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1. CONCEITO 
 
O direito administrativo pode ser conceituado, com 
base na doutrina de Hely Lopes Meireles, como o ramo 
do direito público formado por um conjunto harmônico 
de regras e princípios que rege os órgãos, agentes 
públicos e a atividade administrativa em qualquer 
esfera do poder, realizando de forma direta 
(independentemente de provocação, ao contrário da 
função jurisdicional, que depende desta), concreta 
(possui destinatário determinado e efeitos concretos, 
ao contrário da função legislativa, que é abstrata) e 
imediata (se preocupa com a atividade jurídica do 
Estado, e não social), os fins desejados pelo Estado. 
 
2. PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
 
Princípios expressamente previstos na 
Constituição Federal: legalidade, impessoalidade, 
moralidade, publicidade e eficiência (art. 37 da CF/88). 
Para decorar: o famoso LIMPE. 
 
LEGALIDADE 
Enquanto ao particular permite-se 
fazer tudo o que a lei não proíbe, 
na Administração Pública só é 
permitido fazer o que a lei 
expressamente autoriza. 
IMPESSOALIDADE 
A administração está proibida de 
estabelecer discriminações 
infundadas. Decorrências: 
a) Súmula Vinculante nº 13 (veda 
o nepotismo); b) § 1º do art. 37 da 
CF/88 que é categórico ao proibir 
nomes, símbolos ou imagens nas 
publicidades dos órgãos públicos. 
MORALIDADE 
A ideia de honestidade, probidade, 
lealdade e boa-fé, ou seja, 
pressupõe-se a atuação de forma 
correta. A proibição do nepotismo 
também possui fundamento na 
moralidade. 
PUBLICIDADE 
Os atos administrativos, para 
produzirem efeitos, devem ser 
levados ao conhecimento do 
público, salvo nos casos de sigilo, 
quando imprescindível para a 
segurança da sociedade e do 
Estado. 
EFICIÊNCIA 
A eficiência deve ser buscada 
tanto na estruturação dos órgãos 
púbicos, quanto de seus agentes 
públicos, de modo que sejam 
obtidos os melhores resultados, 
com otimização de recursos e de 
mão de obra. Exemplos: a) 
escolas de governo (art. 39, §7º, 
da CF/88) e b) avaliação especial 
de desempenho (art. 41 da 
CF/88). 
 
Princípios que não são expressamente previstos 
na Constituição Federal: supremacia do interesse 
público sobre o privado, indisponibilidade do interesse 
público, segurança jurídica, razoabilidade e 
proporcionalidade. 
 
SUPREMACIA DO 
INTERESSE PÚBLICO 
SOBRE O PRIVADO 
Quando houver colisão de 
interesse privado com 
interesse público, o Estado 
deverá condicionar ou limitar o 
direito individual para garantir 
a supremacia do interesse 
público. Exemplos: a) poder de 
polícia; b) cláusulas 
exorbitantes dos contratos 
administrativos; c) 
desapropriação. 
INDISPONIBILIDADE 
DO INTERESSE 
PÚBLICO 
Interesse público primário: 
rigorosamente indisponível. 
Interesse público secundário: 
“relativamente indisponível”. 
SEGURANÇA 
JURÍDICA 
Objetiva preservar os atos 
administrativos já praticados, 
garantindo-se a estabilização 
das relações jurídicas com a 
Administração Pública. 
Exemplos: a) art. 2º da Lei nº 
9.784/98, que veda a 
aplicação jurídica retroativa da 
nova interpretação”; e b) art. 
54 da Lei nº 9.784/98 que 
estabelece que “o direito da 
Administração de anular os 
atos administrativos de que 
decorram efeitos favoráveis 
para os destinatários decai em 
cinco anos, contados da data 
em que foram praticados, 
salvo comprovada má-fé”. 
RAZOABILIDADE E 
PROPORCIONALIDADE 
Razoabilidade e 
proporcionalidade são 
elementos complementares e, 
juntos, representam o 
denominado “juízo de 
adequação”. Possuem 
previsão na Lei n. 9.784/99. 
 
3. ORGANIZAÇÃO JUDICIÁRIA 
 
 
Desconcentração: representa a distribuição interna de 
competência administrativa, ou seja, é a distribuição 
que ocorre dentro da mesma pessoa jurídica, como no 
caso da criação de órgãos dentro da estrutura de um 
ente político, ou dentro de uma pessoa jurídica da 
administração pública indireta. Haverá relação de 
subordinação entre a pessoa jurídica e a estrutura 
criada, podendo ocorrer tanto na Administração Direta, 
quanto na Indireta. 
Descentralização: execução das tarefas estatais por 
meio da criação de outra pessoa jurídica. Não há 
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relação de subordinação ou hierarquia, mas tão 
somente controle ou fiscalização institucional, tendo 
em vista que ocorre entre pessoas jurídicas distintas. 
A descentralização pode se efetivar por outorga ou 
delegação: 
 
Outorga: a Administração transfere à nova pessoa 
jurídica a titularidade e a execução do serviço público 
por meio de lei. Como a titularidade do serviço não 
pode sair do poder público, somente as pessoas 
jurídicas de direito público podem receber outorga 
(autarquias e fundações públicas de direito público). 
 
Delegação: a Administração transfere à nova pessoa 
somente a execução do serviço público, reservando 
para si a titularidade. A delegação é feita para pessoas 
jurídicas de direito privado, podendo ser: a) por lei, às 
pessoas da administração pública indireta de direito 
privado (empresas públicas, sociedades de economia 
mista e fundações públicas de direito privado); b) por 
contrato, aos particulares, por permissão ou 
concessão de serviço público (Ex.: telefonia e 
transporte coletivo); c) por ato administrativo unilateral, 
aos particulares, por autorização de serviço público 
(Ex. taxi e despachante). 
 
 
Constituem a Administração Pública Indireta as 
autarquias, fundações públicas, empresas 
públicas, sociedades de economia mista e 
consórcios públicos. 
 
 pessoas jurídicas autônomas de 
direito público de capacidade exclusivamente 
administrativa, criadas por lei. A personalidade jurídica 
da autarquia se inicia com a vigência da lei criadora, 
ou seja, não há necessidade de registro. 
 
Características da autarquia: a) personalidade 
jurídica de direito público, possuem patrimônio próprio 
e se sujeitam ao controle da entidade estatal a que 
pertencem por meio de supervisão ministerial (tutela); 
b) privilégios tributários e processuais: gozam de 
imunidade tributária recíproca relacionada à atividade 
fim e não a atividades diversas (art. 150, §2º) e 
privilégios processuais, como o duplo grau 
obrigatório); c) juízo competente: Justiça Federal; d) 
responsabilidade civil: respondem objetivamente pelos 
danos que seus servidores, nessa qualidade, 
causarem aos administrados. Se a Autarquia, 
acionada em responsabilidade objetiva, não tiver 
patrimônio para indenizar, o Estado pode ser chamado 
à responsabilidade, subsidiariamente; e) natureza 
dos bens: os bens das autarquias são públicos sendo, 
portanto, inalienáveis, impenhoráveis, imprescritíveis e 
não podem ser objeto de oneração. Seus débitos são 
quitados pelo sistema de precatórios (art. 100, da 
CF/88). 
 o Supremo Tribunal Federal, 
no julgamento da ADI n. 1717, fixou aos conselhos de 
classe a natureza de autarquia. Como decorrência 
lógica, os Conselhos são obrigados a realizar concurso 
público, a anuidade recebida tem natureza tributária e 
estão sujeitos ao controle pelos Tribunais de Conta. 
Entretanto, o STF, em decisão com repercussão geral, 
firmou tese no sentido de que os conselhos de classe 
não se submetem ao regime de precatório (RE 
938837). 
 
A OAB foi criada como autarquia especial, porém, em 
função de sua essencialidade constitucional, foi declarada 
pelo STF não mais como autarquia especial, mas sim 
como “ente estatal sui generis”, não equiparado a 
qualquer outro órgão ou pessoa jurídica estatal. Com isso, 
a OAB foi autorizada a não mais licitar, nem concursar 
seus agentes. O TCU, no entanto, decidiu em novembro 
de 2018 que OAB deverá prestar contas ao Tribunal. 
 
Agências Reguladoras: são autarquias de regime 
especial criadas a partir da quebra dos monopóliosda Lei nº 8.429/1992, as disposições 
da lei de improbidade são aplicáveis, no que couber, 
àquele que, mesmo não sendo agente público, induza 
ou concorra para a prática do ato de improbidade ou 
dele se beneficie sob qualquer forma direta ou indireta. 
 
Foro Privilegiado: não existe foro privilegiado por 
prerrogativa de função em ações de improbidade 
administrativa. 
 
Afastamento cautelar: art. 20 da Lei nº 8.429/1992: 
“A autoridade judicial ou administrativa competente 
poderá determinar o afastamento do agente público do 
exercício do cargo, emprego ou função, sem prejuízo 
da remuneração, quando a medida se fizer necessária 
à instrução processual” 
 
Indisponibilidade de bens: quando o ato de 
improbidade causar lesão ao patrimônio público ou 
ensejar enriquecimento ilícito, a autoridade 
administrativa responsável pelo inquérito representará 
ao Ministério Público, para a indisponibilidade dos 
bens do indiciado (art. 7º da Lei nº 8.429/1992). 
 
MODALIDADES 
 
ATO DE IMPROBIDADE QUE GERA 
ENRIQUECIMENTO ILÍCITO 
 
Conceito: são atos que permitem ao agente auferir 
qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em 
razão do exercício de cargo, mandato, função, 
emprego ou atividade nas entidades mencionadas no 
art. 1° da LIA. 
 
Sanções: a) ressarcimento integral do dano; b) perda 
dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao 
patrimônio; c) perda da função pública; d) suspensão 
dos direitos políticos de oito a dez anos; e) pagamento 
de multa civil de até três vezes o valor do dano; f) 
proibição de contratar com o Poder Público ou receber 
benefícios ou incentivos fiscais pelo prazo de dez 
anos. 
 
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ATO DE IMPROBIDADE QUE GERA PREJUÍZO AO 
ERÁRIO 
 
Conceito: qualquer ação ou omissão, dolosa ou 
culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, 
apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens 
(Lesão ao cofre público por ato doloso ou culposo). 
 
Sanções: a) ressarcimento integral do dano; b) perda 
dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao 
patrimônio; c) perda da função pública; d) suspensão 
dos direitos políticos de 5 (cinco) a 8 (oito) anos; e) 
pagamento de multa civil de até duas vezes o valor do 
dano; e f) proibição de contratar com o Poder Público 
pelo prazo de 5 (cinco) anos. 
ATO DE IMPROBIDADE QUE ATENTAM CONTRA 
PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
 
Conceito: qualquer ação ou omissão que viole os 
deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade, e 
lealdade às instituições, a exemplo do previsto nos 
incisos do art. 11 da Lei nº 8.429/92. 
 
Lei nº 13.425/2017: passou a prever a necessidade de 
normas especiais no planejamento urbano para 
prevenção e combate a incêndio e desastres para 
locais de grande concentração e circulação de 
pessoas. Segundo a lei, o prefeito que deixar de tomar 
essas providências no prazo de 2 anos incorre em ato 
de improbidade administrativa prevista no art. 11 da 
Lei nº 8.429/2017. 
 
Observação: os atos de improbidade que atentam 
contra princípios da Administração Pública exigem 
dolo e não dependem de enriquecimento do agente 
público nem da lesão ao erário. Portanto, não há 
necessidade de dano efetivo (material) para 
caracterizar o ato de improbidade. 
 
Sanções: a) ressarcimento integral do dano, se 
houver; b) perda da função pública; c) suspensão 
dos direitos políticos de 3 (três) a 5 (cinco) anos; d) 
pagamento de multa civil de até 100 (cem) vezes o 
valor da remuneração percebida pelo agente; e e) 
proibição de contratar com o Poder Público ou receber 
benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou 
indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa 
jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de 3 
(três) anos. 
 
