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2015 - APOSTILA ADM PÚBLICA 2º Trimestre

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CENTRO DE ENSINO SUPERIOR
 
FABRA
 
MANTENEDORA: ESCOLA DE ENSINO SUPERIOR
 
FABRA
Credenciada
 
pela
 
Portaria
 
Ministerial
 
nº
 
2.787
 
de
 
12/12/2001,
 
publicada
 
no
 
D.O.U.
 
em
 
17/12/2001
CURSO DE ADMINISTRAÇÃO
Autorização: Portaria do MEC, nº 322, de 28 e dezembro de 2012.
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
(2º trimestre)
TURMA: .........: 4º período PROFESSOR: Gelson Loiola
Serra - ES 2015
ADMINISTRAÇÃO
 
GERAL
Autorização: 
Portaria do MEC, nº 322, de 28 e dezembro de
 
2012.2
NOTAS DE AULA .......................... 4º ADM. DISCIPLINA: ...........ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA PROFESSOR :....... GELSON LOIOLA
ASSUNTO: ............. 4 – A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA NO CONTEXTO GERAL
4.1 A EVOLUÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA NO BRASIL
Conforme diversos autores, no Brasil a administração pública se desenvolveu ao longo do tempo, a partir de três modelos de gestão pública distintos, patrimonialista, burocrática e gerencial, porém, com a inserção sucessiva de partes dos modelos anteriores agregados aos modelos subsequentes.
Administração pública patrimonialista – Praticada pelos Estados absolutistas da Europa no inicio do século XVIII (1700), onde o aparelho do Estado é a extensão do próprio poder do governante e os seus funcionários são considerados como membros da nobreza. O patrimônio do Estado confunde- se com o patrimônio do soberano e os cargos são tidos como fontes de renda onerosa para o exercício de quase ou nenhum trabalho.
Nos moldes dos modernamente denominados de “funcionários fantasmas”. A corrupção e o nepotismo qualificam esse tipo de administração.
Administração pública burocrática – Vem à tona com o objetivo de combater os principais desvios do modelo patrimonialista, principalmente a corrupção e o nepotismo. Enquadra-se no atendimento aos princípios inerentes a este tipo de administração, (impessoais, o formais, hierarquizado, carreira profissionalizante, etc.). Os controles administrativos rígidos em todos os processos, como na admissão, contratação, promoção e remuneração de pessoal e, no atendimento às necessidades públicas. O seu aspecto negativo decorre demanda reguladora que acaba por torná-la ineficiente, para atender adequadamente os anseios dos cidadãos.
Administração pública gerencial – Surge com objetivo de solucionar o aspecto negativo da burocracia, a ineficiência. Foca na concessão de serviços públicos de qualidade com redução dos custos. Marca o início do desenvolvimento de uma cultura gerencial nas organizações, implementando a capacidade de gerenciar com efetividade e eficiência. O cidadão passa cliente e a principal peça essencial para o correto desempenho da atividade pública.
Conforme citamos no inicio deste assunto, a administração pública gerencial consiste em um grande avanço na gestão pública, porém, sem desconsiderar os métodos e princípios da administração burocrática, pois, a atividade gerencial apóia-se na burocracia, pois, continua utilizando os métodos rígidos de combate a violação dos princípios concentrando-se nos resultados para aferir a eficiência.
Ocorre também uma maior participação da sociedade civil na prestação de serviços que não sejam exclusivos de Estado, denominados de “Terceiro setor”, composto por entidades paraestatais, que atuam com fins públicos e não lucrativos. Este terceiro setor passa a coexistir com o primeiro setor, que é o Estado, e com o segundo setor, que é o mercado.
Na administração gerencial, a noção de interesse público é norteada pelo interesse da clientela, enquanto que no modelo burocrático o interesse público é interesse do próprio Estado.
Nos dias atuais, o modelo gerencial vem cada vez mais se consolidando na administração	3
pública, com a mudança de estruturas organizacionais, a fixação de metas a alcançar, a redução da máquina estatal, a descentralização dos serviços públicos, a criação das agências reguladoras de prestação dos serviços etc., visando oferecer a clientela, melhor qualidade e eficiência nos seus.
4.1.1 A Administração Pública Moderna
Por uma Administração moderna, eficaz e voltada para o público.
Por Wagner Siqueira Modernizar a máquina administrativa representa um desafio essencial para os dirigentes
públicos e para o conjunto de toda a sociedade brasileira. Mas como o burocrata tem uma visão burocrática até mesmo da desburocratização, persistimos nos erros de outrora os apresentando como soluções novas.
As eleições de outubro próximo ensejam a oportunidade de se recolocar em outros termos a questão da Reforma do Estado. Até agora a agenda de discussão tem sido eminentemente negativa. Parece até que a Reforma do Estado brasileiro se esgota em problemas de administração de pessoal, e, o que é pior, nos aspectos disciplinares e juridiscistas do funcionalismo público - caça aos fantasmas e aos marajás, controle do ponto, recadastramento, contenção da folha, demissão,
retirada dos privilégios e junto vão de roldão as reais conquistas e direitos dos servidores.
É um enorme baixo astral na administração pública, com evidentes repercussões na motivação, produtividade, qualidade e desempenho da máquina administrativa. Isto sem falar no inchaço desenfreado que se realiza em todos os níveis de governo, mormente o Federal.
Não se pode dizer sequer que essa ênfase negativa da Reforma do Estado obtém resultados de curto prazo, como tem acontecido com algumas empresas privadas que se iniciam em programas equivocados de reengenharia, uma espécie de avant-première da liquidação judicial ou extra-judicial. No serviço público tem resultado apenas em perdas.
É preciso redefinir a Reforma do Estado com uma agenda positiva, de construção de uma nova administração pública. Não se quer dizer que os aspectos disciplinares devam ser abandonados. Mas eles integram um conjunto bem mais amplo da ação reformadora. O que não é mais possível é conviver com recadastramentos e censos, campanhas de caça aos marajás, ameaças de demissão etc. que se repetem monotonamente, sai governo entra governo, sem uma solução institucionalizada e definitiva para problemas crônicos e generalizados.
A evolução recente do processo político brasileiro potencializa a possibilidade - até a pouco um sonho - de promover profundas transformações democráticas na administração pública brasileira. A morosidade, o formalismo, a ineficiência, a apatia, a complicação e até mesmo a insensibilidade política e social do aparato institucional constituem entraves ao dinamismo da sociedade e aos verdadeiros anseios da comunidade.
Modernizar a administração pública, portanto, representa um desafio essencial para os governantes. Sem tal esforço, será impossível pensar em descentralização administrativa, democratização do governo, participação popular e cidadania, objetivos que exigem um aparelho estatal leve, ágil, dinâmico e eficaz, a serviço real da população e dos interesses da sociedade.
Não se trata de tarefa fácil, contudo. O burocratismo tem fundas raízes entre nós: é, em	4
