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INSTRUMEN TAIS PREPAROS ILUSTRAÇÕ ES NOMENCLAT URAS E MUITO + ODONTALOGIA ODONTOLOGIANERD APOSTILA DE DENTÍSTICA MUITOS CONTEÚ DOS OBRIGADA P O R A D Q U I R I R BONS ESTUDOS @ O D O N T A L O G I A @ O D O N T O L O G I A N E R D A P R O V E I T E E D E S F R U T E D E T O D O O C O N T E Ú D O D E U M A F O R M A L E V E E D I D Á T I C A . F I Z E M O S C O M M U I T O A M O R E C A R I N H O P A R A V O C Ê . SUMÁRIO 1. Instrumentais ...................................... 1-8 2. Nomenclatura e Classificação das cavidades ...........................................9-14 3. Isolamento do campo operatório ...................................................15-19 5. Princípios gerais dos preparos cavitários .....................................................20-27 Espelho: constituído de cabo e espelho. Serve para visualizar e até mesmo afastar estruturas bucais. INSTRUMENTAIS MANUAIS DIVERSOS INSTRUMENTAIS EM DENTÍSTICA INTRODUÇÃO Nós utilizamos os instrumentais para realizar qualquer tipo de procedimento na cavidade oral do paciente. Sonda exploradora nº 5: detecta falhas na estrutura dental. 1 Pinça clínica: pega materiais como algodão, brocas etc. Espátula de inserção nº 1: serve para inserir o material na cavidade. Escavadores de dentina: utilizado para remover de dentina cariada. Pinça Muller: serve para apoiar o carbono para verificar a oclusão. INSTRUMENTAIS EM DENTÍSTICA INSTRUMENTAIS MANUAIS DIVERSOS INSTRUMENTAIS PARA RESTAURAÇÃO DE AMÁLGAMA Condensadores de Ward: realizam o preenchimento, adaptação e compactação de material restaurador. 2 Aplicador de hidróxido de cálcio: auxilia na colocação de hidróxido de cálcio na cavidade dental. Esculpidor discóde: utilizado para remover o excesso de material. Esculpidores de Hollemback: utilizados para dar forma às restaurações. Cinzéis: planificam e clivam o esmalte. São geralmente utilizados em classe IV e V. Podem ser de quatro tipos: retor, monoangulados, biangulados e Wedelstaedt. Enxada: instrumentos semelhantes aos cinzéis. Possuem maior angulação e servem para alisar as paredes cavitárias. Possuem a função de avivar ângulos diedros, planificar paredes de esmalte e dar o acabamento de paredes internas e pulpar da cavidade. Recortador de margem gengival: planifica o ângulo cavo-superficial gengival, arredonda o ângulo axio-pulpar e determina a retenção na parede gengival de classe II. INSTRUMENTAIS EM DENTÍSTICA INSTRUMENTOS CORTANTES MANUAIS 3 Perfurador de Ainsworth: perfura o lençol de borracha. INSTRUMENTOS ACESSÓRIOS Pinça de Palmer: serve para levar o grampo ao dente. Arco Ostby/Young: utilizados para prender o lençol de borracha no isolamento absoluto. Tesoura ouro: possui a função de cortar matriz. Porta matriz Tofflemire: utilizado para ajustar a matriz ao dente. INSTRUMENTAIS EM DENTÍSTICA 4 INSTRUMENTAIS EM DENTÍSTICA GRAMPOS CERVICAIS PARA ISOLAMENTO Grampo 200: molares inferiores. Grampo 201: molares superiores. Grampo 202: molares superiores volumosos. Grampo 203: molares inferiores direito, 1º molar decíduo. Grampo 204: molares inferiores esquerdo. Grampo 205: molares superiores grandes. Grampo 206: pré-molares superiores e inferiores. Grampo 207: pré-molares superiores e inferiores. Grampo 208: pré-molares superiores volumosos e molares decíduos. Grampo 209: menor que o 208, utilizado em pré-molares inferiores. Grampo 210: anteriores grandes e alguns pré-molares. 5 Grampos: retêm o lençol de borracha no local. O grampo é constituído pelas seguintes partes: arco, orifício, asa medial, asa lateral e lâmina de ancoragem. INSTRUMENTAIS EM DENTÍSTICA GRAMPOS CERVICAIS PARA ISOLAMENTO Grampo 211: todos os dentes anteriores (principalmente incisivos) Grampo 212: todos os dentes anteriores (cervicais). Grampo W8A: extremamente retentivo, utilizado em molares parcialmente erupcionados. Grampo 12A: serrilhado, molares do lado direito. Grampo 14A: universal, molares em geral e dentes com erupção parcial. Grampo 26: molares superiores em ambos os lados. 