ATOS DE IMPROBIDADE DECORRENTES DE 
CONCESSÃO OU APLICAÇÃO INDEVIDA DE 
BENEFÍCIO FINANCEIRO OU TRIBUTÁRIO 
 
Conceito (art. 10-A da Lei n. 8.249/92): qualquer 
ação ou omissão para conceder, aplicar ou manter 
benefício financeiro ou tributário contrário ao que 
dispõem o caput e o § 1º do art. 8º-A da Lei 
Complementar nº 116/2003 (ISS – alíquota mínima de 
2%) 
 
Sanções: perda da função pública, suspensão dos 
direitos políticos de 5 (cinco) a 8 (oito) anos e multa 
civil de até 3 (três) vezes o valor do benefício financeiro 
ou tributário concedido. 
PRAZO PRESCRICIONAL 
 
Art. 23 da Lei n. 8.249/92. As ações destinadas a levar 
a efeitos as sanções previstas nesta lei podem ser 
propostas: 
 
I.Até 5 (cinco) anos após o término do exercício de 
mandato, de cargo em comissão ou de função de 
confiança; 
 
II.Dentro do prazo prescricional previsto em lei 
específica para faltas disciplinares puníveis com 
demissão a bem do serviço público, nos casos de 
exercício de cargo efetivo ou emprego; 
 
III.Até 5 (cinco) anos da data da apresentação à 
administração pública da prestação de contas 
final pelas entidades referidas no parágrafo único 
do art. 1º desta Lei. 
 
12. INTERVENÇÃO DO ESTADO NA PROPRIEDADE 
PRIVADA 
 
DESAPROPRIAÇÃO 
 
Conceito: procedimento pelo qual o Poder Público 
realiza intervenção na propriedade alheia transferindo-
a compulsoriamente ao patrimônio público. Pode ser 
de natureza ordinária ou sancionatória. 
 
Ordinária: razões de necessidade pública (urgência), 
utilidade pública (conveniência) ou interesse social 
(assentamento de pessoas, por exemplo), mediante 
pagamento de indenização justa, prévia e em dinheiro, 
conforme art. 5º, XXIV, da CF/88. 
 
Sancionatória: ocorre nos casos em que a 
propriedade é desapropriada por não respeitar a sua 
função social, podendo ocorrer no meio urbano (art. 
182, § 4º, III, da CF/88) ou rural (art. 184 da CF/88). 
 
Desapropriação de bens públicos: a desapropriação 
pode recair sobre bens públicos, mas somente a União 
pode desapropriar bens dos Estados e dos Municípios 
e os Estados podem desapropriar bens dos 
Municípios. 
 
Desapropriação por particular: É possível ainda a 
desapropriação feita pelas concessionárias de serviço 
público (desapropriação por particular), desde que em 
casos previstos em lei e autorizado pela 
Administração, conforme previsto no art. 3º Decreto-
Lei n. 3.365/41. 
 
FASES DA DESAPROPRIAÇÃO 
 
FASE DECLARATÓRIA: Declaração do bem como 
sendo objeto de desapropriação, por meio de 
declaração de utilidade pública, feita por decreto 
do Presidente da República, Governador, Interventor 
ou Prefeito (não pode, portanto, a declaração de 
utilidade pública ser feita diretamente pelas autarquias 
ou empresas estatais), e produz os seguintes efeitos: 
1) permissão às autoridades competentes para 
penetrar no prédio objeto da declaração, sendo 
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possível o recurso à força policial no caso de 
resistência (art. 7º, do Decreto Lei nº 3.365/41); 2) 
início da contagem do prazo para a caducidade do ato 
(art. 10º, do Decreto-Lei nº 3.365/41); 3) indicação do 
estado em que se encontra o bem objeto da 
declaração para efeito de fixar a futura indenização. “ 
 
FASE EXECUTIVA: Tem como objeto único 
fixar o valor que será pago a título de indenização, 
podendo ser desenvolvida no âmbito administrativo, 
quando houver acordo entre as partes, ou judicial. 
Desapropriação de bens públicos: a desapropriação 
pode recair sobre bens públicos, mas somente a União 
pode desapropriar bens dos Estados e dos Municípios 
e os Estados podem desapropriar bens dos 
Municípios. 
 
Tredestinação: ocorre na hipótese de o bem 
desapropriado ter destinação diversa daquela 
inicialmente declarada. A tredestinação pode ser lícita 
(preserva o interesse público) ou ilícita (não preserva 
o interesse público). 
 
Na tredestinação ilícita, o expropriado pode pleitear no 
Poder Judiciário a nulidade do ato e a retrocessão, que 
é o retorno do bem, com base no art.estatais possuindo como principais objetivos fiscalizar 
e regular as atividades estatais privatizadas. Principais 
Peculiaridades: a) função diferenciada: controle e 
normatização de uma determinada atividade; b) 
investidura (ou nomeação) especial do dirigente: o 
Presidente da República não pode nomear de forma 
livre, dependendo da aprovação prévia do Senado 
Federal; c) mandato do dirigente com prazo fixo, 
perdendo o mandato apenas em caso de renúncia, de 
condenação judicial transitada em julgado ou de 
processo administrativo disciplinar, d) quarentena: 
saindo da direção da agência reguladora, o ex-
dirigente não poderá atuar na iniciativa privada no 
mesmo ramo de atividade, por determinado prazo. O 
prazo de quarentena, como regra geral, é de 06 
meses; e) modalidade própria de Licitação: consulta; f) 
regime de pessoal: cargos públicos, com regime 
estatutário, providos por concurso público. 
 
Agências Executivas: são autarquias ou fundações 
que elaboram um plano estratégico de modernização 
e celebram com a administração direta um contrato de 
gestão, para ter mais liberdade, recursos, bem como 
mais privilégios na licitação. Celebrado o “contrato de 
gestão”, a autarquia ou a fundação ganha o status 
temporário de “agência executiva”. 
 
 
 
Autarquia 
especial 
Autarquia comum 
ou fundação 
pública. 
 
Criada como 
agencia 
Convertida em 
agência ao 
assinar contrato 
de gestão com a 
Administração. 
 
Gerir interesses 
públicos e 
privatizados 
Otimizar a 
eficiência da 
execução direta. 
 
 são pessoas jurídicas 
constituídas a partir de patrimônio público destinado a 
realização de atividade de interesse público. Não 
possuem fins lucrativos e se destinam a atividades 
beneficentes ou assistenciais. 
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Personalidade Jurídica: as fundações públicas 
podem ser pessoas jurídicas de direito público, quando 
criadas por lei específica, ou de direito privado, quando 
criadas por autorização legislativa. 
 
Criada por lei (não precisa de 
registro). Regime equiparado 
ao da autarquia. 
Criada por autorização 
legislativa. Regime híbrido, 
semelhante àquele 
aplicado às empresas públicas 
e sociedades de economia 
mista. 
 
 a Constituição Federal permite 
que o Estado explore excepcionalmente, de forma 
direta, a atividade econômica quando envolver 
questões de soberania nacional ou relevante interesse 
público, constituindo empresas públicas ou 
sociedades de economia mista (empresas estatais) 
para atuar no mercado privado (art. 173 da CF/88). 
Semelhanças entre empresas públicas e sociedades 
de economia mista: a) pessoas jurídicas de direito 
privado criadas a partir de autorização legislativa; b) 
são constituídas por contrato ou estatuto social e sua 
existência inicia-se a partir do registro de seus 
documentos sociais na Junta ou cartório civil; c) 
patrimônio de natureza privada, que poderá ser 
penhorado, salvo quando se tratar de bem vinculado 
à prestação de serviços públicos, hipótese em que 
será impenhorável; d) Não estão sujeitas à 
recuperação judicial nem à falência, por expressa 
previsão do artigo 2º da Lei n. 11.101/05; e) 
trabalhadores são empregados regidos pela CLT. No 
entanto, esses empregados equiparam-se aos 
servidores públicos em algumas situações: I) 
Ingressam por meio de concurso público; II) Sujeitam-
se às regras de não acumulação; III) São considerados 
funcionários públicos para fins penais (art. 327 do CP); 
IV) Respondem por improbidade administrativa (Lei 
8.429/92); V) Sujeitam- se aos remédios 
constitucionais e VI) Sujeitam-se ao teto 
remuneratório, salvo quando as empresas públicas e 
as sociedades de economia mista, e suas subsidiárias, 
não receberem recursos da União, dos Estados, do 
Distrito Federal ou dos Municípios para pagamento de 
despesas de pessoal ou de custeio em geral, conforme 
§9º do art. 37 da CF/88. 
 
Estabilidade dos empregados: o Supremo Tribunal 
Federal firmou entendimento de que os empregados 
públicos não fazem jus à estabilidade do art. 41 da 
CF/88 (salvo os contratados antes da EC 19/98), mas 
a sua dispensa deve ser obrigatoriamente motivada. 
 
 
Capital exclusivamente 
público (pode ser de 
mais de um ente, desde 
que todos sejam 
públicos). 
Capital misto (parte público, 
parte privado) 
Qualquer modalidade 
empresarial 
Somente sociedade 
anônima. 
Empresa Pública 
Federal: Justiça 
Federal 
Empresa Pública 
Estadual/Municipal: 
Justiça Estadual 
Sempre Justiça Estadual 
 
Exploração de atividade econômica ou de 
prestação de serviço público: as empresas públicas 
ou sociedades de economia mista poderão explorar 
atividade econômica, hipótese em que estarão sujeitas 
ao mesmo regramento jurídico das demais empresas 
privadas (encargos tributários, previdenciários, 
trabalhistas, etc.), ou desempenhar serviços públicos 
(metrô, correio, etc.), caso em que terão maior 
influência do regime jurídico púbico, justificando-se o 
tratamento diferenciado em relação às demais 
empresas privadas. 
 
 
LICITAÇÃO Poderão ter estatuto próprio. 
BENS Podem ser penhorados 
RESPONSABILIDADE 
DO ESTADO 
Responsabilidade subjetiva e 
não responde subsidiariamente. 
REGIME 
TRIBUTÁRIO 
Não têm privilégios não 
extensíveis à iniciativa privada. 
 
LICITAÇÃO Obrigadas a licitar. 
BENS 
São impenhoráveis se estiverem 
relacionados diretamente ao 
serviço público. 
RESPONSABILIDADE 
DO ESTADO 
Responsabilidade objetiva e 
responde subsidiariamente. 
REGIME 
TRIBUTÁRIO 
Se a empresa presta serviço 
público com exclusividade há 
imunidade recíproca (art. 150, 
VI, “a”, da CF/88, só impostos 
na finalidade específica da 
empresa). 
 
CONSÓRCIO PÚBLICO: a Lei n. 11.107/2005 
estabelece que o consórcio público poderá assumir a 
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forma de associação pública ou de pessoa jurídica de 
direito privado, sendo que, em qualquer hipótese, não 
terá fins econômicos 
 
Consórcio como Pessoa Jurídica de Direito 
Privado: Aplica-se ao consórcio público de direito 
privado o direito comum, como o regime celetista, mas 
também se exige respeito às normas de direito público 
no que concerne à realização de licitação, celebração 
de contratos, prestação de contas e realização de 
concurso. 
 
Associação Pública: é a denominação do consórcio 
público de personalidade jurídica de direito público, 
regida pelas normas de direito público. A associação 
pública integra a administração indireta dos entes 
associados simultaneamente. O pessoal regido pela 
CLT (Lei nº 13.822/2019) 
 
Participação da União: a União somente participará 
de consórcios públicos em que também façam parte 
todos os Estados em cujos territórios estejam situados 
os Municípios consorciados (art. 1º, §2º, da Lei 
11.107/2005). O consórcio público será constituído por 
contrato cuja celebração dependerá da prévia 
subscrição de protocolo de intenções. 
 
TERCEIRO SETOR 
O terceiro setor é composto por entidades privadas da 
sociedade civil, que prestam atividade de interesse 
público, sem fins lucrativos, não estando incluídas na 
Administração Pública. 
 
