 (setenta e oito milhões de reais) ou a R$ 6.500.000,00 (seis milhões e quinhentos mil reais) multiplicado pelo número de meses de atividade do ano-calendário anterior, quando inferior a 12 (doze) meses (limite estabelecido pela Lei 12.814/2013). II. Cujas atividades sejam de bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos de desenvolvimento, caixas econômicas, sociedades de crédito, financiamento e investimento, sociedades de crédito imobiliário, sociedades corretoras de títulos, valores mobiliários e câmbio, distribuidora de títulos e valores mobiliários, empresas de arrendamento mercantil, cooperativas de crédito, empresas de seguros privados e de capitalização e entidades de previdência privada aberta. III. Que tiverem lucros, rendimentos ou ganhos de capital oriundos do exterior. IV. Que, autorizadas pela legislação tributária, usufruam de benefícios fiscais relativos à isenção ou redução do imposto. V. Que, no decorrer do ano-calendário, tenham efetuado pagamento mensal pelo regime de estimativa, na forma do art. 2 da Lei 9.430/1996. VI. Que explorem as atividades de prestação cumulativa e contínua de serviços de assessoria creditícia, mercadológica, gestão de crédito, seleção e riscos, administração de contas a pagar e a receber, compras de direitos creditórios resultantes de vendas mercantis a prazo ou de prestação de serviços (factoring). VII. Que explorem as atividades de securitização de créditos imobiliários, financeiros e do agronegócio. Também estão obrigadas ao Lucro Real as empresas imobiliárias, enquanto não concluídas as operações imobiliárias para as quais haja registro de custo orçado (IN SRF 25/1999). O custo orçado é a modalidade de tratamento contábil dos custos futuros de conclusão de obras. As Sociedades de Propósito Específico (SPE) deverão apurar o Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas com base no lucro real, conforme estipulado no art. 56, § 2, IV da Lei Complementar 123/2006. As SPES são as sociedades de propósito específico e cuja atividade possui data determinada para ser encerrada. São comuns nos empreendimentos imobiliários, por exemplo. Via de regra, ao ser tributado pelo Lucro Presumido, os recolhimentos mensais para as contribuições do PIS e do COFINS, serão realizados mediante o regime não cumulativo, em que há direito ao crédito na entrada de insumos e sob as alíquotas do PIS a 1,65% e do COFINS 7,6%. Sistemas Operacionais de Obrigações Acessórias 11 Durante esta unidade de aprendizagem, estudamos os regimes tributários existentes no Brasil. Vimos que regime tributário é o conjunto de leis que dá a regulamentação necessária à forma de tributação da pessoa jurídica no que diz respeito ao Imposto de Renda (IRPJ) e à Contribuição Social (CSLL). O sistema de recolhimento de impostos poderá ser imposto pela legislação ou escolhido pela empresa; isso dependerá do ramo de atividade, faturamento, dentre outros requisitos previstos pela legislação e apresentados nesta unidade de aprendizagem. Vimos, aqui, a tributação com base no Simples Nacional é uma modalidade mais recente e visa atender à micro e pequena empresa. Vimos que o Lucro Presumido leva em consideração o faturamento das empresas e que o Lucro Real é o regime mais tradicional de tributação, em que é possível provar que a empresa não auferiu lucro e, com isso, suspender o recolhimento do IR e da CSLL, quando este for o caso. Referências BRASIL. Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006. Institui o Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte; altera dispositivos das Leis nº 8.212 e 8.213, ambas de 24 de julho de 1991, da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto- Lei nº 5.452, de 1o de maio de 1943, da Lei nº 10.189, de 14 de fevereiro de 2001, da Lei Complementar nº 63, de 11 de janeiro de 1990; e revoga as Leis nº 9.317, de 5 de dezembro de 1996, e 9.841, de 5 de outubro de 1999. Disponível em: . Acesso em: 15 abr. 2019. ______. Lei Complementar nº 155, de 14 de outubro de 2016. Altera a Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006, para reorganizar e simplificar a metodologia de apuração do imposto devido por optantes pelo Simples Nacional; altera as Leis nº 9.613, de 3 de março de 1998, 12.512, de 14 de outubro de 2011, e 7.998, de 11 de janeiro de 1990; e revoga dispositivo da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991. Disponível em: . Acesso em: 15 abr. 2019. ______. Lei nº 9.249, de 26 de dezembro de 1995. Altera a legislação do imposto de renda das pessoas jurídicas, bem como da contribuição social sobre o lucro líquido, e dá outras providências. Disponível em: . Acesso em: 15 abr. 2019. Sistemas Operacionais de Obrigações Acessórias 12 ______. Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996. Dispõe sobre a legislação tributária federal, as contribuições para a seguridade social, o processo administrativo de consulta e dá outras providências. Disponível em:. Acesso em: 15 abr. 2019. GUIA TRIBUTÁRIO. Lucro Real/2014 - Obrigatoriedade. Disponível em: . Acesso em: 15 abr. 2019. PORTAL TRIBUTÁRIO. Lucro Presumido. . Acesso em: 15 abr. 2019. RECEITA FEDERAL. Simples Nacional. Disponível em: . Acesso em: 15 abr. 2019. ______. Novo modelo do Documento de Arrecadação do Simples Nacional (DAS). Disponível em: . Acesso em: 15 abr. 2019. Sistemas Operacionais de Obrigações Acessórias 13 Formas de Tributação - Pessoa Jurídica Para início de conversa... Objetivos 1. Simples Nacional / MEI 2. Lucro Presumido 3. Lucro Real Referências