primeiro lugar, um problema estrutural. O processo de formação histórica do Estado brasileiro consolidou uma estrutura autocrático-burocrática, pesada e lenta, que se coloca acima e por cima das forças vivas da sociedade, chegando a muitos casos a se constituir em verdadeira tirania asfixiando o cidadão comum. No caso do Rio de Janeiro, longos anos como a capital do país. reforçaram essas características, a elas agregando ainda difundidos vícios de nepotismo, clientelismo, venalidade e tráfico de influências. E tais defeitos estruturais só fizeram se agravar com as conseqüências nocivas de um autoritarismo que levou a máquina administrativa a uma quase onipotência sobre o corpo social.
Nessas circunstâncias, a própria preocupação com os entraves representados pelo aparato institucional inoperante acabaria se deformando. Equivocadamente também o problema tem sido enfocado substancialmente em termos de "desburocratização", amiúde entendida apenascomo esforço voltado para as normas e rotinas internas, com uma ênfase despropositada em estruturas e regimentos.
Ora, cortar papéis e exigências burocráticas constitui tarefa necessária e urgente. Mas limitar- se a isso denota uma visão superficial da questão.
De certa forma, é o mesmo que colocar a raposa guardando o galinheiro: por melhores que sejam as intenções, o burocrata tende a ter uma visão burocrática até mesmo da desburocratização. E então se fica nos sintomas, sem atacar as causas da doença.
O que importa, fundamentalmente, é modernizar e transformar a administração pública, com base em novo modelo de gestão governamental.
Trata-se de atacar os pontos críticos da administração a partir do ponto de vista e com a participação da forças econômicas e sociais, visando fazer a administração da coisa pública voltada para o público, de modo a que toda a máquina administrativa se transforme em fator de desenvolvimento e não em obstáculo ao dinamismo da sociedade. E, como a burocracia não pode gerar desburocracia, impõem-se a formulação de políticas e a criação de instrumentos específicos capazes de promover essa transformação, inclusive desenvolvendo canais eficientes e sistemáticos de participação da forças econômicas e sociais nesse processo.
Só a integração do necessário esforço interno com a desejável pressão externa poderá mover o aparelho administrativo nessa nova direção. É preciso suscitar uma mecânica de participação dos setores econômicos e da opinião pública para que se possam identificar concretamente os pontos de estrangulamento que asfixiam o desenvolvimento econômico e a vida dos cidadãos. As forças vivas da sociedade precisam ser sistematicamente ouvidas, pois só assim se terá condições de isolar e superar os entraves paralisantes do aparelho estatal.
A par da extensa e plena utilização dos órgãos da administração indireta, por natureza mais dinâmica e ágil, é preciso também formular diretrizes e desenvolver mecânicas internas que promovam uma ampla modernização da administração pública como um todo. Para tanto, é imprescindível uma profunda revisão da orientação governamental em três aspectos: informação, decisão e auditoria. O amplo uso da máquina de processamento e informação de dados a serviço efetivo das prioridades de governo e dos programas sociais e econômicos é fator decisivo para tornar mais rápido e consistente o processo decisório.
Este, por seu turno, necessita de descentralização, iniciativa e autonomia operativa no	5
quadro das políticas globais, com um espírito gerencial mais desenvolvido. E, para tanto, a auditoria deve se voltar, sobretudo para a informação, a orientação e o apoio consultorial, tendo em vista a superação dos problemas operacionais dos órgãos de linha. E isso implica um grande e ordenado esforço de treinamento e conscientização dos agentes da administração pública em todos os níveis, bem como a reformulação de políticas e diretrizes em cada setor.
O atual processo de renovação do quadro político brasileiro possibilita concretamente um amplo esforço de transformação e modernização da administração pública, para que ela se volte efetivamente para o bem público e social, a serviço das forças vivas da sociedade e do cidadão comum.
Hoje, cresce como nunca a idéia de encontrar soluções brasileiras para os nossos problemas de administração, tanto na área empresarial como na pública. As teorias e técnicas de gestão são objetos de intensos debates em nosso meio, visando buscar caminhos concretos e próprios para um desenvolvimento autônomo e independente, sem renunciar às inexcedíveis contribuições internacionais no campo do desenvolvimento das tecnologias de gestão.
A implementação desse esforço modernizante não pode continuar repetindo os equívocos e disfunções já apresentados no passado por tentativas semelhantes realizadas em diferentes esferas de governo, no parlamentarismo e no presidencialismo, no bipartidarismo e no multipartidarismo, em situação de normalidade política ou de excepcionalidade, configurando um quadro de circunstâncias e perspectivas que justificam a cautela e a prudência daqueles que precisam agora tentar, uma vez mais, reduzir a defasagem existente entre a capacidade operativa da máquina administrativa e as novas exigências do momento político, substancialmente marcado por maiores aspirações de desenvolvimento econômico e social.
CONCEITO, FINALIDADE E PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA.
Conceito e finalidade – Conceitua-se Administração Pública como o conjunto de atividades desenvolvidas ou dirigidas por autoridades e órgãos públicos, nos níveis Federais (Estado Federal / União), Estaduais (Estados Membros/ Distrito Federal) e Municipais (Municípios), com a finalidade de promover o bem estar social da coletividade pautada no interesse público.
Estrutura física e pessoal de manifestação do Estado na execução de seus fins. É formada por agentes, entidades e órgãos estatais, capacitados dentro de uma sistemática legal, para atender às expectativas do conjunto social e coletivo administrado.
Princípios básicos da Administração Pública
Princípios são os mandamentos nucleares do sistema jurídico, as normas estruturais que funcionam com embasamento de determinado ordenamento jurídico dotadas de maior proeminência porque condicionam toda a interpretação do direito e nelas se encontram radicadas todas as demais normas legais.
Segundo Celso Antonio Bandeira de Mello, Os princípios constitucionais que regulam a administração pública e consequentemente, o direto administrativo, podem ser expressos e
implícitos. Os expressos são mencionados no “Art. 37 – A administração pública direta e indireta 6
de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência” Art. 37, “caput" da Constituição Federal (legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade, e o da finalidade), acrescentando-se a estes o princípio da eficiência, inserido no texto pela EC nº. 19/98.
Outros princípios, conquanto não mencionados expressamente, encontrar-se logicamente abrigados no sistema, em decorrência do próprio Estado de Direito, do qual o sistema constitucional funciona como alicerce, é o caso do princípio da supremacia do interesse público sobre o privado.
Principio da Legalidade - O principio da legalidade constitui uma das principais garantias de respeito aos direitos do indivíduo, vista que a Lei, ao mesmo tempo em que define estes direitos, estabelece as limites da atuação administrativa na restrição que se imponha ao cidadão, em beneficia da coletividade.