 
Conceito: organização social é um título concedido 
pela Administração Pública a determinadas entidades 
privadas sem fins lucrativos, após a assinatura do 
contrato de gestão, transferindo-se a essas entidades 
a possibilidade de prestarem certas atividades que 
normalmente são exercidas pelo Estado. 
 
Licitação: é dispensável a licitação para a celebração 
de contratos de prestação de serviços com as 
organizações sociais, qualificadas no âmbito das 
respectivas esferas de governo, para atividades 
contempladas no contrato de gestão. 
 
Contrato de Gestão: o contrato de gestão permite que 
a Organização Social tenha gestão do orçamento, dos 
agentes públicose dos bens públicos (móveis e 
imóveis) necessários ao cumprimento das atividades 
estabelecidas no contrato de gestão, mas ficará sujeita 
ao controle do Tribunal de Contas. 
 
ORGANIZAÇÃO DA SOCIEDADE CIVIL DE 
INTERESSE PÚBLICO (OSCIP) 
 
Conceito: podem ser qualificadas como OSCIP as 
pessoas jurídicas de direito privado, sem fins 
lucrativos, que tenham sido constituídas e se 
encontrem em funcionamento regular há, no mínimo, 
3 (três) anos, desde que os respectivos objetivos 
sociais e normas estatutárias atendam aos requisitos 
instituídos pela Lei n° 9.790/99. 
Ato vinculado: a outorga da qualificação como OSCIP 
é ato vinculado, desde que cumpridos os requisitos da 
Lei n° 9.790/99. 
 
Vedação: não são passíveis de qualificação como 
OSCIP as entidades previstas no art. 2° Lei n° 
9.790/99, como as sociedades comerciais, os 
sindicados, instituições religiosas, organizações 
partidárias, entidades e empresas que comercializam 
planos de saúde e assemelhados, instituições 
hospitalares privadas não gratuitas e suas 
mantenedoras, organizações sociais, cooperativas e 
fundações públicas. 
 
Termo de Parceria: a entidade qualificada como 
OSCIP poderá firmar Termo de Parceria com o Poder 
Público, passando a atuar em áreas típicas de 
interesse social, como assistência, cultura e proteção 
ao meio ambiente, recebendo, para tanto, incentivos 
da Administração Pública. 
 
Bens imóveis: se a organização adquirir bem imóvel 
com recursos provenientes da celebração do Termo de 
Parceria, este será gravado com cláusula de 
inalienabilidade, ou seja, não poderá ser vendido (art. 
15 Lei n° 9.790/99). 
 
 
Conceito: entende-se por Sistema “S” (serviços 
sociais autônomos) o conjunto que abrange diversas 
instituições de interesse de categorias profissionais, 
como SESC (comerciários), SESI (industriários), 
SEST (transporte), SENAI (aprendizagem industrial) e 
SENAC (aprendizagem do comércio), mas não 
integram a administração direta nem a indireta. 
 
Financiamento: o sistema é financiado por meio das 
contribuições de interesse das categorias profissionais 
ou econômicas (art. 149, III, da CF/88), que são 
repassadas a essas entidades para desempenharem 
as atribuições previstas em lei. Por isso, se submetem 
ao controle Tribunal de Contas da União. 
 
4. PODERES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
 
 
 Poder Vinculado: o administrador não possui 
liberdade de atuação, devendo atuar com base em 
uma única conduta prevista em lei, como no caso 
da concessão da aposentadoria compulsória para 
o servidor que atingir 75 anos de idade. 
 
 Poder Discricionário: o administrador poderá 
realizar juízo de conveniência e oportunidade, com 
liberdade para escolher a melhor conduta a ser 
adotada dentro dos limites estabelecidos em lei. 
São exemplos de atos discricionários a autorização 
para porte de arma e a exoneração de servidor em 
cargo de comissão. Para FGV, o fato de a lei se 
encontrar insatisfatória ou ultrapassada não 
permite o uso do poder discricionário. 
 
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Conceito: trata-se de poder conferido aos chefes do 
Poder Executivo para a edição de decretos ou 
regulamentos a fim de complementar ou detalhar a lei, 
garantindo a sua fiel execução. Há basicamente duas 
modalidades de decretos: 
 
Dependem da existência de lei 
anterior para serem editados. 
Estão abaixo da lei, motivo pelo 
qual não estão sujeitos ao controle 
direto de constitucionalidade, mas 
sim ao controle de legalidade. 
São editados independentemente 
da existência de ato normativo 
anterior, possuindo a mesma 
hierarquia das leis e, por esse 
motivo, estão sujeitos ao controle 
vertical de constitucionalidade. 
Com base no art. 84, VI, da CF/88, 
o decreto autônomo poderá dispor 
apenas sobre a organização e o 
funcionamento da Administração 
Pública, desde que não implique 
aumento de despesas ou criação e 
extinção de órgãos públicos (o que 
apenas se dá por meio de lei, de 
iniciativa do Presidente da 
República) e a extinção de cargos 
vagos. Os decretos autônomos 
são de competência privativa do 
Presidente da República, mas 
podem ser delegados aos Ministros 
de Estado, ao Procurador-Geral 
da República ou ao Advogado- 
Geral da União, que observarão os 
limites traçados nas respectivas 
delegações. 
 
Controle: além do controle pelo Poder Judiciário no 
que tange à sua legalidade e à sua legitimidade, o 
Decreto submete-se, também, ao controle pelo Poder 
Legislativo, conforme art. 49, inciso V, da CF/88, que 
dispõe ser da competência exclusiva do Congresso 
Nacional sustar os atos normativos do Poder 
Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou 
dos limites da delegação legislativa. 
 
Diz respeito à faculdade que possui o poder público de 
punir as infrações funcionais cometidas pelos 
servidores e demais pessoas sujeitas à disciplina da 
Administração por meio de processo administrativo 
disciplinar (PAD). 
 
É com fundamento no poder hierárquico que a 
Administração Pública realiza a sua organização 
estrutural, escalonando seus órgãos e repartindo 
suas funções, definindo, na forma da lei, os limites de 
competência de cada um. Surgem, durante esse 
processo, algumas prerrogativas, tais como, delegar e 
avocar atribuições, dar ordens, fiscalizar e rever 
atividades de órgãos inferiores. 
 
 
Conceito: representa o poder da Administração 
Pública em limitar a liberdade e a propriedade dos 
particulares para a preservação dos interesses da 
coletividade. O exercício do poder de polícia é 
realizado por meio de atos normativos e punitivos, 
permitindo-se ainda a cobrança de taxa quando houver 
uma contraprestação estatal, conforme art. 145, II, da 
CF/88. 
 
Modalidades: o poder de polícia pode ser preventivo 
(licença ou autorização), fiscalizador ou repressivo 
(aplicação de multa, embargo ou demolição, por 
exemplo). 
 
Delegação: de acordo com a jurisprudência 
dominante do Supremo Tribunal Federal, não é 
possível delegar o poder de polícia, em nome da 
segurança jurídica (ADI 1717). Entretanto, permite-se 
a delegação dos chamados atos materiais, 
preparatórios ou instrumentais do exercício do poder 
de polícia, como no caso da contratação de empresa 
privada para a instalação de redares para controle da 
velocidade no trânsito. 
 
Atributos do Poder de Polícia: 
 
Em regra, o agente público poderá decidir qual é a 
melhor solução a fim de atender ao interesse 
público. É possível, no entanto, o exercício 
vinculado do poder de polícia, como no caso da 
licença para dirigir. 
Administração executa as suas decisões por meios 
diretos, sem precisar de ordem judicial, como no 
caso da determinação de interdição de um 
estabelecimento, desde que o faça observando os 
princípios da razoabilidade e da proporcionalidade. 
Exceção: cobrança de multa, em que há 
necessidade de intervenção judicial para sua 
execução. 
O Estado pode impor sua decisão, respeitando a 
razoabilidade e a proporcionalidade, 
independentemente da concordância do cidadão. 
 
 
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5. ATOS ADMINISTRATIVOS 
 
VALIDADE: Para a validade do ato administrativo, 
exige-se o preenchimento de 5 pressupostos 
(elementos) específicos: 1) Competência, 2) 
Finalidade, 3) Forma, 4) Motivo e 5) Objeto. 
 
Elemento vinculado. É 
irrenunciável, mas pode ser objeto de 
delegação e avocação. 
 
Não podem ser objeto de delegação: 
I.-Edição de atos de caráter 
normativo; 
II-Decisão de recursos 
administrativos; 
III-Matérias de competência 
exclusiva do órgão ou autoridade. 
 
O vício mais comum que atinge o 
elemento competência é o excesso 
de poder (umas das formas de abuso 
de poder), onde o agente é 
incompetente para a prática de 
determinado ato, mas mesmo assim 
o pratica. 
Elemento vinculado.São requisitos da forma a 
exteriorização da vontade, que em 
regra é por escrito (podendo ser de 
outra forma quando a lei autorizar) e 
a motivação, considerada o 
raciocínio lógico entre os elementos 
do ato e a lei. A motivação é 
obrigatória, devendo acontecer antes 
ou, no máximo, durante a prática do 
ato. 
Pode ser um elemento vinculado ou 
discricionário, conforme dispuser a 
lei. 
 
Teoria dos motivos determinantes: 
um ato administrativo cuja motivação 
foi externada (ainda que não fosse 
obrigatória a motivação) só é válido 
se os motivos que o fundamentaram 
forem verdadeiros 
É o resultado prático do ato 
administrativo, o ato considerado em 
si mesmo, o seu efeito jurídico 
imediato. Pode ser um elemento 
vinculado ou discricionário. 
Elemento vinculado, pois todo o ato 
administrativo tem uma finalidade 
prevista em lei. Se o administrador 
público buscar finalidade diversa 
daquela prevista em lei, praticará 
desvio de finalidade. 
 
ATRIBUTOS DO ATO ADMINISTRATIVO 
 
PRESUNÇÃO DE LEGITIMIDADE: Até que se prove 
em contrário, o ato administrativo é legítimo e emanou 
de agente regularmente investido. Portanto, o ônus da 
prova da existência de vício no ato administrativo é de 
quem alega. 
 
IMPERATIVIDADE: Podem ser imediatamente 
impostos aos particulares a partir de sua edição, 
mesmo que estejam sendo questionados 
administrativa ou judicialmente quanto à sua validade, 
salvo na hipótese de impugnação ou recurso com 
efeito suspensivo. 
 
AUTOEXECUTORIEDADE: Podem ser materialmente 
implementados pela administração, diretamente, 
inclusive mediante o uso da força, sem necessidade 
de autorização judicial prévia. Utilizada normalmente 
quando a lei expressamente a prevê ou em situações 
de urgência, como no caso de retirada da população 
de um prédio que ameaça desabar. 
Exemplo de ato não revestido de autoexecutoriedade 
é a cobrança de multa, já que a execução da quantia 
correspondente de ser realizada judicialmente. 
 
TIPICIDADE: É o atributo pelo qual o ato 
administrativo deve corresponder a figuras definidas 
previamente pela lei como aptas a produzir 
determinados resultados. 
 
CLASSIFICAÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS 
ATOS DISCRICIONÁRIOS E VINCULADOS 
 
Ato vinculado: a lei previamente determina o único 
comportamento possível a ser obrigatoriamente 
adotado pelo administrador (Exemplo: licença para 
dirigir e concessão de aposentadoria). Não há juízo de 
conveniência/oportunidade. 
 
Ato discricionário: o administrador tem liberdade, faz 
juízo de valor, análise de conveniência/oportunidade, 
nos limites da lei. No ato discricionário, o motivo e o 
objeto são elementos discricionários, que formam o 
chamado mérito do ato administrativo. Entretanto, 
mesmo se tratando de ato discricionário, o Poder 
Judiciário poderá fazer o controle judicial do ato no que 
concerne a seus demais elementos (competência, 
forma e finalidade), já que a Constituição Federal 
garante o amplo acesso à Justiça (art. 5º, XXXV, 
CF/88). 
 