6 200 201 202 203 205 206 207 208 209 210 211 212 INSTRUMENTAIS EM DENTÍSTICA INSTRUMENTOS ROTATÓRIOS São constituídos basicamente por brocas e pontas diamantadas. Broca diamantada 2137F: utilizada em preparos cavitários expulsivos do tipo caixa (inlay, onlay). Também utilizada na confecção de nichos para apoio de próteses removíveis. Broca diamantada 3138F: utilizada para realizar o acesso inicial a lesões cariosas, abertura ou retenções em dentística e para criar sulcos de orientação em prótese. Ponta diamantada 1011, 1012 e 1013: utilizada para realizar a remoção de dentina cariada, preparo da extensão das paredes, acesso endodôntico e preparos ultraconservadores. Ponta diamantada 1052: utilizada para determinar retenções mecânicas. Ponta diamantada 1092: serve para enfatizar ângulos diedros, produzindo superfícies em ângulo reto. Também é utilizada na confecção e acabamentos de términos em forma de ombro ou degrau marginal em preparos cavitários protéticos. 7 INSTRUMENTAIS EM DENTÍSTICA INSTRUMENTOS ROTATÓRIOS Ponta diamantada 1190: utilizada para realizar o acesso inicial a lesões cariosas, abertura ou retenções em Dentística e favorecer acabamentos de face oclusal. Broca carbide 330: utilizada na confecção de orifícios e canaletas de retenção. Brocas multilaminadas para acabamento em amálgama: utilizadas para dar acabamento e polimento de restaurações em amálgama. 8 2137F 3138F 1011, 1012, 1013 1052 NOMENCLATURA 2. Faces envolvidas: leva o nome da superfície respectiva, ex: oclusal, mésio-oclusal etc. NOMENCLATURA E CLASSIFICAÇÃO DAS CAVIDADES A nomenclatura é composta por ângulos, paredes, planos e cavidades de acordo com princípios característicos. Horizontal: divide o dente em terços cervical, médio e oclusal. Vertical vestíbulo-lingual: divide o dente em terços mesial, médio e distal. Vertical mésio distal: terços vestibular, médio e lingual/palatino. 9 PLANOS "AS CAVIDADES SÃO CLASSIFICADAS DE ACORDO" Número de faces envolvidas: simples (1), composta (2) e complexa (3 ou +). 1. COMPOSTA SIMPLES COMPLEXA intracoronárias 3. Forma e extensão: são divididas em: 1. (diretas ou indiretas – inlays-), quando se limitam à mesa oclusal, podendo envolver faces proximais, mas não vestibular e lingual. 2. extracoronárias (diretas ou indiretas –overlays, onlays-), onde há envolvimento da coroa como um todo, ou seja, das faces axiais e oclusais/incisais (total) ou de parte dela (parcial - cobertura de cúspide e de outras faces). Circundantes: 1. são aquelas que definem os limites internos laterais da cavidade. São denominados de acordo com a superfície que atingem: parede mesial, distal, vestibular, lingual, gengival, cervical… 2. Fundo: são paredes que delimitam o fundo da cavidade, sempre indo em direção a polpa. São subdivididas em pulpar (perpendicular ao longo eixo do dente) e axial (paralela ao longo eixo do dente). NOMENCLATURA E CLASSIFICAÇÃO DAS CAVIDADES 10 PAREDES INLAY ONLAY OVERLAY V P GG OU OU C C L Diedros: 1º grupo: 2º grupo: 3º grupo: 1. São os ângulos formados por duas faces, ex: axio-pulpar. São subdivididos em grupos, de acordo com a classificação das paredes que os formam. Assim, temos: 2 paredes circundantes. Ex: ângulo mésio- vestibular 1 de fundo + 1 circundante. Ex: ângulo mésio- pulpar. 2 de fundo. Ex: ângulo axio-pulpar. E CLASSIFICAÇÃO DAS CAVIDADES ÂNGULOS NOMENCLATURA 11 LV G OU C A L M VV D L 1º GRUPO 2º GRUPO 3º GRUPO M P D V L M DP L V E CLASSIFICAÇÃO DAS CAVIDADES 2. Triedros: Ângulos formados por três paredes. Ex: ângulo axio- vestibulo-gengival. 