Segundo este princípio a administração pública só pode fazer a que a lei permite. Ao que se contrapõe ao principio da autonomia da vontade, que permite fazer tudo a que a lei não proíbe, que rege as relações entre particulares.
Em Síntese, se o resultado do ato violou a lei, regulamento ou qualquer ato normativo, caracteriza a ilegalidade da ação.
Princípio da impessoalidade - Neste principio se traduz à idéia de que a administração deve tratar todos os administrados sem qualquer discriminação, sem favoritismo nem perseguições, sem privilegiar interesses sectários, de grupos ou facções de qualquer espécie, que não podem ter qualquer influência na atividade administrativa.
Exige que o administrador só execute o ato para o seu fim legal, ou seja, exclusivamente conforme a norma do Direito, e assim pois, de forma impessoal . Implica em excluir ou incluir a promoção pessoal de autoridade ou servidor de suas realizações administrativas, por favoritismo ou perseguição dos agentes governamentais, ou ainda para atender interesses pessoais.
Princípio da moralidade administrativa - De acordo com este princípio, a administração e seus agentes, em seu âmbito de atuação, devem pautar-se pelos princípios éticos. Violar estes princípios implica violação do próprio direito, configurando ilicitude da conduta e ensejando a invalidação doato.
No âmbito deste principio estão compreendidos os da lealdade e da boa - fé, segundo os quais a administração deve agir em relação aos administrados com sinceridade e lisura, não se admitindo qualquer comportamento malicioso ou que possa confundir ou dificultar os cidadãos no exercício de seus direitos.
Ilustra de forma lapidar a significado do principia da moralidade administrativa o conceito exposto por Maurice Hariou, grande publicista francês'.
Quanto à moralidade administrativa sua existência provém de tudo que possui urna conduta prática, fragosamente da distinção do bem & do mal. Como a Administração tem sua conduta, ela pratica esta distinção ao mesmo tempo que aquela do justo e injusto, do lícito e do ilícito, do honrável e do desonrável, do conveniente e do inconveniente. A moralidade administrativa é frequentemente mais exigente que a legalidade.
Desta forma, sempre que se verificar que o comportamento da administração ou do	7 administrado que com ela se relaciona ofende a moral, aos bons costumes, as regras de boa conduta e da boa-fé, os princípios da lealdade e da justiça.
Princípio da Publicidade - Publicidade constitui a divulgação oficial do ato para conhecimento público que precisa de efeitos externos, consagrando-se nisto o dever administrativo manter plena transparência em seus comportamentos. Hely Lopes Meirelles assim se refere ao princípio da publicidade:
A publicidade como principio da administração pública (CF, art. 37, caput) abrange toda atitude estatal, não só pelo aspecto de divulgação oficial de seus atos come também de propiciar o conhecimento da conduta interna de seus agentes. Essa publicidade atinge. Assim, os atos concluídos e informa os processos em andamento, Os pareceres dos órgãos técnicos e jurídicos Os despachos intermediários e finais, as atas do julgamento das licitações e dos contratos com quaisquer interessados, bem como, os comprovantes de despesas e as prestações de contas submetidas aos órgãos competentes. Tudo isto é papel ou documento público que pode ser examinado na repartição por qualquer interessado e dele pode obter certidão ou fotocópia autenticada para os fins constitucionais.
A publicidade não é elemento formativo do ato, mas requisito para sua validade e eficácia, e também não pode proporcionar promoção pessoal do agente público.
São admitidas algumas exceções: para os atos relacionados com a segurança nacional; investigações policiais; ou preservação de interesse superior da Administração, declarado previamente como sigiloso.
Assegura conhecimento e controle pelos interessados diretos e pelo povo em geral, através da aplicação de instrumentos constitucionais como o mandado de segurança, o direito de petição e a ação popular.
Principio da eficiência nos serviços públicos - Este princípio expressamente citado no Art. 37 do texto constitucional, com a nova redação conferida pela Emenda Constitucional n0. 19/98, tem o claro objetivo de obrigar o administrador a trilhar caminhos que passam tornar a prestação de serviços públicos adequada aos fins que objetiva.
A sociedade civil em seus diversos papéis tem evoluído de forma a impor crescentes demandas sobre a administração pública, pois os contribuintes desejam pagar menos imposto. Os cidadãos exigem melhores serviços. As empresas privadas tornam decisões de localizar-se ou investir onde a infra-estrutura e os serviços públicos à disposição da sociedade contribuam para torná-las mais competitivas.
É o dever de executar a boa administração. O agente tem o dever de executar suas atividades com presteza, perfeição e rendimento funcional. Vai além do conceito do princípio da legalidade. Exige resultados positivos e satisfatório atendimento das necessidades públicas.
O controle deverá abranger os aspectos qualitativos e quantitativos do serviço, avaliando seu rendimento efetivo, custo operacional, utilidade para a população e para a Administração. Envolve o aspecto administrativo, econômico e técnico.
O princípio regula a atividade administrativa no sentido de conseguir os melhores resultados com os meios que possui com um custo menor, atingindo assim, consecução máxima do maior benefício com o menor custo que se possa alcançar.
Princípio da supremacia do interesse público sobre o interesse privado - As	8
transformações da sociedade estabeleceram a primazia do interesse público, ampliando as atividades assumidas pelo Estado para atender as necessidades coletivas, alterando o próprio conceito de serviço publico e determinando maior interferência do Estado no âmbito do direito privado.
Princípio da Finalidade - A Administração Pública esta adstrita ao cumprimento de certas finalidades, em prol do interesse da coletividade, agindo assim1 em nome do interesse público. Exerce função atrelada a um fim especifico que deve ser atendido em benefício do corpo social, situação oposta a da autonomia da vontade, típica do direito privado em que alguém busca, em proveito próprio os interesses que lhe apetecem1 fazendo-a, pois, com plena liberdade, contanto que não viole a lei.
Para aplicar corretamente a norma legal é preciso conhecer a alcance normal da sua finalidade, os princípios que a orientam, razão para que a administração pública no cumprimento de seus deveres constitucionais deva buscar a interesse publico que é a síntese dos poderes a ela atribuídos pelo sistema jurídico positivo.
OS PODERES ADMINISTRATIVOS
O Estado, principal gestor da Administração Pública, necessita de poderes para realizar as suas atividades legais na consecução dos objetivos voltados para atender o interesse público. Estes poderes de acordo com as exigências do citado interesse público, são fixados em leis específicas e pela moral administrativa.
Conceitos e características –