ATOS SIMPLES COMPOSTOS E COMPLEXOS 
 
 Ato simples: é o que decorre de uma 
manifestação única de vontade do órgão, 
podendo ser unipessoal (atos simples singular) ou 
colegiado (atos simples colegiado). 
 
 Ato complexo: é o que depende da manifestação 
de vontade de dois ou mais órgãos ou autoridade 
(Exemplo: Portarias conjuntas ou instruções 
normativas conjuntas da Secretaria da Receita 
Federal e da Procuradoria da Fazenda Nacional). 
 
 Ato composto: é aquele que resulta da 
manifestação de um só órgão, mas a sua edição 
ou a produção de seus efeitos depende de um 
outro ato que o aprove, que tem função 
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meramente instrumental (Exemplo: nomeação do 
PGR). 
 
ATO VÁLIDO, NULO, ANULÁVEL E INEXISTENTE 
 
Ato válido: é aquele que está em conformidade com 
o ordenamento jurídico porque observou integralmente 
as exigências legais. 
 
Ato nulo: é aquele que possui vício insanável, ou seja, 
não é passível de convalidação. Como todo ato 
administrativo goza de presunção de legitimidade, os 
efeitos da anulação, que são ex tunc, aplicam-se às 
partes diretamente envolvidas, mas deve-se preservar 
os efeitos já produzidos em relação a terceiros de boa-
fé. 
 
Ato inexistente: é aquele que possui aparência de um 
ato administrativo, mas, em verdade, se origina de 
alguém que não é um agente público, como o 
usurpador de função. Não produz nenhum efeito, 
inclusive perante terceiros de boa-fé. 
 
Ato anulável: é o que possui defeito sanável (não 
passível de convalidação), desde que não seja lesivo 
ao interesse público nem cause prejuízos a terceiros. 
 
Anulação dos Atos Administrativos: o direito da 
Administração de anular os atos administrativos de 
que decorram efeitos favoráveis para os destinatários 
decai em 5 anos, contados da data em que foram 
praticados, salvo comprovada má-fé (art. 54, caput, da 
Lei nº 9.784/1999). No entanto, qualquer medida 
adotada pela Administração voltada à impugnação do 
ato impede a ocorrência da decadência (art. 54, § 2º, 
da Lei nº 9.784/1999). 
 
ESPÉCIES DE ATOS ADMINISTRATIVOS 
 
ATOS NEGOCIAIS: são editados em situações nas 
quais o ordenamento jurídico exige que o particular 
obtenha anuência prévia da administração para 
realizar determinada atividade de interesse dele, ou 
exercer determinado direito. Podem ser vinculados ou 
discricionários e definitivos ou precários. 
 
LICENÇA: Ato administrativo vinculado e definitivo 
referente a um direito subjetivo do particular (Exemplo: 
alvará para a realização de uma obra). 
 
AUTORIZAÇÃO: Ato discricionário e precário para 
autorizar a realização de atividade 
predominantemente de interesse do particular, ou de 
utilização de bem público (Exemplo: autorização para 
porte de arma) 
 
PERMISSÃO: Ato discricionário e precário mediante o 
qual é consentida ao particular alguma conduta em 
que exista interesse predominante da coletividade 
(Exemplo: Permissão de uso de bem público para a 
realização de um show). 
 
EXTINÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS 
 
ANULAÇÃO 
Conceito: extinção do ato administrativo em virtude de 
ilegalidade. Um vício de legalidade pode ser sanável 
ou insanável. Se for sanável, pode ser anulado ou 
convalidado. Se for insanável, deve ser anulado. A 
anulação pode ser feita pela administração 
(autotutela), de ofício ou mediante provocação, ou pelo 
Poder Judiciário, mediante provocação. 
 
Efeitos: A anulação retroage seus efeitos ao momento 
da prática do ato (ex tunc), mas devem ser 
resguardados os efeitos já produzidos em relação aos 
terceiros de boa-fé. 
 
Prazo: O art. 54 da Lei 9.784/99 estabelece o prazo de 
5 (cinco) anos para a anulação de atos administrativos. 
 
REVOGAÇÃO 
Conceito: é a extinção do ato administrativo 
discricionário por uma questão de mérito, ou seja, 
de conveniência/oportunidade. São insuscetíveis de 
revogação: a) atos consumados (já exauriram seus 
efeitos), b) atos vinculados, porque no ato vinculado 
não há mérito e c) atos que já geraram direitos 
adquiridos. Somente a Administração Pública faz 
controle de mérito, por meio de seu poder de 
autotutela. 
Efeitos: a revogação não possui eficácia retroativa, 
produzindo efeitos “ex nunc”. 
 
CASSAÇÃO 
Conceito: é a extinção do ato administrativo em 
virtude do descumprimento de obrigação pelo 
beneficiário do ato, ou seja, representa sanção para 
aquele particular que deixou de cumprir as condições 
exigidas para a manutenção de um determinado ato 
administrativo. 
 
CADUCIDADE 
Conceito: ocorre quando uma nova legislação impede 
a permanência do ato administrativo. 
 
CONTRAPOSIÇÃO 
Conceito: o ato anterior será extinto em razão da 
superveniência de ato posterior cujos efeitos são a 
ele contrapostos (Exemplo: a exoneração extingue a 
nomeação de servidor público). 
 
6. LICITAÇÃO 
 
APLICAÇÃO: a nova lei de licitações (Lei n. 
14.133/21)se aplica à Administração Pública Direta, 
autárquica e fundacional (Direito Púbico ou Privado), 
em relação a todos os entes da Federação, ou seja, 
União, Estados, distrito Federal e Municípios. 
 
Exceções: a Lei n. 14.133/21 não se aplica às 
empresas estatais (empresas públicas e sociedades 
de economia mista), porque elas são regidas pela Lei 
n. 13.303/2016, salvo em relação às disposições 
penais. 
 
VIGÊNCIA: A nova Lei de Licitação entrou em vigor na 
data da sua publicação (01/04/21). 
Revogação da Lei n. 8.666/93 - A Lei n. 14.133/2021 
não revogou imediatamente a Lei n. 8.666/93, já que 
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ambas as leis vão coexistir pelo prazo de 2 anos, ou 
seja, nos dois primeiros anos de vigência da Lei n. 
14.133/201 o administrador poderá escolher o regime 
antigo ou o novo para os procedimentos licitatórios. 
 
Aplicação combinada dos dois regimes: é vedada 
a aplicação combinada da Lei n. 14.133/2021 e da Lei 
n. 8.666/93. Assim, ou o procedimento vai seguir as 
regras do regime antigo, ou do regime novo, não 
podendo haver combinação das regras das duas leis. 
 
PRINCIPAIS PRINCÍPIOS: 
 
Princípio da segregação de funções: a licitação é 
um procedimento complexo, que deve ter a 
participação de vários agentes públicos, separando as 
funções de autorização, controle e execução, durante 
o trâmite do procedimento, evitando-se a 
concentração das funções em um único servidor. 
 
Princípio da Celeridade: tem como principal objetivo 
otimizar o trâmite dos certames licitatórios. A nova Lei 
de Licitação, ao estipular, como regra geral, a inversão 
da fase de julgamento e de habilitação, vai ao encontro 
do princípio da celeridade. 
 
Princípio da Transparência: objetiva não somente a 
publicidade dos atos da licitação, mas sobretudo 
facilitar a compreensão dos atos, o que pode ser feito, 
por exemplo, por meio de gráficos, tabelas, etc. 
 
Princípio do Desenvolvimento Nacional 
Sustentável: determinada a necessidade de 
observância, por exemplo, das normas sociais e 
ambientais nas contratações decorrentes de 
procedimentos licitatórios, como, por exemplo, a 
utilização de critérios visando recursos com baixo 
impacto sobre a flora, a fauna, o ar, o solo e a água; 
 
AGENTES DE LICITAÇÃO: os servidores que vão 
participar do procedimento licitatório devem: 
 
• ser, preferencialmente, servidor efetivo ou 
empregado público dos quadros permanentes da 
Administração Pública; 
 
• ter atribuições relacionadas a licitações e contratos 
ou possuam formação compatível ou qualificação 
atestada por certificação profissional emitida por 
escola de governo criada e mantida pelo poder 
público; e 
 
• não ser cônjuge ou companheiro de licitantes ou 
contratados habituais da Administração nem 
tenham com eles vínculo de parentesco, colateral 
ou por afinidade, até o terceiro grau, ou de natureza 
técnica, comercial, econômica, financeira, 
trabalhista e civil. 
 
AGENTE DE CONTRATAÇÃO: servidor com maior 
responsabilidade, encarregado de conduzir a licitação. 
Tem o dever de tomar decisões, acompanhar o trâmite 
da licitação, dar impulso ao procedimento licitatório e 
executar quaisquer outras atividades necessárias ao 
bom andamento do certame até a homologação. 
IMPORTANTE 
O agente de contratação, diferentemente dos 
demais servidores, deve ser obrigatoriamente 
servidor público efetivo ou empregado púbico do 
quadro efetivo da administração pública. 
 
Atuação: O agente de contratação atuará nas 
modalidades de licitação concorrência e leilão. Em se 
tratando de pregão, o agente responsável pela 
condução do certame será designado pregoeiro. 
 
Diálogo Competitivo: a licitação será conduzida por 
uma comissão de contratação composta de pelo 
menos 3 (três) servidores efetivos ou empregados 
públicos pertencentes aos quadros permanentes da 
Administração, admitida a contratação de profissionais 
para assessoramento técnico da comissão. 
 
Bens e serviços especiais: permite-se que seja 
designada comissão de contratação para licitação que 
envolva bens ou serviços especiais. Os servidores 
responderão solidariamente por todos os atos 
praticados pela comissão, ressalvado o membro que 
expressar posição individual divergente fundamentada 
e registrada em ata lavrada na reunião em que houver 
sido tomada a decisão. 
 
MODALIDADES DE LICITAÇÃO: 
 
I. PREGÃO 
Hipóteses: obrigatória para aquisição de bens e 
serviços comuns. 
Serviços comuns de engenharia: o pregão poderá 
(não é obrigatório) ser utilizado nos serviços comuns 
de engenharia (art. 29, parágrafo único, da Lei n. 
14.133/2021). 
 
IMPORTANTE 
Serviços comuns são aqueles cujos padrões de 
desempenho e qualidade podem ser objetivamente 
definidos pelo edital, por meio de especificações 
usuais de mercado. 
 
Critérios de Julgamento: a) menor preço ou b) maior 
desconto. 
Procedimento: observará o procedimento comum 
(art. 17 da Lei n. 14.133/2021). 
Meio eletrônico: o pregão deve ser realizado 
preferencialmente por meio eletrônico. 
 
II. CONCORRÊNCIA 
Hipóteses: utilizada para contratação de bens e 
serviços especiais, obras e serviços comuns e 
especiais de engenharia. 
Obs: bens e serviços especiais são aqueles que, por 
sua alta heterogeneidade ou complexidade, não 
podem ser descritos de forma objetiva, exigindo-se 
justificativa prévia do contratante. 
Critérios de Julgamento: a) menor preço; b) melhor 
técnica ou conteúdo artístico; c) técnica e preço; d) 
maior retorno econômico; e) maior desconto.” (Só não 
pode usar o critério “maior lance”). 
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Procedimento: observará o procedimento comum 
(art. 17 da Lei n. 14.133/2021). 
 
III. CONCURSO 
Hipóteses: escolha de trabalho técnico, científico ou 
artístico, para concessão de prêmio ou remuneração 
ao vencedor. 
Obs: Administração Pública que define o valor que 
será pago ao vencedor, mediante o pagamento de 
preço ou remuneração. Assim, não interessa as 
ofertas de preço feito pelos licitantes. 
Critérios de Julgamento: melhor técnica ou conteúdo 
artístico. 
Obs: Na Lei n. 8.666/93 não existe critério de 
julgamento para o concurso. A Lei n. 14.133/2021 
passou a prever expressamente os critérios de melhor 
técnica ou conteúdo artístico. 
Procedimento: rito especial (diferente do rito comum, 
previsto no art. 17), sendo que as regras serão 
definidas no próprio edital. 
 