3. Cavossuperficial: É o ângulo definido pela junção das paredes cavitárias com a superfície externa do dente. As etiológicas são aquelas provocadas por um quadro patológico ou acidental, por exemplo,formadas por cárie, abrasão, abfração, fraturas e outros. Já as artificiais são aquelas criadas pelo profissional, que têm instrumentação e restauração semelhantes, motivo pelo qual podem ser unidas em uma classificação: Black classificou as cavidades em etiológicas e artificiais. NOMENCLATURA 12 CLASSIFICAÇAO DE BLACK P LV I CAVO-SUPERFICIAL DEFINIDO (AM) Classe III: Cavidades que envolvem proximais de dentes anteriores, sem comprometimento do ângulo incisal. Classe IV: Cavidades que envolvem proximais de dentes anteriores, com envolvimento do ângulo incisal. Classe V: Cavidades no terço cervical nas faces vestibulares/ linguais de qualquer dente. NOMENCLATURA E CLASSIFICAÇÃO DAS CAVIDADES 13 Classe I: Cavidades produzidas em regiões de cicatrículas e fissuras. São comuns em vestibular de MI, lingual de MS, oclusal de PM e M, e lingual dos anteriores (sulco delimitado pelo cíngulo). Ou seja, em áreas com má coalescência do esmalte. Classe II: Cavidades que envolvem as faces proximais de dentes posteriores. Classe III Classe IV Classe V As cavidades das classes II a V ocorrem em superfícies lisas. Há ainda classificações suplementares, como as cavidades de classe VI (Howard e Simon), que envolvem pontas de cúspides e as de Classe I de Sockwell, as quais são cavidades pontuais em vestibular de dentes anteriores CLASSIFICAÇAO DE BLACK uma restauração individual do dente, visando a reconstrução morfológica funcional e estética. Protéticas: São as cavidades preparadas para servir como retentores ou apoio para prótese fixa e removível, podendo ser realizadas tanto em dentes afetados quanto em dentes hígidos. Black determinou outros dois tipos de classificação para as cavidades, uma etiológica, que se baseia nas áreas dos dentes suscetíveis à cárie, e outra artificial, na qual reuniu cavidades em classes que requerem a mesma técnica de instrumentação e restauração. NOMENCLATURA E CLASSIFICAÇÃO DAS CAVIDADES 14 Quanto à finalidade: podem ser terapêuticas ou protéticas. Terapêuticas: São realizadas nos casos em que a lesão cariosa, abrasão, erosão, abfração, fratura ou outras lesões dos tecidos duros dos dentes tenham comprometido a estrutura coronária parcial ou totalmente, cujo preparo é condicionado a ISOLAMENTO DO CAMPO OPERATÓRIO 15 Proteger o paciente e o profissional; Manter a área de trabalho seca e asséptica; Proteger os tecidos moles; Melhorar a visibilidade do campo operatório. O isolamento do campo operatório pode ser: absoluto ou relativo. Foi inventado em 1864 pelo Dr. Sanford Barnum e difundiu-se a partir de 1867 na América do Norte. O isolamento absoluto é um conjunto de procedimentos realizados para isolar os dentes na cavidade bucal. Isolar, neste caso, nada mais é do que manter os dentes afastados da saliva. O propósito do isolamento absoluto é: ISOLAMENTO ABSOLUTO INDICAÇÕES Lençol ou dique de borracha: É indicado para todos os procedimentos de Dentística, sendo preterido em casos de impraticabilidade. 1. Tem a função de isolar os dentes na cavidade bucal. O dique é feito de látex e possui diversas espessuras (de 0,15 até 0,35 mm). 2.Perfurador de dique de borracha: Possui a função de perfurar o dique para que os dentes possam ultrapassar a borracha. O perfurador possui uma plataforma giratória com diversos furos com tamanhos variados e uma pequena lança perfuradora. MATERIAIS UTILIZADOS Função dos furos do perfurador de dique de borracha: 3. Arco porta dique de borracha: A função do porta dique de borracha é manter o lençol de borracha armado e esticado. O Arco de Young possui forma de U e possui projeções em cada um dos três lados. O Arco de Ostby possui formato circular ou oval e prende a borracha por todos os lados por meio de projeções. O arco de Woodbury-True e Wizard empregam tiras elásticas que passam por trás da cabeça do paciente e possuem garras para “morder” a borracha. ISOLAMENTO DO CAMPO OPERATÓRIO 16 GRAMPO MOLARES PRÉ MOLARES E CANINOS INCISIVOS SUPERIORES INCISIVOS INFERIORES ISOLAMENTO DO CAMPO OPERATÓRIO 17 4. Grampos Os grampos têm a função de manter o dique de borracha em posição estável junto aos dentes. É importante ressaltar que os grampos estão disponíveis em vários formatos e tamanhos. (Os grampos foram descritos no primeiro capítulo desta apostila). 5. Pinça porta grampo Possui a função de levar o grampo ao dente. Os modelos de pinça são: Aesculap (formato alemão), Palmer, Ivory (formato americano) e KKK (formato japonês). 