No contexto geral, diversos autores conceituam os Poderes Administrativos, com sendo um conjunto de prerrogativas que administração pública possui para a execução de suas atividades voltadas para o atendimento da finalidade precípua do Estado na promoção do bem estar social, visando sempre o interesse público.
São os seguintes poderes administrativos:
Poder Vinculado - A lei fornece os requisitos, os preceitos e os elementos necessários para a prática dos atos de competência da administração pública. Ela não pode atuar sem autorização expressa da lei.
Poder Discricionário - É o poder conferido a administração de praticar atos segundo sua oportunidade ou conveniência desde que não ultrapasse os limites da lei, optando quando no exercício de uma conduta administrativa pela decisão que melhor atenda ao interesse público.
Poder Hierárquico - É o poder de determinar a sua estrutura de acordo com o nível hierárquico estabelecendo a área de subordinação entre os órgãos e seus executores, e definindo responsabilidades.
Poder Disciplinar – Consiste no poder de aplicar punição funcional a servidores e demais pessoas subordinadas e, estabelecer a disciplina dos órgãos e serviços da Administração de caráter interno, pois, só abrange as infrações relacionadas com o serviço.
Poder Regulamentar - É o poder de regulamentar e disciplinar a lei ou de suprir as	9 omissões legislativas, normatizando questões de sua competência, ainda não disciplinadas em lei. Privativo do Chefe do Executivo. Os atos de regulamentação não podem alterar a legislação existente sobre a matéria.
Poder de Policia - É o poder de restringir ao uso e gozo de bens1 atividades ou direitos individuais em beneficio do interesse publico (Fiscalização), denominado de Polícia Administrativa Geral. Não se confunde com a polícia judiciária na apuração das infrações penais (policia civil) nem com a polícia ostensiva na de preservação da ordem (Policia Militar).
Violações vinculadas aos poderes
O abuso de poder
O poder administrativo tem limites estabelecidos na Lei. O uso do poder só é válido quando de acordo com a Lei, a moral da instituição e com o interesse público.
Não faculta arbítrios (decisão de acordo somente com a vontade),violências, perseguições, favoritismos governamentais.
O abuso de poder ocorre quando há excesso de poder, desvio de finalidade, ou por omissão.
O excesso de poder
Ocorre quando a autoridade, mesmo competente para praticar o ato, vai além do permitido, excedendo sua competência legal, e dessa forma invalida o ato.
O desvio de finalidade ou de poder
Ato praticado está dentro dos limites da competência legal do Administrador, por exemplo: desapropriar por utilidade pública, porém, se o Administrador na realidade executa o ato visando interesse pessoal, ou favorecimento de algum particular, ocorre em desvio de poder; quando concede permissão sem interesse público; quando classifica concorrente por favoritismo, e não de acordo com objetivos da legislação. Estes atos configuram desvio de finalidade ou de poder.
A omissão da administração
É uma forma de abuso de poder. A Administração, retardando ato ou fato que deva praticar.
Possibilita ao prejudicado socorrer-se do judiciário e obter indenização por prejuízo sofrido.
PRINCIPAIS DEVERES DO ADMINISTRADOR PÚBLICO
Dentre os vários deveres do administrador público, destacamos os dois principais deveres, os quais se cumpridos, evitaram que ocorram desvios e outros atos ilícitos no campo da gestão pública.
a) – Dever de probidade administrativa: segundo vários autores referenciados nesta produção, ele se relaciona com a integridade moral, honradez e honestidade por parte do administrador público. A prática de atos que violem a probidade administrativa sempre resulta em atentados contra os princípios da administração, já por nós estudados anteriormente, e consequentemente, causam prejuízos ao erário público.
b) – Dever de prestar contas: O Administrador Público exerce encargos concedidos pela sociedade	10 onde atua, realizando a gerencia dos bens e serviços de interesse de seus concessores, e em razão disto, tem a obrigação de prestar contas de todas as suas ações a comunidade.
A CLASSIFICAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
A Administração Pública que é vinculada a União, Estados, Distrito Federal e Municípios brasileiros, de acordo com a opinião de diversos autores, ela pode ser classificada em:
- Direta – que é composta por órgãos centrais diretamente integrados a estrutura do poder público. Ex.: Ministérios, Secretarias estaduais e Municipais. É a exercida pelos órgãos das entidades estatais, com direcionamento, organização e funcionamento estabelecidos pela lei.
- Indireta – que é composta por entidades descentralizadas, vinculadas ao poder público. É a forma de exteriorização do poder público por intermédio de pessoas jurídicas distintas das entidades estatais.
As autarquias Serviços autônomos com personalidade jurídica de direito público com patrimônio e recursos próprios. Cumprem funções específicas estatais. (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes – DNIT, universidades públicas federais e estaduais),
As Empresas públicas - Aquelas que possuem personalidade jurídica de direito privado, patrimônio próprio e capital exclusivo do Estado, sendo criada mediante lei específica e administrada pelo Estado, para suprir suas necessidades. (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos – EBCT, Caixa Econômica Federal).
As sociedades de economia mista - Empresas compostas por capital particular e capital estatal, sendo que a maioria de ações com direito a voto majoritariamente, pertence ao Estado (Petrobrás e Banco do Brasil – BB).
- Fundacional – são entidades com os fins e atuações definidas na legislação que as instituiu, mantidas pelo poder público, dirigindo certo patrimônio no exercício de atividades científicas, artísticas etc. (Instituto Brasileiro de Geografia e estatística – IBGE, Fundação Padre Anchieta etc.).
O SERVIÇO PÚBLICO
Consiste na atividade assumida pelo Estado direta ou indiretamente para satisfazer as necessidades coletivas e promover o bem comum social.
Princípios básicos do serviço público
O serviço público exige os seguintes princípios básicos:
Generalidade – deve ser oferecido a todos da mesma forma, sem qualquer distinção.
Uniformidade – o preço das tarifas dos serviços pagos deve ser igual para todos, sem quaisquer privilégios econômicos.
Continuidade – deve ser prestado ininterruptamente, atender permanentemente.
Regularidade – deve ser prestado sempre com o mesmo nível de quantidade, qualidade e eficiência, ou melhor.
11
Concessão do Serviço Público
É o contrato pelo qual o Poder Público (União/Estado/Município) transfere ao particular a exploração de um serviço público.
Concedente.......... A União/ Estado/Distrito Federal/Município.
Concessionário.... O particular que irá Prestar o serviço.
Usuário................. As pessoas que utilizarão o serviço prestado.
Tarifa.................... O valor, o preço a ser pago para, ou pela utilização.
Os Servidores Públicos e o estatuto federal
São todas as pessoas encarregadas de realizar os serviços necessários ao bem estar social da coletividade, e estas atividades dividem-se nas categorias:
Permanentes – Cargos Públicos, composto por Agentes Políticos, eleitos pelo povo ou por pessoas de confiança para exercício (Presidente da República, Senadores, Ministros de Estado, Secretários Estaduais, Prefeitos Municipais, Vereadores etc.), e por Funcionários Públicos , em regra geral, estatutários legalmente investidos de modo efetivo em cargos públicos, mediante concurso ou por determinação constitucional pela Carta Magna vigente de 1988.
Transitórias – Funções Públicas, composta por servidores não funcionários públicos, contratados pela Administração pública em caráter transitório (designação temporária – DT), geralmente Celetistas (regidos pela Consolidação das Leis Trabalhistas – CLT) .
A Aposentadoria regulada pelo art. 40 CF, dispõe sobre o regime previdenciário dos servidores públicos em geral, e as condições de aposentadoria ao que for abrangido pelo citado regime, onde destacamos as seguintes condições:
- Por Invalidez permanente, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição, exceto se decorrente de acidente em serviço, moléstia profissional ou doença grave, contagiosa ou incurável;
- compulsoriamente, aos setenta anos de idade, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição;
- voluntariamente, desde que cumprido tempo mínimo de dez anos de efetivo exercício no serviço público e cinco anos no cargo efetivo em que se dará a aposentadoria, sob as seguintes condições:
sessenta anos de idade e trinta e cinco de contribuição, se homem, e cinqüenta e cinco anos de idade e trinta de contribuição, se mulher;
sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta anos de idade, se mulher, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição; (grifo nosso)
A remuneração é constituída de vencimentos para os servidores da ativa e proventos para os servidores inativos (aposentados), é baseado em um piso salarial (salário base) mais as gratificações variáveis para os que não optarem por subsídios.
A vitaliciedade garante a certa categoria de funcionários públicos (Juizes, Promotores e membros do Tribunal de Contas), o direito de só serem demitidos por decisão judicial, porém, para outros, somente por justa causa, após um processo administrativo, sujeito a apreciação judicial.
A estabilidade é normatizada pelo art. 41 CF, prevê que o servidor terá a estabilidade assegurada após (3) três anos de efetivo exercício quando nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público.
Há a permissão para critérios diferenciados de aposentadoria nos casos de servidores portadores de deficiência; que exerçam atividades de risco; e cujas atividades sejam exercidas sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física.
A perda do cargo é normatizada pelo § 1º, do art. 41 CF, onde prevê que só perderá o	12
cargo em virtude de sentença judicial transitada em julgado; mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa; mediante procedimento de avaliação periódicade desempenho, na forma de lei complementar, assegurada ampla defesa.
Art. 215. A pena de demissão será aplicada por motivo de:
Crime contra a administração pública; II. Abandono de cargo; III. Incontinência pública e escandalosa ou vício de jogos proibidos; IV. Insubordinação grave em serviço; V. Ofensa física, em serviço, contra terceiros, salvo em legítima defesa; VI. Aplicação indevida dos dinheiros públicos; VII. Lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio municipal; VIII. Revelação de segredo confiado em razão do cargo ou função, desde que o faça dolosamente e com prejuízo para o Município ou particulares; IX. Recebimento ou solicitação de propinas, comissões ou vantagens de qualquer espécie, diretamente ou por intermédio de outrem, ainda que fora de suas funções, mas em razão delas; X. Solicitação, por empréstimo, de dinheiro ou quaisquer valores a pessoas que tratem de interesses ou o tenham na repartição ou estejam sujeitos à sua fiscalização; XI. Exercício de advocacia administrativa. (Estatuto dos Servidores Públicos Civis Federais)
Temos ainda, o Estatuto do Servidor Público, instituído através da Lei nº. 8.112, de 11 de dezembro de 1990, atualizado até 12 de dezembro de 2010, que dispõe sobre o Regime Jurídico dos Servidores Públicos Civil da União, das Autarquias e das Fundações Públicas Federais que o abandono de cargo, consiste na ausência ao serviço, sem justificativa por (30) trinta dias consecutivos e, importará também em demissão do servidor, e a falta ao serviço não justificada, por (60) sessenta dias intercaladamente, e que, o servidor não poderá ser punido mais de uma vez pela mesma infração.
Responsabilidades e penas disciplinares
O citado Estatuto, também estabeleceu os deveres e obrigações para os servidores públicos federais, bem como, as responsabilidades e as penalidades a serem aplicadas após o devido processo legal, que:
Art. 210. São penas disciplinares:
Advertência; [aplicada verbalmente, em razão de mera negligência – art. 212].
Repreensão; [aplicada por escrito em indisciplina, falta de cumprimento dos deveres e reincidência em falta que tenha recebido advertência – art. 213].
Suspensão; [não excederá a trinta (30) dias, aplicada em falta grave de infração ás proibições e
reincidência em falta que tenha recebido repreensão – art. 214].
Multa;
Demissão;
Cassação da aposentadoria ou da disponibilidade.
Para o servidor público o Estatuto equivale a CLT aos trabalhadores regidos por ela. Os referidos direitos, deveres, obrigações e proibições estão presentes em ambos.
Comentários Finais.
A atividade da Administração Pública deve ser sempre pautada por seus princípios direcionadores básicos em sua atuação direta ou indireta, visando atingir o seu principal objetivo que é promover o interesse público de forma coerente com os interesses sociais.
CURSO DE ADMINISTRAÇÃO GERAL	13
ORIENTAÇÕES DE ESTUDO
UNIDADE – 4– A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA NO CONTEXTO GERAL
Explique como se deu o processo de evolução da Administração Pública no Brasil?
No texto de Wagner Siqueira, quais as medidas necessárias para implementação da modernização da Administração Pública no Brasil?
Qual o conceito e a finalidade da Administração Pública?
Cite os Princípios básicos da Administração Pública e explique-os resumidamente?
Quais são os poderes administrativos e explique cada um deles?
Quais as violações vinculadas aos poderes públicos?
Quais os principais deveres do Administrador Público? Explique-as?
Como se classifica a Administração Pública?
Quais as entidades descentralizadas que compõem a Administração Pública?
Quais os princípios básicos do serviço público?
Quais são os elementos necessários no contrato de concessão de serviço público?
Cite e explique as categorias de servidores públicos?
Como podem ser aposentados os servidores públicos?
Qual a forma de remuneração dos servidores públicos?
O que é vitaliciedade?
Quando o servidor público atinge a estabilidade no emprego?
Como pode ocorrer a perda de cargo do servidor público?
Cite cinco motivos para aplicação da pena de demissão aos servidores públicos?
Cite por quais motivos, além dos previstos no art. 215 do Estatuto dos Servidores Federais?
Quais as penas disciplinares que podem ser aplicadas aos servidores públicos?
Pesquisador e autor do texto: Gelson Loiola
Professor de Administração Pública
ADMINISTRAÇÃO
 