IV. LEILÃO 
Hipóteses: alienação de bens imóveis ou de bens 
móveis inservíveis ou legalmente apreendidos. 
Obs: O leilão pode ser realizado por leiloeiro oficial ou 
por servidor designado pelo agente público 
competente. No caso de optar pelo leiloeiro oficial. 
Critério de Julgamento: maior lance. 
Procedimento: o rito adotado é o especial, composto 
das seguintes fases: fase de lances, fase recursal, 
pagamento pelo vencedor e homologação, conforme 
estipulado em edital. 
ATENÇÃO: o leilão não exigirá registro cadastral 
prévio e não terá fase de habilitação (§ 4º do artigo 31). 
 
V. DIÁLOGO COMPETITIVO 
Hipóteses: I - vise a contratar objeto que envolva as 
seguintes condições: a) inovação tecnológica ou 
técnica; b) impossibilidade de o órgão ou entidade ter 
sua necessidade satisfeita sem a adaptação de 
soluções disponíveis no mercado; e c) impossibilidade 
de as especificações técnicas serem definidas com 
precisão suficiente pela Administração; II - verifique a 
necessidade de definir e identificar os meios e as 
alternativas que possam satisfazer suas 
necessidades, com destaque para os seguintes 
aspectos: a) a solução técnica mais adequada; b) os 
requisitos técnicos aptos a concretizar a solução já 
definida; c) a estrutura jurídica ou financeira do 
contrato; 
 
Procedimento: observará o procedimento especial (§ 
1º do art. 32 da Lei n. 14.133/2021). 
Três fases: 
1) Publicação do edital e pré-seleçãodos licitantes, 
2) Diálogo com os licitantes pré-selecionados 
3) Fase competitiva. 
 
PROCEDIMENTO COMUM (FASES DE LICITAÇÃO) 
 
O procedimento licitatório comum, previsto no art. 17 
da Lei n. 14.133/21, é divido em 7 (sete) fases, 
conforme abaixo estudado. 
1. Fase Preparatória: especifica os critérios e 
condições no edital da licitação. 
2. Divulgação do Edital de Convocação: 
divulgação e manutenção do inteiro teor do ato 
convocatório e de seus anexos no Portal Nacional de 
Contratações Públicas (PNCP). 
3. Apresentação de Propostas e Lances, quando 
for o ocaso: após a divulgação do edital, inicia-se a 
fase de apresentação de propostas e lances, cujos 
prazos variam de acordo com a natureza do bem ou 
serviço e os critérios de julgamento, conforme previsto 
no art. 55 da Lei n. 14.133/2021. 
4. Julgamento: a Administração Pública poderá 
adotar os critérios de julgamento, que variam de 
acordo com a modalidade de licitação. 
5. Habilitação: fase em que se verifica o conjunto 
de informações e documentos necessários e 
suficientes para demonstrar a capacidade do licitante 
de realizar o objeto da licitação, dividindo-se em: I - 
jurídica; II - técnica; III - fiscal, social e trabalhista; IV - 
econômico-financeira. 
6. Fase Recursal: existe somente uma fase 
recursal. O recurso terá o prazo de 3 (três) dias úteis, 
conforme art. 165 da Lei n. 14.133/21. 
7. Homologação: julgadas as propostas, 
habilitados os licitantes e analisados os recursos, cabe 
ao agente de contratação tão somente encaminhar o 
processo licitatório para a autoridade superior, que, 
dentre as possibilidades previstas no art. 71 da Lei n. 
14.133/21, poderá adjudicar o objeto e homologar a 
licitação. 
 
PROCEDIMENTOS AUXILIARES 
 
Além das modalidades de licitação, a Administração 
pode servir-se dos procedimentos auxiliares previstos 
no art. 78 da Lei n. 14.133/2021, a saber: 
Credenciamento; Pré-qualificação; Procedimento de 
Manifestação de Interesse (PMI); Sistema de Registro 
de Preços; e Registro Cadastral. 
 
CREDENCIAMENTO: licitantes previamente 
cadastrados após chamamento público, que prevê 
condições padronizadas para a contratação. Três 
hipóteses: I- paralela e não excludente, II - com 
seleção a critérios de terceiros, III- em mercados 
fluidos. 
 
PRÉ-QUALIFICAÇÃO: a Administração Pública pode 
pré-selecionar licitantes que reúnam condições de 
habilitação para participar de futuras licitações, sendo 
que a licitação poderá ser restrita aos licitantes pré-
qualificados. 
 
PMI: a administração vai convocar a iniciativa privada 
para fazer estudos e propor uma solução pra alguma 
situação específica. Nessa fase, a administração não 
paga nada, mas quem apresentar o projeto vencedor 
pode ser pago pela empresa que vencer a licitação 
SISTEMA DE REGISTRO DE PREÇO: utilizado para 
formalizar e registrar os interesses de certos 
particulares em oferecer certos bens e serviços para a 
Administração Pública, viabilizando diversas 
contratações simultâneas ou sucessivas, sem a 
realização de um específico procedimento licitatório 
para cada uma delas. 
 
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REGISTRO CADASTRAL: tem como objetivo unificar 
as informações sobre todos os licitantes. Os órgãos e 
entidades da Administração Pública deverão 
utilizar o sistema de registro cadastral unificado 
disponível no Portal Nacional de Contratações 
Públicas (PNCP) para efeito de cadastro unificado de 
licitantes, na forma disposta em regulamento (artigo 
87). 
 
CRITÉRIOS DE JULGAMENTO 
 
MENOR PREÇO – significa que o vencedor da 
licitação deverá apresentar o menor dispêndio para a 
Administração (concorrência e pregão) 
 
MAIOR DESCONTO – também parte da ideia do 
menor dispêndio para Administração Pública, que 
parte de um preço tabelado e verifica quem fornece o 
maior desconto (concorrência e pregão). 
 
MELHOR TÉCNICA OU CONTEÚDO ARTÍSTICO 
– O preço que a Administração Pública vai pagar já 
vem previamente estipulado no Edital. Esse critério de 
julgamento serve para projetos arquitetônicos e para 
trabalhos técnicos, artísticos ou científicos. Pode ser 
utilizado na concorrência ou no concurso. 
 
TÉCNICA OU PREÇO – existe uma ponderação entre 
o preço e a técnica apresentados. Deve existir um fator 
de ponderação, sendo que o fator de ponderação 
máximo para a técnica é de até 70%. Apenas na 
modalidade concorrência. 
 
MAIOR RETORNO ECONÔMICO – critério especifico 
para os denominados contratos de eficiência. O 
objetivo é gerar a maior economia para a 
Administração Pública. Pode ser utilizada na 
concorrência. 
 
MAIOR LANCE – a melhor proposta é aquela que 
ofertar o maior valor, sendo o critério exclusivo do 
Leilão. 
 
CONTRATAÇÃO DIRETA 
 
INEXIGIBILIDADE: Ocorre quando houver uma 
inviabilidade objetiva de disputa. Exemplos: a) 
fornecedor exclusivo; b) profissional de notória 
especialização, salvo serviços de publicidade; e c) 
artistas consagrados. 
 
DISPENSA: quando a disputa, embora viável, revela-
se prejudicial ao interesse público, podendo ser 
dispensável (Faculdade do administrador) ou 
dispensada (obrigatoriamente não será realizada). 
 
Hipóteses de dispensa de licitação: 
Dispensa em razão do valor do contrato: a) R$ 
100.000 para obras, serviços de engenharia e serviços 
de manutenção de veículos automotores (novidade da 
nova lei) e b) R$ 50.000 para os demais serviços e 
compras em geral. Valores em dobro, quando se tratar 
de consórcio público e agencia executiva; 
 
Licitação deserta e fracassada – A Licitação deserta 
ou fracassadas serão hipótese de licitação 
dispensável quando ocorrer os seguintes requisitos: a) 
a Licitação deve ter sido realizada há menos de 1 ano, 
b) Manutenção de todas as condições (o administrador 
não pode alterar as condições da licitação deserta ou 
fracassada), c) deve ter sido uma licitação deserta ou 
fracassada por ausência de propostas válidas, ou 
porque os preços são superiores ao de mercado ou 
dos órgãos oficiais (fracassada por validade das 
propostas ou preços); 
 
Dispensa de licitação em razão de emergência – De 
acordo com o art. 75, VIII, ocorre nos casos de 
emergência ou de calamidade pública, quando 
caracterizada urgência de atendimento de situação 
que possa ocasionar prejuízo ou comprometer a 
continuidade dos serviços públicos ou a segurança de 
pessoas, obras, serviços, equipamentos e outros 
bens, públicos ou particulares, e somente para 
aquisição dos bens necessários ao atendimento da 
situação emergencial ou calamitosa e para as parcelas 
de obras e serviços que possam ser concluídas no 
prazo máximo de 1 (um) ano. 
 
Dispensa de Licitação de virtude de situações 
graves - De acordo com o inciso VII do art. 75 da Lei 
n. 14.133/2021, permite-se a dispensa de licitação nos 
casos de: a) guerra, b) estado de defesa, c) estado de 
sítio, d) intervenção federal, e) grave perturbação da 
ordem pública. 
 
FORMALIDADES PARA A CONTRATAÇÃO 
DIRETA: 1) Deve haver uma formalização, ou seja, a 
apresentação da documentação para o inicio do 
processo; 2) Estimativa da despesa e indicação dos 
recursos orçamentários; 3) Parecer Jurídico e Parecer 
Técnico; 4) Verificar requisitos mínimos de habilitação 
e qualificação; 5) Razão da escolha do fornecedor; 6) 
Justificativa do preço pago; 7) Autorização da 
autoridade competente. 
 
7. CONTRATOS ADMINISTRATIVOS 
 
FORMALIZAÇÃO: Após a realização do procedimento 
licitatório, a Administração convocará o licitante 
vencedor para assinar o contrato, conforme prazos e 
condições estabelecidas no edital. 
 
Contrato verbal: É nulo o contrato verbal, salvo no 
caso de pequenas compras ou o de prestação de 
serviços de pronto pagamento, assim entendidos 
aqueles de valor não superior a R$ 10.000,00 (dez mil 
reais) 
 
Termo Aditivo: caso haja necessidade de o particular 
executar serviços que, por circunstânciasimprevistas 
no momento da contratação, tiverem que ser 
realizados de forma extracontratual, dever ser 
assinado termo aditivo. 
 
Forma eletrônica: O § 3º do art. 91 da Lei n. 
14.133/21 permite a utilização da forma eletrônica na 
celebração de contratos e de termos aditivos, 
atendidas as exigências previstas em regulamento. 
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PNCP: outra formalidade importante trazida pela nova 
lei de licitação é a necessidade de divulgação no Portal 
Nacional de Contratações Públicas (PNCP) do 
contrato e de seus aditamentos, o que deverá ocorrer, 
como condição de eficácia, nos seguintes prazos, 
contados da data de sua assinatura: I - 20 (vinte) dias 
úteis, no caso de licitação; e II - 10 (dez) dias úteis, no 
caso de contratação direta. 
 
DURAÇÃO DOS CONTRATOS ADMINISTRATIVOS 
 
De acordo com o artigo 105 da Lei n. 14.133/21, há 
três requisitos em relação ao prazo do contrato: (I) o 
prazo deve ser fixado já no edital; (II) disponibilidade 
prévia de créditos orçamentários no início do contrato 
e em cada exercício e (III) previsão no plano plurianual, 
quando a contratação for ultrapassar um exercício 
orçamentário. 
 
Regra geral: Como regra geral, o prazo dos contratos 
administrativos é de 12 meses. A Lei n. 14.133/21, 
entretanto, prevê algumas exceções: 
 
Prazo de 5 anos: a) Contratos de serviços e 
fornecimentos contínuos, b) Contratos de aluguel de 
equipamentos e de utilização de programas de 
informática. 
 