6. Amarrilhas Possuem a função de auxiliar a manter o dique de borracha junto ao colo do dente. Quando colocada, devem fazer a inversão da borracha para o interior do sulco gengival. São confeccionadas com fio dental, formando um laço em torno do dente. 1 – Coloca-se primeiro o grampo (sem asa) e depois a borracha montada no arco. 2 – Coloca-se primeiro o grampo, depois a borracha e por último o arco. 3 – Coloca-se primeiro o grampo junto com a borracha e depois o arco. Esta é a técnica de Ingraham. 4 – Coloca-se o conjunto grampo, borracha e arco. 5 – Coloca-se primeiro a borracha montada no arco e depois o grampo. MÉTODOS DE COLOCAÇÃO DO DIQUE DE BORRACHA ISOLAMENTO DO CAMPO OPERATÓRIO 18 Testar contatos proximais com fio dental; Regularizar superfícies; Usar lubrificante na região dos orifícios; Usar fio dental para passar a borracha pelo ponto de contato; Usar amarrilhas. DESVANTAGENSCUIDADOS VANTAGENS Manter o campo operatório limpo e seco; Melhor acesso e visibilidade; Aumenta as propriedades dos materiais; Proteção do paciente e do profissional; Eficiência operatória; Redução da contaminação. Tempo gasto: esta desvantagem pode ser eliminada com o simples uso como rotina. Dificuldade de aplicação em determinados casos: dentes pouco erupcionados, alguns terceiros molares e dentes mal posicionados; Dor e desconforto ao paciente; Intolerância por pacientes asmáticos ou pacientes alérgicos ao material da borracha. REMOÇÃO Retirar as amarrias, com auxílio de sonda e tesoura. Cortar a borracha localizada no espaço interdental, pelo lado vestibular, com uma tesoura. Retirar o grampo. Retirar o arco. ISOLAMENTO DO CAMPO OPERATÓRIO 19 Retirar a borracha. Passar o fio dental em todos os pontos de contato para retirar pequenos pedaços de borracha residuais. ISOLAMENTO RELATIVO Indicado para confecção de restaurações provisórias ou em condições de impossibilidade de isolamento absoluto. No arco superior, a própria pressão da musculatura consegue prender o rolo de algodão ou gaze em posição. Para o arco inferior, podem-se utilizar dispositivos auxiliares como rolo-plast. A ponta de aspiração deve ser mantida continuamente. Para pacientes com intensa atividade de secreção salivar, tanto o isolamento absoluto quanto o relativo podem ser complementados com o uso de Portadores de glaucoma. Taquicardia Inibição da secreção gástrica Retenção urinária Dilatação e dificuldade de acomodação da pupila Diminuição da secreção sudorípara a aumento da pressão intraocular. drogas sialopressoras (Atroveran, Dramamine, dentre outros), que atuam sobre o sistema parassimpático, diminuindo o fluxo salivar temporariamente. Para os pacientes que apresentam fluxo salivar intenso, recomenda-se administrar a droga 30 minutos antes do atendimento. Atenção aos efeitos colaterais: Aos sinais clínicos dos efeitos colaterais, suspender a administração. CONTRAINDICAÇÃO DO MEDICAMENTO Abertura. Forma de Contorno Remoção da Dentina Cariada Forma de Forma de Retenção Forma de Conveniência Acabamento das Paredes de Esmalte Limpeza da Cavidade Os princípios gerais dos preparos cavitários, necessitam de uma sequência lógica de procedimentos. Sendo assim, os tempos operatórios são: apenas realizar as outras etapas dos preparos cavitários. A abertura é feita com instrumentos rotatórios em alta velocidade, com diferentes formatos e tamanhos que irão variar de acordo com alguns fatores,que são: o dente em questão, tamanho da lesão e o material restaurador selecionado. Por exemplo: Em dentes posteriores que receberão uma restauração de amálgama, os instrumentos para abertura poderão ser: pontas diamantadas ou fresas carbide cilíndricas ou em forma de pêra, em diferentes tamanhos. Consiste na remoção de esmalte sem apoio dentinário, com o intuito de expor o processo patológico, facilitando sua visualização e permitindo a instrumentação das fases subsequentes. Existem alguns casos em que a cavidade já se encontra aberta, restando PRINCÍPIOS GERAIS DOS PREPAROS CAVITÁRIOS 20 ABERTURA PRINCÍPIOS GERAIS