GERAL
Autorização: 
Portaria do MEC, nº 322, de 28 e dezembro de
 
2012.14
NOTAS DE AULA.......... 4º ADM.
DISCIPLINA: .................. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
PROFESSOR:................ GELSON LOIOLA
ASSUNTO: ..................... 5 – DOS ATOS ADMINISTRATIVOS
– O ATO ADMINISTRATIVO
Conceito do Ato Administrativo
Vários autores citam o conceito de Hely Lopes Meirelles, onde afirma ele que “Ato administrativo é toda manifestação unilateral de vontade da Administração Pública que, agindo nessa qualidade, tenha por fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar direitos, ou impor obrigações aos administrados ou a si própria”. Conforme consta do conceito trata- se de ato unilateral de vontade, exclusivo da administração, porém, não podemos deixar de abordar que existem os atos administrativos bilaterais que emergem por ocasião da elaboração dos contratos que envolvem a administração pública e outros contratados.
Elementos constitutivos do Ato Administrativo
O ato jurídico, segundo vários autores referenciados nesta pesquisa, possui elementos fundamentais à sua existência, e citam: Competência, Finalidade, Forma, Motivo e Objeto.
Competência: Se relaciona com o sujeito ativo do ato jurídico, que tem de ser capaz, porém, ser capaz não basta para que legalize o ato administrativo, ele tem que ter competência legal, ou seja, poder funcional para a sua realização. A competência para realização do ato administrativo surge da lei.
Finalidade: É o resultado que a Administração pretende alcançar com a prática do ato, o qual somente poderá objetivar uma finalidade pública, ou seja, atender ao interesse público.
Forma: Consiste na exteriorização material do ato administrativo, e em regra geral, exige- se a forma escrita que lhe assegure a ampla publicidade na pratica do ato.
Motivo: Compõe a exteriorização do ato, pois é a exposição dos fatos e das exigências legais que servirão de fundamento para a prática do ato.
Objeto: Consiste no fim imediato para adquirir, resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar direitos, ou impor obrigações concernentes a pessoas, coisas ou atividades, sujeitas à ação do Poder Público, que podem ser definido por lei (objeto vinculado), ou pelo próprio administrador (objeto discricionário).
Características ou atributos do Ato Administrativo
Os diversos autores referenciados nesta apostila citam como principais características ou atributos do ato administrativo, a imperatividade, presunção de legitimidade e auto-executoriedade.
Imperatividade: é o atributo do ato administrativo que impõe a coercibilidade para seu cumprimento ou execução. A imperatividade decorre da só existência do ato administrativo, não dependendo da sua declaração de validade ou invalidade; assim, deve ser cumprido ou atendido enquanto não for retirado do mundo jurídico por revogação ou anulação.
Presunção de Legitimidade: Todos os atos administrativos nascem com ela, decorre do	15
princípio da legalidade da Administração, enquanto não forem contestados pelos interessados em extingui-los, argüindo vícios ou defeitos que levem à invalidade, ou seja, enquanto não contestados, são legítimos.
Auto-executoriedade: Consiste na possibilidade que certos atos administrativos ensejam de imediata e direta execução pela própria Administração, sem a intervenção do Poder Judiciário, ou seja, a administração pública pode de ofício, executar ou rever seus atos independentemente de ordem judicial. No caso a decisão administrativa vale como sentença, porém, não significa que não possa ser revista pelo Poder Judiciário,até porque, “nenhuma ameaça ou lesão ao direito escapará da apreciação do Poder Judiciário – art. 5º, XXXV C.F.”, que constitui a inafastabilidade de jurisdição.
Classificação dos Atos Administrativos
Os atos administrativos, segundo os autores referenciados neste trabalho, apresentam classificações que apresentam muitas divergências, em razão dos diversos critérios abordados para fazê-las, por isso com base na simplificação majoritária, os classificamos quanto à pessoa jurídica de Direito Público, quanto à formação do ato, quanto ao seu alcance, e quanto aos seus destinatários.
Quanto à pessoa jurídica de Direito Público:
Federal – Proveniente da União (lançamento do Imposto de Renda - IR – Ministério da Fazenda/receita federal).
Estadual ou Distrital – Proveniente de Estado-Membro da federação ou do Distrito Federal (lançamento de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e serviços – ICMS – Secretaria de Estado da Fazenda/ receita estadual).
Municipal – Proveniente de Município (Imposto Sobre Serviços – ISS – Secretaria Municipal da Fazenda/ receita municipal).
Classificação quanto ao seu alcance:
Atos internos – São os que produzem efeitos no âmbito das repartições administrativas, incidindo somente sobre os órgãos e agentes da Administração que os expediram; não produzem efeitos em relação a estranhos. São aqueles que geram efeitos dentro da Administração Pública. (edição de pareceres, punições disciplinares). Não dependem de publicação no órgão oficial para sua vigência.
Atos externos – São aqueles que geram efeitos fora da Administração Pública, atingindo terceiros. (permissão de uso; desapropriação, concessão e cassação de alvarás, interdição, etc.). Para entrar em vigor ou execução exigem a publicação pelo órgão oficial, dado o interesse do público no seu conhecimento.
Espécies de atos administrativos.	16
As espécies de atos administrativos, segundo os autores referenciados neste trabalho, onde se apóiam na classificação de Hely Lopes Meirelles, temos os atos normativos, negociais, ordinatórios, enunciativos e punitivos.
Normativos – São aqueles que contêm um comando geral do Poder Executivo visando à correta aplicação da lei. Fundamentado no poder normativo. Ex: Regimentos, instruções ministeriais, decretos regulamentares; instruções normativas, e etc.
Negociais – São aqueles que contêm uma declaração de vontade da Administração visando concretizar negócios jurídicos, conferindo certa faculdade ao particular nas condições impostas por ela. Ex: Licença, autorização, admissão, aprovação, permissão, nomeação, exoneração a pedido, visto, homologação, dispensa e renúncia.
Ordinatórios – São aqueles que visam a disciplinar o funcionamento da Administração e a conduta de seus agentes no desempenho de suas atribuições. São internos e direcionados aos próprios servidores públicos. Ex: Avisos, circulares, despachos, ordens de serviço, ofícios e portarias.
Enunciativos – São aqueles que contêm a certificação de um fato ou emissão de opinião da Administração sobre determinado assunto sem se vincular ao seu enunciado. Ex: Certidões, atestados, pareceres e apostilas.
Punitivos – são aqueles que, lastreados no poder disciplinar ou poder de polícia, impõem sanções sobre os servidores e particulares. Ex: (Externos): multas, interdição de atividade, destruição de coisas, demolição, etc. (Internos): advertência, suspensão, demissão, cassação de aposentadoria, etc.
Nulidades do ato administrativo
A ocorrência de defeitos ou vícios na estrutura integral do Ato Administrativo, ou seja, os desvios de competência, de finalidade, de forma, de motivo ou de objeto podem ocasionar a sua invalidação, mediante:
Revogação – Que consiste na supressão de um ato administrativo legítimo e eficaz, realizada pela Administração (somente por ela), por não mais lhe convir sua existência. Fundamenta- se no poder discricionário legal de rever suas próprias decisões.
A revogação dos atos administrativos opera efeitos “ex nunc”, que não tem efeitos retroativos, não volta ao passado, ou seja, esses efeitos permanecem validados, porque a obrigação da Administração é a de manter os efeitos passados do ato revogado. A revogação de um ato administrativo é realizada pelo próprio órgão que o criou ou pelo superior hierárquico, cabendo exclusivamente à administração o instituto da revogação.
Anulação – Consiste na declaração de invalidade de um ato administrativo ilegítimo ou ilegal feita pela própria Administração desde que reconheça que praticou um ato contrário ao direito vigente, se a administração não o fizer, o ato administrativo, de ilegítimo ou ilegal poderá ser anulado pelo Poder Judiciário.
A anulação dos atos administrativos opera efeitos “ex tunc”, ou seja, retroagem às suas	17
origens, invalidando as conseqüências passadas, presentes e futuras do ato anulado. Geralmente a anulação é realizada por órgão diferente daquele que lhe deu origem ou superior hierárquico ou ainda, conforme afirmamos, pelo poder judiciário.
Cassação: É o ato da administração pública ou o Poder Judiciário administrativo desfaz outro ato. Assemelha-se com a anulação, porém, distingue-se em razão da anulação ocorrer em virtude de erro na origem do ato administrativo, por descumprimento a um de seus requisitos obrigatórios, enquanto que a cassação ocorre por erro durante a execução deste, ou seja, o interessado não cumpriu as exigências legais do ato concedido.
Comentários Finais
Sem qualquer sombra de dúvidas, o controle externo dos atos administrativos consiste em um ponto fundamental para garantir a prevalência do Estado Democrático de Direito no exercício da transparência, legalidade e moralidade da coisa pública, exigências da democracia na consecução da cidadania.
CURSO DE ADMINISTRAÇÃO GERAL
ORIENTAÇÕES DE ESTUDO
UNIDADE – 5– DOS ATOS ADMINISTRATIVOS.
No que consiste o Ato Administrativo?
Quais são os elementos do Ato Administrativo?
O que significa cada um dos elementos do Ato Administrativo?
Quais as características ou atributos do Ato Administrativo?
Como se classificam os Atos Administrativos quanto à pessoa jurídica de Direito Público?
Como se classificam os Atos Administrativos quanto ao seu alcance?
Quais são as espécies de Atos Administrativos?
O que significa cada uma das espécies de Atos Administrativos?
Quais as formas de anulação dos Atos Administrativos?
O que significa cada uma das formas de anulação dos Atos Admnistrativos?
Pesquisador e autor do texto:
Gelson Loiola Professor de Administração Pública
ADMINISTRAÇÃO
 