Prazo de 10 anos: a) objeto envolva, 
cumulativamente, alta complexidade tecnológica e 
defesa nacional, b) Materiais de forças armadas 
(exceção de uso pessoal), c) contratos de incentivo à 
pesquisa científica e tecnológica, d) -contratos que 
possam acarretar comprometimento da segurança 
nacional, conforme estabelecido pelo Ministro de 
Estado da Defesa, e) Contratos em que houver 
transferência de tecnologia ao SUS, f) aquisição de 
insumos estratégicos para a saúde produzidos por 
fundação que tenha por finalidade apoiar a 
Administração Pública. 
 
Prazo de 15 anos: o contrato que previr a operação 
continuada de sistemas estruturantes de tecnologia da 
informação. 
 
Prazo Indeterminado: É possível a assinatura de 
contrato por prazo indeterminado nos contratos em 
que a Administração seja usuária de serviço público 
oferecido em regime de monopólio, desde que 
comprovada, a cada exercício financeiro, a existência 
de créditos orçamentários vinculados à contratação. 
 
Serviços de fornecimento contínuos: o artigo 106 
da Lei n. 14.133/21 permite que a Administração 
Pública firme contrato com prazo de vigência de 5 
anos, não havendo mais a necessidade, como ocorria 
na Lei n. 8.666/93, que a vigência do contrato fosse 
limitada ao fim do exercício corrente para depois 
prorrogá-lo, em cada ano orçamentário, até o limite de 
60 meses (ou 72, no caso das prorrogações 
excepcionais prevista na Lei n. 8.666/1993. 
 
ALTERAÇÃO DOS CONTRATOS 
ADMINISTRATIVOS 
CLÁUSULAS EXORBITANTES: são cláusulas 
especiais que irão conferir poderes contratuais 
extraordinários à Administração que não são aceitos 
no regime privado, como, por exemplo, a possiblidade 
de alteração unilateral do contrato. 
 
Alteração contratual: a alteração do contrato 
administrativo, formalizada mediante termo aditivo, 
pode ocorrer tanto por meio de alteração unilateral 
levada a efeito pela Administração Pública sem prévia 
anuência do contratado, quanto de forma bilateral por 
acordo entre as partes. 
 
Alteração unilateral: o art. 124, I, da Lei n. 14.133/21 
prevê dois tipos de cláusulas que a Administração 
pode alterar unilateralmente, independentemente da 
concordância do contratado e sem prejudicar as 
demais cláusulas contratuais, a saber: a) quando 
houver modificação do projeto ou das especificações, 
para melhor adequação técnica aos seus objetivos e 
b) quando necessária a modificação do valor 
contratual em decorrência de acréscimo ou diminuição 
quantitativa de seu objeto, nos limites permitidos pela 
lei. 
 
Limites: o artigo 125 da Lei n. 14.133/2021 (§ 1º do 
artigo 65 da Lei nº. 8.666/1993), por sua vez, 
estabelece como limite de acréscimos ou supressões 
decorrentes das alterações unilaterais promovidas 
pela Administração o percentual de 25% sobre o valor 
inicial atualizado do contrato para contratos de obras, 
serviços ou compras e de 50% para acréscimo em 
reforma de edifício ou equipamento. 
 
Reequilíbrio econômico-financeiro do contrato: a 
alteração unilateral dos encargos do particular enseja 
o reequilíbrio econômico-financeiro do contrato 
mediante a formalização de termo aditivo. 
 
Alteração bilateral: a) quando conveniente a 
substituição da garantia de execução; b) quando 
necessária a modificação do regime de execução da 
obra ou do serviço ou do modo de fornecimento, c) 
modificação da forma de pagamento por imposição de 
circunstâncias supervenientes, mantido o valor inicial 
atualizado, d) para reestabelecer o equilíbrio 
econômico-financeiro inicial do contrato em caso de 
força maior, caso fortuito ou fato do príncipe ou em 
decorrência de fatos imprevisíveis ou previsíveis de 
consequências incalculáveis, que inviabilizem a 
execução do contrato tal como pactuado, respeitada, 
em qualquer caso, a repartição objetiva de risco 
estabelecida no contrato. Também deve ser 
observado o equilíbrio econômico financeiro. 
 
Manutenção do equilíbrio financeiro do contrato: 
ao mesmo tempo que garante a impossibilidade de 
alteração unilateral das cláusulas econômico-
financeiras por parte da Administração, impõe, com 
base na Teoria da Imprevisão, que se baseia na 
cláusula rebus sic stantibus, aplicada diante de fatos 
supervenientes, imprevistos e imprevisíveis que 
provoquem o desequilíbrio contratual (fato do príncipe, 
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fato da administração, interferências imprevistas, caso 
fortuito e força maior), a alteração do contrato para a 
revisão dos preços. 
 
Reparticipação objetiva de risco (matriz de risco): 
A matriz de risco poderá ser prevista no próprio edital 
(art. 22) e definirá o equilíbrio econômico-financeiro 
inicial do contrato em relação a eventos 
supervenientes, devendo ser observada na solução de 
eventuais pleitos das partes (§ 4º do artigo 103 da Lei 
n. 14.133/21). 
 
EXTINÇÃO DO CONTRATO 
 
RESCISÃO DO CONTRATO ADMINISTRATIVO: o 
contrato administrativo poderá ser extinto por ato 
unilateral da Administração Pública, por acordo entre 
as partes ou, ainda, por decisão do Poder Judiciário ou 
de Tribunal Arbitral, em havendo convenção de 
arbitragem. As causas de rescisão do contrato 
administrativo possuem previsão no art. 137 da Lei n. 
14.133/21. 
 
Culpa Exclusiva: se a rescisão decorrer de culpa 
exclusiva da Administração, o contratado será 
ressarcido pelos prejuízos regularmente comprovados 
que houver sofrido e terá direito a: I - devolução da 
garantia; II - pagamentos devidos pela execução do 
contrato até a data de extinção; III - pagamento do 
custo da desmobilização. 
 
Autorização por escrito: a rescisão determinada por 
ato unilateral da Administração e a rescisão 
consensual deverão ser precedidas de autorização 
escrita e fundamentada da autoridade competente e 
reduzidas a termo no respectivo processo. 
 
ANULAÇÃO DO CONTRATO: ilegalidade na 
formalização ou em cláusula essencial do contrato, 
podendo ser declarada pelo Poder Judiciário ou pela 
própria Administração Pública, com efeitos “ex tunc”. 
Dever de indenizar o contratado pelo que efetivamente 
executou e por outros prejuízos regularmente 
comprovados, desde que a nulidade não lhe seja 
imputável (art. 149 da Lei n. 14.133/21). 
 
CONCLUSÃO DO OBJETO: ocorre quando as partes 
cumprem totalmente as prestações contratuais 
devidas. 
 
TÉRMINO DO PRAZO: ocorre quando expiradoo 
prazo do contrato administrativo. 
 
SANÇÕES 
• Advertência: inexecução parcial do contrato; 
• Multa: (0,5% até 30% do valor do contrato); 
• impedimento de licitar e contratar: hipóteses dos 
incisos II, III, IV, V, VI e VII do caput do art. 155). 
Impedimento de licitar ou contratar pelo prazo de 
até 3 anos. 
• declaração de inidoneidade para licitar ou 
contratar: hipóteses dos incisos II, III, IV, V, VI e 
VII do caput do art. 155 ou quando as hipóteses do 
“impedimento de licitar e contratar” justificarem 
sanção mais grave. Impossibilidade de licitar pelo 
prazo de 3 a 6 anos. 
 
DIFERENÇAS ENTRE PERMISSÃO E CONCESSÃO 
DE SERVIÇO PÚBLICO 
 
Ambos são contratos administrativos, em que a 
Administração Púbica delega a prestação de serviço 
público a particulares, que serão remunerados 
mediante taxa dos usuários. 
 
• Obras e/ou serviços; 
• Não admite pessoas físicas (PJs 
ou consórcios); 
• Exige concorrência; 
• Depende de autorização 
legislativa especifica; 
• Não tem caráter precário. 
• Apenas serviços públicos; 
• Admite pessoas físicas (PJ ou PF); 
• Poder ser qualquer modalidade de 
licitação; 
• Não depende de autorização legal; 
• Caráter precário (pode ser extinta 
a qualquer momento, sem direito à 
indenização). Essa é a literalidade 
da lei, mas o conceito é 
contraditório, já que o contrato 
administrativo não é precário. 
 
PARCERIA PÚBLICO PRIVADO 
 
Conceito: é uma concessão de serviço público 
especial, uma vez que o Estado patrocina o contrato 
de concessão, ou seja, a remuneração não é apenas 
do usuário. Se não houver contraprestação da ADM 
não é PPP. 
 
CONCESSÃO PATROCINADA: A ADM paga um 
valor além das tarifas dos usuários. O máximo que a 
ADM pode pagar é 70% do valor da remuneração da 
concessionária, salvo autorização legal específica. 
CONCESSÃO ADMINISTRATIVA: A Administração 
Pública é a usuária direta ou indireta dos serviços 
públicos e remunera totalmente a concessionária. 
 
Prazo: máximo de 35 anos e mínimo de 5 anos. 
 
Valor: o valor do contrato na PPP não pode ser inferior 
a 10 milhões de reais. Não há vedação quanto ao valor 
máximo do contrato. 
 
Vedação: é vedada PPP que tenha como objeto único 
o fornecimento de mão-de-obra, o fornecimento e 
instalação de equipamentos ou a execução de obra 
pública. 
 
EXTINÇÃO DA CONCESSÃO 
São causas de extinção da concessão: a) advento do 
termo contratual; b) encampação (resgate): Interesse 
público. Autorização legislativa e indenização prévia c) 
caducidade (decadência): inexecução total ou parcial 
do concessionário. Indenização posterior pelo 
investimento realizado e não amortizado pela tarifa 
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cobrada e se exige processo no qual se garanta ampla 
defesa e contraditório. 
 
Principais Hipóteses: I - o serviço estiver sendo 
prestado de forma inadequada ou deficiente, II – 
descumprimento de cláusulas contratuais, disposições 
legais ou regulamentares; III - a concessionária 
paralisar o serviço ou concorrer para tanto, 
ressalvadas as hipóteses decorrentes de caso fortuito 
ou força maior; IV - a concessionária perder as 
condições econômicas, técnicas ou operacionais para 
manter a adequada prestação do serviço concedido; d) 
rescisão (judicial): o desinteresse parte da 
concessionária. Há direito a indenização por quebra do 
equilíbrio econômico financeiro. (art. 39 da Lei n. 
8.987/95); e) anulação: ilegalidade durante a licitação 
ou no contrato; f) falência do concessionário ou 
falecimento, quando empresário individual: ocorre a 
REVERSÃO DOS BENS, que passam a pertencer ao 
Estado para que haja a continuidade da prestação do 
serviço. 
 
INTERVENÇÃO NA CONCESSÃO: representa a 
ingerência direta da concedente na prestação do 
serviço delegado, objetivando manter o serviço 
adequado a suas finalidades e garantir o fiel 
cumprimento da concessão. Feita por decreto e é 
autoexecutável. Após o decreto de intervenção, a 
concedente deve instaurar procedimento 
administrativo, no prazo de 30 dias. O procedimento 
terá duração máxima de 180 dias e deverá observar o 
princípio do contraditório e da ampla defesa. A 
inobservância desse prazo implica a invalidade da 
intervenção, retornando o concessionário à gestão do 
serviço. Apurada a inadequação do concessionário 
para prestar o serviço, a concessão será extinta. Caso 
não seja hipótese de extinção, a administração do 
serviço será devolvida à concessionária. 
 
8. BENS PÚBLICOS 
 
EMPRESAS PÚBLICAS E SOCIEDADES DE 
ECONOMIA MISTA: para a FGV, os bens são de 
natureza privada, independentemente se a entidade 
presta serviço público ou explora atividade econômica. 
 
CLASSIFICAÇÃO 
 
BENS DE USO COMUM: São aqueles que estão à 
disposição da coletividade (praças, rios, etc.). Uso 
pode ser gratuito ou oneroso. 
 