DOS PREPAROS CAVITÁRIOS 21 Devem ser observadas as diferenças de procedimentos operatórios entre cavidades de cicatrículas e fissuras e cavidades de superfície lisa. FORMA DE CONTORNO Todo esmalte sem suporte dentinário deverá ser removido; As margens do preparo devem localizar-se em área de “relativa imunidade a cárie” e possibilitar um correto acabamento das margens da restauração; Deve ser avaliado o risco de cárie dos pacientes; É a etapa do preparo cavitário que determina o formato, os limites ou o desenho da cavidade. A forma da cavidade irá variar de acordo com a anatomia do dente, a extensão da lesão, a oclusão com o dente antagonista, o risco de cárie do paciente e o tipo de material restaurador selecionado. Sendo assim: Devem ser observadas as diferenças de procedimentos operatórios entre cavidades REMOÇÃO DA DENTINA CARIADA Esta etapa operatória visa remover toda a dentina que se encontra desmineralizada e infectada. Esta remoção pode ocorrer simultaneamente durante a determinação da forma de contorno. Cáries incipientes ou pouco invasivas, poderão ser removidas durante o preparo cavitário. Já, nos processos cariosos mais envolventes, a remoção do tecido cariado antes da determinação da forma de contorno poderá ser realizada. PRINCÍPIOS GERAIS DOS PREPAROS CAVITÁRIOS 22 É importante ressaltar que a forma de resistência é diretamente proporcional a espessura do material restaurador. De acordo com Black, a forma de resistência estava fundamentada em princípios mecânicos. Esses princípios são: Todo esmalte sem apoio deve ser removido; paredes circundantes paralelas entre si; parede gengival perpendicular ao longo eixo do dente e paralela a parede pulpar; ângulos diedros e triedros vivos; ângulo áxio-pulpar arredondado e na sua ausência, o mesmo deveria ser reconstruído em cimento; abertura vestíbulo- lingual igual a 1/3 da distância intercuspídea. A remoção da dentina cariada é executada através do uso de instrumentos manuais, como curetas ou colheres de dentina bem afiadas e de tamanho proporcional à lesão de cárie. No entanto, quando a dentina for resistente a estes instrumentos, fresas esféricas lisas em baixa rotação poderão ser utilizadas. É a forma dada a cavidade para que o dente e o material restaurador resistam aos esforços mastigatórios e às alterações volumétricas frente às variações térmicas. A forma de resistência de cavidades para amálgama é dada por preparos em forma de caixa, com ângulos diedros externos retos e definidos, ou seja, sem bisel. FORMA DE RESISTÊNCIA PRINCÍPIOS GERAIS DOS PREPAROS CAVITÁRIOS 23 O esmalte sempre deverá estar apoiado em dentina hígida, ou suportada por materiais adesivos (resinas compostas e cimentos de ionômero de vidro). ou ainda devem ser rebaixadas e protegidas com o material restaurador que possua propriedades mecânicas satisfatórias para esses casos. As paredes V e L das caixas proximais devem ser convergentes para oclusal pois além de proporcionar uma auto retentividade, também preserva maior quantidade de tecido da crista marginal expondo em menor grau a restauração às forças mastigatórias nessa região. De acordo com Mondelli, as paredes circundantes paralelas entre si proporcionam bordas de restauração de espessura insuficiente para suportar as cargas mastigatórias, devendo-se confeccionar paredes circundantes convergentes para oclusal. O ângulo cavo superficial das cavidades para amálgama ideal deve ser de 90°, para compensar a baixa de resistência de borda desse material, contudo, nem sempre a estrutura dentária permite essa angulação sem solapar o esmalte das vertentes cuspídeas, sendo por isso aceitável margem de pelo menos 70°. PRINCÍPIOS GERAIS DOS PREPAROS CAVITÁRIOS 24 ·Friccional: dada pelo atrito do material restaurador às paredes cavitárias. ·Química: através de condicionamento ácido associado à adesivos dentinários. ·Retenções mecânicas adicionais: através da confecção de sulcos, canaletas, orifícios, pinos, cauda de andorinha. É a característica que se deve dar ao preparo cavitário a fim de facilitar o acesso, a