GERAL
Autorização: 
Portaria do MEC, nº 322, de 28 e dezembro de
 
2012.18
NOTAS DE AULA............ 4º ADM.
DISCIPLINA: ................... ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
PROFESSOR:................. GELSON LOIOLA
ASSUNTO: ..................... 6 – LICITAÇÕES E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS
DAS LICITAÇÕES
Conceito, legislação e finalidade –
Licitação consiste em um procedimento público (totalmente transparente), obrigatório para todas as entidades controladas direta ou indiretamente pelo poder público, onde corresponde a um procedimento prévio de escolha do contratante, para o fornecimento de serviços e/ou materiais para atender ao interesse público.
A licitação é regulada pela Lei nº. 8.666, de 21 de junho de 1993, atualizada até a Lei nº. 12.440, de 7 de julho de 2011, a qual dispõe que ela tem por finalidade conforme o art. 3º. “[...] garantir a observância do princípio constitucional da isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para a administração e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável [...]”, e que será processada e julgada respeitando os princípios básicos que compõem administração pública, legalidade, impessoalidade, moralidade, isonomia, publicidade e da probidade administrativa.
As espécies ou modalidades de licitação
Estão previstas no art. 22 da Lei nº. 8.666, de 21 de junho de 1993 (Lei das Licitações), e são
A concorrência – usada em contratos de vulto, conforme os valoresprevistos em lei.
A tomada de preços - usada nos contratos de valores médios, conforme a lei e entre fornecedores já cadastrados pela poder público.
A carta convite - usada nos contratos de valores mais reduzidos, conforme a lei, com a participação de no mínimo três interessados escolhidos pela administração. Porém, nos casos em que couber convite, a Administração poderá usar a tomada de preços ou a concorrência.
O concurso – adequado para a escolha de trabalhos técnicos, científicos ou artísticos, mediante a instituição de prêmios ou remuneração aos vencedores.
O leilão – adequado para a venda de bens móveis inservíveis ou de produtos apreendidos, ou para a alienação de bens imóveis (art. 19) por lance igual ou superior ao da avaliação.
O pregão – Foi instituído pela Lei nº 10.520, de 2002, no âmbito da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, nos termos do art. 37, inciso XXI, da CF, a modalidade de licitação denominada “pregão”, para aquisição de bens e serviços comuns, não está inclusa nos valores constantes do “Quadro de modalidades e limites de licitação” de 28.05.1998, mas ao próprio objeto, e este deve ser bem ou serviço comum, pois, o critério da licitação será sempre, o do menor preço.
O pregão eletrônico tem a sua regulamentação vinculada ao Serviço Público Federal (União), publicada através do Decreto nº. 5.450, de 31 de maio de 2005, onde prevê no art. 6º, que ele só não será aplicado para obras de engenharia, locações imobiliárias e alienações em geral (Transferências, vendas, doações, etc.). Os Estados são autônomos para regulamentarem o pregão, respeitando a hierarquia constitucional das leis.
O Decreto nº 5.450/2005 determina que o pregão na forma eletrônica seja preferencial, e	19
que somente não poderá ser utilizado, se houver uma justificativa fundamentada.
Nas aquisições por dispensa de licitação, fundamentadas no inciso II do art. 24 da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, sugere-se que devem, preferencialmente, utilizar o sistema de cotação eletrônica (pregão eletrônico), conforme preceitua a legislação em vigor. (Art. 4º, § 2º, Dec. 5.450/2005).
Modalidades e os limites de licitação
As modalidades de licitação serão realizadas de acordo com os limites estabelecidos no art.
24 da Lei das Licitações, conforme seguinte quadro:
Os critérios para avaliação
Para estabelecer os critérios de avaliação temos as seguintes propostas:
Menor preço – em regra, a administração pública a utiliza sempre, quem oferece o menor preço, ganha a licitação.
Melhor técnica – em regra, a administração pública a utiliza sempre, na contratação de serviços intelectuais, quem oferece a melhor técnica, ganha a licitação.
Menor preço e melhor técnica – a administração pública pode utilizar os dois critérios, porém, somente na contratação de serviços intelectuais, quem oferece o menor preço e a melhor técnica ganha a licitação.
Maior lance ou oferta – nos casos de alienação de bens ou concessão de direito real de uso.
Todos os critérios de um processo licitatório deverão constar do respectivo Edital, o qual não poderá ser violado, sob pena de recursos e anulações pelas partes, no caso de empate entre os concorrentes, a classificação se fará, obrigatoriamente, por sorteio.
Dispensa de Licitação	20
A lei 8.666/93 dispõe sobre a dispensa de licitação pelos artigos 24, incisos I ao XXXI, a inexigibilidade de licitação quando houver inviabilidade de competição em especial, através do art. 25, I e II, § 1º e 2º.
Temos as dispensas de licitação limitadas aos valores estabelecidos para obras e serviços, limitados 10% (dez por cento) da tabela do Quadro – I anteriormente exposto (R$ 15.000,00 - obras e serviços de engenharia e R$ 8.000,00 - compras e serviços).
Dentre as dispensas relacionadas, as contratações mais freqüentes são:
Em casos de emergência ou de calamidade pública;
Para normalização do abastecimento;
Aquisição de gêneros perecíveis;
Para impressão em diários oficiais (formulários padronizados e edições oficiais);
Abastecimento de navios, embarcações, unidades aéreas e suprimento das Forças Armadas.
Em caso de guerra ou perturbação da ordem;
Existem ainda as contratações que dispensam licitações, nos seguintes casos:
Em licitação anterior em que não apareceram interessados ou preços estavam acima dos do mercado;
Cujos objetos são fornecidos por pessoa jurídica de direito público interno;
Efetuadas para preservar a segurança nacional;
De instituições brasileiras pesquisa, ensino ou desenvolvimento institucional;
De Instituição dedicada à recuperação social de preso;
Em razão de acordo internacional;
Aquisição ou restauração de obras de arte e objetos históricos;
De associações de deficientes físicos e organizações sociais para prestação de serviços;
Aquisição de bens destinados à pesquisa científica e tecnológica:
De Fornecimento ou suprimento de energia elétrica com concessionária permissionária;
Das empresas públicas e sociedades de economia mista com suas subsidiárias;
È bom salientar que, mesmo na existência dos casos de dispensa de licitação anteriormente relacionados, a administração pública tem por obrigação legal explicitar o fato com a justificativa da contratação, expondo de forma clara os motivos que ensejaram na contratação do escolhido, justificar o preço a ser pago, comprovar a regularização da contratação e fazer a instrução processual com toda a documentação exigida.
Fases licitatórias
A licitação consiste em um procedimento da administração pública, sendo, portanto, composta de duas fases: interna e externa.
Fase interna – Compreende a decisão no âmbito da própria administração, ela é quem decide sobre o tipo de licitação e a modalidade licitatória.
Fase externa – Compreende a publicação do Edital (habilitação, julgamento, homologação e atribuição obrigatória do objeto ao vencedor da disputa), no órgão de imprensa oficial e em jornais de grande circulação, para garantir a publicidade e o conhecimento dos interessados.
Após as fases externas, a licitação poderá ser questionada através de recurso, no prazo de cinco (5) dias úteis, a contar da data da publicação da decisão, produzindo a suspensão do processo licitatório.
– O CONTRATO ADMINISTRATIVO	21
Conceito do Contrato Administrativo
Vários autores conceituam o “Contrato Administrativo”, com base na Lei nº. 8.666, de 21 de junho de 1993, atualizada até a Lei nº. 12.440, de 7 de julho de 2011, que dispõe: “Para os fins desta Lei, considera-se contrato todo e qualquer ajuste entre órgãos ou entidades da Administração Pública e particulares, em que haja um acordo de vontades para a formação de vínculo e a estipulação de obrigações recíprocas, seja qual for a denominação utilizada”. O contrato administrativo é um ato administrativo bilateral que emergem por ocasião da elaboração dos contratos que envolvem a administração pública e outros contratados.
São espécies de Contrato Administrativo
Contratos de obra pública – Tem como objeto a construção ou reforma, ou ampliação de um imóvel público;
Contratos de prestação de serviço – Tem por objeto todo e qualquer serviço prestado a Administração, quer para atender as necessidades da população ou das necessidades da própria administração, incluindo-se os contratos de transporte, manutenção, comunicação, reparos, etc.;
Contratos de fornecimento – para aquisição de bens e coisas móveis para a Administração;
Contratos de concessão – onde a Administração concede a terceiros a realização de determinada atividade. Esta espécie de contrato divide-se em três espécies, a concessão de obra pública, concessão de serviço público e concessão de uso de bem público.
Elementos constitutivos do Contrato Administrativo.