BENS DE USO ESPECIAL: Apresentam uma 
destinação específica, ou seja, são utilizados para a 
execução ou prestação dos serviços públicos 
(aeroportos, bibliotecas, etc.). Uso gratuito ou oneroso. 
BENS DOMINICAIS: Aqueles que não estão ligados a 
nenhuma finalidade pública, ou seja, não são de uso 
comum nem de uso especial. Não são afetados, por 
isso, podem ser alienados. 
 
CARACTERÍSTICAS 
 
INALIENABILIDADE: Bens públicos não podem ser 
alienados, salvo os bens dominicais e os demais bens 
públicos desafetados. Para serem vendidos, são 
necessários: a) configuração interesse público, b) 
pesquisa prévia de preços, c) Licitação (concorrência 
ou leilão), salvo no caso de licitação dispensada, d) 
Autorização legal no caso de bem imóvel. 
 
IMPENHORABILIDADE: Bens públicos não ser 
penhorados. 
 
IMPRESCRITIBILIDADE: Nenhum bem público pode 
ser adquirido por usucapião 
 
IMPOSSIBILIDADE DE ONERAÇÃO: Não podem ser 
objeto de penhor, hipoteca ou anticrese. 
 
USO DOS BENS PÚBLICOS 
 
Autorização: ato administrativo unilateral, 
discricionário e precário no interesse do particular 
(Exemplo: fechamento de avenida para realização de 
uma festa). 
 
Permissão: ato administrativo unilateral, discricionário 
e precário, sendo o interesse predominante da 
coletividade (Exemplos: permissão de uso para 
instalação de bancas de jornal em calçadas). 
 
Concessão: possui natureza de contrato 
administrativo. Pode ser onerosa ou gratuita, por 
tempo certo ou indeterminado. (Exemplo: concessão 
de uso de edifício público para abrigar um bar ou 
restaurante). 
 
9. SERVIÇOS PÚBLICOS 
 
Princípio da continuidade do serviço público: o 
serviço público deve ser prestado sem interrupção ou 
suspensão indevidas. Decorrências: a) os bens 
vinculados à prestação de serviços públicos, mesmo 
que pertencentes a particulares, não podem sofrer 
penhora nem alienação judicial, b) nos contratos 
administrativos celebrados com os particulares a regra 
é de que o contratado não pode invocar a exceção de 
contrato não cumprido, além do que extinta a 
concessão de serviço público, haverá o retorno ao 
poder concedente dos bens reversíveis. 
 
Serviços universais (uti universi): são prestados à 
coletividade em geral, sem que seja possível medir 
quanto cada um usa do serviço (iluminação pública, 
segurança, etc.). São remunerados por impostos, 
ressalvando-se que, no caso da iluminação pública, o 
art. 149 – A da CF/88 possibilita aos municípios e ao 
Distrito Federal instituírem contribuição na forma das 
respectivas leis para o custeio do serviço. 
 
Serviços singulares (uti singuli) ou individuais: são 
os prestados a usuários certos ou determinados, 
podendo ser mensurado quanto cada um usa, como 
nos casos dos serviços de gás encanado, energia 
elétrica e água. São remunerados por taxa ou por 
tarifa. 
 
FORMAS DE PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS 
PÚBLICOS: a forma de prestação dos serviços pode 
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se centralizada, em que aadministração pública presta 
os serviços por seus próprios órgãos (ex: União por 
seus ministérios) ou descentralizada, em que o Estado 
transfere a prestação do serviço a outra pessoa, por 
outorga (criação de nova pessoa jurídica para 
prestação dos serviços) OU Delegação (concessão ou 
permissão de serviço público). 
 
10. REGIME GERAL DOS SERVIÇOS PÚBLICOS 
 
CONCURSO PÚBLICO 
Regra geral: para acesso a cargo ou emprego público, 
a regra é a realização de concurso. 
 
Exceções: a) mandato eletivo; b) cargo em comissão 
(utilizado para direção, chefia e assessoramento); c) 
contrato temporário (art. 37, IX, da CF/88) – para os 
casos de excepcional interesse público (processo 
seletivo simplificado), conforme as hipóteses previstas 
na Lei n. 8.745/93, d) hipóteses constitucionais: 
Ministros do STF, Ministros e Conselheiros dos 
Tribunais de Conta e acesso pelo quinto constitucional 
e e) agentes de combate a endemias e agentes 
comunitários de saúde, conforme art. 198 da CF/88. 
 
Súmula nº 685 Do STF: “É inconstitucional toda 
modalidade de provimento que propicie ao servidor 
investir-se, sem prévia aprovação em concurso público 
destinado ao seu provimento, em cargo que não 
integra a carreira na qual anteriormente investido.” 
 
Validade: até 02 anos, admitindo-se uma única 
prorrogação, por igual período (até 20% das vagas 
oferecidas em um concurso deverão ser reservadas 
para as pessoas com deficiência). 
 
Direito subjetivo: se o candidato for aprovado dentro 
do número de vagas previsto no edital, ele terá direito 
subjetivo à nomeação. 
 
Súmula Vinculante 43: “É inconstitucional toda 
modalidade de provimento que propicie ao servidor 
investir-se, sem prévia aprovação em concurso público 
destinado ao seu provimento, em cargo que não 
integra a carreira na qual anteriormente investido”. 
Portanto, é vedado reenquadramento de servidor 
público em cargo para o qual não prestou concurso 
público. 
 
ESTABILIDADE 
 
Conceito: possui previsão no art. 41 da CF/88. É 
atingida após três anos de efetivo exercício e 
representa a garantia que o servidor público tem de 
permanecer no serviço, salvo nas hipóteses 
expressamente previstas pela própria CF (sentença 
judicial, processo administrativo, procedimento de 
avaliação periódica de desempenho e corte de 
despesas). 
ACUMULAÇÃO DE CARGOS 
Regra geral: vedada a acumulação de cargos 
públicos. 
 
Exceções: a) a de dois cargos de professor; b) a de 
um cargo de professor com outro técnico ou científico; 
c) a de dois cargos ou empregos privativos de 
profissionais de saúde, com profissões 
regulamentadas. Além disso, para a acumulação 
deverá haver compatibilidade de horários e a 
observância do teto. 
 
REMUNERAÇÃO 
 
Teto: Teto: subsídio mensal dos Ministros do STF; 
 
• EXECUTIVO: Subsidio do Governador; 
• LEGISLATIVO: Subsídio dos Deputados 
Estaduais; 
• JUDICIÁRIO: Subsídio dos 
Desembargadores do Tribunal de 
Justiça (95% dos Ministros do Supremo 
Tribunal Federal); 
• Subsídio do Prefeito; 
 
FORMAS DE PROVIMENTO DO CARGO PÚBLICO 
 
NOMEAÇÃO: Única forma de provimento originário de 
cargo público. É o provimento inicial na carreira. O 
provimento no cargo se dá pela nomeação, e a 
investidura, pela posse. A posse ocorrerá no prazo de 
trinta dias contados da publicação do ato de 
provimento. É de quinze dias o prazo para o servidor 
empossado em cargo público entrar em exercício, 
contados da data da posse. 
 
PROMOÇÃO: Mudança de cargo dentro da mesma 
carreira. Pode ocorrer por antiguidade ou 
merecimento. Também é caso de vacância, conforme 
art. 33, da lei 8112/90. 
 
READAPTAÇÃO: Mudança de cargo público para 
uma outra carreira, em virtude de uma limitação física 
ou mental. 
 
REVERSÃO: Retorno à atividade do servidor que 
estava aposentado. 
 
APROVEITAMENTO: Quando extinto o cargo ou 
declarado desnecessário o cargo do servidor estável e 
este é realocado em outro cargo. 
 
REINTEGRAÇÃO: Retorno ao cargo público do 
servidor estável que foi injustamente demitido, em 
razão de decisão judicial ou administrativa. 
 
RECONDUÇÃO: Apenas pode ser reconduzido o 
servidor estável. Ocorre em duas situações: a) retorno 
ao cargo que o servidor estável ocupava, em virtude 
de inabilitação em outro estágio probatório; e b) 
retorno ao cargo anteriormente ocupado em virtude de 
reintegração do anterior ocupante. 
 
VACÂNCIA 
 
Hipóteses: a) exoneração: não tem caráter punitivo e 
pode ocorrer quando o servidor toma posse e não 
entra em exercício; quando não preenche os requisitos 
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do estágio probatório e a pedido do servidor; b) 
demissão: tem natureza punitiva, ou seja, o servidor 
cometeu falta grave); c) promoção; d) ascensão e 
transferência; e) readaptação; f) aposentadoria; g) 
posse em outro cargo inacumulável e h) Falecimento. 
 
Observação: promoção e readaptação são as únicas 
hipóteses que geram provimento e vacância 
simultaneamente. 
 
REGIME DISCIPLINAR 
 
ADVERTÊNCIA: Aplicada por escrito, nos casos de 
inobservância de dever funcional, que não justifique 
imposição de penalidade mais grave, bem como nos 
casos de violação de proibição constante do art. 117, 
incisos I a VIII e XIX da Lei n. 8.112/90. Prescrição: 
180 dias. 
 
SUSPENSÃO: A suspensão será aplicada em caso 
de reincidência das faltas punidas com advertência e 
de violação das demais proibições que não tipifiquem 
infração sujeita a penalidade de demissão, não 
podendo exceder de 90 (noventa) dias. Prescrição: 2 
anos. 
 
DEMISSÃO: Pena mais grave aplicada ao servidor 
efetivo, representando a sua expulsão dos quadros da 
administração pública. Principais hipóteses: abandono 
de cargo (ausência por mais de 30 dias consecutivos), 
inassiduidade habitual (ausência por 60 dias 
interpoladamente em 12 meses), improbidade 
administrativa, ofensa física em serviço, etc. 
Prescrição: 180 dias. 
 
RESPONSABILIDADE DO SERVIDOR PÚBLICO 
 
O servidor público pode responder administrativa, civil 
e penalmente pela infração cometida. A regra é a 
independência das responsabilidades nas esferas 
citadas. Entretanto, como exceção, haverá a isenção 
da responsabilidade administrativa quando houver 
absolvição criminal por inexistência do fato ou não 
autoria. São casos em que a esfera penal vinculará à 
administrativa. Portanto, se a absolvição for por 
insuficiência de provas, não há vinculação na esfera 
administrativa. 
 
11. IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA 
 
Pacote Anticrime: a Lei n. 13.964/19 alterou do § 1º 
do art. 17 da Lei nº 8.429/92, passando a autorizar 
expressamente a celebração de acordo de não 
persecução cível nas ações de improbidade 
administrativa, o que já encontrava amparo na 
jurisprudência do STJ. 
 
Conceito: é a expressão técnica da corrupção 
administrativa. 
 
Fundamento (art. 37, § 4º, da CF/88): os atos de 
improbidade administrativa importarão a suspensão 
dos direitos políticos, a perda da função pública, a 
indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, 
na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da 
ação penal cabível. 
 
Cassação dos Direitos Políticos: a cassação é 
vedada pela Constituição. O que se permite é a perda 
ou suspensão dos direitos políticos. 
 
Sujeito passivo: administração direta, indireta ou 
fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos 
Estados, do Distrito Federal, dos Municípios, de 
Território, de empresa incorporada ao patrimônio 
público ou de entidade para cuja criação ou custeio o 
erário haja concorrido ou concorra com mais de 50% 
do patrimônio ou da receita anual 
Se o erário concorrer com menos de 50% para criação 
da entidade, a sanção patrimonial ficará limitada à 
repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres 
públicos (parágrafo único do art. 1° da Lei nº 8.429/92). 
 
Sujeito Ativo: qualquer agente público. Além disso, 
conforme art. 3°519 do CC. 
 