conformação e a instrumentação da cavidade. Estes procedimentos se relacionam com as características específicas do material restaurador selecionado, por exemplo: afastamento mecânico dos dentes, isolamento absoluto, afastamento gengival, etc. É a forma dada a cavidade para evitar o deslocamento das restaurações, sob ação dos esforços mastigatórios, pelas alterações dimensionais térmicas, e de alimentos pegajosos. Esta forma é conseguida através de alguns embricamentos mecânicos entre a parede cavitária e material restaurador. Como o amálgama é plástico, no momento de sua condensação, ele se adapta muito bem às paredes cavitárias. Para obter forma retentiva, poderão ser criadas retenções internas em dentina e associá- las a convergência das paredes laterais do preparo no sentido cérvico-oclusal. A forma de retenção poderá ser: FORMA DE RETENÇÃO FORMA DE CONVENIÊNCIA PRINCÍPIOS GERAIS DOS PREPAROS CAVITÁRIOS 25 A a limpeza da cavidade consiste em remover resíduos do preparo cavitário anteriormente à colocação do material de proteção e restauração. Não é preciso dizer que nenhum dente deveria ser restaurado sem estar devidamente limpo e seco. Ao se concluir um preparo cavitário existe a deposição de uma camada de resíduos de esmalte, dentina, sangue, óleo que associados resultam no barro dentinário, ou lama dentinária ou "smear layer". Essa camada está levemente aderida à dentina e possui uma espessura que pode variar de 1 a 5 micrômetros em função do tipo de refrigeração, do tamanho e forma da cavidade. Consiste em remover as irregularidades das paredes e do ângulo cavo-superficial, onde se remove prismas de esmalte sem suporte dentinário, com o objetivo de promover uma melhor adaptação entre o material restaurador e as paredes cavitárias, e como conseqüência, um melhor vedamento marginal. Em cavidades onde o material restaurador selecionado for o amálgama, nunca se deve deixar parede de esmalte (que é friável) sem apoio de dentina, pois este material quando submetido às variações térmicas se contrai e se expande mais que o esmalte. Portanto, se este estiver sem suporte, irá inevitavelmente fraturar com a incidência de forças mastigatórias projetadas sobre esta região. ACABAMENTO DAS PAREDES DE ESMALTE LIMPEZA DA CAVIDADE PRINCÍPIOS GERAIS DOS PREPAROS CAVITÁRIOS 26 Germicidas: produtos à base de clorexidina, água oxigenada; Detersivos: produtos detergentes (ex.: Tergensol, Tergentol); Alcalinizantes: produtos à base de hidróxido de cálcio. A água de hidróxido de cálcio com pH alcalino, é biologicamente importante pois induz melhores respostas pós-operatórias. Seu uso deve ser criterioso para evitar que as partículas, de pó de hidróxido de cálcio fiquem nas paredes circundantes, o que aumentaria a infiltração marginal inicial nas restaurações Sem dúvida, a limpeza da cavidade é de fundamental importância pois aumenta a adaptação dos materiais restauradores às paredes cavitárias, melhorando em última análise, o vedamento marginal. O que é bastante discutido é o tipo de “smear layer". Alguns autores recomendam a remoção parcial, ou a remoção total e outro ainda o tratamento ou modificação dessa camada, variando em função da vitalidade do complexo dentina-polpae da restauração a ser utilizado tipo de material de proteção e/ou restauração a ser realizada. Os agentes de limpeza podem ser assim divididos: Agentes não desmineralizantes: ACABAMENTO DAS PAREDES DE ESMALTE Ácidos forte: ácido fosfórico a 37%, ácido cítrico a 50%, Ácidos fracos, EDTA a 15%, ácido poliacrílico a 25%. Agentes desmineralizantes A limpeza da cavidade é essencial e indispensável para um melhor vedamento marginal e consequentemente redução da infiltração marginal o que influencia diretamente no sucesso da restauração. PRINCÍPIOS GERAIS DOS PREPAROS CAVITÁRIOS 27 A água oxigenada a 3% (10 vol.) remove maior quantidade de resíduos quando comparada com a água de hidróxido de cálcio, provavelmente devido à leve ação cáustica do peróxido de hidrogênio e pela efervescência que desloca mais facilmente as partículas de resíduos.