Os elementos que constituem o Contrato Administrativo são os mesmos que integram o ato administrativo, competência, finalidade, forma, motivo e objeto que já estudamos anteriormente, aliados aos outros dois princípios:
Da capacidade – a parte contratada deve estar habilitada e não pode estar impedidade participar por não preencher aos requisitos e as condições exigidas para a contratação.
Do consenso – que consiste na capacidade das partes de concordarem com a realização do objeto a que se propõem.
Clausulas mínimas necessárias ao contrato.
O art. 55 da lei das licitações estabelece as cláusulas obrigatórias necessárias em todo contrato, ou seja, são efetivamente obrigatórias as suas inclusões nos contratos. Evitam a nulidade.
- o objeto e seus elementos característicos;
- o regime de execução ou a forma de fornecimento;
- o preço e as condições de pagamento, os critérios, data-base e periodicidade do reajustamento de preços, os critérios de atualização monetária entre a data do adimplemento das obrigações e a do efetivo pagamento;
- os prazos de início de etapas de execução, de conclusão, de entrega, de observação e de recebimento definitivo, conforme o caso;
- o crédito pelo qual correrá a despesa, com a indicação da classificação funcional programática e da categoria econômica;
VII - os direitos e as responsabilidades das partes, as penalidades cabíveis e os valores das multas;
Existem ainda no citado art. 55, outras condições previstas, mas que necessariamente, não 22
são obrigatórias, ou seja, ficam a critério das partes, dependendo do tipo de contrato.
VI - as garantias oferecidas para assegurar sua plena execução, quando exigidas; VIII - os casos de rescisão;
- o reconhecimento dos direitos da Administração, em caso de rescisão administrativa prevista no art. 77 desta Lei;
- as condições de importação, a data e a taxa de câmbio para conversão, quando for o caso;
- a vinculação ao edital de licitação ou ao termo que a dispensou ou a inexigiu, ao convite e à proposta do licitante vencedor;
- a legislação aplicável à execução do contrato e especialmente aos casos omissos;
- a obrigação do contratado de manter, durante toda a execução do contrato, em compatibilidade com as obrigações por ele assumidas, todas as condições de habilitação e qualificação exigidas na licitação.
Prestações de garantias nas contratações
Art. 56. A critério da autoridade competente, em cada caso, e desde que prevista no instrumento convocatório, poderá ser exigida prestação de garantia nas contratações de obras, serviços e compras.
§ 1º. Caberá ao contratado optar por uma das seguintes modalidades de garantia:
- caução em dinheiro ou em títulos da dívida pública, devendo estes ser emitidos sob a forma escritural, mediante registro em sistema centralizado de liquidação e de custódia autorizado pelo Banco Central do Brasil e avaliados pelos seus valores econômicos, conforme definido pelo Ministério da Fazenda
- seguro-garantia; III - fiança bancária.
§ 2º. A garantia a que se refere o caput deste artigo não excederá a [5%] cinco por cento do valor do contrato e terá seu valor atualizado nas mesmas condições daquele, ressalvado o previsto no parágrafo 3º deste artigo.
§ 3º. Para obras, serviços e fornecimentos de grande vulto envolvendo alta complexidade técnica e riscos financeiros consideráveis, demonstrados através de parecer tecnicamente aprovado pela autoridade competente, o limite de garantia previsto no parágrafo anterior poderá ser elevado para até [10%] dez por cento do valor do contrato.
§ 4º. A garantia prestada pelo contratado será liberada ou restituída após a execução do contrato e, quando em dinheiro, atualizada monetariamente.
§ 5º. Nos casos de contratos que importem na entrega de bens pela Administração, dos quais o contratado ficará depositário, ao valor da garantia deverá ser acrescido o valor desses bens.
Prerrogativas da administração nos contratos
Art. 58.	O regime jurídico dos contratos administrativos instituído por esta Lei confere à Administração, em relação a eles, a prerrogativa de:
- modificá-los, unilateralmente, para melhor adequação às finalidades de interesse público, respeitado os direitos do contratado;
- rescindi-los, unilateralmente, nos casos especificados no inciso I do art. 79 desta Lei; III - fiscalizar-lhes a execução;
- aplicar sanções motivadas pela inexecução total ou parcial do ajuste;
- nos casos de serviços essenciais, ocupar provisoriamente bens móveis, imóveis, pessoal e serviços vinculados ao objeto do contrato, na hipótese da necessidade de acautelar apuração administrativa de faltas contratuais pelo contratado, bem como na hipótese de rescisão do contrato administrativo.
6.2.6 A rescisão contratual
Nos termos do art.79, da Lei das licitações, o contrato administrativo poderá ser reincidido:
Por determinação por ato unilateral e escrito da Administração nos incisos abordados, se não forem cumpridas as cláusulas contratuais, especificações, projetos ou prazos.
Por razões de interesse público de alta relevância e amplo conhecimento, quando justificadas e determinadas pela autoridade máxima da esfera administrativa a que está subordinado o contratante, e exaradas no processo administrativo a que se refere o contrato.
Pelo descumprimento do dispositivo constitucional que dispõe sobre a proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre aos menores de 18 anos e de qualquer trabalho aos menores de 16 anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de 14 anos (art. 7ª, XXXIII CF).
Mediante rescisão amigável, por acordo entre as partes, reduzida a termo no processo da	23
licitação, desde que haja conveniência para a Administração.
Por determinação judicial, nos termos da legislação vigente.
Comentários Finais
Finalmente, conclui-se que os contratos administrativos buscam, no mais das vezes, a satisfação do interesse público, são dotados de cláusulas exorbitantes e contem em seu bojo cláusulas de cunho obrigatório. E mais, os contratos administrativos não podem ser considerados “mera formalidade”, devendo ser rigorosamente cumpridos e formalmente editados pelos órgãos da Administração Pública.
ORIENTAÇÕES DE ESTUDO
UNIDADE – 6– DAS LICITAÇÕES E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS.
No que consiste a licitação?
Qual a legislação pertinente ao assunto?
Quais as modalidades de licitação e no que elas consistem?
E quais os limites legais de cada modalidade?
Quais os principais critérios de avaliação da licitação?
Utilizando o Modelo anexo, com base nos dados a serem fornecidos pelo professor, elabore um Parecer Jurídico.
O que entende por Contrato Administrativo?
Quais as espécies de Contratos Administrativos?
Ao que se destina cada uma das espécies de Contratos Administrativos?
Quais os elementos constitutivos do Contrato Administrativo?
Dentre as cláusulas mínimas que devam constar do Contrato Administrativo, quais não podem deixar de constar? Cite-as.
Quais as modalidades de garantia previstas para o Contrato Administrativo?
Quais os percentuais especificados para a garantia em Contratos Administrativos?
Quais as prerrogativas concedidas a Administração Pública em relação aos seus contratos?
De que formas pode haver a rescisão dos Contratos Administrativos?
REFERÊNCIAS
ABREU, Dalmo de Abreu Dallari. Elementos de Teoria Geral do Estado. 30 ed. São Paulo: Saraiva 2011. AZAMBUJA,Darcy. Teoria Geral do Estado. 2 ed. Atual. Rev. Rio de Janeiro: Globo, 2008.
BITTAR, Eduardo C. B. Curso de ética jurídica: ética geral e profissional. 7 ed. São Paulo: Saraiva, 2010. BRASIL, Constituição da República Federativa [do]. Ed. Atual. Brasília: Senado Federal, 2011.
 	, Decreto nº 5.450, de 31 de maio de 2005. Regulamenta o pregão eletrônico no serviço público da União. Brasília: D.O.U., 2005.
 	, Lei nº. 8.666 - de 21 de junho de 1993. Institui normas para Licitações e Contratos na Administração Pública. Atualizado, Lei nº. 12.440, de 7 de julho de 2011. Brasília: D.O.U., 2011.
 	, Lei nº. 10.520, de 17 de julho de 2002. Institui na União, Estados, Distrito Federal e Municípios a modalidade de licitação denominada pregão. Brasília: D.O.U , 2002.
 	, Lei nº. 8.112, de 11 de dezembro de 1990, Estatuto dos Servidores Públicos Civis Federais.
Atualizado Lei nº. 11.907, de 02/02/09. Brasília:D.O.U., 2009.
CICCO, Cláudio de. GONZAGA, Álvaro de Azevedo. Teoria Geral do Estado e Ciência Política. 3 ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2011.
DI PIETRO, Maria Sylvia Zacanella. Direito Administrativo. 24 ed. São Paulo: Atlas, 2011.
ÉTICA no Serviço Público. Disponível em: www.metodista.br/gestaodecidades/publicacoes/boletim/09/.2014. MACHADO, Carlos Velho. Direito Administrativo. www.resumosconcursos.hpg.com,.br. 2014.
MEIRA, José de Castro. Administração Pública na Constituição Federal. BDJur/STJ, Brasília, DF, 25 mar. 2008. http://bdjur.stj.gov.br/dspace/handle/2041/16701.
SIQUEIRA, Wagner. Por uma Administração moderna, eficaz e voltada para o público. Disponível em: www.wagnersiqueira.com.br. 2014.
Pesquisador e autor do texto:
Gelson Loiola
Professor de Administração Pública.

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