MODALIDADES DE DESAPROPRIAÇÃO 
 
DESAPROPRIAÇÃO POR ZONA: art. 4º, caput, do 
Decreto- lei nº 3.365/41, in verbis: “A desapropriação 
poderá abranger a área contígua necessária ao 
desenvolvimento da obra a que se destina, e as zonas 
que se valorizarem extraordinariamente, em 
consequência da realização do serviço. Em qualquer 
caso, a declaração de utilidade pública deverá 
compreendê-las, mencionando-se quais as 
indispensáveis à continuação da obra e as que se 
destinam à revenda”. 
 
DESAPROPRIAÇÃO INDIRETA: A desapropriação é 
efetuada sem a declaração do bem como de interesse 
público ou sem o pagamento da indenização devida. 
Se a Administração Pública der a destinação ao bem, 
ocorre o “fato consumado”, não podendo mais o 
proprietário reivindica-lo, conforme art. 35 do Decreto 
3.365/1941: “os bens expropriados, uma vez 
incorporados à Fazenda Pública, não podem ser 
objeto de reivindicação, ainda que fundada em 
nulidade do processo de desapropriação”. 
 
Direito de Extensão: configura a possibilidade 
do expropriado, comprovando que, em razão da 
desapropriação parcial, parte do imóvel ficou 
imprestável ou de difícil utilização, exigir do Poder 
Público que a desapropriação recaia também sobre a 
parte restante (art. 4º da Lei Complementar nº 76/93). 
 
CONFISCO 
(DESAPROPRIAÇÃO CONFISCATÓRIA) 
 
Conceito: a desapropriação confiscatória acarreta a 
transferência compulsória da propriedade para o poder 
público sem o pagamento de indenização, nos casos 
de plantação ilegal de psicotrópicos ou exploração de 
trabalho escravo, conforme art. 243 da CF/88. 
 
SERVIDÃO ADMINISTRATIVA 
 
Conceito: representa um direito real de uso sobre 
coisa alheia, em que o Poder Público usa a 
propriedade de imóvel particular, com o objetivo de 
garantir a execução de obras e serviços de interesse 
coletivo. Exemplo: instalação de redes elétricas e 
telefônicas, colocação de placas de identificação da 
rua e passagem de saneamento básico em 
propriedade particular. 
 
Indenização: na servidão administrativa, o proprietário 
será determinado e não haverá perda da propriedade, 
mas apenas sua utilização, razão pela qual eventual 
indenização será sempre prévia e condicionada a 
existência de dano efetivo, ou seja, limitando-se aos 
prejuízos que o uso da propriedade causar ao imóvel. 
 
REQUISIÇÃO ADMINISTRATIVA 
 
Conceito: é a modalidade de intervenção na 
propriedade privada no caso de iminente perigo 
público, podendo a autoridade competente usar de 
propriedade particular de bem móvel ou imóvel para 
execução das atividades necessárias até a solução do 
problema, assegurando-se ao proprietário indenização 
ulterior, se houver dano (art. 5º, inciso XXV, da CF/88). 
 
Indenização: depois do uso do bem, se houver dano. 
 
13. INTERVENÇÃO DO ESTADO NA ORDEM 
ECONÔMICA 
 
As principais ações interventivas do Estado na ordem 
econômica são monopólio, repressão ao abuso 
econômico, controle de abastecimento e tabelamento 
de preços. 
MONOPÓLIO: Exclusividade do Estado na prestação 
de determinada atividade ou fornecimento de 
determinado bem, em benefício do interesse coletivo 
(Ler art. 177 da CF/88) 
 
REPRESSÃO AO ABUSO ECONÔMICO: Vedar 
dominação dos mercados, à eliminação da 
concorrência e ao aumento arbitrário dos lucros (§4º 
do art. 173 da CF/88). Criação do CADE. 
 
CONTROLE DE ABASTECIMENTO: A Lei Delegada 
nº 4/62 estabelece a competência da União para 
intervir no domínio econômico para assegurar a livre 
distribuição de mercadorias e serviços essenciais ao 
consumo e uso do povo a preços compatíveis. 
 
TABELAMENTO DE PREÇOS: Representa a 
possibilidade de o Poder Público fixar e controlar 
os preços no mercado privado, permitindo aos 
consumidores adquirir os bens e serviços por valores 
mais compatíveis com à realidade econômica. 
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14. RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO 
 
Regra geral: responsabilidade objetiva pela teoria do 
risco administrativo, (não precisa a comprovação de 
culpa, mas são admitidas excludentes de ilicitude). 
 
Exceção: teoria do risco integral (responsabilidade 
objetiva e não se admite excludente de ilicitude), que 
se aplica excepcionalmente no caso de dano 
ambiental e decorrente de material bélico e substância 
nuclear. 
 
Relação de custódia: a jurisprudência majoritária dos 
Tribunais Superiores é no sentido de que o Estado 
possui Responsabilidade Civil Objetiva quando 
pessoas ou coisas que estão sob sua custódia forem 
prejudicadas, porque o poder público tem o dever 
jurídico de proteger as pessoas submetidas à custódia 
de seus agentes e estabelecimentos (paciente em 
hospital público, detento em presídio, aluno em escola 
púbica, etc.). 
 
Responsabilidade subjetiva: ocorre quando houver 
omissão do Estado, devendo-se comprovar a 
existência de dolo ou culpa. 
 
Responsabilidade pelos atos de seus agentes: o 
Estado responde por atos comissivos lícitos ou ilícitos 
que seu agente tenha causado a terceiro, mas só 
responde pelas omissões quando estas forem ilícitas, 
e desde que tenha havido o descumprimento pelo 
agente de seu dever legal de agir (culpa). Nesse caso, 
o Estado poderá ajuizar ação regressiva contra o 
agente causador do dano, desde que tenha havido 
dolo ou culpa (responsabilidade subjetiva do agente). 
 
Observação: o Supremo Tribunal Federal firmou 
entendimento pela impossibilidade de o particular 
optar por acionar o Estado ou o servidor, devendo 
sempre propor a ação apenas contra o Estado, 
cabendo a este propor eventual ação regressiva contra 
o agente público causador do dano 
Prescrição das ações contra a Fazenda Pública: de 
acordo com o Decreto n. 20.910/1932, o prazo 
prescricional das ações contra a Fazenda Pública 
federal, estadual ou municipal, seja qual for a sua 
natureza, é de 5 anos, não se aplicando, de acordo 
com a jurisprudência majoritária do STJ, os prazos 
previstos no código civil. 
 
15. PROCESSO ADMINISTRATIVO 
 
Conceito: o processo administrativo é uma sucessão 
de atos que devem ser realizados para fundamentar e 
legitimar a resolução de controvérsia no âmbito 
administrativo. 
 
Contraditório e ampla defesa: a não observância do 
contraditório e ampla defesa gera nulidade da 
penalidade aplicada. Não há, entretanto, necessidade 
de defesa técnica - Súmula Vinculante n. 5 dispõe: “A 
falta de defesa técnica por advogado no processo 
administrativo disciplinar não ofende a Constituição”. 
 
Processo administrativo federal: regulamentado 
pela Lei nº 9.784/99. 
 
Pode iniciar-se de ofício ou a pedido de 
interessado. 
Cabe ao interessado a prova dos fatos 
que tenha alegado, mas quando 
declarar que fatos e dados estão 
registrados em documentos existentes 
na própria Administração responsável 
pelo processo ou em outro órgão 
administrativo, o órgão competente para 
a instrução proverá, de ofício, à 
obtenção dos documentos ou das 
respectivas cópias (art. 5º) 
Encerrada a instrução, o interessado 
terá o direito de manifestar-se no prazo 
máximo de dez dias, salvo se outro 
prazo for legalmente fixado. Entretanto, 
em caso de risco iminente, a 
Administração Pública poderá 
motivadamente adotar providências 
acauteladoras sem a prévia 
manifestação do interessado (art. 44). 
O órgão de instrução que não for 
competente para emitir a decisão final 
elaborará relatório indicando o pedido 
inicial, o conteúdo das fases do 
procedimento e formulará proposta de 
decisão, objetivamente justificada, 
encaminhando o processo à autoridade 
competente (art. 47). 
Concluída a instrução de processo 
administrativo, a Administração tem o 
prazo de até trinta dias para decidir, 
salvo prorrogação por igual período 
expressamente motivada (art. 49). 
 
Recurso: das decisões administrativas cabe recurso 
em face de razões de legalidade e de mérito.O recurso 
será dirigido à autoridade que proferiu a decisão, a 
qual, se não a reconsiderar no prazo de cinco dias, o 
encaminhará à autoridade superior, sendo que, salvo 
exigência legal, a interposição de recurso 
administrativo independe de caução. 
Prazo do recurso: 10 dias. 
 
Prazo máximo para a decisão: 30 dias, salvo 
previsão em sentido diverso. 
 
Tramitação: o recurso administrativo tramitará no 
máximo por três instâncias administrativas, salvo 
disposição legal diversa. 
 
Efeito: salvo disposição legal em contrário, o recurso 
não tem efeito suspensivo. No entanto, havendo justo 
receio de prejuízo de difícil ou incerta reparação 
decorrente da execução, a autoridade recorrida ou a 
imediatamente superior poderá, de ofício ou a pedido, 
dar efeito suspensivo ao recurso. 
 
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Súmula 429 do STF: “a existência de recurso 
administrativo com efeito suspensivo não impede o 
uso do mandado de segurança contra omissão da 
autoridade”. 
 
Recurso próprio e impróprio: o recurso hierárquico 
próprio é aquele cuja autoridade julgadora pertence à 
mesma estrutura da autoridade que proferiu a decisão. 
Por outro lado, se a autoridade julgadora for de outra 
estrutura, o recurso será hierárquico impróprio 
(exemplo: recurso contra decisão de autarquia, 
enviado a ministro de Estado). 
 
Revisão de ofício: o não conhecimento do recurso 
não impede a Administração de rever de ofício o ato 
ilegal, desde que não ocorrida preclusão 
administrativa. 
 
16. CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
 
QUANDO A AMPLITUDE 
Controle Hierárquico: é o controle decorrente do 
escalonamento vertical dos órgãos da Administração 
Direta ou das unidades integrantes das entidades da 
Administração Indireta. Deste controle decorrem as 
faculdades de supervisão, coordenação, orientação, 
fiscalização, aprovação, revisão e avocação das 
atividades administrativas. 
 
Controle Finalístico: exercido pela Administração 
Direta sobre as pessoas jurídicas integrantes da 
Administração Indireta, que apesar de não serem 
subordinadas, são vinculadas ao Ministério 
relacionado às atividades desenvolvidas pela pessoa 
jurídica (supervisão Ministerial). 
 
QUANTO AO ÓRGÃO CONTROLADOR 
 
Controle Administrativo: é exercido pelo Poder 
Executivo e pelos órgãos administrativos do 
Legislativo e do Judiciário sobre suas próprias 
condutas, tendo em vista aspectos de legalidade ou de 
conveniência. Pode ser de ofício ou por provocação. 
Controle Legislativo: pode ser político (convocação 
para prestar esclarecimentos e CPI) ou financeiro 
(realizado pelos Tribunais de Contas). O Tribunal de 
Contas fiscaliza qualquer ente que gerencie verba 
pública, pessoa física ou jurídica, salvo no caso do 
Presidente da República, uma vez que suas contas 
são julgadas pelo Congresso Nacional (Tribunal de 
Contas apenas realiza parecer prévio). 
 
Súmula Vinculante nº 3: “Nos processos perante o 
Tribunal de Contas da União asseguram-se o 
contraditório e a ampla defesa quando da decisão 
puder resultar anulação ou revogação de ato 
administrativo que beneficie o interessado, excetuada 
a apreciação da legalidade do ato de concessão inicial 
de aposentadoria, reforma e pensão”. 
 
Controle Judiciário: será exercido sobre os atos 
administrativos praticados pelo Poder Executivo, 
Legislativo e pelo próprio Judiciário, quando este 
realizar atividades administrativas. Mediante o 
exercício do controle judicial, pode-se decretar 
anulação do ato administrativo com efeitos ex tunc 
sempre que constatada ilegalidade ou ilegitimidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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